índice Comissão de Honra... 2 Moção de Orientação estratégica... 4 Arquitectura para Todos: uma Política Pública de Arquitectura para Portugal

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1 índice Comissão de Honra... 2 Moção de Orientação estratégica... 4 Arquitectura para Todos: uma Política Pública de Arquitectura para Portugal 10 Dezembro Dezembro Sessão Sectorial 01: Arquitectura e Ambiente Construído 01.01: Ordenamento e Reabilitação de Cidades e Territórios Sessão Sectorial 02: Arquitectura e Cultura : Inovação e Criatividade em Arquitectura Comunicações: João Costa Ribeiro Cristina Silva e Gonçalo Furtado Sessão Sectorial 01: Arquitectura e Ambiente Construído : Combate às Alterações Climáticas e Sustentabilidade de Cidades e Edifícios Sessão Sectorial 02: Arquitectura e Cultura Painel 02.02: Conservação e Valorização do Património Arquitectónico Sessão Sectorial 03: Arquitectura e Exercício Profissional : Legislação, Encomenda Pública e Defesa dos Consumidores Comunicação: Luís Afonso Recomendação: Pedro Santos e Gonçalo Furtado Sessão Sectorial 04: Arquitectura e Cidadania : Participação das Comunidades e dos Cidadãos Recomendação: Ana Rute Pereira da Costa et al. Sessão Sectorial 03: Arquitectura e Exercício Profissional : Habilitação, Capacitação e Responsabilidade Profissional Comunicação: José Fernandes Pires Recomendação: Cristóvão Iken Sessão Sectorial 04: Arquitectura e Cidadania : Educação com a Arquitectura Comunicações: Paulo Pisco Ana Rute Pereira da Costa et al. 12 Dezembro Conferencistas Ciclo de visitas obra aberta Ciclo de vídeos em trânsito Primeiro Caderno profissão Mapa de Arquitectura de movimento norte Expositores biblioteca de materiais CONGRESSO48P.indd 1 09/12/06 14:54:58

2 comissão de honra Pela primeira vez desde 1948, o 12º Congresso dos Arquitectos tem uma Comissão de Honra Esta comissão é constituída por um conjunto de individualidades que representa o Governo, Regiões Autónomas, Autarquias, instituições públicas e privadas, e sociedade civil. Integra também um conjunto de peritos portugueses e estrangeiros convidado. Até 14 de Dezembro de 2009, aceitaram fazer parte da Comissão de Honra do 12º Congresso dos Arquitectos: Prof. Doutor António Mendonça Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações Engª Dulce Fidalgo Pássaro Ministra do Ambiente e Ordenamento do Território Dr.ª Isabel Veiga Ministra da Educação Prof. Doutor Mariano Gago Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Dr.ª Gabriela Canavilhas Ministra da Cultura Dr. Paulo Campos Secretário de Estado Adjunto, das Obras Públicas e das Comunicações Dr. Elísio Summavielle Secretário de Estado da Cultura Dr. Fernando Ruas Presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) Prof. José do Álamo Meneses Secretário Regional do Ambiente e do Mar do Governo Regional dos Açores Engº Fernando Santo Presidente do Conselho Nacional das Ordens Profissionais Arqº Armindo Borges Alves Costa Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão Dr. Basílio Horta Presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP-Portugal Global) Dr. António Flores de Andrade Presidente do Instituto da Construção e do Imobiliário (INCI) Dr. Carlos Cardoso Lage Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) Engº Nuno Vasconcelos Presidente do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) Arqº Rolando Borges Martins Presidente da PARQUE EXPO Dr. Gonçalo Couceiro Director do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR) Dr. Jorge Barreto Xavier Director-Geral das Artes (DGARTES) Arqº Rob Docter Presidente do Fórum Europeu para as Políticas de Arquitectura Arqº Juhani Katainen Presidente do Conselho dos Arquitectos da Europa (CAE) Arqº Carlos Hernandez Pezzi Presidente do Consejo Superior de los Colegios de Arquitectos de España Arq.ª Margarida Cancela d Abreu Presidente da Associação Portuguesa dos Arquitectos Paisagistas Prof.ª Doutora Margarida Pereira Presidente da Associação Portuguesa de Geógrafos Arqº Celestino Garcia Braña Decano Presidente do Colexio Oficial de Arquitectos de Galicia Arqº Manuel Fortea Luna Decano do Colegio Oficial de Arquitectos de Extremadura Arqº António Gameiro Presidente do Conselho Nacional da Ordem dos Arquitectos de Angola Prof. Arqº João Virmond Suplicy Neto Presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil 2 12CONGRESSO48P.indd 2 09/12/06 14:54:58

3 Arqº Cipriano Fernandes Bastonário da Ordem dos Arquitectos Caboverdeanos Prof. Arqº Flávio Barbini Director do Departamento de Arquitectura da Universidade Autónoma de Lisboa Prof. Arqº Fernando Gonçalves Coordenador do Curso de Arquitectura do Centro Regional das Beiras da Universidade Católica Portuguesa Prof. Arqº José Fernando Gonçalves Director do Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra Prof. Arqº João Luís Carrilho da Graça Director do Departamento de Arquitectura da Escola das Artes da Universidade de Évora Prof. Arqº Luís Pinto de Faria Coordenador do Mestrado Integrado de Arquitectura e Urbanismo da Universidade Fernando Pessoa Prof. Arqº Alberto Cruz Reaes Pinto Director da Faculdade de Arquitectura e Artes da Universidade Lusíada de Lisboa Prof. Arqº Manuel Diogo Director da Faculdade de Arquitectura e Artes da Universidade Lusíada do Porto Prof. Arqº Fernando Mariz Director da Faculdade de Arquitectura e Artes da Universidade Lusíada de Prof. Arqº Mário Moutinho Reitor da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia Prof. Arqº Paulo Cruz Presidente da Escola de Arquitectura da Universidade do Minho Prof. Arqº Francisco Barata Fernandes Presidente do Conselho Directivo da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto Prof. Arqº Francisco Berger Presidente do Conselho Directivo da Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa Prof. Arqº Manuel Nicolau Brandão Director do Departamento de Arquitectura da Escola Superior Artística do Porto Prof. Arqº Rui Rosado Correia Presidente do Conselho de Direcção da Escola Superior de Gallaecia Prof. Arqº José Manuel Pedreirinho Director do Departamento de Arquitectura da Escola Universitária das Artes de Coimbra Prof. Arq.º António Oliveira Director do Departamento de Arquitectura da Escola Universitária Vasco da Gama Prof. Arq.º Paulo Tormenta Pinto Presidente do Departamento de Arquitectura e Urbanismo do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) Dr. Emílio Rui Vilar Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian Dr. Sérgio Figueiredo Administrador- -Delegado da Fundação EDP Engº José António Barros Presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP) Dr. Jorge Rocha de Matos Presidente da Associação Industrial Portuguesa Confederação Empresarial/Feira Internacional de Lisboa Engº Manuel Reis Campos Presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICOOPN) Engº Ricardo Pedrosa Gomes Presidente da Direcção da Associação de Empresas de Construção, Obras Públicas e Serviços (AECOPS) Dr. Filipe Soares Franco Presidente da Associação Nacional de Empreiteiros de Obras Públicas (ANEOP) Dr. Luís Hilário Fernandes Carvalho Lima Presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) Eng.º Virgílio Folhadela Moreira Agência para o Desenvolvimento das Indústrias Criativas ADDICT Arq.º Carlos Castanheira Secretário da Direcção da Associação Casa da Arquitectura Arq.º José Mateus Gerente Executivo da Trienal de Arquitectura de Lisboa Dr.ª Guta Moura Guedes Directora da Experimenta Design Dr.ª Bárbara Coutinho Directora do Museu do Design e da Moda (MUDE) Engº Mário Lino Ex-Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações 3 12CONGRESSO48P.indd 3 09/12/06 14:54:58

4 MOÇÃO DE ORIENTAÇÃO estratégica ARQUITECTURA PARA TODOS: UMA POLÍTICA PÚBLICA DE ARQUITECTURA PARA PORTUGAL 1. APRESENTAÇÃO A Arquitectura faz parte da vida dos portugueses. Todos vivemos e convivemos com a Arquitectura. Todos experienciamos, de modo mais ou menos consciente, os suportes que proporciona ao habitar individual e colectivo. Neste sentido, a qualidade dos ambientes construídos e determinados pela Arquitectura da casa à cidade, da cidade à paisagem afecta a qualidade das nossas vidas. Por outro lado, a Arquitectura é, muito possivelmente, o registo físico mais evidente da nossa identidade, história e cultura colectivas, com particular potencial na educação, na inclusão social e na participação dos cidadãos. E, para além disso, tem fortes implicações no desenvolvimento do nosso País, designadamente nos quadros da inovação e da criatividade, da sustentabilidade ambiental, da eficiência energética e do combate às alterações climáticas, de uma economia mais competitiva e, sobretudo, de uma sociedade mais digna, justa e inclusiva. Grande parte dos Países da União Europeia reconheceram ser a Arquitectura um dos mais importantes recursos estratégicos da actuação do Estado, através de Políticas Públicas de Arquitectura. Estas políticas, visando a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, procuram promover a Arquitectura como recurso para qualidade e sustentabilidade do ambiente construído, dando igualmente relevância à cultura, à cidadania e, entre outros, ao exercício profissional dos arquitectos. Por tal relevância da Arquitectura enquanto interesse público e bem-comum, a criação e implementação de uma Política Pública de Arquitectura deve constituir-se como desígnio de Portugal. 2. DIREITO À ARQUITECTURA A possibilidade de uma Política Pública de Arquitectura para Portugal há muito que tem sido equacionada pela Ordem dos Arquitectos, sempre na perspectiva de alargar o Direito à Arquitectura, ou melhor, de que a Arquitectura seja mais acessível a todas as pessoas. Nesta mesma perspectiva, a nova Lei 31/2009, com a consequente revogação do Decreto 73/73, abriu um novo ciclo de responsabilidades, de exigências e de oportunidades para os arquitectos em Portugal. Trata-se de um novo ciclo que é inseparável do Direito dos portugueses à Arquitectura e do reconhecimento do Estado quanto ao papel da Arquitectura no nosso País. Ora, o Direito à Arquitectura é uma consequência lógica dos direitos à habitação e ao urbanismo, e dos direitos ao ambiente e à qualidade de vida consagrados na Constituição da República Portuguesa, que atribui ao Estado a incumbência de promover, em colaboração com as autarquias, a qualidade ambiental das povoações e da vida urbana, designadamente no plano arquitectónico e da protecção das zonas históricas. Neste quadro, uma Política Pública de Arquitectura para Portugal constitui um novo passo para a plena concretização do Direito à Arquitectura, ou seja, para o acesso crescente de todos a melhor Arquitectura e Ambiente Construído e, assim sendo, a mais e melhor Qualidade de Vida. 4 12CONGRESSO48P.indd 4 09/12/06 14:54:58

5 3. PREMISSAS FUNDAMENTAIS Para a criação e implementação de uma Política Pública de Arquitectura em Portugal cumpre registar algumas das suas premissas fundamentais Políticas de Arquitectura na Europa Cerca de vinte dos Estados-Membros da União Europeia têm ou estão em vias de ter Políticas Públicas de Arquitectura, incluindo alguns dos recém-chegados à União (Eslovénia, Estónia ou República Checa). Apresentam princípios e objectivos com traços comuns, acompanhados por programas de acções e medidas para concretizar num tempo determinado. A sua implementação tem permitido promover o acesso das comunidades e dos cidadãos à Arquitectura, com resultados positivos no que diz respeito, em particular, à melhoria da qualidade e sustentabilidade do ambiente construído, a maior envolvimento e participação das comunidades e dos cidadãos, e à melhoria das condições para o exercício profissional dos arquitectos, entre outros profissionais envolvidos Fórum Europeu para as Políticas de Arquitectura Desde 1997, representantes dos Países da União com Políticas Públicas de Arquitectura (ou que concorrem para a sua criação) têm vindo a encontrar-se semestralmente no Fórum Europeu para as Políticas de Arquitectura, onde reflectem sobre iniciativas e resultados das respectivas Políticas de Arquitectura e de onde propõem orientações políticas comuns aos Estados Membros e à União Europeia, com efeitos positivos nas conclusões dos Conselhos da União e na actuação desta no âmbito da Arquitectura. A Ordem dos Arquitectos participa no Fórum desde a sua fundação e organizou a respectiva edição de Matosinhos, em Política de Arquitectura e a Ordem dos Arquitectos Pelo menos desde o 9º Congresso dos Arquitectos de 2000, realizado em Évora, a Ordem dos Arquitectos tem persistentemente defendido a implementação de uma Política Pública de Arquitectura em Portugal, presente, desde então, nas sucessivas Moções de Orientação Global aprovadas. Recorde-se, também, que, em 2007, a OA organizou o Encontro das Políticas de Arquitectura e da Paisagem em Lisboa Resolução do Conselho da União Europeia 2001 O Governo Português subscreveu a Resolução do Conselho da União Europeia (2001/C73/04), de Fevereiro de 2001, e que diz respeito à relevância da Qualidade Arquitectónica em meio urbano e rural da Europa e dos Estados-Membros Conclusões do Conselho da União Europeia 2008 O Governo Português subscreveu as recentes Conclusões do Conselho da União Europeia sobre a Arquitectura (2008/C319/05), de Dezembro de 2008, assente em documento proposto pelo Fórum Europeu para as Políticas de Arquitectura, no qual se destaca o contributo das Políticas Públicas de Arquitectura nos Estados-Membros Programa Nacional de Política de Ordenamento do Território O PNPOT prevê a criação e implementação de uma Política Nacional de Arquitectura e Paisagem em Portugal. Neste quadro, decorreu, em Março de 2009, uma ampla reunião de especialistas em Sintra, por iniciativa do Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional e que contou com o apoio do Ministério da Cultura e a participação da Ordem dos Arquitectos Fórum Português de Políticas de Arquitectura Em Maio de 2009, a Ordem dos Arquitectos promoveu o 1º Fórum Português de Políticas de Arquitectura em Lisboa, com o objectivo de ajudar a equacionar o que poderia vir a ser uma Política Pública de Arquitectura em Portugal. O fórum contou com a participação do Presidente do Fórum Europeu para as Políticas de Arquitectura, do Director- -Geral do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Urbano, bem como de representantes da Holanda, França, Irlanda, Eslovénia e Dinamarca Grupo de Trabalho do Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território 2009 Em Julho de 2009, foi criado um Grupo de Trabalho Governamental para a criação de uma Política Nacional de Arquitectura e Paisagem, no âmbito da Direcção- -Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano (Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território), que a Ordem dos Arquitectos integra Recomendação do Conselho de Arquitectos da Europa 2009 O Conselho de Arquitectos da Europa recomenda a implementação de Políticas Nacionais de Arquitectura em todos os Estados-Membros, tal como expresso no respectivo Manifesto para as Eleições Europeias 2009 que a Ordem dos Arquitectos apresentou aos Partidos Políticos portugueses, por forma a informar e orientar os decisores e o grande público quanto aos benefícios da Arquitectura na vida quotidiana, envolvendo os cidadãos na melhoria da qualidade e da sustentabilidade do ambiente construído. 5 12CONGRESSO48P.indd 5 09/12/06 14:54:58

6 3.10. Manifesto Eleitoral da OA para as eleições legislativas 2009 A concretização de uma Política Pública de Arquitectura em Portugal integrou o Manifesto para as Eleições Legislativas 2009 que a Ordem dos Arquitectos apresentou aos Partidos Políticos, com acolhimento em alguns dos respectivos programas eleitorais Programa do XVIIIº Governo Constitucional O Programa do XVIIIº Governo Constitucional, no âmbito do Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território, prevê a concretização de uma Política Nacional de Arquitectura durante o respectivo mandato, associada à política de cidades, desenvolvida com todos os parceiros interessados e orientada para a qualificação do urbanismo e, em geral, para a valorização do património e da paisagem º Congresso dos Arquitectos Reunidas as condições essenciais para a concretização de uma Política Pública de Arquitectura em Portugal até 2012, o 12º Congresso dos Arquitectos reúne-se em Dezembro de 2009 sob o tema Arquitectura para Todos: uma Política Pública de Arquitectura. A Ordem dos Arquitectos procura assim contribuir activamente para a discussão e definição de orientações e conteúdos que informem uma Política Pública de Arquitectura para Portugal. 4. PROPOSTA OA: ORIENTAÇÕES GERAIS E ESPECÍFICAS A Ordem dos Arquitectos propõe as seguintes orientações para uma Política Pública de Arquitectura em Portugal, a serem consideradas pelo XVIIIº Governo Constitucional na respectiva criação e implementação. Para além do envolvimento directo do Governo, tais orientações devem implicar os Governos das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, os Municípios, a Sociedade Civil e demais interessados, entre os quais a Ordem dos Arquitectos ORIENTAÇÕES GERAIS Arquitectura como recurso de Portugal Uma Política Pública de Arquitectura para Portugal implica equacionar e potenciar a Arquitectura como recurso estratégico das políticas estruturais do Estado para o desenvolvimento do País, ao nível central, regional e local. Tal Política é sempre transversal à actuação do Governo e, envolvendo eventuais parceiros, assenta numa agenda programática, com metas concretas e para um tempo definido Arquitectura como Ambiente Construído Pela incidência na vida dos cidadãos, a melhoria do Ambiente Construído incontornável à Qualidade da Arquitectura constitui a orientação determinante para uma Política Pública de Arquitectura, à qual se associam as demais orientações e nas quais está presente Interlocutor Governamental Para a implementação e concretização de uma Política Pública de Arquitectura em Portugal, após a conclusão da missão do Grupo de Trabalho Governamental criado para o efeito, sugere-se que o Governo designe o Interlocutor para esta Política Pública, que, sob tutela do Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território, deverá integrar, entre outros, representantes dos Governos Regionais dos Açores e da Madeira, os demais Ministérios envolvidos, a Associação Nacional dos Municípios Portugueses, a Ordem dos Arquitectos e a Associação Portuguesa dos Arquitectos Paisagistas. Competir-lhe-á elaborar, promover, acompanhar, coordenar e avaliar a Política Pública de Arquitectura em Portugal ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS Reconhecimento da Arquitectura Uma Política Pública de Arquitectura implica reconhecer a importância social, cultural e económica da Arquitectura na sociedade portuguesa Liderar pelo exemplo e boas práticas O Estado, através de uma Política Pública de Arquitectura, deve liderar pelo exemplo e por boas práticas, desde logo enquanto proprietário, promotor, cliente, gestor e usufrutuário de edifícios e obras públicas Qualidade do Ambiente Construído Uma Política Pública de Arquitectura implica a promoção da qualidade da Arquitectura e do Ambiente Construído, desde logo a partir dos níveis central, regional e local do Estado Sustentabilidade, Eficiência Energética e Combate às Alterações Climáticas Uma Política Pública de Arquitectura implica a sustentabilidade, a eficiência energética e o combate às alterações climáticas nos edifícios, cidades e paisagens Decisores e Participação Pública Uma Política Pública de Arquitectura implica informar e orientar os decisores e o grande público quanto aos benefícios da Arquitectura na vida quotidiana, envolvendo as comunidades e os cidadãos na melhoria da qualidade e da sustentabilidade do Ambiente Construído. 6 12CONGRESSO48P.indd 6 09/12/06 14:54:58

7 Inovação e Criatividade Uma Política Pública de Arquitectura implica a inovação e a criatividade em Arquitectura, assim como a excelência de formação e capacitação dos profissionais envolvidos Conhecimento e Educação Uma Política Pública de Arquitectura implica a promoção do conhecimento, da educação e da compreensão da Arquitectura e do Ambiente Construído Competitividade da Economia Uma Política Pública de Arquitectura implica afirmar a Arquitectura como recurso da economia, no quadro das indústrias criativas e culturais, das indústrias da construção, e do investimento e comércio externo. 5. PROPOSTA OA: 40 MEDIDAS PARA UMA AGENDA PROGRAMÁTICA A Ordem dos Arquitectos propõe 40 medidas para uma Política Pública de Arquitectura em Portugal, a serem consideradas pelo XVIIIº Governo Constitucional na concretização da respectiva Agenda Programática. Para além do envolvimento directo do Governo, tais medidas devem implicar os Governos das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, os Municípios, a Sociedade Civil e demais interessados, entre os quais a Ordem dos Arquitectos ARQUITECTURA E AMBIENTE CONSTRUÍDO Ordenamento do Território e (Re)qualificação do Ambiente Construído Com uma Política Pública de Arquitectura, visando a Qualidade da Arquitectura e do Ambiente Construído, o Estado deve: * promover designadamente através do Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território, com o Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas uma nova Política de Solos enquanto instrumento de regulação do mercado (e das mais-valias), de regulação e estabilização da expansão urbana, de preservação da ruralidade e de valorização da paisagem; * aprofundar designadamente através do Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território, com o Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, com o Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, com o Ministério da Cultura, com o Ministério da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento, e com os Municípios consensos e compromissos básicos, no âmbito do planeamento territorial, sobre a conjugação da valorização da paisagem, do desenvolvimento urbano e da valorização do património arquitectónico, com, entre outros, os traçados de redes e infra-estruturas, a localização de equipamentos públicos, a localização de empreendimentos turísticos, a localização de indústrias, as centrais de produção de energia, as explorações extractivas e os sistemas de espaços não construídos, incluindo os rurais; * assegurar designadamente através do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, com o Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território e com o Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas que os recursos públicos investidos em obras públicas, nomeadamente acessibilidades, transportes e outras redes e infra-estruturas impactantes, impliquem a qualificação arquitectónica, paisagística e ambiental dos territórios afectados; * estimular designadamente através do Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território, com o Ministério da Cultura, com o Ministério das Finanças e da Administração Pública e com os Municípios o investimento público e privado em operações de qualificação, reabilitação e regeneração urbana, com particular ênfase em centros históricos desertificados e nas periferias difusas, equacionando incentivos fiscais e estabelecendo critérios socioculturais, de inclusão e coesão social, e de sustentabilidade e eficiência energética; * implementar e divulgar designadamente através do Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território Indicadores de Ordenamento que permitam avaliar e monitorizar a sustentabilidade do território e a sua evolução ao longo do tempo, nomeadamente no quadro do ESPON/ Rede de Observatórios Europeus para o Desenvolvimento e Coesão Territorial Sustentabilidade de Edifícios e Paisagens e Combate às Alterações Climáticas Com uma Política Pública de Arquitectura, visando a Qualidade da Arquitectura e do Ambiente Construído, o Estado deve: * promover ao nível central, regional e local boas práticas de construção sustentável, eficiente do ponto de vista energético e eficaz no quadro do combate às alterações climáticas, desde logo nos edifícios públicos e eventualmente no quadro de um Plano Nacional de Habitação, com metas de diminuição das emissões de CO2; * para os devidos efeitos, sempre considerar ao nível central, regional e local o custo dos edifícios públicos em função do seu ciclo de vida (custo inicial, custo de uso, custo de manutenção e custo ambiental), servindo como exemplo para a sociedade; * sensibilizar, estimular e procurar qualificar designadamente através do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, com o Ministério das Finanças e da Administração Pública o sector da 7 12CONGRESSO48P.indd 7 09/12/06 14:54:58

8 construção civil e da promoção imobiliária para os desafios da reabilitação urbana, da sustentabilidade, da eficiência energética e do combate às alterações climáticas, nomeadamente através da formação específica, capacitação técnica, divulgação de boas práticas, incentivos fiscais e da implementação da Plataforma Tecnológica Nacional para a Construção Civil; * disponibilizar designadamente através do Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território, com os Municípios uma Base de Dados para a construção sustentável e para o combate às alterações climáticas; * elaborar designadamente através do Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território, com os Municípios um Manual de Boas Práticas para a construção sustentável e para o combate às alterações climáticas, informando e sensibilizando todos os envolvidos no processo de construção, assim como o grande público ARQUITECTURA E CULTURA Imaginação, Inovação e Criatividade em Arquitectura Com uma Política Pública de Arquitectura, visando a Qualidade da Arquitectura e do Ambiente Construído, o Estado deve: * encorajar e estimular designadamente através do Ministério da Cultura, com o Ministério da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento e com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior a inovação e a criatividade em Arquitectura, nomeadamente em iniciativas que, no âmbito das indústrias criativas e culturais, visem facilitar o desenvolvimento de ideias com potencial cultural e económico, bem como o seu papel determinante na economia de territórios e cidades; em iniciativas que procurem novas soluções arquitectónicas para combater a pobreza e a exclusão, bem como a cooperação comunitária; e em iniciativas que associem a criatividade ao contexto territorial e à melhoria das condições de vida dos cidadãos, contribuindo para a competitividade das cidades e dos territórios; * promover designadamente através do Ministério da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento, com o Ministério da Cultura prémios e concursos de arquitectura que visem, nomeadamente, o engenho e o talento dos jovens arquitectos, permitindo dar a conhecer as suas práticas profissionais e contribuindo para a respectiva participação no mercado; * criar designadamente através do Ministério da Cultura, com o Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, com o Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território, e com o Ministério da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento um Centro Português de Arquitectura, multicentrado e multidisciplinar, com vista a pensar, estudar e contribuir para o melhor conhecimento da Arquitectura, do Ambiente Construído e da Paisagem; * apostar designadamente através do Ministério da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento, com o Ministério da Cultura e com o Ministério dos Negócios Estrangeiros na internacionalização da Arquitectura portuguesa, em particular junto dos mercados emergentes, criando uma marca distintiva, um programa para o efeito e associando as indústrias da construção e da promoção imobiliária; no mesmo âmbito, deverá ser considerado um programa que associe Qualidade da Arquitectura às instalações das Embaixadas de Portugal no mundo, assim como a todas as iniciativas ou eventos de representação internacional do nosso País; * divulgar ao nível central, regional e local práticas profissionais que envolvam criatividade e inovação junto da sociedade, nomeadamente no âmbito da formulação de novos conceitos, da inovação tecnológica, da sustentabilidade de edifícios, cidades e territórios, da eficiência energética e do combate às alterações climáticas Conservação e Valorização do Património Arquitectónico Com uma Política Pública de Arquitectura, visando a Qualidade da Arquitectura e do Ambiente Construído, o Estado deve: * cuidar ao nível central, regional e local do Património Arquitectónico enquanto recurso identitário, sociocultural e económico, conservando e valorizando, de forma exemplar, aquele que tutela; * (re)equacionar designadamente através do Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território, com o Ministério da Cultura e com o Ministério da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento, e com os Municípios o Património Arquitectónico no quadro do Ordenamento e Planeamento Territorial e Urbano; * articular e aprofundar designadamente através do Ministério da Cultura, com o Ministério das Finanças e da Administração Pública a política fiscal com a conservação e valorização do Património Arquitectónico, nomeadamente estimulando o mecenato e equacionando benefícios e incentivos fiscais a bens imóveis classificados, aos seus proprietários e a eventuais investidores; * procurar designadamente através do Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território, com o Ministério da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento, com o Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, e com os Municípios proteger e revitalizar o património da arquitectura popular no quadro de coesão territorial, bem como através das políticas de conservação da natureza, da salvaguarda do património ambiental e do turismo; * divulgar ao nível central, regional e local boas práticas para a protecção, salvaguarda 8 12CONGRESSO48P.indd 8 09/12/06 14:54:59

9 e valorização do Património Arquitectónico, sensibilizando as comunidades e os cidadãos para os respectivos benefícios culturais, sociais e económicos ARQUITECTURA E CIDADANIA Participação das Comunidades e dos Cidadãos Com uma Política Pública de Arquitectura, visando a Qualidade da Arquitectura e do Ambiente Construído, o Estado deve: * aprofundar ao nível central, regional e local rotinas de informação e participação pública sobre as obras públicas, os planos e as operações urbanísticas desde as respectivas fases iniciais, muito em particular junto das comunidades e cidadãos afectados; * incentivar ao nível regional e/ou local a criação de agências para intermediação entre administração pública, proprietários, promotores, construtores, técnicos e consumidores, visando a participação, esclarecimento e contributos públicos quanto planos e projectos com forte incidência regional ou local, ajudando assim à decisão de quem promove, projecta e constrói; * fomentar ou incentivar ao nível regional e/ ou local a implementação progressiva de uma rede de Casas da Arquitectura, tendo em vista, nomeadamente, a promoção e divulgação da Arquitectura; a dinamização de debates públicos; a preparação de materiais didácticos para comunidades e cidadãos; a formação de autarcas, técnicos e agentes no processo da construção; a promoção de acções exemplares de sensibilização pública; e a disponibilização de serviços de atendimento público, nomeadamente para ajudar os donos de obra, assim como para esclarecimento sobre serviços de arquitectura, licenciamento de obras e operações urbanísticas, sustentabilidade da construção, eficiência energética e combate às alterações climáticas; * promover ao nível regional e/ou local iniciativas de Arquitectura que visem a pedagogia da participação pública, a apologia do espaço público e a divulgação de obras e práticas participadas no quadro da qualificação da Arquitectura, do Ambiente Construído e da Paisagem; * promover ao nível central, regional e local modelos inovadores de participação e debate públicos, designadamente no âmbito das tecnologias e comunidades de informação Conhecimento, Compreensão e Educação com a Arquitectura Com uma Política Pública de Arquitectura, visando a Qualidade da Arquitectura e do Ambiente Construído, o Estado deve: * sensibilizar e envolver designadamente através do Ministério da Educação docentes e alunos dos Ensinos Básico e Secundário nas questões ligadas à Qualidade da Arquitectura, do Ambiente Construído e da Paisagem, assim como no quadro da respectiva sustentabilidade, eficiência energética e do combate às alterações climáticas; * implementar designadamente através do Ministério da Educação programas específicos, nos currículos do Ensino Básico e Secundário, que visem a crescente aptidão para a compreensão da Arquitectura e dos Ambientes Construídos, assim como para a vivência crítica da cidade e da paisagem, procurando estimular uma cultura participada de cidadania; * implementar designadamente através do Ministério da Cultura, com o Ministério da Educação e com os Municípios programas específicos para docentes e alunos dos Ensinos Básico e Secundário que associem Educação e Património Arquitectónico, visando, nomeadamente, a sensibilização para o património, a educação associada às histórias do património e o fortalecimento da identidade cultural e da inclusão social das comunidades e dos cidadãos; * equacionar designadamente através do Ministério da Cultura, com o Ministério da Educação e com os Municípios concursos e premiação para os alunos do Ensino Básico e Secundário, no âmbito da Arquitectura, do Ambiente Construído e da Paisagem, procurando estimular o respectivo reconhecimento, assim como o das questões ligadas à sustentabilidade, à eficiência energética e ao combate às alterações climáticas; * divulgar ao nível central, regional e local boas práticas para a melhoria do Ambiente Construído junto das comunidades e dos cidadãos, nomeadamente os mais jovens ARQUITECTURA E EXERCÍCIO PROFISSIONAL Legislação, Encomenda Pública e Defesa dos Consumidores Com uma Política Pública de Arquitectura, visando a Qualidade da Arquitectura e do Ambiente Construído, o Estado deve: * assegurar ao nível central, regional e local que legislação, normativas e regulamentos da edificação, construção e urbanização sejam compatíveis com a Qualidade da Arquitectura, do Ambiente Construído e da Paisagem, assim como com a Defesa dos Consumidores; * promover e implementar designadamente através do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações um Código de Edificação e Construção, integrando e compatibilizando a regulamentação dispersa e avulsa, geral ou sectorial; * estabelecer ao nível central, regional e local critérios objectivos, mensuráveis e exemplares para a encomenda de arquitectura com financiamento público, salvaguardando a especificidade da prestação dos serviços de arquitectura e a qualidade da concepção em arquitectura, e tendo em linha de conta a durabilidade, 9 12CONGRESSO48P.indd 9 09/12/06 14:54:59

10 sustentabilidade e eficiência energética da construção, a previsão do custo em função do tempo total de vida do edificável, e os impactos nos territórios afectados; * dar prioridade ao nível central, regional e local ao concursamento público de concepção na encomenda de arquitectura com financiamento público, estabelecendo percentagens objectivas para concursos sem prévia qualificação e com prévia qualificação, por forma a garantir a possibilidade da escolha do melhor entre melhores e a Qualidade da Arquitectura; * implementar designadamente através do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações e com o Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território um Manual do Edifício para o grande público, visando a promoção da Qualidade da Arquitectura e da Construção, e assim contribuindo para consumidores mais informados, conhecedores e exigentes Habilitação, Capacitação e Responsabilidade Profissional Com uma Política Pública de Arquitectura, visando a Qualidade da Arquitectura e do Ambiente Construído, o Estado deve: * garantir e estimular designadamente através do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, com as Escolas de Arquitectura, públicas e privadas elevados níveis de exigência e de qualidade nos Cursos de Arquitectura, implementando avaliação periódica com divulgação pública; * garantir designadamente através do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações o pleno acesso dos arquitectos aos seus actos próprios não- -exclusivos da profissão, tendo sempre em linha de conta a formação e a aquisição de capacitação para o efeito; * incentivar e promover ao nível central, regional e local acções de formação, capacitação e valorização profissional para os arquitectos da administração pública, nomeadamente no âmbito dos critérios de apreciação e aferição de projectos e planos; * promover ao nível central, regional e local acções de aperfeiçoamento, capacitação e especialização profissional, visando, nomeadamente, a qualidade da concepção em arquitectura, a inovação tecnológica, a durabilidade, sustentabilidade e eficiência energética da construção, o desempenho na direcção de obra e de fiscalização, e o combate às alterações climáticas; * implementar designadamente através do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, com o Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território um Guia para a Qualidade no Exercício da Arquitectura, na sequência do Guia Europeu aprovado pelo Conselho de Arquitectos da Europa. 6. CONCLUSÃO: ARQUITECTURA PARA TODOS Com a presente Moção de Orientação Estratégica, os arquitectos e a sua Ordem pretendem contribuir para a criação e implementação de uma Política Pública de Arquitectura em Portugal, assumindo-se como parceiro fundamental do Governo da República não apenas na definição das respectivas orientações e agenda programática, mas, também, na sua concretização. Trata-se, ainda, de um documento aberto, sujeito aos contributos e susceptível de aperfeiçoamento no decorrer dos trabalhos do 12º Congresso dos Arquitectos. Tais orientações e agenda deverão informar a actuação vindoura dos Órgãos Sociais da Ordem dos Arquitectos, assim como das suas Delegações e Núcleos. Neste sentido, a presente Moção visa sinalizar um novo ciclo na vida dos arquitectos e uma nova etapa na sua vida associativa, com objectivos muito claros: abrir a Ordem dos Arquitectos ao País e ampliar o longo caminho de responsabilidade social e de participação cívica dos arquitectos portugueses iniciado em 1948, no 1º Congresso Nacional de Arquitectura, procurando a consagração plena do Direito de todos à Arquitectura, a melhor Ambiente Construído e, assim sendo, a mais Qualidade de Vida. Este Direito implicará mais exigência e mais responsabilidade no exercício da profissão de arquitecto, e, por isso mesmo, convocará a nossa criatividade, a nossa ambição e a nossa determinação para melhor servir a Arquitectura enquanto interesse público e bem-comum de todos os cidadãos. Estes são, aliás, inseparáveis do optimismo do nosso fazer, desde logo na possibilidade de um mundo melhor em cada uma das nossas acções e em cada um dos nossos projectos, sempre na convicção de melhorar o habitar comum. É com esta mesma convicção que propomos a Portugal e ao Governo da República uma Política Pública de Arquitectura. Porque é de todos o Direito à Arquitectura. Porque a Arquitectura é para todos. Conselho Directivo Nacional Ordem dos Arquitectos Dezembro CONGRESSO48P.indd 10 09/12/06 14:54:59

11 10 dezembro 10h30 Visita guiada Centro de Estudos Camilianos e Casa Museu de Camilo informação nas páginas 31 e 37 15h00 Grande Auditório Sessão Solene de abertura Apresentação do Tema do 12º Congresso 16h30 Grande Auditório Conferência de Abertura Rob Docter (NL) informação na página 30 17h00 Grande Auditório Conferência de Abertura Nuno portas informação na página 30 18h00 Grande Auditório Sessão Plenária Apresentação da Moção de Orientação estratégica ao 12º Congresso 19h00 café-concerto Lançamento do movimento Norte 41 21h00 QUINTA NOSSA SENHORA DA ALEGRIA, EM RIBEIRÃO Jantar-Recepção Oferecido pela Câmara Municipal de. transporte em autocarros, com saída às 20h30 da 11 12CONGRESSO48P.indd 11 09/12/06 14:54:59

12 11 dezembro 09h00 GRANDE AUDITÓRIO Sessão Sectorial 01: Arquitectura e Ambiente Construído Ordenamento e Reabilitação de Cidades e Territórios Moderador e Relator: Jorge Bonito Santos e Ana Bonifácio Oradores Convidados: José Maria Ezquiaga Dominguez (ES), Álvaro Domingues e Aurora Carapinha (a confirmar) Orador convidado ÁLVARO DOMINGUES Nasceu em Doutorou-se em Geografia pela Universidade do Porto em Actualmente é professor da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP), investigador do Centro de Estudos da FAUP e docente no mestrado de Planeamento e Projecto do Ambiente Urbano da FAUP/FEUP. De entre as suas publicações, destacam-se os temas de urbanismo e política urbana, particularmente sobre a urbanização e a industrialização dispersas. É consultor de diversas instituições da Administração Pública e de Municípios. É professor convidado nas Universidades de Barcelona, Granada, Rio de Janeiro e São Paulo. É cronista do jornal Público. in Domingues, Álvaro (coord.) Cidade e Democracia, 30 anos de transformação urbana em Portugal Ciudad y Democracia, 30 años de transformación urbana en Portugal. Lisboa: Argumentum Edições, CONGRESSO48P.indd 12 09/12/06 14:54:59

13 09h00 pequeno AUDITÓRIO Sessão Sectorial 02: Arquitectura e cultura inovação e criatividade em arquitectura Moderador e Relator: Nuno Grande e Luís Tavares Pereira Oradores Convidados: Jean Gautier (F), Jorge Barreto Xavier e João Fernandes Oradores convidados JEAN GAUTIER Nasceu em Licenciou-se em Direito Público e Direito Empresarial pelo Institut d Études Politiques de Paris. Em 1993 foi Directeur de l Architecture de la Ville de Paris. Em 2003 é encarregue pelo então primeiro-ministro Jean- -Pierre Rafarin de um projecto que tinha como objectivo escolher a melhor localização para a futura Maison de la Francophonie. Em 2005 é designado Presidente do Comissariado Francês do Ano do Brasil. É presidente, desde 1993 da Association Varenne. É também Professor convidado no Institut d Études Politiques de Paris e na École Nationale du Patrimoine. JORGE BARRETO XAVIER Director-Geral das Artes do Ministério da Cultura. Foi Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Oeiras, Director do Lugar Comum Centro de Experimentação Artística, Presidente do Clube Português de Artes e Ideias. Foi consultor da Fundação Calouste Gulbenkian, da Fundação das Descobertas Centro Cultural de Belém, da Fundação de Serralves, da Casa Pia de Lisboa, da Universidade de Lisboa. Foi docente do Mestrado de Estudos Curatoriais da Universidade de Lisboa. É licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, especializado em Gestão das Artes e doutorando de Ciência Política da Universidade Nova de Lisboa. JOÃO FERNANDES Nasceu em Bragança em Concluiu em 1985 uma licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Conclui a parte lectiva do curso de Mestrado em Fonologia Portuguesa da Universidade de Lisboa em Entre 1987 e 1995, é professor e investigador em Estudos Linguísticos no Instituto Politécnico do Porto. É, desde Fevereiro de 2003, Director do Museu de Arte Contemporânea da Fundação de Serralves, no Porto, no qual desempenhou as funções de Director Adjunto entre 1996 e comunicações PARTICIPAÇÃO PÚBLICA E REDES SOCIAIS O psicólogo Stanley Milgram conduziu em 1967 um pesquisa acerca das relações do ser humano que ficaria popularmente conhecida como os six degrees of separation. Nas suas experiências, efectuadas com recurso a cartas endereçadas por indivíduos que não conheciam o destinatário final, demonstrou que a população americana estaria separada, em média, por apenas seis graus de relação mútua. Isto quereria dizer que uma habitante da Florida teria, em média, um amigo de um amigo, de um amigo, de um amigo, de um amigo, de um amigo, em comum com um habitante do Alaska. Esta investigação de Milgram foi publicada com o título The Small World Problem e surgia no contexto de uma problemática que interessou cientistas desde o início do séc. XX. Michael Gurevich, no início dos anos 60, Manfred Kochen e Ethiel de Sola Pool, nos anos 50 e Frigyes Karinth, nos anos 20, trabalharam sobre conjecturas adiantadas por Marconi no seu discurso do Prémio Nobel em Embora, no início dos anos 70, a teoria de Milgram tenha sido testada já com recurso a computadores, a posterior disponibilização na internet de bases de dados complexas, como 13 12CONGRESSO48P.indd 13 09/12/06 14:54:59

14 a que continha o elenco e equipa de todas as produções cinematográficas de Hollywood, permitiu popularizar a experiência com o Six Degrees of Kevin Bacon, que permitia verificar online quantos graus de separação existem entre o actor e outro elemento do elenco de qualquer filme. Uma rede social é, por definição, uma estrutura social constituída por indivíduos que estão ligados por um ou mais tipos de interdependência, como a relação de amizade, o grau de parentesco, o credo religioso ou a profissão. Uma particularidade deste tipo de estruturas é a forma como os indivíduos podem adoptar uma linguagem própria ou uma forma específica de comunicar, em regra fechada. A primeira rede social que se estabeleceu na rede foi a classmates.com, criada em 1994 por Randy Conrads. O myspace, criado pela Microsoft em 2003, ainda é o sítio mais visitado da internet. O facebook, criado em 2004 por Mark Zuckerberg, tem 300 milhões de utilizadores, 60% dos quais acedem ao site por aplicações móveis. O Supreme Court of the Australian Capital Territories utiliza o facebook para intimações e notificações judiciais. A internet veio introduzir uma nova forma de comunicar. Os utilizadores podem partilhar, à distância e em tempo real, um grande volume de informação. Desenvolvem-se novas formas de organização: as redes sociais justapõe-se numa única estrutura global. Num instante, todos estamos afastados por apenas seis graus de separação. O renascimento da mobilização social foi um dos efeitos secundários desta exposição à informação. Assumiu as mais diversas expressões e propósitos, que vão do activismo (abaixo-assinados online); à diversão (flashmobs); à consciência social (os apelos à doação de sangue ou medúla ossea); e aos fins comerciais (os vôos low-cost a preços extraordinariamente baixos). A participação pública tem como princípio o envolvimento no processo de decisão daqueles que são afectados pela sua implementação. Promove decisões mais sustentadas por reconhecer as necessidades e interesses de todos os envolvidos. A participação pública assume já a forma de consulta pública e de discussão pública em alguns instrumentos governativos. O orçamento participativo é outra forma de participação, em que os cidadãos definem a dotação orçamental de um certo organismo. Pode também ser um instrumento na definição de políticas de desenvolvimento regional e planeamento urbano. Sabendo à partida que a definição da forma de participação, a comunicação e o envolvimento dos cidadãos são tão importantes como o próprio processo de decisão, procuramos entender como as redes sociais e a mobilização social se podem assumir como instrumentos em processos de participação pública. João Costa Ribeiro A INTERNACIONALIZAÇÃO DA ARQUITECTURA PORTUGUESA ( ) Nota introdutória Inovação e internacionalização são palavras do nosso dia-a-dia, que, se transportadas apressadamente para o contexto profissional, podem ocasionar interpretações redutoras. A internacionalização da arquitectura portuguesa vem acontecendo há muito, e a inovação nesta área só poderá, a nosso ver, ocorrer identificando as especificidades do momento presente. Conhecer como funciona a intermediação cultural com vista a perspectivar o futuro num contexto global. No âmbito do Programa Doutoral em Arquitectura da FAUP, vem-se desenvolvendo a investigação A percepção internacional da Arquitectura Portuguesa sobre o referido tema. A investigação tem como objectivo traçar a evolução da percepção internacional da Arquitectura Portuguesa; como objecto mapear e analisar as ocorrências relevantes realizadas no citado período em território estrangeiro; e, por inerência, estudar agentes e processos de divulgação envolvidos. Nesta comunicação optámos por uma estrutura em duas partes: numa primeira, focaremos o papel da crítica na arquitectura, e numa segunda, o funcionamento dos críticos enquanto intermediários culturais. A A crítica e a disciplina da arquitectura Um entendimento sobre a crítica pode ser encontrado em Josep María Montaner no seu livro Arquitectura e Crítica 1. A crítica nasceu como um meio de emissão de uma opinião e mantém-se com esse carácter até aos dias de hoje 2. Como nos explica María Montaner, dada a sua natureza, tem ligações indeléveis à teoria e à história. Se por um lado a crítica necessita de uma base teórica que sustente as suas interpretações, por outro, a teoria necessita de se colocar à prova no exercício crítico. Reconhecendo-se hoje a história como uma construção de narrativas, esta assume um carácter contemporâneo que em favor da sua vitalidade, não pode alhear-se da sua ligação à crítica, à emissão de juízos. É deste universo que podem surgir caminhos que abram espaço para a inovação nas obras de arquitectura, (retomando a palavra usada no início, agora com outro âmbito de aplicação). Apesar de reconhecermos que a obra tem um valor preponderante em relação à crítica, no entanto esta, para além do seu eventual valor intrínseco, pode também influenciar as futuras criações. Montaner define a missão da crítica 1 MONTANER, Josep Maria, Arquitectura e crítica, Barcelona: Editorial Gustavo Gili, S.A., A crítica tem as suas origens no final do século XVIII, desenvolvendo-se ao longo do século XIX como consequência das batalhas que então se travaram, por exemplo: neoclassicismo versus barroco, romantismo versus positivismo, ou a defesa de cada um dos estilos dos muitos e vários que o eclectismo propiciara. Prolongou-se aquando da difusão do Movimento Moderno, e logo a seguir, no momento da crise da sua hegemonia serviu para desenhar reacções, resistências e evoluções até ao presente CONGRESSO48P.indd 14 09/12/06 14:55:00

15 como a de construção de pontes ( ) entre o mundo das ideias e dos conceitos ( ) e o mundo das formas, dos objectos, das criações artísticas, dos edifícios 3. Pelo que se disse acima fica clara a pertinência da investigação que nos encontramos a desenvolver. Uma vez feita a cartografia do que vem sendo pensado sobre a Arquitectura Portuguesa, podemos conscientemente optar por elaborar novos caminhos ou continuar a desenvolver os já existentes. B A arquitectura e a intermediação cultural Complementarmente, ao estudarmos o percurso da divulgação da crítica, como nos propomos fazer, estaremos em melhores condições de delinear as estratégias de internacionalização da Arquitectura Portuguesa. Esta começa, nas palavras de Montaner, como opinião pessoal de um especialista, tem como objectivo integrar a vontade colectiva, difundir-se por meio de publicações, suportes mediáticos, cursos e debates de cidadãos, para, finalmente, reverterse à esfera subjectiva de cada indivíduo dentro da sociedade. 4. É sobre estes processos de transmissão, nada lineares com fenómenos de acção e retroacção que passaremos a tratar nesta comunicação. É oportuno definirmos neste momento qual o posicionamento que informa o nosso enfoque teórico. Nós partilhamos a posição de autores como Scott Lash, John Urry 5, e de Laura Bovone 6, entre outros, que defendem que na sociedade actual, designada por eles como pós-moderna, podem ser encontrados espaços de liberdade de cada indivíduo, onde seja possível desenhar saídas alternativas à hegemonia da por muitos difamada globalização. Porém, é neste contexto onde a mediação (e mediatização) se encontra disseminada em múltiplas outras entidades, que já não as antigas detentoras de poder de manipulação de massas, que é exigido um esforço maior a cada indivíduo para lidar com a informação. Estamos a falar de conceitos como reflexividade como forma de produção de sentido, nomeadamente da contínua elaboração da identidade, cuja crise constante é um sinal identitário da sociedade pós-moderna. Digamos que no âmbito da concepção estruturalista da sociedade, as estruturas deixaram de ser sociais e passaram a ser substituídas pelas da informação. Neste contexto, estas transformações têm repercussões quer ao nível do indivíduo como dos próprios meios de comunicação, tornandose eles próprios reflexivos, construindo e reconstruindo a nossa cultura. Neste enquadramento, foi deixado espaço a profissões que assumem o carácter de intermediários culturais, como por exemplo jornalistas, produtores de televisão, operadores de turismo, galeristas, criadores de moda, entre outros, bem como os críticos de que falávamos no início. Estes movem-se com mais à vontade nas variadas e múltiplas conexões das redes de circulação de informação, ganhando assim uma crescente importância. Centremo-nos agora na figura dos intermediários culturais, de acordo com a definição de Cláudia Madeira 7, pensando nos críticos de arquitectura. Estes ao atribuírem mais ou menos espaço a cada arquitecto nas suas críticas, exposições e programações estão a contribuir para o maior ou menor desenvolvimento das suas carreiras, pois estas também dependem da visibilidade da sua produção. Os intermediários culturais têm uma função quase demiúrgica, criam o criador. 8 O seu papel não se esgota na simples mediação que começa na obra acabada e consiste em entregá-la ao público para consumo através de vários meios, pois ao fazer o enquadramento da produção intervém igualmente na formação do público, na criação de condições para a recepção das obras, o que constitui uma fase a montante da produção. Por outro lado, cada intermediário cultural ao fazer as suas escolhas, num constante processo reflexivo, constrói a sua carreira, definindo a confiança que o público deposita nele como ponto de acesso ao sistema abstracto onde se movem os arquitectos. Cada intermediário cultural ao estabelecer o seu quadro de relações em conjunto com outros define o panorama cultural. Esta alteração tem reflexo nas indústrias culturais que estão a perder o seu sector de produção, ganhando uma cada vez maior função financeira, parecendo-se cada vez mais com empresas de serviços, mais concretamente empresas de publicidade. Já não compram o disco ou o livro, mas sim a imagem do artista que lhes garantirá o sucesso da venda das obras que este vier a produzir. Daí que se concentrem na forma de empacotar o artista e vendê-lo como uma marca, da mesma forma que as empresas de publicidade vendem as marcas de outros. Daqui concluímos que o fenómeno do aparecimento dos arquitectos designados como arquitectos do star system, é parte de um fenómeno global, e tal como qualquer outro produto, são objecto dum processo de mercantilização da sua imagem como se de uma qualquer marca se tratasse. Nota conclusiva provisória Para finalizar, parece-nos que sem compreender a importância da reflexão teórica, sem ter conhecimento dos conteúdos elaborados sobre a Arquitectura Portuguesa, 3 MONTANER, Josep Maria, Arquitectura e crítica, Barcelona: Editorial Gustavo Gili, S.A., 2007, p MONTANER, Josep Maria, Op. Cit., p LASH, Scott; URRY, John, Economies of signs and space. London: Sage Publications, New Delhi: Thousand Oaks, BOVONE, Laura, Os novos intermediários culturais, considerações sobre a cultura pós-moderna in Carlos Fortuna, Cidade, Cultura e globalização, Oeiras: Celta, MADEIRA, Cláudia, Novos notáveis os programadores culturais, IV Congresso Português de Sociologia (Actas), Coimbra, de Abril de MADEIRA, Cláudia, Novos notáveis os programadores culturais, IV Congresso Português de Sociologia (Actas), Coimbra, de Abril de 2000, p CONGRESSO48P.indd 15 09/12/06 14:55:00

16 sem entender os seus processos de divulgação, e o conhecimento da evolução de cada um destes itens, é difícil mantermo- -nos auto-reflexivos enquanto arquitectos, e mais difícil ainda continuar o processo da internacionalização da Arquitectura Portuguesa. A investigação que nos encontramos a desenvolver no âmbito do Programa Doutoral em Arquitectura da FAUP fornecerá a base teórica que poderá interessar a outras entidades, nomeadamente à Ordem dos Arquitectos, para a delineação de estratégias de internacionalização, provavelmente mais matéricas, como a promoção de arquitectos Portugueses no estrangeiro com o objectivo de construção de obra. Bibliografia BOVONE, Laura, Os novos intermediários culturais, considerações sobre a cultura pós-moderna in Carlos Fortuna, Cidade, Cultura e globalização, Oeiras: Celta, LASH, Scott; URRY, John, Economies of signs and space. London: Sage Publications, New Delhi: Thousand Oaks,1999. MADEIRA, Cláudia, Novos notáveis os programadores culturais, IV Congresso Português de Sociologia (Actas), Coimbra, de Abril de MONTANER, Josep Maria, Arquitectura e crítica, Barcelona: Editorial Gustavo Gili, S.A., Cristina Silva e Gonçalo Furtado Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto 11h30 GRANDE AUDITÓRIO Sessão Sectorial 01: Arquitectura e Ambiente Construído Combate às Alterações Climáticas e Sustentabilidade de Cidades e Edifícios Moderador e Relator: Silvia Pelham e Nadir Bonaccorso Oradores Convidados: Ignasi Perez Arnal (ES), David Avelar (a confirmar) e João Paulo Lopes Comunicação: Miguel Nery Orador convidado JOÃO PAULO LOPES Nasceu em Licenciou-se em Arquitectura em 1997 na Universidade Lusíada. Obteve o Master em Meio Ambiente e Arquitectura Bioclimática, em 2001, na Escola Técnica Superior de Arquitectura da Universidade Politécnica de Madrid. É membro do Grupo de Trabalho sobre Sustentabilidade e Alterações Climáticas da Ordem dos Arquitectos CONGRESSO48P.indd 16 09/12/06 14:55:00

17 11h30 pequeno AUDITÓRIO Sessão Sectorial 01: Arquitectura e Cultura Conservação e Valorização do Património Arquitectónico Moderador e Relator: Ana Tostões e Victor Mestre Oradores Convidados: Carlos Garcia Vasquez (ES), Andreia Galvão e João Mendes Ribeiro moderador Orador convidado ANA TOSTÕES Arquitecta e mestre em História da Arte Contemporânea, Doutorada pelo Instituto Superior Técnico, em Lisboa onde é Professora Associada. Autora de trabalhos publicados na área da história, teoria e crítica da Arquitectura e da Cidade Contemporâneas, tem participado em júris, integrado comités científicos e realizado conferências na Europa, África e América. Comissária de diversas exposições em Portugal e no estrangeiro, coordenou cientificamente o Inquérito à Arquitectura do Século XX em Portugal (OA). É Vice- Presidente da Ordem dos Arquitectos e foi eleita por unanimidade Presidente do Docomomo Internacional para o mandato de JOÃO MENDES RIBEIRO Nasceu em Coimbra, em Licenciou- -se na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, onde leccionou entre 1989 e É docente da disciplina de Projecto no Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra desde Em 2009 realizou a Dissertação de Doutoramento na área científica de Arquitectura, no Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Em 2006 foi distinguido pela Presidência da República Portuguesa com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique. Em Setembro de 2008 foi-lhe atribuído o Prémio AICA 2007, da Associação Internacional de Críticos de Arte, pelo conjunto da sua obra CONGRESSO48P.indd 17 09/12/06 14:55:00

18 15h00 grande AUDITÓRIO Sessão Sectorial 03: Arquitectura e Exercício Profissional Legislação, Encomenda Pública e Defesa dos Consumidores Moderador e Relator: Leonor Cintra Gomes e Francisco Vieira de Campos Oradores Convidados: Manuel Fortea Luna (ES), Fernando Silva, João Álvaro Rocha e João Appleton Comunicação: Luís Afonso Recomendação: Pedro Santos e Gonçalo Furtado Orador convidado FERNANDO SILVA Licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra em Foi Secretário de Estado Adjunto e das Obras Públicas do Ministério do Equipamento Social entre 1999 e Actualmente é subinspector-geral da Inspecção-Geral de Finanças, desde 1994, e pertence ao quadro de pessoal da Inspecção- -Geral de Finanças. É Vice-Presidente do Instituto da Construção e do Imobiliário InCI, I.P. resumo da intervenção LEGISLAÇÃO, ENCOMENDA PÚBLICA E DEFESA DOS CONSUMIDORES 1. A importância da qualificação dos técnicos na qualidade do edificado Breve abordagem desde o Decreto 73/73, de até à Portaria 1379/2009, de Razões que levaram à sua revogação, designadamente, a prática de actos próprios de arquitecto e engenheiro por pessoas sem a necessária formação específica, mas às quais são legalmente reconhecidas competências. Repercussão (negativa) na qualidade dos projectos, e, consequentemente no edificado. 2. Mudança de paradigma/novo quadro legal Implementação de um novo quadro legal que visa assegurar padrões de exigência e responsabilização, e a promoção da qualificação dos profissionais do sector da construção e a sua consequente credibilização Legislação estruturante Código dos Contratos Públicos; Lei 31/2009, de 3.07 (Regime Jurídico da qualificação profissional dos técnicos responsáveis pela elaboração e subscrição dos projectos, pela fiscalização e pela direcção de obra); Portaria 1379/2009, de (Qualificações específicas profissionais mínimas exigíveis aos técnicos responsáveis pela elaboração de projectos, pela direcção de obra e fiscalização de obras); DL 555/99, de 16.12, republicado pela Lei 60/2007, de (Regime jurídico da Urbanização e Edificação) Legislação específica DL 68/2004, de 25.03, (Ficha Técnica da Habitação); SCE-DL 78/2006, RSECE- -DL 79/2006, RCCTE-DL 80/2006, todos de (Certificação energética); DL 163/2006, de 08.8 (Acessibilidade); DL 220/2008, de (Segurança contra incêndios); DL 123/2009, de 21.05, alterado pelo DL 258/2009, de (ITUR e ITED) e Portaria 701 H/2008, de (Instruções 18 12CONGRESSO48P.indd 18 09/12/06 14:55:00

19 para a elaboração de projectos) Legislação a aprovar Revisão do RGEU; Portaria da Lei 31/2009 (Seguro de responsabilidade profissional); Revisão do Regulamento de Segurança na Construção; Definição das Qualificações dos Coordenadores de Segurança em Projecto e Obra e Transposição da Directiva Serviços. 3.Código dos Contratos Públicos Encomenda Pública e o novo regime jurídico da contratação pública. Principais novidades introduzidas pelo Código dos Contratos Públicos. 4. Lei 31/2009, de 3 de Julho Objecto e âmbito de aplicação; estabelece a qualificação profissional dos técnicos pela elaboração e subscrição dos projectos, pela fiscalização e pela direcção de obra; deveres e responsabilidades dos diversos intervenientes em obra. 5. Portaria 1379/2009, de 30 de Outubro Objecto e âmbito de aplicação; regulamenta as qualificações específicas profissionais mínimas exigíveis aos técnicos responsáveis pela elaboração e subscrição dos projectos, pela fiscalização e pela direcção de obra pública e particular, previstas na Lei 31/2009, de 03.07; relevância das especialidades e especializações, bem como da experiência efectiva dos técnicos. 6. Defesa dos direitos dos consumidores (Outra Legislação DL nº 68/2004, de 25 de Março) Mecanismos criados com a finalidade de reforçar os direitos dos consumidores à informação e à protecção dos seus interesses económicos no âmbito da aquisição de prédio urbano para habitação. Ficha Técnica da Habitação FTH (Bilhete de Identidade do Imóvel) e elementos nela constantes. Competências sancionatórias do InCI, I.P, neste âmbito. Só com um quadro legal promotor de maior exigência, maior responsabilidade e maior qualidade se obtêm melhores projectos de arquitectura e engenharia, que geram uma melhor qualidade do edificado e uma maior satisfação dos consumidores. Fernando Silva InCI, I.P. comunicação DA ENCOMENDA PÚBLICA... Falo-vos de encomenda pública... Como consagrado na lei dos homens, e na ética do ofício da arquitectura, os concursos públicos de concepção deveriam ser o único instrumento que o Estado, as Regiões Autónomas, as Autarquias Locais, os Institutos e Empresas Públicas, e demais instituições públicas e/ou com participação pública têm ao seu dispor para a contratação de serviços de arquitectura e especialidades com vista à elaboração de estudos e projectos de construção, reconstrução, remodelação e planeamento urbano. E em bom rigor até o serão; não fosse a lei, por ser dos homens, incorporar os habituais mecanismos de excepção que segundo o espírito do legislador a tornam menos estanque, e por isso mais sensata. Mas o homem é um animal perverso; e na perversão do bom senso cresce. E os arquitectos também são homens. Ao longo dos tempos temos assistido a um regime de encomenda pública baseado na nefasta negação dos seus princípios basilares de acesso livre e democrático. Esta perversão domina sub-repticiamente, à margem dos legítimos concursos públicos de concepção; falsamente avalizada pela imperiosa urgência política em ano de eleições, pelas celebrações frívolas de festas temáticas, pela exclusiva técnica e arte de vários no entanto únicos colegas iluminados, pelos banais projectos de (des)interesse nacional, pelos dúbios regimes de excepção decretados em favor de compadrios instalados, pelas empresas públicas com vícios de gestão privada; ou tão somente pela vaidade provinciana dos nossos (ir)responsáveis decisores. Os arquitectos, personagens centrais nesta trama, pactuam com este regime em consciência absoluta que este tipo de procedimentos está ferido de vício; refugiam-se no hábito do tempo, na mestria dos consagrados, nos direitos adquiridos, na legitimação da experiência. Abjecto!! A Ordem dos Arquitectos, constrangida no papel regulador da Arquitectura para todos, remete-se à sua douta diplomacia, esperando não ter que se pronunciar. Triste!! Assim se mata uma geração, a que virá depois, entenda-se. Não é concebível que ainda haja recurso a concursos públicos viciados e/ ou com condicionantes de quase impossível cumprimento. Não é concebível que ainda haja recurso a ajustes directos de duvidosa legalidade e/ou justificação. Não é concebível que se convidem arquitectos nacionais e estrangeiros, ditos de referência e renome nacional e internacional, para servir única e exclusivamente objectivos e operações de marketing político. Não é concebível que se entreguem projectos a arquitectos com base nos seus compadrios ou meras afinidades de gosto dos efémeros donos de obra. Não é concebível que obras do Estado e das Autarquias, como por exemplo a renovação e aumento do parque escolar, os equipamentos de saúde, os equipamentos desportivos e de lazer, os museus e equipamentos culturais, a recuperação do nosso mais precioso património edificado ou até mesmo o futuro aeroporto, sejam projectados sem uma consulta pública e apreciação por um júri qualificado. Não é concebível que colegas nossos aceitem estes ajustes directos tendo 19 12CONGRESSO48P.indd 19 09/12/06 14:55:00

20 consciência absoluta que não o deveriam fazer, pelo óbvio desequilíbrio que provocam na normal regulação e livre concorrência da classe, consagrados no Regulamento de Deontologia. Não é concebível que a Ordem dos Arquitectos apoie alguns destes procedimentos sendo perversamente, ainda que conscientemente, instrumentalizada pelo sistema político. Não é concebível que a Ordem dos Arquitectos não se pronuncie desfavoravelmente sobre este tipo de procedimentos; não se distancie clara, objectiva e publicamente destas manobras de bastidores e não actue disciplinarmente sobre quem prevarica. Não nos iludamos. Este não será o caminho da credibilidade; o dos polutos talvez. É compreensível a escolha dos arquitectos: o trabalho escasseia, o número de profissionais cresce desmesuradamente. Mas não é aceitável. O crescimento saudável das nossas cidades, do país, tem que ser consistente e sustentado; renunciando à retórica fácil da agenda individual, e convocando a mais valia do pensamento plural e participado. São compreensíveis o desconforto e silêncio da Ordem dos Arquitectos; não fizessem parte dos seus corpos sociais em cargos de responsabilidade cimeira, colegas que promovem e beneficiam de tais procedimentos, com total desprezo pela confiança que lhes foi depositada em sufrágio nacional. Mas não é aceitável. Há que pautar pela justiça necessariamente cega e respeito profundo em valores que infelizmente caíram em desuso na vertigem da ganância, poder e arrogância daqueles que em claro abuso de funções, ditam ou influenciam as regras. O tempo da diplomacia tem que perecer, a nossa credibilidade urge ser refundada. Temo no entanto que, perdida no lapso temporal da mudança, a minha geração seja aquela que morreu. Em jeito de conclusão, um desejo... Exorto-vos, colegas e associados, a participarem mais activamente na vida da Ordem. Tornem consequentes as conversas de café, divulguem as vossas preocupações e reflexões sobre a classe, lutem sem pudor pela protecção dos valores base da nossa actuação. E à Ordem, exorto-a a debater, reflectir, divulgar, proteger e agir em conformidade com os nossos anseios e expectativas; a par duma intervenção mais activa, efectiva e regular quando em causa está a degradação da qualidade de vida do país e uma clara ultrapassagem aos nossos direitos enquanto profissionais. Para isso foram mandatados. Como sabiamente professado n As Catedrais...: Ter melhor equivale a merecer melhor. Luís Afonso, membro nº OA recomendação CONCURSO: PARA ALÉM DE UM FUTURO ENCOMENDADO Um Concurso de Arquitectura é sempre a melhor opção. Enunciar as razões desta convicção será um exercício tão oportuno como o de argumentar, mais uma vez, os benefícios da própria Arquitectura. Por isso não perderemos tempo, sabendo que nos batemos, obviamente, do lado da razão. Continuar em campanhas de alfabetização pela defesa dos concursos (ou da arquitectura) não fará grande sentido; ou ainda estaremos no PREC? Pensamos que não; mas, considerando, no período pós 25 de Abril os edifícios efectivamente construídos por equipas vencedoras de concursos abertos de concepção de arquitectura com intervenção da ordem, obtemos uma, surpreendente, média de: um edifício por ano. Dá para pensar que, mesmo numa ocasião destas, não há que celebrar. Não é tanto para ter vergonha, porque estes raros exemplares estão cá como prova de excelência; e servirão até para especular que há país a menos, em vez de arquitectos a mais. Por isso, não devemos ficar a aguardar concursos, esperando satisfazer a encomenda pública das (poucas) vontades institucionais. Até porque o procedimento concurso, como quis lembrar Gregotti na segunda fase da proposta para o CCB, apresenta características de notável interesse para o debate da nossa disciplina. E contudo, não é a disciplina que interessa. (Da mesma maneira que a revogação do 73/73 não se prendia com a defesa das condições da prática profissional, mas com algo muito maior.) São essas certezas maiores que interessa evocar. E se dos concursos, saíram poucos edifícios, talvez nos reste, ainda, o conhecimento gerado e a vontade de participar em algo maior (que a satisfação profissional). Bastará ter presente que os concursos com maior participação, não tinham como motivo a construção de qualquer projecto em concreto. A participação em concursos abertos como o concurso de ideias para a Expo 98 que posteriormente seriam canalizadas para o programa de um outro concurso (com acesso mais restrito), ou a mobilização de propostas que se inscreveram no concurso de ideias vazios urbanos organizado pela Trienal de Lisboa evidenciam que o aparente desperdício de tempo das equipas oferece-se como contributo para a definição de uma perspectiva ampla das possibilidades desta sociedade. É para isso que devemos concorrer; para apresentar concepções; porque (efectivamente) não há projecto. Tornar visíveis as possibilidades (de futuro aberto) que não pode ser um desejo encomendado. Organizar concursos, mesmo que não sejam para construir, pode sustentar a evidência que todos podemos exigir mais (e pelo menos construir melhor programa) CONGRESSO48P.indd 20 09/12/06 14:55:00

21 Podemos, talvez, ter mais do que o papel de comentar apressadamente os sucessivos projectos de diplomas regulamentares. E historicamente ver provada a vontade de nos libertarmos do destino (do território) que não desejamos. Porque se a Arquitectura se medir pelo edifícios produzidos... Pedro Santos, membro nº OA e Gonçalo Furtado, membro nº OA 15h00 pequeno AUDITÓRIO Sessão Sectorial 04: Arquitectura e Cidadania Participação das Comunidades e dos Cidadãos Moderador e Relator: Fernando Gonçalves e João Bento Oradores Convidados: Indira van't Klooster (NL), Cecília Delgado e Miguel Silvestre Recomendação: Ana Rute Pereira da Costa et al. oradores convidados INDIRA VAN T KLOOSTER De nacionalidade holandesa, é arquitecta pela Universidade de Amsterdão. É redactora final do Architectuur Lokaal desde Abril 2004 e docente da academia Van Bouwkunst em Amstredão, desde Setembro É colaboradora de várias revistas de arquitectura, como De Architect, De Witte Raaf, Archined, ArchitectuurNL. CECÍLIA DELGADO É professora na Universidade Lusíada do Porto desde Colaborou na elaboração do Plano Estratégico do Programa Polis em Vila Nova de Gaia (2000). De 2000 a 2007 foi responsável pela gestão e coordenação dos Projectos e Planos no âmbito do Programa Polis em Vila Nova de Gaia. É arquitecta e Mestre em Planeamento e Projecto do Ambiente Urbano pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (1998). Actualmente é doutoranda em Urbanismo pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa. Tem participado em inúmeras conferências em Portugal e no estrangeiro no âmbito das suas áreas de interesse: planeamento urbano e urbanismo; qualidade de vida urbana; participação pública e cidadania. resumo da intervenção As cidades são o resultado de uma complexidade infindável de apropriações: Os cidadãos que vivem nas cidades, homens, mulheres, velhos e jovens, letrados e iletrados, pobres e ricos cuja mistura tem atraído cada vez mais população para as áreas urbanas. De acordo com o relatório da Nações Unidas The State of the World Population (2009) a população urbana representa 50% da população total mundial e 75% da população total dos países desenvolvidos. No entanto o desenho da cidade é planeado por um grupo restrito de cidadãos, os técnicos que raramente correspondem à diversidade populacional dos que habitam as cidades, homens e mulheres, com diferentes culturas e diferentes estilos de vida, etc., e pelos 21 12CONGRESSO48P.indd 21 09/12/06 14:55:01

22 políticos eleitos, maioritariamente através de uma democracia representativa, aos quais cabe o direito, e o dever de decidir sobre as politicas urbanas que moldam o planeamento das nossas cidades, quanto muito sobre a protecção de um programa eleitoral, raramente discutido e raramente assimilado pelo cidadão comum. Técnicos, políticos e cidadãos terão o mesmo modelo de cidade? Caso não tenham, será possível sem a participação pública, garantir que as cidades reflictam as necessidades e aspirações de todos? Cecília Delgado recomendação POR UMA ARQUITECTURA PARTICIPADA Nas minhas funções nos serviços de habitação fui levado a discutir com as organizações populares de uma pequena aldeia operária, e apercebi-me de que, contrariamente à Municipalidade, estas pessoas tinham uma visão muito real das necessidades e aspirações em matéria de melhoramento da cidade. (...) Sabiam exactamente o que era uma rua e uma praça e evitavam todas as discussões académicas sobre os tipos de habitação. (Vicente, 1979) 1 É consensual que existe a necessidade de trabalhar com o/a cidadão/ã as questões inerentes à Arquitectura, perceber de que forma ela pode contribuir para a melhoria das suas condições de vida, permitindo-lhe um papel mais (pró) activo na sociedade. Todavia, de modo a facilitar esta abordagem e assimilação da mensagem transmitida (conhecimento arquitectónico), será importante compreendermos as perspectivas desses mesmos cidadã(o)s e percebermos quais as suas referências e saberes neste âmbito: Arquitectura participada. Quando pensamos em Arquitectura participada é importante observarmos aquilo que já foi feito em Portugal nesta área, percebermos o enquadramento social, económico e político dessas acções e sermos capazes de fazer uma transposição para a nossa actualidade. As operações SAAL [Serviço Ambulatório de Apoio Local] foram durante um curto período após o 25 de Abril de 74, uma intensa experiência de democracia e intervenção participativas no domínio da habitação social. Ainda hoje continua a constituir uma referência para os Estudos Urbanos, pela forma como envolveu arquitectos, engenheiros, juristas, geógrafos, sociólogos e, sobretudo, os próprios moradores de bairros degradados, num esforço associativo para lutar por uma habitação condigna e pelo direito à cidade. (Pereira, 2006) 2 1 Vicente, Manuel, l Architecture d Aujourd hui, nº185, Pereira, Guilherme, extra]muros[ in Tendo em conta o exemplo do SAAL, identificamos algumas premissas a reter para uma nova abordagem participativa: Conjugação de Saberes equipas multidisciplinares nos programas a implementar, 3 Envolver os estudantes A importância de unir gerações em torno do mesmo projecto, aliar a inovação dos mais jovens com experiência dos seniores, 4 Envolver as os/as cidadã(o)s no processo de concepção, auscultação das necessidade e prioridades, Fomentar a troca de experiências e partilhas de saberes entre os diversos agentes do território, Envolver o Estado como principal interessado no aumento da qualidade de vida e do ambiente construído. Por considerarmos que poderão dar um contributo interessante, propomos uma participação mais activa das crianças e jovens nos processos de arquitectura participada: reflexão sobre o ordenamento do território, detecção de problemas, procura de soluções para espaço construído, etc. Possíveis áreas/programas de intervenção: Envolvimento de Arquitectos/as e de Estudantes de Arquitectura no programa das Cidades Educadoras [Neste momento temos pelo menos 23 cidades portuguesas inscritas na AICE Associação Internacional de Cidades Educadoras]. Criar programas de cooperação entre os Arquitectos e as freguesias. - Criar projectos que envolvam as diversas faculdades, por uma participação mais activa na construção do território multidisciplinaridade. - Promover cursos de verão de Arquitectura [municípios em Articulação com a Ordem dos Arquitectos] enquadrados nos projectos da autarquia. Ana Rute Pereira da Costa, membro nº OA co-autores: Professor Doutor Arquitecto Francisco Barata [FAUP] e Professora Doutora Sofia Marques da Silva [FPCEUP] 3 Os detentores de formas especializadas do conhecimento e das competências técnicas de habitação e urbanismo [arquitectos, engenheiros, sociólogos, juristas, geógrafos...] foram fundamentais na definição de estratégias necessárias ao cumprimento dos objectivos do movimento, bem como nas alianças que estabeleceram com as comissões de moradores, num processo nem sempre fácil. Foram obrigados a discutir as concepções estéticas e as preferências dos moradores, procurando soluções técnicas de baixo custo, de modo a configurar e personalizar o habitat de acordo com as vivências. Fernandes, Samuel Roda, extra]muros in[ 4 Envolver os arquitectos que participaram nos programas do SAAL e noutros programas de participação em Portugal como conselheiros de novos projectos CONGRESSO48P.indd 22 09/12/06 14:55:01

23 17H00 CAFÉ-CONCERTO Lançamento da primeira edição da nova colecção OA/Cadernos informação na página 39 17h30 grande AUDITÓRIO Sessão Sectorial 03: Arquitectura e Exercício Profissional Habilitação, Capacitação e Responsabilidade Profissional Moderador e Relator: Vitor Carvalho Araújo e Teresa Cálix Oradores Convidados: Alain Sagne (B), José Fernando Gonçalves e Gonçali Menéres Pimentel Comunicação: José Fernandes Pires Recomendação: Cristovão Iken oradores convidados ALAIN SAGNE Desde 1991 desempenha o cargo de Secretário Geral do Architects Council of Europe (ACE), a organização que regula a profissão de arquitecto ao nível Europeu. Pretende regular o desenvolvimento dos países europeus influenciando as suas práticas arquitectónicas. Tem representado o ACE enquanto vice-presidente do Fórum Europeu para as Políticas de Arquitectura. É membro do conselho de administração do European Council for Construction Research, Development and Innovation (ECCREDI) e co-presidente do European Services Platform. GONÇALO MENÉRES PIMENTEL Nasceu em Lisboa em Licenciou-se em Direito na área Jurídico-Políticas na Faculdade de Direito de Lisboa (1990). Tem prestado assessoria a empresas privadas e instituições públicas, na área do Direito Administrativo, no domínio do Urbanismo, do Direito Civil e, em particular, do Direito de Autor e do Direito Comercial. Em 2004 e sob o tema Responsabilidade civil no processo construtivo Interligação de vários agentes, foi orador no Encontro Nacional A Cidade que temos, a Cidade que queremos, promovido pela Ordem dos Arquitectos. É consultor jurídico de diversos organismos públicos e bem assim do Conselho Directivo Nacional da Ordem dos Arquitectos CONGRESSO48P.indd 23 09/12/06 14:55:01

24 comunicação POR UMA POLíTICA PÚBLICA DE ARQUITECTURA QUE AS PERIPéCIAS DO PASSADO RECENTE ALIMENTEM A QUALIDADE E A RESPONSABILIDADE NA ARQUITECTURA DO FUTURO Que Deus a tenha em eterno descanso! Em Agosto de 2000 escrevia à bastonária da Ordem dos Arquitectos, Olga Quintanilha: Na sequência de notícias recebidas manifesto o meu desagrado pela posição do CDRSul. Tal como Vossa Ex.ª preconiza, parece-me do mais elementar bom senso que qualquer alteração ao Decreto nº 73/73 (com a aprovação da OA) respeite escrupulosamente o principio de que: A Arquitectura só para os Arquitectos; A Direcção Técnica das Obras para os Arquitectos em pé de igualdade com Engenheiros Civis e Engenheiros Técnicos Civis. Sem outro assunto, esperando uma firmeza determinante de Vossas Ex.ª, nesta matéria, subscrevo-me com os melhores cumprimentos. Em Janeiro de 2001, ainda no mandato da Senhora Bastonária, a propósito da declaração no Arquitectos informação 91, não pude deixar de fazer um reparo à informação: Não devemos exigir qualificações para as quais não temos formação adequada. Recomendando-lhes uma leitura do artigo 63º, do Decreto-Lei nº 555/99, de 16 de Janeiro, e o entendimento do legislador nesta matéria. E também, uma reflexão do XIII Congresso da Ordem dos Engenheiros, quando se insurgiram, de entre outras matérias, contra o referido artigo 63º. Terminava o meu artigo com a seguinte expressão: Sinal de mudança dos tempos. Mas isto já se passou nos anos de 2000 e 2001, anos muito recentes, porque, já em 1992, eu escrevia ao Senhor Ministro do Planeamento e da Administração do Território (Luís Francisco Valente de Oliveira) referente às afirmações proferidas pelo Senhor Secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território: Dr. José Manuel Nunes Liberato, no encontro realizado no dia 30 de Junho de 1992, com a Associação dos Promotores Imobiliários, em que o Senhor Secretário fazia as seguintes afirmações: Pela primeira vez aparece consagrado na legislação o papel primordial que o projecto de Arquitectura aufere no âmbito do processo de licenciamento de obras. Esse papel não só lhe é atribuído em sede das exigências ao nível da instrução do pedido de licenciamento, como toda a apreciação do pedido gira à sua volta, relegando para segundo plano as preocupações ao nível dos projectos das especialidades. Perguntando-lhe: O que entende o Senhor Secretário de Estado por projecto de Arquitectura? Quem considera, efectivamente, habilitado para a realização deste projecto? E terminava dizendo-lhe: Acredito, cada vez mais, viver num país de duas facetas: a do invólucro e a da medula. Ao invólucro dá-se uma imagem Europeia (Decreto-Lei nº 445/91); Na medula concentram-se as substâncias do passado (Decreto nº 73/73). Acrescentando ainda: Como pessoa que vive numa região onde nem sempre a sensibilidade da população se manifesta vivamente perante problemas desta natureza, não posso deixar de manifestar a minha tristeza, ao ter de assistir passivamente ao degradar constante da paisagem, do património arquitectónico não classificado, ao emergir de construções de manifesto mau gosto que tanto descaracterizam as paisagens e as regiões, ao desmoronar de todo um património, fruto de intervenções de pessoas sem qualquer formação ou qualificação para gerir equilibradamente o rosto do território a que pertencemos. Mas ainda em 1992, escrevia uma carta ao Senhor Director do jornal Expresso, pela não publicação do artigo que lhe tinha enviado, depois de me terem informado do interesse nele. Dizia-lhe: Sinto o maior respeito pelo conteúdo e assuntos tratados nos artigos de opinião que tem ocupado as páginas do vosso jornal, mas parece-me que tanto ou mais importante, que matéria tratada nesses artigos de opinião, seria o conteúdo do meu artigo, independentemente da falta de veia jornalística ou literária de que não sou dotado. Gostaria de salientar alguns aspectos, que de forma evidenciável, deixam transparecer a manipulação da informação consciente ou inconscientemente onde ainda se privilegiam certas classes profissionais e políticas, conferindo maior receptividade às suas manifestações e possibilitando-lhes a sua divulgação. Senão vejamos, ainda que de forma superficial: Fartei-me de ler artigos de gente da área da justiça: advogados, juízes, sindicatos, ordens, etc., etc., etc.; Pareceu-me exagerada e cansativa a repetição sistemática de artigos sobre o problema da medicina e do transplante de órgãos; Embora não questione que se estejam a pôr em causa valores éticos e morais e a privar os cidadãos de direitos que lhes deveriam ser conferidos independentemente 24 12CONGRESSO48P.indd 24 09/12/06 14:55:01

25 do seu testamento obrigatório, para se reservarem ao direito de não partilharem os seus órgãos, questiono se será mais salutar preocuparmo-nos com os problemas do cidadão após a sua morte, ou se preocuparmo-nos com os cidadãos enquanto vivos, gerindo equilibradamente o território, que tanto pode contribuir para a redução, ou até evitar os referidos transplantes, motivados em grande escala pela tensão e stress, que os espaços humanizados e naturais tanto podem influenciar. Parece-me um pouco despropositado, o vosso jornal reservar essas limitadas páginas, a políticos com assento no Parlamento, onde afinal podem tomar decisões de fundo e aplicá-las ao quotidiano da vida dos portugueses, quando os mesmos no parlamento pouco ou nada fazem, e esses artigos não passam meramente de querelas políticas, que afinal pouco interessam aos portugueses e menos ainda visam, a resolução de problemas concretos. Agora que o artigo não foi publicado, e com legislação posterior sobre a mesma matéria, recomendo-lhes, uma breve ainda que seja, reflexão sobre os diplomas: Dec.Lei 445/91, de 20 de Novembro, Dec.Reg. 11/92, de 16 de Maio, e muito em especial o artigo 15º. Concluía dizendo: Esqueçam um pouco a dialéctica eloquente dos Senhores Políticos! Passada esta primeira vaga de desnorte e desentendimento, e já nos anos mais recentes, com a Ordem dos Arquitectos já nas mãos da bastonária Helena Roseta, voltava a sentir a necessidade de me manifestar perante a posição de políticos da actualidade e de alguns órgãos de comunicação. E não pude deixar de manifestar o desagrado pela apreciação feita pelo Senhor jornalista do Expresso: João Garcia, ao envolver o projecto de Lei 183/X Arquitectura um direito dos cidadãos, um acto próprio dos Arquitectos, aprovado pela Assembleia da República no dia 18 de Maio, como uma iniciativa de cunho corporativista. Questionava então, o senhor jornalista, em Maio de 2006: Quem sabe se o senhor jornalista tem interesses directos ou indirectos na manutenção de Lei Marcelista de há 33 anos? Quem sabe se o senhor jornalista só está habituado a passear na urbe lisboeta (projectada apenas por Arquitectos) e desconhece aquilo que prolifera na província, onde todos os dias surge mais uma construção, que quebra a harmonia das nossas vilas, das nossas aldeias, da nossa paisagem? Quem sabe se o senhor jornalista é indiferente à harmonia de um espaço urbano? E adiantava: Quem sabe! Quem sabe! Quem sabe! O senhor jornalista ao chamar a iniciativa de cunho corporativo está-se a esquecer que mais do que isso pretende-se que se dê a Arquitectura a quem está habilitado para a fazer, caso contrário, cada vez mais, as pobrezas do nosso país acentuar-se-ão, perdendo a oportunidade de nos afirmarmos como um país do primeiro mundo, escorregando no sentido dos mais fracos. Concluía: O Expresso, um jornal de referência, ao publicar a apreciação feita pelo senhor jornalista João Garcia, prestou um mau serviço ao país, e deixou transparecer alguma falta de lucidez, para poder servir de lanterna aos caminheiros que o lêem. E por fim, já em Abril de 2007, com um diploma já apresentado pelo governo, eu escrevia para a Assembleia da República, por causa do período de transição de cinco anos, salientando que se iria contribuir assim, neste longo período de transição para a continuação da degradação da nossa paisagem urbana e rural, descaracterizando o pouco que ainda nos resta para conservar, e imprimindo à paisagem um rosto descaracterizado, sem gosto, funcionalidade ou harmonia. E só passados dois anos, veio à luz do dia a Lei 31/2009, de 3 de Julho, consagrando a transição de cinco anos, no seu capítulo IV, para que os mesmos técnicos continuem a fazer as mesmas coisas, e aquilo que já no início dos anos 90 era preocupante, vai assim continuar por mais este período de tempo. Pese embora a morosidade para a mudança, estamos finalmente no limiar do início de uma nova fase. De uma nova fase, em que os arquitectos terão que assumir maiores responsabilidades. Mas não podemos ficar por aqui, isto representa um primeiro passo na definição de um novo horizonte. Há uma tarefa árdua, para trilharmos um novo caminho, com mais clareza de regulamentos, em que para responsabilizar é necessário simplificar. Este novo diploma que veio substituir o Decreto 73/73, é um primeiro passo. Um primeiro passo no aclarar do caminho, mas um passo que por si só não tem a intensidade suficiente para que o caminho fique demarcado com a clareza necessária. Existem funções de coordenação de diferenciação ambígua. Em que o campo de sobreposição é impreciso. Em que a simplificação é necessária. Existem regulamentos, que entram num detalhe excessivamente burocrático. Em que a sua eficácia é questionável. Em muitos casos completamente infrutífera. Existem regulamentos, em que a sua estrutura científica é questionável à vista desarmada. Existem regulamentos que é necessário adaptar à realidade prática da construção. Em que é necessário expurgá-los da vertente excessivamente teórica. Só então, quando percorrido este caminho, poderemos encontrar o equilíbrio entre os vários intervenientes na construção: 25 12CONGRESSO48P.indd 25 09/12/06 14:55:01

26 Projecto e processo construtivo. Técnicos, construtores e donos de obra. É necessário que a qualidade da construção melhore. É necessário que o conforto evolua. Mas isso só se consegue com a simplificação de processos. Com a aclaração de procedimentos. É necessário que a organização do território se harmonize. É necessário que a intervenção neste domínio se torne transparente. Mas isso não se consegue com a sobreposição de legislação. De Planos de Ordenamento. Burocratização de procedimentos. O território organiza-se com intervenções individualizadas. Com intervenções integradas. Com intervenções responsáveis e isentas. O território organiza-se com a cooperação da política, da arquitectura, da engenharia, da geografia, da história, da sociologia. O papel dos arquitectos é solicitado neste momento. Temos muito para recuperar. Muito para reordenar. Alguma coisa para construir. Temos outras responsabilidades. Temos uma província carente e necessitada. Os próximos tempos terão de ser considerados mais exigentes e mais difíceis. Temos que consolidar a responsabilidade social, o domínio do conhecimento, o recurso a opções consistentes. A paisagem precisa de mudança, mas exige contenção. O futuro espera-nos, mas nós temos de corresponder a esse compasso de espera. A nossa profissão tem no mercado nomes de profissionais com prestígio, mas a mudança exige também profissionais anónimos. Não podemos projectar só para revistas e roteiros, temos de projectar também para o cidadão comum. A mudança impõe-se, mas os recursos não são ilimitados. A mudança não se pode fazer com ruptura, tem que se fazer com progressividade. Temos que nos tornar pessoas práticas e ouvir o que o cidadão comum tem para nos dizer. Temos que guardar a totalidade dos saberes para um número restrito de intervenções. Só assim podemos encontrar o equilíbrio e o consenso que se nos impõem. Só assim a profissão gozará do prestígio que tanto ambiciona. José Fernandes Pires, membro nº 4439 OA recomendação POR MAIS DIGNIDADE NO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO A entrada em vigor do DL 31/2009, pela amplitude das alterações que preconiza, constituirá o início de um novo ciclo para os arquitectos portugueses e a promoção de Arquitectura em Portugal. A revogação do 73/73 não poderá deixar de ser acompanhada, no subsequente, por reflexões profundas acerca do actual contexto da prática profissional dos arquitectos e da forma como a sociedade portuguesa se propõe garantir a produção de Arquitectura de qualidade, cabendo nestas reflexões destaque àquelas que incidem sobre o quadro normativo vigente. A presente recomendação pretende trazer à discussão deste Congresso dois aspectos, os quais, não obstante revestidos de considerável grau de pormenor no amplo contexto do exercício da profissão de arquitecto e das múltiplas problemáticas que o assolam não podem deixar de ser considerados no âmbito da definição de uma Política Pública de Arquitectura (PPA): os termos de responsabilidade e as legalizações, e, nesse contexto, em particular o papel reservado aos arquitectos no procedimento. Estes dois aspectos tocam-nos a todos, ora na nossa qualidade de arquitectos, ora na nossa qualidade de cidadãos ou utentes/ consumidores da Arquitectura. Proponho ao Congresso que aprove esta recomendação no sentido da OA, através do CDN: 1. [relativamente à questão dos termos de responsabilidade] incentivar a implementação de um modo de assunção de responsabilidades que, sem prejuízo para a salvaguarda do interesse público e dos clientes, seja justo face às efectivas capacidades do profissional e que não o coloque na eminência de, por defeito e devido ao quadro legal obtuso, ter que prestar falsas declarações e de, assim, o submeter sempre ao jugo da jurisdição criminal, administrativa e disciplinar; 2. [relativamente à questão das legalizações] incentivar, na salvaguarda do interesse público, uma alteração legislativa ao RJUE que estabeleça um procedimento excepcional de legalização à posteriori, assente no reconhecimento pelo Estado da falha no cumprimento das suas obrigações de fiscalização, o qual para além de efectivamente desincentivador da prática ilícita em causa, não obrigue os arquitectos, isto é, aqueles que menos responsabilidade tem no surgimento das situações ilegais, a assumir responsabilidades e riscos desmesurados; que não os obrigue a efectuar falsas declarações e, assim, os submeta novamente ao espectro da sanção criminal, administrativa e disciplinar; e que não os obrigue a actuar em desrespeito aos 26 12CONGRESSO48P.indd 26 09/12/06 14:55:01

27 fundamentos existenciais da sua profissão; enfim, um procedimento excepcional, que não deixando de envolver o arquitecto (quem sabe p.ex. pela elaboração no exercício, de resto, de um acto próprio consagrado no EOA de um parecer vinculativo de avaliação da edificação a legalizar) preconize uma actuação ética e digna do arquitecto nesse tipo de processos. Cristóvão Iken, membro nº 4539 OA 17h30 pequeno AUDITÓRIO Sessão Sectorial 04: Arquitectura e Cidadania Educação com a Arquitectura Moderador e Relator: Maria Manuel Oliveira e João Paulo Martins Oradores Convidados: John Graby (IRL), Maria Calado e Xosé Manuel Rosales Noves (ES) Comunicações: Paulo Pisco e Ana Rute Pereira da Costa moderador MARIA MANUEL OLIVEIRA É diplomada em Arquitectura pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto e Doutorada em Arquitectura pela Universidade do Minho. Membro do Conselho Directivo da Secção Regional do Norte da OA, é docente, desde 1997, na Escola de Arquitectura da Universidade do Minho, onde desenvolve Prática Arquitectónica no âmbito do seu Centro de Estudos. Integrou o Gabinete de Planeamento Urbanístico da Câmara Municipal de Guimarães ( ), tendo entre 1986 e 2003 exercido em regime liberal. Leccionou no Departamento de Arquitectura da Universidade de Angola e na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. relator JOÃO PAULO MARTINS Nasceu em Lisboa em Licenciou-se em Arquitectura em 1988 na Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, onde é actualmente professor auxiliar nos cursos de Design. Obteve o grau de Mestre em História da Arte pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa em 1995, com a dissertação Cottinelli Telmo. A Obra do Arquitecto ( ). Em 2006 adquire o grau de Doutorado pela Universidade Técnica de Lisboa. Oradores convidados JOHN GRABY Formado pelo Dublin Institute of Technology, tem também um diploma em Project Management pelo Trinity College Dublin em É hoje membro do Chair of Architects Council of Europe Safety and Health Workgroup, do Construction Industry Council e do Forum for the Construction Industry. XOSÉ MANUEL ROSALES Licenciou-se Arquitecto Superior na Escola Técnica Superior de Arquitectura da Coruña, em Adquiriu o grau de Mestre en Proxectation Urbana e Territorial pela Universidade da Coruña. Actualmente é Professor Associado de Debuxo II Análise Gráfica da Arquitectura no Departamento de Representação e Teorias Arquitectónicas na Escola Técnica Superior de Arquitectura da Universidade da Coruña, desde Dezembro CONGRESSO48P.indd 27 09/12/06 14:55:02

28 comunicações SERÁ A ARQUITECTURA RELEVANTE PARA A EDUCAÇÃO? CONTRIBUTOS PARA UMA REFLEXÃO DESEJÁVEL A Educação e a Arquitectura têm, historicamente, uma relação intensa especialmente desde que o programa escolar se autonomizou e a escola passou a lugar privilegiado da aprendizagem. A maior proximidade local deste equipamento converteu-se num paradoxo sendo: ou o espaço que segrega a comunidade local (e.g. higienista ou securitária) ou o que a volta a congregar (centro comunitário, unidade de vizinhança). Esta oscilação reflecte, a relação da educação com a sociedade, ao qual a arquitectura tenta responder. Por outro lado, a escola de massas, típica da sociedade industrial, dá sinais de esgotamento. A diferenciação de respostas reclamadas e a escassez de recursos exigem espaços mais flexíveis. Mas estes continuam a organizar-se em torno dos mesmos conceitos arquitectónicos (sala, corredor, edifício isolado, pátio/muro). Fará sentido? Poderá a arquitectura responder aos desafios que se pressentem? Será a arquitectura relevante para a educação e seus resultados? E de que forma? A nossa comunicação tentará, através de revisão bibliográfica e de uma análise alargada reflectir sobre o tema, tendo presente o avultado investimento na rede e no parque escolar que o país realiza actualmente. Paulo Pisco, membro nº 6333 OA EDUCAÇÃO E ARQUITECTURA Uma proposta de diálogo e articulação de saberes Numa conversa com jovens: Ana Rute (AR) O que acham que é a Arquitectura? Filipa (FI) É a forma de tudo, como se constroem as coisas. (AR) E para que serve? (FI) Para construir tudo o que quisermos. (AR) E onde é que ela existe? (FI) Em tudo o que nos rodeia. (AR) E gostavas de aprender mais sobre a Arquitectura? (FI) Sim, para saber mais sobre o que nos rodeia. (...) (AR) Porque é que achas que é importante a Arquitectura? Raul Para fazer as coisas direitas e que sejam práticas, fazer as coisas com as medidas exactas (...). 1 Neste pequeno excerto podemos compreender como as conversas com os jovens são reveladoras, percebemos uma clarividência no seu discurso, uma objectividade de pensamento desarmante. Nesta comunicação pretende-se trazer a debate a pertinência metodológica, epistemológica e social de uma possível articulação entre dois campos disciplinares e os saberes que incorporam: a Arquitectura e as Ciências da Educação. Considera-se que a partilha de conhecimentos, optimização de recursos e de resultados poderão estimular o enriquecimento mútuo entre os dois saberes, promover estratégias socioeducativas em torno e a partir da arquitectura, emancipadoras tendo como protagonistas os/as cidadãos/ãs. O estudo 2 a partir do qual se propõe esta discussão, tem como pretensão final contribuir para se delinear uma estratégia de acção e de enquadramento dos saberes da Arquitectura nos programas educativos nacionais de forma a trabalhá-la como uma ferramenta de educação para a cidadania, permitindo dotar os/as jovens de uma maior consciência arquitectónica, cívica e democrática, com um papel de maior participação nos processos de decisão que dizem respeito à organização dos espaços. Ana Rute Pereira da Costa, membro nº OA co-autores: Professor Doutor Arquitecto Francisco Barata [FAUP] e Professora Doutora Sofia Marques da Silva [FPCEUP] 1 Excerto de conversas com jovens do 3º Ciclo em ateliers de arquitectura Agosto de EDUCAÇÃO EM ARQUITECTURA A arquitectura como ferramenta de educação para a cidadania realização de um estudo etnográfico com jovens no contexto escolar: compreender quais as suas relações e concepções espaciais, perceber de que forma se poderá enquadrar a disciplina da Arquitectura no programa educativo nacional. [Tese de doutoramento de Ana Rute Costa em Ciências da Educação (FPCEUP Sofia Marques da Silva) e co orientação em Arquitectura (FAUP Francisco Barata)] 28 12CONGRESSO48P.indd 28 09/12/06 14:55:02

29 22h00 Grande Auditório Conferência Bogotá y Medellín: una década de transformaciones urbanas y arquitectónicas Alberto Escovar Wilson-White (COL) informação na página dezembro 10h00 Grande Auditório Sessão Plenária de Deliberação Votação de Moções de Orientação e de Conclusões 13h00 Grande Auditório Sessão Solene de Encerramento 14h30 Visita guiada Biblioteca Municipal de Viana do Castelo informação nas páginas 32 e CONGRESSO48P.indd 29 09/12/06 14:55:02

30 CONFERENCISTAS Para efeitos de Admissão na Ordem dos Arquitectos, cada conferência equivale a 1 crédito de Formação Opcional em Matérias de Arquitectura. ALBERTO ESCOVAR WILSON-WHITE Formado em Arquitectura pela Universidad de los Andes em 1991 e graduado em História da Arquitectura e Teoria da Arte pela Universidad Nacional em 2000, tem trabalhado em entidades relacionadas com a conservação e recuperação do património cultural. Foi guionista, com Jimena Montaña, da série de televisão Herencia, que ganhou o primeiro Prémio da área de audiovisuais na IIa Bienal Ibero-Americana de Arquitectura (México, 2000) e o Prémio Simón Bolívar de Jornalismo (Bogotá, 2001). É também editor e autor de vários livros. Actualmente é Director-Geral da Fundação Escuela Taller de Bogotá, e apresentador da série de televisão Historia Central, dedicada aos centros históricos da Colômbia, e do programa cultural Cultura Capital. NUNO PORTAS Licenciou-se em Arquitectura em 1959 na Escola Superior de Belas-Artes do Porto. É Doutor Honoris Causa pela Universidade de Aveiro (1998) e pelo Politécnico de Milão em 2005, data em que também recebe o prémio Sir Patrick Abercrombie de Urbanismo da União Internacional de Arquitectos. Para além de diversas actividades ligadas à arquitectura, desde inúmeras publicações a colaborações com projectos particulares ou organizações internacionais, esteve também ligado à Política, nomeadamente na área da Habitação e do Urbanismo. ROB DOCTER Director-geral do Berlage Institute, foi, entre 1992 e 1996, o responsável pela Política de Arquitectura do governo holandês, estando à cabeça do Departamento de Arquitectura do Ministério da Educação, Cultura e Ciência. É o presidente do Fórum Europeu para as Políticas de Arquitectura, membro fundador do Venice Rietveld Pavilion Foundation e membro do Advisory Committee of the European Prize for Contemporary Architecture Mies van der Rohe Award CONGRESSO48P.indd 30 09/12/06 14:55:02

31 ciclo de visitas guiadas obra aberta Datas 1998/2000 (projecto) e 2003/2005 (construção) Arquitectura Álvaro Siza Coordenação Luísa Penha (projecto e obra) e José Luís Carvalho Gomes (arranjos exteriores) Engenharia João Maria Sobreira GOP (estruturas), Raquel Fernandes GOP (águas), Alexandre Martins GPIC (electricidade), Raul Bessa GET (AVAC) e Maria Rosa Sá (acústica) Paisagismo João Gomes da Silva Fiscalização Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão (Engº Mesquita) Construção Empreiteiros Casais, S. A. Fotografia aérea António Freitas Fotografia Carlos Machado in aavv Prémio Secil 2006 Arquitectura. Lisboa: Ordem dos Arquitectos e Secil, DEZEMBRO CENTRO DE ESTUDOS CAMILIANOS E CASA-MUSEU DE CAMILO Avenida de S. Miguel, Projecto de Álvaro Siza Ponto de encontro: Casa da Artes, 10h00 Chegada: Casa da Artes, 12h00 O Centro de Estudos Camilianos integra um complexo que inclui a Casa de Camilo Castelo Branco e a casa do filho Nuno. Cada um dos edifícios dispõe de um terreno murado de dimensões apreciáveis. Sendo contíguas as propriedades da Casa do Nuno e do Centro de Estudos Camilianos, foi decidido manter um só acesso, correspondente à entrada principal da primeira construção. A partir daí e de acordo com o novo traçado do jardim far-se-á o acesso quer à Casa do Nuno (a transformar em casa de hóspedes) quer ao próprio Centro de Estudos. O percurso definido conduz a um pátio, ladeado por três corpos, ocupados pelo átrio e recepção, pela sala de leitura e pela sala de exposições. O grande átrio é o espaço de acesso a todas as áreas constituintes do programa, públicas ou de serviçoes internos, das quais se destaca, para além das já citadas, o auditório, a cafetaria e os espaços administrativos. Em piso inferior, com acesso directo a partir do arruamento envolvente da propriedade (possível pela pendente da mesma), situam- -se os espaços técnicos e os arquivos. Todo este conjunto, que abrange uma área de 2.315m 2, está articulado em torno de três pátios ajardinados, de modo a conseguir uma boa distribuição de luz natural e a escala justa para as dimensões e carácter da envolvente. Todos estes volumes, nunca visíveis na globalidade, estão envolvidos pelo jardim e pelos muros e ramada recuperados CONGRESSO48P.indd 31 09/12/06 14:55:03

32 12 DEZEMBRO BIBLIOTECA MUNICIPAL DE VIANA DO CASTELO Alameda 5 de Outubro, Viana do Castelo Projecto de Álvaro Siza Ponto de encontro: Casa da Artes, 14h30 Visita à Biblioteca: 15h30 17h15 Horário livre: 17h15 18h45 Chegada: Casa da Artes, 20h00 A Biblioteca Municipal de Viana do Castelo é constituída por um volume elevado de 45x45 metros, incluindo um vazio central de 20x20 metros, volume que se prolonga em rés-do-chão, para Leste, por um piso de planta em forma de L e por muretes de enquadramento do jardim da marginal. O volume elevado do edifício é uma estrutura mista de aço e betão branco aparente, com apenas dois apoios no terreno em forma de L, enquanto que o piso ao nível do solo é constituído por uma estrutura monolítica em betão branco aparente. O edifício integra-se no Plano da Marginal de Viana, da autoria do prof. Fernando Távora, Plano que prevê ainda o arranjo dos espaços exteriores e a construção de dois edifícios de escritórios da autoria do Prof. Fernando Távora e um multiusos da autoria do Arq. Eduardo Souto de Moura. Álvaro Siza Nasceu em Matosinhos em Estudou Arquitectura na Escola Superior de Belas Artes do Porto entre 1949 e 1955, sendo a sua primeira obra construída em Ensinou na ESBAP entre 1966 e 1969; reingressou em 1976 como Professor Assistente de Construção. Foi Professor Visitante na Escola Politécnica de Lausanne, na Universidade de Pensilvânia, na Escola de Los Andes em Bogotá, na Graduate School of Design of Harvard University como Kenzo Tange Visiting Professor; e leccionou na Faculdade de Arquitectura do Porto. Destacam-se os seguintes Prémios: 1982, Prémio AICA; 1985, Primeiro lugar no concurso internacional Schlesisches Tor, Kreuzberg, Berlim; 1988, Medalhas de Ouro do Colégio de Arquitectos de Madrid, da Fundação Alvar Aalto, Prémio Prince of Wales/ Harvard University e Prémio Europeu Mies van der Rohe/Comissão das Comunidades Europeias; 1992, Prémio Pritzker; 1995, Medalha de Ouro da Nara World Architecture; 2001, Prémio Wolf Foundation; 2002, Leão de Ouro da Bienal de Veneza. Foi também distinguido com os Prémios Secil 1996, 2000 e 2006, e com a RIBA Gold Medal em Fevereiro 2009, entre tantos outros. Exerce a profissão na cidade do Porto CONGRESSO48P.indd 32 09/12/06 14:55:04

33 Fotografia gentilmente cedida por Cannatá & Fernandes Pousada de Picote 13 DEZEMBRO APROVEITAMENTO HIDROELÉCTRICO DO PICOTE Picote, Miranda do Douro Projecto de João Archer, Manuel Nunes de Almeida e Rogério Ramos Projecto de remodelação e ampliação da Pousada por Cannatà & Fernandes Visita guiada por Fátima Fernandes Saída da Casa da Música, Porto: 8h00 Saída da, Famalicão: 8h30 Paragem no restaurante A Lareira para almoço, 12h30 Visita à Barragem do Picote, 14h30 Regresso às 17h00 Chegada a V. N. de Famalicão: 20h30 Chegada ao Porto: 21h00 Enquadramento das obras de Arquitectura Moderna do Douro Internacional As três centrais hidroeléctricas realizadas nos anos 50/60, próximo da fronteira Portugal- -Espanha no ponto onde o rio Douro entra em território português, constituem um acontecimento excepcional na história da arquitectura moderna e contemporânea a nível nacional e internacional. No espaço de cerca de um decénio, de 1953 ao início dos anos 60, três jovens arquitectos, João Archer de Carvalho (1928), Manuel Nunes de Almeida (1924) e Rogério Ramos (1927/1976), introduzindo no grupo dos engenheiros da Hidroeléctrica do Douro a necessidade de discutir e decidir as questões da intervenção no território desde o âmbito da disciplina da arquitectura, puseram em prática uma metodologia projectual que reconhece à componente arquitectónica e artística a importância primária da intervenção urbana desde a fase inicial dos processo de transformação ambiental e de formalização dos espaços construídos. Em Picote, onde se iniciaram os trabalhos, as primeiras intervenções consistiram na realização de infra-estruturas para instalar 33 12CONGRESSO48P.indd 33 09/12/06 14:55:05

34 as famílias do pessoal que iria trabalhar na construção. Isto é, casas e serviços de apoio a cerca 5000 pessoas. Traçam-se estradas, constroem-se casas provisórias, realiza-se a estação de tratamento de água, elaborase o plano urbanístico para as estruturas definitivas. É dada particular atenção aos aspectos paisagísticos e ambientais. São plantadas novas espécies arbóreas que passam a integrar as existentes, plataformas naturais do terreno são utilizadas para a localização das estruturas residenciais tendo como objectivo a máxima fruição da paisagem e, em termos económicos, evitar inúteis e destrutivos movimentos de terras. Em Setembro de 2009, o Ministro da Cultura, sobre proposta do IGESPAR, determina definitivamente a classificação do Empreendimento Hidroeléctrico do Douro Internacional Picote como Imóvel de Interesse Público fundamentando a classificação: na importância histórica do empreendimento no quadro do desenvolvimento económico e modernização do país; no mérito e exemplaridade técnico construtiva e científica da obra, enquanto referência da alta qualidade da engenharia portuguesa na utilização de soluções de vanguarda na resposta aos difíceis constrangimentos do meio e na prossecução de um programa ambicioso; na importância arquitectónica, urbanística e a paisagística do conjunto, enquanto exemplar da arquitectura do movimento moderno com raro sentido de equilíbrio e afirmação das linguagens e materiais modernos com o respeito e aproveitamento da beleza e força telúrica da paisagem natural. dirigente, a residência da equipa técnica e a lazer dos trabalhadores do aproveitamento hidroeléctrico. O novo destino, pela reconhecida qualidade do conjunto, considera o carácter residencial que tinha antes, mas complementa-o com um conjunto de actividades que permitam dar nova vida e dotar o lugar de motivos de interesse para ser inserido num circuito cultural mais vasto. As novas funções referem-se à realização de alguns espaços de serviço em galeria expositiva, para a colocação de um conjunto de elementos documentais da história da construção das centrais do Douro Internacional dos quais o edifício objecto da recuperação faz parte e,para alargar a sua utilização, foi introduzido um elevador. A obra de reabilitação em curso abrange, além do edifício da Pousada, o grupo de cinco casas e toda a área envolvente, incluindo a zona da piscina e do campo de ténis. Fátima Fernandes e Michele Cannatà Fátima Fernandes Nasceu em Bemposta de Mogadouro em Conclui o curso de Arquitectura em 1986 pela ESBAP (Escola Superior de Belas Artes do Porto), depois de dois anos de estágio profissional em Itália. Michele Cannatà Nasceu em Polistena, Itália, em Conclui o curso de Arquitectura em 1977 pelo IUSA (Istituto Universitario Statale di Architettura di Reggio Calabria). Doutorado em Composizione architettonica e progettazione urbana pela Universidade de Chieti-Pescara, Itália, departimento IDEA. Infrastrutture, Design, Engineering Architettura em Reabilitação da Pousada, das casas dos engenheiros e da área envolvente A Pousada, realizada entre 1954 e 1957, da autoria do arquitecto Rogério Ramos ( ), as casas dos Engenheiros, realizadas entre 1954 e 1957, da autoria do arquitecto Manuel Nunes de Almeida (1924) e a piscina e o campo de ténis realizados entre 1954 e 1958, da autoria do arquitecto João Archer (1928) fazem parte das obras- -primas do Moderno Português. Estas obras, assim como todas as demais do conjunto de Picote, Bemposta e Miranda, afirmam a Arquitectura Moderna Portuguesa no círculo da Arquitectura Moderna Internacional. A mudança das condições tecnológicas no sistema de controlo e produção da central de Picote, levaram o Conselho de Administração da C.P.P.E (Companhia Portuguesa de Produção de Electricidade) e sucessivamente a EDP Imobiliária, a rever a forma de utilização deste conjunto, anteriormente destinado a estalagem para pessoal João Archer Nasceu no Porto em Entre 1949 e 1953 trabalhou no atelier do Arquitecto João Andresen tendo, em colaboração com este, obtido o 3º prémio no concurso Lusalite, o 3º prémio para um bairro das Caixas da Previdência na cidade da Guarda e uma menção especial no concurso para as instalações da Empresa de Pesca de Aveiro. O trabalho escolar e a colaboração com João Andresen constituem as bases para a elaboração do Plano Geral de Picote e das casas para o pessoal especializado. Manuel Nunes de Almeida Nasceu no Porto em Estuda arquitectura na Escola Superior de Belas Artes do Porto (ESBAP) onde frequentou o Curso Especial de Arquitectura durante os anos de e conclui o Curso Superior no ano lectivo Em Agosto de 1954 entra como arquitecto na Hidro Eléctrica do Douro e o projecto da Capela do novo núcleo urbano do Barrocal do Douro, em Picote, constitui o trabalho de CODA (Concurso para a Obtenção do Diploma de Arquitecto) que apresenta em 1958 com o 34 12CONGRESSO48P.indd 34 09/12/06 14:55:05

35 resultado de 19 valores. Entre 1954 e 1968 participa, colectivamente e como responsável por alguns projectos, no Gabinete de Arquitectura da Hidro Eléctrica do Douro. São os anos da construção das centrais do Douro Internacional (Picote, Miranda e Bemposta) e o início das do Douro Nacional. Capela de Picote Fotografias gentilmente cedida por Cannatá & Fernandes Edifício de Comando de Picote Rogério Ramos Nasceu no Porto em Estudou arquitectura na Escola Superior de Belas Artes do Porto (ESBAP) onde frequentou o Curso Especial de Arquitectura durante os anos de e conclui o Curso Superior no ano lectivo Em 1954 foi convidado para fazer parte do quadro de pessoal da Hidro Eléctrica do Douro, iniciando a sua actividade na empresa com o projecto da Estalagem para Pessoal Dirigente e da Estação de Tratamento de Águas. Durante os primeiros dez anos de trabalho para as centrais do Douro Internacional realiza, para além dos obras de Picote, já referidas, a estação de tratamento de água de Miranda e de Bemposta e o núcleo Residencial do Cardal do Douro, em Bemposta. A realização de três casas e do edifício da subestação da Batalha são os últimos projectos antes da sua morte prematura em Janeiro de 1976, com 49 anos de idade CONGRESSO48P.indd 35 09/12/06 14:55:06

36 Museu do Côa cobertura Fotografia gentilmente cedida por Tiago Pimentel e Camilo Rebelo 13 DEZEMBRO MUSEU DE ARTE E ARQUEOLOGIA DO VALE DO CÔA Avenida Gago Coutinho 19, Vila Nova de Foz Côa Projecto de Camilo Rebelo e Tiago Pimentel Visita guiada por Tiago Pimentel Saída da Casa da Música, Porto: 8h00 Saída da, Famalicão: 8h30 Paragem no restaurante O Bruíço para almoço, 12h30 Visita ao Museu do Côa, 14h30 Regresso às 17h00 Chegada a V. N. de Famalicão: 20h30 Chegada ao Porto: 21h00 Num Museu situado numa encosta da foz do Côa parece ser importante o sentido afirmativo do seu corpo, quer na leitura da sua relação com a paisagem, quer quanto à sua natureza tipológica que deve ser formalizada enquanto massa física, não deixando quaisquer ambiguidades e equívocos quanto à sua localização. O desejo de fundir estes factores tornase explícito no conceito da intervenção conceber o museu enquanto instalação na paisagem. A estratégia é a de trabalhar um corpo desenhado especificamente para um lugar, promovendo um diálogo íntimo entre artificial/natural, aumentando deste modo a complexidade temática da sua composição. A condição acentuada da topografia, para além das dificuldades que impõe enquanto suporte físico da intervenção, gera um momento de chegada ao terreno vertiginoso, revelando-se por isso determinante nas opções a considerar. A estratégia adoptada propõe ocupar no primeiro momento o terreno, libertando o restante, evitando a inclusão de acessos de grande complexidade física e plástica. Esta ocupação será realizada através da criação de uma plataforma panorâmica (cobertura do museu) cujo cenário é a esmagadora paisagem dos montes e vales do Douro. Esta será usada como espaço de chegada, dispondo-se os diferentes meios de acesso em zonas distintas, de modo a clarificar e facilitar a distribuição e orientação. Assim pretende-se potenciar e enfatizar a imponente amplitude de vistas que caracteriza tão fortemente o sítio, evitando que o edifício se assuma como obstáculo entre quem chega e a paisagem que o rodeia CONGRESSO48P.indd 36 09/12/06 14:55:07

37 A forma do corpo é triangular e resulta dum processo de lapidação ditado pela geometrização abstracta da topografia, uma vez que o ponto mais alto do terreno (implantação) está entalado entre dois vales (Vale de José Esteves e Vale do Forno) e abre uma terceira frente ao encontro dos Rios Douro e Côa. Há um elemento que estrutura o corpo, a rampa que rompe a massa de forma contínua, percorrendo todo o programa, desde a plataforma de chegada até às salas de exposição. Esta fenda descendente conduz o utente para dentro da densa massa, transportando-o, de modo gradual, da paisagem intensa, luminosa e infinita até à realidade interior e escura da sala gruta, que nos remete para um tempo primitivo. Este elemento estruturante é dividido em partes, a saber: percurso simples a céu aberto entre a plataforma de chegada e o espaço do lobby; o segundo, ainda exterior, o espaço coberto do lobby que articula as acessibilidades programáticas; por último, a sala de exposição temporária que fecha o percurso. Para a plasticidade da matéria do corpo interessa considerar três temas: a massa, a textura e a sua cor. Das possibilidades analisadas prevaleceram duas; o xisto por ser um material local abundante e ainda o suporte escolhido no Paleolítico para o registo das gravuras e o betão pelas suas características plásticas e tectónicas, mas também por ser recorrente na paisagem do Douro em construções de médio e grande porte. Deste modo a proposta resulta numa massa híbrida betão com textura e pigmentos do xisto. Para a interacção pretendida interessa um corpo feito à medida do território, cujo volume e escala é concebido de fora para dentro e pela topografia. A intervenção procura estabelecer um diálogo com a encosta onde se insere, conferindo-lhe uma nova e artificial silhueta que não a desvirtue mas antes complemente. A sua percepção é uma realidade mutável, consequência da sua materialidade. A sua observação é possível de diferentes ângulos, mas também de distâncias variáveis, surgindo como um monólito de xisto de diferentes expressões pedra recortada na montanha enquanto na aproximação ler-se-á um corpo complexo em betão texturado, cortado por frestas de diferentes calibres, que denunciam o carácter habitável do espaço e a sua composição. Pedro Tiago Pimentel e Camilo Rebelo Pedro Tiago Pimentel Nascido em Lisboa, Licenciado em Arquitectura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP), 1998, tendo frequentado a Technische Universiteit Delft (TUDelft), na Holanda, como bolseiro do programa Erasmus. Exerce actividade liberal desde Autor premiado, destacando-se o primeiro prémio no concurso internacional para a concepção do Museu de Arte e Arqueologia do Vale do Côa, em co-autoria com Camilo Rebelo, Camilo Rebelo Nascido no Porto, Licenciado em Arquitectura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP), Colaborador de Eduardo Souto de Moura, entre 1997 e Colaborador de Herzog & de Meuron, entre 1998 e Professor Assistente na FAUP, desde Exerce actividade liberal desde Autor premiado, destacando-se o primeiro prémio no concurso internacional para a concepção do Museu de Arte e Arqueologia do Vale do Côa, em co-autoria com Tiago Pimentel, ; e a menção honrosa no concurso internacional para a concepção do Museu de Arte Moderna de Varsóvia, 2007, em co-autoria com Susana Martins. Professor Convidado na École Polytechnique Féderale de Lausanne (EPFL), desde Inscrição exclusiva e gratuita a participantes no 12º Congresso dos Arquitectos. Os inscritos nas visitas poderão levar acompanhantes, mediante o pagamento de 5 (crianças, max. 2) e 10 (adultos, max. 1). As inscrições serão consideradas por ordem cronológica de chegada e limitadas ao número de vagas disponíveis. O almoço das visitas de dia 13 de Dezembro é livre. Os interessados podem inscrever-se nos almoços organizados pela OA-SRN, no valor de 15 (restaurante A Lareira, Mogadouro/Picote) e 18 (restaurante O Bruíço, Foz Côa) valor a pagar no próprio dia. A realização das visitas guiadas está condicionada a um número mínimo de inscritos. Para efeitos de Admissão na Ordem dos Arquitectos, cada visita equivale a 1 crédito de Formação Opcional em Matérias de Arquitectura. Organização Ordem dos Arquitectos Secção Regional Norte Apoio Câmara Municipal de V. N. de Famalicão Agradecimentos Centro de Estudos Camilianos; Casa-Museu de Camilo; Biblioteca Municipal de Viana do Castelo; EDP; IGESPAR; José Pelegrin (atelier Álvaro Siza); Camilo Rebelo, Pedro Tiago Pimentel, Fátima Fernandes e Michele Cannatà 37 12CONGRESSO48P.indd 37 09/12/06 14:55:07

38 ciclo de cinema em trânsito O programa consiste na projecção de uma selecção dos registos vídeos das conferências em trânsito, uma linha de programação aberta da OA-SRN que tem como objectivo partilhar e ampliar a programação cultural em arquitectura. Apresenta-se sob o formato de conferências com arquitectos de renome internacional, que se destacaram pela sua prática profissional ou pelo seu vasto currículo académico. Os dvd são transmitidos na língua original, sem tradução. Para efeitos de Admissão na Ordem dos Arquitectos, cada sessão/conferência equivale a 1 crédito de Formação Opcional em Matérias de Arquitectura. 10 DEZEMBRO #022 em trânsito O que Aprendi com a Arquitectura? 11h30, Eduardo Souto Moura 18h30, Álvaro Siza Auditório da Faculdade de Arquitectura e Artes da Universidade Lusíada de V. N. de Famalicão Che cosa ho imparato dall architettura? é o título da iniciativa com que a revista Casabella celebrou o seu octogésimo ano de publicação ( ), que incluiu uma série de encontros uma escolha in modo non ingenuo como afirmou Francesco Dal Co na apresentação de alguns dos mais importantes arquitectos contemporâneos em lugares evocativos. O ciclo teve início a 20 de Junho de 2008 com a dupla conferência de Álvaro Siza e Eduardo Souto Moura no interior da pedreira Cava Cengelle, em Vicenza. A OA-SRN escolheu, por ocasião da assinatura do protocolo de parceria com a Casa da Música, a oportunidade de dar ao público do Porto a possibilidade de assistir à dupla conferência, com Eduardo Souto Moura a 22 de Janeiro de 2009 e Álvaro Siza a 23 de Abril de DEZEMBRO, 11h30 #024 em trânsito A New Urban Dynamics On Change, Choice, Co-Existence and Connectivity, por Gary Chang Auditório da Faculdade de Arquitectura e Artes da Universidade Lusíada de V. N. de Famalicão Gary Chang nasceu em Hong Kong (1962). É licenciado em Arquitectura pela Universidade de Hong Kong (1987). Desde 1995 que lecciona na Universidade de Hong Kong e noutras instituições locais e estrangeiras. Ao longo dos anos tem vindo a realizar conferências em congressos e instituições de todo o mundo. Publicou várias obras e estudos académicos, como Suitcase House (2004), Hotels As Home (2005 e 2006), My 32sqm Apartment A 30-year Transformation (2008). 11 DEZEMBRO, 18h30 #023 em trânsito Designing Models, por Günther Vogt Auditório da Faculdade de Arquitectura e Artes da Universidade Lusíada de V. N. de Famalicão Günther Vogt, arquitecto paisagista com profundo conhecimento sobre plantas, nasceu no Liechtenstein em Foi co-proprietário da Kienast Vogt Partner e, em 2000, funda a Vogt Landscape Architects. Com escritório em Zurique, Munique e Londres, Günther Vogt tem vindo a desenvolver vários projectos nacionais e internacionais, contando com mais de 30 colaboradores. Günther Vogt é Professor de Arquitectura Paisagística na ETH Zurich desde 2005 e Presidente da Network City and Landscape (NSL) desde CONGRESSO48P.indd 38 09/12/06 14:55:07

39 PRIMEIRO CADERNO PROFISSÃO É distribuída nos dias do Congresso a publicação intitulada Sobre o Regime Jurídico que estabelece a qualificação profissional exigível aos técnicos responsáveis pela elaboração e subscrição de projectos, pela fiscalização de obra e pela direcção de obra (revoga o Decreto nº 73/73) / Lei nº 31/2009, de 30 de Julho / Portaria nº 1379/2009. Esta edição inicia uma colecção de Sebentas e Manuais Técnicos relacionadas com a profissão de arquitecto, editadas pelo Conselho Directivo Nacional da Ordem dos Arquitectos. A publicação integra o texto integral da Lei e da Portaria bem como um parecer jurídico, elaborado pela sociedade de advogados MPBA e subscrito pelo Dr. Gonçalo Menéres Pimentel, que se revela de vital importância, não apenas por esclarecer plenamente os conteúdo, efeitos e alcance da Lei 31/2009, mas, também, por constituir a sua primeira interpretação jurídica junto de decisores, agentes e intervenientes, designadamente as administrações central, regional e local. A decisão de iniciar esta colecção com um primeiro número dedicado à nova Lei nº 31/2009, de 3 de Julho (assim como à respectiva Portaria nº 1379/2009), não é fortuita, dada a extrema importância do novo enquadramento jurídico para o futuro da profissão. Na verdade, ao revogar expressamente o Decreto nº 73/73 e ao determinar um novo quadro de qualificação profissional para a elaboração e subscrição de projectos, para a apreciação de projectos e para direcção e fiscalização de obras, a Lei nº 31/2009 consagra o direito à arquitectura e abre aos arquitectos um novo ciclo de exigência, de responsabilidade e de oportunidades CONGRESSO48P.indd 39 09/12/06 14:55:07

40 MAPA DE ARQUITECTURA DE VILA NOVA DE FAMALICÃO ( ) O Mapa de Arquitectura de ( ) assinala um conjunto de 27 obras de arquitectura de referência, que contribuíram para o desenho do Concelho de Vila Nova de Famalicão. A publicação é dirigida a um público alargado, para além de arquitectos e estudantes de arquitectura, e pretende aproximar e difundir a arquitectura junto da sociedade. Edição Ordem dos Arquitectos Secção Regional Norte (OA-SRN) e Câmara Municipal de Coordenação Ana Maio (Cultura-OA- -SRN) e Francisca Magalhães (Câmara Municipal de ) Conteúdos Departamento de Urbanismo: Clara Lemos, Jorge Ribeiro, Márcia Morais, Francisca Magalhães Design gráfico oftype@gmail.com Nos caminhos da contemporaneidade As diferentes produções arquitectónicas presentes em revelam uma linguagem própria dos seus autores e reflectem o contexto político e sociocultural do seu tempo. Num território onde a arquitectura contemporânea já assume um papel preponderante, também encontramos importantes referências da primeira metade e meados do século XX, nomeadamente as obras de Raul Lino, Júlio de Brito e Januário Godinho, edifícios com tipologias diversas que representam um legado para as gerações seguintes. Em tempo de democracia, e sobretudo nas duas últimas décadas, as novas obras evidenciam sinais de evolução, e muitas vezes ruptura, com os conceitos e matrizes anteriores. A diversidade cultural e formal do lugar, a globalização económica e cultural e a competitividade territorial impulsionaram novas realizações que materializam uma realidade distinta. Sendo este um período de vasta produção arquitectónica e não sendo possível toda ela ser referenciada, foram seleccionadas obras de diferentes autores que reflectem a diversidade e multifuncionalidade deste território, com uma forte componente criativa e de inovação técnica, contribuindo simultaneamente para o reforço da identidade local CONGRESSO48P.indd 40 09/12/06 14:55:08

41 CENTRO DE ARQUITECTURA, CRIATIVIDADE E SUSTENTABILIDADE NORTE 41 O processo foi iniciado em 2004, com o concurso público promovido pela OA-SRN de que resultou vencedor o atelier NPS arquitectos, que concluirá o Projecto de Execução já no início de Fevereiro de Aproximando-se o início da construção das novas instalações da OA-SRN, que será também o Centro de Arquitectura, Criatividade e Sustentabilidade Norte 41, é lançada no 12º Congresso dos Arquitectos a campanha Movimento Norte 41. O objectivo da campanha Movimento Norte 41 é envolver parceiros públicos e privados e, em especial todos os membros da Ordem dos Arquitectos, famílias e amigos, e reunir para o financiamento da obra, orçamentada em , o que permite à OA-SRN continuar a prestar e expandir os serviços que presta aos seus membros e à comunidade, em defesa dos valores da arquitectura e dos arquitectos, superando os constrangimentos actualmente existentes, com a limitação das suas instalações na Rua de D. Hugo, que continuarão a servir a arquitectura e os arquitectos ao abrigo do Protocolo com a CMP para a gestão desse espaço. Mas esta ocasião apresenta-se como muito mais do que isso: Norte 41 é o paralelo que o Porto partilha com Barcelona, Roma, Istambul, Tbilisi, Nova Iorque ou Chicago. N41 será um Centro de Arquitectura, Criatividade e Sustentabilidade da OASRN que tem por missão promover projectos de investigação, formação, divulgação e debate sobre temas emergentes da prática profissional. Como projecto fundador, é o próprio projecto das novas instalações que serve de base, com a contribuição do sistema LiderA, na área da sustentabilidade, da Edifícios Saudáveis, na área da Eficiência Energética, e da ADDICT Creative Industries Portugal, como investigação sobre integração dos temas da criatividade e da sustentabilidade na arquitectura. Através desta campanha, que tem início no 12º Congresso da Ordem dos Arquitectos, momento único de reunião de todos os arquitectos, todos os membros da Ordem dos Arquitectos, antigos e novos, bem como as suas redes de contactos, são convidados a ajudar a OA-SRN a atingir este objectivo, com contribuições individuais a partir de CONGRESSO48P.indd 41 09/12/06 14:55:08

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