FLAGSHIP EUROPA 2020 UNIÃO DA INOVAÇÃO
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- Tomás Castelo Fidalgo
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1 Análise Nº6 FLAGSHIP EUROPA 2020 UNIÃO DA INOVAÇÃO Fontes de referência: Comunicação da Comissão Europeia: Europa 2020: União da Inovação COM (2010) 546 final Artigo elaborado por: Marta Cabanas Cal, Responsável pelo Departamento de Análise e de Estratégia Europeia e María Montoiro Salvado, estagiária do departamento. Resumo Executivo O investimento em I+D na Europa é bastante inferior ao das grandes potências, cerca de 0,8% menos do que os EUA e 1,5% menos do que o Japão. É necessária uma grande mudança para uma Europa da Inovação real e efectiva adaptada aos desafios sociais. A Comissão Europeia quer avançar para novas formas de financiamento e de apoio a todos os agentes e a todos os níveis (local, Regional, Nacional). A acção comunitária focar-se-á em seis aspectos prioritários: o Fortalecer o crescimento e reduzir a fragmentação do conhecimento. o Melhorar o financiamento para a obtenção de boas ideias para o mercado. o Maximizar a coesão social e territorial, através dos benefícios da inovação. o União de forças para alcançar novos avanços na Agência Europeia para a Investigação. o Fortalecer a dimensão externa da Europa, vanguarda da inovação. o Uma inovação real, necessidade de um forte compromisso político. Um factor chave será o investimento em formação, na economia do conhecimento Na Euro-região é fundamental a cooperação com outros agentes para a obtenção de sinergias e a sua utilização para benefício da sociedade. 1
2 Introdução A Comissão Europeia situou a inovação no coração da estratégia Europa 2020, que marcará a direcção do trabalho da UE no futuro, para fazer face às maiores transformações sociais, tais como as alterações climáticas e a falta de fontes de energia, as quais se acentuaram com a crise económica e com o aumento da competitividade mundial, fomentada pelos países emergentes. Actualmente, a Europa investe em investigação e em inovação cerca de 0,8% menos do que os Estados Unidos e cerca de 1,5% menos do que o Japão, proporcionalmente ao PIB. No caso das empresas, esta diferença é ainda maior 1. De acordo com estudos recentes, alcançando-se o objectivo de gasto de 3% do PIB em I+D para 2020 poderiam ser criados 3,7 milhões de empregos e poderia ser aumentado o PIB anual até quase 800 mil milhões de euros para Tudo isto vai depender do apoio do Conselho e do Parlamento Europeu, dos Governos dos Estados-membros, de empresas privadas, das autoridades públicas, dos investigadores e do público em geral, para fazer da União da Inovação uma realidade. A União da Inovação é uma das sete iniciativas chave da EUROPA O seu objectivo é melhorar as condições e o acesso ao financiamento destinado à investigação e inovação para assegurar que as ideias inovadoras possam ser transformadas em produtos e serviços que criem crescimento e emprego. Neste contexto, a Comunicação da Comissão sobre Inovação para a Estratégia EUROPA 2020 (COM(2010)546final) estabelece os objectivos e as oportunidades que a Europa deve enfrentar em áreas chave onde é necessário agir urgentemente. Deste modo, estabelece as iniciativas necessárias à escala europeia, nacional e regional para a criação da União da Inovação. A Europa deverá superar as seguintes grandes necessidades: 1. Continuar o investimento na educação, na I+D, na Inovação e nos TICs. 2. Fazer reformas para melhor coordenar a investigação e a inovação nacional e europeia, melhorando os seus resultados através da criação de sinergias. 3. Modernizar os sistemas educativos a todos os níveis. 4. Completar a Área Europeia de Investigação. Os investigadores têm que possuir a capacidade de trabalhar e de cooperar em toda a Europa. A livre circulação de conhecimento deve tornar-se uma realidade em Simplificar o acesso aos programas da UE. 6. Obter mais inovação na investigação, reforçando a colaboração entre ciência e empresas. 7. Eliminar barreiras para que os empresários possam trazer ideias inovadoras ao mercado. 1 O investimento em I+D+i das empresas europeias é cerca de 66% menor do que o dos Estados Unidos e cerca de 122% menor do que o do Japão, em percentagem do PIB. Fonte: COM (2010)546 final. 2
3 8. Promover Associações Europeias para a Inovação, para acelerar a investigação e a concretização da inovação no mercado. 9. Melhorar a exploração das forças europeias em ideias e criatividade, fomentando a inovação social. 10. Necessidade de trabalhar com sócios internacionais, permitir o acesso aos programas europeus de I+D. Essencialmente, a UE tem que superar o seu baixo investimento no conhecimento: Vencendo as condições desfavoráveis: fomentando o investimento privado e as ideias paralisadas por falta de financiamento. Evitando a fragmentação dos esforços: os sistemas de investigação nacional e regional continuam a trabalhar por separado. É necessária uma melhor coordenação para evitar a necessidade de duplicar esforços. Centrando-se em inovações com o objectivo de enfrentar os maiores desafios sociais identificados na EUROPA 2020: fortalecendo a liderança da UE em tecnologias chave, aproveitando o potencial destes mercados para negócios inovadores, aumentando a competitividade europeia, fazendo com que a inovação esteja presente em todas as políticas. Seguindo um conceito alargado de inovação: inovação em modelos de negócio, criação, marcas e serviços que constituam uma mais-valia para os usuários e nos quais a Europa possua talentos únicos. Envolvendo todos os agentes e regiões no ciclo da inovação: não apenas as grandes empresas, mas também as PME, incluindo o sector público, a economia social e os cidadãos de toda a Europa, centrando-se cada um no seu ponto forte. O Compromisso Europeu para 2020 da União da Inovação vai concretizar-se: Adoptando-se uma responsabilidade colectiva para o seguimento de uma política de I+D+i estratégica, inovadora e orientada para o mercado. Dando-se prioridade e protegendo-se o investimento em conhecimento. Favorecendo-se o lançamento de associações europeias de inovação, para uma reunião de recursos e experiências que dêem resposta aos desafios da sociedade. 1. Consolidar o conhecimento e Reduzir a fragmentação Promover a excelência na educação e o desenvolvimento de capacidades. A Europa deve assegurar um sistema educativo excelente e moderno em todos os Estados- -membros. É preciso aumentar o número de jovens que se dedicam à investigação e também o envolvimento das empresas na formação e no desenvolvimento curricular, de modo a que a formação dê resposta às necessidades do mercado. 3
4 1) No final de 2011, os Estados-membros deverão ter implementado estratégias de formação de investigadores em número suficiente, para serem alcançados os objectivos nacionais de I+D e para se promoverem condições de emprego atraentes nas instituições de investigação públicas. 2) Em 2011 a Comissão apoiará um sistema de classificação internacional de universidades de referência. Deste modo, apoiará a colaboração empresarial e universitária através da criação de Alianças do Conhecimento para analisar as falhas de capacidade de inovação. 3) Em 2011, a Comissão vai propor um modelo integrado para o desenvolvimento e para a promoção de e-habilidades para a inovação e competitividade, a partir de associações com as partes interessadas. Estabelecendo uma área de Investigação Europeia. É preciso evitar duplicidades na investigação e gastos desnecessários, no que respeita à investigação nacional. Neste sentido, é prioritário completar a Área Europeia de Investigação para 2015, de forma a criar-se um espaço no qual todos os agentes, públicos e privados, possam operar livremente, formar alianças e alcançar a massa crítica necessária para poderem competir e cooperar à escala global. 4) Em 2012, a Comissão proporá uma Área de Investigação Europeia e também medidas de apoio para eliminar os obstáculos à mobilidade e à cooperação transfronteiriça, com o objectivo de estarem em vigor no final de Estas medidas procuram contribuir: para a qualidade dos estágios doutorais, para condições de emprego atraentes e para a igualdade de género nos cursos de investigação; fomentar e facilitar a mobilidade dos investigadores; promover a investigação transfronteiriça de organizações, agências de financiamento e fundações; potenciar a disseminação, a transferência e a aplicação dos resultados de investigação; abrir as infra-estruturas de investigação dos Estados-membros a todos os utentes da União Europeia. 5) Para 2015, os Estados-membros e a Comissão deverão ter terminado a implantação da construção de 60% das infra-estruturas europeias de investigação prioritárias actualmente identificadas no Fórum de Estratégia Europeia para as infraestruturas de investigação. 4
5 Centrando os instrumentos de financiamento nas prioridades de Inovação da União Tradicionalmente, os programas de investigação e inovação na UE centraram-se na excelência a nível Europeu, que provou ser o caminho a seguir. No entanto, os instrumentos de financiamento da investigação e inovação na UE precisam de evoluir e de se adequarem aos objectivos, estabelecendo processos de cooperação no programa modelo, envolvendo muitas partes interessadas, proporcionando uma mais-valia única e uma base para as prioridades definidas nos programas dos Estados-membros. 6) Os futuros programas de investigação e de inovação da UE vão centrar-se nos objectivos de Europa 2020 e particularmente na União da Inovação. Em 2011, a Comissão vai estabelecer os caminhos para os futuros programas centrados sobretudo nos desafios sociais, na racionalização dos instrumentos de financiamento e na simplificação ao seu acesso. 7) A Comissão vai criar programas de investigação e de inovação que assegurem um acesso fácil e um maior envolvimento das PME com maior potencial de crescimento. 8) A Comissão irá reforçar a base científica para a elaboração de políticas através do seu Centro Comum de Investigação. Deste modo, criará um Fórum Europeu sobre a pesquisa de actividades unificando os estudos e os dados existentes, envolvendo o sector público e privado para melhorar a base das políticas. Promover o Instituto Europeu para a Inovação e Tecnologia como um modelo de gestão da inovação na Europa A criação do Instituto Europeu para a Inovação e para a Tecnologia impulsionou a integração do triângulo do conhecimento (educação, investigação e inovação) pela primeira vez a nível europeu, promovendo novos modelos de gestão e de financiamento. 9) Em mediados de 2011, o Instituto deverá estabelecer uma Agenda Estratégica Europeia para ampliar as suas actividades como um exemplo para a inovação na Europa. 5
6 2. Obtenção de boas ideias para o mercado Melhorar o acesso ao financiamento para as empresas inovadoras: A Europa deve investir no desenvolvimento de boas ideias. Este é o papel principal do sector privado, o qual possui um grande potencial e viu limitada a sua expansão em mercados internacionais por falta de acesso ao financiamento de capital de risco para poder crescer. As estruturas europeias de capital de risco são, de forma geral, de pequena dimensão e os apoios públicos para paliar esta deficiência encontram-se, muitas vezes, muito fragmentados. Igualmente, as estruturas de capital de risco carecem de massa crítica suficiente para se especializarem e para operarem de forma transnacional. Neste contexto a CE considera conveniente melhorar o mercado de capital de risco, criando incentivos para a reconversão e melhorando a legislação aplicada. 10) Para 2014, a UE deverá activar instrumentos financeiros para atrair o aumento do financiamento privado e para eliminar as falhas do mercado no investimento e na inovação; investir na transferência do conhecimento e em empresas de criação recente; em capital de risco para as empresas de rápido crescimento em expansão na UE e nos mercados globais; em financiamento de risco em projectos de investimento de I+D e de inovação, em empréstimos às PMEs inovadoras. 11) Para 2012, a Comissão vai assegurar que os fundos de capital de risco estabelecidos em qualquer Estado-membro possam funcionar e ser investidos livremente na UE, eliminando barreiras fiscais para a acção transfronteiriça. 12) A Comissão fortalecerá as operações transfronteiriças das empresas inovadoras. 13) Em 2011, a Comissão vai proceder a uma revisão intermédia das ajudas de Estado para o desenvolvimento da investigação e da inovação, esclarecendo quais as formas de inovação com potencial de financiamento, direccionadas para darem uma resposta aos desafios sociais. Criação de um mercado único para a inovação. A grande dimensão do mercado único deve atrair investimentos inovadores, para tal é necessário estimular a competitividade e permitir que os empresários comercializem inovações de êxito que façam com que os seus negócios cresçam rapidamente. No entanto, ainda persistem importantes obstáculos a que o mercado interior da UE consiga alcançar o seu potencial: 6
7 Um tema crítico na Europa é o elevado custo e as dificuldades para se obter uma patente protegida. A ausência de uma patente europeia constitui ainda um obstáculo para a Europa da inovação. O desenvolvimento de um regulamento inteligente e ambicioso é um factor chave para a inovação, isto é particularmente importante (e um tema a abordar) no caso da eco-inovação. Os standards têm um papel importante para a inovação. Contudo, os standards devem evoluir ao mesmo ritmo da inovação, senão teriam um efeito contrário ao desejado. Compromissos da UE: 14) O Parlamento Europeu e o Conselho deverão avançar com os passos necessários para serem adoptadas as propostas da Patente da UE, devendo as primeiras patentes ser entregues em ) A partir de 2011, a UE e os Estados-membros deverão desenvolver um modelo regulador em áreas chave, a começar nas que estão relacionadas com a eco-inovação e com as Redes Europeias da Inovação. 16) No início de 2011, a Comissão apresentará uma Comunicação acompanhada por uma proposta legislativa de estandardização que abrangerá o sector das TIC para acelerar e modernizar o estabelecimento de standards, permitir a interoperabilidade e fomentar a inovação e a evolução dos mercados globais. 17) Desde 2011, os Estados-membros e as regiões deverão estabelecer orçamentos para as compras pré-comerciais e para a contratação pública de produtos inovadores e de serviços. Tudo isto deverá criar mercados europeus de contratação pública para inovações que melhorem a eficiência e a qualidade dos serviços públicos. 18) No início de 2011 a Comissão apresentará um plano de acção de eco-inovação com base na União da Inovação. Fomento da abertura e da capitalização do potencial criativo europeu. As políticas devem ser concebidas para apoiar todas as formas de inovação, não apenas a inovação tecnológica. Para tal, é necessária a concentração em áreas específicas, especialmente nas áreas com maior potencial, como é o caso das indústrias culturais e criativas. Deste modo, a CE promoverá a criação da Aliança da Indústria Criativa Europeia, com o objectivo de desenvolver novas formas de apoio a estas indústrias e à sua interacção com outros sectores. Como consequência dos problemas e dos custos do crescimento, as companhias estão cada vez mais abertas a colaborar, complementando o desenvolvimento interno com actividades de transferência de ideias de fontes externas, fomentando não apenas o movimento de investigadores, mas também o de ideias. No entanto, é preciso encontrar o equilíbrio adequado entre facilitar a difusão do conhecimento e proporcionar incentivos suficientes para a inovação mais acessíveis e disponíveis, melhorando os sistemas de pesquisa de informação para o tornar mais operativo. 7
8 Compromissos da UE: 19) Em 2011, a Comissão vai criar uma Mesa Europeia de Criação, que será convidada a apresentar propostas no prazo de um ano para melhorar o papel da criação na política de inovação. 20) a Comissão promoverá um acesso aberto aos resultados da investigação financiada com fundos públicos. 21) a Comissão facilitará a cooperação na investigação e na transferência de conhecimentos nos programas modelo de investigação. 22) No final de 2011, a Comissão apresentará propostas para desenvolver um mercado Europeu de conhecimento para patentes e para concessão de licenças, com base na experiência dos Estados-membros. 23) a Comissão examinará o papel da Política de competência para evitar a utilização dos direitos de propriedade intelectual com objectivos contrários à livre concorrência. 3. Maximizar a coesão social e territorial Divulgar as vantagens da inovação na Europa. A União da Inovação deve envolver todas as regiões. A crise financeira está a ter um impacto desproporcionado em algumas regiões, ameaça o objectivo de convergência e alimenta o fosso de inovação entre regiões. Os fundos estruturais deverão ser utilizados de um modo mais efectivo para a inovação e para serem alcançados os objectivos de Europa As regiões precisam de reorientar o financiamento e de encaminhar o seu rumo no sentido de uma especialização inteligente, centrando-se nas forças relativas onde possam ser excelentes. Por exemplo, uma das formas de utilizar os fundos estruturais de um modo mais efectivo seria através de uma partilha de recursos e de experiências em projectos transnacionais, para apoiar infra-estruturas de investigação ou dar lugar à emergência de núcleos europeus. 24) No início de 2011, os Estados-membros deverão melhorar a utilização dos fundos estruturais para projectos de I+D, ajudando as pessoas a adquirirem as competências necessárias para que o rendimento dos sistemas nacionais e dos projectos transnacionais prospere. 25) Os Estados-membros deverão iniciar a preparação dos programas para os fundos estruturais pós-2013, que deverão estar mais centrados na inovação. 8
9 Aumentar os Benefícios Sociais. É necessário orientar a inovação para os desafios sociais, e adaptá-la a novas circunstâncias como é o caso das alterações climáticas. Além disso, aproveitar a sociedade como fonte de ideias inovadoras (envolvendo as necessidades e expectativas dos utentes dos serviços públicos). Para dar resposta às necessidades dos cidadãos num contexto de austeridade fiscal, é preciso impulsionar, mais do que nunca, a inovação no sector público, dando máxima visibilidade às iniciativas com êxito e concretizando os projectos. 26) A Comissão lançará um projecto-piloto Inovação Social Europeia que vai providenciar conhecimento e uma rede virtual a empresários sociais e ao sector público (deverá ser a corrente na qual se centrará a próxima geração dos programas do Fundo Social Europeu). 27) No princípio de 2011, a Comissão apoiará um programa de investigação no sector público e de inovação social. 28) A Comissão consultará o sector social sobre como transmitir o conhecimento económico a todos os níveis ocupacionais e sectores. 4. Partilha de forças para alcançar novos avanços: Associações Europeias da Inovação A Europa enfrenta grandes desafios sociais derivados do envelhecimento da população, dos efeitos das alterações climáticas e da redução dos recursos disponíveis. Superar estes desafios, não só melhorará a qualidade de vida dos europeus, mas também dará um novo impulso à competitividade das empresas, ao desenvolvimento de novas tecnologias, à liderança dos mercados e à criação de mais e melhores empregos. Dada a urgência de encontrar uma solução para os desafios e a escassez de recursos, a Europa não pode permitir-se a fragmentação de esforços e deve garantir a experiência e o esforço na investigação e na inovação dos seus membros para conseguir ter uma massa crítica suficiente para a transformação necessária. A nova abordagem das Associações Europeias da Inovação. Como parte da estratégia Europa 2020, uma nova abordagem vai ser seguida para a inovação da UE, orientada para os benefícios sociais e para uma rápida modernização de todos os sectores e mercados associados. A acção será efectuada através de toda a cadeia de investigação e inovação, reunindo-se todos os agentes relevantes a nível europeu, 9
10 nacional e regional. Será racionalizada, simplificada e melhorada a coordenação dos instrumentos e das iniciativas existentes. Condições para o êxito. As Associações só vão agir em áreas nas quais as intervenções governamentais estejam claramente justificadas e onde se demonstre que combinam os esforços europeus, nacionais e regionais, esta é a melhor maneira de alcançar o objectivo de serem mais eficientes. Neste sentido, as associações devem cumprir condições centradas num desafio social específico e partilhado à escala UE. É importante haver um forte compromisso político e das partes interessadas, que contribua para uma clara mais-valia europeia, através da concentração nos resultados com um apoio financeiro adequado. A concretização efectiva, simples e flexível das estruturas. Dirigir e supervisionar os progressos, arbitrar interesses divergentes, evitar os atrasos: tudo isto será chave para o êxito destas Associações que precisarão de uma forte coordenação funcional e de um elevado grau de compromisso. Neste contexto, cada associação será liderada por um Comité de Seguimento composto por um número limitado de representantes do Estados-membros (Ministros), membros do Parlamento, líderes da indústria, investigadores e outros representantes do sector. Este conjunto será liderado pelo Comissário, que deve articular a sua actividade em torno de uma estratégia plurianual e de diferentes grupos de trabalho. Identificação das Associações Europeias da Inovação. Em áreas chave para gerir melhor os desafios sociais, como é o caso da segurança energética, do transporte, das alterações climáticas e da eficiência dos recursos, da saúde e da terceira idade, métodos de produção e de gestão do território, que respeitem o meio ambiente. A CE tem a intenção de lançar AEI em áreas como: segurança energética, transporte, alterações climáticas ou sanidade e envelhecimento da população e gestão sustentável do território. Estas AEI são um conceito e, portanto, este deve ser validado. Deste modo, a CE tem a intenção de avançar com uma experiência piloto, uma AEI para o envelhecimento activo e saudável com o objectivo de conseguir, para 2020, que os cidadãos da UE ganhem pelo menos 2 anos de vida independente e com boa saúde. Depois deste teste, durante o qual se porá à experiência a mais-valia do conceito das AEI e a sua capacidade de envolver os agentes principais, a CE lançará em Junho de 2011 uma Comunicação na qual proporá 10
11 formalmente a constituição das AEI, detalhando também a sua gestão, financiamento e actividades para o seu andamento. 29) a Comissão convida todos os grupos de interesse a comprometerem-se com a partilha de esforços e de recursos para alcançar os objectivos estabelecidos pela AEI. Deste modo, dá as boas-vindas a qualquer tipo de ideias que possam ser consideradas para futuras associações. Como primeiro passo, a Comissão começará a preparar uma associação piloto sobre o envelhecimento activo e saudável no princípio de Para 2011, a CE avançará com a acção piloto para validar o modelo das AEI. 5. Aproveitando as políticas da UE externamente Face à perda de competitividade mundial da UE, as acções de a Europa da Inovação descritas têm o intuito de tornarem a Europa mais atraente para as empresas e os investidores. O êxito da UE passa por travar e reverter a tendência de fuga de cérebros, constituindo-se como foco de atracção de talento. Um lugar de excelência global com condições de vida e de trabalho atraentes. Para alcançar este objectivo, a UE deve aprofundar a cooperação científica e tecnológica internacional, adoptando uma perspectiva que permita transpor para o mercado os resultados da investigação comum. 30) Para 2012 dar andamento às políticas integradas para garantir que académicos de renome, investigadores e inovadores aqui residam e para atrair cidadãos altamente qualificados de outros países. 31) a UE e os seus Estados-membros deverão cooperar cientificamente com outros países por uma questão de interesse comum de desenvolvimento de perspectivas comuns. Isto deverá contribuir para perspectivas e soluções globais para estes desafios sociais. 32) Para 2012, estabelecer acordos internacionais para o desenvolvimento de infraestruturas de investigação, TIC à escala global. 6. Fazer com que aconteça Tornar a União da Inovação uma realidade requer cooperação e esforço a todos os níveis (UE, nacional e regional) durante um número de anos assinalável. Os papéis de cada agente, e as suas responsabilidades, devem ser claramente definidos. 11
12 Reformar sistemas de investigação e de inovação a nível nacional e regional. Embora sejam adoptadas medidas à escala europeia, a qualidade dos sistemas nacionais de investigação e inovação continua a ser a questão chave. A CE identificou uma série de medidas políticas presentes nos sistemas nacionais de I+D+I que melhor funcionam. O objectivo é tornar mais fácil aos EM, com base nestas medidas, fazerem uma autoavaliação das suas políticas de I+D+I e definirem reformas no contexto dos seus Programas Nacionais de Reformas Europa ) os Estados-membros são convidados a fazerem autoavaliações das características das suas políticas de I+D+I e dos desafios e das reformas chave necessários aos seus Programas Nacionais de Reforma. Avaliar o progresso. O progresso da União da Inovação deve ser avaliado a nível Europeu. Para tal, a CE propõe que o Conselho Europeu se encarregue desta tarefa, que avaliará os indicadores fundamentais: a) Investimento em I+D. Avanço para alcançar o objectivo de 3%. b) Um novo indicador sobre inovação que vai ser definido e que irá reflectir o desenvolvimento e o êxito das actividades empresariais inovadoras. 34) a Comissão propõe avançar com o trabalho necessário para o desenvolvimento de um novo indicador para avaliar o crescimento de empresas altamente inovadoras. 2 Planos Anuais de medidas de reforma que todos os anos os EM apresentam à CE como instrumento facilitador das reformas estruturais necessárias para alcançar os objectivos de Europa Mais informação: WEB EUROPA
13 Um compromisso de todos para tornar a União da Inovação uma realidade. Oferecer um estímulo político como parte da estratégia EU2020. O êxito da União da Inovação depende da capacidade de esforço conjunto de todas as instituições da EU e também dos agentes interessados: Conselho Europeu: Deve dar o impulso político Conselho de Ministros: Deve adoptar as medidas necessárias para melhorar as condições modelo na UE. CE: Deve desenvolver as iniciativas pertinentes e fazer a proposta ao Conselho. Estados-membros (e suas Regiões): Devem realizar uma autoavaliação e procurar maneiras de melhorar/reformar os seus sistemas de I+D+I para promover a excelência e contribuir para a especialização à escala UE. Agentes interessados: empresas, autoridades locais, interlocutores sociais, fundações, ONGs... devem apoiar todas as acções na União da Inovação. CESE e CoR: Devem trabalhar com as organizações e instituições que representem para mobilizar apoios, promover iniciativas e disseminar boas práticas. Por último, para promover este processo de mudança, deve-se facilitar o debate e a troca de ideias e boas práticas a todos os níveis, a CE organizará, anualmente, um Congresso de Inovação no qual se fará um ponto de situação sobre o grau de avanço no sentido de uma União da Inovação. 7. Últimos Avanços No Conselho Europeu celebrado no passado dia 4 de Fevereiro sobre a Energia e a INOVAÇÃO, no qual foram analisadas as medidas propostas pela Comissão, os chefes de Estado e/ou de Governo da UE acordaram que: - Investir na educação, investigação e tecnologia e inovação é o elemento chave para o êxito do crescimento e para fazer face aos desafios sociais. É necessário estabelecer-se uma Área de Investigação Europeia completa em 2014, criar um mercado único para o conhecimento (facilitando-se a mobilidade de estudantes e investigadores) publicitando-se o financiamento em I+D por toda a Europa, e tirar partido da criação de sinergias graças à cooperação entre Estados. - A Comissão Europeia precisa de desenvolver um indicador integrado para avaliar melhor o progresso da inovação. Deste modo, deve promover condições modelo para a elaboração de propostas, a execução de Directrizes e de revisões dos Estadosmembros, eliminando as barreiras legais e legislativas. 13
14 - É necessário desenvolver a Economia Digital para garantir a criação de um mercado único digital para 2015, incluindo a promoção e a produtividade da criatividade. Além disso, no citado Conselho Europeu, no âmbito da estratégia da União da Inovação, foi aprovado o projecto piloto da Inovação Europeia sobre o envelhecimento activo e sustentável (veja-se a medida 29). Consequência do envelhecimento em toda a Europa e mundialmente, e perante o desafio social de alcançar um envelhecimento activo e saudável, o Conselho Europeu aprovou este projecto para aproveitar o potencial da UE providenciando soluções inovadoras. Este projecto procura alcançar um objectivo triplo: 1. Permitir aos cidadãos da UE uma vida saudável, activa e independente durante o envelhecimento. 2. Melhorar a sustentabilidade e a eficiência dos sistemas sociais e de saúde 3. Impulsionar e melhorar a competitividade dos mercados para produtos e serviços inovadores, respondendo ao desafio do envelhecimento tanto a nível europeu como mundial, criando novas oportunidades para os negócios. Pretende-se conseguir este objectivo através da reunião num fórum comum dos grupos de interesse da procura e dos agentes da inovação, juntamente com os que trabalham na normalização e na inovação. Vigo, Março
15 CONCLUSÕES Num contexto cada vez mais competitivo, a inovação é um factor chave para o crescimento. A Europa deve trabalhar para estar na vanguarda da inovação e para poder estar à altura dos seus rivais mais competitivos, não só em termos de crescimento, mas também para enfrentar os desafios sociais, centrados no desemprego, nas alterações climáticas, na terceira idade, na saúde, na segurança energética, e numa gestão do território responsável para com o meio. Ao longo dos próximos anos, a Comissão Europeia prevê dar início a várias iniciativas que completem e coordenem as acções fragmentadas dos Estados-membros e das Regiões. A eficácia das acções empreendidas dependerá do grau de compromisso político da UE no sentido de abranger os diversos agentes a todos os níveis, lançando novos programas de financiamento, que fomentem uma indústria criativa para estimular o emprego e também aproveitem as sinergias existentes através da cooperação entre Associações Europeias da Inovação, unindo recursos e experiências. Para a Euro-região Galiza-Norte de Portugal, a inovação é um elemento de desenvolvimento estratégico, especialmente para superar o desemprego e os efeitos das alterações climáticas. Por este motivo, revela-se especialmente importante prestar atenção à concretização das acções previstas, de modo a que possam ser aproveitadas ao máximo as oportunidades que surjam, sobretudo quando não há certeza sobre as orientações políticas (e, portanto, sobre a atribuição do orçamento) durante o período posterior a É preciso também deixar a porta aberta ao desenvolvimento de iniciativas coordenadas entre o sector público e privado, especialmente as PMES, para garantir que toda a sociedade possa usufruir de todos os benefícios oferecidos pela inovação. Como últimos avanços nesta matéria no Conselho Europeu, celebrado no passado dia 4 de Fevereiro, sobre Energia e Inovação, em apoio a estas medidas da Comissão, foi declarado que Vigo, Fevereiro de
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