Estudo Técnico nº 164/2014: Proposta de custeio da CAPESAÚDE 1
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1 Estudo Técnico nº 164/2014: Proposta de custeio da CAPESAÚDE 1 Subseção DIEESE CONDSEF Março de Este estudo foi elaborado pela Subseção do DIEESE na CONDSEF (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal) para subsidiar as discussões da Direção Executiva e suas entidades filiadas a respeito da nova forma de custeio do CAPESAÚDE da Caixa de Previdência e Assistência dos Servidores da Fundação Nacional de Saúde - CAPESESP.
2 SUBSEÇÃO DIEESE- CONDSEF SDS, Bloco L, N.º 30, 5º Andar Edifício Miguel Badya Brasília/DF Telefone / Fax (0xx61) Introdução O presente estudo tem por objetivo analisar alguns indicadores financeiros de custeio e receita dos planos de saúde de Assistência Básica, Assistência Superior e Assistência Executiva da CAPESAÚDE, vinculada à Caixa de Previdência e Assistência dos Servidores da Fundação Nacional de Saúde CAPESESP. Bem como apresentar alguns argumentos que não somente viabilizem a continuidade da existência da referida prestadora de serviço mas também garantam o equilíbrio financeiro e a permanência de seus associados, que em virtude das alterações, e consequente, revisão estrutural no custeio dos mesmos, ficou prejudicada. 2 - Histórico 2 A Capesesp - Caixa de Previdência e Assistência dos Servidores da Fundação Nacional de Saúde - é uma entidade fechada de previdência complementar patrocinada pela Fundação Nacional de Saúde - FUNASA, Ministério da Saúde - MS, Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, Universidade Federal de Goiás - UFGO, Universidade Federal de Pernambuco - UFPE e Universidade Federal de Campina Grande - UFCG. A Capesesp foi fundada no dia 18 de junho de Sua história começa com um ato de solidariedade, quando os servidores do antigo Serviço Especial de Saúde Pública se uniram para ajudar a família de um outro servidor que havia falecido em um acidente. Deste fato surgiu a ideia da formação de uma Caixa de Pecúlios para amparo às famílias na falta do servidor. Durante 27 anos a Capesesp permaneceu apenas como Caixa de Pecúlios. Em 1985, tornouse Entidade Fechada de Previdência Privada, passando a complementar os benefícios da Previdência Oficial, de acordo com a Lei n.º 6.435, de 15 de julho de Em dezembro de 1990, a Caixa passou a oferecer benefícios assistenciais, com a criação do plano de assistência médico-hospitalar - o CAPESAÚDE. 2 Retirado do sítio da entidade ( em 17/03/
3 Ainda de acordo com informações da própria entidade sua Missão seria oferecer serviços assistenciais e previdenciários, de excelência, que proporcionem bem-estar no presente e tranquilidade no futuro; e Solidariedade, entre outros, continua sendo um dos Valores que sustentam a entidade. 3 Contexto Desde a criação do CAPESAÚDE a contribuição dos associados, referente ao seu núcleo familiar (cônjuge e dependentes naturais), para a assistência básica do Plano, tem como critério de custeio a faixa de remuneração recebida pelo titular e o número de beneficiários atendidos, mantendo assim o princípio da solidariedade em seu padrão de financiamento, a partir do qual os titulares com maior capacidade financeira contribuem mais para que os titulares com menor capacidade de pagamento também tenham acesso aos serviços de saúde oferecidos pelo Plano. Portanto a proposta apresentada neste estudo considera que o plano de custeio deve manter o formato original que considera as diferentes faixas de remuneração e o número de beneficiários em sua estrutura primando, assim, pelo princípio da solidariedade e entendendo que os beneficiários mais jovens também envelhecerão com o tempo. Além disso, sabe-se que, o envelhecimento do quadro de associados não está relacionado ao formato da tabela de custeio da entidade mas, sim, ao próprio perfil da categoria, especificamente, como das demais categorias do Serviço Público no Brasil, quando por vários anos se adiou ao máximo, e vem se adiando sempre que possível, a renovação e a ampliação do quadro de servidores por meio de concursos públicos. Outro fator importante diz respeito ao déficit do CAPESAÚDE apresentado e que se agravou recentemente. Apesar de reconhecer o problema esta proposta não pretende equacioná-lo completamente neste momento por entender que se trata de um assunto que deverá ser debatido e negociado com todos o participantes do processo na elaboração de uma proposta que não somente assegure sustentabilidade financeira estrutural, bem como encontre fontes alternativas de financiamento, e que não onere ou sobrecarregue somente os titulares, mas que o ônus seja de fato distribuído entre as partes, prevendo, inclusive, programas de contrapartida de redução de custos administrativos dos Planos. 2
4 Importante considerar, também, que há concentração de beneficiários significativa nas faixas entre 0 e 18 anos, sendo boa parte destes dependentes naturais, e 59 anos ou mais, sendo parcela grande de aposentados. Assim, a nova forma de custeio, proposta recentemente pela CAPESESP, passou a comprometer parte considerável da renda dos trabalhadores, e mais ainda dos aposentados em função da redução na remuneração total dos mesmos quando aposentam, podendo inclusive inviabilizar o plano. 4 Proposta de Custeio A proposta apresentada visa assegurar, neste momento, a sustentação ao menos das despesas mensais com um reajuste que seja compatível com a estrutura remuneratória dos titulares. Com base no estudo 3 efetuado e apresentado por uma empresa independente, especializada em estatística e atuária, e que recebeu orientação da Direção da CAPESESP, a despesa média mensal efetiva de cada plano explicitada na tabela 01. TABELA 01 Despesa Total Mensal Média Estimada De acordo com o estudo apresentado a despesa média mensal projetada, dos três planos, é de R$ 36,83 milhões. Acrescentando-se a esse custo um gasto adicional para constituição de fundo de reserva para cobertura da Margem de Solvência, obrigação exigida pela ANS (Agência 3 Relatório Final RN/Capesesp nº008, de Avaliação Atuarial de Plano Assistencial, disponibilizado pelo Conselho da Capesesp. 3
5 Nacional de Saúde Suplementar) a partir de janeiro/2014, e os valores referentes à negociação com a rede de prestadores temos uma despesa total mensal projetada de R$ 39,66 milhões. Já deduzidos, inclusive, os valores de coparticipação pagos pelos beneficiários de acordo com as regras previstas. Ainda de acordo com as informações fornecidas pela Direção da Capesesp a receita de janeiro de 2014 foi de R$ 35,22 milhões distribuídas da seguinte forma: Patrocinadoras R$ ,00; Beneficiários R$ ,00; e Outros R$ ,00 Se levarmos em consideração o indicador calculado pelo IBGE, no caso, o IPCA 4, é possível também desagregar as informações por grupo de despesas, assim como por subgrupo, item e subitem (ver tabela 02). TABELA 02 Variação do grupo Serviços de Saúde e do subgrupo e itens do IPCA - IBGE no período de Janeiro de 2012 a Fevereiro de 2014 Indicadores Variação dos indicadores no período (em %) Índice Geral 13,49 Serviços de saúde (subgrupo) 19,68 Plano de Saúde (item) 18,90 Fonte: IBGE. Elaboração: Subseção do DIEESE na CONDSEF. Aplicando o índice de correção do item Plano de Saúde do IPCA-IBGE acumulado de janeiro de 2012 a fevereiro de 2014, considerando que não houve reajuste na tabela de contribuição neste período, a receita proveniente dos beneficiários passaria a ser de R$ ,23, como as demais fontes de receita não serão reajustadas no momento, a receita média mensal estimada seria de R$ ,23. 4 O Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor SNIPC, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE, efetua a produção contínua e sistemática de índices de preços ao consumidor, tendo como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, concessionária de serviços públicos e domicílios (para levantamento de aluguel e condomínio). A população-objetivo do IPCA abrange as famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 (hum) e 40 (quarenta) salários-mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos, e residentes nas áreas urbanas das regiões. 4
6 O saldo final mensal ainda assim ficaria em R$ ,78 negativo. Porém como houve uma migração significativa de beneficiários dos Planos Superior e Executivo para o Plano Básico, cujo custo é menor, é possível que a receita estimada cubra a despesa total. Ressalta-se, ainda, que o déficit do CAPESAÚDE, vem se acumulando já há bastante tempo e portanto a proposta para reverter este quadro também deve ser diluída ao longo do tempo, não sendo plausível um reajuste que modifique esta realidade em poucos meses, apesar de se compreender a necessidade e urgência de se reverter este quadro. Além disso a projeção de despesa total estimada prevê a negociação com os prestadores de serviço. 5
7 5 Anexos TABELA 03 Plano de Custeio Plano CAPESESP Assistência Básica Valores de Contribuição Mensal com reajuste linear de 18,90% Março de 2014 Elaboração: SS do DIEESE na Condsef TABELA 04 Impacto na Remuneração Diferença em reais Valores de Contribuição Mensal com reajuste linear de 18,90% Março de 2014 Elaboração: SS do DIEESE na Condsef TABELA 05 Valores per capita relativos à participação da União no custeio da assistência à saúde suplementar do servidor e demais beneficiários do Poder Executivo a partir de 1º de janeiro de ou + Fonte: Portaria MPOG nº 625, de 21/12/
8 DIEESE Direção Executiva 2014 Presidente: Antônio de Sousa Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas Mecânicas e de Material Elétrico de Osasco e Região - SP Secretária Executiva: Zenaide Honório APEOESP Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo - SP Vice Presidente: Alberto Soares da Silva Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Energia Elétrica de Campinas - SP Diretor Executivo: Alceu Luiz dos Santos Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas de Máquinas Mecânicas de Material Elétrico de Veículos e Peças Automotivas da Grande Curitiba - PR Diretor Executivo: Josinaldo José de Barros Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas Mecânicas e de Materiais Elétric de Guarulhos Arujá Mairiporã e Santa Isabel - SP Diretor Executivo: José Carlos Souza Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Energia Elétrica de São Paulo - SP Diretor Executivo: Luis Carlos de Oliveira Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas Mecânicas e de Material Elétrico de São Paulo Mogi das Cruzes e Região - SP Diretora Executiva: Mara Luzia Feltes Sindicato dos Empregados em Empresas de Assessoramentos Perícias Informações Pesquisas e de Fundações Estaduais do Rio Grande do Sul - RS Diretora Executiva: Maria das Graças de Oliveira Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Estado de Pernambuco - PE Diretora Executiva: Marta Soares dos Santos Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de São Paulo Osasco e Região - SP Diretor Executivo: Paulo de Tarso Guedes de Brito Costa Sindicato dos Eletricitários da Bahia - BA Diretor Executivo: Roberto Alves da Silva Federação dos Trabalhadores em Serviços de Asseio e Conservação Ambiental Urbana e Áreas Verdes do Estado de São Paulo - SP Diretor Executivo: Ângelo Maximo de Oliveira Pinho Sindicato dos Metalúrgicos do ABC - SP CONDSEF Direção Executiva 2014/2017 Sérgio Ronaldo da Silva - DF Secretaria Geral Josemilton Maurício da Costa RJ Secretaria de Administração Pedro Armengol de Souza - PI Secretaria de Finanças Luís Cláudio de Santana - RJ Secretaria de Imprensa e Comunicação Maria Aparecida Silva Rodrigues - RO Secretaria de Assuntos Jurídicos, Parlamentares e de Classe Edvaldo Andrade Pitanga BA Secretaria de Política Sindical e Formação Luís Carlos de Alencar Macedo - CE Secretaria de Relações Internacionais Cleusa Maria Cassiano - DF Secretaria de Aposentados e Pensionistas Jussara Griffo - MG Secretaria de Políticas Públicas e Social Neide Rocha Cunha Solimões PA Secretaria de Movimentos Sociais Erilza Galvão dos Santos - BA Secretaria de Gênero Raças e Etnias Equipe técnica que elaborou esse estudo: Alessandra de Moura Cadamuro (Subseção CONDSEF) Max Leno de Almeida (Revisão) Direção técnica Diretor técnico: Clemente Ganz Lúcio Coordenadora executiva: Patrícia Pelatieri Coordenadora administrativa e financeira: Rosana de Freitas Coordenador de educação: Nelson de Chueri Karam Coordenador de relações sindicais: José Silvestre Prado de Oliveira Coordenador de atendimento técnico sindical: Airton Santos Coordenadora de estudos e desenvolvimento: Angela M Schwengber Escritório do DIEESE-DF Max Leno de Almeida - Supervisor técnico 7
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