A ARTE RUPESTRE NA ÁREA ARQUEOLÓGICA DE SERRA NEGRA: ESTUDOS CRONOESTILÍSTICOS DO SÍTIO AMAROS 01 E SEU REPERTÓRIO CULTURAL, ITAMARANDIBA, MG
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- Juan Gesser Peixoto
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1 A ARTE RUPESTRE NA ÁREA ARQUEOLÓGICA DE SERRA NEGRA: ESTUDOS CRONOESTILÍSTICOS DO SÍTIO AMAROS 01 E SEU REPERTÓRIO CULTURAL, ITAMARANDIBA, MG FERREIRA, MATEUS (1); FAGUNDES, MARCELO (2) 1. Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Laboratório de Arqueologia e Estudo da Paisagem (LAEP/UFVJM) Rua da Glória, 181, Prédio da Biblioteca, Campus I, Centro, Diamantina. CEP: mateus.amme@hotmail.com 2. Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Laboratório de Arqueologia e Estudo da Paisagem (LAEP/UFVJM) Rua da Glória, 181, Prédio da Biblioteca, Campus I, Centro, Diamantina. CEP: marcelofagundes.arqueologia@gmail.com RESUMO O sítio Amaros 01 está localizado na Área Arqueológica de Serra Negra, Complexo do Ambrósio, em terras do município de Itamarandiba, MG. Trata-se de uma área no alto vale do rio Araçuaí, na borda leste da Serra do Espinhaço, onde foram identificados setenta sítios arqueológicos. É uma área com alto potencial arqueológico, sobretudo no que tange os sítios com presença de painéis rupestres, apresentando grande variabilidade quando comparada aos sítios da região de Diamantina, por exemplo. O objetivo deste trabalho é apresentar os resultados parciais da Iniciação Científica em Arqueologia Pré-Histórica, com tema principal a arte rupestre regional com ênfase no estudo cronoestilístico. O sítio Amaros 01 apresenta vários painéis rupestres, sendo mais comuns as figurações filiadas à Tradição Planalto, entretanto um deles apresenta quatro figurações típicas da Tradição Agreste (antropomorfos com mais de dois metros de comprimento), comum na região Nordeste do Brasil. A metodologia utilizada no desenvolvimento da pesquisa no sítio Amaros 01, consiste em: a) Levantamento bibliográfico sobre o tema; b) entrevistas com os moradores para identificação de outros sítios na região; c) Diversas campanhas ao sítio arqueológico para inventários fotográficos, em diferentes estações do ano e horários diferenciados do dia; d) Inventário de imagens, constituídos por fotografias com diversos aparelhos, filmagem total do painel rupestre; e) Decalque em Plástico, f) Preenchimento de uma ficha de análise de arte rupestre, abordando diferentes categorias que serão trabalhadas posteriormente em laboratório; f) Tratamento das imagens para criação de pranchas explicativas por meio digital utilizando diversos softwares (Corel Draw, g) Descrição e análise minuciosa dos fatores interferentes ao sítio (geologia, hidrografia, vegetação, clima, animais, etc.). Até o presente momento os resultados são parciais, mas já se pode inferir que os painéis rupestres do sítio Amaros 01 são riquíssimos em informações, uma vez que apresenta figurações em estilos diferentes da maioria dos sítios regionais. Espera-se, assim, criar um banco de dados com as principais características cronoestilísticas das pinturas rupestres desse sítio, cooperando assim para a compreensão da arte rupestre regional e possibilitando um melhor entendimento da associação entre Tradições, uma vez que, seus respectivos autores respeitaram o espaço, sendo visível que não houve a sobreposição de Tradições. Palavras-chave: Arqueologia. Arte rupestre. Vale do Jequitinhonha. II CONINTER Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades Belo Horizonte, de 8 a 11 de outubro de 2013
2 1. INTRODUÇÃO A ÁREA ARQUEOLÓGICA DE SERRA NEGRA A Área Arqueológica de Serra Negra está localizada a nordeste de Minas Gerais, assentada nos domínios da Província de Mantiqueira, exatamente no limite entre o Cráton do São Francisco e a Faixa Araçuaí, cuja expressão local é a Cordilheira do Espinhaço Meridional, modeladas por rochas da unidade Super Grupo Espinhaço de idade Paleo/mesoproterozóico (Fagundes et al, 2012a, 2012b). A maior parte da área de pesquisa encontra-se inserida nos domínios do Grupo Guanhães - Formação Serra Negra, dominantemente constituída por Unidades do embasamento (gnaisses), de idade Arqueana. Em todo caso, tanto na porção NE quanto SE da área, são os quartzitos que marcam as elevadas serras alinhadas no sentido NW-SE e que atingem seu ponto culminante no Pico Pedra Menina (1.595m). Justamente a Serra de Pedra Menina, associada às Serras do Ambrósio e Dois Irmãos estabelecem um quebra-forte entre a vertente do rio Jequitinhonha e do rio Doce. Logo, a leste têm-se os formadores da bacia do Doce e a oeste do Jequitinhonha. Arqueologicamente, sobretudo a partir dos preceitos aqui utilizados referentes à Arqueologia da Paisagem, esta é uma característica cara para a compreensão de como as populações pré-coloniais se estabeleceram e utilizaram o ambiente. No que se refere à cobertura vegetal regional, pode-se afirmar que há um mosaico, representado tanto pelos biomas do Cerrado (a oeste) e de Mata Atlântica (a leste), o caracteriza a área como um ecótono. Segundo Pacheco (2012), o cerrado e a caatinga são os domínios biográficos brasileiros com maior sazonalidade, isto é, apresenta marcadores bem distintos, com considerável heterogeneidade ecológica e fitoecológica. Tanto em suas fronteiras, quanto em seus limites com a mata atlântica (Floresta Estacional Semidecidual), estes domínios constituem os ecótonos. Os ecótonos são área de transição e, justamente por isso, apresentam uma grande diversidade de variedades que pertencem a distintos biomas e nichos ecológicos. Estas áreas, por sua vez, apresentam atrativos às ocupações humanas, uma vez que permitem a possibilidade de exploração de recursos diferenciados. Portanto, são zonas de transição, com manchas de diferentes ambientes, tais como florestas e pastagens formando gradientes com espécies de biomas diferenciados, além de ser marcante a presença de outras endêmicas (Pacheco, 2012). Na letra de Pacheco (2012): A extensão e a quantidade de áreas florestais (especialmente as zonas úmidas) dentro dos ecótonos de cerrado e caatinga variam de região para região. No entanto, mesmo perfazendo uma pequena área, estas florestas úmidas locais são consideradas, por alguns pesquisadores, responsáveis pelo encontro de mamíferos (e.g. roedores) e anuros (e.g. sapos) adaptados
3 à floresta, e outros táxons, como lepdosaurídeos (e.g. lacertílios) adaptados a áreas abertas de cerrado e caatinga, muitas vezes fazendo uso de mata fechada durante os eventos de forrageamento, estação seca e/ou tempo de queima (natural e/ou antropogênico). Para os eventos humanos de subsistência, um ecótono traz possibilidades ímpares, inclusive permitindo a previsibilidade para caça e coleta, indicando rede de trânsito entre os domínios biogeográficos que podem ser mapeadas arqueologicamente, possibilitando a elaboração de modelos de uso e ocupação do espaço demarcado temporalmente. Logo, itens importantes à pesquisa arqueológica podem ser respondidos, ou pelo menos inferidos, tais como estratégias de caça e coleta (subsistência), uso de recursos, processos de estabelecimento (padrões de assentamento), identificação de tipos de sítios arqueológicos e os próprios processos formativos (Binford, 1980, 1982). Mudanças ambientais, via estudos paleoambientais, são também estratégias interessantes ao estudo arqueológico. Por exemplo, segundo Horak et al (2011 apud Fagundes et al, 2012a), ao estudar mudanças ambientais Quaternárias em uma turfeira da Serra do Espinhaço Meridional, os autores obtiveram evidências claras que em aproximadamente anos AP e após 430 anos A.P., o clima regional passou por mudanças bruscas, ficando muito mais seco do que o atual. Para Fagundes et al (2012), os indicativos desta seca nos períodos supracitados pode indicar o porquê a Área de Serra Negra, marcadamente pela presença do ecótono, teve seu ápice ocupacional entre 800 e 200 anos A.P (aproximadamente). Entretanto, só com novas escavações e o estabelecimento de cronologias absolutas, principalmente na vertente do rio Doce, poderá informar de maneira mais assertiva as hipóteses levantadas. Em todo caso, a possibilidade de exploração de domínios biogeográficos distintos certamente é um diferencial importante a ser explorado nas pesquisas arqueológicas da área em pauta. Em termos hidrográficos, a área está inserida em duas bacias federais: Jequitinhonha e Doce. Entretanto, o curso d água mais importante é o rio Araçuaí, sendo nas bacias de seus afluentes os locais onde os sítios estão implantados prioritariamente, sobretudo nas nascentes destes tributários. Destes últimos, o mais importante é o ribeirão Itanguá que margeia o Complexo Arqueológico Campo das Flores, local que até então foram identificados 21 sítios arqueológicos, na maioria de arte rupestre filiada à Tradição Planalto, mas havendo grafismos associados também às Tradições Nordeste e Agreste (Leite, 2012). A Área Arqueológica de Serra Negra está constituída por três Complexos Arqueológicos (Serra do Ambrósio, Campo das Flores e Felício dos Santos). Por Complexo Arqueológico se entende uma assembleia de sítios implantados em um determinado domínio biogeográfico e,
4 portanto, apresenta características geoambientais semelhantes, somada ao repertório cultural, sistema de implantação de assentamento (sejam aldeias a céu aberto ou abrigos, sítios de ocupação semipermanente ou temporária), sobretudo vinculado ao conceito de lugares persistentes (Schalanger, 1992). A soma de vários Complexos forma uma Área Arqueológica que, além de compartilhar características semelhantes, possui indicadores de uma rede de trânsito entre o grupo (ou mesmo grupo) que divide um determinado território. Cabe destacar que, de forma alguma, utilizam-se os conceitos de etnicidade ou identidade na definição de Complexo ou Área. Com isso não se refuta esta possibilidade que, quiçá, poderão ser inseridas do decorrer da pesquisa, com o aumento na quantidade de dados e suas futuras interpretações. Dos sítios componentes dos Complexos, a grande maioria são abrigos sob rocha (quartzítica), com presença de painéis com mais variados grafismos rupestres, como será discutido a frente. Os sítios a céu aberto, que devem existir, ainda não foram evidenciados. Entretanto, parte-se do princípio que o ápice de ocupações regionais deve estar relacionado aos grupos de caçadores-coletores nômades, porém, por enquanto trabalhamos no nível de hipótese. Esse trabalho tem como objetivo é apresentar os resultados da Iniciação Científica em Pré-História Geral, que teve como foco os painéis rupestres do sítio Amaros 01, localizado em terras do município de Itamarandiba, MG. A intenção era classificar as figurações rupestres por meio de diferentes metodologias, em campo e laboratório, de modo que se pudesse compreender as técnicas utilizadas pelo pintor, tintas, disposição das figurações nos painéis, escolha do abrigo, bem como suas relações sincrônicas e diacrônicas. 2. O SÍTIO AMAROS 01 O sítio Amaros 01 está localizado na Área Arqueológica de Serra Negra, Complexo do Ambrósio, em terras do município de Itamarandiba, MG. Trata-se de uma área no alto vale do rio Araçuaí, na borda leste da Serra do Espinhaço. Trata-se de uma área com alto potencial arqueológico, sobretudo no que tange os sítios com presença de painéis rupestres, que apresenta grande variabilidade quando comparada aos sítios da região de Diamantina, por exemplo. O sítio arqueológico foi identificado pela equipe do Laboratório de Arqueologia e Estudo da Paisagem da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (LAEP/UFVJM), em 2011 e, desde então, diferentes campanhas de campo têm sido realizadas como meio de gestão desse patrimônio. Está constituído por vários painéis rupestres, a grande maioria filiada à tradição Planalto, mas há um deles, em especial, que contra com quatro grandes antropomorfos que remete aos existentes em sítios da região nordeste do Brasil e filiados à tradição Agreste.
5 Figura 01 Localização dos sítios arqueológicos do Complexo Serra do Ambrósio. LAEP/ METODOLOGIA DA PESQUISA A Metodologia utilizada no desenvolvimento da pesquisa no sítio Amaros 01, consiste em: I) Levantamento bibliográfico local e regional sobre o tema; II) Diálogo com os moradores regionais próximo a localização do sítio; III) Diversas campanhas ao sítio arqueológico, a fim de disponibilizar dados acerca das características ambientais e culturais do sítio arqueológico; IV) Inventário de imagens, constituídos por fotografias com diversos aparelhos, filmagem total do painel rupestre; V) Decalque em Plástico, por causa eficácia visual momentânea, sendo melhor analisado depois em laboratório; VI) Preenchimento de uma ficha de análise de arte rupestre realizado em todos sítios arqueológicos por nós encontrados; VII) Tratamento das imagens para criação de pranchas explicativas por meio digital utilizando diversos softwares (Corel Draw, Photoshop) e até mesmo aplicativo on line próprio para arte rupestre ( VIII) Descrição e análise minuciosa dos fatores interferentes ao sítio (geologia, geomorfologia, hidrografia, vegetação, clima, animais, etc.).
6 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Até o presente momento os resultados são parciais, uma vez que a pesquisa encontra-se em andamento, mas já se pode inferir que os painéis rupestres do sítio Amaros 01 são riquíssimos em informações, uma vez que apresenta figurações em estilos diferentes da maioria dos sítios regionais. Espera-se, assim, criar um banco de dados com as principais características cronoestilísticas das pinturas rupestres desse sítio, cooperando assim para a compreensão da arte rupestre regional e possibilitando um melhor entendimento da associação entre Tradições, uma vez que, seus respectivos autores respeitaram o espaço, sendo visível que não houve a sobreposição de Tradições. Ao realizar todas as etapas da metodologia, elaborou-se um quadro de figurações, contabilizando todas das pinturas encontradas e classificando-as de acordo com sua tradição ou grupo rupestre. FIGURAÇÕES QUANTIDADE PORCENTAGEM (%) Antropomorfos 5 10% Cervídeos 8 16% Peixes 8 16% Aves 0 0% Mamíferos 1 2% Geométricos 0 0% Traços Aleatórios 7 14% Não Identificados 7 14% Pichações 14 28% Total de figuras % Quadro 01 Número de figurações rupestres do sítio Amaros 01. FERREIRA/2013. Como se pode perceber, o Sítio Amaros 01 possui trinta e seis figurações pré-históricas, além de quatorze pichações. O alto grau de perturbação antrópica do sítio se deve à sua exposição rupestre, uma vez que está localizado às margens de uma estrada secundária que liga as cidades de Senador Modestino Gonçalves e Itamarandiba, por onde o fluxo de pessoas é alto, tanto automóvel quanto moradores das proximidades a pé fazem esse percurso. As figurações rupestres são vistas simplesmente passando pela estrada, o que facilita o trabalho de ações antrópicas que têm mutilado o sítio arqueológico. Ações naturais também são observadas, como insetos (cupins, abelhas, maribondos, maria-pobre, entre outros), desplacamento da rocha e exposição à chuva.
7 Figuras 02 e 03 Vista geral e frontal do sítio Amaros 01. LAEP/ Se tratando das pinturas rupestres, pode-se observar certa padronização do painel, variando pouco o número de figurações por estilo. Há um grande número de cervídeos, peixes e traços aleatórios o que se caracteriza Tradição Planalto, mas o repertório cultural do sítio também possui um número significativos de grandes antropomorfos (quatro no total), que podem estar associados à Tradição Agreste, além de outras figuras de difícil identificação, ou não identificação. (Conforme quadro 02). TRADIÇÕES QUANTIDADE PORCENTAGEM (%) Planalto 32 64% Agreste 4 8% Não Identificado 14 28% Total de figuras % Quadro 02 Tradições arqueológicas do sítio rupestre Amaros 01. FERREIRA/2013. Nos painéis do sítio Amaros 01 há predominância da Tradição Planalto, o que era de se esperar uma vez que está Tradição é muito comum em Minas Gerais. Uma pequena parcela das figurações é atribuível à Tradição Agreste, totalizando 8%. De qualquer forma, o fato da presença deste estilo na região é um dado extremamente importante, uma vez que permite diferentes especulações a serem investigadas pela pesquisa arqueológica, dentre elas: trata-se de um único estilo ou realmente há duas tradições arqueológicas? Os painéis são contemporâneos? Há diferenças culturais nos painéis observados no sítio Amaros 01? As Tradições rupestre tendem a seguir uma padronização nas cores, o que foi observado em vários sítio rupestres regionais, sendo mais comum a utilização da tonalidade vermelha nas pinturas associadas a Tradição Planalto e também a Tradição Agreste (Quadro 03).
8 CORES QUANTIDADE PORCENTAGEM (%) Vermelho 35 70% Amarelo 2 4% Preto 13 26% Total de figuras % Quadro 03 Cores encontradas nas figurações rupestres do sítio Amaros 01. FERREIRA/2013. Como se pode perceber, a utilização da tonalidade vermelha sobressai em relação aos outros, somando cerca de 70%, o que é comum nas pinturas rupestres associadas a Tradição Planalto em Diamantina e região (Linke, 2008). Os painéis rupestres do sítio Amaros 01 possuem grande diversidade de grafismos, tanto em relação ao modo de grafar, quanto as mais diversas tradições e estilos utilizados pelos pintores. O estudo de Vanessa Linke (2008) buscou entender essa padronização utilizada pelos pintores no momento de grafar. Seguindo essa linha de raciocínio, este trabalho buscou dar continuar a essa padronização. Figura 04 Tipologia das figurações rupestres do sítio Amaros 01. FERREIRA/2013.
9 5. CONSIDERAÇÕES O sítio arqueológico Amaros 01 tem como principal fonte de discussão até o momento os diferentes painéis rupestres evidenciados. Assim, trata-se de um importante sítio arqueológico pré-colonial, porém que corre risco eminente de destruição em função à sua exposição às práticas de vandalismo. Está constituído por trinta e seis figurações rupestres, sendo que a maioria filiada à Tradição Planalto, comum no centro mineiro e marcada, majoritariamente, pela presença de figuras vermelhas, geralmente ocorrendo a associação cervídeos e peixes. Outros mamíferos, bem como antropomorfos, são observados, porém em menor número. Esta máxima é observada no Amaros 01. Além disso, pode-se observar a presença de quatro grandes antropomorfos que se caracterizam estilisticamente aos evidenciados em sítios comuns na região nordeste do Brasil, na chamada Tradição Agreste. Justamente a pesquisa busca entender os diferentes estilos da arte rupestres regional, bem como discutir se realmente há duas tradições rupestres, ou se trata de uma única, com representações diferenciadas do que se tem observado em Minas Gerais. Para tanto, novas campanhas de pesquisa foram programadas para se observadas novas variáveis, tais como tipo de tinta, espessura do traço, técnicas da pintura, etc., para que, dessa forma, se obtenham dados mais assertivos. REFERÊNCIAS BINFORD, Lewis. R Willow Smoke and Dogs' Tails: Hunter-Gatherer Settlement Systems and Archaeological Site Formation. American Antiquity, 45 (01), pp BINFORD, Lewis. R Mobility, Housing, and Environment: A Comparative Study. Journal of Anthropological Research, 46 (02), pp FAGUNDES, Marcelo et al. 2012a. Implicações Geológicas e Ecológicas para Assentamentos Humanos Pretéritos Estudo de Caso no Complexo Arqueológico Campo das Flores, Área Arqueológica de Serra Negra, Vale do Araçuaí, Minas Gerais. Revista Espinhaço, 1(1), pp Disponível em: FAGUNDES, Marcelo; LARA, Lucas Lara; LEITE, Valdiney A b. Paisagem cultural da área arqueológica de Serra Negra, Vale do Araçuaí-MG: os sítios do complexo arqueológico Campo das Flores, municípios de Senador Modestino Gonçalves e Itamarandiba. Tarairiú Revista Eletrônica do Laboratório de Arqueologia e Paleontologia da UEPB, 01 (05), pp Disponível em: LEITE, Valdiney A Estudo Diacrônico-Estilístico da Arte Rupestre do Sítio Itanguá 06, Complexo Arqueológico Campo das Flores, Vale Do Araçuaí, Minas Gerais. Trabalho de Conclusão de Curso.
10 Diamantina, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Bacharelado em Humanidades. LINKE, Vanessa Paisagem dos sítios de arte rupestre da região de Diamantina. Dissertação de Mestrado. Belo Horizonte, Universidade Federal de Minas Gerais. LINKE, Vanessa; ISNARDIS, Andrei Concepções estéticas dos conjuntos gráficos da tradição planalto, na região de Diamantina (Brasil Central). Revista de Arqueologia, 21: PACHECO, Mirian L. F Caracterização geoambiental do Complexo Arqueológico Campo das Flores. IN: FAGUNDES, Marcelo. Projeto Arqueológico Alto Jequitinhonha Relatório Diamantina-MG: LAEP/UFVJM, IPHAN/MG. SCHLANGER, S Recognizing persistent places in Anasazi settlement systems. IN: ROSSIGNOL & WANDSNIDER. Space, time, and archaeological landscapes. New York and London, Plenum Press, pp
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