LAUDO DE VISTORIA ELÉTRICA José Antonio Mocarzel engenheiro eletricista CREA RJ
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- Júlio de Vieira Coradelli
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1 LAUDO DE VISTORIA ELÉTRICA N O 21/ Informações gerais sobre o local da vistoria: Imóvel sito a rua Jornalista Irineu Marinho nº 441 Icaraí Niterói RJ Nome do Condomínio: Edifício Luanda CNPJ/MP: / Nº de pavimentos: 14 Idade da edificação: 40 anos Responsável pelo condomínio: Síndica Luzia Rodrigues Coelho. Data da vistoria: 12/02/ Tópicos a serem abordados: SEGURANÇA CONSERVAÇÃO 1 de 12
2 RESUMO Neste Laudo estão abordadas as irregularidades visíveis e, sugestões de melhorias, verificadas nas áreas pertencentes ao condomínio. Circuitos elétricos situados dentro de eletrodutos ou forros, embutidos em alvenaria ou no piso, ou ainda, de uma forma geral, fora da possibilidade de análise por qualquer motivo, não dizem respeito a esta vistoria. Continuidade de circuitos, desde sua proteção até a carga, assim como a compatibilidade elétrica (dimensionamento) entre os componentes do circuito também não fazem parte desta vistoria Sobre os apartamentos cabem alguns alertas: o uso de tomadas de energia elétrica é feito de forma muito diversificada e nem sempre correta. Fica como sugestão, que o condomínio emita uma circular, periodicamente, a todos os moradores, alertando sobre os riscos de incêndio, quando se faz uso de benjamins. Um circuito elétrico é composto de vários itens, que devem estar conformes uns com os outros. Troca de disjuntores, pura e simplesmente, para atender aumentos de cargas, sem avaliar os fios/cabos do circuito em questão, pode causar danos ao patrimônio e as pessoas. Apesar desta prática contrariar a segurança da instalação elétrica, ela tem sido muito realizada por leigos, principalmente, na troca do chuveiro existente por outro de maior potência, na instalação de aparelhos condicionadores de ar, na instalação de torneiras elétricas, etc... Os moradores precisam ser alertados também, sobre a necessidade de se utilizar materiais elétricos, como fios/cabos, disjuntores, tomadas, plugs, interruptores, etc..., que tenham o selo do INMETRO. Sobre as partes comuns do condomínio: a antiga subestação de média tensão foi desativada e o local transformado em depósito, porém, neste local encontra-se o disjuntor geral de entrada do prédio. Toda e qualquer instalação elétrica desativada definitivamente e, com as pontas dos fios aparentes (pontos de iluminação, tomadas, etc...), deve ser retirada completamente. A vida útil de um fio/cabo elétrico é em torno de 20 anos, devido a depreciação natural da sua isolação. A idade da construção, porém, está em 40 anos. Fica sugerido uma troca programada dos cabos existentes por cabos novos, nas partes comuns e nos apartamentos, assim como a troca das tomadas, plugs e interruptores antigos ou em mal estado por outros no padrão atual. Sobre o para-raios: o prédio utiliza o sistema de proteção contra descargas atmosféricas do tipo Franklin, cuja manutenção está contratada a empresa M. F. Fire Sistema e Manutenção, até 04/11/2015, conforme último relatório s/n o de 05/11/2014. Sobre as plantas elétricas: não foi possível de ter acesso a elas, pois estas não se encontravam no condomínio. Sobre a entrada de energia: o condomínio é alimentado pela rede de baixa tensão da AMPLA, em 220V trifásico e protegido por um disjuntor com capacidade nominal de 200A. Todas as ações que se façam necessárias, relativas a parte elétrica, devem ser realizadas por profissionais de elétrica com experiência comprovada. 2 de 12
3 RESULTADO DA VISTORIA 1) Local: QUADRO DO DISJUNTOR DE ENTRADA Foram verificadas as seguintes irregularidades na instalação, conforme ilustrações a seguir. a) Irregularidade: Mesmo com uma placa de alerta na porta de entrada do local, o uso da área tem sido feito de forma inadequada. Ação a ser tomada: Para um melhor aproveitamento do local, fica como sugestão a sua divisão em dois outros, com entradas independentes, isolando fisicamente, assim, o quadro elétrico. Classificação do grau de risco: CRÍTICO (o acesso de pessoas não autorizadas, leigas e curiosas aonde se encontra o quadro elétrico, pode gerar problemas sérios a saúde delas, com possibilidade de morte). b) Irregularidade: O tamanho reduzido do quadro do disjuntor geral faz com que a curvatura dos cabos de entrada (dois por fase) fique muito forçada, gerando esforços mecânicos exagerados nos isoladores dos barramentos. A foto abaixo mostra os isoladores do barramento central quebrado. Com isto, a fase suportada por ele está perigosamente próxima de uma outra. Estes barramentos estão situados do lado da AMPLA. Ação a ser tomada: Um estudo técnico deve ser contratado para trocar os isoladores quebrados e, amenizar de alguma forma, os esforços mecânicos que eles estão submetidos, tornando a instalação mais segura. Uma mudança do arranjo interno ou a troca do quadro por outro maior também podem ser consideradas. Independentemente do que será feito em termos de melhorias, deve-se prever o aterramento da carcaça do quadro elétrico. Este serviço necessitará de solicitação, pelo condomínio a concessionária, do desligamento temporário da energia do prédio. Classificação do grau de risco: CRITICO (a quebra de qualquer isolador, somado as tensões mecânicas derivadas das curvaturas dos cabos, podem fazer com que haja curto-circuito entre fases ou entre fase e terra). 3 de 12
4 Dois cabos por fase Isoladores quebrados Proximidade 4 de 12
5 c) Irregularidade: Circuito estranho na saída do disjuntor geral. Ação a ser tomada: Identificá-lo, retirá-lo e relocá-lo para um quadro de distribuição existente, se for o caso. Classificação do grau de risco: CRÍTICO (o circuito não se encontra protegido pelo disjuntor de entrada, podendo, num caso de sobrecarga ou curto-circuito, provocar incêndio). Circuito estranho 2) Local: Quadros dos medidores (P.C.) Foram verificadas as seguintes necessidades de melhoria da instalação, conforme ilustrações a seguir. a) Irregularidade: Falta de identificação dos quadros e de alerta de perigo. Ação a ser tomada: Instalar uma das seções de cada porta dupla, placa com os dizeres REDE ELÉTRICA / PERIGO DE MORTE, ou outra com dizeres que alertem sobre o perigo da eletricidade. Classificação do grau de risco: CRÍTICO (independente das portas estarem fechadas com cadeados, é necessário que seja informado o perigo que estes quadros representam). 5 de 12
6 b) Irregularidade: Utilização de cabo inadequado de uma das fases, após o disjuntor do medidor, que provavelmente está sendo encaminhado ao quadro de distribuição do apartamento 904. Ação a ser tomada: Trocar o cabo paralelo por cabo apropriado para instalação predial. Classificação do grau de risco: REGULAR (utilizando cabo inadequado, a qualquer momento poderá ocorrer sua deterioração, interrompendo o fornecimento de energia elétrica ao apartamento). c) Irregularidade: Utilização de chave fusível. Ação a ser tomada: Trocar esta chave por disjuntor bipolar adequado. Classificação do grau de risco: CRÍTICO (a chave está instalada de forma correta, porém, é um modelo antigo e perigoso. No caso de ser desligada por um eletricista, para realização de manutenção no quadro elétrico do apartamento, esta poderá, pela ação da gravidade e trepidação, voltar a se fechar, pegando o profissional de surpresa e, colocar a sua vida em grave risco). 6 de 12
7 d) Irregularidade: Utilização de disjuntores monopolares (instalados após o medidor dos apartamentos). Ação a ser tomada: Trocar os disjuntores monopolares por disjuntor bipolar. Classificação do grau de risco: CRÍTICO (a troca é solicitada porque, no caso de ocorrência de uma falha, mesmo que monofásica, nos cabos que seguem após estes disjuntores ou no barramento do quadro elétrico dos apartamentos, ela possa ser isolada completamente. Este é um procedimento de segurança, principalmente no caso de necessidade de realização de manutenção no quadro. Caso apenas um dos disjuntores seja desligado e, o eletricista não perceba esta falha de manobra, sua vida poderá estar em grave risco. Um outro problema é a utilização de disjuntores monopolares com capacidade de corrente diferentes, como pode ser observado na foto abaixo. Um dos disjuntores é para 40A e o outro para 50A. Uma das fases está mal protegida ou a outra está superprotegida). 7 de 12
8 3) Local: QUADRA DE ESPORTES Foram verificadas as seguintes irregularidades da instalação, conforme ilustrações a seguir. a) Irregularidade: Disjuntor e tomada localizados em local não apropriado. Ação a ser tomada: Deslocar o disjuntor e a tomada para um local ao abrigo da chuva. Classificação do grau de risco: CRÍTICO (possibilidade de perda de sensibilidade pelo disjuntor; curto-circuito na tomada devido a ação da água). 8 de 12
9 4) Local: CASA DE MÁQUINAS Foram verificadas as seguintes necessidades de melhorias da instalação, conforme ilustrações a seguir. a) Necessidade de melhoria: Interruptor em mal estado. Ação a ser tomada: Troca deste interruptor por um novo, completo (com espelho). Classificação do grau de risco: MINIMO (sem risco - possibilidade apenas da perda de funcionalidade). b) Necessidade de melhoria: Instalação de luminária de teto. 9 de 12
10 Ação a ser tomada: Instalar a luminária presa na caixa de luz. Classificação do grau de risco: MINIMO (Não existe risco trata-se apenas de utilização do acessório de iluminação de forma correta). c) Necessidade de melhoria: Instalação do quadro solta da parede. Ação a ser tomada: Prendê-lo de forma correta e isolar os condutores nos locais onde não possuem isolação elétrica. Classificação do grau de risco: REGULAR (Mesmo em local de pouca circulação de pessoas, toda e qualquer fiação exposta apresenta risco a saúde e ao equipamento). 5) Local: SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS 10 de 12
11 Como o condomínio tem contrato de manutenção firmado com uma empresa, serão feitas aqui, apenas considerações, para que sejam levadas a ela e, desta forma, possam verificar se são pertinentes ou não. Conforme entendimento do último relatório da contratada, a instalação do para-raios foi realizada conforme Decreto 897, Capítulo XVII, Artigos 165 a 168 e normas vigentes (NBR 5419/2001). Seguem as considerações: Para que haja rastreabilidade de informação, o responsável pelo condomínio Luanda deve solicitar a empresa contratada, todos os relatórios de medição da resistência de aterramento, executados até o momento e, os que forem gerados futuramente, na vigência do contrato atual ou em contratos futuros; A empresa contratada se obriga, no Certificado de Responsabilidade e Garantia, a atender as normas vigentes na instalação dos para-raios, porém foram verificados desvios com relação a NBR-5419; Aparentemente, o cabo terra de descida não possui espaçadores com isoladores a cada 2m em todo o seu percurso, Consequentemente, o cabo não está afastado da parede do prédio por no mínimo 20cm, para que não gere centelhamento perigoso; Em alguns trechos é possível de se verificar que, outros cabos (provavelmente de antena), pegam carona na descida do cabo terra a partir do telhado do prédio; Aparentemente, o cabo terra de descida poderia ter um percurso mais otimizado e, consequentemente, menor comprimento. O cabo terra de descida não deveria estar atravessando, sem o uso de um tubo de material isolante, a laje de concreto da garagem; O cabo terra de descida não se encontra firmemente conectado a haste de aterramento. Possui apenas contato superficial com esta última (até onde se pode observar). Além disto, encontra-se embutido no piso de concreto, sem passar por caixa de inspeção; Não existe tubo de proteção em PVC na base do cabo e, por consequência, caixa de inspeção para testes; Pela altura aparente da haste (parte exposta), fica a dúvida de quanto de seu comprimento está efetivamente enterrado e, consequentemente, se a resistência de aterramento do sistema encontrase abaixo de 10 Ohms. Medidas devem ser realizadas para verificação (caso não tenham sido feitas); A seção mínima do cabo terra de descida, parece não estar de acordo com a seção mínima especificada para prédios com altura >20m, que seria de 35mm 2. encostado carona 11 de 12
12 Pela laje Amarração Sem tubo PVC Haste alta Cabo enterrado 12 de 12
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