ANÁLISE DO EFEITO DA IDADE RELATIVA SOBRE O ÍNDICE DE PERFORMANCE TÁTICA DEFENSIVA DE JOGADORES DE FUTEBOL SUB-12

Transcrição

1 ANÁLISE DO EFEITO DA IDADE RELATIVA SOBRE O ÍNDICE DE PERFORMANCE TÁTICA DEFENSIVA DE JOGADORES DE FUTEBOL SUB-12 Cardoso, F. S. L. a ; Teoldo, I. a ; a Núcleo de Pesquisa e Estudos em Futebol da Universidade Federal de Viçosa NuPEF- UFV - Brasil - lippeleite@yahoo.com.br Palavras-chave: Futebol; Tática; Idade Relativa. Resumo O presente estudo tem por objetivo analisar o efeito da idade relativa (EIR) sobre o índice de performance tática defensiva (IPTD) de jogadores de futebol sub-12. Foram analisadas 684 ações táticas defensivas de 24 jogadores. O FUT-SAT foi utilizado para análise dos princípios táticos da fase defensiva. Os dados referentes à data de nascimento foram coletados e divididos em quartis: Q1(jan-mar); Q2(abr-jun); Q3(jul-set); Q4(out-dez). Para o tratamento dos dados foi utilizado o software SPSS for Windows versão Foi realizada a análise descritiva e inferencial. Foram utilizados os testes de Kolmogorov-Smirnov, ANOVA, Qui-quadrado e Kappa de Cohen. Os resultados mostraram que não houve diferenças significativas entre os IPTD nos grupos [Q1-Q2-Q3-Q4(p<0,05)]. A partir disto é possível concluir que os IPTD não foram influenciados pelos efeitos da idade relativa nesta amostra. Abstract The aim of this study was to analyze the relative age effects (RAE) on defensive tactical performance index (DTPI) of under-12 soccer players. Were analyzed 684 defensive tactical actions of 24 players. A system of tactical assessment in soccer (FUT-SAT) was used to analyze the tactical principles of defensive phase. Birth date data of players were collected and divided into quartiles: Q1 (Jan-Mar), Q2 (Apr-Jun), Q3 (Jul-Sep); Q4 (Oct-Dec). The software SPSS for Windows was used to data s analysis. Descriptive and inference statistical was performed. The tests Kolmogorov-Smirnov, ANOVA, chi-square and Cohen s Kappa were carried out. The results did not indicate statistical differences between DTPI on groups [Q1,Q2,Q3,Q4(p<0.05)]. It is possible to conclude that the defensive tactical performance index was not influenced by the relative age effects in this sample. R. Min. Educ. Fís., Viçosa, Edição Especial, n. 1, p ,

2 Introdução O Futebol é, notadamente, uma modalidade esportiva com predominância tática, sendo caracterizado como uma prática imprevisível e variável, de maneira que, a cada lance do jogo, surgem novas e diferentes possibilidades de realização de jogadas (GARGANTA, 1997; COSTA et. al. 2009a). Diversos estudos têm demonstrado a importância do desenvolvimento das capacidades táticas para o desempenho do atleta no jogo de futebol (GRÉHAIGNE, GODBOUT 1995; GARGANTA, GRÉHAIGNE, 1991; GARGANTA, 2002). Para que um jovem possa atingir um alto nível de desempenho no futebol, além das capacidades táticas, são necessárias o desenvolvimento de outras variáveis, como as capacidades técnicas, físicas, cognitivas motoras e emocionais (MUSCH, GRONDIN, 2001; BAKER et. al., 2003; HELSEN, VAN WINCKEL, WILLIAMS, 2005; LESMA, PÉREZ-GONZÁLEZ, SALINERO, 2011). Além do mais, nem sempre os jogadores com talento para se tornarem profissionais conseguem desenvolver o seu potencial, devido aos diversos fatores que interferem no processo de seleção e formação, pois, estas possuem um caráter multidisciplinar, onde, além de levar em conta as características do treinamento, consideram, também, os aspectos contextuais, tais como: o tempo e a qualidade da prática (ERICSSON, WARD, 2007), o apoio da família (BAKER et al., 2003), o local e a data de nascimento (CÔTÉ et al, 2006, BAKER, LOGAN, 2007), entre outros. Têm-se observado que o mês de nascimento do jogador pode ser determinante na sua seleção para um time de futebol. (BARNSLEY, THOMPSON, LEGAULT, 1992; HELSEN, VAN WINCKEL, WILLIAMS, 2005). De maneira geral, os jogadores que nasceram nos primeiros meses do ano dispõem de um desenvolvimento maturacional mais avançado do que aqueles que nasceram nos últimos meses do mesmo ano, sendo assim, tendem a apresentar um melhor desempenho físico, motor, cognitivo e psicológico, que os favorecerão na realização das tarefas exigidas pela modalidade (MUSCH, GRONDIN, 2001; MALINA et al., 2004; LESMA, PÉREZ- GONZÁLEZ, SALINERO, 2011). Esta (des)vantagem no desempenho esportivo decorrentes das diferenças de idade entre garotos em uma mesma categoria etária tem sido denominada efeito da idade relativa (EIR) (BARNSLEY, THOMPSON, BARNSLEY, 1985; MUSCH, GRONDIN, 2001; GONZÁLEZ ARAMENDI, 2004). O Efeito da Idade Relativa (EIR) vêm sendo estudados desde a década de 70 (WILLIAMS et al., 1970; BARNSLEY, THOMPSON, BARNSLEY, 1985; MUJIKA et. al., 2009). Este conceito é caracterizado pelas diferenças de idade cronológicas entre indivíduos agrupados dentro de uma mesma faixa etária (BARNSLEY, THOMPSON, BARNSLEY, 1985; BAKER et. al. 2003), o que pode gerar vantagens ou desvantagens quanto ao desenvolvimento físico, cognitivo, motor e emocional promovendo diferenças significativas no desempenho esportivo R. Min. Educ. Fís., Viçosa, Edição Especial, n. 1, p , 2012

3 Alguns estudos têm demonstrado a influência do EIR em atletas de elite do futebol apontando uma maior frequência de jogadores nascidos no início do ano, em relação aos nascidos no final do ano, quando analisados o mês de nascimento de jogadores de futebol, em diversas competições (BARNSLEY, THOMPSON, LEGAULT, 1992; HELSEN, VAN WINCKEL, WILLIAMS, 2005; JIMÉNEZ, PAIN, 2008; FOLGADO et. al., 2008). Com base no exposto, o presente estudo pretende verificar o efeito da idade relativa sobre o índice de performance tática defensiva (IPTD) em jogadores de futebol da categoria sub-12. Materiais e Métodos Amostra Participaram deste estudo 24 jogadores de futebol da categoria sub- 12 pertencentes a um clube de futebol mineiro e, inscritos na Federação Mineira de Futebol FMF. A amostra apresentou o seguinte percentual de distribuição por quartil: Q1(20,8%); Q2(29,2%); Q3(41,7%) e Q4(8,3%). Como critério de seleção da amostra, os participantes deveriam estar inscritos em programas sistemáticos de treinamento, com no mínimo três seções de treino por semana, além de estarem participando de campeonatos de futebol em nível regional ou estadual. Foram observadas 684ações táticas defensivas. Instrumento O instrumento utilizado para a recolha e análise dos dados foi o sistema de avaliação tática no futebol FUT-SAT, este instrumento foi desenvolvido com o intuito de propiciar aos treinadores, professores e investigadores um meio de aceder, com maior especificidade e objetividade, às informações que refletem os comportamentos tácticos desempenhados pelos jogadores em situações de jogo (COSTA et al., 2011). O FUT-SAT utiliza como Teste o GR3-3GR que permite avaliar o desempenho tático de jogadores de Futebol em situações reduzidas de jogo. Este teste é aplicado em um campo reduzido de 36 metros de comprimento por 27 metros de largura, durante 4 minutos de jogo, o Teste GR3-3GR permite avaliar as ações táticas desempenhadas por cada um dos jogadores participantes de acordo com quatro parâmetros: 1) realização do princípio tático; 2) qualidade de realização da ação tática; 3) localização de realização da ação tática no campo de jogo e 4) resultado da ação (COSTA et. al., 2010). Para a realização do teste os praticantes são divididos em duas equipes de três jogadores cada, com coletes numerados. Cada equipe possui coletes de cores diferentes, com objetivo de facilitar a identificação dos jogadores no vídeo. Durante a sua aplicação é solicitado aos jogadores que joguem de acordo com as regras oficiais do jogo, com exceção da regra do impedimento. R. Min. Educ. Fís., Viçosa, Edição Especial, n. 1, p ,

4 Este sistema permite a avaliação das ações táticas, com e sem bola, realizadas por cada um dos jogadores participantes do teste, de acordo com os dez princípios táticos fundamentais do futebol (COSTA et al., 2009), sendo cinco para a fase ofensiva: i) penetração, ii) cobertura ofensiva, iii) mobilidade, iv) espaço e v) unidade ofensiva; e cinco para a fase defensiva i) contenção, ii) cobertura defensiva, iii) equilíbrio, iv) concentração e v) unidade defensiva. Levam-se ainda em consideração o local do campo em que a ação foi realizada e o seu resultado final. Para este trabalho foram analisados apenas os cinco princípios táticos da fase defensiva. Procedimento A recolha de dados foi realizada com consentimento dos responsáveis legais do clube e dos jogadores. Os dados referentes às datas de nascimento dos atletas foram coletados por meio da certidão de nascimento dos jogadores e repassados para uma ficha de dados preenchida pelos avaliadores antes do teste. As datas de nascimentos foram divididas em quartis Q1 (Jan-Mar); Q2 (Abr-Jun); Q3 (Jul-Set); Q4 (Out-Dez) a fim de facilitar a análise estatística dos dados. Para a realização do teste de campo, os avaliados foram divididos em equipes, e após a formação destas e a distribuição dos coletes de identificação realizou-se uma breve explicação do objetivo do teste. Foram concedidos 30 segundos para a familiarização dos jogadores com o teste, findos os quais teve início o mesmo. Material Para a gravação dos jogos foi utilizada uma câmera digital SONY modelo HDR-XR100. O material de vídeo obtido foi introduzido, em formato digital, em um computador portátil (DELL modelo Inspiron N4030 processador Intel Core i3) via cabo USB, convertendo-os em ficheiros avi. através do software Prism Video Converter.Inc. Para o tratamento das imagens e análise dos jogos foi utilizado o software Soccer Analyzer. Análise Estatística Para o tratamento estatístico dos dados utilizou-se o software SPSS (Statistical Package for Social Science) for Windows, versão Para caracterização da amostra foi utilizada análise descritiva, quantificando média, desvio padrão, frequência e percentual para as variáveis (quartil e princípios táticos). O qui-quadrado (c 2 ) foi utilizado de modo a comparar as frequências de realização dos princípios de jogo. O teste Shapiro-Wilk foi usado para a análise da distribuição da normalidade. Utilizou-se o teste paramétrico de Anova e o teste não paramétrico de Kruskal-Wallis para comparar se houve diferenças significativas entre o percentual de acerto e os diferentes quartis R. Min. Educ. Fís., Viçosa, Edição Especial, n. 1, p , 2012

5 Análise da fiabilidade A fiabilidade foi calculada utilizando-se o teste Kappa de Cohen no SPSS for windows versão Para a análise da fiabilidade foram reavaliadas 210 ações táticas, que representaram 15,02% da amostra, um valor superior ao de referência (10%), apontado pela literatura (TABACHNICK, FIDELL, 2007). Neste procedimento participaram dois avaliadores treinados. Os resultados do re-teste encontrados apresentaram fiabilidade intra avaliador com valores situados entre o mínimo 0,948 (ep=0,026) e o máximo 1. Para a fiabilidade inter avaliador os valores situaram-se entre o mínimo 0,995 (ep=0,005) e o máximo 1. Resultados A tabela 1 apresenta uma visão global das variáveis abordadas no estudo, apresentando os valores da frequência de realização dos princípios táticos defensivos de jogo. Nota-se que as maiores frequências e percentuais para as ações defensivas, pertencem aos princípios da Contenção, Unidade Defensiva e Equilíbrio. TABELA1 Valores de frequência e percentual de erros dos princípios táticos defensivos. Os dados apontam diferenças estatisticamente significativas na frequência de realização entre os princípios Contenção e Concentração (c 2 =48,923; p<0,001); Contenção e Cobertura Defensiva (1) (c2 =48,923; (1) p<0,001); Cobertura Defensiva e Equilíbrio (c 2 =31,226; p<0,001); (1) Cobertura Defensiva e Unidade Defensiva (c 2 =35,392; p<0,001); (1) Concentração e Equilíbrio (c 2 =36,512; p<0,001); e entre o os princípios (1) de Concentração e Unidade Defensiva (c 2 =40,968; p<0,001). (1) A tabela 2, apresenta os resultados referentes à média e desvio padrão dos índices de performance tática dos princípios táticos defensivos (IPTD), em relação aos quartis de nascimento dos jogadores. R. Min. Educ. Fís., Viçosa, Edição Especial, n. 1, p ,

6 TABELA 2 Média e desvio padrão dos índices de performance dos princípios defensivos por quartil Nota-se que, em relação aos valores absolutos, o princípio da Cobertura Defensiva apresentou a maior média geral no IPTD (39,21±13,26). Os valores do princípio da Cobertura Defensiva, também, se destacaram entre os quartis: Q1 (43,03±13,26); Q2 (39,28±11,81); Q3 (37,96±16,62) e Q4 (35,00±0,00). Entretanto, os jogadores nascidos no Q4 apresentam valor semelhante para o princípio da Contenção (35,00±14,14). Ainda com relação aos valores absolutos, o principio da Contenção, apresenta a menor média no IPTD nos indicadores gerais (32,60±11,19), e no Q2 (27,49±6,48), e os princípios táticos Unidade Defensiva, Equilíbrio e Concentração apresentaram os menores valores absolutos, nos respectivos quartis: Q1 (37,15±6,91); Q3 (31,84±12,43) e Q4 (23,33±4,71). A análise inferencial, entretanto indicou que os valores do índice de performance tática defensivo, em relação aos quartis de nascimento, não apresentam diferenças estatisticamente significativas (p>0,05). Discussão Diante da necessidade de identificar e verificar as correlações entre a performance do jogador e seu mês de nascimento, o presente estudo tem por objetivo verificar o efeito da idade relativa sobre o índice de performance tática defensiva em jogadores de futebol da categoria sub-12. Para desenvolver o estudo, foram comparadas as frequências de realização dos princípios táticos, o percentual de erros na realização dos princípios e o IPTD geral e por quartis de nascimento. Em relação à frequência de realização dos princípios táticos, verificouse que os princípios Contenção, Unidade Defensiva e Equilíbrio apresentaram, respectivamente, os maiores valores de frequência. A maior frequência de realização do princípio Contenção sugere uma preocupação defensiva das equipes em marcar o jogador que está com a posse da bola. Isto supõe uma atitude mais incisiva por parte dos jogadores, uma vez que 2112 R. Min. Educ. Fís., Viçosa, Edição Especial, n. 1, p , 2012

7 ocorreram varias situações de oposição frente ao jogador com a posse de bola. Outro aspecto importante a ser considerado é a dimensão do campo no teste, uma vez que a realização do jogo em um campo reduzido tende a aumentar o número de ações direcionadas ao portador da bola. No entanto, isto não foi observado na realização do princípio da Cobertura Defensiva, que apresenta uma das menores frequências. Este fato pode demonstrar uma preocupação defensiva com os jogadores das equipes adversárias, caracterizando uma marcação mais individualizada. Isto, também, pode explicar à baixa frequência de realização do princípio Contenção, uma vez que a marcação individual e o número de jogadores no teste proporcionam uma ocupação no campo de jogo dependente da movimentação da equipe adversária. Os elevados valores de frequência dos princípios Unidade Defensiva e Equilíbrio, podem, também, estar relacionados com as dimensões do campo de jogo utilizado no teste, devido à incidência de bolas que saem pela linha de fundo e pelas laterais, consequentemente, aumentam os momentos de reposição de bola, facilitando as movimentações de recomposição da equipe (COSTA et. al. 2010). Com relação ao resultado do princípio Cobertura Defensiva, observou-se um dos menores valores de frequência, a justificativa pode ser atribuída ao posicionamento e movimentação dos jogadores da equipe adversária, realizando ações de contra ataque, e assim, impedindo a superioridade numérica defensiva adversária no centro de jogo e próximo dele, obrigando os defensores a, constantemente, buscarem um reposicionamento em campo (COSTA et. al. 2010). De modo geral, ao se comparar os resultados da frequência de realização dos princípios e percentual de erros (tabela 1) com a média do IPTD (tabela 2), observa-se que nem sempre os princípios que apresentaram os maiores valores de frequência tiveram valores equivalentes no IPTD, no entanto, estes valores do IPTD podem estar atrelados aos resultados do percentual de erro. Isto justifica-se pelo fato do IPTD ser relacionado com o desempenho do jogador no decorrer do jogo, e quanto menor seu número de erros maior vai ser sua eficiência. No que concerne a média dos princípios táticos por quartil, observase que o Q1 apresentou os maiores valores absolutos em todos os princípios. Entretanto, os resultados encontrados não apresentam diferenças estatísticas significativas do IPTD entre os quartis de nascimento dos jogadores. Um dos fatores que pode ter contribuído para que não houvesse diferenças no IPTD entre os quartis, é o nível de maturação biológica dos jogadores, uma vez que esta é mais evidente entre os 13 e 16 anos (MALINA et al., 2004). Desta maneira, não parece ser tão evidente, as diferenças motoras, físicas e cognitivas nas categorias sub-12, uma vez que estes jogadores estão na fase pré-pubertária (GOMES, MACHADO, 1999). R. Min. Educ. Fís., Viçosa, Edição Especial, n. 1, p ,

8 Alguns estudos caracterizam o processo de formação no futebol como importante e fundamental para que um atleta possa atingir a elite da modalidade (GARGANTA, 1994; GRECO 1998; WILLIAMS, REILLY, 2000; PAOLI, 2008). Entretanto, para fazer parte das escolas de formação, os jogadores devem passar por um processo de seleção, que levam em consideração os fatores técnicos, táticos, físicos, cognitivos e maturacionais (GRECO, 1998; DRUBSCKY, 2003). Vários estudos apontam as diferenças físicas, motoras, cognitivas e psicológicas como fatores que podem influenciar o processo de seleção de jogadores de futebol (WILLIAMS, REILLY, 2000; MALINA et. al. 2004; JIMÉNEZ, PAIN, 2008; CARLI, LUGUETTI, BÖHME, 2009). No entanto, os resultados do presente estudo não apresentaram variações significativas no IPTD dos jogadores nos diferentes quartis de nascimento. Um dos fatores que podem explicar os resultados deste estudo é a homogeneidade da amostra, pois, todos os jogadores que participaram da pesquisa foram submetidos a um processo de seleção e treinamento em um clube, diminuindo as diferenças qualitativas da amostra, e assim, apresentando um nível de performance que independe do seu mês de nascimento. Conclusão No presente estudo não foram encontradas diferenças significativas entre o índice de performance tática defensiva e os quartis de nascimento dos jogadores, indicando que não ocorreu influência do efeito da idade sobre índice de performance tática defensiva de jogadores de futebol sub-12. Referências Bibliográficas BAKER, J.; HORTON, S.; ROBERTSON-WILSON, J.; WALL, M. (2003). Nurturing sport expertise: factors influencing the development of elite athlete. Journal of Sports Science and Medicine, 2, 1-9. BAKER, J.; LOGAN, A. J. (2007). Developmental contexts and sporting success: birth date and birthplace effects in national hockey league draftees British Journal of Sports Medicine, 41, BARNSLEY, R. H.; THOMPSON, A. H.; BARNSLEY, P. E. (1985). Hockey success and birthdate: The relative age effect. Journal of the Canadian Association of Health, Physical Education and Recreation, 51, BARNSLEY, R. H.; THOMPSON, A. H.; LEGAULT, P. (1992). Familly planning: Football style. The relative age effect in football. International Review for Sociology of Sport, 27, BÖHEIN, R.; LACKNER, M. (2011). Returns to educational in professional football. Discussion Paper Series, CARLI, G. C.; LUGUETTI, C. N.; RÉ, A. H.; BÖHME, M. T. (2009). Efeito da idade relativa no futebol. Revista brasileira Ciência e Movimento, 17(3), R. Min. Educ. Fís., Viçosa, Edição Especial, n. 1, p , 2012

9 COSTA, I. T., GARGANTA, J., GRECO, P. J., & MESQUITA, I. (2009). Princípios Táticos do Jogo de Futebol: conceitos e aplicação. Revista Motriz. 15 (3), COSTA, I. T.; GARGANTA, J.; GRECO, P. J.; MESQUITA, I.; MÜLLER, E.; SILVA, B.; CASTELÃO, D. (2010). Comparação dos comportamentos tácticos realizados por futebolistas de quatro escalões do futebol no teste GR3-3GR ; Revista Digital, Buenos Aires, 15(144). COSTA, I.T.; GARGANTA, J.; GRECO, P.J.; MESQUITA, I.; MAIA, J. (2011). Sistema de avaliação tática no Futebol (FUT-SAT): Desenvolvimento e validação preliminar. Motricidade, 7(1), CÔTÉ, J.; MACDONALD, D. J.; BAKER, J.; ABERNETHY, B. (2006). When where is more important than when : Birthplace and birthdate effects on the achievement of sporting expertise. Journal of Sports Sciences, 24(10), DRUBSKY, R. (2003). O universo tático do futebol escola brasileira. Belo Horizonte, Health. ERICSSON, K.A.; WARD, P. Capturing the Naturally Ocurring Superior Performance of Experts in the Laboratory: Toward a Science of Expert and Exceptional Performance. Expert and Exceptional Performance, 16(6), , GARGANTA, J.; PINTO, J. (1994). O ensino do futebol. In A. Graça & J. Oliveira (Eds.), O ensino dos jogos desportivos. Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física da Universidade do Porto. Rainho & Neves Lda, GARGANTA, J. (1997). Modelação táctica do jogo de futebol estudo da organização da fase ofensiva em equipas de alto rendimento. Doutorado (Ciências do Desporto). Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física da Universidade do Porto, Universidade do Porto, Porto, 312. GARGANTA, J. (2002). Competênica no ensino e treino de jovens futebolistas. Revista Digital, Buenos Aires, 8(45). GARGANTA, J.; GRÉHAIGNE, J. F. (1999). Abordagem sistêmica do jogo de futebol: moda ou necessidade?. Movimento, 5(10). GOMES, A. C.; MACHADO, J. A. (1999). Preparação desportiva no futsal - organização do treinamento na infância e adolescência. Treinamento Desportivo, Londrina, 4(1), 55-66, fev. GONZÁLEZ ARAMENDI, J. M. (2004). Mes de nacimiento y éxito en el fútbol. Estudio del Efecto Relativo de la Edad en el fútbol guipuzcoano. Osasunaz, 6, GRECO, P.J. (1998). Iniciação esportiva universal 2: metodologia da iniciação esportiva na escola e no clube. Belo Horizonte, Escola de Educação Física da UFMG. GRÉHAIGNE, J.F. & GODBOUT, P. (1995). Tactical knowledge in team sports from a constructivist and cognitivist perspective. Quest, 47, HELSEN, W. F.; VAN WINCKEL, J.; WILLIAMS, A. M. (2005). The relative age effect in youth soccer across Europe. Journal of Sports Science, 23 (6), JIMÉNEZ, I. P.; PAIN, M. T. (2008). Relative age effect in Spanish association football: Its extent and implications for wasted potential. Journal of Sports Sciences, 26, R. Min. Educ. Fís., Viçosa, Edição Especial, n. 1, p ,

10 LESMA, M. L.; PÉREZ-GONZÁLEZ, B.; SALINERO, J. J. (2011). Relative age effect (RAE) in spanish football league. Journal of Sport and Health Research, 3(1), MALINA, R. M.; EISENMANN, J. C.;CUMMING, S. P.; RIBEIRO, B.; AROSO, J. (2004). Maturity-associated variation in the growth and functional capacities of youth football (soccer) players years. European Journal of Applied Psychology, 91, MUSCH, J. GRONDIN, S. (2001). Unequal competition as an impediment to personal development: A review of the relative age effect in Sport. Developmental review, 21, PAOLI, P. B.; SILVA, C. D.; SOARES, A. J. G. (2008). Tendência atual da detecção, seleção e formação de talentos no futebol brasileiro. Revista Brasileira de Futebol, Viçosa, 1(2), 38-52, jul./dez. TABACHNICK, B.; FIDELLl, L. (2007). Using Multivariate Statistics. New York; Harper & Row Publishers, 5, WILLIAMS, P. H., DAVIES, P.; EVANS, R.; FERGUSON, N. (1970). Season of birth and cognitive development. Nature, 228(5276), WILLIAMS, A. M.; REILLY, T. (2010). Talent identification and development in soccer. Journal of Sports Sciences, 18, MUJIKA, I.; VAEYENS, R.; MATTHYS, S.; SANTISTEBAN, J.; GOIRIENA, J.; PHILIPPAERTS, R. (2009). The relative age effct in a professional football club setting. Journal of Sports Sciences, 27(11), R. Min. Educ. Fís., Viçosa, Edição Especial, n. 1, p , 2012