CIEPH - CENTRO INTEGRADO DE ESTUDOS E PESQUISAS DO HOMEM

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1 CIEPH - CENTRO INTEGRADO DE ESTUDOS E PESQUISAS DO HOMEM A EFICÁCIA DA ACUPUNTURA EM PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA FELIPE LEONEL CASTELUCCI MARQUES FLORIANÓPOLIS MAIO/2010 1

2 FELIPE LEONEL CASTELUCCI MARQUES A EFICÁCIA DA ACUPUNTURA EM PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialista em Acupuntura do Centro Integrado de Estudos e Pesquisas do Homem, como requisito à obtenção do título de Especialista em Acupuntura. Florianópolis, maio de

3 CENTRO INTEGRADO DE ESTUDOS E PESQUISAS DO HOMEM PÓS-GRADUAÇÃO PROFISSIONAL EM ACUPUNTURA A EFICÁCIA DA ACUPUNTURA EM PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Elaborada por FELIPE LEONEL CASTELUCCI MARQUES COMISSÃO EXAMINADORA: Prof. Marcelo Fabián Oliva, Esp. Orientador/ Presidente de Banca Prof. Cleto Emiliano Pinho, Esp. Membro de Banca Profa. Luisa Regina Pericolo Erwig, MSC. Membro de Banca Florianópolis, maio de

4 SUMÁRIO RESUMO 6 1. INTRODUÇÃO O PROBLEMA E A SUA RELEVÂNCIA OBJETIVOS GERAL ESPECÍFICOS DELIMITAÇÃO DO ESTUDO REVISÃO DE LITERATURA PRINCÍPIOS EM QUE SE BASEIA A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA YIN E YANG NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA YING E YANG E ANATOMIA CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE ACUPUNTURA PRINCÍPIOS DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA E ACUPUNTURA BREVE HISTÓRICO DA ACUPUNTURA SIGNIFICADO DOS MERIDIANOS NA ACUPUNTURA VASOS MARAVILHOSOS MECANISMOS SEGUNDO A NEURO CIÊNCIAS DA AÇÃO DA ACUPUNTURA APLICAÇÃO DE AGULHAS DE ACUPUNTURA AÇÃO SEGMENTAR DA ACUPUNTURA AÇÃO SUPRA-SEGMENTAR DA ACUPUNTURA AÇÃO CENTRAL DA ACUPUNTURA NEUROTRANSMISSORES NA ACUPUNTURA OS PONTOS DA ACUPUNTURA (ACUPONTOS) CONTRA-INDICAÇÃO DA ACUPUNTURA CONCEITO OCIDENTAL DO AVC CONCEITOS DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL- AVC FISIOPATOLOGIA DO AVC O CÉREBRO E SEU FUNCIONAMENTO 44 4

5 4.2.2 PRINCIPAIS ARTÉRIAS QUE UNEM O CORAÇÃO E O CÉREBRO TIPOS DE AVC AVC ISQUÊMICO AVC HEMORRÁGICO AVC TROMBÓTICO, EMBÓLICO E LACUNAR SINTOMAS DO AVC CAUSAS DO AVC SINAIS QUE PODEM CARACTERIZAR A OCORRÊNCIA DO AVC EXAMES COMUNS PARA DIAGNOSTICAR O AVC SEQÜELAS DO AVC TRATAMENTO DO AVC REABILITAÇÃO RELATIVA AO AVC CONCEITO ORIENTAL DO AVC FILOSOFIA DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA OS CINCO ELEMENTOS ATUAÇÃO DA ACUPUNTURA ACUPUNTURA COM UTILIZAÇÃO ELETROMAGNÉTICA HAI- HUN LÍNGUA: IMPORTANTE INDICADOR DO GOLPE DE VENTO TRATAMENTOS POR ACUPUNTURA TRATAMENTO POR MOXABUSTÃO MÉTODO DE AGULHAMENTO TRATAMENTO PELA ACUPUNTURA ESCALPEANA REFERÊNCIA ANATÔMICA DA SUPERFÍCIE DO ESCALPE E CORRESPONDENTE AO CÓRTEX CEREBRAL LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS DE AGULHAMENTO - USO CORRESPONDENTE COM A FUNÇÃO DA ÁREA CORTICAL A REABILITAÇÃO E EFICÁCIA DO TRATAMENTO CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 95 5

6 RESUMO Título: A Eficácia da Acupuntura em Pacientes com Acidente Vascular Cerebral: Revisão Bibliográfica Autor: MARQUES, Felipe Leonel Castelucci Orientador: Marcelo Fabián Oliva Esp O presente estudo tem como objetivo, apresentar através de uma revisão bibliográfica, a eficácia de métodos da Acupuntura em pacientes com Acidente Vascular Cerebral, existentes na Medicina Tradicional Chinesa. A Medicina Tradicional Chinesa conceitua o ser humano como uma forma harmônica, entre o corpo, mente e espírito podendo assim diagnosticar e tratar assim o ser humano como um todo. A utilização da Acupuntura mostra-se eficaz no tratamento dos diferentes tipos de Acidente Vascular Cerebral, sendo uma alternativa aos profissionais da área da saúde no tratamento não só do Acidente Vascular Cerebral, como de outras patologias e enfermidades que acometem o ser humano como um todo. Palavras-chave: Acidente Vascular Cerebral, Tratamento, Acupuntura, Medicina Tracional Chinesa. CENTRO INTEGRADO DE ESTUDOS E PESQUISAS DO HOMEM CIEPH PÓS-GRADUAÇÃO PROFISSIONAL EM ACUPUNTURA Florianópolis, de maio de

7 1 INTRODUÇÃO 1.1 O PROBLEMA E SUA RELEVÂNCIA A República Popular da China (RPC) comumente conhecida como China, é o maior país da Ásia Oriental e o mais populoso do mundo, com mais de 1,3 bilhão de habitantes, aproximadamente um quinto da população da Terra. É uma república socialista governada pelo Partido Comunista da China sob um sistema de partido único com jurisdição sobre 22 províncias tendo por capital Pequim. Atualmente é considerada a segunda maior economia do Planeta, sendo a de maior crescimento nos últimos 25 anos. Dentre as valiosas contribuições da China para a humanidade está a chamada Medicina Tradicional Chinesa (MTC) também conhecida como medicina chinesa (em chinês: Zhõngyí xué, ou Zhõngao xué). Medicina Chinesa é uma denominação dada ao conjunto de práticas de Medicina Tradicional em uso na China, desenvolvida ao longo de milhares de anos da sua história. Segundo o Hwang Ti Nei Jing, escrito há cerca de 700 a.c., os chineses da Idade da Pedra descobriram que o aquecimento do corpo com areia ou pedra quente aliviava as dores abdominais e articulares. Essa foi a origem da moxa. (Wen,1985). Também foram encontrados em várias partes da China Zhem Shih agulhas de pedra- também da Idade da Pedra. Essas agulhas, diferentes das agulhas de costura, encontravam-se junto com outros instrumentos de cura. Daí a conclusão da aplicação da Acupuntura, já nesta época. A Medicina Chinesa que originou-se ao longo do Rio Amarelo e passou por inovações ao longo de diferentes dinastias é considerada uma das mais antigas do mundo oriental. Para definir Medicina Tradicional Chinesa é adequada a definição encontrada no Livro do Imperador Amarelo, uma citação de Quibo (WANG, 2001). 7

8 A razão pela qual o céu e a terra podem ser os pais de todas as coisas é que o céu tem 8 termos para designar o tempo climático e a terra tem 5 elementos a fim de ser o princípio guia de todas as coisas. Todas as mudanças do céu, yin, yang tem padrões regulares, todas as coisas aderem a lei regular do nascimento, crescimento, maturidade e de se recolher. Somente o homem sábio pode seguir a lei da energia lúcida e leve do céu, a fim de nutrir sua cabeça que está acima e aprende com o fenômeno da energia turva da terra para nutrir seus pés que estão abaixo.no meio ele pode regular seu comer e beber, seguir seus movimentos e sua mente para nutrir 5 vísceras. O pulmão está localizado na parte superior do corpo e se encarrega da respiração; por isso a energia do céu se comunica com o pulmão. A laringofaringe é a saída do estômago, o qual recebe cereais e por isso a energia da terra se comunica com a laringo-faringe. Já a energia do vento produz o fígado madeira, por isso a energia do fígado corresponde ao fígado, como o coração está associado ao fogo e o raio também está associado ao fogo, assim como as gravuras que agradam, a energia do raio faz parte do coração. O baço se encarrega de transportar e digerir os cereais, por isso a energia da substância essencial do cereal se comunica com o baço. O rim é um sólido, de água, por isso a energia da chuva pode orvalhar os rins. Tome o yin e o yang do céu e da terra para fazer analogia com o yin e yang do corpo humano: quando o yin e yang da terra se combinam viram chuva; quando a energia vital e o sangue do homem se unem fazem suar, por isso o suor de um homem é chamado chuva. A energia yang circula pelo corpo todo e a energia do vento se espalha pela terra, por isso a energia do homem é chamada de vento do céu e da terra. A energia de temperamneto violento num homem é como o ribombar de um trovão e a energia em contra corrente se parece com a ascensão do yang. A atividade vital de um homem tem uma estreita semelhança com a energia do céu. Ao se tratar da doença deve-se seguir a disciplian do céu e da terra, senão a atividade vital do paciente pode ser prejudicada, ocorrendo imediatamente calamidade (SELBACH, 2003). Essa fundamentação de que nosso corpo imita o universo e que tudo o que fazemos na nossa vida reflete-se no nosso corpo (princípio da Medicina 8

9 Chinesa) leva a necessidade de nos conhecermos e conhecermos os pacientes para evitar danos. Afirma o artigo : Medicina Chinesa: A Medicina Chinesa fundamenta-se numa estrutura teórica sistemática e abrangente, de natureza filosófica. A base é o reconhecimento das leis fundamentais que governam o funcionamento do organismo humano e sua interação com o ambiente, observando-se os ciclos da natureza. A abordagem da Medicina Chinesa vai do tratamento das doenças à manutenção da saúde através de diversos métodos. Atualmente existem oito principais métodos de tratamento de Medicina Tradicional Chinesa: Fitoterapia chinesa (fármacos) Acupuntura Tuina ou Tui Ná (massagem e osteopatia chinesa) Dietoteapia (terapia alimentar chinesa) Auriculoterapia (tratamento pela orelha) Moxabustão Ventosaterapia Práticas físicas (exercícios integrados de respiração e circulação de energia, e meditação (Chi Kung, o Tai Chi Chuan e algumas artes marciais) considerados métodos profiláticos para a manutenção da saúde, ou intervenções para recuperá-la. (MEDICINACHINESAPT, 2010). A acupuntura, método que faz parte da Medicina Tradicional Chinesa (MTC). Teria se originado quando o primeiro homem (primitivo), na primeira dor levou a mão instintivamente à área dolorida, massageando e apertanto o local da dor, constituindo o primeiro digitopuntura. Há mais de 5000 anos (3000 anos de registros escritos e mais de 2000 com achados arqueológicos) comprovam que os chineses utilizavam a acupuntura como meio de cura e tratamento de diversos males. A acupuntura, um dos métodos mais difundidos da Medicina Chinesa no ocidente, conhece formas importante na dinastia Song (960 a.c. 1279) impulsionadas pelo médico Wang Weiyi ao publicar a obra: Acupuntura e os 9

10 pontos do Corpo Humano. Ele moldou duas estátuas do corpo humano em bronze, com a finalidade de ensinar seus alunos as técnicas de acupuntura. No século XX Mao Tse -Tung oficializou nas universidades o ensino da Medicina Chinesa, sendo a mesma divulgada em toda a China e usada em hospitais. A técnica consiste em encontrar a harmonia do corpo e mente através de canais, conhecidos como meridianos de energia, que percorrem todo o corpo. O tratamento quando realizado por agulhamento, é feito através de inserção de finíssimas agulhas em determinados pontos dos canais, que são chamados de pontos da acupuntura. A estimulação desses pontos permite a ativação ou sedação da energia que circula ao longo desse meridiano (SELBACH, 2003). Com a evolução da humanidade surgiram as primeiras agulhas feitas em pedra. Hoje são feitas com liga de prata, ouro ou aço inoxidável. Já a moxa, inicialmente feita com areia ou pedra aquecida, evoluiu para uso de plantas, infravermelho, ultra-som, corrente elétrica e raio laser. Durante muito tempo, a acupuntura foi vista com desconfiança por médicos e paciente, adeptos da Medicina Ocidental. Atualmente aumenta a cada dia o número de médicos e paciente que procuram na acupuntura uma alternatica eficaz para o tratamento de diversas doenças. A prática da Acupuntura é regulamentada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e pelo Ministério da Saúde, através da Política Nacional de Práticas Interativas e Complementares no SUS (PNPIC) que estabelece as diretrizes para implantaçao dessas terapias na rede pública de saúde. Em 2005, após consulta as comunidades médica e científica, a PNPIC foi aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS). Definem-se então as responsabilidades dos gestores a nível federal, estadual e municipal na implentação dessas novas terapias e serviços no SUS. Também foram elaboradas normas na Vigilância Sanitária orientando sobre o uso de materiais, eliminando o risco de transmissão de doenças (FARHAT, 2006). 10

11 O estudo desenvolvido aborda a temática do tratamento da acupuntura em pacientes acometidos por AVC (Acidente Vascular Cerebral), especificamente nos casos de Acidente Vascular Isquêmico (AVCI) e Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico (AVCH). O estudo têm relevância porque os acidentes vasculares cerebrais constituem grande problema de saúde pública, sendo que as estatísticas situam entre as quatro maiores causas de morte e doenças neurológicas em muitos países. Acidente Vasculares Cerebrais (AVC) são definidos pela Organização Mundial de Saúde como sinais de distúrbio focal (por vezes global) da função cerebral de evolução rápida durando mais de 24 horas ou ocasionando a morte sem outra causa aparente daquela de origem vascular (SACCO, 2010). Outra importante razão para o presente estudo, está no fato de ainda ser reduzida a divulgação da eficácia da acupuntura no tratamento de doenças neurológicas. 1.2 OBJETIVOS GERAL O objetivo do estudo realizado, a partir de revisão bibliográfica, é reforçar conceitos básicos da acupuntura, mesmo aqueles considerados corriqueiros para os estudiosos, para que leigos possam compreender como a acupuntura age, visando através de sua divulgação fazer com que busquem tratamentos com o uso da mesma ESPECÍFICO O objetivo é ampliar os conhecimentos sobre efeitos do tratamento utilizando-se a acupuntura, em Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC), tanto nos casos de Acidente Vascular Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI) como Acidente Vascular Hemorrágico (AVCH). 11

12 1.3 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO Esta pesquisa, do tipo bibliográfica baseou-se na leitura e coleta de dados realizadas em bibliografias particulares, nas bibliotecas da CIEPH, UNISUL, UFSC e UDESC, bem como utilizou sites da internet em endereços eletrônicos citados nas referências bibliográficas. Foram consultadas 78 obras, entre livros, periódicos e site. 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 PRINCÍPIOS EM QUE SE BASEIA A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA A história da Medicina Chinesa pode ser estudada de três maneiras: 1. Assumir que os conceitos chineses de doença e tratamento são superiores aos ocidentais: Manfred Porkert. 2. Uma visão histórica que enfatiza os aspectos que seriam precursores do pensamento médico ocidental atual, tomando este como verdade científica: Joseph Needham. 3. Estudar a medicina como um aspecto da cultura chinesa: Paul Unschuld. Uma das características da civilização chinesa é sua capacidade sincrética. Contrariamente ao ocidente, na China os novos conceitos não anulavam os anteriores e sim, conviviam ao mesmo tempo. Não havia um processo dialético de síntese e nem a substituição do paradigma antigo por um novo. Isto fez com que conceitos contraditórios fossem usados ao mesmo tempo para explicar um fenômeno. Desta forma, podemos encontrar os seguintes aspectos no que chamamos medicina chinesa: Terapia oracular Medicina sobrenatural ou dos demônios Cura religiosa Terapia farmacológica pragmática Medicina budista 12

13 Medicina de correspondência sistemática Com relação ao elo causal necessário à explicação da doença, podemos encontrar duas formas de pensamento na medicina chinesa: 1. Relações de causa-efeito entre fenômenos correspondentes 2. Relações de causa-efeito entre fenômenos não correspondentes (visão tradicional da MTC) está profundamente ligada a teorias baseadas no Taoísmo, sobre a dualidade Yin/Yang, sobre meridianos e outros conceitos inicialmente bastante exóticos para a ciência médica ocidental. Contudo, contribuições da Antropologia Médica, vem facilitando o entendimento destes conceitos à luz da interpretação lógica das explicações mítico-religiosas compreendidas como sistemas etnomédicos capazes de dar respostas às demandas por cuidados de saúde de uma determinada população (WIKIPEDIA, 2010). Na China antiga, as primeiras observações efetuadas levaram à conclusão de que a estrutura básica do ser humano era a mesma do universo. Então, todos os fenômenos da natureza eram classificados em dois pólos opostos: o Yin (negativo) e o Yang (positivo). Aqueles que apresentam como característica: força, calor, claridade, superfície, grandeza, dureza, peso, etc. pertencem ao Yang. Ao contrário, os que apresentam características às opostas mencionadas, pertencem ao Yin (WEN, 1987). No copo humano há órgãos de constituição mais fraca que necessitam de proteção das vértebras e costelas. São cinco órgãos: coração, pulmão, rins e baço pâncreas. Eles pertencem ao Yin e seus pontos reflexos estão localizados na região ventral do corpo. Ao contrário, as vísceras menos protegidas e de constituição mais forte como o estômago, intestino delgado, intestino grosso, bexiga, vesícula biliar e útero, são de natureza Yang. Os órgãos que apresentam hiperfuncionalidade são classificados como Yang; os que apresentam hipofuncionalidade são classificados como Yin (WEN, 1985). Para Wen (1985), o Yin e Yang são aspectos opostos de todo o movimento no universo. É um conceito hoje considerado quântico que os médicos chineses antigos conseguiram adaptar para a medicina. No corpo do homem existe o equilíbrio que pode ser alterado por diversos tipos de influências, como alimentar, comportamental e muitas outras. 13

14 Existem muitas formas de diagnóstico na medicina tradicional chinesa (MTC). Algumas delas são a pulsação, a observação e aspectos da língua, a cor e aspecto da pele. Um médico chinês costuma dizer que não se deve olhar apenas o paciente, mas escutá-lo, tocá-lo, cheirá-lo, provar sua urina e conhecer suas fezes. Assim uma consulta baseada no modelo tradicional chinês pode levar de vários minutos a algumas horas. Nela são questionados vários aspectos da vida, desde a infância, expressões das emoções, alimentação, hábitos e costumes. A natureza das explicações tradicionais da medicina chinesa não tornam essa prática essencialmente distinta de outros sistemas etno médicos; tem semelhanças com a medicina hipocrática (origem da moderna medicina). Não é uma medicina mágica como foi considerada por um certo tempo, e sim a incorporação do conhecimento empírico fruto de cuidadosas observação, consolidado no paradigma do Yin e Yang e dos 5 movimentos (SCIELO, 2009). Fenômenos seriam manifestações de um número variável de princípios; fenômenos que são manifestações de um mesmo princípio são correspondentes: mudança em um afeta o outro. Na correspondência sistemática há um número limitado de princípios. Todos os fenômenos podem ser classificados como um dos dois ("yin yang") ou um dos cinco ("Cinco Fases" WU XING) princípios. Outra possibilidade seria a dos fenômenos coexistirem independentemente e, sob determinadas condições, exercerem influências mútuas benéficas ou prejudiciais. Segundo Unschuld, a pluralidade de conceitos envolvendo causalidade da doença é inevitável numa sociedade onde grupos diferentes coexistem em realidades socioeconômicas diferentes; mudança nestes conceitos é inevitável numa sociedade onde ocorre mudança sociopolítica básica; conceitos de saúde antigos sobrevivem em grupos sociais que continuam a seguir uma ideologia sociopolítica coerente; um grupo que esteja em busca de influência política ou de domínio criará ou apoiará um conjunto específico de conceitos terapêuticos consistentes com suas normas sociais. Com estas noções em mente podemos então passar para a história propriamente dita (SCIELO, 2009). 14

15 Princípios norteadores da filosofia chinesa tem os conceitos Yin e Yang presentes no mito de criação da Terra e humanidade, a história de Pan gu. Atribui-se seu mais antigo uso sistemático ao I Ching. Porém não há dúvidas que o cânone básico de sua aplicação à medicina é o Nei Ching O Livro do Imperador Amarelo (Imperador Huang Tdi) cujo exemplar mais antigo foi encontrado em um túmulo da dinastia Han (Fu Weikang). Lê-se no Nei Ching: O Imperador Amarelo disse: O princípio de Yin e do Yang os elementos masculino e feminino da Natureza- é o princípio básico de todo o Universo. É o princípio de tudo que existe na Criação. Efetua a transformação para a paternidade; é a raiz e a fonte da vida e da morte, e também encontra - se no tempo dos deuses. A fim de tratar e curar as doenças, é preciso investigar-se a sua origem. O céu foi criado por uma acumulação de Yang, o elemento da luz; e a terra foi criada por uma acumulação de yin o elemento das trevas. 2.2 YIN E YANG NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA Figura 1: O Imperador Amarelo Huang Tdi Fonte: Wikipédia,2009 O Nei Ching consiste basicamente no diálogo de Qi-bai (também grafado Chi Po) com o Imperador Amarelo mas é voltado para as questões práticas da 15

16 adaptação ao clima, nutrição, emoções mas sobretudo numa segunda versão, o Su Wen, concentra-se na prática clínica. Para entendê-lo porém é preciso observar que traz em seu bojo referências da época em que foi contado (tradição oral), escrito ou re-escrito nas distintas dinastias (Han, Tang). A título de exemplo observe-se a seguinte citação: "O Imperador Amarelo pergunta: Ouvi dizer que o céu era Yang e a terra era Yin, que o sol era Yang e a lua era Yin. Como concordam elas, no homem? Qi-bai responde: O que está acima dos rins (região lombar) depende do céu; o que está abaixo da região lombar depende da terra. os 12 vasos principais ((Jing - mai) correspondem assim aos 12 meses (12 ramos terrestres). A lua está em relação com a água. Eis porque está situada em baixo é Yin"'' O livro traz a classificação dos meridianos em suas propriedades Yin e Yang com nítida identificação da relação do processo de saúde e doença. Os fatores patogênicos/terapêuticos estão organizados em forma de uma fisiologia ou dinâmica vital (Madel Luz) onde se integram com os conceitos de meridianos e a Teoria dos Cinco Movimentos ou Elementos (SCIELO, 2009) YIN E YANG E ANATOMIA A teoria do Yin e Yang passou (como toda a história dos fenômenos científicos), por um processo de observação; análise; suposição; comprovação e conclusão. As primeiras observações levaram à conclusão de que a estrutura básica do ser humano era a mesma do universo. Assim todos os fenômenos da natureza foram classificados em dois pólos opostos: o Yin (negativo) e o Yang (positivo) (WEN, 1985). 16

17 As tabelas abaixo dão uma idéia da visão do Yin e Yang. YIN NATUREZA CORPO HUMANO CARACTERÍSTICAS DA DOENÇA Lua, noite, terra,mulher, Região profunda Calma, inverno,frio,leste,oeste (interna), região fria,úmida,hipofuncionante,crônica central, porção infradiafragmática,cinco órgãos,sistema sanguíneo Tabela 1:Visão do Yin e Yang Fonte: WEN, 1985 YANG NATUREZA CORPO HUMANO CARACTERÍSTICAS DA DOENÇA Sol, Superfície (externa), Agitada, forte,quente, dia,céu,homem,verão,calor,sul, região dorsal,porção seca, hiperfuncionante, norte supradiafragmática e aguda víceras energéticas Tabela 2: Visão do Yin e Yang Fonte : WEN, 1985 A descrição e classificação anatômica na cultura chinesa descreve as diversas partes, pontos, regiões, órgãos e sistemas do corpo onde os princípios do Yin - Yang são aplicados, diferenciando tanto as formas como funções, por exemplo: O Chi circula através dos meridianos em um ritmo estabelecido pela transformação do Yin e Yang 17

18 Figura 2: Meridianos Fonte: Wikipedia, 2009 A -Yin : lado direito; parte anterior (ventral); parte palmar; interior do corpo; membros inferiores; tronco; cheio (sólido); órgãos /meridianos zang: fígado, coração, rim, pulmão, baço-pancreas, pericárdio. B -Yang: lado esquerdo; parte posterior (dorsal); parte volar; exterior; membros superiores; cabeça; oco, vazio (luz); órgãos/meridianos fu: intestino delgado, intestino grosso, estômago, bexiga, vesícula - biliar, tríplice aquecedor (san jiao), cérebro, útero. Essa classificação refere-se aos órgãos e aos processos fisiológicos normais e patológicos. Cada uma das funções dos órgãos divididos em Yin e Yang são por sua vez subdivididos em sucessivas classificações. Por exemplo alguns órgãos como o coração e o rim possuem características Yang (Shao - jovem Yin) enquanto que o pulmão e baço-pancreas características Yin (Tai - grande Yin) apesar de todos em sua constituição serem classificados como Zang (órgãos) de natureza Yin.Analisando-se o coração pode-se ainda diferenciar o Yin cardíaco (a sístole - a massa muscular) do Yang cardíaco (a diástole, as cavidades) e assim sucessivamente. A teoria aponta que no corpo humano há órgãos de constituição mais fraca que necessitam da proteção das vértebras e costelas(coração, pulmão, 18

19 rins, baço/pâncreas) eles pertencem ao Yin e seus pontos reflexos estão localizados na região ventraldo corpo. Já asvícerasmenos protegida, por serem de constituição mais forte (estômago,intestinos delgado e grosso,bexiga,vesícula biliar e útero) pertencem ao Yang. Já os órgãos que apresentam hiperfuncionalidade são classificados como Yang e os de hipofuncionalidadesão Yin (WEN, 1985). Sinais e sintomas são observados no processo de diagnóstico da medicina chinesa. Resumindo-os: Yin: processos crônicos; tendência à obesidade; congestão; passiva; hipotermia; tonus muscular diminuído; flacidez; sensibilidade diminuída; pele úmida, fria; sonolência; voz apagada; pessimismo; olhar apagado; aspecto alquebrado; timidez; depressão; inibição; distensão; contração; equilíbrio estático; coma, estupor. Yang: processos agudos; tendência ao emagrecimento; inflamação; febre; tonus muscular aumentado; espasmo; sensibilidade aumentada; pele seca, quente; insônia; voz vibrante; otimismo; olhar brilhante; aspecto arrogante; desembaraço; ansiedade; excitação; tensão; dilatação; alteração dos movimentos; convulsão. (MACIOCIA,2003.) Figura 3:Yin e Yang Fonte:site lininja,

20 Para a MTC a teoria Yin e Yang abrange três itens: A Nos estados de tranquiliade, existe uma harmonia entre Yin e Yang; nos de agitação desequilíbrio entre eles. B - Em nenhuma substância observar-se-á desenvolvimento e endurecimento se houver predomínio de Yin ou Yang isoladamente. C Em circunstâncias favoráveis o Yin poderá transformar-se em Yang e viveversa. Quando io Yin está em excessooyang estará em depleação. Ao contrário,estando o Yin fraco, o Yangencontrar-se-á forte. Na medicina chinesa as doenças surgem a partir da desarmonia e ou interrupção da energia Yin e Yang que deixam vulneráveis os agentes agressores externos: frio, calor. Chi impuro, etc. As síndromes Yin Yang causadas por esse desequilíbrio, podem ser basicamente subdivididas por causas como: A- tipo Xu (deficiência) ou seja aquelas provocadas por uma baixa resistência corpórea devida a hipofunção ou insuficiência de certos materiais; B- tipo Shi (excesso) indicando agressão por agente nocivo externo em presença de uma resistência orgânica normal. (MACIOCIA,2003). A preponderância do Yin sobre Yang em presença do fator patogênico Yin caracteriza a síndrome frio do tipo Shi (excesso). A deficiência da energia Yang com níveis adequados dos fatores Yin caracteriza a síndrome do frio tipo Xu (deficiência). A Medicina Chinesa sustenta que, por um lado, normalmente existe um estado de equilíbrio relativo entre órgãos internos e os tecidos e, por outro, entre o meio ambiente e o corpo humano. O equilíbrio não é estático, é um estado de constante auto-ajuste. Dessa maneira, as atividades fisiológicas normais do corpo estão asseguradas. Estando o corpo impossibilitado de se ajustar às condições de mudança, o equilíbrio dinãmico se perde e ocorrerão distúrbios. (YIN HUI, 1999). Na Medicina Chinesa a causa da doença também é chamada de qi perverso (xie qi) ou fatores patogênicos. Diversos são os fatores que podem causar doenças: mudanças anormais do tempo, fatores epidêmicos nocivos, excitação emocional abrupta, imprudência dietética, esforço físico excessivo, 20

21 dano traumático, mordidas de insetos ou de animais, etc. Também a ocorrência de uma doença poderá desencadear outra. (YIN HUI, 1999). A ocorrência de uma doença significa, até certo ponto, esgotamento da atividade fisiológica normal: sob influência de fatores patogênicos, podem ocorrer alterações patológicas dos órgãos zang-fu e dos meridianos, distúrbios do yin e yang, bem como do qi e do sangue. Para a Medicina Chinesa o início de uma doença geralmente ocorre por duas causas: 1. À fraqueza do qi antipatogênico conseqüente a distúrbios funcionais preexistêntes no corpo e, 2. À influência dos patores patogênicos ou qi perverso. A doença reflete o conflito entre o qi antipatogênico e os fatores patogêncios. As condições do qi patogêncio, por sua vez são determinadas pela constiução (herança genética), condição mental (ligada as emoções), ambiente em que se vive, nutrição, estilo de vida (YIN HUI, 1999). No processo diagnóstico da medicina chinesa, além da caracterização do Yin e Yang é preciso, para que se restabeleça o equilíbrio no organismo, identificar o fatores internos, meridianos e agentes patogênicos aos quais o organismo está exposto. Os agentes externos: vento, secura e fogo, calor de verão, umidade e frio (os chamados seis qi ) estão associados aos sentimentos ou estados emocionais: raiva, medo, alegria, preocupação e tristeza (MACIOCIA, 2003). Exemplo: o reumatismo denominado como doença do frio da tristeza e da umidade; ou emoção depressiva levando o Chi do fígado (madeira) a invadir o estômago (fogo) causando gastrite. Os seis qi não causam doenças, porém se ficarem anormais ou excessivos, estando a resistência do corpo fraca para adaptar-se as variações, eles podem tornar-se os seis excessos (liu yin), fatores causadores de doenças. Como são anormais são chamados de seis qi insalubres (liu xie), ou seis fatores patogênicos exógenos. Eles podem agir sozinhos ou associados. Atacam o interiror do corpo pela superfície ou pela boca ou nariz. Esses conceitos incluem a idéia de bactérias, vírus e fatores patogênicos químicos e físicos (YIN HUI, 1999). 21

22 O vento penetrante no mar de medula pode causar uma paralisia equivalente ao que chamamos Acidente Vascular Cerebral (AVC). Essas combinações são explicadas, como alterações do fluxo habitual de Chi (Yin ou Yang) que resultam no excesso ou falta dessa energia nos diversos órgãos e meridianos. Esses meridianos e suas relações são também explicadas pela Lei dos 5 elementos que os classifica como água, fogo, terra, metal e madeira (MACIOCIA, 1996). Ainda sobre processo diagnóstico e dimensão dos fatores exógenos Lêse no Nei Ching: "Quando o Yang é mais forte, as pessoas podem suportar o inverno, mas não suportam o verão...quando o Yin é mais forte as pessoas podem suportar o verão mas não suportam o inverno" O Ling Shu complementa esclarecendo que as doenças Yang acontecem no inverno (no caso tipo xu - deficiência) e as doenças Yin acontecem no verão identificando ainda 5 agentes patogênicos, a saber: O xié (fator patógeno) que penetra no Yang e provoca o Kuang (acesso maníaco). O xié (fator patógeno) que penetra no Yin e provoca o xué-bi (bloqueio de sangue). O agente patogênico que penetra no Yang e se transforma na doença do Dian (vértex), cefaléias, ou vertigens. O agente patogênico que penetra no Yin e transforma-se em "Yin" (afonia) perda da voz. O agente patogênico do Yang que penetra no Yin suscita uma doença do equilíbrio ática - o Yin representa o repouso). O agente patogênico saindo pelo Yang, provoca uma doença de movimento (riso, cólera). O Yang configura o movimento."(ling Shu / Ming Wong) Os sete fatores emocionais (qi qing) são: alegria excessiva, raiva, melancolia, ansiedade, pesar, terror, susto. Em condições normais não são causadores de doenças, porém quando ultrapassarem a capacidade normal do corpo humano suportar. 22

23 3. CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE ACUPUNTURA A Acupuntura é o conjunto de conhecimentos teórico-empíricos da medicina chinesa tradicional que visa à terapia e à cura das doenças através da aplicação de agulhas e de moxas, além de outras técnicas. Esta ciência surgiu na china em plena Idade da Pedra, isto é, há aproximadamente anos. No entanto, apesar de sua antiguidade, continua evoluindo. Com o moderno avanço tecnológico, outros instrumentos e técnicas como o ultra-som, radiações infravermelhas, o raio laser e outros equipamentos vieram enriquecer seus recursos fisioterápicos (WEN, 1997). A milenar filosofia chinesa prega que a doença e a dor ocorrem devido a um desequilíbrio entre as duas principais forças da natureza o YIN e o YANG, servindo a acupuntura para restaurar este equilíbrio. Muitos chineses e seguidores acreditam que a acupuntura influencie uma força vital (chamada QI) que flui ao longo de 12 meridianos (canais de energia que correm longitudinalmente no corpo) parados e 2 não pareados (CRDF, 2010). Acupuntura deriva-se dos radicais latinos acus (agulha) e puntur (punção). Assim a acupuntura visa a terapia e cura das enfermidades pela aplicação de estímulos através da pele, com a inserção de agulhas em pontos chamados acupontos. Acupuntura também pode ser definida como: uma das técnicas da Medicina Tradicional Chinesa que consiste de estimular pontos determinados do corpo (MEDICINACOMPLEMENTAR, 2010). É uma terapia reflexa, em que o estímulo de uma área age sobre outras. Para este fim, utiliza, principalmente, o estímulo nociceptivo (SUSSMAN, 2000). Atribui-se o nome "Acupuntura" a um jesuíta europeu que retornando da China, no século XVII, adaptou os termos chineses "Zhen" e "Jiu", juntando as palavras latinas "Acum" (agulha) e "Punctum" (picada ou punção). A tradução literal do termo chinês, no entanto, é bem diferente. O correto seria Zhen (agulha) e Jiu moxa ou seja "longo tempo de aplicação do fogo". A tradução leva a concluir que o terapeuta só trabalha com agulha, porém os pontos e meridianos também podem ser estimulados por outros tipos 23

24 de técnicas. Os pontos de Acupuntura podem ser estimulados por: agulhas, dedos (acupressão), stiper (do inglês Stimulation and Permanency - Estimulação Permanente), ventosa ou pelo aquecimento promovido por moxa, longo tempo de aplicação do fogo", - um bastão de artemísia em brasa, que é aproximado da pele para aquecer o ponto de acupuntura. Há, também, o método de estimulação por laser, ainda em estudos. A acupuntura faz parte de um conjunto teórico-empíricos da milenar Medicina Tradicional Chinesa (MTC) que inclui técnicas de massagem (Tui- Na), exercícios respiratórios (Chi-Gung), orientações nutricional (Shu-Shieh) e a farmacopéia chinesa (medicamentos de origem animal, vegetal e mineral) (ALTMAN, 1997). Acupuntura ou Acupunctura é um ramo da Medicina Tradicional Chinesa e um método de tratamento considerado complementar de acordo com a nova terminologia da OMS, Organização Mundial da Saúde (WIKIPEDIA, 2010). A acupuntura pode então ser definida em sentido restrito como sendo: um agulhamento ou em sentido mais amplo como estímulo do acuponto, seguindo várias técnicas disponíveis (agulhamento, alterações de temperatura, pressão e outras). Acupuntura consiste na aplicação de agulhas, em pontos definidos do corpo, chamados de "Pontos de Acupuntura" ou "Acupontos", para obter efeito terapêutico em diversas condições. Os conhecimentos da acupuntura estiveram isolados do mundo ocidental por cerca de 5000 anos, distanciando a forma de raciocínio e linguagem. Além do empecilho semântico a prática dessa técnica se deparava com deficiências no ensino e divulgação científica. A ciência rejeita o princípio energético, linguagem metafísica e sistema aparentemente primitivo da Medicina Tradicional Chinesa. Daí a dificuldade de cientistas ocidentais buscarem investigarem e adotarem a acupuntura. A necessidade de uma linguagem comum para facilitar o ensino, levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a criar uma nomenclatura internacional padrão (STANDARD, 2000). 24

25 Na China, a acupuntura é utilizada rotineiramente para o tratamento de diversas afecções. Em 1979, especialistas de 12 países presentes no Seminário Inter- Regional da OMS publicaram uma listagem provisória de enfermidades que podem ser tratadas utilizando-se a acupuntura (BANNERMAN, 1997). Nos últimos 20 anos a aceitação da acupuntura tem crescido e tem tido grande aceitação nos países ocidentais (YAMAMMURA, 1995). Figura 4: Ventosa Figura 5: Moxabustão Fonte: site graodeareia, 2010 Fonte: sitegraodeareia, 2010 Figura 6: Agulhamento Fonte: Sitestorminformatica,

26 3.1 PRINCÍPIOS DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA E ACUPUNTURA O corpo humano é formado pela união das células que dão origem aos tecidos e órgãos; estes associam - se entre si e colaboram para preservar as funções de locomoção, digestão, defesa, respiração, etc. As conexões, de modo geral, são estabelecidas pelo sistema nervoso, cujo centro é o cérebro. Assim o organismo responde como um todo às alterações do meio (Wen, 1985). Alguns fatores externos não têm importância em si, mas ao provocarem uma resposta inadequada, podem provocar o desenvolvimento de uma doença. Conforme a medicina chinesa, o tratamento através da acupuntura busca a normalização dos órgãos doentes. Segundo a teoria da Acupuntura, todas as estruturas do organismo se encontram originalmente em equilíbrio pela atuação das energias Yin (negativas) e Yang (positivas). Por exemplo: pelo principio de Yin e Yang é possível explicar os fenômenos que ocorrem nos órgãos através dos conceitos de superficial e profundo, de excesso de deficiência, de calor e frio. Desse modo, estando as energias Yin e Yang em perfeita harmonia, o organismo, certamente, estará com saúde. Por outro lado, um desequilíbrio gerara a doença. A arte da Acupuntura visa, através de sua técnica e procedimentos, estimular os pontos reflexos que tenham a propriedade de restabelecer o equilíbrio, alcançando-se, assim, resultados terapêuticos (ALTMAN, 1997). 26

27 Figura 7: Medicina Tradicional Chinesa e Acupuntura Fonte: site matosinhos, 2010 A acupuntura não se volta diretamente para os agentes agressores externos. Por isso seu tratamento não visa apenas tratar o local comprometido. Ao agir sobre o sistema nervoso, estimulando o mecanismo de compensação e de equilíbrio em todo o corpo, para sanar a doença (WEN, 1985). Diferentes estudos apontam que o mecanismo da ação da Acupuntura sobre o organismo atua da seguinte forma: 1. Acupuntura altera a circulação sanguínea. Estimulando certos pontos, pode ocorrer a alteração da dinâmica da circulação regional proveniente das microdilatações. Outros pontos promovem relaxamento muscular, sanando o espasmo, diminuindo a inflamação e a dor. 2. O estímulo de certos pontos provoca a liberação de hormônios, como o cortisol e as endorfinas, provocando analgesia. 3. Acupuntura ajuda a aumentar a resistência do hospedeiro. Havendo agressão externa, alguns sistemas orgânicos são prejudicados. Daí ao promover uma regularização interna, faz com que ocorra resistência à doença e restabelecimento da saúde. 4. Acupuntura regula e normaliza as funções orgânicas. 5. Promove o metabolismo, fundamental para a manutenção da vida. 27

28 3.2 BREVE HISTÓRICO DA ACUPUNTURA A acupuntura talvez tenha sido a primeira forma racional de medicina, se contar que a herbática (ramo da medicina que adota o uso de ervas no tratamento das doenças) é de origem remota e instintiva entre os seres humanos. Agulhas de pedra e de espinha de peixe já eram utilizadas na China durante a Idade da Pedra. O "Homem de Pequim, espécime humano que habitou nosso planeta há cerca de 30 mil anos, já fazia uso de ervas. Porém, o uso de instrumentos, como estiletes de pedra para estímulos cutâneos específicos, visando a equilibrar a circulação energética do organismo foi feita racionalmente, usando já a função oponente do dedo polegar (o homem é o único ser a possuir esse privilégio) aliada ao seu desenvolvimento cerebelar e cortical, que são os centros das funções racionais de pesquisa e coordenação de motricidade. A acupuntura precisa ser compreendida levando em consideração e respeito sua longevidade. Fatores que há apenas dez anos estão podendo ser cientifica e tecnologicamente detectados, já eram manipulados com grande intimidade por nossos antepassados! Infelizmente houve um hiato entre esses primórdios de trinta milênios até épocas mais próximas. Os registros que a civilização humana detém, sobre a história de acupuntura, datam de a.c. O grande empreendimento foi a elaboração do NEI TSING, primeiro livro conhecido, e um clássico da Medicina Tradicional Chinesa, já tratam de acupuntura. Foi encomendado pelo imperador amarelo Huang Ti e escrito pelo médico Tsri Po (Ki Pa) com ajuda dos colegas Lei-Kong, Iu Fou, Po-Kao e Chao-Iu. Era dividido em dois volumes: o "SO QUENN", que tratava do aspecto teórico e o 'LING TSROU', que instruía sobre conhecimentos práticos da acupuntura. Descreve aspectos anatômicos, fisiológicos, patológicos, diagnósticos e terapêuticos das moléstias a luz da medicina oriental. Nesse tratado, já se afirmava que o sangue flui continuamente por todo o corpo, sob controle do coração. 28

29 Cerca de 2000 anos depois, em 1628, William Harvey, proporia sua teoria sobre a circulação sangüínea. Um tratado descoberto no Sri Lanka há quase 3000 anos sobre o uso de acupuntura, registra que os indianos já utilizavam a técnica da acupuntura para o tratamento em elefantes. A introdução da acupuntura no Ocidente esta vinculada a fundação da Companhia das Índias Ocidentais, em 1602 (ALTMAN, 1997). Disponível em: WIKIPEDIA, 2010). É importante lembrar que a palavra "acupuntura", de origem latina, não tem correspondência no vocabulário chinês. Nele a palavra está referida da seguinte forma: "TCHENNTSIOU", que quer dizer, respectivamente, agulha e moxa. Atribui-se o nome "Acupuntura" a um jesuíta europeu que retornando da China, no século XVII, adaptou os termos chineses "Zhen" e "Jiu", juntando as palavras latinas Acum (agulha) e Punctum (picada ou punção). Acrescenta o "NEI TSING" que as agulhas teriam vindo do sul da China onde o clima era agradável. Aí as doenças geralmente eram causadas por "excessos, desse modo as agulhas eram usadas de modo a dispersar esse efeito patológico... Já ao Norte, o clima era frio e "... as doenças advinham da 'insuficiência e vazio'. Daí a razão para usarem moxas (pequenos cones, geralmente feitos de uma erva chamada artemísia que, provida de propriedades de combustão lenta, uma vez acesas, provocavam pelo calor estímulo aos pontos de acupuntura. Os períodos que se sucederam foram empreendidos esforços para o entendimento e adoção dos ensinamentos de "NEI TSING". No V século a.c., foi elaborado um livro por outro médico, chamado Pienn-Ts'io (também conhecido por Tsrinn Iue-Jenn). Neste livro, cujo título significa A Regra das Dificuldades, procurava-se esclarecer as partes mais obscuras do "NEI TSING", sendo utilizado até os dias de hoje. Acupuntura. Disponível em: Acesso em 30 jan O Ocidente teve sua atenção voltada para a acupuntura por causa do artigo do jornalista James Reston, publicado em 1971, que descrevia o efeito da acupuntura nas suas dores pós-operatórias depois de submetido a uma apendicectomia de emergência, quando acompanhava a equipe norteamericana de tênis de mesa. Desde então a acupuntura foi sendo adotada pela 29

30 medicina ocidental, em princípio cercada de preconceitos, mas ultimamente como uma especialidade médica, caso do Brasil, sendo reconhecida pelas seguradoras da área da saúde (AUCPUNTURA, 2010). 3.3 SIGNIFICADO DOS MERIDIANOS NA ACUPUNTURA Na medicina chinesa a mais antiga referência à Teoria dos Meridianos encontra-se no livro Hwang Ti Nei Jing que contém descrições precisas sobre seus princípios. No entanto, até hoje se desconhece o modo como foi criada a Teoria dos Meridianos, sendo muito provável que a Acupuntura e as Qi-Kung (artes marciais) tenham contribuído para sua formação (WEN, 1985). Ao estimular certos pontos de Acupuntura constata-se que a sensação de calor e parestesias seguem direções predeterminadas. Os antigos já mencionavam uma sensação de calor que percorria certas vias do corpo, durante a prática das Qi-Kung. Constatou-se também que numa doença os sintomas podem manifestar-se em outros lugares, seguidos uma via precisa de inter-relacionamento. É possível que a Teoria dos Meridianos tenha sido formulada a partir das observações acima. Podemos pressupor que a Teoria dos Meridianos é o fruto da experiência e da observação de muitos desde os primórdios da medicina chinesa (WEN, 1985). No corpo humano existem muitos pontos cujos efeitos, se aplicada à acupuntura, têm efeitos semelhantes. Ao se traçarem linhas conectando esses pontos análogos, obtiveram-se linhas ou trajetórias longitudinais chamadas de Tin (meridiano) e trajetórias horizontais, denominadas Lo (comunicações). Também foi comprovado pela experiência clínica a relação entre os órgãos e meridianos do corpo. Foram então traçados doze meridianos ordinários (relacionados diretamente com órgãos e vísceras). Também oito meridianos denominados extrameridianos, usados em patologias diversas. Dos doze meridianos nascem os doze meridianos distintos, que partem deles e percorrem as cavidades do tronco do corpo. Também quinze 30

31 meridianos ligando esses doze meridianos entre si (denominados Lo- Mai = Meridianos conexos). A Teoria do Yin Yang diz: Yin visa estar em equilíbrio com Yan. Quando e estabelecem diferenças de níveis entre as duas energias. Essa diferença de nível pode ser dividida em três Yin e três Yang. Daí nascem os três meridianos Yang da Mão (que vão até a cabeça) e da cabeça nascem três meridianos Yang da Perna(que descem até as extremidades dos membros inferiores). O transporte das energias por todo organismo é feito através dos trajetos energéticos chamados de Meridianos (jing-luo). São verdadeiros vetores de energia que se propagam através do corpo. Consistem em estruturas canaliculares distribuídas ordenadamente que conduzem a energia vital, formando uma rede energética ligando o exterior com o interior do corpo e interligando as diferentes estruturas do organismo (LIMA, 2009). A unidade estrutural canalicular é formada por um sistema de meridianos. Em primeiro lugar acham-se os meridianos principais, que sulcam a superfície, sendo em número de 12. Estes são simétricos, existindo um para cada lado do corpo, onde cada um deles representa um órgão ou uma função. A energia percorre esses meridianos com um sentido sempre constante e os meridianos se unem uns aos outros mediante canais acessórios chamados vasos secundários, de tal modo que a circulação de energia consiste um sistema fechado de sentido constante. Dentre os Meridianos Secundários temos: Meridianos Curiosos ou vasos Maravilhosos, Meridianos Ligamentários ou tendíneo-musculares, Meridiano Distinto e os Meridianos de Passagem (transversal e longitudinal). Os doze meridianos principais são assim chamados, porque são meridianos regulares que obedecem a uma ordem. O meridiano principal recebe o nome do órgão interno ao qual está associado numa noção de função meridiano, ao contrário dos vasos maravilhosos que são extraordinários, fogem à regra, pois são virtuais. Os oito vasos maravilhosos mobilizam as energias, dentre essas a ancestral, mantendo o equilíbrio energético nos meridianos principais. Acham-se nos espaços vazios do corpo, preenchidos de energia, ficando entre os meridianos e protegendo-os. 31

32 De acordo com a milenar teoria da MTC, os Canais (Jing e Mei) desempenham importante parte no trabalho de acupuntura (JOACIR, 2009). Paralelamente, chi, yin, yang e os cinco elementos são a base para os conceitos de diagnósticos e tratamentos para a maioria das doenças. 1. Chi significa Energia da Vida. Ela tem o poder de criar e de mudar a matéria. Controla a vida e a morte do corpo humano. Em um corpo saudável, a passagem da energia chi é completamente livre de obstáculos e interrupções, flui. Começa nos pulmões e viaja através dos meridianos de maneira sistemática. 2. Yin e Yang são duas matizes de energia existentes dentro da Energia da Vida. Elas estão em equilíbrio, mas formam um par oposto e interdependente. Qualquer desequilíbrio nesse sistema de forças resulta em doença. A energia vital do ser humano é vulnerável a causas externas: meio-ambiente, clima, etc. Alguns exemplos do desequilíbrio das energias Yin e Yang: 1. Yin deficiente produz, atrai, materializa doenças crônicas tais como AIDS, malária, tuberculose e outras em órgãos sólidos (coração, pericárdio, pulmões, fígado, baço e rins), na parte da frente do corpo e no meio das extremidades laterais. 2. Yang deficiente atrai pneumonia, febre, taquicardia, doenças agudas ( doenças relativamente graves de curta duração ) nos órgãos cavernosos (intestino delgado, triplo aquecedor, intestino grosso, estômago, pâncreas e baço) na parte de trás dos órgãos e suas extremidades. As questões emocionais podem favorecer tanto o enfraquecimento da energia Yin quanto da energia Yang. Os cinco elementos da MTC são compostos de metal, água, madeira, fogo (fogo principal e fogo secundário) e terra. Esses cinco elementos viajam em dois ciclos diferentes: o criativo (Shen) e o destrutivo (Ko). Eles estão ligados aos órgãos do corpo da seguinte forma: 1. Madeira: corresponde ao fígado, vesícula biliar e se manifesta nos olhos. 2. Fogo Principal: corresponde ao coração, intestino delgado, vasos e língua. Fogo Secundário corresponde ao pericárdio, triplo aquecedor, vasos e língua. 32

33 3. Terra: corresponde ao baço, estômago, músculos e boca. 4. Metal: corresponde aos pulmões, intestino grosso, pele e nariz. 5. Água: corresponde aos rins, bexiga, ossos e ouvido. Paralelamente aos cinco elementos, o sistema de canais é um importante aspecto na MTC. Consiste de um Meridiano Regular (Jing) e um Meridiano Extra (Mai). Esses canais energéticos funcionam como uma rede de computador conectando os órgãos internos e as partes superficiais do corpo. São responsáveis pela regularização e estabilidade das funções de todo o corpo. Os 12 meridianos viajam em posição vertical, bilateral e simetricamente dentro do corpo, alguns bem próximos à superfície. A interrupção, o bloqueio ou a estagnação do fluxo energético em um meridiano, às vezes com origem no próprio órgão a que se relaciona (por congestão ou intoxicação, por exemplo) e é resolvida com a inserção de agulhas de acupuntura, moxa ou massagem. A fototerapia também é utilizada, tendo como objetivo o órgão afetado. Cada meridiano tem seu próprio trajeto, são invisíveis e cheios de orifícios. Devido à complexidade da língua chinesa (mandarim, a principal), para compreender os meridianos os nomes já são acrescidos de indicação onde ficam (braço ou perna) e se é Yin ou Yang e também têm letras que indicam o órgão principal a que correspondem em mandarim, o sistema de órgãos se chama Zang-Fu. Há três pares de meridianos Yin e três pares de meridianos Yang: A YIN: 1- Yin Grande Braço Meridiano do Pulmão (L); (Tai Yin) Perna Meridiano do Baço (SP); 2 Yin Menor Braço Meridiano do Coração (H); (Shao Yin) Perna Meridiano do Fígado (K); 3 Yin Absoluto Braço Meridiano do Pericárdio (P); (Chueh Yin) Perna Meridiano do Fígado (Liv). B - YANG: 1 Luz Solar Yang Braço Meridiano do Intestino Grosso (LI); (Yang Min) Perna Meridiano do Estômago (S); 2 Yang Menor Braço Meridiano do Triplo Aquecedor (TW); (Shao Yang) Perna Meridiano da Vesícula Biliar (GB); 3 Yang Grande Braço Meridiano do Intestino Delgado (SI); (Tai Yang) Perna Meridiano da Bexiga (B). 33

34 Existem oito meridianos extras: Vaso Governador (Doe Mai) e Vaso Concepção (Jei Mai). Os meridianos Chong Mai, Dai Mai, Yin Wei Mai, Yang Wei Mai são conectados aos principais meridianos mas não pertencem a nenhum órgão interno especificamente. O Vaso Governador (VG) é conectado aos três Meridianos Yang da Perna e do Braço no ponto GV-14. O Vaso Concepção (VC) é conectado aos três Meridianos Yin da perna no ponto CV-3 e CV-4. Chong Mai é conectado com Luz Solar Yang Perna Meridiano do Estômago (S), com Yin Menor (Shao Yin) Perna Meridiano do Fígado (K) e com o Vaso Concepção. Dai Mai tem o formato de um cinto e é conectado tanto com o Vaso Concepção (CV) quanto com o Vaso Governador (GV) e com o Yang Grande (Tai Yang) Perna Meridiano da Bexiga (B). Os meridianos extra são: Yang Wai Mai, Yin Wai Mai, Yang Chiao Mai e Yin Chaio Mei. Todos esses nomes em mandarim foram padronizados pela Organização Mundial da Saúde no livro: Standard Acupuncture Nomenclature. (JOACIR, 2009). 3.4 VASOS MARAVILHOSOS Além dos doze Meridianos principais, que representam a Grande Circulação de Energia, temos também a Pequena Circulação de Energia composta por dois Meridianos chamados de Vaso Governador (Yang sistema nervoso central) e Vaso da Concepção (Yin sistema reprodutor): 1. Meridiano do Vaso Governador Compõe-se de 28 pontos e tem início na bexiga, desce ao períneo, de onde saem três ramos, um externo e os demais internos. Existe também um quarto que vai até os hemisférios cerebrais (JOACIR, 2009). 2. Meridiano do Vaso da Concepção Segundo JOACIR (2009): O Meridiano do Vaso da Concepção está intimamente associado ao processo de gestação, pois nutre e comanda o útero. Compõe-se de 24 pontos e seu percurso começa no rim, desce até o períneo de onde sobe pela linha mediana superior até a região inferior do lábio, contorna-o para penetrar no maxilar superior e subir até o ângulo interno do 34

35 olho. Possui ainda um ramo que vai dos rins até a coluna lombar, e outro, que sobe do períneo até o útero. São também conhecidos como Vasos Maravilhosos por se tratarem de vias alternativas que o corpo dispõe nos casos em que a energia não consegue fluir nos percursos normais. Deles se originam todos os demais Canais ou Meridianos, pois são os primeiros pares de canais formados ainda na fase embrionária. Sendo assim neles circulam principalmente a energia ancestral, que funciona tanto como energia de reserva quanto de defesa. Existem também outros seis vasos maravilhosos: Vaso desobstrutor Vaso cintura Vaso de ligação do Yin Vaso de ligação do Yang Vaso do motilidade Yin Vaso de motilidade Yang 3.5 MECANISMOS SEGUNDO A NEURO CIÊNCIAS DA AÇÃO DA ACUPUNTURA Aplicação de agulhas na acupuntura Pelos conhecimentos atuais da fisiologia, a Acupuntura é um método de estimulação neurológica em receptores específicos, com efeitos de modulação da atividade neurológica em três níveis: local, espinhal ou segmentar e supraespinhal ou suprasegmentar. Já em 1921, Goulden concluiu sobre a participação do Sistema Nervoso Autônomo na Acupuntura, através do nervo simpático, observando também que os pontos de Acupuntura possuem impedância menor entre si que os pontos próximos ou circunjacentes. CHING e COLS,em 1973, demonstraram que o efeito da acupuntura é conduzido através dos nervos, ao constatarem que o estímulo acupuntural não 35

36 surtia efeito quando aplicado em área bloqueada por anestésico local (BEAU, 1982). Os 309 pontos da acupuntura estão localizados sobre terminações nervosas e 286 pontos estão localizados sobre os principais vasos sanguíneos, rodeados pelo Nervi vasorum, a inervação própria dos vasos sanguíneos. Alguns pontos de Acupuntura correspondem aos pontos gatilho (Trigger points), que são pontos localizados na musculatura, sensíveis ao toque e que condicionam o surgimento de sintomas à distância, como dores de cabeça, por exemplo (BEUA, 1982). Em 1985, foi descoberto que a aplicação de agulhas de Acupuntura estimulava fibras nervosas específicas e que as sensações produzidas pelo estímulo por acupuntura correspondem àquelas experimentadas pelo estímulo das fibras nervosas do tipo A delta, como choque, sensação de peso ou parestesia. A Acupuntura aplicada em áreas de pele acometidas por Neuralgia pós - herpética não se mostrou eficaz (embora tenha se conseguido um efeito analgésico ao puncionar estas áreas). E foi também demonstrado que, na Neuralgia pós- herpética, a sensação típica da estimulação das fibras A delta está ausente. Figura: 8 Esquema das conexões neurais da Ação Segmentar da Acupuntura Fonte: Wikipedia,

37 3.5.2 Ação Segmentar da Acupuntura Ação segmentar da Acupuntura: conjunto de mecanismos fisiológicos que ocorrem do local do estímulo com agulha até a medula espinhal. O estímulo de fibras nervosas "A δ" por agulhas de Acupuntura ativa o interneurônio inibitório, ou célula pedunculada, na lâmina II do corno posterior da medula espinhal. A célula pedunculada, com a liberação de metencefalina, bloqueia, na área conhecida como Substância Gelatinosa, a transmissão do sinal da dor conduzido pelas fibras tipo "C" para os tratos ascendentes da medula. Por outra via ascendente, o Trato espino talâmico, o estímulo da fibra "A δ" é conduzido ao Córtex cerebral, onde são interpretadas, ou "percebidas" as sensações de peso, distensão, calor ou parestesia que ocorrem durante o estímulo por acupuntura Ação supra-segmentar da Acupuntura O estímulo das fibras A δ prossegue através do Trato espino talâmico até o córtex cerebral, onde é percebido conscientemente e à medida que segue neste trajeto, há colaterais para os diversos níveis da medula espinhal, com liberação de Beta - endorfina, um dos tipos de Morfina do próprio organismo, e afetando vias neurológicas descendentes que terminam por reforçar a estimulação da célula pedunculada, com efeito analgésico sobre o estímulo das fibras tipo C, e que usam o neurotransmissor Serotonina, o chamado "Hormônio do bem-estar", o que explica bem os efeitos da Acupuntura não só no tratamento da dor, como também da Depressão e dos estados de Ansiedade Ação Central da Acupuntura O estímulo da agulha de Acupuntura atinge áreas do encéfalo mais elevadas, como o Hipotálamo e a Hipófise, promovendo o equilíbrio do funcionamento destes centros. Como a Hipófise é uma Glândula, ocasionalmente chamada de Glândula Mãe, que coordena a função de 37

38 diversas outras glândulas do corpo, o efeito da Acupuntura sobre este órgão afeta o funcionamento das Glândulas supra renais, da Tireóide, dos ovários, dos testículos, e assim tem ação terapêutica sobre a Hipertensão arterial, Dismenorréia, Tensão pré-menstrual, disfunções da Libido, e outras patologias Neurotransmissores na Acupuntura As pesquisas realizadas demonstram que a acupuntura afeta a expressão e ou liberação de serotonina, e dos peptídeos opióides betaendorfina, meta-encefalina, e dinorfina. A colecistocinina, peptídeo envolvido no processo digestivo, é antagonista da acupuntura. Considerando que a colecistocinina é estimulante da secreção ácida do estômago, temos daí a compreensão do efeito benéfico da acupuntura sobre as gastrites, úlceras e na Doença de refluxo gastroesofágico. A Naloxona, inibidor da ação de opióides, muito utilizada em Medicina antagoniza os efeitos da Acupuntura. Em dado momento, postulou-se que a ação da acupuntura seria fruto apenas da liberação de endorfinas, entretanto, a rápida instalação da analgesia e sua duração maior que o tempo de aumento da quantidade de opióides pela acupuntura liberados demonstra que outros mecanismos estão envolvidos (BEAU, 1982). 38

39 3.5.6 Os pontos da Acupuntura (acupontos) Figura 9: Acupontos Fonte: Site matosinhos, 2010 Figura 10: Acupontos e Meridianos:Mapa Fonte: Site Spacozen,

40 Os acupontos foram empiricamente determinados no transcorrer de milhares de anos de prática médica. Acuponto é uma região da pele em que é grande a concentração de terminações nervosas sensoriais. Essa região está íntima com nervos, vasos sangüíneos, tendões, periósteos e cápsulas articulares (SCOGNAMILLO & BECHARA,2001). Sua estimulação possibilita acesso direto ao Sistema Nervoso Central (SNC) (FARBER & TIMO-IARIA, 1994). Estudos morfofuncionais identificaram plexos nervosos, elementos vasculares e feixes musculares como sendo os mais prováveis sítios receptores dos acupontos. Outros receptores encapsulados, principalmente o Órgão de Golgi do tendão e bulbos terminais de Krause também podem ser observados (HWANG, 1992). Diversos trabalhos têm demonstrado grande número de mastócitos nos acupontos. Neste sentido. Zhai apud HWANG (1992) verificou que ratos adultos possuem contagem de mastócitos significativamente mais altas nos acupontos que em outros locais. Os acupontos possuem propriedades elétricas diversas das áreas adjacentes: condutância elevada, menor resistência, padrões de campo organizados e diferenças de potencial elétrico (ALTMAN, 1992). Por isso, são denominados pontos de baixa resistência elétrica da pele (PBRP) e podem ser localizados na superfície da pele através de um localizador de pontos. KENDALL (1989) verificou que, em acupontos de ratos e humanos, podem ser observadas junções entre mastócitos e fibras nervosas aferentes e eferentes imunorreativas para o neurotransmissor substância P (SP). Segundo HWANG (1992), junções específicas mastócito- célula nervosa foram observadas nos acupontos, bem como relatos de granulação de mastócito no acuponto após sua estimulação com agulha. Funcionalmente, os mastócitos estão intimamente relacionados às reações de hipersensibilidade imediata, inflamação neurogênica e enfermidades parasitárias. Devido a gama de estímulos e agentes capazes de ativar o mastócito, tem sido também sugerida sua participação como adjuvante ou amplificador de 40

41 respostas inflamatórias agudas não relacionadas com hipersensibilidade imediata (Galli apud ABEL, 1995). Sabe-se, por exemplo, que mastócitos produzem interleucina 8 (IL-8), um potente agente quimiotático para neutrófilos (MÖLLER, 1993). As combinações das características descritas tornam o ponto de acupuntura extremamente reativo ao pequeno estímulo causado pela inserção da agulha (KENDALL, 1989). Conforme Kendall (1999), os acupontos podem ser divididos em: Tipo I ou pontos motores Tipo II, localizados nas linhas medianas posterior e anterior (ou dorsal e ventral) do Organismo Tipo III, que apresentam leitura difusa com neurômetro Quanto a sua localização, os acupontos dos membros estão situados sobre linhas que seguem o trajeto dos principais nervos e vasos sangüíneos, os do tronco, ao nível da inervação segmentar, local onde nervos e vasos sangüíneos penetram a fascia muscular e os da cabeça e face, próximos aos nervos cranianos e cervicais superiores (KENDALL, 1999) Contra- Indicação da Acupuntura Normalmente a Acupuntura proporciona excelentes resultados no tratamento de qualquer patologia (MACIOCIA, 1996). Apesar da eficácia, existem algumas contra-indicações como por exemplo: durante a gestação (podendo acelerar a contração uterina), sobre áreas tumorais, sobre dermatites, pacientes com insuficiência renal e em portadores de marca-passo (AGENCIACENTRALSUL, 2010). 4. CONCEITO OCIDENTAL DO AVC 4.1 CONCEITOS DO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL AVC O Acidente Vascular Cerebral (AVC), conhecido popularmente como derrame, é caracterizado por um súbito aparecimento de deficiências 41

42 neurológicas, decorrentes da perturbação do suprimento sangüíneo para uma região do cérebro chamada encéfalo. As conseqüências neurológicas dessa interrupção de fluxo sangüíneo dependem da localização e do tamanho da isquemia (déficit na irrigação sangüínea) ou hemorragia, extravasamento de sangue (CARVALHO, 2008). Trata-se de doença com aparecimento súbito, mas com fatores de risco conhecidos, sendo o principal deles a hipertensão arterial sistêmica, mais conhecida como pressão alta. As conseqüências do derrame são muitas vezes para o resto da vida, como as deficiências motoras, com paralisia de partes do corpo principalmente braços e pernas. O derrame já era conhecido desde a Grécia Antiga com o nome de apoplexia, palavra grega que significa golpeado com violência. No latim, a palavra apoplexia foi adaptada com o significado de fulminado. No século XVI, na Inglaterra, a expressão que se usava era stroke of God s hands, mostrando que nos tempos antigos o derrame era visto como uma doença causada pelos deuses sem possibilidade de tratamento pelos médicos. O nome em inglês stroke vem do verbo strike (derrubar) e significa derrubado, mostrando um dos efeitos da doença (CARVALHO,2008). O AVC (acidente vascular cerebral), corresponde a ocorrência de oclusão de pequenos vasos cerebrais (trombose, AVC Isquêmico), ou derrame, AVC Hemorrágico, quando ocorre ruptura de um vaso (LUCHESE, 2001). Existem ainda o espamo de um vaso cerebral que ocorre quando este, temporariamente se contrai. Isto pode ser proveniente da passagem de um êmbolo que causa um estreitamento temporário ou obstrução do lúmen, causando conseqüentemente, anóxia temporária do tecido cerebral circundante. Este é o menos grave dos quadros, e geralmente é curado por completo (MACIOCIA,1996). O AVC (acidente vascular cerebral) ocorre por embolia, ou seja, um coágulo que se forma dentro do vaso cerebral ou migra de outro lugar do corpo (tromboembolismo) principalmente do coração (LUCHESE, 2001). Conhecido popularmente como derrame cerebral, o Acidente Vascular Cerebral, segundo o dicionário Aurélio, significa acúmulo de líquidos em 42

43 cavidades naturais. Como não existe cavidade natural no cérebro o uso deste termo porém é inadequado. Conforme definição da Organização Mundial de Saúde, o AVC é provocado por uma interrupção no suprimento de sangue ao cérebro e ocorre quando uma artéria que fornece sangue ao cérebro fica bloqueada ou se rompe (OMS, 2003). Se as células cerebrais perdem o suprimento de oxigênio e de nutrientes por conseqüência elas param de trabalhar temporariamente ou então, morrem. Esta morte resulta em áreas de necrose localizada e são designadas como enfartes cerebrais. Porém com tratamento adequado, as células remanescentes podem fazer ressurgir os movimentos. Conforme Lomba (2000), o AVC pode ser compreendido como uma dificuldade, em maior ou menor grau, de fornecimento de sangue e seus constituintes a uma determinada área do cérebro, determinando o sofrimento ou morte desta (neste caso, chamado infarto) e, conseqüentemente, perda ou diminuição das respectivas funções. A definição de Acidente Vascular Cerebral (AVC) do Dicionário Médico é uma manifestação, muitas vezes súbita, de insuficiência vascular do cérebro de origem arterial: espasmo, isquemia, hemorragia, trombose (MANUILA & NICOULIN, 2003). Figura 11 Artéria Vertebral Fonte: Wikipedia,

44 4.2 FISIOPATOLOGIA DO AVC O Cérebro e seu funcionamento O cérebro é envolto por umas peles bem finas que lhe dão proteção. São chamadas meninges. A mais extensa é a dura-mater, depois vem a aracnóide e a pia mater. Todas localizam-se dentro da caixa óssea crânio. Normalmente para fins de estudo divide-se o cérebro em duas metades: direita e esquerda. Cada metade apresenta regiões com determinadas funções: movimentos (motricidade), sensações, coordenação dos movimentos, expressão verbal (fala) c compreensão da mesma, etc. (SAUDE EM MOVIMENTO, 2010). Geralmente as funções motoras e sensitivas são cruzadas, ou seja, a metade direita do cérebro comanda a metade esquerda do corpo e vice-versa. Assim ocorrendo lesão numa das partes afeta a oposta. Existem regiões que apresentam muitas funções diferentes, como o tronco cerebral. Nele, por exemplo estão centro que comanda a nossa respiração,além de passar todos os comandos para o cérebro. O cérebro, como o restante do organismo necessita de oxigênio e alimento para trabalhar normalmente. Essas substâncias chegam a ele através do sangue, que circula dentro dos vasos sangüíneos (artérias e veias). (SAUDE EM MOVIMENTO, 2010). 44

45 Figura 12: Cérebro Fonte: Site Malucoutinho Figura 13: Diagrama da Metade Esquerda do Cérebro e áreas Fonte: Site Malu Coutinho Principais artérias que unem Coração e Cérebro As principais artérias que unem o coração ao cérebro são: Carótida: uma de cada lado do pescoço, enviando sangue para a respectiva metade do cérebro, mas na parte da frente. Cerebrais médias: uma década lado,dentro do cérebro ( nascem das carótidas). Vertebrais: uma de cada lado do pescoço (por dentro ) dos ossos da coluna vertebral. Enviando sangue para a parte de trás do cérebro. Essas artérias apresentam ramificações. Para que o sangue fornecido ao cérebro seja adequado é preciso: um bom funcionamento do coração, rins, pulmões, etc. Que a pressão seja adequada; que o sangue tenha livre passagem através dos vasos; que os 45

46 constituintes do sangue estejam adequados (glóbulos vermelhos, glicose, oxigênio, colesterol, etc.). Assim, quaisquer alterações para mais ou para menospodem afetar a circulação cerebral e determinar um AVC. (SAUDE EM MOVIMENTO, 2010). Figura 14: Principais Artérias Fonte: Site Saúde emmovimentos O tecido nervoso depende totalmente do aporte sanguíneo para que as células nervosas se mantenham ativas, uma vez que não possui reservas. A interrupção da irrigação sanguínea e consequente falta de glicose e oxigénio necessários ao metabolismo, provocam uma diminuição ou paragem da atividade funcional na área do cérebro afetada (ROCHA,2003). Se a interrupção do aporte sanguíneo demorar menos de 3 minutos, a alteração é reversível, no entanto, se ultrapassar os 3 minutos, a alteração funcional pode ser irreversível, provocando necrose do tecido nervoso. O AVC pode ser causado por 2 mecanismos distintos, por uma oclusão ou por uma hemorragia (COHEN,2001). 46

47 Figura 15- AVC por oclusão Fonte: Site Oataque, 2010 Figura 16: AVC por Hemorragia Fonte: Site Oataque,

48 Figura 17 : AVC Fonte: Site Saude, TIPOS DE AVC AVC Isquêmico AVC Isquémico ocorre quando um vaso sanguíneo é bloqueado, frequentemente pela formação de uma placa aterosclerótica ou pela presença de um coágulo que chega através da circulação de uma outra parte do corpo (COHEN,2001). A arteriosclerose produz a formação de placas e progressiva estenose do vaso. As suas sequelas são então a estenose, ulceração das lesões arterioscleróticas e trombose (SULLIVAN,1993). A trombose cerebral refere-se à formação ou desenvolvimento de um coágulo de sangue ou trombo no interior das artérias cerebrais, ou de seus ramos. Os trombos podem ser deslocados, viajando para outro local, sob a forma de um êmbolo (SULLIVAN,2003). Os êmbolos cerebrais são pequenas porções de matéria como trombos, tecido, gordura, ar, bactérias, ou outros corpos estranhos, que são libertados na corrente sanguínea e que se deslocam até as artérias cerebrais, produzindo a oclusão e enfarte. O AVC pode ainda ocorrer por um ataque isquémico transitório. Este, 48

49 refere-se à temporária interrupção do suprimento sanguíneo ao cérebro (SULLIVAN, 1993). O Acidente Vascular Isquêmico pode ser causado por uma trombose de uma artéria cerebral de pequeno ou de grande calibre. A trombose em geral acontece na região da artéria que tem uma placa de aterosclerose. O acidente vascular cerebral isquêmico também pode ser causado por um êmbolo. Se a pessoa tiver uma placa de aterosclerose em uma das artérias carótidas, que são as artérias que levam o sangue oxigenado do coração para o cérebro, pode-se soltar um pedacinho da placa de ateroma que migra na circulação cerebral até que ele entupa um vaso. Os tecidos que receberiam o oxigênio por esse vaso morrem e essa parte do cérebro pára de funcionar. Dependendo do tamanho do êmbolo, pode ser uma artéria de pequeno ou grande calibre que fica obstruída. A Imagem da esquerda mostra um AVC isquêmico visto pela tomografia de crânio: a área da lesão é a mais clara do lado esquerdo Figura 18: AVC Isquêmico Fonte: Site Saude, 2010 Resumindo, o Acidente Vascular Cerebral lsquêmico pode ocorrer nas seguintes situações: A - Trombose arterial: é a formação de um coagulo de sangue (como se o sangue endurecesse, ficando semelhante a uma gelatina) dentro do vaso, geralmente sobre uma placa de gordura (aterosclerose), provocando uma obstrução total ou parcial. Os locais mais freqüentes são as artérias carótidas e cerebrais. Havendo obstrução total da carótida direita, por exemplo, haverá um 49

50 comprometimento da parte da frente da metade direita do cérebro, provocando paralisia, perda de sensibilidade, etc. na metade esquerda do corpo. B - Embolia cerebral: surge quando um coágulo (formado num coração doente por arritmia, problema de válvula, etc) ou uma placa de gordura (aterona), que se desprende ou se quebra geralmente da artéria carótida. Eles correm através de uma artéria até encontrar um estreitamento, ficando bloqueado e obstruindo a passagem do sangue. Figura 19- Esquema do processo de trombose e embolia Fonte: NETTER, AVC Hemorrágico AVC hemorrágico (acontece em 10% dos AVC s) ocorre devido à ruptura de um vaso sanguíneo, ou quando a pressão no vaso faz com que ele se rompa devido à hipertensão. A hemorragia pode ser intracerebral ou subaracnoideia. Em ambos os casos, a falta de suprimento sanguíneo causa enfarto na área suprida pelo vaso e as células morrem (COHEN, 2001). Neste tipo de acidente, pode ocorrer extravasamento de sangue para dentro do cérebro (hemorragia intracerebral) ou para o lado de fora entre o cérebro e a aracnóide, ocasionando hemorragia subacnoidea. 50

51 Ambos podem ocorrer por crise de hipertensão ou por alterações sanguíneas em que haja dificuldades de realziar a coagulação normal (hemofilia, diminuição de plaquetas, algumas doenças reumáticas). Também uma má formação congênita de um vaso como um aneurisma cerebral, pode levar a hemorragia subaracnoidea. Já a hemorragia intracerebral também pode ser causada por doenças como a Angiopatia amiloide (mais frequente em pessoas idosas) (LOMBA,2000). O acidente vascular hemorrágico acontece quando algum vaso do cérebro se rompe e extravasa sangue para dentro do cérebro ou para dentro do liquor. O sistema nervoso central é composto por várias partes incluindo uma caixa de proteção - a caixa craniana, que tem a função de proteger o cérebro - e a coluna vertebral, que protege a medula óssea que também faz parte do sistema nervoso central. Embaixo da estrutura óssea e envolvendo todo o sistema nervoso central ficam as meninges que são três: a mais externa se chama dura-máter, a intermediária se chama aracnóide e a mais interna se chama pia-máter. Entre as duas meninges mais internas, aracnóide e pia-máter há um espaço que fica completamente preenchido por um líqüido chamado de líqüido céfalo- raquidiano ou simplesmente liquor. No acidente vascular hemorrágico o sangue também pode vazar para dentro do liquor (LEITE, 2006). A imagem do meio mostra AVC hemorrágico em tomografia do crânio: a área da lesão é a região com coloração mais densa e brilhante Figura 20: AVC Hemorrágico : Tomografia de crânio Fonte: Site Saude, 2010 Imagem da direita mostra Hemorragia meníngea em tomografia:imagem mais densa e brilhante dentro das cisternas cheias de líquor 51

52 Figura 21: AVC Hemorrágico : Tomografia hemorragia meníngea Fonte: Site Saude, 2010 A fraqueza na parede das artérias acontece sempre nos mesmos lugares. As artérias que irrigam o cérebro formam uma estrutura como um sistema de canais (Polígono de Willis), que comunica as artérias do lado direito do cérebro com o lado esquerdo pelas artérias comunicantes, anterior e posterior. Justamente na junção das comunicantes com as artérias é que acontecem freqüentemente os aneurismas. As pessoas que têm o Polígono de Willis perfeito, uma isquemia (falta de sangue oxigenado) do lado direito do cérebro, pode, por exemplo, ser coberta pelas artérias do lado esquerdo. Figura 22: Polígono de Willis Fonte: Site Saude,

53 As imagens abaixo mostram dois aneurismas respectivamente da artéria comunicante posterior (mais comum) e da artéria comunicante anterior, vistos a angiografia cerebral. Figura 23: Aneurisma da artéria comunicante posterior Fonte: Site Saude,

54 Figura 24: Aneurisma da artéria comunicante anterior Fonte: Site Saude, 2010 A determinação do tipo de AVC depende do mecanismo que o originou. Os dois tipos de AVC: AVC isquémico e o AVC hemorrágico por sua vez apresentam alguns subtipos. TIPOS E SUBTIPOS DE AVC Tipos de AVC Isquémico Hemorrágico Subtipos de AVC Lacunar Trombótico Embólico Cerebral (Intracerebral) Meníngeo (Subaracnóide) Tabela: 3 Fonte: Site Saude 54

55 4.3.3 AVC Trombótico Embólico e Lacunar O AVC trombótico é o mais comum (40% dos AVC s) e é causado pela aterosclerose trombose cerebral. Há o desenvolvimento de um coágulo de sangue ou trombo no interior das artérias cerebrais ou dos seus ramos, o que vai originar enfarto ou isquemia. O AVC embólico ocorre em 30% dos casos AVC s e é criado por êmbolos cerebrais. São pequenas porções de matéria como trombos, tecido, gordura, ar, bactérias ou outros corpos estranhos, que são libertados na corrente sanguínea e que se deslocam até às artérias cerebrais, produzindo oclusão ou enfarto (doenças cardiovasculares). O AVC lacunar é provocado em 20% dos AVC s e é ocasionado por enfartes muito pequenos com menos de 1cm cúbico de tamanho, que ocorrem somente onde arteríolas perfurantes se ramificam directamente de grandes vasos. É comum o défice motor puro ou sensitivo puro. Os utentes irão apresentar determinados sinais clínicos, de acordo com a artéria cerebral envolvida. As artérias que podem ser afectadas são: artéria cerebral anterior, artéria cerebral média, artéria cerebral posterior, artéria carótida interna, artéria basilar, artéria vertebrobasilar (LEITE, 2006). Figura 25:Tipos de AVC: Isquêmico e Hemorrágico Fonte: Site O ataque,

56 4.4 SINTOMAS DO AVC A sintomatologia depende da localização do processo isquémico, do tamanho da área isquémica, da natureza e funções da área atingida e da disponibilidade de um fluxo colateral (SULLIVAN, 1993). Os sintomas do AVC são muito variados, resultando daí dificuldade em reconhecê-los e, portanto, maior é a demora para buscar atendimento num hospital, o que agrava o problema. De modo geral, acidentes vasculares cerebrais provocam alterações motoras, assim como dormência e formigamento que, com freqüência, acometem apenas um lado do corpo. A pessoa pode sentir ainda súbita fraqueza muscular (total ou parcial) ao segurar um objeto, mexer a mão, a perna ou o rosto. Podem ocorrer também alterações da visão como redução do campo visual, ou enxergar um lado meio nebuloso ou escuro ou a perda total da visão de um dos olhos. Também pode ocorrer alteração da fala (VARELLA, 2009). Dor de cabeça, vômitos ou perda de consciência são sintomas que podem ocorrer ou não, e são mais comuns nos quadros hemorrágicos do que nos isquêmicos. Também: A Fraqueza: o início agudo de uma fraqueza em um dos membros (pernas ou braços) bem como na face, é o sintoma mais comum do início de um AVC. B- Distúrbios visuais: a perda da visão em um dos olhos, principalmente aguda, tendo a sensação de cortina ou ainda apresentar cegueira transitória. C- Perda sensitiva: a dormência normalmente aparece associada à fraqueza muscular (diminuição da força). D Linguagem e fala (afasia). Pode ocorrer alterações tanto provocando falas curtas e com esforço ou longas e fluentes mas sem sentido. E Convulsões: no caso de hemorragia intracerebral, do AVC hemorrágico, além dos sintomas descritos acima, pode ocorrer uma hemiparesia (oposta ao lado do sangramento) além do desvio do olhar. O hematoma (inchaço) pode crescer, atingindo estruturas adjacentes e em poucos minutos levar ao coma. Disponível em: Acesso em: 15 fev

57 4.5 CAUSAS DO AVC As causas geralmente estão associadas a: hipertensão arterial; doenças cardíacas; taxa alta de colesterol; malformação dos vasos sanguíneos; fibrilação atrial; hiperlipedemia; doenças que aumentam o estado de coagulobilidade; tabagismo; uso de pílulas anticoncepcionais; abuso de bebidas alcoólicas; idade (até os 51 anos os homens tem uma incidência maior, após igualam-se homens e mulheres);história de doenças vasculares anteriores. Também: idade avançada, diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, obesidade, sedentarismo, traumas e outras situações diversas. As causas mais comuns de AVC são os trombos, o embolismo e a hemorragia secundária ao aneurisma ou a anormalidades do desenvolvimento. E advoga que as outras causas menos comuns são os tumores cerebrais, os abcessos, os processos inflamatórios e os traumatismos (SULLIVAN,1999). Os enfartes cerebrais resultam de dois processos patológicos, a trombose, que é o bloqueio de uma artéria do cérebro, causado por um coágulo sanguíneo sólido ou trombo que se forma dentro do sistema vascular; e a embolia, que é um bloqueio causado por um fragmento destacado do trombo que se formou em outro local e é levado para o cérebro pela corrente sanguínea (OMS, 2003) SINAIS QUE PODEM CARACTERIZAR A OCORRÊNCIA DE AVC AVC manifesta-se de modo diferente em cada paciente, pois depende da área do cérebro atingida, do tamanho da mesma, do tipo (Isquêmico ou Hemorrágico), do estado geral do paciente. De maneira geral, a principal característica é a rapidez com que aparece as alterações; em questão de segundos a horas (de maneira abrupta ou rapidamente progressiva). Podemos chamar a atenção para aquelas mais comuns: Fraqueza ou adormecimento de um membro ou de um lado do corpo, com dificuldade para se movimentar; 57

58 a. Alteração da linguagem, passando a falar "enrolado" ou sem conseguir se expressar, ou ainda sem conseguir entender o que lhe é dito; b. Perda de visão de um olho, ou parte do campo visual de ambos os olhos; c. Dor de cabeça súbita, semelhante a uma "paulada, sem causa aparente, seguida de vômitos, sonolência ou coma; perda de memória, confusão mental e dificuldades para executar tarefas habituais (de início rápido). Estas alterações não são exclusivas do AVC. Apenas servem de alerta de que algo está acontecendo, devendo procurar auxílio médico imediatamente. (DAMIANI & YOKOO, 2009). 4.7 EXAMES COMUNS PARA DIAGNOSTICAR AVC a. Exames laboratoriais de sangue, urina, líquido cefalorraquiano (líquor). b. Avaliação cardíaca e pulmonar, eletrocardiograma, ecocardiograma, radiografia do tórax. c. Exames de imagem do crânio (cérebro), tomografia computadorizada, ressonância nuclear magnética, angiografia cerebral SEQÜELAS DO AVC As principais seqüelas provenientes de um AVC são os défictes neurológicos que vão se refletir em todo o corpo, uni ou bilateralmente, como consequência da localização e da dimensão da lesão cerebral, podendo apresentar como sinais e sintomas perda do controlo voluntário em relação aos movimentos motores, sendo a disfunção motora mais comum, a hemiplegia (devido a uma lesão do lado oposto do cérebro); a hemiparésia ou fraqueza de um lado do corpo é outro sinal.existindo assim um comprometimento ao nível das funções neuromuscular, motora, sensorial, perceptiva e cognitiva/comportamental (RESCK, 2004). Seqüelas relacionadas a oclusões segundo o tipo das artérias cerebrais: A - Artéria Carótida Interna 58

59 Esta artéria é qualificada pela hemianópsia, afasia (se for o hemisfério dominante), hemiplegia contra lateral e hemianestesia contra lateral. Pode ocorrer um extenso edema cerebral, levando frequentemente ao coma e à morte (SULLIVAN, 1993). B - Artéria Cerebral Anterior As lesões nesta artéria são mais raras. Sua característica é a confusão mental, afasia (se for o hemisfério dominante), hemiplegia contra lateral (com predomínio do membro inferior), hemianestesia contra lateral (com predomínio do membro inferior), e pode haver apraxia de marcha, reflexo de sucção, reflexos de preensão e incontinência urinária e fecal (SULLIVAN, 1993). C- Artéria Cerebral Média Esta artéria é o local mais comum de AVC. É responsável pelo coma, hemianópsia, hemiplegia (com predomínio do membro superior), hemianestesia (com predomínio do membro superior), afasia (se for o hemisfério dominante), e agnosia visual (SULLIVAN, 1993). D- Artéria Cerebral Posterior Esta artéria é representada pela hemianópsia, afasia, agnosia visual, alexia, hemiplegia e hemianestesia, muitas vezes são sintomas temporários (SULLIVAN, 1993). E- Artéria Vértebro Basilar Esta artéria quando atingida provoca o coma, diplopia, hemiplegia, paralisia pseudo bulbar, tetraplegia e anestesia completa. Quando a lesão é no Hemisfério Esquerdo (Hemiplegia Direita) ocorrem afasias, apraxias ideomotoras e ideacionais, alexia para números, descriminação direita/esquerda e lentidão em organização e desempenho. Quando é no Hemisfério Direito (Hemiplegia Esquerda) ocorre alteração viso espacial, auto negligência unilateral esquerda, alteração da imagem corporal, apraxia de vestuário, apraxia de construção, ilusões de abreviamento de tempo e rápida organização e desempenho" (SULLIVAN, 1993). Os déficits nerológicos produzidos por esta patologia estão relacionados então a alteração nos movimentos e em alguns casos a um certo grau de déficit cognitivo e sensitivo, que dificultam as atividades da vida diária (AVDS) como andar, escrever e pegar objetos. A manifestação neurológica mais 59

60 comum no AVC é então a hemiparesia, levando o indivíduo a ter dificuldades em movimentar um lado do corpo. Exemplo: braço e perna esquerda TRATAMENTO DO AVC Na suspeita de estar ocorrendo um AVC é preciso evitar a auto medicação e buscar um atendimento imediato. Inicia com tratamento medicamentoso para estabilizar o quadro clínico, seguido de reabilitação através de exercícios orientados por uma equipe multifuncional composta por fisioterapeutas, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo e psicólogo. (DAMIANI & YOKOO, 2009). No hospital o médico deverá se preocupar, com vários parâmetros, como: respiração e hidratação adequada, dieta adequada (via oral ou sangue); cuidado para evitar escaras (feridas); controle da pressão e temperatura; prevenção de tromboses nas veias das pernas. Além desses cuidados existem tratamentos específicos: correção dos distúrbios de coagulação sangüínea, prevenção de vaso espasmo, evitar o aumento da zona de penumbra (devido ao edema), combater radicais livres e outros procedimentos específicos que variam de caso a caso. Podem ocorrer ainda: tratamento cirúrgico, como drenagem de um hematoma (coagulo) ou para a correção de uma má formação, exemplo um aneurisma. (DAMIANI & YOKOO, 2009). Hoje estudos demonstram a possibilidade de áreas do cérebro não afetadas por uma lesão, assumirem determinadas funções das que morreram. É um fenômeno conhecido como neuroplasticidade. Medicamentos podem potencializar este fenômeno. Após a alta hospitalar o tratamento continua, com medicamentos, neurologista, fisiatra, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psicólogo, terapias ocupacionais. A família precisa observar sintomas que referem a possíveis complicações: Dor no peito ou respiração curta Sangramento, principalmente se estiver tomando medicamentos anticoagulantes 60

61 Dor de estômago, indigestão, soluços freqüentes Convulsões ou perda de consciência Dor para urinar Febre Alterações de comportamento, agressividade, depressão Piora da força Prisão de ventre prolongada (DAMIANI & YOKOO,2009) REABILITAÇAO RELATIVA AO AVC São procedimentos que visam restabelece, quando possível, uma função perdida pelo paciente, temporária ou permanente. No AVC os objetivos da reabilitação são: a) Prevenir complicações b) Recuperar o máximo as funções cerebrais comprometidas pelo AVC c) Devolver o paciente ao convívio social d) Motivar o paciente evitando: Que durma o dia todo; Colocando roupas confortáveis, fáceis de serem colocadas ou retiradas; Colocando sentado, levando a passeios; Estimulando a voltar as atividades profissionais; Adaptando o interior da casa, com corrimões, rampas, pouca mobília; Adaptar o banheiro para suas necessidades e banho. Utilizando uma dieta adequada (pouco sal, pouca gordura, leve, rica em fibras). (DAMIANI & YOKOO, 2009). 5. CONCEITO ORIENTAL DO AVC 5.1. FILOSOFIA DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC) Para entender a tradição terapêutica chinesa é necessário abordar a filosofia taoísta e com a cultura chinesa, ou pelo menos estar preparado para adentrar em uma concepção da saúde e da doença, assim como do corpo e 61

62 seu funcionamento, totalmente distinta do pensamento ocidental a que estamos acostumados. Em primeiro lugar, para os chineses existe a noção de que tudo no mundo está interligado por uma força motriz, o Qi, que circula por todo o universo, inclusive dentro de nós mesmos através dos Canais ou Meridianos. Desta forma, fica evidente neste pensamento que os Seres Humanos não estão separados entre si, nem tampouco separados do meio ambiente (CARVALHO, 2008). Dentro deste ponto de vista, um princípio básico do Sistema Terapêutico Chinês é o enfoque holístico, ou seja, a noção de que as partes somente podem ser compreendidas em relação ao todo e vice-versa. Seguindo este raciocínio, o terapeuta tem a tarefa de unir e interpretar toda informação relevante colhida na avaliação a qual é construída a partir de uma complexa exploração que inclui a observação (do corpo como um todo, da postura, da atitude, da língua, entre outros), a palpação (pulsos, estruturas do corpo) e o escutar as queixas e direcionar questionamentos precisos (acerca do funcionamento geral do organismo, assim como do estado anímico e outras sutilezas) com a finalidade de se encontrar um padrão de funcionamento específico. Este padrão, ou pauta, será o pilar sobre o qual todo o tratamento se apoiará, sendo mais importante a harmonização do indivíduo como um todo do que o combate a uma doença específica ou a busca linear da causa que originou determinado efeito (CARVALHO, 2008). Nesta direção, o terapeuta deve compreender as relações entre os sinais e os sintomas apresentados pela pessoa em questão, mais do que chegar a uma causa partindo de um transtorno pontual. O tratamento deve ter a intenção de harmonizar os sistemas dentro do conjunto, o que, possivelmente, ativaria os mecanismos intrínsecos de auto-regulação. Dentro desta lógica, as técnicas terapêuticas são aqui utilizadas com o intuito de ajudar o próprio indivíduo a encontrar seu caminho (Tao) de harmonização. A acupuntura e moxabustão (Jin Huo), o Tui Na (massoterapia), a alimentação energética, o uso de ervas e outras substâncias, o Qi Gong (exercícios terapêuticos) são recursos complementares que favorecem o processo de equilíbrio, conceito este que é bastante importante no pensamento chinês, e 62

63 que difere da noção ocidental de equilíbrio estático, já que a regra da vida para os taoístas é a mutação. Sendo assim, o maior desafio é sempre a adaptação às diferentes situações da vida para encontrar a balança dinâmica de cada momento, adequando às respostas e as atuações segundo a demanda. Este é o verdadeiro conceito de saúde desta corrente filosófica, sendo a perda deste potencial de equilíbrio um sinal de não-saúde que seria rapidamente percebido por meio das alterações o que no ocidente chamamos de doença, a qual deve ser combatida, e os orientais, por outro lado, chamam de desequilíbrio, o qual é a pista ou a primeira oportunidade para se alcançar a plenitude (IVO, Disponível em: SCIELO, 2010) Na medicina chinesa as doenças são vistas como um desequilíbrio causado por agentes externos (vento, secura, calor, umidade e frio) associados a sentimentos ou estados emocionais (raiva, medo, alegria, preocupação, tristeza). Por exemplo: o reumatismo é denominado doença do frio e da tristeza e da umidade; ou emoção depressiva levando o Chi do fígado (madeira) a invadir o estômago (fogo) causando gastrite; e ainda o vento penetrante no mar da medula causar uma paralisia equivalente aos que chamamos de Acidente Vascular Cerebral (AVC). Essas combinações são explicadas como alterações do fluxo habitual de Chi (Yin ou Yang) que resultam no excesso ou falta dessa energia nos diversos órgãos e meridianos. Esses meridianos e suas relações são também explicadas pela Lei dos 5 elementos que os classifica como água, fogo, terra, metal e madeira. O xie (fator patógeno) que penetra no Yin e provoca o xué-bi (bloqueio de sangue) (STANDARD, 2000) OS CINCO ELEMENTOS Originalmente na China, designava-se os cinco elementos de Wu-Hsing. Wu = cinco e Hsing = andar. Os cinco elementos básicos: Madeira, Fogo, Terra, Metal e Água são os cinco elementos básicos que constituem a natureza, existindo uma 63

64 interdependência e interrestrição que determinam seus estados de constante movimento e mutação (WEN, 1985). A MTC ao constatar esta realidade, fez correlação entre a fisiopatologia dos órgãos e tecidos e alguns fenômenos da natureza. CLASSIFICAÇÃO DOS CINCO ELEMENTOS NA NATUREZA Cinco Elementos Direção Estação Fator Clima Cor Gosto Madeira Leste Primavera Vento Verde Azedo Fogo Sul Verão Calor Vermelho Amargo Terra Centro Inicio e fim do Verão Úmido Amarelo Doce Metal Oeste Outono Seco Branco Apimentado Água Norte Inverno Frio Preto Salgado Tabela: 4 Fonte: WEN 1985 CLASSIFICAÇÃO DOS CINCO ELEMENTOS NO CORPO HUMANO Cinco Órgãos Vísceras Órgãos Tecido Emoção Som elementos Madeira Fígado Vesícula Olhos Tendão Zanga Grito biliar Fogo Coração Intestino Língua Vascular Alegria Riso Delgado Terra Baço/Pâncreas Estômago Boca Músculo Pensamento Canto Metal Pulmão Intestino Nariz Pele e Preocupação Choro Grosso Pêlos Água Rins Bexiga Ouvidos Osso Medo Gemido Tabela: 5 Fonte (WEN, 1985) 64

65 Na seqüência de seis gerações, temos que a madeira é a mãe do fogo e filha da água, ou seja, o Fígado é mãe do coração e filho do Rim (MACIOCIA, 1996). Aponta a noção de geração envolvendo o processo de produzir, crescer e promover. Seguindo esta ordem, a Madeira gera o Fofo, o Fogo gera a Terra, a Terra gera o Metal, o Metal gera a Água e a Água gera a Madeira (WEN, 1985). Outro relacionamento entre os cinco elementos é o da inibição que traz implícita a idéia de combate, restrição e controle. Assim os órgãos do corpo humano podem ser classificados conforme os Cinco Elementos. Para Wen (1985) O coração, por exemplo, é de Fog; sua Mãe é o fígado (Madeira) e seu Filho é o Baço (e pâncreas), que é Terra. No caso do coração estar enfraquecido, devemos fortalecê-lo ou então tonificar o fígado, sua Mãe. Se o coração está excessivamente energético,devemos diminuir as sua energia, ou a do baço/pâncreas, seu Filho. É uma explicação que tem lógica até os nossos dias. Em muitas situações, o pulmão pode ajudara função dos rins; como o caso do controle do ácido básico do organismo. Ao ir estabelecendo as correlações entre as doenças, defendidas pela Teoria dos Cinco Elementos, podem surgir guias para tratamentos, controle dos efeitos e estancamento da propagação de determinadas doenças para outras partes do corpo, chegando mais rápido a cura. Na seqüência de controle temos que o Fígado controla o Baço/Pâncreas; o Coração controla o Pulmão; o Baço/Pâncreas controla o Rim; o Pulmão controla o Fígado e o Rim controla o Coração (MACIOCIA, 1996). Assim sendo no AVC ou Golpe de Vento tem-se todo sistema alterado como pode-se ver a seguir em um trecho do livro: Acupuntura Clássica Chinesa. Se o Coração está em excesso ele inibe o Pulmão que, por sua vez, inibe o Fígado, fornecendo glicose, fornecendo também energia vital ao trabalho do miocárdio. As energias e, com isso, invade o Baço/Pâncreas, 65

66 inibindo-o. Deste modo o desequilíbrio que atinge um determinado órgão pode ter sua causa em outro órgão e, da mesma forma uma doença pode propagarse ou mesmo transformar-se em outro tipo de doença. Na seqüência da geração temos que no AVC (MACIOCIA, 1996): O Fígado é a mãe do Coração: se o Fígado está em excesso o fogo do Gan consome o Yin do Coração gerando mais fogo. O Coração é mãe do Baço/Pâncreas: se está em excesso causa uma deficiência do Pi gerando mucosidade ou fleuma. O Baço/Pâncreas é a mãe do Pulmão: se está deficiente não fornece Qi dos alimentos para o Fei, que por sua vez, não descende seu Qi para encontrar o Qi do Rim. O Pulmão é a mãe do Rim: se o Fei está deficiente, a uma deficiência do Yin do Shen, por excesso de Yang (caminho das águas). O Rim é a mãe do Fígado: o Shen estando em excesso, e sendo responsável pela nutrição do Xue do Gan, causa estase do mesmo. Na seqüência do controle temos, segundo Maciocia, (1996): O Fígado (Gan) controla o Estômago (Wei) e o Baço (Pi): se o Gan está em excesso, invade o Wei e o Pi, obstruindo suas funções e causando deficiência. O Baço (Pi) controla o Rim (Shen): se o Pi está deficiente suas funções de transformação e transferência do Rim e excreção do fluidos também está deficiente. Com isso, o Yang do Rim ascende e o Baço retém Umidade que pode se transformar em fleuma. O Rim (Shen) controla o coração: eles estão relacionados ao longo do eixo vertical. É uma relação fundamentada entre água e o fogo sendo o equilíbrio mais importante e básico do organismo, pois reflete o equilíbrio entre Yin e Yang. Se o Yin do Shen estiver deficiente, o Yin Qi não será suficiente para atravessar o Coração e, com isto, o Yin do Xin ficará deficiente aumentando o Calor Vazio do Coração. O Coração (Xin) controla o Pulmão (Fei) governa o Qi. Se o Fogo do Xin está em excesso, obstrui a função do Fei e este não consegue enviar o Qi em descendência. Por sua vez, se o Qi do Pulmão está deficiente poderá levar a estagnação do sangue ao coração, aumentando o Fogo do Coração. 66

67 O Pulmão (Fei) controla o Fígado (Gan): O Fei envia o Qi em descendência para que o Gan dissemine o Qi em ascendência. Se o Qi do Fei estiver deficiente e não puder descender, o Qi do Gan tende a ascender muito há uma ascendência exagerada do Yang do Fígado ou uma estagnação do Qi do Fígado. Estas análises e relacionamentos realizados pela MTC demonstram a influência entre os elementos e a necessidade de que os tratamentos sejam realizados num todo, para que tenham eficácia. Os problemas neurológicos sempre existiram e, na China já eram tratados com sucesso há milênios pelos acupunturistas. O sucesso deve-se ao fato de que a acupuntura trabalha com energia (eletricidade do nosso corpo) e os impulsos neurológicos usam também a eletricidade. Ao estimular um ponto de acupuntura, de alguma forma, com ou sem agulhas (como o raio laser), estamos equilibrando a eletricidade do nosso corpo, que foi alterada pela doença ou por acidente. O equilíbrio desta energia faz com que o organismo tenha uma melhor atividade bioquímica. No caso específico de problemas neurológicos, como o AVC, onde acontecem lesões em alguma(s) parte(s) do cérebro, bloqueando a comunicação com determinada(s) parte(s) do corpo a acupuntura ajuda esta comunicação, mesmo que isso possa acontecer de modo mais lento e progressivo (AGOSTINHO, 2009). A acupuntura, por estimular o sistema nervoso central, vem sendo considerada hoje um tratamento eficiente, junto a uma equipe multidisciplinar, para a reabilitação de pacientes acometidos pelo AVC. 5.3 ATUAÇÃO DA ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DO AVC O movimento madeira permite a transformação de Yin (água) em Yang (fogo), circunstância necessária para a existência da vida. Dentro da Medicina Tradicional Chinesa, a madeira é responsável através da sua Thim (energia inicial) da produção bioquímica específica. Através de seu Qi (energia média) da alimentação da carne roxa (músculos), tendões, 67

68 unhas e olhos e através de seu Shen (energia superior) da visão e do Houn (imaginação) (PÉREZ,2007). São muitas as doenças que podem ter relação com este movimento de acordo com sua projeção holística, no entanto, veremos os mais freqüentes como motivo de consulta: Patologia hepato-biliar; Patologia músculo-tendinosa; Patologia ocular. As funções mais importantes do Fígado são representadas pela: a) Expansão; b) Impulsão; c) Depuração. O fígado representa à madeira. É como a árvore cuja tendência faz a expansão e o crescimento. Representa o movimento e o dinamismo, a expansão e a sua causa natural. Por isso sua função básica é manter livre as vias circulatórias orgânicas que permitem uma adequada nutrição tisular, isto é, que exista um fluxo circulatório de Qi, dos Yinye e do Xue. a) O fígado faz circular o Qi permitindo os movimentos de ascensão, depressão, entrada e saída da energia e conseqüentemente do Xue. Por isso o Fígado junto com o músculo armazena o glicogênio do qual a energia permite o movimento muscular. b) O fígado depura o sangue, pois é o provedor do C. (Ciclo de assistência) que o distribuirá logo a todo o organismo através da estrutura vascular. A maior parte da patologia do Fígado produz quando tratamos de reduzir sua tendência a expansão; contudo também pode haver patologia de plenitude produzida por uma excessiva excitação do Fígado (verdadeiro yang de Fígado). Ou um déficit do Yin de R. (falso Yang do Fígado) isto provoca os sinais de Ascensão do Qi como: cefaléia, olho roxo, aumento da tensão ocular, insônia, irritabilidade, hipertensão arterial, rubor facial, etc. 68

69 O excessivo Yang hepático se converte em vento-hepático produzindo: convulsões, perda de consciência, epistaxe, tics, hemorragia cerebral, etc. Dentro da função de armazenar o sangue, devemos interpretar a função de regular o fluxo sanguíneo já que a verdadeira função de armazenamento cai sobre o BP (controla a volemia e envolve o sangue). Se alterar o Fígado, pode reduzir o fluxo gerando estase sangüíneo que repercute nos olhos (visão turva, cansaço visual, seqüela ocular, etc...) e nos músculos e tendões que perdem a elasticidade (dor, contratura, retração tendinosa, parestesias, etc...). O Fígado é um órgão onde se acumula o sangue e onde se produz a maior parte das reações bioquímicas da mesma; e o sangue é Yin. No entanto, sua função é a dispersão ou elevação da energia do Mingmen (fogo vital) ao coração e conseqüentemente ao cérebro. Por sua vez, o Fígado é a penúltima etapa na formação da energia expansiva (wei) que a eleva aos olhos, e a energia é Yang. Sua função de expandir-se e estender-se deve manifestar-se na área tisular que está embaixo de seu controle, como são os tendões e os músculos, e decidir a estrutura dinâmica que permite o movimento e a expansão. Assim como o Rim comandará os tecidos Yin (profundos, concretos, compactos), como são os ossos e a medula, o coração mandará sobre os tecidos a máxima extensão como são os vasos e toda a estrutura vascular. Síndrome de vento interno do Fígado: Acidentes cerebrovasculares: Perda de conhecimento; Desvio das comissuras da boca e dos olhos; Rigidez da língua; Tremor; Hemiplegia; Pulso tenso e de corda, Língua rocha. Patologia muscular: tremor, convulsões, etc. Tratamento: -Abrir Yinweimai: 6 MC (Neiguan); 69

70 -Tonificar R Yin e H.Y 7R (Fuliu), 25 VB (Jingmen), 8 F (Ququan) e 14F (Qimen). - O bom é sedar o Yang de F: 3 F (taichong) 2 F (Xingjian) y 18 B (Ganshu). - Reduzir o vento: 12B (Fengmen), 16 DM (Fengfu), 17 TR (Yifeng). -Tonificar o sangue: 6 BP (Sanyinjiao), 13F (Zhangmen) e 17 B (Geshu) (PÉREZ, 2007) Acupuntura com Utilização Eletromagnética Hai Hua No Brasil, apesar dos poucos estudos estatísticos disponíveis, existem dados sugerindo que as doenças cérebro- vasculares estejam entre as maiores causas de mortalidade As taxas de mortalidade são elevadas situando-se entre as mais altas do mundo. Além dos custos médicos com hospitalização, os anos perdidos precocemente e dificuldades enfrentadas pelos pacientes, geram um alto custo social (OLIVEIRA, A.P.R& ARAÚJO,F.L.B, 2010). Sendo assim, a sua alta incidência e o seu alto custo fazem da redução do AVC uma prioridade nacional e salienta a necessidade de métodos mais exatos para identificar nos pacientes os prognósticos e as formas terapêuticas adequadas para a reabilitação. Os déficits neurológicos focais que resultam de um AVC, seja embólico, trombótico e/ ou hemorrágico, e um reflexo do tamanho e localização da lesão e da quantidade de fluxo sangüíneo colateral. (OLIVEIRA, A.P.R& ARAÚJO,F.L.B, 2010). Os déficits neurológicos agudos apresentados pôr esses pacientes incluem a hemiparesia, ataxia, deficiências visuo-perceptivas, afasia, disartria, deficiências sensoriais e mnésicase problemas com o controle vesícula. (OLIVEIRA, A.P.R& ARAÚJO,F.L.B, 2010). Dentre os distúrbios do movimento encontrados, a hemiplegia ou hemiparesia a um dos sinais clínicos mais óbvios da doença. Embora o local e o tamanho da lesão vascular cerebral inicialmente determine o grau de função motora, a presença concomitante de comprometimento sensorial soma-se ao problema de disfunção motora. Esses pacientes geralmente apresentam perda da força muscular, destreza e coordenação. Em adição ao déficit motor, há 70

71 freqüentemente exacerbação dos reflexos tendíneos e aumento da velocidadedependente dos reflexos tônicos e fásicos de estiramento (isto e, espasticidade). A velocidade com a qual esses padrões de função muscular retornam é ditada pelo local e gravidade da lesão e, ainda, pelo enfoque do processo de reabilitação. Após o AVC, a perda da função do membro superior (MS) é uma das mais comuns a desafiantes seqüelas, sendo limitante para a autonomia do paciente em atividades da vida diária e, ainda, podendo levar a permanente incapacidade (OLIVEIRA, A.P.R& ARAÚJO,F.L.B, 2010). A busca da Acupuntura para auxiliar no tratamento das seqüelas do AVC tem aumentado. A estimulação manual ou elétrica das agulhas e mais recentemente os aparelhos de estimulação eletromagnética Hai Hua, tem favorecido o tratamento. Descrevem OLIVEIRA & ARAÚJO (2010) o tratamento que realizaram em pacientes portadores de AVC, utilizando a estimulação eletromagnética Hai Hua: Participaram deste procedimento 3 sujeitos, com seqüelas crônicas entre 3 e 10 anos, que não mais respondiam ao tratamento fisioterapêutico convencional. Dois pacientes receberam 30 minutes de estimulação diária, durante 8 semanas. O outro paciente recebeu 3 semanas de estimulação eletromagnética, 3 semanas de estimulação FES e mais 3 semanas de estimulação eletromagnética. Para compararmos as respostas produzidas pelos dois procedimentos. Os pontos utilizados foram IG15, IG11 e TA15. A avaliação aconteceu na primeira sessão e posteriormente semana a semana. Para quantificarmos o ganho motor, foi realizada uma goniometria ativa de três tentativas para os movimentos de flexão e abdução de ombro e extensão de punho e cotovelo. Os dados foram submetidos a uma analise de variância de uma via (ANOVA), a diferença entre as semanas foi evidenciada pólo teste Student-Newman-Keuls. As 8 semanas ininterruptas geraram um aumento estatisticamente significativo para extensão do punho (F7,23: F19,11; P<0,05), extensão do cotovelo (F7,23: FI0,97; P<0,05), abdução do ombro (F7,23: F21,27; P<0,05) o flexão do ombro (F7,23: F9,45; P<0,05). Para a estimulação eletromagnética intercalada com FES, o ganho motor se deu a partir da 8º 71

72 semana de tratamento para flexão do ombro (F8,26: F9,52; P<0,05), na 3º semana e interrompida até a 6º (período de estimulação FES) para extensão do punho (P8,26: F I8,69; P<0,05) a não significativa para abdução do ombro. Nossos dados sugerem que a acupuntura eletromagnética HAI-HUA foi efetiva para aumentar a função motora nestes pacientes que não mais respondiam ao tratamento convencional. A associação FES com HAI-HUA gerou efeitos inferiores aos apresentados pela estimulação exclusivamente eletromagnética. O Ocidente voltou sua atenção para a acupuntura a partir do artigo do jornalista James Reston, publicado em No artigo ele descrevia o efeito da acupuntura nas suas dores pós-operatórias depois de submetido a uma apendicectomia de emergência, quando acompanhava a equipe norteamericana de tênis de mesa. Desde então a acupuntura foi sendo adotada pela medicina ocidental, em princípio cercada de preconceitos, mas ultimamente como uma especialidade médica, caso do Brasil, sendo reconhecida pelas seguradoras da área da saúde. Em 1979 a Organização Mundial de Saúde passou a considerar condição clínica possível tratar a paresia (diminuição de força) pós AVC com acupuntura, porque ela demonstrou efetiva para reduzir a paresia tanto em casos agudos como crônicos. A acupuntura apresenta melhor resultando quando utilizada entre as primeiras 24 a 3 horas após a ocorrência do AVC do tipo isquêmico. Já no hemorrágico é recomendado esperar até que o sangramento tenha sido controlado e o quad3. Vaso Governador Estudos referenciam as relações do Vaso Governador ao AVC: Quando o Vaso Governador está afetado ele apresenta inúmeras manifestações clínicas. Segundo o Golden Mirror of Medicine (Yi Zong Jin Jian,1742) apresenta: contração das mãos e dos pés, tremores dos membros, afasia decorrente de acidente vascular dcerebral (...). A doença do Vaso Governador é citada como causada pelo Vento Interior e Exterior. Também refere o VASO Yang do Caminhar e membros: pode ser utilizado especialmente na síndrome Bi decorrente do Vento e provocando espasmos dos músculos e tendões dos aspectos laterais dos músculos e dos membros. 72

73 (...) ao usar o Vaso Yang do Caminhar para tratar a Síndrome Bi decorrente do Vento, utilizo os pontos de abertura e associado (B-62 e ID -3) em combinação com VB -20 (Fengchi), E-43 (Xiangu) e IG-11 (Quchi), mais pontos locais dos membros afetados (MACIOCIA, 1996). O autor refere-se também que a hemiplegia é, em geral, conseqüência do ataque de AVC o qual é decorrente de Vento Interior. O Vento contrai os músculos e os tendões e provoca paralisia. Como isso é unilateral, o Vaso Yang do Caminhar é indicado para tratá-lo. Na opinião de Maciocia, (1996) o uso do Vaso Yang do Caminhar é indicado nos estágios iniciais de hemiplegia seguida de AVC, quando a influência do Vento Interior nos membros ainda é predominante. Como este Vaso pode extinguir o Vento Interior, é indicado nos estágios iniciais das seqüelas de AVC. Ao utilizar o Vaso Yang do Caminhar para tratar hemiplegia decorrente de AVC, sugere-se os pontos de abertura e associados (B-62 e ID-3) usando B-62 no lado afetado e ID-3 no outro lado (independentemente do sexo do paciente), em combinação co VB-20 (Fengchi), Du -16 (Fengfu), IG-11(Quchi) e F-3 (Taichong), mais os pontos locais no membro afetado. 73i clínico se estabilizado. Isso ocorre em torno de duas a três semanas. Para maior eficácia são recomendadas pelo menos 3 sessões semanais nos casos agudos e 2 nos crônicos, totalizando 20 a 40 tratamentos durante mais ou menos dois meses. Pode ser potencializado com estimulação elétrica. O Dr Wu Tu Hsing em 2001 defendeu tese de doutoramento na Faculdade de Medicina da USP sobre o uso de acupuntura escalpeana (agulhamento do couro cabeludo), em pacientes com seqüelas crônicas de AVCI (KOTTKE, 2002). O AVC na Medicina Tradicional Chinesa enquadra-se na situação de Golpe de Vento que corresponde a quatro possíveis quadros se relacionados a Medicina Ocidental: hemorragia cerebral; trombose cerebral;embolia cerebral e espasmo de um vaso cerebral (SANTOS, 2009). A etiologia do Golpe de Vento assim como na visão ocidental é muito complexa. Embora ocorra repentinamente é uma patologia que vem se formando ao longo dos anos. Existem fatores etiológicos fundamentais: 73

74 Excesso de trabalho, estresse emocional e atividade sexual excessiva. Em seres humanos, este é um fator relevante que esgota o Yin do Rim e é a causa mais comum da deficiência do Rim na atualidade. A deficiência do Yin do Rim causa, muitas vezes, um descontrole do Fogo e do Yang, que acende. O excesso de Yang no Fígado (excesso relativo, pois é causado por uma deficiência do Fígado em função de uma Deficiência do Yin do Rim) causa Vento principalmente em idosos. O Vento, por sua vez, causa apoplexias, coma, obscurecimento mental e paralisia. A língua fica imóvel, desviada ou rígida. É como se houver um padrão de hiperexcitabilidade prolongada e hiperestimulação estressante do Shen do Coração ou se houver estagnação crônica do Qi do Coração pode haver desenvolvimento do Fogo no coração, aumento do calor interno e pode agitar o Fígado e fazer surgir o Vento (MACIOCIA, 1996). Alimentação irregular ou esforço físico excessivo: a irregularidade alimentar bem como a ingestão excessiva de doces, laticínios, alimentos gordurosos, frituras, açúcar enfraquece o Baço/Pâncreas e gera mucosidade, causa formigamento nos membros, obscuramento mental, fala inteligível ou afasia e língua inchada com revestimento pegajoso e com brilho. Alimentos gordurosos também provocam estagnação do Qi no estômago que invade o Baço/Pâncreas. Atividade sexual excessiva e repouso inadequado: esta combinação enfraquece o Rim e gera Deficiência da Medula que, por sua vez falha na nutrição do sangue e, eventualmente pode gerar estase do mesmo, causando rigidez e dor nos membros e língua púrpura (MACIOCIA, 1996). Esforço Físico excessivo e repouso inadequado: o excesso de esforço físico seja como carregar muito peso ou praticar atividades físicas exagerados, enfraquece o Baço/Pâncreas, os músculos e os Meridianos. O Vento interno pré-existente penetra nos Meridianos aproveitando a deficiência do Qi do sangue nos mesmos. Por outro lado, a exposição ao Vento externo interage com o Vento interno dos Meridianos, gerando paralisia dos membros. (MACIOCIA, 1996). Os estresses psicológicos que predispõem o Golpe de Vento surgem basicamente dos sistemas do Fígado, Rins e Coração onde a Raiva, 74

75 Ansiedade e o Medo serão os responsáveis pelo desequilíbrio entre o Yin e Yang, estagnação ou deficiência do Qi e Xue, fatores responsáveis pelo Golpe de Vento (MACIOCIA, 1996). É possível então sintetizar o Golpe de Vento em quatro palavras: Vento, Mucosidade, Fogo e Estase. Na patogenia do Golpe de Vento estes fatores estão presente. Podem não ocorrem todos eles, mas pelo menos três estarão associados para a ocorrência da doença. Quanto a intensidade do Golpe de Vento, é variável. Também as deficiências de Qi, Sangue ou Yin, especialmente o Yin do Rim e ou Fígado. (MACIOCIA, 1996). Tratando-se de AVC, a MTC aponta que no caso de deficiência, deve-se tonificar a Mãe e no caso de excessos sedar o Filho. No excesso do meridiano do Fígado, podemos escolher o ponto sobre o meridiano do Fígado relacionado ao seu Elemento-Filho, ou seja, o Fogo: este é o ponto XingJian F2. Na contra dominância, usamos o ponto do elemento que controla o elemento em excesso. No caso do AVC com Madeira (Gan) e Vesícula-Biliar afetados podemos aplicar Metal R10 e E36 (a Terra está sendo dominada por Madeira). O Coração afetado, Fogo, estimula-se o Filho (Terra- Ponto BP3), com o fim deficiente utiliza-se F8 (Ponto Água e Madeira). Outro modo de tratamento usando os pontos dos cinco elementos seria para expelir os fatores patogênicos. No caso do AVC, temos Madeira que corresponde ao Vento, o Fogo ao Calor, a Terra, à Umidade. Assim, o Ponto Madeira seria usado para expelir o fator patogênico Vento; o Ponto Fogo para expelir o Calor e o Ponto Terra para expelir a Umidade (WEN, 1985). 5.4 LÍNGUA IMPORTANTE INDICADOR DO GOLPE DE VENTO A observação da língua é importante indicador que pode apontar a um possível Golpe de Vento, servindo então sua observação como preventivo e sinalizador da necessidade de tomada de providências. 75

76 A língua rígida, assim como o adormecimento dos três primeiros dedos de uma das mãos são indicadores de um Golpe de Vento. O calor interno e externo pode agitar o Fígado e fazer surgir o Vento. A língua rígida é sinal de desarmonia dos órgãos internos. Quando causado por Vento interno ela poderá apresentar coloração pálida ou normal sendo freqüente sua observação em pacientes com AVC (Acidente Vascular Cerebral para a Medicina Ocidental) e apresentam hemiplegia com ou sem assimetria da face (MACIOCIA, 2003). A aparência da língua pode referir diferentes patologias e apresentar características diferenciadas. Por isso sua observação não pode ensejar um diagnóstico único e definitivo. Deve ser usado associado a demais sintomas. Tendo este cuidado, é possível referenciar que os perímetros da língua correspondem ao exterior do corpo, enquanto as áreas centrais o interior. Da ponta a raiz: ponta corresponde o exterior e a raiz o interior (MACIOCIA, 2003). Aparência da Língua no Golpe de Vento AVC COR CORPO SABURRA Deficiência do Yin do Fígado e do Rim Fogo no Fígado Vento no Fígado / Umidade / Fleuma/ deficiência de Qi do Baço e Pâncreas Vermelha e Rígido Ausência descascada (presença do Vento Interno) (deficiência do Yin e do Rim) Roxa Aumentado Sem raiz avermelhada (calor/estase) aeras, descascada na raiz (deficiência do Estômago Pálida ou Aumentado Pegajoso normal Umidade/ Fleuma Com desvio nítido Tabela: 6 Fonte: MACIOCIA,

77 6. TRATAMENTOS POR ACUPUNTURA 6.1. TRATAMENTO POR MOXABUSTÃO A moxabustão faz parte da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) e consistem no aquecimento dos pontos de acupuntura. Este método terapêutico consiste em utilizar determinadas substâncias ou ervas para queimar ou defumar os pontos ou áreas do corpo a serem tratadas. O calor resultante deste processo produz estímulos que regularizam as funções fisiológicas do corpo, por intermédio dos canais de Energia (WEMBU, 1993). São várias as matérias-primas disponíveis para esta modalidade de tratamento. Uma das mais utilizada e a folha da planta Artemísia Vulgaris, por possuir propriedade anti-inflamatória. Segundo a Medicina Tradicional Chinesa, a ação do moxabustão é aquecer os canais de energia, dispersar o frio e a umidade, regular a circulação do sangue (77ik), aumentando a energia yang. A utilização do moxabustão pode ser executada através de várias técnicas: aplicação de cones de moxa de diferentes tamanhos colocados acesos sobre os pontos ou áreas selecionadas na pele (moxa direta), ou bastões posicionados sobre as áreas selecionadas sem tocá-las (moxa indireta), aquecendo-as (GUIMARAES & RODRIGUES, 1998). 6.2 MÉTODO DE AGULHAMENTO No método de agulhamento procede-se da seguinte maneira: 1. Inserção das agulhas: insere-se a agulha rapidamente fazendo um após de 15 com a pele. Empurra-se a agulha com um movimento de rotação e pressão através da camada localizada entre o periósteo e a aponeurose. 2. Estimulação e Manipulação das Agulhas: insere-se a agulha em rotação, de 2 a 4 cm ao longo do subcutâneo e posteriormente colocam-se os eletrodos nas agulhas; um par em área motora suplementar, um par em área motora de membro superior e membro inferior, e um terceiro par na área de linguagem 2 e 3. Utiliza-se estimulador elétrico WQ-IOC 2 fabricado na China, numa 77

78 freqüência de 2 Hz alternado com 100Hz, com uma potencia de 0,2 a 0,4m A, conforme a tolerância do paciente, utilizando as ondas quadradas, acoplando os eletrodos na base das agulhas de Acupuntura (ALTMAN, 1997). Outro jeito de causar um acidente vascular isquêmico por êmbolo é quando, por exemplo, uma pessoa tem um infarto do miocárdio. O infarto do miocárdio provoca a morte de uma parte do músculo do coração que deixa de se contrair. O sangue parado perto dessa parede do coração que não se contrai pode formar um coágulo. Um dos segredos do sangue não se coagular é ele estar sempre em movimento. Um pedacinho de um coágulo formado na parede do coração pode migrar pela artéria carótida até entupir um vaso da circulação (ALTMAN, 1997). Figura: 26 Agulhamento Fonte: site cidadedsaopaulo AVC tratamento Tratamento pela acupuntura escalpeana O tratamento pelo agulhamento escalpeano e uma técnica antiga na acupuntura já citada no livro mais antigo sobre acupuntura, o Lin Shu Jing, Todos os canais e meridianos conectam-se na cabeça, especialmente os seis canais ordinários Yang e os oitos canais extraordinários. São utilizados especialmente nos tratamentos das cefaléias; problemas oftalmológicos; doenças dos ouvidos; diversos distúrbios mentais; algumas disfunções dos órgãos genitais. A técnica se utiliza de agulhas inseridas nos 78

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