Cavernas de Laranjeiras CENTRO DA TERRA Grupo Espeleológico de Sergipe Org.

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1 Cavernas de Laranjeiras CENTRO DA TERRA Grupo Espeleológico de Sergipe Org.

2 Cavernas de Laranjeiras CENTRO DA TERRA Grupo Espeleológico de Sergipe Org. CENTRO da TERRA GRUPO ESPELEOLÓGICO DE SERGIPE Aracaju-SE 2015

3 Todas as imagens utilizadas são de responsabilidade dos autores. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida sem autorização expressa dos autores. Página 5 Serviços Editoriais contato@pagina5editorial.com PROJETO GRÁFICO DIAGRAMAÇÃO Débora Santos Santana Jeane de Santana ILUSTRAÇÃO DE CAPA Heli Natã Alcântara Silva CAPA Débora Santos Santana TRATAMENTO DE IMAGENS Jeane de Santana REVISÃO ORTOGRÁFICA Ronald Doria Alves SUPERVISÃO Saulo Almeida Cabral Catalogação na publicação: Jandira Reis Vasconcelos CRB- 5/1525 C381c Cavernas de Laranjeiras / Centro da Terra. Grupo Espeleológico de Sergipe. Aracaju : Página 5, p. Disponível em: < ISBN Cavernas Laranjeiras (SE). 2. Espeleologia Laranjeiras (SE). 3. Monumentos naturais Preservação. I. Centro da Terra. Grupo Espeleológico de Sergipe. CDU (813.7)

4 PREFEITURA DE LARANJEIRAS Gestão 2008/2012 PREFEITA Maria Ione Sobral SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA SECRETÁRIO Irineu Silva Fontes Júnior CENTRO DA TERRA Grupo Espeleológico de Sergipe Gestão 2011/2013 PRESIDENTE Elias José da Silva VICE-PRESIDENTE Emanuella Santos de Carvalho SECRETÁRIO-GERAL David Carvalho Cardoso da Silva CENTRO da TERRA GRUPO ESPELEOLÓGICO DE SERGIPE

5 PROJETO PRÓ-CAVERNAS LARANJEIRAS COORDENAÇÃO-GERAL Elias José da Silva EQUIPES TEMÁTICAS TURISMO COORDENAÇÃO Emanuella Santos de Carvalho AUXILIARES Jaime José da Silveira Barros Neto Joyce dos Santos Muricy Laysa da Hora DIAGNÓSTICO AMBIENTAL COORDENAÇÃO Jéssica Alecsandra de Jesus Silva Karla Fernanda Barbosa Barreto DIAGNÓSTICO DE FLORA Ana Paula do Nascimento Prata Leuciane Andrade Gomes Rainan Matos Deda Eládio dos Santos TOPOGRAFIA DE CAVERNAS COORDENAÇÃO David Carvalho Cardoso da Silva AUXILIARES Rafael Moreira Sousa Maria José Rosendo da Costa Leandro Sousa de Oliveira Fábio Ricardo Moraes da Silva BANCO DE DADOS E DIVULGAÇÃO Fernanda Damaceno Silva EQUIPE DE ESCRITÓRIO Andreza Batista Carneiro Samantha Carvalho Santos

6 Agradecimentos Às biólogas Ivana Sobral e Karla Barreto pela paciência e orientação durante todo o processo que antecedeu o projeto, como também durante a sua realização. A Paleontóloga Dra. Maria Helena Zucon pela prontidão em atender-nos quando sempre precisamos. A Dra. Ana Paula Prata e equipe do laboratório de Sistemática Vegetal da Universidade Federal de Sergipe, por sempre nos apoiar, por nos orientar e acompanhar nos trabalhos de campo. A Prefeitura Municipal de Laranjeiras, em especial a Sra. Ione Sobral e Irineu Fontes, por acreditarem no potencial das cavernas, no projeto e na nossa capacidade de realizá-lo e a Cristina Santana, da Secretaria da Cultura, por sempre nos atender com dedicação, facilitando e intermediando nossas solicitações. A Rafael Lins, Claiton e Marcel pela dedicação nos trabalhos de filmagem para a produção do documentário, mesmo diante das condições limitantes. Ao biólogo Patrício Rocha pela revisão, identificação e dicas relacionadas à fauna. Aos colaboradores anônimos que contribuíram na elaboração de etapas fundamentais para a finalização dos resultados. A Anthony Ferreira, Christiane Donato, Jéssica Leite, Mário Dantas por terem colaborado na primeira versão do projeto. A Pâmela Yoshimuta e Lucas Souza pelo auxílio na topografia da Caverna dos Aventureiros, e a todos os antigos e atuais integrantes do CENTRO DA TERRA pelo apoio e credibilidade que sempre deram ao grupo. Somos gratos também a Gilson Tinen e Ericsson Cernawsky do GPME Grupo Pierre Martin de Espeleologia, pelas orientações sobre topografia de cavernas. Agradecimentos especiais àqueles que contribuíram de uma maneira tão mais valiosa para a realização desta obra: as comu-

7 nidades assistidas pelo projeto. Pessoas que deram informações sobre algumas cavernas já conhecidas ou mesmo sobre a localização de novas, e que nos acolheram e nos receberam bem, nos facilitando a realização de um trabalho extremamente importante para a conservação desse patrimônio tão valioso. Agradecimentos à SBE - Sociedade Brasileira de Espeleologia, pelo apoio na divulgação da obra A equipe.

8 Sumário 09 Introdução Elias José da Silva 14 Cavernas de Laranjeiras: de Refúgio a Atrativo Turístico Emanuella Santos de Carvalho Joyce dos Santos Muricy 45 Levantamento Superficial de Fauna e do Estado de Conservação do Entorno das Cavernas de Laranjeiras Autora: Jéssica Alecsandra de Jesus Silva Revisão e colaboração: Elias José da Silva Sofia Cerqueira Schettino Patrício Adriano da Rocha 67 Diagnóstico da Vegetação do Entorno de Cavernas em Remanescentes de Mata Atlântica no Município de Laranjeiras, Sergipe, Brasil Leuciane Andrade Gomes Rainan Matos Deda Eládio dos Santos Ana Paula do Nascimento Prata

9 9 Introdução Elias José da Silva 1 A Gruta da Pedra Furada, retratada em textos de época, de religiosos, pesquisadores, jornalistas e até mesmo poetas, hoje já não possui mais em seu interior estalactites e outras relíquias como o autorretrato de Horácio Hora, ou sequer em seu entorno permanece mais a mata que outrora a envolvia num manto de penumbra e mistérios. Tais riquezas perderam-se na névoa do tempo ou foram ceifadas pelas ávidas mãos do Homem, estando atualmente registradas apenas em folhas de escassos livros. Um desses registros, feito durante as pesquisas do geólogo inglês John C. Branner no final do século XIX, talvez seja a primeira publicação científica com referência a uma caverna sergipana. Como Branner, outros no passado deram suas contribuições, não com o mesmo teor científico, mas nem por isso menos importantes, colaborando assim para a geração do acervo espeleológico sergipano. Assim fez Horácio Hora, ilustre pintor laranjeirense, quando também no final do século XIX retratou com óleo sobre tela a Gruta da Matriana. Esses importantes registros nos permitem acessar, de forma material, um capítulo da história das cavernas sergipanas, mas - tão valioso quanto eles - há o registro imaterial representado 1 Espeleólogo, Associado Fundador do CENTRO DA TERRA Grupo Espeleológico de Sergipe.

10 CAVERNAS DE LARANJEIRAS 10 pelo imaginário popular, fazendo com que as cavernas estejam intimamente ligadas à cultura das comunidades circunvizinhas através das crenças, lendas e tradições que perduram durante gerações. Tais registros vão desde histórias de teor verossímil até as narrativas fantasiosas, na maioria das vezes com detalhes conhecidos apenas pelos mais velhos e que foram passados ao longo dos anos. Os mais jovens se atêm à síntese das lendas, sendo que a maioria chega mesmo a desconhecê-las. O fato é que cavernas possuem sua história, por mais dantesca ou divina que seja, independente da sua fonte, época, ou grau de veracidade. E dentre elas, talvez a lenda da Gruta da Pedra Furada seja a mais fascinante. A lenda da Pedra Furada é talvez uma das mais fantásticas, relacionada a cavernas, em Sergipe. Uma estória que se confunde, envolvendo a passagem dos jesuítas por Laranjeiras, ainda no início do século XVIII, e mais recentemente pessoas que dizem ter se aventurado nos túneis secretos que ligam a igreja da Nossa Sra. Da Conceição da Comandaroba à gruta. De acordo com a lenda, a igreja - segunda residência dos jesuítas em Laranjeiras, datada de 1734, possui atrás de seu altar-mor uma passagem que dá acesso ao túnel que a liga à Gruta da Pedra Furada, distante aproximadamente 2 km da Comandaroba. Diversos relatos afirmam que tal passagem era utilizada pelos jesuítas como rota de fuga quando atacados pelos portugueses, e que os túneis escondem tesouros e outras riquezas deixadas pelos padres. Há ainda os que afirmam que já entraram ou conhecem quem já entrou nos tais túneis, seja pela igreja ou pela gruta. Atualmente, ambas as supostas entradas estão obstruídas, e sem um trabalho orientado e planejado, não há como comprovar se realmente há algum indício que traga veracidade à lenda, mostrando alguma ligação entre os dois pontos. Associada a essa riqueza cultural, não apenas a Pedra Fura-

11 Introdução 11 da, mas as demais cavernas de Laranjeiras nos apresentam ainda outras surpresas, como ruínas de construções antigas em seu entorno que representam fragmentos da história dos laranjeirenses ou as belezas naturais que ainda resistem à ação do homem, que degrada impiedosamente um patrimônio natural tão promissor. Diante de todo esse potencial, o CENTRO DA TERRA Grupo Espeleológico de Sergipe se propôs a contribuir significativamente em destacar a riqueza do importante patrimônio espeleológico do município, elaborando e apresentado à Prefeitura o PRÓ-CAVERNAS Laranjeiras, projeto cujo objetivo principal foi a identificação e estruturação de potencialidades turísticas associadas às cavernas, subsidiando ações locais para o desenvolvimento do turismo sustentável, visando a valorização e conservação das cavidades naturais existentes. O projeto foi idealizado levando-se em consideração a quantidade de cavernas do município que até o início dos trabalhos de prospecção eram 11, além da riqueza não só do ponto de vista natural, seja geológica e biológica, mas também da riqueza histórico-cultural. O grande potencial do patrimônio espeleológico de Laranjeiras possibilitou a geração de vasta informação, além da proposta de um roteiro turístico inédito no Estado e da descoberta de novas cavernas, ampliando para 16, tornando o município detentor do maior número de cavidades de Sergipe. Exemplos bem sucedidos de turismo associado às cavernas são uma realidade no mundo e no Brasil, existindo uma seleta clientela que procura esses ambientes, seja para fins educativos, científicos ou meramente contemplativos. O turismo, quando bem planejado e estruturado, pode ainda contribuir para que a comunidade do entorno de cavernas se interesse por seu patrimônio e cuide de sua conservação. Saber que outras pessoas têm interesse em conhecer seu patrimônio natural e cultural aumenta a autoestima da comunidade visitada.

12 CAVERNAS DE LARANJEIRAS 12 O PRÓ-CAVERNAS Laranjeiras foi subdividido em quatro áreas temáticas correspondentes ás áreas de Turismo, Diagnóstico Ambiental, Topografia e Banco de Dados. As cavidades subterrâneas naturais, por sua vez, objeto do projeto, foram classificadas em Cavernas de Uso Turístico e Cavernas de Uso Científico. Foram definidas como Cavernas de Uso Turístico as cavidades subterrâneas naturais que apresentaram condições de acesso externo e interno relativamente fácil para públicos diversificados, que em seu interior e região de entrada possuíssem elementos característicos de cavernas e que pudessem oferecer condições de interpretação ambiental, e ainda que permitissem visitação sem que houvesse riscos para os visitantes e sem degradação para a caverna. Já as Cavernas de Uso Científico foram as cavidades subterrâneas naturais que apresentaram em seu interior elementos bióticos ou abióticos passíveis de sofrerem impactos com a visitação turística e/ou que oferecessem riscos para os visitantes. A essas foi sugerido o uso restrito a pesquisa científica sendo totalmente desaconselhada a visitação turística para garantir a preservação das cavernas em questão. Como resultados do PRÓ-CAVERNAS foi gerado um kit contendo três cartilhas temáticas, um DVD documentário sobre o projeto e o presente livro sobre as cavernas de Laranjeiras objetivando principalmente trazer à tona a atual situação do patrimônio espeleológico, sua importância e, acima de tudo, a gritante necessidade de despertar em todos o interesse pelas cavernas não apenas pela importância supracitada, mas pelo valor que possuem por si mesmas. Outro resultado do projeto foi a capacitação de jovens da comunidade como Monitores Ambientais para que possam atuar futuramente orientando visitas controladas aos atrativos naturais e também na dispersão do conhecimento que adquiriram, auxiliando na conservação e preservação das cavernas, utilizando as cartilhas e o livro como fonte de consulta.

13 Introdução 13 O primeiro capítulo deste livro traz uma rápida introdução sobre cavernas e aborda o tema na ótica do turismo. Já o segundo capítulo apresenta a caracterização ambiental do entorno das cavernas e os principais problemas ambientais identificados. Por fim o terceiro capítulo dá ênfase para a vegetação do entorno de 05 das 16 cavernas estudadas. A presente obra é despretensiosa no sentido de ser única e muito menos definitiva sobre as cavernas de Laranjeiras - sua intenção é trazer à luz, preliminares, mas relevantes informações de acesso outrora limitado, podendo servir como base esclarecedora para a sociedade e fonte de consulta para a comunidade acadêmica, em todos os seus níveis. Bem como dar enfoque nos problemas ambientais e na questão do patrimônio natural, na tentativa de pleitear junto a órgãos responsáveis pela garantia da conservação das cavernas e dos respectivos entornos. Se este livro conseguir despertar em cada leitor o desejo de, não apenas conhecer, mas principalmente proteger, talvez possamos minimizar a destruição das cavernas que constituem um dos nossos mais importantes patrimônios naturais e berço de segredos e mistérios ainda resguardados.

14 Cavernas de Laranjeiras: de Refúgio a Atrativo Turístico 14 Emanuella Santos de Carvalho 1 Joyce dos Santos Muricy 2 1 Tecnóloga em Gestão de Turismo pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe IFS, Associado efetivo do CENTRO DA TERRA, manucarvalho.gtur@yahoo.com.br 2 Licenciada em Ciências com Habilitação em Biologia pela Universidade do Estado da Bahia UNEB, Graduanda em Tecnologia em Gestão de Turismo pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe IFS, joymuricy@yahoo.com.br

15 Cavernas de Laranjeiras: de refúgio a atrativo turístico Cavernas: Definição e Caracterização As cavidades naturais subterrâneas, comumente chamadas de cavernas, tiveram origem a partir das várias modificações que ocorreram na formação da crosta terrestre ao longo do tempo geológico (PEREIRA, 2005). Além de minerais, a crosta terrestre é constituída por três grandes grupos de rochas que, segundo sua gênese, são: ígneas, sedimentares e metamórficas. A grande maioria das cavidades naturais é formada por um complexo de rochas sedimentares, denominado carste, que se encontra em constantes transformações, formando salões, galerias e condutos (FERREIRA; MARTINS, 2001). De acordo com Press (2006), as rochas sedimentares são caracterizadas pela estratificação, que é a formação continuada de camadas paralelas de sedimentos (Figura 1), que ocorre à medida que as partículas depositam-se no fundo do mar, de um rio ou da superfície do terreno. As ações de erosão são as responsáveis por transportar os sedimentos que, após serem depositados, são compactados e cimentados depois de serem soterrados sob mais camadas de sedimentos. Figura 1: Processos Sedimentares. Fonte: fossil.uc.pt/pags/sedime.dwt.

16 CAVERNAS DE LARANJEIRAS 16 O dinâmico sistema de formação de cavernas é denominado espeleogênese (Figura 2) e ocorre principalmente devido à infiltração da água, que atua na moldagem e na deposição de várias feições (FERREIRA; MARTINS, 1999; BAHIA; FERREIRA, 2005). Figura 2: Processo de Espeleogênese. Fonte: A dissolução lenta e contínua das rochas também cria os espeleotemas, que são depósitos químicos que podem apresentar diversos formatos, cores e dimensões, dependendo da morfologia da caverna, do tipo de mineral que foi depositado e qual foi o mecanismo de deposição (FERREIRA; MARTINS, 2001). Quanto à sua morfologia, a classificação das cavernas no Brasil, proposta pelo autor Clayton Lino em 1975 e aprovada pela Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE) foram as seguintes (KARNOPP et al., 2007): Cavernas: Define as cavidades subterrâneas penetráveis pelo homem, formadas por processos naturais, independentemente do tipo de rocha encaixante ou de suas dimensões, incluindo seu ambiente, seu conteúdo mineral e hídrico, as comunidades animais e vegetais ali abrigadas e o corpo rochoso onde se inserem;

17 Cavernas de Laranjeiras: de refúgio a atrativo turístico 17 Grutas: São as cavernas com desenvolvimento predominantemente horizontal; Abrigos sob-rocha: Cavidades pouco profundas, abertas largamente em paredes rochosas, que sirvam de abrigo contra intempéries; Tocas: Cavidades intermediárias entre os abrigos sob- -rocha e as grutas, cujo desenvolvimento não atinja os 20m necessários para a sua classificação; Abismo: São as cavernas predominantemente verticais, com desnível igual ou superior a 10m; Dolinas ou clarabóias: Depressões fechadas, circulares, em geral mais largas que profundas, formadas por dissolução das superfícies rochosas ou por abatimentos gerados por dissolução de rochas em profundidade. O meio subterrâneo é caracterizado, geralmente, pela ausência de luz e por apresentar uma pequena variação de temperatura e umidade relativa do ar, mantendo, portanto, as condições ambientais, independentes do meio externo (GOMES; FERREIRA; JACOBI, 2000; BAHIA; FERREIRA, 2005). Essas características configuram o ambiente cavernícola em um ecossistema ímpar, no qual fica impossibilitada a vida de organismos que dependam diretamente da luz como fonte de energia, como as plantas clorofiladas fotossintetizantes (TRA- JANO; BICHUETTE, 2006). De acordo com o sistema de Schinner-Racovitza, os animais cavernícolas podem ser categorizados em três grupos: troglóbios - organismos exclusivamente cavernícolas; troglófilos - espécies que podem viver tanto na superfície como no meio subterrâneo; ou troglóxenos - animais que retornam a superfície para completar seu ciclo de vida (BICHUETTE; SANTOS, 1998). Quanto à diversidade biológica em cavernas, Trajano (2004) afirma que, comparada ao ambiente externo é muito menor,

18 CAVERNAS DE LARANJEIRAS 18 devido ao pequeno número de espécies que conseguem sobreviver às difíceis condições impostas nas cavidades naturais. Alguns animais que conseguem ocupar esse habitat singular podem apresentar diferentes graus de especializações morfológicas, fisiológicas e comportamentais, constituindo-se em espécies novas e raras (GOMES; FERREIRA; JACOBI, 2000; HOE- NEN; MARQUES, 2000; BAHIA; FERREIRA, 2005). Apesar de estudos realizados em várias regiões do Brasil, as informações sobre a fauna cavernícola, principalmente a que apresenta especializações, ainda se encontram fragmentadas, sendo que, as pesquisas em cavernas são de extrema importância para o conhecimento bioespeleológico e para compor propostas de conservação de áreas cársticas (SILVA, 2006). Em 1987, uma Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), propunha a preservação do patrimônio espeleológico do país. Segundo Lobo (2006), o patrimônio espeleológico é composto pelas cavidades naturais, o qual engloba os componentes bióticos, abióticos, o corpo rochoso, os vestígios de ocupação ancestral e as relações geradas entre os elementos citados e as comunidades que as cercam. Em 1990, o controle e a fiscalização do uso das cavernas brasileiras passou a ser do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). No mesmo ano, o Decreto Federal nº , determina a preservação desses ambientes. O IBAMA atua como órgão executor dessa legislação, através do Centro Nacional de Estudo, Proteção e Manejo de Cavernas (CE- CAV), que foi criado em 1997 (FERREIRA; MARTINS, 2001). Em novembro de 2008, um novo decreto é instituído, apresentando uma nova redação a alguns artigos do decreto anterior e acrescentando outros. Em conformidade, portanto, com a legislação federal brasileira, Decreto nº 6.640, de 7 de novembro de 2008, artigo 1º, Parágrafo único:

19 Cavernas de Laranjeiras: de refúgio a atrativo turístico 19 Entende-se por cavidade natural subterrânea todo e qualquer espaço subterrâneo acessível pelo ser humano, com ou sem abertura identificada, popularmente conhecido como caverna, gruta, lapa, toca, abismo, furna ou buraco, incluindo seu ambiente, conteúdo mineral e hídrico, a fauna e a flora ali encontrados e o corpo rochoso onde os mesmos se inserem, desde que tenham sido formados por processos naturais, independentemente de suas dimensões ou tipo de rocha encaixante (BRASIL, 2008 artigo 1º, Parágrafo único). Segundo dados disponibilizados em abril de 2015 no Cadastro Nacional de Cavernas do Brasil da Sociedade Brasileira de Espeleologia (CNC/SBE, 2015), estão registradas 6163 cavernas no país. Porém, de acordo com Marra (2008), devido a sua extensa territorialidade e grande potencial espeleológico, há uma estimativa de que o Brasil possua um número bastante superior quanto às ocorrências de cavidades naturais subterrâneas. Por abrigar algumas das maiores e mais belas cavernas do mundo, o Brasil é um dos países mais procurados por expedições espeleológicas (LINO, 2001). Segundo Auler e Smart (1999), o País possui a maior caverna do hemisfério sul, denominada de Toca da Boa Vista. Ela está localizada no município de Campo Formoso/BA, região com grande potencial espeleológico, que apresenta outras cavernas grandiosas como a Toca da Barriguda, constituindo um conjunto de cavernas de relevância geológica mundial. O Estado de Sergipe, até abril de 2015, apresentava 25 cavidades cadastradas no Cadastro Nacional de Cavernas da Sociedade Brasileira de Espeleologia CNC/SBE, com destaque para o município de Laranjeiras, que possui a maior concentração de cavernas, com 11 ocorrências, localizadas nos Bairros Comandaroba, Machado e Povoado Mussuca. Entretanto, mediante atividades de prospecção realizadas pelo CENTRO DA TERRA, foram localizadas mais

20 CAVERNAS DE LARANJEIRAS 20 cavidades naturais, ainda não cadastradas, elevando o número para mais de 100 ocorrências e, 16 destas cavernas, em Laranjeiras, afirmando o potencial espeleológico deste município. Das cavidades naturais descobertas em Laranjeiras, a maioria é de pequena dimensão, contudo, possuem beleza cênica e uma riqueza histórico-cultural que se entrelaça com a história do município e dos moradores locais. 2. Uso e Ocupação de Cavernas: Contextualização Histórica A relação do homem com as cavernas é tão antiga quanto sua própria história, iniciando na Pré-História perpassando até a contemporaneidade. Estes ambientes foram utilizados por nossos ancestrais, primeiramente como abrigo, posteriormente como matéria-prima para atividades econômicas, a exemplo da mineração e, para fins científicos e turísticos. O homem vem se apropriando gradativamente dos elementos do patrimônio espeleológico, ao longo dos tempos, vindo a ocorrer em maior escala a partir de meados do século XVI, quando o ambiente subterrâneo passou a ser explorado para fins comerciais e científicos (LOBO, 2006). Segundo Ferreira e Martins (1999), as cavernas, por ser um ambiente escuro e isolado da superfície, criam um ar de mistério além de estimular reflexões sobre o próprio homem e suas origens. De acordo com Figueiredo (2011), a relação entre grupos humanos e cavernas em tempos mais antigos é demonstrada por indícios, registros e citações que vêm sendo transmitidos através dos tempos, nas lendas, mitos, crenças, estando, ainda, presente nos escassos documentos. Lino (2001) reforça que também são encontrados em cavernas, outros testemunhos da população passada, como: restos

21 Cavernas de Laranjeiras: de refúgio a atrativo turístico 21 de fogueiras, utensílios e até sepultamentos, tornando as cavidades subterrâneas, reconhecidas como importantes sítios arqueológicos de interesse mundial. Conforme publicação da Associação Brasileira das Empresas de Turismo de Aventura, Abeta (2009), tratar desta relação faz povoar nossa imaginação com lembranças de épocas em que nossos ancestrais abrigavam-se em cavernas para sobreviver. Prous (2004) explica que isto se deu por estas cavernas oferecerem condições para o habitat humano, que desde a pré-história tem sido frequentada pelo homem, geralmente em busca de refúgio, tanto para eremitas, que buscavam a solidão, como para populações que fugiam de inimigos. Reforçando estes relatos, Figueiredo (2011) expõe que os achados arqueológicos, a exemplo das fogueiras, ossadas, vestimentas, pedras lascadas, cerâmicas e outros, confirmaram sua utilização como uma das primeiras formas de abrigo, moradia ou templos religiosos, vindo a ser utilizadas, tempos depois, como refúgio durante guerras, como as que ocorreram na Europa, Vietnã e Cuba. Segundo Prous (2004), inúmeros vestígios das culturas passadas são encontrados nas regiões cársticas, evidenciando o interesse do homem em ocupar as cavidades naturais. Alguns desses vestígios, como os lixos, foram abandonados por frequentadores, enquanto que as gravuras e pinturas rupestres foram deixadas de forma voluntária. Por facilitar a preservação desses vestígios, mesmo que orgânicos, é que os ambientes subterrâneos são locais privilegiados para a arqueologia, retratando aspectos cotidianos da vida de povos antigos. A partir do século XIX deu-se início a visitações de cunho, obrigatoriamente, para exploração científica e pesquisa, dando um aspecto de maior respeitabilidade à atividade. De acordo com Marra (2001), muitas das cavidades naturais subterrâneas existentes no Brasil receberam empenho de inúmeros europeus, com a finalidade de reconhecer o vasto e rico patri-

22 CAVERNAS DE LARANJEIRAS 22 mônio espeleológico do território brasileiro, sendo as primeiras expedições realizadas no século XIX pelos especialistas em história natural, Peter Lund, em Minas Gerais, e por Richard Krone, no Vale do Ribeira. Mas, é provável que bem antes, moradores locais se arriscavam a visitas rápidas e temerosas a cavidades próximas das suas moradias, sendo estes, os guias que conduziram tais pesquisadores às entradas das primeiras cavernas conhecidas (ABETA, 2009). Ainda no século XIX, em Sergipe, algumas cavernas foram visitadas com fins de pesquisa. Do município de Laranjeiras, a Gruta da Pedra Furada foi mencionada por John Casper Branner, em seu estudo de reconhecimento da geologia da bacia sedimentar de Sergipe-Alagoas (BRANNER, 1888). Em 1891, Felisbello Freire ao escrever sobre a História de Sergipe, faz menção sobre Laranjeiras e suas grutas, com destaque também para a Pedra Furada: Em seu derredor existem algumas grutas calcareas, de grande importancia, principalmente a que chama Pedra Furada, cuja abobada apresenta uma perfuração em forma de sino. São de tamanho regular as estalactites e estalagmites existentes na gruta. (FREIRE, 1891, p. 69). Bem antes disso, do final do século XVII até meados do século XVIII, entre os anos de 1700 e 1759, os participantes da Companhia de Jesus, os jesuítas, construíram residências para obras de evangelização no Vale do Rio Cotinguiba em Laranjeiras (BOMFIM; SOUZA, 2009; MELLO, 2011), até serem expulsos, por volta de 1760 (ORAZEM, 2008). De acordo com o historiador Luíz Antônio Barreto, ainda permeia no imaginário sergipano, conforme relatos de populares que, durante as épocas de conflitos, os jesuítas em fuga, escondiam suas riquezas em túneis de comunicação entre algumas igrejas e grutas, especialmente na Gruta da Pedra Furada, ha-

23 Cavernas de Laranjeiras: de refúgio a atrativo turístico 23 vendo afirmações de que algumas pessoas conseguiram entrar e encontraram peças valiosas (BARRETO, 2004). Por muito tempo, as cavernas foram envoltas por uma aura mítica que causava temor, contudo, houve um despertar para visitação com diversas motivações tais como contemplação, curiosidade em relação à sua formação, sua geologia, fauna e aspectos paleontológicos e arqueológicos, além de proporcionar sensação de aventura. No século XIX várias cavernas começaram a ser visitadas. No Brasil, estas visitas eram motivadas principalmente por questões religiosas, apontando que um número significativo de visitantes era atraído mais pela fé do que pela beleza destes ambientes, induzindo inúmeras cavernas brasileiras a serem transformadas em santuários, dentre as mais visitadas, estão a Lapa do Bom Jesus, a Gruta Mangabeira e a Gruta dos Brejões, na Bahia e a Terra Ronca, em Goiás, com festas e romarias anuais (KARNOPP et al., 2007). A visitação por lazer teve início no século XX, quando pequenos grupos começaram a procurar as cavernas para explorá-las como esporte. Segundo a Abeta (2009), a atividade turística em cavernas acompanha o interesse pelos ambientes naturais, que foi despertado pelo romantismo e culto à natureza, além de estar ligado também, ao surgimento dos primeiros Parques Nacionais. Muitos desses visitantes são motivados pela curiosidade em apreciar os grandes espaços formados e a contemplação das formas curiosas dos cristais e demais depósitos minerais deixados pelo trabalho da água. Em Sergipe, mesmo que ainda incipiente, as visitações têm acontecido no município de Laranjeiras, às cavidades da Matriana, Tramandaí e Pedra Furada, especialmente por estudantes e pesquisadores, despontando o turismo em cavernas, ou o chamado espeleoturismo. Além destas cavernas, de acordo com

24 CAVERNAS DE LARANJEIRAS 24 Carvalho (2012), outras delas também são frequentadas por moradores locais, principalmente, com finalidades religiosas. 3. Turismo em Cavernas Turismo é um fenômeno recente, que se tornou popular a partir da década de 70 e caracteriza-se pelo deslocamento temporário, permanência e utilização de equipamentos e serviços turísticos por pessoas advindas de outras localidades. É uma atividade que envolve e influencia diversos aspectos (culturais, sociais, econômicos, políticos e naturais) de forma direta ou indireta (ARAÚJO; SILVA, 2006). Lage e Milone (2000) afirmam que o turismo visa satisfazer as inúmeras necessidades básicas e secundárias do homem, constituindo-se, portanto, em uma atividade socioeconômica por gerar a produção de bens e serviços. O turismo favorece a geração de emprego e renda e destaca a multiculturalidade por meio da valorização do patrimônio histórico-cultural e das paisagens naturais. A atividade turística beneficia o desenvolvimento de infraestrutura, embora possa ser agente desencadeador de inúmeros impactos negativos, em âmbito cultural, ambiental, econômico e social (DIAS; AGUIAR, 2002). De acordo com Barretto (2003), existem vários tipos de turismo, que se classificam de acordo com critérios diversos como: a nacionalidade dos turistas (nacional ou externo), a sua natureza (emissivo ou receptivo), o volume (minorias ou de massas), a composição social (classes privilegiadas, média ou popular), a autonomia (livre ou dirigido), a duração (de fim de semana, de férias, excursionista e de tempo indeterminado), a frequência (regular ou esporádico) e a motivação (cura, descanso, desportivo, gastronômico, profissional, religioso ou de interesse específico).

25 Cavernas de Laranjeiras: de refúgio a atrativo turístico 25 Entre diversos fatores, as motivações de viagens pelos turistas estão relacionadas à atratividade de determinado local, pois, segundo Ignarra (2003), atrativo turístico é um recurso que atrai o turista para visitação, gerando a demanda turística. De acordo com o mesmo autor, a atratividade tem valor subjetivo, considerando que esta percepção pode variar de forma acentuada de um turista para outro com relação ao mesmo elemento, sendo que o turista procura conhecer aquilo que é diferente do seu cotidiano e por isso, se o atrativo é único, possui maior valor para ele. Os atrativos podem ainda, ser classificados em naturais (elementos da natureza) ou histórico-culturais (elementos artificiais). O ambiente natural se configura como uma das principais matérias-primas para o desenvolvimento da atividade turística. Os elementos da natureza como: as praias, o clima, as montanhas, os rios, as cachoeiras e as cavernas, ao serem utilizados para o turismo, atraem fluxos turísticos, sendo considerados atrativos naturais (BRASIL, 2006). As atividades turísticas na natureza estão crescendo há décadas, tendo como principal elemento estratégico a existência de recursos naturais conservados. O desenvolvimento do turismo em áreas naturais tem sido favorecido também devido à grande extensão territorial do Brasil e sua diversidade geológica, biológica e antropológica. (LOBO et al., 2010). Nesta perspectiva de turismo em áreas naturais, destacamos o patrimônio espeleológico que, por diversos motivos, desperta o interesse para visitação, constituindo-se como um atrativo turístico. Os atrativos naturais espeleológicos referem-se às cavernas, definidas por Lino (2001) como qualquer cavidade natural penetrável pelo homem, com uma ou mais entradas, seja seca, total ou parcialmente tomada por água, horizontal ou não, com ou sem região afótica, incluindo o ambiente interno. Seguindo o interesse por ambientes naturais, o turismo em cavernas, ou espeleoturismo, tem se desenvolvido em várias

26 CAVERNAS DE LARANJEIRAS 26 partes do Brasil e do mundo. Entre as diversas motivações para a visita em cavernas, além da aventura, estão: a contemplação e a curiosidade, não só com relação à sua formação, mas também sobre seus aspectos paleontológicos, sua fauna, e seus registros históricos (ABETA, 2009). Inicialmente, no século XIX, as visitas registradas estavam ligadas à exploração científica, revestindo a atividade com respeitabilidade acadêmica, vindo a ocorrer por lazer, efetivamente, no início do século XX (ABETA, 2009), embora no Brasil exista o histórico da visitação turística de cavernas, provavelmente em 1690, por fins religiosos, em Bom Jesus da Lapa/BA (FIGUEI- REDO apud LOBO; PERINOTTO; BOGGIANI, 2008). O ambiente natural é uma das bases principais para o desenvolvimento do turismo, principalmente, em longo prazo. Neste contexto, a relação entre o meio ambiente e o turismo é estreita pois, para que este alcance sucesso completo, depende da qualidade e conservação da natureza (ROCKTAESCHEL, 2006). Contudo, segundo Dias e Aguiar (2002), o desenvolvimento acelerado do turismo nos últimos anos no Brasil e no mundo, tem exercido uma forte pressão sobre o meio ambiente, causando problemas significativos devido à ausência de planejamento ou à insuficiência deste na implantação de projetos turísticos. A exploração desses recursos naturais, embora gere dividendos econômicos para muitas regiões, se realizada de forma desordenada, provoca impactos no meio ambiente que podem acabar com os mesmos recursos naturais que motivaram a demanda turística. Assim como qualquer outra atividade, o turismo apresenta aspectos positivos e negativos, que devem ser avaliados frequentemente, devido à sua intensa dinâmica e capacidade de estar em constante mutação. É necessário, portanto, que novas formas de exploração dos recursos naturais para fins turísticos

27 Cavernas de Laranjeiras: de refúgio a atrativo turístico 27 sejam impostas, levando em consideração a capacidade de suporte e as condições de sustentabilidade do recurso natural, para que futuras gerações possam usufruir do mesmo benefício (DIAS, 2003). No mundo, existem cerca de 750 cavernas turísticas que atraem um público superior a 30 milhões de pessoas, anualmente (ABETA, 2009). No Brasil, segundo levantamentos preliminares, 175 cavernas apresentam algum tipo de uso turístico, sendo que, aproximadamente, metade deste total conta com atividades consolidadas (LOBO; PERINOTTO; BOGGIANI, 2008). A diversidade das paisagens cársticas permite que inúmeras atividades turísticas sejam realizadas, atendendo a diferentes perfis de público. Ao analisar o potencial espeleoturístico de um sistema subterrâneo, o planejador turístico deve levar em consideração as múltiplas possibilidades que pode haver em uma mesma caverna, transformando, portanto, oportunidades em produtos (LOBO, 2007). O aproveitamento do potencial das cavernas, entretanto, por se tratar de um ambiente frágil, deve ser realizado de forma criteriosa. O uso antrópico, principalmente decorrente da atividade turística, na maior parte das vezes, gera impactos negativos, geralmente decorrentes de: vandalismo proposital, uso do recurso natural além de sua capacidade e falta de planejamento da atividade, segundo Lobo et al. (2010). As interferências causadas pela ação do homem no ambiente físico refletem diretamente em cavernas localizadas nessas zonas, sendo que, a alteração da estrutura original de um sistema cavernícola pode causar um desequilíbrio em todo ecossistema. Independente do tempo em que ocorreu essa antropização, alguns organismos podem ser localmente extintos, devido à falta de adaptação (FERREIRA; HORTA, 2001).

28 CAVERNAS DE LARANJEIRAS 28 Contudo, o espeleoturismo visa a conservação das cavernas, o desenvolvimento econômico local, a satisfação e conscientização dos turistas (LOBO apud LOBO et al., 2010), minimizando, desta forma, os impactos negativos causados pela visitação. As cavernas se apresentam como lugares propícios para o desenvolvimento do turismo, uma vez que comportam belezas que fascinam o homem, além de constituir numa forma de turismo de alto potencial educativo, desde que realizado de maneira adequada (MELLO; FARIA apud KARNOPP et al., 2007). O turismo irregular é um dos responsáveis pela degradação das cavernas, caracterizada pela quebra de formações, inscrições nas paredes das cavernas, poluição por lixo e pisoteio de ornamentações do solo e ainda, a expulsão ou morte de morcegos. Assim, para que as visitações sejam possíveis, é necessário que se faça um planejamento prévio, além de fornecer as informações necessárias aos visitantes (KARNOPP et al., 2007). 4. Perspectivas para Laranjeiras Laranjeiras (Figura 3), elevada à categoria de cidade no dia 04 de maio de 1848, está localizada no território do centro-leste do Estado de Sergipe, distante aproximadamente 18 quilômetros de Aracaju, capital sergipana. Sua sede municipal está situada nas coordenadas geográficas 10º48 22 de latitude sul e 37º10 10 de longitude oeste (BOMFIM, 2002; MENDONÇA; SILVA, 2009). Este município ocupa uma área de 163 km², limitando-se a norte com os municípios de Maruim e Riachuelo, a sul com Nossa Senhora do Socorro, a oeste com Areia Branca e Itaporanga D`Ajuda e a leste com Santo Amaro das Brotas (BOMFIM, 2002 e MENDONÇA; SILVA, 2009). Seu acesso pode ser pela Rodovia Municipal Walter Franco ou pela Rodovia Estadual SE-432, ambas pela Rodovia Federal BR-101 Norte.

29 Cavernas de Laranjeiras: de refúgio a atrativo turístico 29 Figura 3: Mapa dos pólos turísticos do Estado de Sergipe, destacando o município de Laranjeiras e a localização da sua sede. Fonte: SERGIPE, 2011 modificado por Emanuella Carvalho. A cidade de Laranjeiras é berço da cultura, da arte e da religião do Estado e ainda apresenta, na atualidade, grupos de folguedos e manifestações religiosas, além de possuir um conjunto arquitetônico datado do século XVII ao XIX, que resguarda parte da história colonial do Brasil. O município também é constituído por áreas relevantes de recursos naturais como: cavernas, rios e remanescentes do bioma Mata Atlântica (CARVALHO, 2012).

30 CAVERNAS DE LARANJEIRAS 30 O solo deste município apresenta grandes faixas de calcário, o que naturalmente propicia a presença de cavernas, comprovada pelos cadastros do CNC/SBE e CENTRO DA TERRA. As cavernas já cadastradas (Quadro 1) e a potencialidade cárstica do seu território sinalizam a possibilidade de desenvolvimento de atividades turísticas no município de Laranjeiras. Quadro 1: Cavernas cadastradas de Laranjeiras. Código SBE Nome da Caverna Latitude/Longitude Litologia SE_3 Gruta Aventureiros ,78030 S ,95564 W Calcário SE_5 Toca da Raposa, antiga Gruta da Raposa ,09633 S ,29603 W Calcário SE_7 Gruta da Pedra Furada ,90488 S ,89595 W Calcário SE_13 Gruta dos Morcegos, antiga Gruta da Janela ,05964 S ,74032 W Calcário SE_15 Gruta Matriana ,90496 S ,69797 W Calcário SE_17 Gruta Raposinha ,93339 S ,95697 W Calcário SE_18 Gruta da Pedra Furada da Mussuca, antiga Pedra Furada II ,71439 S ,45978 W Calcário/ Calcarenito SE_19 Gruta dos Orixás ,59353 S ,29645 W Calcário SE_23 Gruta do Tramandaí ,57181 S ,49960 W Calcário

31 Cavernas de Laranjeiras: de refúgio a atrativo turístico 31 Código SBE Nome da Caverna Latitude/Longitude Litologia SE_24 Gruta do Faleiro, antiga Gruta Pseudomatriana ,52000 S ,40610 W Calcário A Cadastrar Caverna do Lumo ,58086 S ,38575 W Calcário A Cadastrar Gruta dos Jesuítas ,75341 S ,13645 W Calcário A Cadastrar A Cadastrar Gruta Maria Passava Caverna Mimosinha ,39919 S ,30646 W ,32506 S ,72432 W Calcário Calcário A Cadastrar Toca das Colméias ,47947 S ,17252 W Calcário A Cadastrar Caverna do Túmulo ,19432 S ,00625 W Calcário Fonte: CECAV; CNC/SBE; CENTRO DA TERRA apud Carvalho (2012). A partir da análise de potencialidade turística, realizada a partir dos dados levantados com a ferramenta de Inventário da Oferta Turística Atrativos Turísticos Naturais, Relevo Cárstico, do Ministério do Turismo, Carvalho (2012) aponta que apenas três cavernas apresentam potencial para o turismo. De acordo com a análise supracitada, as cavidades Pedra Furada, Matriana e Tramandaí são as que apresentam maior potencial para a atividade turística. Contudo, existem também, elementos associados que possibilitam agregar valor à visitação, a exemplo da Igreja Nossa Senhora da Conceição da Comandaroba, que está ligada à história dos jesuítas e, uma capela que fica nas proximidades da Gruta do Tramandaí, encontrada durante prospecção realizada por equipe do CENTRO

32 CAVERNAS DE LARANJEIRAS 32 DA TERRA Grupo Espeleológico de Sergipe, durante o Pro-Cavernas Laranjeiras. Esta capela, possivelmente, tenha sido uma das primeiras a ser construída neste município, informação que merece ser averiguada, a fim de comprovar sua veracidade. A Gruta da Pedra Furada (Figura 4) está localizada no Bairro Machado. É a mais conhecida do município e foi cenário da história dos jesuítas em Laranjeiras e objeto de estudo em diferentes épocas. Esta cavidade é classificada como abrigo sob-rocha e se destaca por estar estreitamente ligada às crenças, lendas e história dos moradores locais, fatores que agregam valor para fins de visitação. De acordo com a lenda relatada por moradores locais, durante os ataques dos holandeses, esta gruta foi utilizada pelos jesuítas como esconderijo, vindos da Igreja da Comandaroba, através de um túnel subterrâneo. Além disso, esta cavidade também foi muito utilizada para celebrações e rituais religiosos por católicos e adeptos de religiões afro-brasileiras. A Pedra Furada sofreu forte antropização pelo desmatamento, quebra de espeleotemas e visitação irregular, fatores que a descaracterizaram.

33 Cavernas de Laranjeiras: de refúgio a atrativo turístico 33 Figura 4: Estudantes em Visita à Gruta da Pedra Furada. Fonte: Laysa da Hora Santos, A Gruta da Matriana (Figura 5) é um abrigo sob-rocha e está situada no Bairro Comandaroba, em área de cultivo de cana-de-açúcar em propriedade da Usina São José do Pinheiro. Esta área sofre constantes queimadas por ocasião da colheita da cana, atingindo partes da estrutura rochosa. Também está ligada à história deste município, como cenário dos jesuítas e do artista plástico Horácio Hora, que a retratou em óleo sobre tela (Figura 6). Considerando a história que a circunda, esta gruta demonstra ser uma excelente ferramenta para resgate e transmissão dessa história, aos munícipes e visitantes.

34 CAVERNAS DE LARANJEIRAS 34 Figura 5: Gruta da Matriana. Fonte: Elias Silva, 2010.

35 Cavernas de Laranjeiras: de refúgio a atrativo turístico 35 Figura 6: Pintura em Óleo sobre Tela da Gruta da Matriana, por Horácio Hora. Fonte: Reprodução. A Gruta do Tramandaí (Figura 7), assim como a Pedra Furada, está situada no Bairro Machado, em propriedade privada. É um abrigo sob-rocha e, apesar de pequena e a altura do teto ser inferior a 1,80m, esta cavidade possui beleza cênica representada por seus espeleotemas (Figura 8) em formato de estalactites, escorrimentos e cortinas.

36 CAVERNAS DE LARANJEIRAS 36 Figura 7: Entrada da Gruta do Tramandaí. Fonte: Emanuella Carvalho, Figura 8: Espeleotema da Gruta do Tramandaí. Fonte: Emanuella Carvalho, 2012.

37 Cavernas de Laranjeiras: de refúgio a atrativo turístico 37 Durante muitos anos, moradores locais descartaram resíduos sólidos em seu interior, gerando um acúmulo de lixo, que foi retirado durante atividades do Pro-Cavernas 1. A Tramandaí, no entanto, já é utilizada como ferramenta educacional, abordando a temática de educação ambiental e geomorfologia cárstica que, devido às suas características, apresenta várias possibilidades para transmissão de conhecimento deste tipo de relevo. Estas três cavernas já recebem visitação, em especial, por grupos de estudantes e pesquisadores, o que aponta o perfil da sua demanda turística. Entretanto, há a necessidade de realizar estudo de capacidade de carga, a fim de ordenar a visitação e minimizar o impacto negativo que vem ocorrendo ao longo dos anos. Considerando que a demanda é constituída por pessoas que estão em busca de conhecimento, é importante ainda, sensibilizá-los quanto à conservação destes ambientes e seu entorno. Destas, a Pedra Furada e a Matriana estão presentes em materiais bibliográficos e publicitários, sendo mencionadas como atrativos turísticos, o que revela o reconhecimento do poder público municipal e de entidades de classe, quanto à importância destes ambientes, apontando também, uma nova forma de turismo para Laranjeiras. 5. Conclusão As cavidades naturais subterrâneas penetráveis pelo homem, ou cavernas, sofrem constantes modificações devido ao fenômeno denominado de espeleogênese, que ocorre principalmente com a dissolução das rochas por meio da infiltração da água de forma contínua e lenta. 1 Projeto intitulado originalmente como Identificação e estruturação de potencialidades turísticas associadas às cavernas do município de Laranjeiras/SE, executado pelo Centro da Terra: Grupo Espeleológico de Sergipe, no período de Junho a Dezembro de 2012.

38 CAVERNAS DE LARANJEIRAS 38 Essas cavidades naturais podem ser classificadas de acordo com a sua morfologia e caracterizam-se por apresentar ambientes especiais, devido geralmente, à ausência de luz e tendência a estabilidade ambiental. O meio subterrâneo se configura como um ecossistema singular, podendo apresentar uma fauna exclusiva e especializada. No Brasil, todas as cavernas são de propriedade da União, e a legislação de alguns municípios, Estados e principalmente no âmbito federal, preveem a preservação do patrimônio espeleológico devido a sua importância natural, científica, cultural e turística. Por conta do grande potencial espeleológico e extenso tamanho territorial, o país tem perspectivas de apresentar um número muito superior, ao registrado oficialmente pelo Cadastro Nacional de Cavernas do Brasil da Sociedade Brasileira de Espeleologia. No Estado de Sergipe, a maior concentração de cavernas é no município de Laranjeiras, localizado na região centro-leste do Estado, com 16 ocorrências, que são: Caverna dos Aventureiros, Toca da Raposa, Gruta da Pedra Furada, Gruta dos Morcegos, Gruta Matriana, Gruta Raposinha, Gruta da Pedra Furada da Mussuca, Gruta dos Orixás, Gruta do Tramandaí, Gruta do Faleiro, Caverna do Lumo, Gruta dos Jesuítas, Gruta Maria Passava, Gruta Mimosinha, Toca das Colméias e Caverna do Túmulo. O ambiente cavernícola sempre despertou interesse e fascínio no homem, desde a Pré-História, servindo de abrigos para sobrevivência, moradias, explorações científicas, atração religiosa e turismo. Fatos evidenciados pelos inúmeros vestígios encontrados nessas cavidades, como: pinturas rupestres, restos de fogueiras, ossadas, elementos religiosos, vestimentas entre outros. Ao longo do tempo a ocupação e a utilização das cavidades naturais subterrâneas foram se modificando, atraindo um número cada vez maior de pesquisadores e visitantes.

39 Cavernas de Laranjeiras: de refúgio a atrativo turístico 39 De acordo com o apanhado histórico, evidencia-se a mudança do uso das cavernas, também no município de Laranjeiras. Estas cavidades naturais já foram utilizadas como refúgio contra intempéries climáticas, esconderijo em tempos de conflitos, para pesquisa, mineração e, atualmente, também para atividades turísticas. O turismo em cavernas vem crescendo em consonância com a revalorização dos recursos naturais, mas, quando realizado de forma desordenada, promove a degradação destes ambientes frágeis. Contrapondo a esta problemática, havendo planejamento, o turismo espeleológico pode ser ferramenta de conscientização, que favorece a conservação do patrimônio espeleológico, o que se refere aos componentes bióticos, abióticos, o corpo rochoso, os vestígios de ocupação ancestral e as relações geradas entre estes elementos e as comunidades locais. O espeleoturismo é motivado principalmente pela curiosidade com relação a sua formação peculiar, sua fauna, seus registros históricos, seus aspectos paleontológicos e por se constituir em uma aventura. As paisagens cársticas diversificadas permitem ao planejador turístico, atender um público constituído de perfis distintos. Das cavidades cadastradas, até o mês de abril de 2015, no município de Laranjeiras, três foram identificadas através de estudos realizados com o objetivo de analisar a potencialidade para o desenvolvimento de atividades espeleoturísticas do município, sendo estas, já frequentadas, especialmente por pesquisadores e estudantes. As cavernas Pedra Furada, Matriana e Tramandaí, apresentam características e elementos a elas associados, que a destacam e despertam interesse para visitação. Contudo, é imprescindível que haja um planejamento responsável, respeitando as especificidades destes ambientes e as legislações pertinentes.

40 CAVERNAS DE LARANJEIRAS 40 Além disso, é extremamente importante que a comunidade esteja presente em todo o processo de planejamento, sensibilizando-a e gerando nela, um sentimento de identidade com estes ambientes e suas histórias, de forma que se tornem parceiros para conservação e desenvolvimento de um turismo planejado. O espeleoturismo visa não só a satisfação dos turistas, mas também sua conscientização para a importância da conservação das cavernas, além de proporcionar melhorias para a economia local. 6. Referências ARAÚJO, S. M. S.; SILVA, E. L. Ecoturismo, desenvolvimento sustentável e planejamento: política brasileira e potencialidades do Sertão Paraibano. Caderno Virtual de Turismo, v. 6, n. 3, p , ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DE ECOTURISMO E TURIS- MO DE AVENTURA. Manual de boas práticas de espeleoturismo. Belo Horizonte, p. (Série Aventura Segura). AULER, A. S.; SMART, P. L. Toca da Boa Vista (Campo Formoso), BA: A maior caverna do hemisfério sul. In: SCHOBBENHAUS, C.; CAMPOS, D. A.; QUEIROZ, E. T.; WINGE, M.; BERBERT-BORN, M. (Eds.). Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil. Belo Horizonte: Bristol, 1999, p BAHIA, G. R.; FERREIRA, R. L. Influência das características físico-químicas e da matéria orgânica de depósitos recentes de guano de morcego na riqueza e diversidade de invertebrados de uma caverna calcária. Revista Brasileira de Zoociências, Juiz de Fora, v. 7, n. 1, p , BARRETO, E. A. S.; et al. Levantamento espeleológico do Estado de Sergipe: diagnóstico preliminar do Município de Laranjeiras. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ESPELEOLOGIA, 28., 2005, Campinas, SP. Anais... Campinas, p

41 Cavernas de Laranjeiras: de refúgio a atrativo turístico 41 BARRETO, L. A. O tesouro dos jesuítas em Sergipe (I). Pesquisa de Sergipe / InfoNet, Aracaju, Disponível em: < infonet.com.br/luisantoniobarreto/ler.asp?id=9106&titulo=luis_antonio_barreto>. Acesso em: 10 nov BARRETTO, M. Manual de iniciação ao estudo do turismo. 13. ed. Campinas: Papirus, BICHUETTE; M. E.; SANTOS, F. H. S. Levantamento e Dados Ecológicos da Fauna de Invertebrados da Gruta dos Paiva, Iporanga, SP. O Carste, Belo Horizonte, v. 10, n. 1, p , BOMFIM, F. S.; SOUZA, N. V. Dos templos religiosos católicos à formação do Museu de Arte Sacra: referenciais identitários da comunidade local do município de Laranjeiras, em Sergipe, nordeste do Brasil. In: SEMI- NÁRIO DE ESTUDOS CULTURAIS, IDENTIDADES E RELAÇÕES INTERÉT- NICAS, 1., 2009, São Cristovão. Anais... São Cristovão: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, BRANNER, J.C. The Cretaceous and Terciary Geology of the Sergipe- -Alagoas basin of Brazil. Transactions of the American Philosophical Society New series 16(3): , BRASIL. Decreto Federal nº 6.640, de 7 de novembro de Diário Oficial da União de 10 de nov. de 2008, Brasília, DF, Seção 1, p. 8.. Decreto Federal nº , de 1 de outubro de Diário Oficial da União, n. 190, Brasília, DF, Seção 1, p Ministério do Turismo. Manual do pesquisador: inventário da oferta turística. Brasília, DF, CADASTRO NACIONAL DE CAVERNAS DO BRASIL. Regiões do Brasil. Disponível em: < RegioesBrasil>. Acesso em: 03 abr CARVALHO, E. S. Análise do potencial turístico do patrimônio espeleológico no município de Laranjeiras/SE. Monografia (Graduação em Tecnologia em Gestão de Turismo), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe, Aracaju, DIAS, R. Turismo sustentável e meio ambiente. São Paulo: Atlas, 2003.

42 CAVERNAS DE LARANJEIRAS 42 DIAS, R.; AGUIAR, M. R. Fundamentos do turismo: conceitos, normas e definições. Campinas, SP: Alínea, DONATO, C. R. Análise de impacto sobre as cavernas e seu entorno no Município de Laranjeiras, Sergipe Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente) Programa de Pos-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, FERREIRA, R. L.; HORTA, L. C. S. Natural and human impacts on invertebrate communities in Brazilian caves. Revista Brasileira de Biologia. São Carlos, v. 61, n. 1, p. 7-17, FERREIRA, R. L.; MARTINS, R. P. Cavernas em risco de extinção. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, v. 29, n. 173, p , Guano de morcegos: fonte de vida nas cavernas. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, v.25, n. 146, p , FIGUEIREDO, L. A. V. História da Espeleologia Brasileira: protagonismo e atualização cronológica. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ESPELEOLOGIA, 31., 2011, Ponta Grossa. Anais... Ponta Grossa: SBE, p FREIRE, F. História de Sergipe: Rio de Janeiro, RJ: Tipografia Perseverança, Disponível em: < com>. Acesso em: 06 nov GOMES, F. T. M. C.; FERREIRA, R. L.; JACOBI, C. M. Comunidade de artrópodes de uma caverna calcária em área de mineração: composição e estrutura. Revista Brasileira de Zoociências, Juiz de Fora, v. 2, n. 2, p , HOENEN, S.; MAEQUES, M. D. Adaptação atemporal e o ambiente cavernícola: uma interpretação. Biotemas, Florianópolis, v. 13, n. 1, p , IGNARRA, L. R. Fundamentos do turismo. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, KARNOPP, P. K. F.; et al. Espeleologia: um instrumento de difusão da educação ambiental em atividades ecoturísticas. Physis, 2007.

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44 CAVERNAS DE LARANJEIRAS 44 em Laranjeiras (Sergipe). In: SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA, 26., 2011, São Paulo. Anais... São Paulo: USP, p ORAZEM, R. B. Os altares-mores das igrejas de Laranjeiras/Sergipe. Revista Ohun, ano 4, n. 4, p , dez PEREIRA, G. V. Cavernas na APA de Cafuringa. In: NETTO, P. B.; MECE- NAS, V. V.; CARDOSO, E. S. (Eds.). APA de Cafuringa: a última fronteira natural do DF. SEMARH Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Brasília, DF, PRESS, F.; et al. Para entender a terra. Tradução: MENEGAT, R.; et al. Porto Alegre: Bookman, PROUS, A. Arqueologia em regiões cársticas. In: Carste 2004 I Encontro Brasileiro de Estudos do Carste, 2004, Belo Horizonte. Caderno de Resumos. Belo Horizonte: FIEMIG Trade Center, ROCKTAESCHEL, B. M. M. M. Terceirização em áreas protegidas: estímulo ao ecoturismo no Brasil. São Paulo: Senac São Paulo, SERGIPE (Estado). Secretaria de Estado do Planejamento. Gerência de Informações Geográficas e Cartográficas do Estado de Sergipe. Pólos Turísticos Sergipe: GIGEC/SUPES/SEPLAN, mapa, color. SILVA, F. J. Invertebrados de cavernas do Distrito Federal: diversidade, distribuição temporal e espacial Tese (Doutorado em Ecologia) Instituto de Ciências Biológicas, Universidade de Brasília, Brasília, DF, SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESPELEOLOGIA. Cadastro Nacional de Cavidades Naturais. Comissão de Cadastro, Espeleometria e Províncias Espeleológicas. Campinas, Disponível em: < >. Acesso em: 12 out TRAJANO, E. Fauna de invertebrados: um mundo à parte. Redespeleo Brasil, São Paulo, abr Seção Espeleologia/Biologia. Disponível em: < Acesso em: 30 out TRAJANO, E.; BICHUETTE, M. E. Biologia Subterrânea: Introdução. São Paulo: Redespeleo, 2006.

45 Levantamento Superficial de Fauna e do Estado de Conservação do Entorno das Cavernas de Laranjeiras 45 Autora: Jéssica Alecsandra de Jesus Silva 1 Revisão e colaboração: Elias José da Silva 2 Sofia Cerqueira Schettino 3 Patrício Adriano da Rocha 4 ¹Graduando em Ciências Biológicas Bacharelado pela Universidade Federal de Sergipe 2 Espeleólogo, Centro da Terra Grupo Espeleológico de Sergipe 3 Bióloga e Mestre em Ecologia e Conservação pela Universidade Federal de Sergipe 4 Doutor em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Sergipe

46 CAVERNAS DE LARANJEIRAS Levantamento Superficial de Fauna Apesar do expressivo patrimônio espeleológico do município de Laranjeiras, pouco é encontrado na literatura, para o público em geral, sobre a sua fauna e flora, sendo limitados, quase que exclusivamente ao meio científico, o que levou a motivação do presente trabalho de realizar um levantamento preliminar das principais espécies que habitam o entorno dessas cavidades. Espera-se que os resultados auxiliem ações de pesquisa e conservação da biodiversidade de Laranjeiras, mais especificamente a cavernícola ou a essa associada. O levantamento preliminar da fauna ateve-se a fauna epígea (ambiente externo) e ocorreu nos meses de agosto, setembro, outubro e novembro de Este foi desenvolvido ao longo das trilhas que conduzem às cavernas inseridas nos Roteiros Turísticos e permitiram a identificação de fauna de vertebrados e dos seus pontos críticos. Para tal levantamento, foi feita a aplicação dos questionários (APÊNDICE A) que ocorreu em todas as comunidades do entorno das cavernas de Laranjeiras e, ao total, foram 37 questionários sendo que o recorte da amostra foi aleatório sem valor probabilístico, para tanto foram percorridas as trilhas já existentes no entorno das cavernas e abordadas pessoas nelas presentes, em especial agricultores e caçadores, moradores dos bairros e povoados próximos. Foram identificados os espécimes ao menor nível taxonômico possível, gerando inventários faunísticos, considerando representantes da mastofauna (mamíferos), avifauna (aves) e herpetofauna (anfíbios e répteis).

47 Levantamento superficial de fauna e do estado de conservação do entorno das cavernas de Laranjeiras 47 Caracterização da Mastofauna Os animais conhecidos por mamíferos, compreendem todas as espécies da Classe Mammalia, eles apresentam uma grande diversidade de hábitos, habitats, comportamentos e adaptações para sobreviverem nos mais variados tipos de ambientes, e em condições extremas de clima e disponibilidade de recursos. Essas variações dificultam sua identificação, necessitando de um esforço contínuo e diferenciando para abranger tamanha diversidade (KOEPFLI et al, 2008). Nas avaliações da fauna de mamíferos, foi considerada nos levantamentos, qualquer espécie representativa da mastofauna silvestre, pertencente às ordens Didelphimorphia, Chiroptera, Xenarthra (dasypodidae), Primates (Cebidae), Lagomorpha, Carnívora (Felidae, Canidae e Procyonidae), Artiodactyla (cervidae) e Rodentia. Dada a grande diversificação supracitada, para maximizar o levantamento desses mamíferos fez-se necessário, além dos questionários, a utilização integrada de dois métodos: a) Armadilhas de pegadas Iscas foram colocadas em parcelas de areia, devidamente preparadas, de tal maneira a permitir que os animais atraídos deixem impressas suas pegadas. Através das pegadas pudemos identificar os animais que as deixaram. b) Busca ativa Consistiu em fazer transectos noturnos, a fim de conseguir observações diretas de animais forrageando. Além dos transectos, as rodovias próximas foram percorridas de carro em busca de animais atropelados. Como resultado foi identificado a ocorrência de 16 espécies de mamíferos pertencentes a 17 ordens. Os dados coletados foram tabulados de forma que possibilitassem a sua inserção em um acervo de dados, com a apresentação do maior número

48 CAVERNAS DE LARANJEIRAS 48 de espécies relatadas com a identificação ao menor nível taxonômico possível (Tabela 1). Tabela 1: Nome popular e táxon dos mamíferos relatados em questionários nas trilhas de acesso às cavernas turísticas de Laranjeiras, Sergipe, Brasil. Táxon Ordem Rodentia Familia Caviida Hydrochoerus hydrochaeris (Linnaeus,1766) Ordem Lagomorpha Familia Leporidae Sylvilagus brasiliensis (Gray, 1867) Ordem Rodentia Família Dasyproctidae Dasyprocta sp. Ordem Carnivora Família Mustelidae Galictis cuja (Molina, 1782) Ordem Didelphimorphia Família Didelphidae Didelphis albiventris (Lund, 1940) Ordem Carnivora Família Felidae Leopardus tigrinus Ordem Carnivora Família Procyonidae Procyon cancrivorus (G. [Baron] Cuvier, 1798) Ordem Carnivora Família Mustelidae Lontra longicaudis (Olfers, 1818) Ordem Chiroptera Ordem Rodentia Família Cuniculidae Cuniculus paca (Linnaeus, 1766) Ordem Rodentia Família Caviidae Galea sp. Nome popular Capivara Coelho-do-mato Cutia Furão Gambá Gato-do-mato pequeno Guaxinim ou mão pelada Lontra Morcegos Paca Preá

49 Levantamento superficial de fauna e do estado de conservação do entorno das cavernas de Laranjeiras 49 Táxon Ordem Carnívora Família Canidae Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766) Ordem Primates Família Callithricidae Callithrix penicillata (É. Geoffroy, 1812) Ordem Pilosa Família Myrmecophagidae Tamandua tetradactyla (Linnaeus, 1758) Ordem Cingulata Família Dasypodidae Dasypus novemcinctus (Linnaeus, 1758) Ordem Cingulata Família Dasypodidae Euphractus sexcintus (Linnaeus, 1758) Ordem Artiodactyla Família Cervidae Ozotocerus bezoarticus (Linnaeus, 1758) Nome popular Raposa Sagui Tamanduá Mirim Tatu galinha ou verdadeiro Tatu peba ou peludo Veado-campeiro Fonte: autor, Na aplicação de questionários pôde-se notar que grande parte da população, principalmente os mais velhos, demonstrou preocupação com o desaparecimento de certas espécies que antes eram encontradas facilmente. Dentre estes foram mencionados o veado-campeiro, a capivara e o tatu. Segundo relatos, seria em consequência da caça indiscriminada e proibida dessas espécies em áreas de Reserva Legal e em Áreas de Preservação Permanente. Atribuem a culpa também, às plantações de cana-de-açúcar, que consequentemente desmatam os abrigos e refúgios desses animais, além das queimadas.

50 CAVERNAS DE LARANJEIRAS 50 Acervo fotográfico das armadilhas de pegadas e busca ativa: Figura 1: Foto de um antigo caçador, morador do Machado- Dasypus novemcinctus (Linnaeus, 1758) - Tatu galinha. Figura2: Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766) Raposa. Encontrada na estrada entre Laranjeiras e Socorro. Figura3: Pegada encontrada entre a Caverna do Faleiro e a Gruta da Matriana. Procyon cancrivorus (G. [Baron] Cuvier, 1798) -Guaxinim ou mão pelada. Figura 4: Fezes encontradas em propriedade particular, próximo à Gruta do Tramandaí. Sylvilagus brasiliensis (Gray, 1867) - Coelho, tapeti. Figura 5: Foto tirada próximo a Caverna do Faleiro. Provavelmente de um Leopardus tigrinus (Schreber, 1775)- Gato-do-mato-pequeno. Figura 6: Exemplar de Tamanduá mirim que vive em cativeiro e ocorre na região. Tamandua tetradactyla (Linnaeus, 1758). Identificações acima: Patrício Adriano da Rocha, Doutor em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Sergipe.

51 Levantamento superficial de fauna e do estado de conservação do entorno das cavernas de Laranjeiras 51 Caracterização da Avifauna Calcula-se que hoje, aproximadamente de espécies viventes de aves no planeta. A América do Sul possui cerca de espécies (SIBLEY & MONROE, 1990), destas são registradas para o Brasil (CBRO, 2014). Para a caracterização da avifauna foram usadas, além dos questionários, observação e fotografia, com registro do local de ocorrência (vegetação), presença de ninhos e filhotes, época do ano e outras características relevantes. Foi obtida, a partir das metodologias aplicadas, a ocorrência de apenas 21 espécies de aves nas referidas trilhas, listadas a seguir na tabela 2. Tabela 2: Nome popular e táxon das espécies de aves relatadas em questionário em trilhas de acesso às cavernas turísticas de Laranjeiras, Sergipe, Brasil. Táxon Ordem Cuculiformes Família Cuculidae Crotophaga sp Ordem Galliformes Família Cracidae Ortalis guttata (Spix, 1825) Ordem Passeriformes Família Tyrannidae Pitangus sulphuratus. (Linnaeus, 1766) Ordem Passeriformes Família Emberizidae Sporophila bouvreuil (Statius Muller, 1776) Ordem Passeriformes Família Emberizidae Sicalis flaveola Ordem Falconiformes Família Falconidae Caracara plancus (Miller, 1777) Ordem Strigiformes Família Strigidae Athene cunicularia Nome popular Anum Aracuã Bem-te-vi Caboclinho Canário da terra Carcará Coruja buraqueira

52 CAVERNAS DE LARANJEIRAS 52 Táxon Ordem Columbiformes Família Columbidae Columbina Columbina squammata (Lesson, 1831) Ordem Pelecaniformes Família Ardeídeos Ordem Accipitrídeos Ordem Columbiformes Família Columbidae Ordem Passeriformes Família Emberizidae Sporophila intermedia (Cabanis, 1851) Ordem Tinamiforme Família Tinamidae Rhynchotus rufescens (Temminck, 1815) Ordem Piciforme Família Picídeos Ordem Charadriiformes Família Charadriidae Vanellus chilensis (Molina, 1782 Ordem Columbiforme Família Columbidae Ordem Passeriformes Família Turdidae Ordem Passeriformes Família Fringillidae Ordem Gruiformes Família Rallidae Ordem Accipitriformes ou Cathartiformes Família Catartídeos Ordem Passeriformes Família Tyrannidae Colonia colonus (Veillot, 1818) Fonte: autor, Nome popular Fogo-apagou Garça Gavião Juriti Papa-Capim Perdiz Pica-pau Quero-quero Rolinha Sabiá Sanhaço Três potes Urubus Viuvinha

53 Levantamento superficial de fauna e do estado de conservação do entorno das cavernas de Laranjeiras 53 Pôde-se perceber nos depoimentos que os moradores locais detém forte conhecimento acerca do nome popular de várias espécies de aves. Muitos reclamaram também da diminuição na frequência de muitas das espécies citadas, culpando a perda da vegetação nativa. Acervo fotográfico da busca ativa: Figura 7: Coruja-orelhuda - Pseudoscops clamator (Vieillot, 1808) Figura 8: Coruja buraqueira- Athene cunicularia (Molina,1972). Figura 9: Visualização de Carcará- Caracara plancus (Miller, 1777), próximo a Gruta da Matriana Figura 10: Restos de um urubu. Família Catartídeos. Encontrado na Caverna do Faleiro

54 CAVERNAS DE LARANJEIRAS 54 Figura 11: Ninho de beija-flor em planta urticante próximo à Caverna do Faleiro. Figura 12: Caracara plancus (Miller, 1777), fotografado no Parque dos Falcões, Itabaiana-SE. Caracterização da Herpetofauna Os anfíbios e répteis constituem o que chamamos de herpetofauna. Formam um grupo encontrado em quase todas as taxocenoses terrestres. A herpetofauna brasileira é uma das mais ricas do mundo com atualmente 849 espécies de anfíbios (SBH,2009) e 808 táxons de répteis conhecidos (COSTA & BÉR- NILS, 2014). No estado de Sergipe, apesar de vários trabalhos, ainda há muito da herpetofauna para se conhecer. Além dos questionários, todos os espécimes de cada espécie de anfíbios e répteis encontrados foram identificados e fotografados a partir da metodologia abaixo: a)busca ativa com tempo determinado Foram realizadas caminhadas pelo trajeto do roteiro turístico. As buscas foram realizadas principalmente no período do dia e quando possível à noite de modo a abranger os horários

55 Levantamento superficial de fauna e do estado de conservação do entorno das cavernas de Laranjeiras 55 de atividade dos dois grupos (répteis e anfíbios). No período diurno foram adotados os seguintes horários: das 8h às 11 h e das 14h às 17 h. No que se refere à herpetofauna os moradores relataram considerável declínio na aparição de alguns anfíbios em decorrência da drenagem de nascentes, seca de riachos e ao desmatamento da mata ciliar. Quanto aos répteis, denunciaram a caça abusiva de Tupinambis sp. (Teiús) e iguanas. A tabela 3 apresenta a herpetofauna identificada no levantamento prelimirar. Tabela 3: Nome popular e táxon da herpetofauna relatados em questionários, Sergipe, Brasil. Táxon Ordem Squamata Família Iguanidae Ordem Squamata Família Colubridae Ordem Squamata Família Elapidae Micrurus lemniscatus (Linnaeus, 1758) Ordem Squamata Família Viperidae Ordem Squamata Família Viperidae Ordem Squamata Família Boidae Boa Constrictor (Linnaeus, 1758) Ordem Squamata Família Boidae Epicrates cenchria (Linnaeus, 1758) Ordem Crocodylia Ordem Squamata Família Teiidae Tupinambis sp. Ordem Anura Família Leptodactlydae Leptodactylus vastus (Lutz, 1930) Fonte: autor, Nome popular Iguana Cobra-cipó Cobra Coral Cobra Jaracuçu Cobra Jararaca Cobra Jiboia Cobra Salamanta Jacaré Teiú Gia-de-peito

56 CAVERNAS DE LARANJEIRAS 56 Acervo fotográfico da Busca Ativa: Figura 13: Leptodactylus vastus (Lutz, 1930) na Gruta da Pedra Furada. Espécie também muito vista na Gruta da Mimosinha. Figura 14: Ecdise de cobra, provavelmente Epicrates cenchria (Linnaeus, 1758) na Caverna do Faleiro. Espécie muito encontrada nas cavernas. Figura 16: Espécime de Tupinambis sp. capturado por morador do Machado e posteriormente solto. Figura 15: Visualização de Iguana, família Iguanidae próximo à Gruta da Pedra Furada

57 Levantamento superficial de fauna e do estado de conservação do entorno das cavernas de Laranjeiras Levantamento superficial do estado de conservação das Cavernas do Roteiro Turístico e adjacências Todas as cavidades naturais amostradas apresentaram presença de lixo, desmatamento da vegetação do entorno, vestígios de poluição industrial (presença de pó de cimento na vegetação) e espécies invasoras, tais como o caramujo africano, o capim manteiga, bambu, dentre outras. Gruta da Pedra Furada: a Gruta da Pedra Furada foi utilizada por muito tempo como templo religioso, onde eram realizadas missas. Atualmente, segundo relatos, essas celebrações não acontecem mais, porém ocorre visitação turística e de lazer desordenadamente, o que tem acelerado processos erosivos e afugentado a fauna. Ocorrem também atividades de caça motivada como atividade de lazer por moradores das redondezas e pôde-se encontrar lixo em seu interior e entorno. Figura 17: Gruta da Pedra Furada Fonte: acervo do CENTRO DA TERRA

58 CAVERNAS DE LARANJEIRAS 58 Gruta do Tramandaí: a gruta foi por muito tempo utilizada como depósito de lixo de origem doméstica pela comunidade que vivia no seu entorno, depois da desapropriação da área e relocação dos moradores, feita pela fábrica de cimento CIMESA, a vegetação tem se recuperado e houve redução deste impacto devido a fiscalização da mesma, porém vestígios de resíduos sólidos recentes tanto na caverna quanto em seu entorno comprovam a contínua entrada e utilização da área. Figura 18: Gruta do Tramandaí em agosto de Fonte: acervo do CENTRO DA TERRA

59 Levantamento superficial de fauna e do estado de conservação do entorno das cavernas de Laranjeiras 59 Figura 19: Coleta de resíduos na Gruta do Tramandaí, novembro de Fonte: acervo do CENTRO DA TERRA Olheiro: o Olheiro (uma nascente que se encontra em propriedade particular próximo à Gruta do Tramandaí) antigamente era muito utilizada para o banho e lazer, hoje, encontra-se imprópria para o banho e visivelmente eutrofizado, a nascente não impulsiona água como antes (provavelmente devido a degradação da vegetação do entorno), fazendo com que a água fique parada, acumulando resíduos. Seu entorno também estava repleto de vestígios de atividades antrópicas, como garrafas pets, vidros e resíduos sólidos no geral.

60 CAVERNAS DE LARANJEIRAS 60 Figura 20: Olheiro eutrofizado, agosto de Fonte: acervo do CENTRO DA TERRA Figura 21: Coleta de resíduos no entorno do Olheiro, agosto de Fonte: acervo do CENTRO DA TERRA

61 Levantamento superficial de fauna e do estado de conservação do entorno das cavernas de Laranjeiras 61 Gruta da Matriana: local conhecido pela pintura do rosto de um homem por Horácio Hora, aparentemente, encontra-se conservado, só não pela vegetação que originalmente recobria o afloramento rochoso, pois foi substituída por agricultura de subsistência, e seu entorno, por um grande canavial pertencente à Usina Pinheiro. Gruta do Faleiro: apesar de estar localizada no mesmo canavial que a Matriana, estando a poucos metros desta, ainda preserva resquícios da sua Mata Atlântica original. Por estar ao lado de plantações de cana (área muito desmatada) a fauna local é escassa, além disso, há resíduos sólidos como botas, garrafas e quentinhas usadas pelos trabalhadores do canavial. 3. Conclusão No presente levantamento preliminar foi possível identificar a ocorrência de 16 espécies de mamíferos, 21 espécies de aves, 9 espécies de répteis e 1 espécie de anfíbio, nos meses amostrados. Tais valores tímidos reafirmam o grau de perturbação que as trilhas ocasionam a fauna local. Essas trilhas são utilizadas desordenadamente por visitantes e turistas, e pelos moradores locais. Segundo o depoimento de moradores locais, a fauna tem diminuído ao longo dos anos e pouco se manteve ou se conserva da fauna original. O município de Laranjeiras apresenta a vegetação modificada pela agricultura, mais especificamente pelo cultivo de cana-de-açúcar, com ocorrência de coivara a cada seis meses, indústrias ceramistas e mineradoras de cimento, de criação de gado, além do uso extrativista irrestrito de moradores, tais fatores provavelmente levaram a fauna a procura de áreas menos antropizadas. Outra problemática na localidade relevante e preocupante é o fato de rios e nascentes estarem secando devido à captação por empresas de abastecimento que fornecem água para a população local.

62 CAVERNAS DE LARANJEIRAS 62 Os problemas ambientais mais citados durante a aplicação dos questionários foram: a poluição causada pela Fábrica de Cimento Votorantim Cimesa, a poluição causada pela Usina Pinheiro e a caça ilegal. A poluição causada pela Fábrica de Cimento Votorantim Cimesa. Segundo relatos, vem acarretando diversos problemas de saúde para a população (especialmente a do Povoado Machado), além da poluição à mata que se encontra visivelmente prejudicada pela deposição do pó liberado pelas chaminés da fábrica, porém paradoxalmente, ao observar imagens aéreas e mesmo percorrer as localidades, percebe-se que as áreas vegetadas e nascentes estão mais bem conservadas e presentes dentro da propriedade particular da fábrica de cimento, enquanto que nas pequenas propriedades particulares do entorno da fábrica a vegetação têm sido gradativamente desmatada e as nascentes suprimidas. Outro problema também citado, pelos moradores, foi a poluição dos rios causada pela Usina Pinheiro que de tempos em tempos realiza a limpeza de seus equipamentos, liberando resíduos altamente poluentes e fazendo com que a água, com altas temperaturas, seja despejada no rio Cotinguiba matando peixes e demais espécies aquáticas, além de prejudicarem os criadores de gado, que necessitam dessa água para a sobrevivência de seus animais. A caça local foi relatada como prática de recreação por parte dos moradores locais, no entanto os mesmos lamentam a diminuição das populações de animais para a atividade o que tem inviabilizado a mesma. Tais relatos deixam claro que a comunidade necessita de sensibilização ambiental e de oficinas ou cursos que os capacitem a utilizar seus recursos naturais de forma sustentável. Assim pôde-se no presente trabalho identificar que as principais cavidades naturais e seus roteiros sofrem intenso impacto ambiental oriundo das atividades antrópicas, e que se fazem

63 Levantamento superficial de fauna e do estado de conservação do entorno das cavernas de Laranjeiras 63 necessários nessa localidade estudos mais aprofundados sobre a fauna local bem como ações que promovam a sensibilização ambiental e as práticas sustentáveis no intuito de melhor conservar seu patrimônio natural. 4. Referências ALMEIDA, E.A.B.; BARRETO, E.A. de S.; SILVA, E.J. da; DONATO, C.R.; DAN- TAS, M.A.T. Levantamento espeleológico de Sergipe: abordagem geomorfológica da caverna de Pedra Branca, Laranjeiras, Sergipe. Anais Congresso Brasileiro de Geomorfologia, 6, Goiânia, GO, BARRETO, E. A. S., ALMEIDA, E. A. B., RODRIGUES, V. P. A, et al. Levantamento Espeleológico do Estado de Sergipe: Diagnóstico preliminar do Município de Laranjeiras. Anais do XXVIII Congresso Brasileiro de Espeleologia. Campinas, São Paulo, p CARVALHO, M.S.S. de & GALLO, V. The presence of Ptychodus (Chondrichthyes, Hybodontoidea) in the Cotinguiba formation, upper Cretaceous of the Sergipe-Alagoas basin, northeasthern Brazil. In: Simpósio sobre o Cretáceo do Brasil, 6 / Simposio sobre el Cretácico de América del Sur, 2, São Pedro, SP, p CBRO, Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos. Disponível em < acesso em: 11 de fevereiro de COSTA, H.C.; BÉNILS, R.S. Lista de répteis. Disponível em <www. Sbhhepetologia.org.br/LISTAS/ mudançataxonomicas. pdf> acesso em: 11 de fevereiro de FERREIRA, E.A.S, OLIVEIRA, D.M., DONATO, C.R., et al. Levantamento da herpetofauna da Gruta da Raposinha, Laranjeiras, Sergipe- Dados Preliminares. Anais do XXX Congresso Brasileiro de Espeleologia, Montes Claros- MG, p KOEPFLI, K.P. DEERE, K.A. SLATER, G.J. Multigene phylogeny of the Mustelidae: resolving relationships, tempo and biogeographic history of a mammalian adaptive radiation. BMC Biology, v. 6, n

64 CAVERNAS DE LARANJEIRAS 64 LINO, C.F. Cavernas: o fascinante Brasil subterrâneo. São Paulo: Gaia, SIBLEY, C.G. & MONROE, B.L.. Distribution and taxonomy of birds of the world. New Haven, Yale University Press, SCHOBBENHAUS, C.; CAMPOS, D. DE A.; QUEIROZ, E.T. DE; BERBERT- T-BORN, M.L.C. (eds.). Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil. Brasília: DNPM, p SBE. Cadastro nacional de cavernas do Brasil (CNC). Campinas: SBE, Disponível em: < Acesso em: dez SBH. Lista de répteis brasileiros. São Paulo: SBH, Disponível em: < Acesso em: dez

65 Levantamento superficial de fauna e do estado de conservação do entorno das cavernas de Laranjeiras Apêndice Questionários Nome: Profissão: Data: 1- Quais mamíferos são vistos próximos às cavernas? Você sabe o nome deles? Pode descrever? 2- Quais aves são vistas próximas às cavernas? Você sabe o nome delas? Pode descrever? 3- Quais répteis (cobras, lagartos etc.) são vistos próximos às cavernas? Você sabe o nome deles? Pode descrever? 4- Quais anfíbios (sapos, pererecas etc.) são vistos próximos às cavernas? Você sabe o nome deles? Pode descrever? 5- As pessoas costumam caçar? Para quê? Quais animais? 6- A coleta e destinação de resíduos sólidos são um problema crescente? Como são feitas?

66 CAVERNAS DE LARANJEIRAS Quais problemas ambientais são encontrados na região? 8- A mata mudou muito desde que você mora aqui? Como era? Ficou melhor ou pior? 9- Os rios também tiveram algum tipo de mudança? 10- Como eram as cavernas? houve mudanças? 11- Vocês utilizam a mata de alguma maneira (diversão, alimentação, extração de madeira para lenha etc.)? 12- Vocês utilizam algum tipo de veneno para matar insetos ou outros animais que prejudicam a agricultura? Que tipo de veneno? 13- Dos problemas ambientais que você citou, quem você acha que é o maior responsável? (comunidade, fazendeiros, prefeitura, fábricas, usinas - pedir para citar nomes). 14- Possui água encanada? De onde retira a água? 15- Para onde vai o esgoto?

67 67 Diagnóstico da Vegetação do Entorno de Cavernas em Remanescentes de Mata Atlântica no Município de Laranjeiras, Sergipe, Brasil Leuciane Andrade Gomes 1 Rainan Matos Deda 2 Eládio dos Santos 3 Ana Paula do Nascimento Prata 4 1 Acadêmica do Curso de Engenharia Agronômica, Universidade Federal de Sergipe. 2 Licenciada em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Sergipe. 3 Técnico do Departamento de Biologia, Universidade Federal de Sergipe. 4 Doutora em Botânica. Docente do Departamento de Biologia, Universidade Federal de Sergipe.

68 CAVERNAS DE LARANJEIRAS Introdução A Mata Atlântica seguia toda a extensão do litoral brasileiro, desde o Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, percorrendo uma área de 1,3km². Atualmente, boa parte da faixa litorânea que um dia foi um exuberante ecossistema deu lugar a centros urbanos, pastagens e culturas de solos (LANDIM & SIQUEIRA, 2001). A contínua fragmentação das florestas tropicais e a degradação de outros tipos de ecossistemas, juntamente às alterações climáticas do planeta, são algumas das mudanças ambientais de maiores proporções da atualidade (ARAÚJO, 2007). No entanto, apesar da devastação a que foi submetida, a Mata atlântica abriga uma diversidade significativa de espécies vegetais (cerca de ), além de 1,6 milhão de espécies de animais como insetos, mamíferos (263 espécies), aves (936), répteis (306), anfíbios (475) e 350 espécies de peixes de água doce (CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL, 2005). Sergipe, o menor dos estados brasileiros em extensão territorial, possuía cerca de 40% de sua extensão recoberta por florestas na época do descobrimento, mas esse número foi reduzido drasticamente restando apenas uma pequena parte da grande floresta atlântica que recobria as áreas litorâneas do Brasil (LANDIM, 2008). Atualmente, essa vegetação é formada por remanescentes florestais desarticulados cercados por áreas totalmente descaracterizadas, em virtude da ocupação desordenada desde o século XVI, com a colonização dos europeus, seguida da exploração do pau-brasil e do ciclo da cana-de-açúcar (SANTOS, 2009). Esses fragmentos remanescentes de Mata Atlântica exigem urgentes e imprescindíveis estudos. O alto índice de ocupação dessas áreas, adicionada a sua imensa riqueza florística exigem uma melhor compreensão de sua rica estrutura e funcionamento, visando não somente a conservação, mas também a

69 Diagnóstico da vegetação do entorno de cavernas em remanescentes de mata atlântica no município de Laranjeiras, Sergipe, Brasil 69 execução de programas de regeneração e manejo (LANDIM & SIQUEIRA, 2001). Diante disso, este inventário foi realizado com o objetivo de conhecer a composição florística de remanescentes de Mata Atlântica no entorno de cinco cavernas localizadas no município de Laranjeiras, Sergipe. As áreas de estudo foram caracterizadas, destacando a sua diversidade florística e seu estado de conservação atual, visto que a ação humana tem exercido enorme influência sobre eles. 2. Procedimentos Metodológicos Florística Para a efetivação desse inventário florístico foram realizadas atividades formais de pesquisas entre os meses de agosto, setembro e outubro de 2012, através de expedições botânicas no entorno de cinco cavernas localizadas no município de Laranjeiras, Sergipe (Tabela 1). Tabela 1: Cavernas visitadas no município de Laranjeiras, Sergipe. Nome Localização Coordenadas Elevação Caverna do Faleiro Gruta Matriana Caverna dos Aventureiros Gruta da Pedra Furada Caverna do Tramandaí Bairro Comandaroba Bairro Comandaroba Bairro Comandaroba UTM S UTM S UTM S m 29m 24m Bairro Machado UTM S m Bairro Machado UTM S m Fonte: Andrade, 2015.

70 CAVERNAS DE LARANJEIRAS 70 Durante visitas às áreas de estudo as espécies férteis foram coletadas (flores e frutos). O material coletado foi posto em uma prensa de madeira, dentre jornais e papelões alternados, a fim de manter suas propriedades, dando o molde para a armazenagem. Após a secagem em estufa a 60 C, as amostras foram incorporadas ao acervo do Herbário da Universidade Federal de Sergipe (ASE). As espécies estéreis não foram coletadas, mas foram citadas no trabalho. A identificação dos exemplares foi realizada com auxílio de chaves taxonômicas, consultas a especialistas e através da comparação com exsicatas do acervo do referido Herbário. Algumas espécies férteis foram fotografadas e as imagens estão dispostas ao longo deste trabalho (Figuras 1-5). O sistema de classificação adotado foi o APG III (2009), enquanto que a grafia das espécies foi verificada no banco de dados do Missouri Botanical Garden s VAST MOBOT ( e na Lista da Flora do Brasil - < Foi elaborada uma listagem florística (Tabela 2) com as espécies férteis ocorrentes na área de estudo. Nela, foram apresentadas informações como o nome da família a qual a espécie pertence, nome científico e popular, hábito, além de citar se são plantas endêmicas da Mata Atlântica (Lista de Espécies da Flora do Brasil, 2015; STEHMANN et al., 2009) e/ou invasoras (LORENZI, 2008). 3. Resultados Caracterização da vegetação do entorno das cavernas Caverna do Faleiro Localizada no Bairro Comandaroba, dentro do canavial da Usina Pinheiro, próxima à antiga Vila do Faleiro, o entorno da Caverna do Faleiro (Figura 1) apresenta um pequeno fragmento

71 Diagnóstico da vegetação do entorno de cavernas em remanescentes de mata atlântica no município de Laranjeiras, Sergipe, Brasil 71 de Mata Atlântica situado na margem direita da trilha principal. Nota-se a predominância de formação arbustivo-arbórea aberta, onde foram observadas espécies arbóreas como a embaúba (Cecropia pachystachya), saboeiro (Sapindus saponaria), amescla (Protium heptaphyllum), espécies subarbustivas, a exemplo da jureminha (Desmanthus virgatus), espécies herbáceas como o gervão (Stachytarpheta angustifolia) e trepadeiras como feijão-de-rolinha e juá-mirim (Celtis iguanaea). Destaca-se que a fisionomia vegetal da área encontra-se severamente alterada em detrimento das ações antrópicas. Na margem esquerda desta trilha observa-se a cultura de cana-de-açúcar, algumas leguminosas forrageiras, indivíduos de goiabeira (Psidium guajava), bem como espécies herbáceas que margeiam o canavial.

72 CAVERNAS DE LARANJEIRAS 72 A C H B D E F I Figura 1: Aspecto geral da vegetação do entorno da Caverna do Faleiro. A Margem direita da trilha principal. B Margem esquerda da trilha principal. C Anthurium affine Schott. D Canavalia brasiliensis Mart. ex Benth. E Canna indica L. F Melanthera latifolia (Gardner) Cabrera. G Matelea ganglinosa (Vell.) Rapini. H Bomarea edulis (Tussac) Herb. I Cyclanthera pedata (L.) Schrad. Fonte: Andrade & Déda, G

73 Diagnóstico da vegetação do entorno de cavernas em remanescentes de mata atlântica no município de Laranjeiras, Sergipe, Brasil 73 Gruta Matriana Localizada no canavial da Usina Pinheiro, próxima à Caverna do Faleiro, o entorno da Gruta da Matriana (Figura 2) pode ser caracterizado pela existência de práticas agrícolas como plantações de bananeira (Musa paradisíaca), mandioca (Manihot esculenta), milho (Zea mays) e quiabo (Abelmoschus esculentus) na margem esquerda da trilha principal, bem como pela presença de afloramentos rochosos. A vegetação é predominantemente arbustiva-arbórea com altura variando de 1 a 3 metros. Há a ocorrência espécies como a cajazeira, invasoras como a erva- -de-santa-luzia (Commelina benghalensis, C. diffusa e C. erecta), moitas de bromélias (Hohenbergia catingae), orquídeas, cactos, Araceae (Anthurium sp.) e trepadeiras como jetirana (Merremia umbellata). Na margem direita, observou-se uma área totalmente desprovida de vegetação.

74 CAVERNAS DE LARANJEIRAS 74 A B C D Figura 2: Vegetação do entorno da Gruta Matriana. A Visão geral da Gruta e de seu entorno. B Afloramentos rochosos. C Commelina benghalensis L. D Cajazeira. Fonte: Andrade & Déda, 2015.

75 Diagnóstico da vegetação do entorno de cavernas em remanescentes de mata atlântica no município de Laranjeiras, Sergipe, Brasil 75 Caverna dos Aventureiros Localizada no Bairro Comandaroba, na margem esquerda do Rio Cotinguiba, a Caverna dos Aventureiros (Figura 3) apresenta em seu entorno uma vegetação com predominância de espécies arbóreas como araticum (Annona montana), bambu (Bambusa vulgaris), goiabeira (Psidium guajava), arbustos como pimenta-de-macaco (Piper sp.) e trepadeiras como amarelinha (Thunbergia alata). Verificou-se uma distribuição adensada das espécies nesta área. Entretanto, na margem direita observou-se uma extensa plantação de cana-de-açúcar (Saccharum officinarum). A altura das espécies variou de 1 a 6 metros.

76 CAVERNAS DE LARANJEIRAS 76 A B C Figura 3: A Vegetação do entorno da Caverna dos Aventureiros. B Thunbergia alata Bojer ex Sims. C Annona montana Macfad. Fonte: Andrade, 2015.

77 Diagnóstico da vegetação do entorno de cavernas em remanescentes de mata atlântica no município de Laranjeiras, Sergipe, Brasil 77 Gruta da Pedra Furada Localizada no Bairro Machado, a Gruta da Pedra Furada (Figura 4) apresenta um fragmento de vegetação arbustivo-arbórea em regeneração em sua parte superior. Esta formação vegetal apresentou distribuição das espécies de forma adensada e bom desenvolvimento com altura que varia entre 4 a 15 metros. Verificou-se a ocorrência de espécies arbóreas de grande porte como laranjinha (Schoepfia brasiliensis), barriguda (Ceiba glaziovii), ingá (Inga vera), mulungu (Erythrina velutina) e ipê (Tabebuia sp.). Foram registradas também, espécies com hábitos arbustivos como cega-olho (Asclepias curassavica), guaçatonga (Casearia sylvestris), jasmim-dos-açores (Jasminum azoricum), lantana (Lantana achyranthifolia) e velame (Croton heliotropiifolius), além de subarbustos como jureminha (Desmanthus virgatus), herbáceas como canela-de-veado e trepadeiras como olho-de-boi (Dioclea violacea), arranha-gato (Acacia sp.), jarrinha (Aristolochia birostris) e juá-mirim (Celtis iguanaea).

78 CAVERNAS DE LARANJEIRAS 78 A B C Figura 4: A Vegetação do entorno da Gruta da Pedra Furada. B Chomelia intercedens Müll.Arg. C Drymonia serrulata (Jacq.) Mart. Fonte: Déda, 2015.

79 Diagnóstico da vegetação do entorno de cavernas em remanescentes de mata atlântica no município de Laranjeiras, Sergipe, Brasil 79 Caverna do Tramandaí Localizada no Povoado Machado, a Caverna do Tramandaí é constituída por um fragmento de vegetação arbustivo-arbórea em regeneração em sua margem esquerda (Figura 5). Em razão da proximidade da área com uma fábrica de cimento, pode-se observar nas folhas da maioria das espécies uma película fina de partículas de poeira do cimento produzido por essa fábrica. Ainda assim, o entorno da Caverna do Tramandaí apresentou distribuição das espécies de forma adensada e com razoável desenvolvimento em altura. Vestígios de antigas construções e diferenciados remanescente de Mata Atlântica foram observados nesta paisagem. Espécies ocorrentes na área apresentaram uma variação entre 2 a 7 metros de altura. As espécies arbóreas registradas foram: a aroeira (Schinus terebinthifolius), bambu (Bambusa vulgaris), canafístula (Cassia grandis), embaúba (Cecropia pachystachya), goiabeira (Psidium guajava), ingá (Inga vera), jaca (Artocarpus beterophyllus), jamelão (Syzygium cumini), jenipapo (Genipa americana), licurí (Syagrus coronata), mulungu (Erythrina velutina), mutamba (Guazuma ulmifolia), saboneteira (Sapindus saponaria), sapoti (Manilkara zapota) e quixabeira (Sideroxylon obtusifolium). Espécies arbustivas como guaçatonga (Casearia sylvestris), flor-de-tamanco (Aegiphila sellowiana) e mangabinha (Rauvolfia ligustrina), além de herbáceas como cansanção (Cnidoscolus urens), cordão-de-frade (Leonotis nepetaefolia), bromélia (Hohenbergia catingae), cactos (Cereus fernambucensis), pinhão-roxo (Jatropha gossypiifolia) e trepadeiras como juá-mirim (Celtis iguanaea) também foram registradas na área. Na margem direita da trilha que dá acesso a caverna observou-se uma área de pastagem caracterizada por práticas pecuárias.

80 CAVERNAS DE LARANJEIRAS 80 A B C D E F G Figura 5: A Vegetação do entorno da Caverna do Tramandaí. B Crateva tapia L. C Ipomoea coccinea L. D Merremia umbellata (L.) Hallier f. E Solanum paniculatum L. F Schinus terebinthifolius Raddi. G Ruellia paniculata L. Fonte: Andrade, 2015.

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