MASSA FALIDA DO BANCO BVA

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1 MASSA FALIDA DO BANCO BVA fls EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DE FALÊNCIAS E RECUPERAÇÕES JUDICIAIS DA COMARCA DE SÃO PAULO- SP Processo nº ALVAREZ & MARSAL CONSULTORIA EMPRESARIAL DO BRASIL LTDA., Administradora Judicial nomeada nos autos da Falência do BANCO BVA S/A, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, expor e requerer o quanto segue: RENOVAÇÃO DOS HONORÁRIOS DA ADMINISTRADORA JUDICIAL 1. A Alvarez & Marsal teve a honra e a oportunidade de ser nomeada por este D. Juízo para o cargo de administradora judicial da falência do Banco BVA e vem exercendo este mister desde o decreto de quebra, ocorrido em setembro de

2 fls Este D. Juízo, confiando na capacidade da Alvarez & Marsal, houve por bem arbitrar, em 08 de abril de 2015, honorários provisórios para o exercício da função, anotando que o valor dos honorários mensais deve ser estabelecido por períodos determinados, ao final do qual o trabalho realizado deverá ser analisado, apurando-se os benefícios trazidos aos credores pela atuação do administrador judicial e refazendo-se um juízo de custo/benefício, a fim de se concluir pela justeza do novo valor remuneratório para o período subsequente, que será estipulado à luz da nova realidade do processo. 3. Na mesma r. decisão, este D. Juízo ainda anotou que o mérito do trabalho do administrador judicial e os resultados demonstrados em razão de sua atuação determinarão a fixação do valor de seus honorários para o período subsequente, respeitados os limites legais. 4. Sob tais premissas, e considerando as informações econômico-financeiras que foram então apresentadas pela Administradora Judicial na oportunidade, os honorários provisórios foram arbitrados no montante de R$ ,00 (trezentos e setenta mil reais) por mês, para o período de setembro de 2014 a setembro de Em face da aproximação do final desse primeiro período e dada a sensibilidade da matéria, a Administradora Judicial entende ser apropriada a apresentação a Vossa Excelência de suas considerações acerca da fixação dos honorários provisórios para o próximo período, partindo das mesmas premissas da r. decisão de 08 de abril, ou seja, com ênfase nos resultados atingidos pela Administradora Judicial. 6. Como se pode verificar das prestações de contas juntadas aos autos, a Administradora Judicial tem cumprido seu múnus de maneira zelosa e competente, contando com a atuação de diversos profissionais administradores, economistas, engenheiros, advogados, etc. para que a gestão se dê de forma organizada, técnica e racional. 7. A seguir a Administradora Judicial passa a delinear os avanços de gestão alcançados no período. 2

3 fls (i) Redução de gastos com pessoal 8. As despesas com pessoal foram reduzidas de R$ ,87 (quatrocentos e oitenta e sete mil setecentos e dezessete reais e oitenta e sete centavos) em agosto de 2014 (mês anterior à entrada desta AJ na MF) para R$ ,25 (cento e trinta e nove mil oitocentos e dezenove reais e vinte e cinco centavos) em julho de 2015, gerando uma economia mensal de R$ ,62 (trezentos e quarenta e sete mil oitocentos e noventa e oito reais e sessenta e dois centavos) somente nesta rubrica. 9. Desde o início do processo falimentar, a Administradora Judicial tem informado a este D. Juízo acerca da necessidade de redução nas despesas da MFBVA, tendo tomado todas as providências para implementar essa política da forma racional e socialmente responsável, observando também a necessidade de se manter as informações indispensáveis à condução do processo falimentar. 10. Assim sendo, após analisar o quadro de funcionários da MFBVA, a Administradora Judicial promoveu desligamentos de funcionários, conforme já reportado nestes autos, cumprindo com as obrigações legais, o que representou a redução de pessoal de 36 (trinta e seis) para 14 (quatorze) pessoas, estando 3 (três) desses funcionários afastados. 11. Apesar de relevante, a redução de pessoal foi realizada de forma racional para não prejudicar o bom andamento dos trabalhos realizados pela Administradora Judicial. (ii) Redução de despesas 12. As prestações de contas mensais da Administradora Judicial revelam que a redução de gastos com pessoal foi acompanhada de uma redução das despesas referentes às atividades desenvolvidas pela Administradora em prol da Massa Falida. 3

4 fls Dentre várias medidas adotadas, a Administradora Judicial encerrou a locação de um dos andares anteriormente ocupados pelo Banco BVA Em Liquidação Extrajudicial na Alameda Santos, nº 2.335, concentrando as atividades em apenas um pavimento. 14. É de se destacar, no entanto, que a MFBVA é obrigada a despender recursos importantes na guarda e manutenção de determinados ativos, além de alguns custos fixos como condomínio, tarifas de utilidades públicas e custos associados a imóveis que compõem o seu ativo, Serasa (serviço essencial para a recuperação de créditos), manutenção e conservação de bens e serviços de vigilância para proteger alguns dos imóveis. 15. As despesas totais da MFBVA foram reduzidas, já desconsiderando gastos não recorrentes de rescisões contratuais de funcionários e parcelamentos de impostos, de uma média mensal de R$ ,61 (dois milhões trinta e cinco mil setecentos e treze reais e sessenta e um centavos) de janeiro a agosto de 2014 para gastos de R$ ,02 (novecentos e trinta e três mil seiscentos e setenta e seis reais e dois centavos) em julho de 2015, ou seja, foi atingida uma economia mensal de cerca de R$ ,59 (um milhão cento e dois mil e trinta e sete reais e cinquenta e nove centavos) em menos de um ano de trabalho. 16. Note, Excelência, que o volume de redução de despesas não implicou prejuízo à MFBVA e, consequentemente, aos credores. A maior prova disso é que a gestão em curso somente fez aumentar os recursos em caixa, seja por meio da otimização na alocação dos recursos disponíveis, seja por meio da política de recuperação de créditos. 17. Nessa linha, a Administradora Judicial informa que em setembro de 2014 a MFBVA tinha em caixa o montante de R$ ,86 (cento e quarenta e sete milhões onze mil oitocentos e noventa e cinco reais e oitenta e seis centavos), tendo alcançado em julho de 2015 o valor de R$ ,97 (cento e sessenta e sete milhões setecentos e quarenta e sete mil e setenta e oito reais e noventa e sete centavos), já considerado depósito judicial referente ao REFIS de R$ ,75 (trinta e cinco milhões novecentos e cinquenta e um mil quinhentos e oitenta e seis reais e setenta e cinco centavos, valores de 28 de novembro de 2014). 4

5 fls (iii) Recuperação de créditos 18. Nesse segmento, a Administradora Judicial já conseguiu recuperar o montante de R$ ,38 (dezessete milhões duzentos e trinta e seis mil quatrocentos e quarenta e oito reais e trinta e oito centavos) em face dos devedores da MFBVA desde 15 de setembro de 2014, data na qual a Administradora Judicial firmou o compromisso, seja por meio de acordos, seja pelo exercício judicial e extrajudicial dos direitos da massa. 19. Aliás, a busca da Administradora Judicial por uma administração dinâmica da conta corrente da MFBVA foi devidamente autorizada por este D. Juízo, tendo se revelado absolutamente providencial para o sucesso da política de recuperação de crédito, uma vez que possibilitou centralizar o recebimento dos créditos com total controle, viabilizando a prestação de contas escorreita. 20. Ademais, a manutenção do numerário na referida conta corrente permite a alocação dos recursos em aplicações financeiras, com rendimentos mais interessantes do que aqueles pagos pela conta judicial. 21. Com efeito, os investimentos de baixíssimo risco elencados pela Administradora Judicial mantidos junto ao Banco do Brasil S.A. geraram à MFBVA o montante de R$ ,97 (treze milhões noventa e quatro mil quinhentos e catorze reais e noventa e sete centavos) no período de 15 de setembro de 2014 até 31 de julho de O resultado monetário da gestão da Administradora Judicial fala por si só. Tanto a recuperação de créditos como a gestão eficiente de recursos foram direcionadas para maximizar o valor dos ativos arrecadados. 23. Além disso, é certo que a condução do processo, que se encontra em estágio avançado para alienação dos ativos, também atesta a boa condução da Administradora Judicial. 5

6 fls (iv) Da condução do processo falimentar 24. A otimização dos trabalhos da falência não se deu somente no campo da gestão dos recursos da MFBVA, mas também na condução do processo nos estritos termos da Lei nº / Basta dizer que, em menos de um ano de trabalho, a Administradora Judicial apresentou tudo dentro dos prazos legalmente estabelecidos o auto de arrecadação, o relatório do artigo 22 e sua relação de credores. 26. No mais, a Administradora Judicial promoveu a avaliação dos bens móveis e parte dos bens imóveis arrecadados, tendo já requerido a autorização para contratação de empresa especializada na avaliação da carteira de crédito (também devidamente arrecadada, conforme inventário apresentado). 27. Essa expedita condução tem como objetivo evitar a depreciação dos bens da MFBVA, tudo dentro do escopo de otimização do valor dos ativos como forma de beneficiar os credores. Não é segredo algum que o passar do tempo tem como consequência geral a depreciação de qualquer bem imóvel, móvel, direitos creditórios -, de modo que o escopo de uma administração profissional deve ser a liquidação deste ativo em menor prazo possível, sempre com observância de todos as normas legais, obviamente. 28. Outra ação relevante e já encaminhada nos autos é a avaliação das carteiras de crédito da Massa, etapa muito importante visando não apenas a obtenção de recursos para a massa, como também redução de despesas e encaminhamento com vistas ao encerramento da falência. 29. Para implementar os trabalhos anteriormente relatados e conduzir as próximas etapas, a Administradora Judicial conta com uma numerosa equipe alocada ao projeto (8 profissionais com dedicação integral) e a parceria com escritório de advocacia que lhe dá suporte 6

7 fls em todas as questões associadas ao processo falimentar e relação com credores e devedores, de forma multidisciplinar. 30. Assim, considerando os ganhos já verificados em prol da MFBVA, seja com economias obtidas, seja com a recuperação de créditos, e diante da necessidade de fixação de remuneração condizente com a qualidade e o tempo de trabalho que a falência demanda, a Administradora Judicial requer a este D. Juízo a prorrogação dos atuais honorários provisórios, no montante de R$ ,00 (trezentos e setenta mil reais) por mês, pelo período adicional de 6 (seis) meses (setembro de 2015 a março de 2016), o qual acredita-se seja necessário para avançar no processo de venda dos ativos da MFBVA. 31. A remuneração é condizente com o trabalho realizado até agora pela Administradora Judicial, cujo resultado pode ser assim resumido em uma economia mensal, descrita no item 15, de R$ ,59 (um milhão cento e dois mil e trinta e sete reais e cinquenta e nove centavos), e um aumento do caixa, descrito no item 17, de R$ ,11 (vinte milhões setecentos e trinta e cinco mil cento e oitenta e três reais e onze centavos) em dez meses e meio. 32. O arbitramento dos honorários definitivos deverá se dar no futuro próximo, como já decidido por Vossa Excelência, reiterando a Administradora Judicial os argumentos e o pedido formulados em sua petição anterior acerca da matéria. 33. Some-se a isso o fato de que o arbitramento dos honorários provisórios não tem o condão de prejudicar os credores ou a Massa Falida, uma vez que serão descontados dos honorários definitivos quando forem arbitrados. Em outras palavras, esse montante não afetará o percentual estabelecido no artigo 24 da Lei nº /05, representando apenas um adiantamento do montante final para que seja possível à Administradora Judicial prosseguir com seus trabalhos. 34. Isto posto, a Administradora Judicial requer que Vossa Excelência determine a intimação de todos dos credores, do Falido e do I. Membro do Ministério Público para que se 7

8 fls manifestem acerca do requerido, que ao final deverá ser acolhido, fixando-se os honorários provisórios da Administradora Judicial em R$ ,00 (trezentos e setenta mil reais) por mês, pelo período de 6 (seis) meses. Termos em que pede deferimento São Paulo, 13 de agosto de ALVAREZ & MARSAL CONSULTORIA EMPRESARIAL DO BRASIL LTDA. Administradora Judicial Eduardo Seixas Luis Augusto Roux Azevedo Fernando Gomes dos Reis Lobo OAB/SP OAB/SP