2ª fase do Modernismo
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- Angélica Caminha Bicalho
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1 2ª fase do Modernismo Geração de 30 Poesia Profª Neusa
2 1930 A 1945 HERANÇA DE 22 PERÍODO CONTURBADO: Avanço do nazifascismo / II Guerra Mundial / Ditadura Getulista / Estado Novo PREOCUPAÇÃO: destino dos homens e o estar-no-mundo
3 Carlos Drummond de Andrade
4 No meio do caminho No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra. Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas. Nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho no meio do caminho tinha uma pedra.
5 Cidadezinha qualquer Casas entre bananeiras Mulheres entre laranjeiras pomar amor cantar. Um homem vai devagar. Um cachorro vai devagar. Um burro vai devagar. Devagar... as janelas olham. Eta vida besta, meu Deus.
6 1ª fase Ideário de 22 Antilirismo, irreverência Humor, ironia Coloquialismo Versos livres Poema-piada, poema-pílula Prosaísmo
7 JOSÉ E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José? e agora, você? você que é sem nome, que zomba dos outros, você que faz versos, que ama, protesta? e agora, José? Está sem mulher, está sem discurso, está sem carinho, já não pode beber, já não pode fumar, cuspir já não pode, a noite esfriou, o dia não veio, o bonde não veio, o riso não veio, não veio a utopia e tudo acabou e tudo fugiu e tudo mofou, e agora, José?
8 E agora, José? Sua doce palavra, seu instante de febre, sua gula e jejum, sua biblioteca, sua lavra de ouro, seu terno de vidro, sua incoerência, seu ódio e agora? Com a chave na mão quer abrir a porta, não existe porta; quer morrer no mar, mas o mar secou; quer ir para Minas, Minas não há mais. José, e agora? Se você gritasse, se você gemesse, se você tocasse a valsa vienense, se você dormisse, se você cansasse, se você morresse... Mas você não morre, você é duro, José!
9 Sozinho no escuro qual bicho-do-mato, sem teogonia, sem parede nua para se encostar, sem cavalo preto que fuja a galope, você marcha, José! José, para onde? (José)
10 2ª FASE POESIA SOCIAL Estado novo / II Guerra mundial Inquietação Engajamento : solidariedade Modernismo + Classicismo Preocupação com o indivíduo e com a sociedade Consciência da debilidade do mundo = necessidade de transformação
11 Especulações em torno da palavra homem Mas que coisa é homem, que há sob o nome: uma geografia? Um ser metafísico? (...) Como pode o homem sentir-se a si mesmo, quando o mundo some? Como vai o homem junto de outro homem, sem perder o nome? (...) Quanto vale o homem? Menos, mais que o peso? Hoje mais que ontem? Vale menos, velho?
12 Há alma no homem? E quem pôs na alma algo que a destrói? (...) Para que serve o homem? Para estrumar flores, para tecer contos? Para servir o homem? Para criar Deus? Sabe Deus do homem? E sabe o demônio? como quer o homem Ser destino, fonte? Que milagre é o homem? Que sonho, que sombra? Mas existe o homem? (Fazendeiro do ar)
13 3ª fase Poesia reflexiva Hermetismo Tom de pessimismo e desencanto Abordagem filosófica e existencialista Sintaxe clássica + modernismo
14 Os materiais da vida Drls? Faço o meu amor em vidrotil nossos coitos são de modernfold até que a lança de interflex vipax nos separe em clavilux camabel camabel o vale ecoa sobre o vazio de ondalit à noite asfáltica plks A vida passada a limpo
15 Concretismo = abandono da sintaxe Palavra = objeto a ser pesquisado Sugestões visuais Neologismos Aliterações
16 Murilo Mendes
17 Canção do Exílio Minha terra tem macieiras da Califórnia onde cantam gaturamos de Veneza. Os poetas da minha terra são pretos que vivem em torres de ametista, os sargentos do exército são monistas, cubistas, os filósofos são polacos vendendo a prestações. A gente não pode dormir com os oradores e os pernilongos. Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda. Eu morro sufocado em terra estrangeira. Nossas flores são mais bonitas nossas frutas mais gostosas mas custam cem mil réis a dúzia. Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade e ouvir um sabiá com certidão de idade!
18 Poema espiritual Eu me sinto um fragmento de Deus Como sou um resto de raiz um pouco da água dos mares (...) A matéria pensa por ordem de Deus, transforma-se e evolui por ordem de Deus. A matéria variada e bela É uma das formas visíveis do invisível. Cristo, dos filhos do homem é perfeito. (...) Há grandes forças de matéria na terra no mar e no ar Que se entrelaçam e se casam reproduzindo Mil versões dos pensamentos divinos. A matéria é forte e absoluta Sem ela não há poesia.
19 Características Influência de 22 : nacionalismo crítico / ironia Poesia religiosa: consciência do caos do mundo; civilização decadente
20 Jorge de Lima
21 Mulher proletária Mulher proletária única fábrica que o operário tem, (fabrica filhos) tu na tua superprodução de máquina humana forneces anjos para o Senhor Jesus, forneces braços para o senhor burguês. Mulher proletária, o operário, teu proprietário há de ver, há de ver: a tua produção, a tua superprodução, ao contrário das máquinas burguesas salvar o teu proprietário.
22 A divisão de Cristo Dividamos o mundo em duas partes iguais: Uma para portugueses, outra para espanhóis; Vêm quinhentos mil escravos no bojo das naus: E metade morreu na viagem do oceano. Dividamos o mundo entre as pátrias: Vêm quinhentos mil escravos no bojo das guerras: A metade morreu nos campos de batalha. Dividamos o mundo entre as máquinas: Vêm quinhentos mil escravos no bojo das fábricas, A metade morreu na escuridão, sem ar. Não dividamos o mundo. Dividamos Cristo: Todos ressuscitarão iguais.
23 Poesia social: consciência crítica Poesia religiosa: conversão ao Catolicismo / perspectiva mística e transcendental
24 Cecília Meireles
25 JOGO DE BOLA A bela bola rola: A bela bola do Raul Bola amarela A da Arabela A do Raul Azul Rola a amarela E pula a azul A bola é mole É mole e rola. A bola é bela, É bela e pula. É bela rola e pula, É mole, amarela, azul. A de Raul é de Arabela, E a de Arabela é de Raul.
26 Canção Mínima No mistério do sem-fim equilibra-se um planeta. E, no planeta um jardim, e, no jardim, um canteiro; no canteiro uma violeta, e, sobre ela, o dia inteiro, entre o planeta e o sem-fim, a asa de uma borboleta.
27 Poesia reflexiva: transitoriedade da vida / efemeridade das coisas / passagem do tempo Herança do Simbolismo: aliteração e assonância / Imagens sugestivas
28 Vinícius de Moraes
29 Soneto de devoção Essa mulher que se arremessa, fria E lúbrica em meus braços, e nos seios Me arrebata e me beija e balbucia Versos, votos de amor e nomes feios. Essa mulher, flor de melancolia Que se ri dos meus pálidos receios A única entre todas a quem dei Os carinhos que nunca a outra daria. Essa mulher que a cada amor proclama A miséria e a grandeza de quem ama E guarda a marca dos meus dentes nela. Essa mulher é um mundo! uma cadela Talvez... mas na moldura de uma cama Nunca mulher nenhuma foi tão bela
30 Sacrifício Num instante foi o sangue, o horror, a morte na lama do chão. - Segue, disse a voz. E o homem seguiu, impávido Pisando o sangue do chão, vibrando, na luta. (...) O homem gritou que a traição é da alma covarde E que o forte que luta é como o raio que fere E que deixa no espaço o estrondo da sua vinda. No sangue e na lama O corpo sem vida tombou. Mas nos olhos do homem caído Havia ainda a luz do sacrifício que redime E no grande Espírito que adejava o mar e o monte Mil vozes clamavam que a vitória do homem forte tombado na luta Era o novo Evangelho para o homem da paz que lavra no campo.
31 Participação no movimento inovador da Bossa Nova Poesia (proximidade com o mundo material): cotidiano, amor, mulher (sensualismo) Poesia transcendental: preocupação religiosa / angústia existencial
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