ASSOCIAÇÃO DE SUBSTANCIA HÚMICA NA ADUBAÇÃO DE BASE PARA A CULTURA DO TRIGO

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1 ASSOCIAÇÃO DE SUBSTANCIA HÚMICA NA ADUBAÇÃO DE BASE PARA A CULTURA DO TRIGO Fernando Pacentchuk (ICV - Unicentro), Marcelo Cruz Mendes (Orientador), Elizandro Ricardo Kluge, Jhonatan Schlosser e Jean Carlos Zocche mcmendes@unicentro.br Universidade Estadual do Centro-Oeste/Departamento de Agronomia/Guarapuava, PR. Setor de Ciências Agrárias, Fitotecnia Palavras-chave: Triticum aestivum, adubação de NPK e produtividade de grãos. Resumo: Uma das alternativas para melhorar a eficácia dos formulados está sendo sua associação com substâncias húmicas, as quais conferem aos formulados características particulares que visam à otimização dos nutrientes contidos na formulação. Neste sentido o objetivo deste trabalho foi a avaliação da produtividade e de componentes de produção de trigo em função do uso de fertilizantes na adubação de base associados a substâncias húmicas no sistema plantio direto. O experimento foi conduzido a campo, na área experimental da UNICENTRO, em DBC, em esquema fatorial 5 tratamentos (testemunha; 100 NPK; 250 NPK; 100 NPK+Humico e 250 NPK + Húmico) x 2 cultivares (Ametista e BRS Pardela), em 4 repetições. Foram avaliado os componentes de rendimento: NP (número de perfilhos), AP (altura de plantas) e PROD (produtividade de grãos). Houve aumento na altura de plantas e produtividade de grãos de trigo quando associado o uso do fertilizante 250 kg de fertilizantes na base NPK + húmicos e convencional, independente da cultivar de trigo avaliada, em relação a testemunha absoluta. Introdução Por muito tempo se usava na agricultura adubos de origem orgânica, podendo ser estes adubos verdes ou de origem animal. Com o aperfeiçoamento das técnicas de cultivo ao longo do tempo se conheceu e foram adotados em massa os formulados minerais, que objetivavam o

2 fornecimento mais acentuado do nutriente de sua constituição, sendo estes compostos aprimorados assim como as demais técnicas. Na adubação o desejo por uma eficiência maior de absorção traz alternativas e novas maneiras de realizar a prática, um desses é o uso de compostos húmicos associados aos formulados. O qual pelo seu tamanho e superfície específica adere facilmente aos colóides do solo e conferem uma maior reatividade para com o solo, bem como uma elevação na CTA (capacidade de troca de ânions) e CTC (capacidade de troca de cátions). As substâncias húmicas são divididas em três frações com distintas características físico-químicas em, ácidos fúlvicos (AF), ácidos húmicos (AH) e humina (HUM) (PRIMO et al., 2011), estas, consistindo numa mistura heterogênea de compostos que não podem ser descritos como sendo uma molécula definida, mas que através do conhecimento da sua composição e de suas características, torna-se possível atribuir a estas uma estrutura geral de sua molécula típica, aspectos que estão relacionados com sua funcionalidade e reatividade no solo. (GALANTINI, 2005; CHEN, Y & AVIAD, T.1990; DIXIT,V. K. & KISHORE, N, 1967). O efeito das substâncias húmicas sobre as plantas depende da origem, do tipo e da concentração na solução nutritiva, da espécie vegetal e da cultivar, sendo a origem e a qualidade da matéria-prima que origina as substâncias húmicas são de fundamentais importâncias na relação final entre os ácidos orgânicos e os componentes minerais, químicos e biológicos do solo, promovendo melhores e mais estáveis interações, com influências diretas na produção e qualidade das produções agrícolas (SILVA FILHO & SILVA, 2010). Neste contexto foi conduzido um experimento que objetiva a avaliação da produtividade e de componentes de produção de trigo em função do uso de fertilizantes na adubação de base associados a substâncias húmicas no sistema plantio direto. Matérias e métodos O presente experimento foi conduzido na área experimental da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (UNICENTRO) campus CEDETEG, localizado na cidade de Guarapuava PR. Região a qual possui solos do tipo Latossolo Bruno Distroférrico típico, e um clima classificado como cfb.. O plantio se deu no início de julho de 2013, utilizando a semeadora de parcelas Semina, no sistema de plantio direto, a dessecação da área total foi feita com herbicida Roundup original na dose de 3 L ha -1. Foi utilizado o delineamento experimental em blocos ao acaso, em esquema fatorial, sendo 5 tratamentos e 2 cultivares (Ametista e BRS Pardela), estes em 4 repetições, totalizando 40 parcelas a campo. Cada unidade experiemental foi constituída de nove fileiras com 5,0 m comprimento x 0,2 m entre-linha, com uma área total de 8 m 2 e área útil constituída pelas três fileiras centrais, nas quais foram retiradas as amostras. Os tratamentos utilizados são constituídos de doses de fertilizante convencional e associados a substancias húmicas, sendo estes tratamento

3 1 = Testemunha (sem adubo de base), tratamento 2 = NPK convencional kg ha -1, tratamento 3 = NPK + húmicos 100 kg ha -1, tratamento 4 = NPK convencional kg ha -1, tratamento 5 = NPK + húmicos kg ha -1. Os demais tratos culturais utilizados foram empregados em todas as parcelas, seguindo as Informações técnicas para a safra Após colheita e trilha foram realizadas as retiradas dos dados competentes aos componentes de rendimento sendo eles, peso hectolitro, umidade, produtividade, peso de 1000 grãos, número de espigas e grãos por espiga, tendo ainda a contagem no número de perfilhos e altura de planta. Todos os dados das características avaliadas foram submetidos a análises de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade, sendo o programa utilizado o SISVAR (Ferreira, 2011). Resultados e discussão Houve efeito significativo para a interação cultivar x adubação para as características: altura de plantas (AP) e para a produtividade de grãos (PROD). A precisão do experimento, avaliada pelo coeficiente de variação (CV), foi considerada excelente com valores de CV inferiores a 10 % (Tabela 2). Para a característica número de perfilho por planta (NP) houve diferença entre tratamentos de adubação de base (Tabela 1), destacando-se a cultivar Ametista que apresentou melhor resposta para os diferentes tratamentos de adubação de base. Sendo que para a Ametista quando comparado os valores obtidos para os tratamentos com 100 kg de fertilizantes na base, somente o tratamento com ácido húmico, diferiu da testemunha. Para a dosagem de 250 kg de fertilizantes na base o tratamento a base de NPK + humicos, não diferiu estatisticamente do tratamento 250 kg convencional, mas diferiu dos tratamentos de 100 kg de fertilizante convencional e do tratamento testemunha(sem adubação de base). Houve diferença significativa para característica altura de plantas obtida nos diferentes tratamentos de adubação de base (Tabela 1). Para a cultivar Ametista dos tratamentos com 250 kg de fertilizantes na base (convencional e humicos) foram os melhores resultados obtidos diferindo do tratamento testemunha (sem adubação de base). O mesmo fato não ocorreu na BRS Pardela, sendo que os melhores resultados foram obtidos para os tratamentos a base de NPK + húmicos: 100 e 250 kg de fertilizantes de base. Este fato evidencia que as cultivares obtiveram resultados diferentes para os tratamentos avaliados. Quando considerando os valores médios obtidos para alturas de plantas e produtividade, independente da cultivar, os tratamentos com 250 kg de fertilizantes na base (convencional e NPK + húmicos) e 100 kg de fertilizante de base NPK + húmicos diferiram do tratamento testemunha (Tabela 1). Para os resultados obtidos com a cultivar Ametista houve diferença significativa para o tratamento 250 kg de fertilizantes na base NPK + húmicos com a testemunha (sem adubação), cujo aumento numérico propiciado de 761 kg por hectare. Na cultivar BRS Pardela ocorreu o mesmo fato para o tratamento 250 kg de fertilizantes na base NPK + húmicos que diferiu do tra-

4 tamento testemunha (sem adubação), neste caso, houve um incremento de 1337 kg por hectare. TABELA 1. Médias das características agronômicas de duas cultivares de trigo (Ametista e BRS Pardela) submetidas a fertilizantes de base convencional e com ácidos húmicos. UNICENTRO, Guarapuava - PR, NÚMERO DE PERFILHOS (NP) Testemunha 109 c 117 a 113 a 100 kg NPK convencional 110 bc 117 a 113 a 250 kg NPK convencional 120 abc 118 a 119 a 100 Kg NPK + Humicos 134 ab 138 a 136 a 250 Kg NPK + Humicos 137 a 134 a 136 a Média 122 A 125 A CV 9,83% ALTURA DE PLANTAS (AP) Testemunha 61 ca 50 cb 55 c 100 kg NPK convencional 65 abca 52 bcb 58 bc 250 kg NPK convencional 69 aa 55 bcb 62 ab 100 Kg NPK + Humicos 62 cba 59 abb 60 b 250 Kg NPK + Humicos 67 aba 62 ab 65 a Média CV 4,73% PRODUTIVIDADE DE GRÃOS (kg ha -1 ) Testemunha 3873 bca 3024 bb 3449 c 100 kg NPK convencional 3891 abca 3369 ba 3630 bc 250 kg NPK convencional 4514 aba 3753 abb 4134 ab 100 Kg NPK + Humicos 3423 ca 3750 aba 3586 c 250 Kg NPK + Humicos 4634 aa 4361 aa 4497 a Média CV 9,49% Médias seguidas pelas mesmas letras minúsculas na linha e maiúsculas na coluna não diferem pelo teste de Tukey a 5% (P< 0.05). Conclusão Houve aumento na altura de plantas e produtividade de grãos de trigo quando associado o uso do fertilizante 250 kg de fertilizantes na base NPK + húmicos e convencional, independente da cultivar de trigo avaliada, em relação a testemunha absoluta. Referencias

5 FERREIRA, D. F. Sisvar: a computer statistical analysis system. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 35, n. 6, p , nov./dez., GALANTINI, J.A. Separación y análisis de las fracciones orgánicas. En: Manual Tecnología en Análisis de Suelos: Alcances a laboratorios agropecuários. Argentina, p AACS (Eds. L. Marban y S. Ratto). CHEN, Y & AVIAD, T. Efeitos de substâncias húmicas no crescimento de plantas. In: P. MacCarthy, E.E. Clapp, R.L. Malcolm e P.R. Bloom (Eds), Substâncias húmicas no solo e ciência da colheita. Leituras selecionadas. ASA, SSA, Madison, pp , DIXIT,V. K. & KISHORE, N. Efeitos dos ácidos húmicos e fúlvicos na fração da matéria orgânica do solo e na germinação de semente. Indian I. Sci Ind., Sec.A1 p , SILVA FILHO, A.V. da.; SILVA, M.I.V.da. Importância das substâncias húmicas para agricultura. Disponível em HTTP < Acesso em 30 março PRIMO, D. C. ; MENEZES, R. S. C ; SILVA, T. O. Substâncias húmicas da matéria orgânica do solo: uma revisão de técnicas analíticas e estudos no nordeste brasileiro. Scientia Plena. v. 7, p. 1-13, 2011.