ALEXANDRE KUNKEL DA COSTA ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DE MOTORES ELÉTRICOS DE BAIXA TENSÃO PARA APLICAÇÃO EM ÁREAS CLASSIFICADAS

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1 1 UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL UNIJUÍ ALEXANDRE KUNKEL DA COSTA ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DE MOTORES ELÉTRICOS DE BAIXA TENSÃO PARA APLICAÇÃO EM ÁREAS CLASSIFICADAS Ijuí, 2016

2 2 ALEXANDRE KUNKEL DA COSTA ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DE MOTORES ELÉTRICOS DE BAIXA TENSÃO PARA APLICAÇÃO EM ÁREAS CLASSIFICADAS Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho. Orientador: Fernando Wypyszynski Ijuí, 2016

3 3 ALEXANDRE KUNKEL DA COSTA ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DE MOTORES ELÉTRICOS DE BAIXA TENSÃO PARA APLICAÇÃO EM ÁREAS CLASSIFICADAS Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelos membros da banca examinadora. Ijuí, 15 de Março de 2016 BANCA EXAMINADORA Prof. Fernando Wypyszynski Orientador - Especialista pela Universidade Regional da Missões - URI Profa. Cristina Eliza Pozzobon Coordenadora do Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho/UNIJUÍ

4 4 AGRADECIMENTOS Agradeço muito a Deus, por iluminar o meu caminho e me livrar de todo o mal. Agradeço a minha família por estar comigo em todos os momentos bons e ruins. Agradeço a minha noiva pelo amor, companheirismo e amizade. Agradeço a todos os professores pela troca de conhecimento ao longo do Curso, em especial ao meu orientador Fernando Wypyszynski. A todos vocês, o meu muito obrigado!.

5 5 RESUMO COSTA, A. K. ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DE MOTORES ELÉTRICOS DE BAIXA TENSÃO PARA APLICAÇÃO EM ÁREAS CLASSIFICADAS Trabalho de Conclusão de Curso. Especialização em Engenharia de Segurança de Trabalho, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul UNIJUÍ, Ijuí, O risco de incêndio e explosão é um dos fatores que mais ameaçam a segurança de plantas industriais e de seus trabalhadores, e ele pode ser causado por meio da combinação de três agentes: combustível inerente do processo industrial, comburente oxigênio do ar, e fonte de ignição. Denomina-se área classificada o ambiente que requer especial precaução na construção, instalação e uso de equipamentos, devido à possibilidade de criação de uma atmosfera explosiva, sendo que os equipamentos e serviços a serem adotados nessas áreas são regidos pela norma ABNT NBR IEC Os motores, por sua vez, são largamente aplicados nos processos industriais, inclusive em áreas classificas, portanto, quando estiverem dentro desses limites, necessitam de apropriadas especificações técnicas a fim de evitar uma possível fonte de ignição. Busca-se, nessa monografia, apresentar os principais conceitos e características de motores elétricos Ex de baixa tensão, relacionados ao Equipment Protection Level (EPL), invólucros de proteção, classes de temperatura, grau de proteção e marcações. Por fim, com o intuito de relacionar a teórica técnica e normativa com a realidade prática, ilustra-se um estudo de caso em uma indústria de biodiesel. Concluiu-se que há uma evolução constante das normativas pertinentes à certificação de produtos, prestadores de serviços e competências pessoais, o que eleva os níveis de segurança, qualidade e confiabilidade das áreas classificadas. Por fim, constatou-se, através do estudo de caso, que há um grande potencial de melhoria e adequação nas instalações, principalmente ligadas ao gerenciamento de segurança e aplicação de motores elétricos. Palavras-chave: áreas classificadas; motores elétricos; especificações técnicas

6 6 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Acidentes envolvendo explosões em unidades de armazenamento de grãos Figura 2: Navio-plataforma da BW Offshore Figura 3: Avaliação das instalações elétricas em atmosfera potencialmente explosivas Figura 4: Sugestão de adaptação de normas, para um tanque de armazenamento Figura 5: Imagens padronizadas pela NEC (esfera de GLP) Figura 6: Triângulo e tetraedro do fogo, respectivamente Figura 7: Distribuição da utilização de motores elétricos por uso final Figura 8: Fluxograma para definição do EPL Figura 9: Representação simplificada de um invólucro à prova de explosão Figura 10: Desenvolvimento de componente utilizando simulações gráficas em motores elétricos Figura 11: Ensaios de sobrepressão no invólucro do motor elétrico Figura 12: Motor elétrico à prova de explosão Ex d Figura 13: Representação simplificada de um invólucro com segurança aumentada Figura 14: Demonstração do tempo de desligamento de motor Figura 15: Corrente de partida de um motor elétrico Figura 16: Relação entre e Figura 17: Motor elétrico com segurança aumentada Figura 18: Ilustração de um sistema provido de um invólucro pressurizado Figura 19: Representação simplificada de um invólucro pressurizado Figura 20: Motor elétrico com invólucro pressurizado Figura 21: Representação simplificada de um invólucro não acendível Figura 22: Motor elétrico com invólucro não acendível Figura 23: Motor elétrico à prova de ignição de poeira por invólucros Figura 24: Análise termográfica de um motor elétrico Figura 25: Dissipação de temperatura em um motor elétrico Figura 26: Simulação do fluxo de ar sobre a carcaça do motor Figura 27: Disposição do código IP Figura 28: Grau de proteção na placa de identificação de um motor elétrico Figura 29: Marcação em um motor elétrico, conforme NBR IEC (2008) Figura 30: Exemplo de marcação Ex de um motor elétrico... 65

7 7 Figura 31: Imagem aérea frontal do complexo industrial Figura 32: Imagem aérea posterior do complexo industrial Figura 33: Processo de recebimento de grãos, pré-limpeza, secagem e armazenamento Figura 34: Separação e condicionamento inicial, respectivamente Figura 35: Laminação e cozimento, respectivamente Figura 36: Processo simplificado para produção de óleo de soja bruto Figura 37: Sistema de certificação IECEx Figura 38: Sistema de certificação IECEx Figura 39: Modelos tridimensionais de classificação de áreas Figura 40: Planta bidimensional de uma área classificada Figura 41: Motores recondicionados sem atendimento da norma Figura 42: Unidades de competência pessoais Ex Figura 43: Certificado de competência pessoal Ex Figura 44: Motor Ex d e o seu respectivo certificado Figura 45: Arquivamento de documentos de produtos e serviços Ex Figura 46: Motores Ex d no setor de recebimento de grãos Figura 47: Motores convencionais, sem invólucros de proteção... 84

8 8 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Normas ABNT IEC pertinentes às áreas classificadas Tabela 2: Quantificação de Zonas Tabela 3: Designação do Equipment Protection Level EPL Tabela 4: Proteções de motores elétricos atreladas ao EPL Tabela 5: Tipos de invólucros pressurizados adotados de acordo com sua aplicação Tabela 6: Grau de proteção mínima de motores em grupo III Tabela 7: Classe de temperatura de equipamentos elétricos Tabela 8: Informações referentes ao primeiro dígito numérico Tabela 9: Informações referentes ao segundo dígito numérico Tabela 10: Informações referentes ao primeiro algarismo adicional Tabela 11: Informações referentes ao primeiro algarismo suplementar... 62

9 9 LISTA DE SIGLAS API CIPA CLT Cobei CONMETRO American Petroleum Institute Comissão Interna de Prevenção de Acidentes Consolidação das Leis do Trabalho Comitê Brasileiro de Eletricidade, Iluminação e Telecomunicações Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial CT-31 Comitê técnico 31 EPL Ex d Ex e Ex n Ex p Ex t GLP IEC IECEx IEEE INMETRO IP MCA Equipamento Protection Level À prova de explosão Segurança aumentada Não acendível Pressurizado Proteção por invólucro Gás Liquefeito de Petróleo International Electrotechnical Commission System for Certification to Standards relating to Equipment for use in Explosive Atmospheres Institute of Electrical and Eletronic Engineers Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade Industrial e Tecnologia Ingress Protection Manucfating Chemist Association

10 10 MIG MEITRGE MESG NEC NFPA NR OCP OSHA RAC SINMETRO SESMT Minimum Ignition Current Motores elétricos de indução trifásicos, com rotor em gaiola de esquilo, de baixa tensão Interstício Máximo Experimental Seguro National Electrical Code National Fire Protection Association Norma Regulamentadora Organismos de Certificação de Produtos Occupation Health and Sefaty Administration Requisitos de Avaliação da Conformidade Sistema Nacional De Metrologia, Normalização e Qualidade Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho

11 11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO CONSIDERAÇÕES INICIAIS OBJETIVOS METODOLOGIA JUSTIFICATIVA DIVISÃO DA MONOGRAFIA ATMOSFERAS EXPLOSIVAS HISTÓRICO INSTALAÇÃO ELÉTRICA EM ÁREAS CLASSIFICADAS Critérios para classificação de áreas IEC NFPA CONCEITOS E PROPRIEDADES DE SUBSTÂNCIAS INFLAMÁVEIS Tetraedro do fogo Propriedades de substâncias que afetam a classificação de áreas NORMAS REGULAMENTADORAS E RESPONSABILIDADES Normas regulamentadoras Responsabilidades MOTORES ELÉTRICOS PARA APLICAÇÕES EM ÁREAS CLASSIFICADAS APLICAÇÃO INDUSTRIAL ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DE MEITRGE Equipment Protection Level (EPL) Proteção À prova de explosão ( Ex d ) Segurança aumentada ( Ex e ) Invólucros pressurizados ( Ex p ) Não acendível ( Ex n ) À prova de ignição de poeira por invólucros ( Ex t ) Classe de temperatura Grau de proteção Marcação CERTIFICAÇÃO... 66

12 12 4. ESTUDO DE CASO COMPLEXO INDUSTRIAL PROCESSO INDUSTRIAL AVALIAÇÃO E PROPOSTAS DE MELHORIA NAS ÁREAS DO PROCESSO Prestação de serviços Classificação de áreas Oficina de reparo Competências pessoais Equipamentos CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXO A GASES E VAPORES INFLAMÁVEIS ANEXO B POEIRAS E FIBRAS COMBUSTÍVEIS... 94

13 13 1 INTRODUÇÃO 1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS O aumento do consumo energético é algo característico do progresso da civilização em todo mundo, sendo que o extenso desenvolvimento econômico aliado ao crescimento populacional são alguns dos fatores que contribuem para o aumento da demanda energética. Neste contexto, a indústria bem como os seus processos industrias, em diferentes tipos de segmentos, evoluem para suprir a essa demanda crescente da sociedade e, da mesma maneira, buscam tanto melhorar a eficiência produtiva, atendendo ao crescimento sustentável, quanto proporcionar segurança aos seus colaboradores. Um acidente de trabalho pode ter consequências irreversíveis a qualquer empresa, podendo denegrir a imagem da mesma, causar a morte de trabalhadores e acarretar prejuízos financeiros expressivos que podem se tornar irreversíveis. Portanto, é imprescindível atribuir a devida relevância aos estudos que propiciem a máxima segurança industrial, respeitando a legislação vigente, bem como adotando práticas preventivas de qualquer tipo de acidente. Dentre os fatores que mais ameaçam a segurança de plantas industriais está o risco de incêndio e explosão. Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2008), um ambiente industrial é caracterizado como uma atmosfera explosiva, quando há uma mistura de substâncias inflamáveis na forma de gases, vapores, neblinas, poeiras ou fibras, com o ar, sob as condições atmosféricas, na qual, após a ignição ter ocorrido, a combustão irá se propagar a toda mistura não queimada. Assim, basicamente o ciclo do fogo se deve a reação química de três agentes: um combustível, um comburente e uma fonte de ignição. Além disso, uma área na qual uma atmosfera explosiva está presente, ou é esperada de estar presente, em quantidades que requeiram especial precaução para a construção, instalação e uso de equipamentos, é entendida como área classificada, de acordo com a ABNT (2008). É valido salientar que, segundo Schram (1993 apud ERTHAL, 2004, p. 31), a simples presença ou a possibilidade de presença de materiais inflamáveis não automaticamente determina uma área como sendo classificada. Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

14 14 A presença de substâncias inflamáveis na indústria de processo é intrínseca a sua atividade, e ela independe do ramo de atuação, seja ele químico, petroquímico, petróleo, armazenamento ou beneficiamento de grãos. Todavia, a história mostra que ocorreram diversos acidentes catastróficos em todo o mundo envolvendo substâncias inflamáveis, desencadeados pela fonte de ignição de um equipamento elétrico especificado incorretamente para operar em ambientes caracterizados como atmosferas explosivas. Isto é, embora os equipamentos elétricos sejam extremamente necessários para o funcionamento básico de qualquer indústria, estes, caso não forem observadas as condições ambientais aos quais estarão inseridos, podem comprometer a integridade física da instalação e de todos os seus trabalhadores. Um exemplo de explosão ocorreu na cidade de Júlio de Castilhos, no dia 25 de novembro de 2011, em uma unidade de armazenamento de grãos. Com a explosão de um silo, que armazenava grãos de trigo, dois operários safristas morreram soterrados. Já em 21 de abril de 2013, ocorreu uma tragédia semelhante na cidade de Araguaia, onde quatro trabalhadores também perderam as suas vidas. A Figura 1 ilustra as duas tragédias ocorridas nas cidades de Julio de Castilho e Araguaia, respectivamente. Figura 1: Acidentes envolvendo explosões em unidades de armazenamento de grãos Fonte: Bulgarelli (2015) De acordo com Jordão (2012), muitos acidentes já ocorridos envolvendo atmosferas explosivas poderiam ser eliminados se houvesse o correto gerenciamento do risco. Com relação à normatização técnica aplicada a áreas classificadas no Brasil, primeiramente, em função das grandes instalações industriais iniciadas na década de 50 e que, Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

15 15 em sua grande maioria, era importada dos Estados Unidos, seguia-se a norma norte-americana National Electrical Code (NEC), estabelecida pela National Fire Protection Association (NFPA). (TUNES, 2010) Este cenário permaneceu até o final da década de 60, com a elaboração das primeiras normas brasileiras, através da ABNT. Na sequência, em 1979, foi criado dentro do Comitê Brasileiro de Eletricidade, Iluminação e Telecomunicações (Cobei) um comitê técnico (CT-31), encarregado de elaborar normas técnicas nacionais sobre equipamentos e instalações em atmosferas explosivas. Entretanto, já em 2000, dentro da nova organização do Cobei, todas as normas nacionais criadas até então foram relativamente canceladas e substituídas por novas, harmonizadas com a International Electrotechnical Commission (IEC), tendo em vista os acordos internacionais de padronização assinados pelo Brasil. Atualmente, o subcomitê SC 31 do Cobei é incumbido de acompanhar o processo de revisão, atualização e elaboração das normas técnicas nacionais, referenciando-se nas normas internacionais da IEC. (BULGARELLI, 2014) Por outro lado, são vários os fatores que podem levar os equipamentos elétricos a serem fontes de ignição, conforme Jordão (2012), dentre eles estão: centelhamentos oriundos da abertura e fechamento de contato ou até mesmo das escovas dos motores elétricos; alta temperatura de operação do equipamento devido às características de projeto do mesmo; descargas estáticas; condições anormais de funcionamento que desencadeiam efeitos adversos, tais como um incêndio, por exemplo. Devido a esses fatores de riscos relacionados aos equipamentos elétricos, através do Instituto Nacional de Metrologia Qualidade Industrial e Tecnologia (INMETRO) foi instituída, em 2010, a Portaria N 176, tornando-se de caráter obrigatório a certificação compulsória de todos os equipamentos elétricos ou eletrônicos utilizados em atmosferas explosivas, nas indústrias que processam, manuseiam ou armazenam produtos inflamáveis, ficando o usuário que não seguir suas recomendações sujeitos às penalidades do código civil. O argumento que justifica tal certificação é atestar que o equipamento não funcione como fonte de ignição, quebrando assim um eventual ciclo do fogo. Portanto, a instalação elétrica e eletrônica em áreas classificadas necessita ter um tratamento diferenciado, tendo em vista que os níveis de energia presentes em suas partes e equipamentos superam, na maioria dos casos, em muito os níveis mínimos suficientemente necessários para iniciar um incêndio ou, até mesmo, uma explosão. Ademais, além da Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

16 16 apropriada especificação dos equipamentos elétricos em áreas classificadas, é necessário uma corretada montagem, instalação e manutenção dos mesmos, sem descuidar da operação que deve ser efetuada por pessoal qualificado. 1.2 OBJETIVOS O presente trabalho tem por objetivos estabelecer no contexto técnico as especificações dos motores elétricos de baixa tensão, para aplicação em áreas classificadas, e apresentar um estudo de caso realizado em uma empresa agroindustrial. 1.3 METODOLOGIA Para tal foi realizada, primeiramente, a revisão bibliográfica dos aspectos históricos, normativos e conceituais de ambientes que apresentam atmosferas potencialmente explosivas, com o propósito de ilustrar os diferentes tipos de locais aos quais os motores podem estar inseridos, bem como listar as principais diretrizes normativas e as responsabilidades legais das empresas perante o tema. Na sequência a monografia apresenta as características técnicas, principalmente referenciadas ao quesito construtivo de motores elétricos, tais como os graus de proteção, classe de temperatura, invólucro de proteção, projetos construtivos complementares e ensaios técnicos. Além da correta especificação de motores tendo em vista a classificação por áreas e zonas, em conformidade com as normas vigentes, é necessário obter o atendimento de ações complementares, tais como as diretrizes de instalação, montagem, operação, manutenção e vistoria desses equipamentos elétricos. Por fim, o propósito da monografia será ilustrado com um estudo de caso. 1.4 JUSTIFICATIVA Dentre as justificativas para escolha desse tema estão: Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

17 17 A correta especificação de motores elétricos para aplicação em áreas classificadas reflete em boas ações de segurança voltadas a prevenção de acidentes de trabalho, principalmente àqueles originados por incêndios ou explosões. Atuar na primeira linha de proteção, ou seja, tornar as fontes de ignição nulas e ineficientes para ocorrer um possível incêndio ou explosão. Elaborar um material que sirva de consulta para engenheiros de segurança do trabalho que atuarão em empresas que possuam áreas classificadas em seu território industrial. É de extrema relevância o conhecimento de um tema como a classificação de áreas, uma vez que são encontradas em muitos segmentos industriais (química, petroquímica, agronegócio, mineração, farmacêutica) e, da mesma forma, podem ser o campo de trabalho de muitos engenheiros tanto os que atuam na segurança do trabalho, quanto nas áreas técnicas das empresas, como elétrica, mecânica, química, civil, etc. É necessário que as empresas que possuam áreas classificadas em sua extensão, cumpram todas as orientações de segurança estabelecidas pelas normativas nacionais vigentes, e em hipótese de ocorrência de algum acidente de trabalho que se deram pelo não cumprimento delas, a empresa e seus agentes onde se enquadram os responsáveis técnicos podem responder judicialmente nas esferas: penal, civil, previdenciária, trabalhista e ambiental. Portanto o engenheiro de segurança do trabalho que atua nesses locais tem necessidade de conhecimento das diretrizes legais e além de ser um dos responsáveis pelo cumprimento e aplicação das ações voltadas a saúde e segurança do trabalho em áreas classificadas. 1.5 DIVISÃO DA MONOGRAFIA A monografia foi dividida em cinco capítulos, a partir desta introdução (Capítulo 1), que aborda as considerações iniciais sobre o tema, apresentando seus objetivos e a justificativa de escolha. Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

18 18 No Capítulo 2 é realizada uma revisão bibliográfica do contexto histórico relacionado a atmosferas explosivas, bem como as instalações elétricas nesses ambientes. Assim foram listados os critérios normativos utilizados nacional e internacionalmente para ser estabelecida a classificação de áreas, além da apresentação de conceitos e propriedades das substâncias inflamáveis. Por fim, são abordada as Normas Regulamentadoras e as responsabilidades das empresas e seus agentes diante do tema. Já no Capítulo 3 são apresentadas todas as características técnicas relacionadas a especificação de motores elétricos, e que influenciam na decisão de escolha sobre a aplicação destas em diferentes áreas. Um estudo de caso é explicitado no Capítulo 4, com a finalidade de descrever uma situação prática do tema. Por fim, o Capítulo 5 apresenta uma visão geral dos resultados obtidos nesse trabalho, bem como as considerações finais sobre o assunto, apresentando sugestões, desafios e tendências de evoluções sobre o tema pesquisado. Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

19 19 2 ATMOSFERAS EXPLOSIVAS 2.1 HISTÓRICO Em conformidade com Bossert (2001), desde o final do século XIX período que marca o início da utilização de eletricidade pela indústria, muitos acidentes no mundo envolvendo áreas classificadas, tiveram por origem um equipamento elétrico indevidamente especificado a operar em tais circunstâncias. Naquele tempo iniciaram os primeiros debates científicos sobre o potencial de dispositivos elétricos se tornarem fonte de ignição em atmosferas explosivas, isto é, as máquinas elétricas, elementos fundamentais para o funcionamento da indústria, poderiam se tornar agentes causadores de explosões catastróficas. A energia necessária para causar a inflamação de uma atmosfera explosiva é, em geral, muito pequena. Por outro lado, sabe-se que a energia elétrica usual na indústria para fins de acionamento de máquina, iluminação, controle etc. é muitas vezes superior ao mínimo necessário para provocar incêndios e explosões (JORDÃO, 2012, pg. 13) Até os órgãos reguladores e as normativas adotadas mundialmente chegarem ao estágio de desenvolvimento atual, diversos acidentes fatais foram constatados ao longo da história, sendo que muitos desses foram provocados por equipamentos elétricos sem incorporação de requisitos e características construtivas para operar em atmosferas explosivas. Muitos conceitos foram desenvolvidos acerca da proteção de equipamentos elétricos. Macmillan (1998) afirma que a primeira técnica desenvolvida na história há controvérsia do país que se inventou: Alemanha ou Inglaterra; em 1908, foi aplicada a um motor elétrico, tal técnica se conhece hoje por invólucro à prova de explosão, ou seja, o motor projetado era robusto o suficiente para suportar uma explosão interna e evitar que se propagasse ao meio externo. A segunda técnica inventada foi baseada na segurança intrínseca destinada a aparelhos de sinalização, a fim de evitar explosões em minas. Ambas as técnicas foram inventadas primordialmente para aplicação em minas, locais com grande incidência de explosão na época, devido à presença de metano e poeiras combustíveis (ver subitem 2.2.1). Uma das primeiras explosões e acontecimentos dessa natureza ocorreu em 1913, em uma carvoaria da Inglaterra. Segundo Mclean (1999), o relatório do acidente concluiu que Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

20 20 uma centelha de um aparelho de sinalização foi o agente causador da ignição do gás metano; tal acontecimento provocou a morte de 400 mineiros. O petróleo, utilizado em larga escala a partir do século XX, foi e é considerado um combustível indispensável para o desenvolvimento econômico e global, contudo intrinsecamente associado às suas técnicas de extração, operação, transporte, refino e utilização está a criação de áreas com atmosferas potencialmente explosivas. Os primeiros procedimentos e normativas de padronização de equipamentos elétricos para áreas classificadas surgiram, portanto, após o início da exploração do petróleo. Erthal (2004) afirma que até 1960 raramente eram utilizados laboratório para certificação de equipamentos, e o National Eletric Code (NEC), até então, não dispunha de uma normativa rígida e eficiente para esse tema. Porém com o advento da Occupation Health and Sefaty Administration (OSHA) e as ameaças de processos judiciais por instalações fora de norma, levaram as principais organizações envolvidas com a questão tais como American Petroleum Institute (API), Manucfating Chemist Association (MCA) e Institute of Electrical and Eletronic Engineers (IEEE) a proporem emendas à NEC. Surgiu então a National Fire Protection Association (NFPA) com a finalidade de manter e revisar a normativa pertinente à classificação de áreas e certificação de equipamentos. A partir de 1960, inicia-se o processo de normalização internacional, por meio da International Electrotechnical Commission (IEC). Muitos acidentes ocorreram e seguem ocorrendo em áreas classificadas. No Brasil, um dos acidentes que teve repercussão nacional ocorreu em 11 de fevereiro de 2015, onde uma explosão em um navio-plataforma de extração de óleo e gás, de propriedade da empresa BW Offshore, resultou na morte de nove trabalhadores, além de vinte e seis pessoas feridas (Figura 2). Segundo o relatório interno, elaborado pela Petrobras, a explosão foi motivada pela inobservância do procedimento de segurança, onde um terminal cego (flange) foi rompido, ocasionando o vazamento de gás que, em contato com uma fonte de ignição da sala de máquinas, provocou a explosão. Dentro as sucessões de erros apontados no relatório estão: instalação de material incorreto e mal especificado; falta de planejamento, de análise de riscos nos procedimentos de trabalhos e treinamento; não atendimento de alarmes e medidas de segurança. Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

21 21 Figura 2: Navio-plataforma da BW Offshore Fonte: Bulgarelli (2015) 2.2 INSTALAÇÃO ELÉTRICA EM ÁREAS CLASSIFICADAS Jordão (2012) sugere que a primeira ação ao se projetar a instalação elétrica em uma atmosfera potencialmente explosiva, é avaliar o grau de risco encontrado no local, designada como classificação de áreas, que serão mais bem descritos no item O mesmo recomenda que sejam traçados os seguintes passos: 1. Listar o tipo de substância ou substâncias presentes no local (gás, vapor, poeira, fibras, etc.). 2. Efetuar a caracterização dessas substâncias, como, por exemplo: ponto de fulgor, ponto de ignição, limites de inflamabilidade, índice de explosividade, energia mínima de ignição, dentre outras (ver item 2.3). Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

22 22 3. Definir a probabilidade com que essas substâncias podem estar presentes no meio externo, com possibilidade de formar uma mistura inflamável. 4. Analisar as condições ambientais, tais como a ventilação, altitude, temperatura ambiente, presença de agentes corrosivos, etc. 5. Determinar o volume de risco, isto é, encontrar a extensão com que os produtos inflamáveis advindos do processo poderão ser espalhados no ambiente, encontrando assim os limites da área com risco de presença da mistura explosiva. 6. Avaliar os equipamentos instalados (motores, bombas, tanques, vasos, etc.), bem como as suas condições operacionais, aos quais poderão estar expostos a uma possível mistura inflamável. Na visão de Cruz (2012) a classificação de áreas é extremamente conceitual e fornece informações do risco entendido como a probabilidade de presença, em determinadas dimensões, de mistura inflamável no ambiente de trabalho. Já Erthal (2004) define classificação de área como um espaço tridimensional na qual uma atmosfera explosiva pode estar presente, requerendo tanto precauções para controle das fontes de ignição quanto cuidados especiais dos trabalhadores. Entretanto, conforme a ABNT (2009), não é objetivo da classificação de áreas proteger contra liberações maiores de materiais inflamáveis causadas por falhas catastróficas, tais como, ruptura de vasos depressão, de dutos ou tanques. Jordão (2002) afirma que a classificação de áreas não é uma ciência exata, que depende de muitas circunstâncias externas ora subjetivas, tornando-se desta maneira uma tarefa difícil, inexistindo uma prática comum, mesmo entre os especialistas do mundo. Ele informa que atualmente há várias plantas industriais que apresentam riscos similares, porém são tratados de formas totalmente diferente; isso reflete e subjetividade ou a filosofia de trabalha própria de cada empresa. Ou seja, há indústrias que utilizam uma norma, outras utilizam um conjunto delas e, mesmo assim, não é possível garantir que o projeto será suficientemente eficaz. Portanto, na sua visão, a classificação de área serve principalmente para orientar a especificação, montagem, manutenção e operação dos equipamentos elétricos e eletrônicos. Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

23 23 Desta maneira, tendo em vista o resultado da classificação de área, é possível estabelecer os requisitos construtivos dos equipamentos elétricos, comumente denominados de Equipamento Protection Level (EPL), que estarão dentro dessa região, tornando-os aptos para operar nessa circunstância. Assim, o fabricante do equipamento deverá seguir as normas técnicas para construção (apresentadas no Capítulo 2) e certificá-lo, conforme comentado no item 1.1 e melhor descrito no subitem Após, deve-se levar em conta que a montagem (ver subitem 2.2.3) desses equipamentos requer também requisitos especiais e que, se não foram compridas, poderão colocar em risco todo o nível de segurança zelado. De forma análoga, em caso de manutenção desses equipamentos, é necessário atender as normas vigentes para evitar que irregularidades comprometam a planta. Assim sendo, uma planta industrial que possua atmosfera potencialmente explosiva, em função dos produtos processados, manuseio, produção ou armazenamento, deve possuir tanto as melhores práticas, quanto seguir as recomendações e atendimento dos conjuntos de normas técnicas específicas. A Figura 3 ilustra o diagrama a ser seguido para as instalações elétricas em áreas classificadas. Figura 3: Avaliação das instalações elétricas em atmosfera potencialmente explosivas Avaliação do grau de risco Classificação de áreas Equipamento elétrico/eletrônico Requisitos construtivos Requisitos de montagem Requisitos de operação Requisitos de manutenção Instalação OK Inspeção Fonte: Autoria própria, referenciando-se em Jordão (2012) Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

24 Critérios para classificação de áreas Conforme descrito no item 1.1, há algumas entidades internacionais que elaboraram determinadas normas para classificação de áreas, dentre as principais estão: IEC International Electrotechnical Commission e a NFPA - National Fire Protection Association, contudo ambas possuem suas próprias especificidades. Em se tratando do âmbito nacional, é seguida as normas da própria IEC. Nos subitens e serão apresentadas e detalhadas as normas IEC, NFPA e API, no entanto será dado em enfoque especial para a IEC, uma vez que é pertinente a legislação nacional. Não será aplicada uma análise crítica sobre cada uma, tendo em vista que este não é o propósito do trabalho IEC Primeiramente é valido informar que a IEC é uma organização não-governamental incumbida pela elaboração de normas e padrões internacionais relacionados a tecnologias elétricas e eletrônicas, sendo considerada a principal organização mundial em seu campo. As normas são elaboradas através da colaboração de dez mil especialista do ramo elétrico e eletrônico, dispondo sobre a produção e distribuição de energia, eletrônicos, magnéticos e eletromagnéticos, eletroacústicos, multimídia e telecomunicações, normatizando sobre terminologias, simbologias edição e performance, confiabilidade e desenvolvimento, segurança e meio ambiente. (BULGARELLI, 2015) Cada país membro possui um comitê nacional que representa o interesse do país junto a IEC, fazendo parte desse: fabricantes, fornecedores, distribuidores, consumidores, agências governamentais, organizações profissionais e associações comerciais, bem como órgãos normatizadores nacionais. Conforme apresentado no item 1.1, o Brasil é representado pelo Cobei. (BULGARELLI, 2015) No contexto das atmosferas explosivas, a IEC System for Certification to Standards relating to Equipment for use in Explosive Atmospheres (IECEx) é o sistema da IEC para certificação internacional de empresas de prestação de serviços, competências pessoais e de Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

25 25 equipamentos para atmosferas explosivas, realizados com base na norma da IEC Ou seja, o SC-31, é o subcomitê incumbido pelo Cobei, de desenvolver e atualizar toda a normativa brasileira para atmosferas explosivas, sendo fundamentada totalmente pela norma IEC (BULGARELLI, 2014) A Tabela 1 apresenta algumas normas nacionais vigentes, publicadas pela ABNT, relacionadas a atmosferas explosivas. Objetivo Tabela 1: Normas ABNT IEC pertinentes às áreas classificadas Norma NBR IEC Para Classificação de Áreas - Atmosferas explosivas de gases inflamáveis Para Classificação de Áreas - Atmosferas explosivas de poeiras combustíveis Projeto, Seleção, Montagem de instalações elétricas Ex Sistemas à prova de explosão Ex d Sistemas de segurança aumentada Ex e Sistemas de segurança intrínseca - Ex i Sistemas pressurizados Ex p Sistemas imersos em óleo Sistemas encapsulados Sistemas imersos em areia - Ex q Sistemas não acendíveis Ex n Inspeção e Manutenção de instalações elétricas Ex Reparo, Revisão e Recuperação de equipamentos Ex Proteção contra ignição de poeira por invólucros Ex t Fonte: Autoria própria (2016) Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

26 26 Os ambientes e os equipamentos elétricos das áreas classificadas, segundo a ABNT NBR IEC (2009), são designados como: Grupo I: quando se trata de instalações com operação em mineração subterrânea. Grupo II: quando se trata de instalações de indústrias de superfície (químicas, petroquímicas, farmacêuticas, etc.) contendo gás e vapores inflamáveis. Além disso, essa designação é subdividida em outros três grupos, dependendo da substância perigosa envolvida no ambiente: o Grupo IIA: atmosfera contendo produtos pertencentes à família do propano. o Grupo IIB: atmosfera contendo produtos pertencentes à família do etileno. o Grupo IIIC: atmosfera contendo produtos pertencentes à família do hidrogênio e acetileno. Grupo III: quando se trata de instalações de indústrias contendo pós ou fibras combustíveis (indústrias moveleiras, recebimento, armazenamento e beneficiamento de grãos), sendo novamente subdivido em: o Grupo IIIA: fibras combustíveis. o Grupo IIIB: poeiras não condutoras. o Grupo IIIC: poeiras condutoras. Além disso, a própria ABNT NBR IEC (2009) classifica os graus de riscos dos ambientes segundo zonas. São considerados como Zona 0, Zona 1 e Zona 2, as indústrias que operam com gases ou vapores inflamáveis; já a Zona 20, Zona 21 e Zona 22, são denominados as indústrias que operam com fibras e pós combustíveis. A ideia da classificação por Zonas, segundo Freitas (2010), é permitir a implemetação de medidas de proteção contra explosão refletindo sobre a situação que a mesma atende, de forma a especificar corretamente o equipamento para cada área e também evitar sobredimensionamento (que acarretam custos significativos de aquisição). Assim, possuindo o seguinte significado: Zona 0: região gerada por fonte de risco (advindo de uma mistura inflamável) de grau contínuo ou por longos períodos. Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

27 27 Zona 1: região gerada por fonte de risco (mistura inflamável) que acontece de forma provável em condições normais de operação do processo. Zona 2: região gerada por fonte de risco decorrida de uma mistura inflamável é pouco provável de acontecer, e no caso de ocorrer é por poucos períodos de tempo, estando associada a operação anormal do processo. Zona 20: locais onde a poeira ou fibra estão presentes continuamente ou por longos períodos de tempo, em quantidades de oferecer risco de formação de atmosfera explosiva. Zona 21: locais onde há probabilidade de ocorrer ocasionalmente a poeira ou fibra, devida a uma operação normal de trabalho, em quantidades suficiente de oferecer risco de formação de atmosfera explosiva. Zona 22: locais onde não há probabilidade de ocorrer a poeira ou fibra, do contrário apenas ocorrerão por ventura de operação anormal ou falha do processo, mas que quando ocorrido possa gerar quantidades suficiente de oferecer risco de formação de atmosfera explosiva. Em complemento, uma área é definida como não classificada se não é provável a ocorrência de uma atmosfera explosiva a ponto de exigir precauções especiais para construção, instalação e utilização de equipamentos elétricos e eletrônicos. ABNT NBR IEC (2009) Jordão (2012) informa que a norma da IEC, diferentemente da norma NEC, não faz uso de imagens pré-definidas para dimensionar o volume do risco ou extensão da área classificada, isto é, a delimitação das zonas em função de um determinado processo. Essa justificativa se dá pelo simples fato de que fatores externos podem influenciar nesses volumes, o que tornaria impraticável uma padronização. Ele ainda afirma que o único método de cálculo estabelecido pela norma IEC serve apenas para determinas os tipos de Zonas, considerando os fatores de ventilação do local. Ou seja, métodos de obtenção das dimensões da classificação não são claramente estabelecidos na norma. Assim o mesmo sugere que há uma prática simples, adotados por muitos países da Europa para quantificação de Zonas, conforme ilustra a Tabela 2. Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

28 28 Zonas Tabela 2: Quantificação de Zonas Presença de atmosfera explosiva horas ou mais por ano (10%) 1 10 < horas por ano < (0,1 a 10%) 2 1 < horas por ano < 10 (0,01% a 0,1%) Área não classificada Menos de 1 hora por ano Fonte: Jordão (2012) Na sequência, Jordão (2012) e Neto (2010) sugerem utilizar as figuras norteamericanas da norma NEC (ver item ), adaptando ao critério de Zonas estabelecido pelas IEC, atendendo assim a normativa brasileira e internacional, conforme ilustra a Figura 4. Figura 4: Sugestão de adaptação de normas, para um tanque de armazenamento Fonte: Jordão (2012) Cruz (2012) coloca mais indagação no tema ao afirmar que ainda não há um consenso normativo a nível mundial sobre a delimitação de áreas classificadas, o que depende do bom senso de cada projetista e das normas internacionais a serem utilizadas de referência. Independente disso, o mesmo afirma que é indispensável tomar o conhecimento dos seguintes Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

29 29 aspectos para delimitação de áreas: densidade relativa do gás ou vapor inflamável; ventilação; geometria da fonte de risco; e barreiras físicas. Não será dada ênfase na modelagem matemática utilizada para calcular, dimensionar e delimitar os tipos de Zonas, uma vez que ela dependerá de cada circunstância prática, bem como de fatores subjetivos, não sendo o foco da presente monografia NFPA A NFPA é uma organização americana, possuindo representantes do corpo de bombeiros, companhias de seguros, da indústria, de associações, sindicatos e organizações profissionais, incumbida de desenvolver e conservar padrões e requisitos mínimos para a prevenção e supressão de incêndios, treinamentos e equipamentos, bem como outros códigos e normas de segurança. Atualmente supervisiona a atualização de mais de 300 códigos e normas, sendo que muitos deles são aceitos em nível internacional, e estabelecidos em países. Em 1897, foi desenvolvido o National Electrical Code (NEC), sendo que possui 19 códigos de segurança em instalações elétricas, que são atualizados a cada três anos, e é adotado como modelo padrão norte-americano. (ERHTAL, 2004) Segundo Cruz (2012), muito embora não conflitantes com as normas internacionais (IEC), a norma norte-americana (NEC) dispõe de outras terminologias relacionadas à classificação de áreas. De forma resumida, a NEC classifica os graus de riscos segundo Classes, Grupos e Divisões, de forma a definir o volume dos riscos através de figuras padronizadas. No que se refere às Classes, há três tipos: gases e vapores inflamáveis; pós combustíveis; e fibras combustíveis. As duas primeiras Classes são divididas em mais sete grupos, com intuito de identificação da origem do risco conforme a sua natureza. Na sequência, é atribuído duas divisões, referentes à alta ou baixa probabilidade de ocorrer a mistura inflamável, sendo essa análise semelhante às atribuições por Zonas da norma IEC. Por fim, são definidos os volumes dos riscos, por meio de parâmetros do processo (pressão, vazão e volume) e características das atividades. A norma também atribui imagens genéricas que são padronizadas para Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

30 30 determinadas aplicações, como, por exemplo, a de uma esfera que armazena Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), ilustrado na Figura 5. Figura 5: Imagens padronizadas pela NEC (esfera de GLP) Fonte: Jordão (2012) 2.3 CONCEITOS E PROPRIEDADES DE SUBSTÂNCIAS INFLAMÁVEIS Tetraedro do fogo Segundo Chu (2014), o fogo é uma reação exotérmica de oxidação, ocasionando uma combustão rápida com emissão de luz, calor e chama. Conforme descrito no item 1.1, o fogo resulta da combinação de três elementos: o combustível (a substância inflamável), o comburente (oxigênio) e a energia de ativação (calor), formando o triângulo do fogo, ilustrado na Figura 5. Desta forma, se o triângulo estiver completo, indicando a ligação desses três componentes, a combustão se inicia. Uma vez iniciada, os gases envolvidos foram uma reação em cadeia transmitindo calor para outras partículas do combustível, desta forma alimentando Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

31 31 o fogo. Então, para ocorrer continuidade da combustão é necessário o quarto elemento, chamado de reação em cadeia, formando o tetraedro do fogo, também ilustrado na Figura 6. Figura 6: Triângulo e tetraedro do fogo, respectivamente Combustível Reação em cadeia Energia Comburente Fonte: Santos (2008) A principal diferença de fogo e incêndio, segundo Santos (2008), é que o primeiro caracteriza-se como uma combustão controlada (subentende-se como o controle das chamas e não sobre as dimensões que o mesmo pode acarretar), enquanto que o segundo conceitua-se como uma combustão incontrolada e desordenada. Por sua vez, a explosão é uma expansão abrupta de gases, resultando em uma pressão que se move muito rapidamente, bem como pode gerar calor, provocando uma alta taxa de liberação de energia e, consequentemente, gerar um incêndio (o contrário também é válido) Propriedades de substâncias que afetam a classificação de áreas São algumas propriedades das substâncias, que influenciam nos critérios de grau de risco e classificação de áreas: (FREITAS, 2010; RIBEIRO, 2004) Limite de inflamabilidade: em função da concentração da mistura inflamável em relação ao oxigênio do ar, as substâncias inflamáveis possuem faixa de inflamabilidade própria, de forma que, na medida em que houver uma fonte de ignição, haverá uma autopropagação sustentada, ocasionando incêndio ou Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

32 32 explosão. Para tal é necessário ocorrer uma mistura ideal (com relações volumétricas de oxigênio e produto inflamável dentro da faixa de inflamabilidade). Ponto de fulgor: pode ser entendido como a menor temperatura necessária para que um líquido libere vapor em quantidade suficiente para ser formada uma mistura inflamável. Não obstante, o ponto de fulgor não garante que essa mistura mantenha uma combustão contínua, caso seja iniciada por uma fonte de ignição esporádica. Ponto de combustão: Menor temperatura na qual uma substância em contato com o oxigênio é inflamada, por uma fonte externa de ignição, e continua a queimar constantemente. Densidade: fator que influencia na determinação da extensão e o comportamento de uma nuvem explosiva. Basicamente, quando a densidade do vapor for maior do que a densidade relativa do ar, ele deve se acumular nas regiões inferiores, logo, o risco de explosão é maior em locais próximos ao chão. Caso contrário, a nuvem explosiva se localiza em regiões superiores, o que ocasiona menor probabilidade de explosão, em casos de locais abertos e livres. Temperatura de ignição: é entendida como a temperatura mínima necessária para que se dê o início de uma combustão. Ademais, ela depende de vários fatores, tais como: composição da mistura inflamável; dimensões do local; e tempo de duração do aquecimento. MIC (Minimum Ignition Current): é a corrente mínima que gera uma centelha que, sob condições específicas, é capaz de causar a ignição de uma mistura inflamável. Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

33 NORMAS REGULAMENTADORAS E RESPONSABILIDADES Normas regulamentadoras As Normas Regulamentadoras (NR) relativas à segurança e medicina do trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). (BRASIL, 2009) No que tange as atmosferas explosivas, referentes às instalações e serviços de eletricidade, a legislação determina, por meio da NR 10, que devem ser observados no projeto, construção, montagem, operação, manutenção das instalações elétricas e quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades, as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e, na falta destas, as normas internacionais cabíveis. Com relação ao prontuário das instalações elétricas (a NR 10 exige a sua existência em estabelecimentos com carga instalada superior a 75 kw), são algumas itens necessários em se tratando de áreas classificadas: (BRASIL, 2004) certificações dos equipamentos e materiais elétricos em áreas classificadas; documentação comprobatória da qualificação (comprovação de conclusão de curso específico na área elétrica reconhecido pelo Sistema Oficial de Ensino), habilitação (qualificado e com registro no competente conselho de classe), capacitação (treinado por profissional habilitado e autorizado; trabalha sob sua responsabilidade), autorização (habilitado ou capacitado com anuência formal da empresa) dos trabalhadores e dos treinamentos realizados; relatório técnico das inspeções atualizadas com recomendações, cronogramas de adequações. No que se refere à proteção contra incêndio e explosão a NR 10 estabelece as seguintes necessidades: (BRASIL, 2004) Nas instalações elétricas de áreas classificadas ou sujeitas a risco acentuado de incêndio ou explosões, devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação. Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

34 34 Os serviços em instalações elétricas nas áreas classificadas somente poderão ser realizados mediante permissão para o trabalho com liberação formalizada ou supressão do agente de risco que determina a classificação da área. Materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas de ambientes com atmosferas potencialmente explosivas devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação. Para atuar em áreas classificadas os trabalhadores deverão obrigatoriamente realizar um treinamento específico, de acordo com o risco envolvido. Segundo a ABPEx (2015), considerando que as normas que regulamentam os assuntos Ex no Brasil estão baseadas em normas internacionais, há uma tendência gradativa do assunto gestão em áreas classificadas ganhar cada vez mais espaço, fiscalização e abrangência. Ainda assim, há uma lacuna relativamente aberta no que se refere à certificação de profissionais que atuam nessas áreas (técnicos/engenheiros de segurança; projetista, técnicos, montadores, inspetores e supervisores de elétrica e instrumentação), portanto é uma pauta que tende a evoluir em todos os sentidos regulamentação, fiscalização, etc. A NR 20 faz referência aos requisitos mínimos para gestão de segurança em atividades que envolvem extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis, que podem originar um incêndio ou explosão decorrentes do uso. Desta forma ela estabelece requisitos de projeto, construção e montagem, operação, manutenção e inspeção, análise de riscos, capacitação de trabalhadores Responsabilidades Por lei, a empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador, devendo prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar e do produto a manipular, cabendolhe, ainda, (art. 157 da CLT) cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; e instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais. Devendo inclusive punir Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

35 35 o empregado que, sem justificativa, recusar-se a observar as referidas ordens de serviço e a usar os equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa.(art. 158 da CLT). 2009) Em conformidade com a NR 1, são responsabilidades do empregador: (BRASIL, a) cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho; b) elaborar ordens de serviço sobre segurança e saúde no trabalho, dando ciência aos empregados por comunicados, cartazes ou meios eletrônicos; c) informar aos trabalhadores: I. os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho; II. os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela empresa; III. os resultados dos exames médicos e de exames complementares de diagnóstico aos quais os próprios trabalhadores forem submetidos; IV. os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de trabalho. d) permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho; e) determinar procedimentos que devem ser adotados em caso de acidente ou doença relacionada ao trabalho. Cabe ao empregado: (BRASIL, 2009): a) cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde do trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador; b) usar o EPI fornecido pelo empregador; c) submeter-se aos exames médicos previstos nas NR; d) colaborar com a empresa na aplicação das NR. Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

36 36 No caso de um acidente de trabalho, o empregador e seus agentes podem ser responsabilizados por suas ações, caso seja comprovada e existência do nexo causal entre a sua conduta e o resultado danoso ou entre o resultado danoso e a conduta que deveria ter sido adotada. Além do empregador, os integrantes do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) e da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), em caso de existência, podem responder judicialmente. Os integrantes do SESMT possuem a obrigação legal de exercer os seus conhecimentos técnicos, cada um dentro da sua especialidade, em prol de promoção da saúde e proteção da integridade física dos trabalhadores no local de trabalho. Desta forma depois de estabelecido e avaliado os procedimentos adotados pela empresa no campo da segurança, é natural que seus integrantes respondam, quando dão causa ao acidente (seja por ação ou omissão), por culpa ou dolo. A CIPA, por sua vez, tem por objetivos observar e relatar as condições de risco no ambiente de trabalho, solicitar medidas para eliminá-las ou reduzi-las junto ao SESMT, discutir acidentes já ocorridos, orientar e divulgar aos trabalhadores ações para prevenir acidentes de trabalho. Da mesma forma como no SESMT, os integrantes da CIPA podem dar causa ao acidente, seja por ação ou omissão. A repercussão de um acidente de trabalho pode ocorrer na esfera penal, civil, previdenciário, trabalhista e ambiental, de forma o empregador e seus agentes responderem na medida de suas participações. Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

37 37 3 MOTORES ELÉTRICOS PARA APLICAÇÕES EM ÁREAS CLASSIFICADAS 3.1 APLICAÇÃO INDUSTRIAL Atmosferas propícias a uma explosão podem ser encontradas nos mais diversos segmentos da indústria, como o setor petroquímico, alimentício, agronegócio, farmacêutico, têxtil, papel e celulose, usinas de açúcar e etanol, minas, etc. Por outro lado, os motores elétricos são existem em praticamente qualquer tipo de indústria, sendo que suas principais aplicações, de acordo com Holt (2011), são: bombas para movimentação de líquidos, compressores de ar e amônia, ventiladores e exaustores de gás e movimentação de cargas, conforme ilustra a Figura 7. Figura 7: Distribuição da utilização de motores elétricos por uso final Elétricos por Uso Final Bombas 19% Movimentação de Cargas 30% Ventiladores 19% Compressores 32% Fonte: Holt (2011) No setor do agronegócio, principalmente em unidades de recebimento de grãos, há aplicações de motores elétricos para acionamentos mecânicos envolvendo: sistema de aeração em silos e armazéns; ventiladores inseridos em máquinas de secagem; máquinas de prélimpeza; movimentadores, esteiras transportadoras e elevadores de grãos; unidades hidráulicas em tombadores de caminhões. Já em fábricas de alimentos e bebidas, por exemplo, possuem máquinas operatrizes, que movimentam e executam operações com latas, Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

38 38 garrafas e outros objetos. Por sua vez, a indústria têxtil possui máquinas dedicadas, tanto para fiação como tecelagem, de tecnologia secular. Os setores de cimento, papel e celulose, químico, têm elevado número de bombas, compressores e ventiladores, assim como esteiras transportadoras, moinhos, agitadores, peneiras. Cerâmicas possuem misturadores, sopradores e esteiras transportadoras. Mineração, siderurgia e fabricação de metais em geral, além das bombas, compressores e ventiladores, há também moinhos, transportadores e máquinas específicas para atividades de laminação, tais como, corte e dobra. (GARCIA, 2003) A presente monografia dará ênfase nos motores elétricos de indução trifásicos, com rotor em gaiola de esquilo, de baixa tensão (MEITRGE), tendo em vista a sua larga aplicação na indústria de acordo com Americo (2003) correspondem a 75% dos motores existentes no Brasil e, principalmente, no contexto de sua inserção em áreas classificadas. 3.2 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DE MEITRGE Os motores elétricos inseridos em áreas classificadas, independente das aplicações industriais e do agente de risco envolvido, devem ser providos de características técnicas tais que evitem uma suposta ignição (e posteriormente uma explosão), seja ela causada por faíscas internas, centelhamentos oriundos das conexões elétricas ou mesmo em função da alta temperatura de operação. Evidentemente que, de acordo com as áreas que apresentam atmosferas explosivas, há motores com características técnicas e especificações construtivas específicas para atendimento de situação de risco. Desta forma, nos próximos subitens são apresentados os conceitos envolvendo EPL, aprofundados em descrições de invólucros de proteção, classes de temperatura, grau de proteção e marcações de motores elétricos. Não será apresentado o princípio de funcionamento do MITRGE, tendo em vista que não é foco do trabalho entrar em conceitos físicos e eletromagnéticos do mesmo Equipment Protection Level (EPL) A norma ABNT IEC (2009) estabelece procedimentos e metodologias para seleção de equipamentos elétricos baseados nos conceitos de EPL. Tal proposta, Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

39 39 implementada em 2009, propôs uma maneira alternativa e simplificada de especificar equipamentos elétricos para áreas classificadas. Até então a escolha do tipo de proteção em função da área era exclusivamente baseada numa correspondência biunívoca entre o tipo de proteção e a respectiva zona, no entanto com a nova proposta pode-se levar em conta também uma análise de risco adicional, o que culmina em maior flexibilidade na seleção de equipamentos, bem como pode resultar em proteção mais efetiva. Para Bulgarelli (2009), a normativa antiga estabelecia uma relação rígida e pré-determinada, nem sempre traduzida em eficácia. O símbolo utilizado para identificação do EPL consiste de uma primeira letra, em maiúsculo, designando o local da instalação, da seguinte forma: M (correspondendo Mining); G (correspondendo Gas) ou D (correspondendo Dust). Na sequência, é designado o nível de proteção proporcionado, através de uma segunda letra, em minúsculo, designando, onde: a (considerado muito alto), b (considerado alto) ou c (considerado elevado). A Tabela 3 ilustra a identificação do EPL. Tabela 3: Designação do Equipment Protection Level EPL Primeira letra do EPL Local de instalação Segunda letra do EPL Nível de proteção Sigla Significado Sigla Significado M Minas de carvão a Muito alto G Gás b Alto D Poeiras combustíveis c Elevado Fonte: Autoria própria, referenciando-se em ABNT IEC (2009) Assim, para efetuar a especificação de um equipamento elétrico, baseado na designação de EPL e em conformidade com a norma, deve-se seguir o fluxograma segundo a metodologia tradicional ou baseada em avaliação adicional de risco, de acordo com a Figura 8. Em resumo, define-se o risco em função do grupo e a zona pertencentes (ver definição no item ), na sequência aplica-se uma das metodologias. Por exemplo: um motor elétrico é dimensionado para um pequeno sistema de bombeamento de petróleo, onde se supõe a existência de uma zona 1, logo em vista do grupo, especifica-se um equipamento Gb (método Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

40 40 tradicional); contudo, considerando questões técnicas e/ou utilizando uma avaliação de gerenciamento adicional de risco, podem ser especificados tanto um equipamento Ga, quanto um Gc (método alternativo). Figura 8: Fluxograma para definição do EPL ABNT NBR IEC Grupo I Grupo II ou III Zona: - 0, 1 ou 2-20, 21 ou 22 Ma ou Mb ABNT NBR IEC Método tradicional: Método alternativo Zona 0 - EPL Ga Zona 1 - EPL Gb Zona 2 - EPL Gc Zona 20 - EPL Da Zona 21 - EPL Db Zona 22 - EPL Dc Avaliação adicional de risco Ga - Gb - Gc Da - Db - Dc Definição do tipo de nível proteção do equipamento elétrico Fonte: Autoria própria, referenciando-se em Bulgarelli (2009) No Brasil, a partir do ano de 2010, a portaria Nº 179 do INMETRO estabeleceu de caráter compulsório que todos os fabricantes de motores elétricos os quais são destinados à aplicação em áreas classificadas devem ter seus produtos certificados. Assim, verifica-se, através da Tabela 4, determinadas especificações de motores elétricos, sendo que estas são Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

41 41 subdivididas em função do EPL (tais características podem ser consultadas nos itens 3.2.2, 3.2.3, 3.2.4). Tabela 4: Proteções de motores elétricos atreladas ao EPL EPL Proteções Ma - Mb Ex d, Ex e, Ex p Ga - Gb Ex d, Ex e, Ex de, Ex p Gc Ex n, Ex p Da - Db Ex tb, Ex p Dc Ex tb, Ex tc, Ex p Fonte: Autoria própria (2016) Proteção As proteções Ex são medidas de segurança específicas aplicadas ao equipamento elétrico, em se tratando do específico caso motores elétricos, a fim de evitar uma explosão em uma área classificada. Há diversos métodos para prevenir uma ignição, que são baseados nas seguintes diretrizes: (PETROBRAS, 2002) 1. Confinamento: método para evitar a detonação da atmosfera explosiva, confinando a explosão em um compartimento capaz de resistir às condições adversas, de forma a bloqueá-la e não permitindo a sua propagação. Por exemplo: motor à prova de explosão ( Ex d ; ver subitem ). Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

42 42 2. Segregação: técnica para separar fisicamente a fonte de ignição da atmosfera explosiva. Por exemplo: motor dispondo de proteção por invólucro ( Ex t ; ver subitem ); motor pressurizado ( Ex p ; ver subitem ). 3. Supressão: adoção de medidas construtivas adicionais com o intuito de reduzir a probabilidade do equipamento se tornar uma fonte de explosão. Por exemplo: motor com segurança aumentada ( Ex e ; ver subitem ); motor não acendível ( Ex n ; ver subitem ). 4. Prevenção: método para controle da fonte de ignição de maneira a não produzir energia térmica e elétrica o suficiente para ocasionar a explosão. Por exemplo: controle de temperatura do motor elétrico (ver item 3.2.3). 5. Especial: característica especial À prova de explosão ( Ex d ) Esse invólucro é considerado a técnica mais antiga de proteção, surgida no início do século XX, por isso é facilmente reconhecido e aplicado em muitas instalações. A sua abreviação é Ex d, sendo que a letra d provém de druckfest, do alemão: vedado à pressão. (RIBEIRO, 2004) De acordo com a ABNT NBR IEC (2009), a proteção de motores ou equipamentos elétricos por invólucro à prova de explosão é definida por: invólucro no qual as partes que podem causar a ignição de uma atmosfera explosiva de gás são confinadas, e que é capaz de suportar a pressão desenvolvida durante uma explosão interna de uma mistura explosiva, e que impede a transmissão da explosão para a atmosfera explosiva de gás ao redor do invólucro. (ABNT NBR IEC , 2009, p. 2.) Desta forma, consiste em um sistema suficientemente resistente e vedado, de forma atuar em duas linhas de defesa: suportar uma pressão interna sem se romper e não propagar uma suposta explosão interna para o mesmo externo. A própria norma ABNT NBR IEC especifica os requisitos construtivos, materiais, requisitos de ensaios e critérios de aceitação para o projeto, fabricação, ensaios e certificação deste tipo de equipamentos para instalação em atmosferas explosivas. Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

43 43 A Figura 9 ilustra a representação simplificada de um equipamento com proteção à prova de explosão. Figura 9: Representação simplificada de um invólucro à prova de explosão Fonte: WEG (2015) Para exercer tal proteção, é necessário que o motor atenda a normativa construtiva, que também inclui diversos critérios e conceitos técnicos. São algumas considerações de proteção Ex d para motores elétricos: Zonas de uso: 1 e 2, desde que sejam adequados às características do risco. Condições do ambiente: normalmente projetado para temperatura na faixa de -20ºC até 40ºC. Materiais utilizados para fabricação dos invólucros podem ser: ferro fundido, ligas de alumínio e, onde a resistência à corrosão for necessária, latão, aço inoxidável. Não possuem grau de proteção mínimo. Da mesma forma como ocorre no projeto construtivo de um motor elétrico para adequações de temperatura (ver subitem 3.2.2), são levados em consideração para o correto desenvolvimento do produto para aplicação em áreas classificadas várias configurações de montagens, através do desenvolvimento de componentes utilizando simulação computacional (Figura 10), em se tratando de invólucros à prova de explosão. Além disso, são realizados testes e ensaios prévios de sobrepressão (antes mesmo de serem enviados para os órgãos certificadores, como que pode ser visualizado na Figura 11), de maneira a atender os Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

44 44 requisitos da norma referentes ao Interstício Máximo Experimental Seguro (MESG) e também observando as tolerâncias máximas relacionadas à rugosidade das juntas. Figura 10: Desenvolvimento de componente utilizando simulações gráficas em motores elétricos Fonte: Autoria própria (2016) Figura 11: Ensaios de sobrepressão no invólucro do motor elétrico Fonte: Autoria própria (2016) Por fim, a Figura 12 ilustra um motor elétrico à prova de explosão, fabricado pela empresa WEG. Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

45 45 Figura 12: Motor elétrico à prova de explosão Ex d Fonte: WEG (2015) Segurança aumentada ( Ex e ) O tipo de proteção de equipamentos para instalação em atmosferas explosivas por segurança aumentada foi desenvolvido durante a década de 1940, na Alemanha, sendo que a letra e provém do termo em alemão Erhöhte Sicherheit traduzindo: segurança aumentada. Um dos principais objetivos do desenvolvimento deste conceito de proteção, conforme descreve Bulgarelli (2010), era o de evitar a necessidade de utilização dos invólucros metálicos à prova de explosão, os quais são comparativamente mais pesados, mais caros e apresentam maiores dificuldades de execução dos serviços de instalação, montagem, inspeção e reparos. Tal proteção se reflete em determinadas medidas de segurança que evitam risco de quaisquer fontes de ignição (faíscas, altas temperaturas, arcos elétricos ou centelhas), sendo que sua grande ênfase de pesquisa, segundo REVISTA POTÊNCIA (2015) foi dada aos motores elétricos, além de que pode ser considerado a técnica mais efetiva, do ponto de vista econômico e de segurança. Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

46 46 A norma que rege essa técnica de proteção é a ABNT NBR IEC , descrevendo o seguinte conceito: tipo de proteção aplicado a equipamentos elétricos nos quais medidas adicionais são aplicadas de forma a proporcionar segurança aumentada contra a possibilidade de temperaturas excessivas e a ocorrência de arcos e centelhas em serviço normal ou sob condições anormais especificadas. (ABNT NBR IEC , 2006, p. 4) Desta forma, de acordo com Ribeiro (2010), diferentemente da técnica à prova de explosão, que é desenvolvida para resistir a uma explosão, a segurança aumentada inclui técnicas de projetos especiais ou medidas complementares quando comparadas às convencionais utilizadas em motores, de maneira a propiciar mais segurança na utilização do equipamento na atmosfera explosiva, além de diminuir ainda mais a probabilidade de produção de arcos, centelhas ou altas temperaturas de motores elétricos ou equipamentos. A Figura 13 ilustra a representação simplificada de um motor elétrico ou equipamento com segurança aumentada. Figura 13: Representação simplificada de um invólucro com segurança aumentada Fonte: WEG (2015) A norma ABNT NBR IEC , no que tange a motores elétricos, estabelece alguns critérios e requisitos construtivos, além de diretrizes elétricas de projeto, referentes a: Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

47 47 Exigência de grau de proteção mínimo IP54 aplicado ao invólucro, conforme norma ABNT NBR IEC (ver subitem 3.2.4), evitando influências externas físicas e líquidas, como também agentes agressivos do ambiente. Limitação de temperatura de superfície T2 ou T3 (ver subitem 3.2.3), além da limitação de temperatura nos materiais isolantes utilizados, tendo em vista o prolongamento da vida útil do isolante. Requisitos especiais no projeto mecânico, de maneira a atender a concentricidade do entreferro (em caso de falha do mancal) e folga de todas as partes rotativas, evitando assim a ocorrência de centelhas e arcos internos. Testes de impacto na carcaça, de maneira a verificar robustez e resistência do motor. Temperatura de operação de 10 C abaixo do normal, diminuindo a possibilidade de ocorrência de uma ignição na área classificada;. Determinação e ajuste de tempo máximo para atuação do dispositivo de proteção (denominado tempo, conforme ilustra a Figura 14), com a finalidade de evitar a temperatura limite de projeto do condutor. Ou seja, dada uma condição adversa de operação do motor (seja uma sobrecarga ou, até mesmo, rotor bloqueado) o dispositivo de proteção deverá atuar em um período de tempo inferior ao, de modo a desenergizá-lo. A temperatura limite dos gases inflamáveis presentes no local de instalação também deve ser considerada e respeitada no momento do projeto. Figura 14: Demonstração do tempo de desligamento de motor - Fonte: Bulgarelli (2010) Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

48 48 Onde: A: temperatura ambiente máxima B: temperatura em serviço nominal C: temperatura limite Curva 1: elevação da temperatura em regime (corrente) nominal Curva 2: elevação da temperatura devido a um fator adverso Além disso, o dispositivo de proteção deve ser ajustado para a partida do motor situação em que a corrente, considerando partida direta ( ), chega de quatro a dez vezes superior à condição nominal ( ), conforme ilustra a Figura 15, o que relativamente elava a temperatura do condutor de maneira a respeitar tanto a temperatura limite de projeto do condutor, quanto a temperatura de classificação da área. Em nenhum momento, o valor do tempo pode ser inferior a cinco segundos, quando for utilizado um dispositivo de proteção sensível à corrente, ou quando a razão da corrente de partida for maior do que dez, conforme ilustra a Figura 16. Aumento da distância de escoamento (entendida como a menor distância ao longo da superfície de duas partes condutivas), através da aplicação da dupla cama de impregnação do material isolante; e aumento da distância de isolação (entendida como a menor distância, no ar, entre duas partes condutivas) Projeto especial dos terminais, provendo proteção contra afrouxamento próprio e pressão de contato adequada ao fio condutor. Figura 15: Corrente de partida de um motor elétrico Fonte: Autoria própria (2016) Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

49 49 Figura 16: Relação entre e Fonte: Bulgarelli (2006) A Figura 17 ilustra um motor elétrico de segurança aumentada, fabricado pela empresa WEG. Nota-se que visualmente um motor Ex e é semelhante a um motor convencional e aplica-se em zona 1, conforme visto em e Tabela 8. Figura 17: Motor elétrico com segurança aumentada Fonte: WEG (2015) Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

50 Invólucros pressurizados ( Ex p ) A técnica de pressurização ( Ex p ) considera os conceitos de segregação, assim o equipamento é desenvolvido para não permitir que a atmosfera potencialmente explosiva penetre o motor elétrico ou equipamento, sendo que esses, devido a sua operação convencional, podem produzir arco ou centelhas e temperatura elevada. Tal invólucro mantém uma pressão positiva de ar ou de gás inerte de proteção, superior à pressão atmosférica, de modo que, se houver presença de mistura inflamável ao redor do equipamento ou ambiente, esta não entrará em contato com as partes internas do motor. A Figura 18 ilustra de maneira simplificada o tipo de proteção. Figura 18: Ilustração de um sistema provido de um invólucro pressurizado Fonte: Autoria própria (2016) De acordo com o conceito da ABNT NBR IEC , norma que rege os invólucros de proteção: manter continuamente uma pressão positiva superior à pressão atmosférica no interior do invólucro, de maneira que em caso de ocorrência de uma mistura inflamável próximo ao equipamento elétrico, esta não deve entrar em contato com a fonte de ignição. Por sua vez, a fonte de ar ou gás inerte mais comum aplicado é o gás nitrogênio utilizado no processo deve ser livre de gases inflamáveis antes de utilizá-la para pressurização. (ABNT NBR IEC , 2009, p. 3) Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

51 51 A Figura 19 ilustra a representação simplificada de um motor elétrico ou equipamento com proteção à prova de explosão. Figura 19: Representação simplificada de um invólucro pressurizado Fonte: WEG (2015) Com relação à terminologia, há três tipos para a técnica Ex p : (ABNT NBR IEC , 2009) Ex px : reduz a classificação no interior do invólucro pressurizado de Zona 1 para não classificada ou Grupo I para não classificada. A sobrepressão mínima do sistema especificado na norma é de 0,5 mbar. Ex py : reduz a classificação no interior do invólucro pressurizado de Zona 1 para Zona 2. A sobrepressão mínima do sistema especificado na norma é de 0,5 mbar. Ex pz : reduz a classificação no interior do invólucro pressurizado de Zona 2 para não classificada. A sobrepressão mínima do sistema especificado na norma é de 0,25 mbar. A Figura 20 ilustra um motor elétrico com segurança aumentada, fabricado pela empresa WEG. Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

52 52 Figura 20: Motor elétrico com invólucro pressurizado Fonte: WEG (2015) Por fim, a Tabela 5 apresenta a relação do tipo de zona com o tipo de pressurização adequado, conforme a sua aplicação. Tabela 5: Tipos de invólucros pressurizados adotados de acordo com sua aplicação Fonte: Freitas (2010) Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

53 Não acendível ( Ex n ) A definição para equipamentos e motores elétricos com tipo de proteção não acendível ( Ex n ) é dada pela ABNT NBR (2009): Tipo de proteção aplicada a equipamentos elétricos que, em condições de operação normal e em certas condições anormais de operação devidamente especificadas, não é capaz de provocar ignição em uma atmosfera explosiva circunvizinha, assim como não é provável que ocorra uma falha capaz de causar a ignição dessa atmosfera. (ABNT NBR IEC , 2009, p.9) Uma vez que a presença de gás ou vapor inflamável é menos provável na zona 2, os requisitos e construção para motores elétricos destinados a áreas a áreas classificadas não são tão restritivos como aqueles aplicados em zona 1. Devido a esse fato, o projeto e construção de motores com proteção não acendíveis são basicamente iguais aos motores de segurança aumentada ( Ex e ), no entanto o que pode diferir é a possibilidade desses equipamentos possuírem superfícies quentes, além de gerar arcos ou centelhas, contanto que estes componentes tenham incorporado algum método de proteção adicional previstos na norma. Além disso, esses equipamentos não são aplicados em grupos I e III, conforme visto em e Tabela 8. Já o grau de proteção mínimo estabelecido pela norma é IP54. A Figura 21 ilustra a representação simplificada de um motor elétrico ou equipamento com proteção não acendível. Figura 21: Representação simplificada de um invólucro não acendível Fonte: WEG (2015) Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

54 54 Já a Figura 22 ilustra a representação simplificada de um motor elétrico ou equipamento com proteção não acendível. Figura 22: Motor elétrico com invólucro não acendível Fonte: WEG (2015) À prova de ignição de poeira por invólucros ( Ex t ) Utilizando os princípios da técnica de segregação, a proteção Ex t é baseada na limitação de temperatura máxima de superfície do invólucro e da restrição do ingresso de poeiras ou fibras para dentro do invólucro. Para isso, o equipamento elétrico deve ser especificado de tal forma que sua temperatura máxima de superfície não alcance a temperatura de ignição de qualquer gás, vapor ou névoa que possa estar presente, e, da mesma forma, que possua um grau de proteção total ou parcialmente protegido contra ingresso de agentes. (BULGARELLI, 2015) A definição para equipamentos e motores elétricos com tipo de proteção contra ignição de poeiras por invólucros ( Ex t ) é dada pela ABNT NBR (2009): Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

55 55 Tipo de proteção em que as partes que podem causar a ignição de uma atmosfera explosiva são confinadas em um invólucro total ou parcialmente protegido contra o ingresso de poeiras e que a temperatura máxima de superfície é limitado. (ABNT NBR , 2009, p.4) Logicamente, para que ocorra o correto dimensionamento de motores elétricos para áreas classificadas, é fundamental o conhecimento da poeira ou fibra combustível presentes no ambiente, bem como os seus respectivos índices de limites de inflamabilidade, temperatura de ignição, MIG (descritos no item 2.3.2). Em Anexo I e II estão estabelecidos índices de alguns elementos. Para aplicação de motores elétricos especificamente no grupo III, a Tabela 6 apresenta os graus de proteção mínima para aplicação de zonas. É possível perceber que para aplicação em zonas 20, 21 e 22 é necessário IP 6X, com exceção da área classificada que contenha poeira não condutiva (grupo IIIC), zona 22, onde o grau de proteção mínimo do invólucro é IP 5X. Tabela 6: Grau de proteção mínima de motores em grupo III Zonas 20 Zona 21 Zona 22 (exclusivamente poeira condutiva) Zona 22 (exceção de poeira não condutiva) IP 6X IP 5X Fonte: Autoria própria, referenciando-se em NBR IEC (2007) Além disso, para motores elétricos instalados em grupo III, a máxima temperatura de superfície com ou sem relação a uma camada de poeira da área classificada não deve exceder a máxima temperatura de superfície atribuída ou a temperatura de ignição da camada ou nuvem de poeira combustível específica para o qual este equipamento for destinado. No entanto, a norma (2009) salienta que para situação em que há presença de poeira em forma de nuvem, a temperatura máxima não pode ultrapassar dois terços da temperatura mínima de ignição, em graus Celsius, da mistura de poeira/ar considerada. A norma ainda faz referência a algumas considerações a cerca da máxima temperatura em função da espessura da cama de poeira no invólucro. No Brasil, o único fabricante de motores elétricos para áreas classificadas, pertencentes ao grupo III, é a empresa WEG. A Figura 23 apresenta dois motores à prova de Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

56 56 ignição de poeira por invólucros, sendo que o motor a direita atende a normativa da Petrobrás, N-2919 (2015), com níveis de exigência superior a norma. Figura 23: Motor elétrico à prova de ignição de poeira por invólucros Fonte: WEG (2015) Classe de temperatura Os símbolos para as classes de temperaturas marcadas nos equipamentos elétricos possuem os significados e metodologia de seleção indicados na tabela apresentada a seguir. Um fator de suma importância para a especificação técnica de motores elétricos é a classe de temperatura de operação do mesmo, de forma que se respeite a temperatura limite de autoignição de quaisquer combustíveis presentes na atmosfera potencialmente explosiva. É natural que em plena carga os motores aqueçam, uma vez que se trata de um equipamento não ideal, logo parte de suas perdas são transformadas em energia térmica, que são dissipadas através do próprio motor e do ambiente ao qual está inserido. A Figura 24 apresenta a imagem de uma análise termográfica de um motor elétrico, onde a plena carga a carcaça do motor apresenta temperaturas com pontos de até 55,5ºC. Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

57 57 Figura 24: Análise termográfica de um motor elétrico Fonte: Autoria própria (2016) Conforme WEG (2015) a refrigeração mais comum de um motor elétrico é composta pela área de superfície do motor (denominada de aleta), ventilador e tampa defletora, ou seja, o correto dimensionamento desses itens resulta em um impacto positivo para dissipação de calor e consequente diminuição de perdas. A Figura 25 apresenta a dissipação do calor em um motor elétrico. Figura 25: Dissipação de temperatura em um motor elétrico Fonte: WEG (2015) Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

58 58 A Figura 26 ilustra a simulação do fluxo de ar sobre a carcaça de um motor, desenvolvida em software CFD. Figura 26: Simulação do fluxo de ar sobre a carcaça do motor Fonte: Autoria própria (2016) É possível observar que a temperatura mais elevada do motor se encontra nos enrolamentos (tal valor dependendo da classe de isolamento), e ela se dissipa ao longo de sua estrutura. Assim, é necessário que se conheça a temperatura de trabalho no ponto D, pois é esta que trocará calor com o ambiente. Por fim, há seis níveis de classificação de temperatura máxima de superfície de equipamentos, em conformidade com a norma ABNTE IEC, alocados em uma atmosfera explosiva, que devem ser comparados com a temperatura de autoignição dos combustíveis presentes nesse ambiente, sendo representado por meio da Tabela 7. Se a marcação do equipamento elétrico não incluir uma faixa de temperatura ambiente, o equipamento é projetado para ser utilizado entre 20 C e + 40ºC. Caso a marcação do equipamento elétrico incluir uma faixa de temperatura, ele é projetado para ser utilizado dentro dos limites estipulados. Além disso, ee a temperatura ambiente estiver fora da faixa estipulada, ou se houver uma influência devido a outros fatores, por exemplo, temperatura do processo ou exposição à radiação solar, o efeito sobre o equipamento deve ser considerado e as medidas tomadas devem ser documentadas. Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

59 59 Tabela 7: Classe de temperatura de equipamentos elétricos Grau de proteção Fonte: Freitas (2010) Todos os equipamentos e dispositivos elétricos e eletrônicos, incluindo os motores, devem possuir características próprias que os tornam aptos a operar sem apresentar possíveis danos físicos às pessoas ou aos próprios equipamentos (devido à penetração de corpos estranhos no seu interior). Tal característica de proteção é conhecida como um invólucro e comumente denominado de grau de proteção. Muito embora a avaliação do grau de proteção não seja especificamente considerada para áreas classificadas, ele pode constar como uma característica adicional de proteção do equipamento de forma a complementar a segurança de quaisquer aplicações. (FREITAS, 2010) A simbologia estabelecida, de acordo com a ABNT NBR IEC (2005), é composta por uma sigla IP (Ingress Protection), seguida de dois dígitos numéricos, em conformidade com as condições de operação. Além disso, podem ser utilizados Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

60 60 adicionalmente dois algarismos que complementam a designação do equipamento. A Figura 27 ilustra a indicação do grau de proteção de um equipamento genérico. O primeiro dígito numérico define a proteção contra o acesso de pessoas às partes perigosas do equipamento elétrico e contra a proteção de objetos sólidos. A Tabela 8 apresenta detalhadamente as informações, em conformidade com a ABNT NBR IEC (2005). Figura 27: Disposição do código IP Fonte: ABNT NBR IEC (2005) Tabela 8: Informações referentes ao primeiro dígito numérico Primeiro numeral característico Acesso partes perigosas Grau de proteção Penetração objetos sólidos 0 Não protegido - 1 Protegido acesso com o dorso da mão 2 Protegido acesso com dedo 3 4 Protegido acesso com ferramenta Protegido acesso através de um fio Diâmetro de 1,0 mm Protegido contra objetos sólidos com diâmetro 50 mm Protegido contra objetos sólidos diâmetro 12,5 mm Protegido contra objetos sólidos diâmetro 2,5 mm Protegido contra objetos sólidos diâmetro 1,0 mm Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

61 61 Primeiro numeral característico 5 6 Acesso partes perigosas Grau de proteção Penetração objetos sólidos Protegido acesso através de um fio Diâmetro de 1,0 mm Protegido contra poeira Protegido acesso através de um fio Diâmetro de 1,0 mm Totalmente protegido contra poeira Fonte: Autoria própria, referenciando-se em ABNT NBR IEC (2005) Por sua vez, o segundo dígito define a proteção contra penetração de água, a qual poderia danificar o equipamento. A Tabela 9 apresenta detalhadamente as informações, em conformidade com a ABNT NBR IEC (2005). Segundo numeral característico Tabela 9: Informações referentes ao segundo dígito numérico Descrição Grau de proteção 0 Não protegido Invólucro aberto 1 Protegido contra gotas de água caindo verticalmente Protegido contra gotas caindo 2 com o invólucro inclinado até 15º 3 4 Protegido contra aspersão de água Protegido contra projeção de água 5 Protegido contra jatos de água Proteção Fornecida Gotas não prejudicam o equipamento (condensação) Gotas não tem efeito prejudicial (considerando inclinação) Água aspergida com ângulo não tem efeitos prejudiciais Água projetada de qualquer direção não possui efeito Água projeta por bico em qualquer direção não possui efeito prejudicial Protegido contra jatos potentes Água projetada em forma de ondas ou de água jatos potentes não gera efeitos danosos Sob certas condições de tempo e Protegido contra efeitos de pressão não há penetração de água no imersão temporária em água equipamento Protegido contra efeitos de Adequado a submersão contínua sob imersão em água certas condições Fonte: Autoria própria, referenciando-se em ABNT NBR IEC (2005) Onde não for requerida a especificação de um numeral característico, ele deve ser substituído pela letra X ( XX se ambos os numerais forem omitidos). Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

62 62 Já a letra adicional indica o grau de proteção de partes das pessoas contra o acesso às partes perigosas do equipamento, ou quando a proteção real contra o acesso às partes perigosas for superior à indicada pelo primeiro numeral característico ou se somente a proteção contra o acesso às partes perigosas for indicada, o primeiro numeral característico é, então, substituído pela letra X. A Tabela 10 apresenta a descrição dos primeiro algarismo adicional. Tabela 10: Informações referentes ao primeiro algarismo adicional Letra Adicional Grau de proteção descrição A Protegido contra acesso com o dorso da mão B Proteção contra acesso com um dedo C Protegido contra acesso com uma ferramenta D Protegido contra acesso de um fio (diâmetro 1,0 mm) Fonte: Autoria própria, referenciando-se em ABNT NBR IEC (2005) Ainda, é possível encontrar um algarismo suplementar, contemplando as informações adicionais, apresentadas na Tabela 11. Tabela 11: Informações referentes ao primeiro algarismo suplementar Letra Adicional Grau de proteção descrição H Equipamento de alta tensão Ensaiado para efeitos prejudiciais devidos à penetração de M água quando as partes perigosas móveis do equipamento estão em movimento. Ensaiado para efeitos prejudiciais devidos à penetração de S água quando as partes móveis do equipamento estão estacionários. Apropriado para uso sob condições ambientais especificas e W fornecido com características ou processos de proteção adicionais. Fonte: Autoria própria, referenciando-se em ABNT NBR IEC (2005) Por fim, Figura 28 ilustra a indicação do grau de proteção na placa de identificação de um motor elétrico. Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

63 63 Figura 28: Grau de proteção na placa de identificação de um motor elétrico Fonte: WEG (2015) Marcação Os requisitos de marcação dos equipamentos elétricos e de instrumentação, incluindo motores elétricos, para atmosferas explosivas, tradicional e internacionalmente utilizados, devem atender a Norma NBR IEC (2008). Primeiramente, a marcação do motor elétrico deve ser feita de forma legível, na parte externa do equipamento, em um local facilmente visível e, da mesma forma, durável (tendo em vista uma possível corrosão). (NBR IEC , 2008) A marcação genérica deve incluir o seguinte, conforme ilustra a Figura 29: (NBR IEC , 2008) a) o nome do fabricante ou sua marca registrada; b) a identificação do tipo do fabricante; c) um número de série; d) o nome ou a marca do emissor do certificado e referências ao certificado da seguinte forma: os últimos dois dígitos do ano do certificado seguido por um Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

64 64. Seguido por uma única referência de quatro caracteres para o certificado naquele ano; e) se for necessário, indicar condições específicas de utilização, o símbolo X deve ser colocado após a referência do certificado. Uma marcação de alerta pode aparecer sobre o equipamento como uma alternativa para o requisito para a marcação X ; f) As marcações Ex para atmosferas explosivas de gás e atmosferas explosivas de poeiras devem ser separadas e não combinadas. g) qualquer marcação adicional prescrita nas normas específicas para os tipos de proteção relacionados, de acordo com a ABNT NBR IEC Figura 29: Marcação em um motor elétrico, conforme NBR IEC (2008) d e c f a b Fonte: Autoria própria, baseando-se em WEG (2015) incluso: Além disso, com relação à marcação Ex para motores elétricos, é necessário estar Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

65 65 o símbolo Ex, o qual indica que o equipamento elétrico corresponde a um ou mais dos tipos de proteção que são objetos das normas específicas indicadas na norma NBR IEC ; o símbolo de cada tipo de proteção utilizado (conforme subitem 2.3.1): d : à prova de explosão e : segurança aumentada p : invólucro pressurizado n : não acendível t : `a prova de ignição o símbolo do grupo (conforme subitem ): I, IIA, IIB, IIC, IIIA, IIIB ou IIIC a máxima temperatura em graus Celsius e a unidade de medida (ºC), precedida com a letra T (por exemplo, T90ºC), ou utilizando a nomenclatura da norma NBR IEC (conforme subitem 3.2.2). o nível de proteção do equipamento (EPL), Da, Db ou Dc, conforme apropriado (conforme subitem 3.2.1). Por fim, a Figura 30 exemplifica a aplicação de um motor com marcação Ex. Figura 30: Exemplo de marcação Ex de um motor elétrico Fonte: Autoria própria (2016) Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

66 CERTIFICAÇÃO A certificação de conformidade é o ato de atestar que um produto ou serviço está conforme uma determinada norma ou especificação técnica, através de ensaios e/ou verificações baseados em métodos também normalizados. Esse atestado é feito por meio de um Certificado ou Marca de Conformidade. No Brasil, através da Lei nº 5.966, de 1973, criou-se o Sistema Nacional De Metrologia, Normalização e Qualidade (SINMETRO), que por sua vez é formado basicamente por dois órgãos: o Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (CONMETRO) e o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO). O CONMETRO tem como principal atribuição estabelecer a política e diretrizes que devem ser adotadas para o país, com relação à metrologia, normalização e qualidade industrial; já o INMETRO é o órgão responsável pela execução dessa política ditada pelo CONMETRO. Conforme apresentado no item 1.1, a portaria 179 do INMETRO, em 18 de maio de 2010, estabeleceu em forma de lei que é de caráter obrigatório a certificação de equipamentos elétricos e eletrônicos, incluindo motores elétricos, destinados à aplicação em áreas classificadas, além da verificação e guarda de documentos técnicos por parte do usuário. Naquele tempo, todos os fabricantes de motores tiveram um prazo de um e dois anos para se regularizarem e adequarem aos requisitos da portaria, em caso de aplicação em ambientes com gás e vapores inflamáveis, e poeira combustível, respectivamente. Portanto, conforme visto na Figura 28, todos esses equipamentos que passaram pela inspeção e avaliação possuem um selo de certificação, realizado por um dos diversos Organismos de Certificação de Produtos (OCP) existentes no Brasil. São alguns organismos certificados, acreditados pelo INMETRO, no Brasil: BVC - Bureau Veritas Certification CEPEL CERTUSP DEKRA - Holanda DNV - Det Norske Veritas Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

67 67 IEx Instituto de Certificação NCC Certificações TÜV Rheinland do Brasil UL do Brasil Alexandre Kunkel da Costa Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

68 68 4. ESTUDO DE CASO Nesse capítulo é apresentado o estudo de caso em uma empresa agroindustrial, tendo por finalidade demonstrar uma situação prática de área classificada, relatar o atual modelo de gestão de segurança com enfoque nas aplicações envolvendo motores elétricos e avaliar possíveis pontos de melhorias. 4.1 COMPLEXO INDUSTRIAL A unidade industrial da empresa X é localizada em Ijuí RS e se destina a extração de farelo e óleo de soja, além de produção de biodiesel. A Figura 31 e a Figura 32 ilustram, através de uma imagem aérea, toda a extensão da planta. Figura 31: Imagem aérea frontal do complexo industrial c b f d e a Fonte: Autoria própria (2016) Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

69 69 Figura 32: Imagem aérea posterior do complexo industrial j g l i k h m Fonte: Autoria própria (2016) Através das Figuras 31 e 32 é possível observar as seguintes áreas: a. Balança setor de pesagem da matéria prima. b. Recebimento para armazenagem setor de recebimento de grãos para processo de produção de biodiesel. Integram-se as seguintes etapas: tombador de carga, moega, pré-limpeza de grãos, secagem de grãos e armazenamento. c. Preparação setor de preparação de grãos para processo de extração. Integram-se as seguintes etapas: secagem de grãos, separador de casca, condicionamento e laminador de grãos. O item 4.2 descreve o funcionamento do processo. d. Recebimento para armazenagem setor de recebimento/armazenamento de grãos para futura comercialização (área não integrante do processo de produção de biodiesel). e. Expedição para linha férrea (área não integrante do processo de produção de biodiesel). f. Salas de manutenção elétrica, mecânica e almoxarifado (área pertencente à equipe de apoio técnico, área não integrante do processo de produção de biodiesel). g. Armazéns de grãos do processo industrial. Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

70 70 h. Extração setor de extração de óleo de soja. Devido à presença de hexano, componente inerente do processo, trata-se essa área como classificada. O item 4.2 descreve o funcionamento do processo. i. Armazém de farelo de soja. j. Expedição para linha férrea. k. Biodiesel setor de produção de biodiesel, também se trata de uma área classificada. O item 4.2 descreve o funcionamento do processo. l. Parque de tanques. m. Casa de máquinas grupo de geradores para produção de energia elétrica. 4.2 PROCESSO INDUSTRIAL De acordo com Mandarino (2001), o processo de industrialização da soja, de maneira geral, divide-se em duas etapas principais: a produção de óleo bruto, tendo como resíduo o farelo; e a produção de biodiesel. Primeiramente a produção do óleo bruto e do farelo ocorre em três etapas: armazenamento de grãos; preparação dos grãos; extração do óleo bruto. A matéria prima é inicialmente colhida nos campos de produção ou, até mesmo, recebida de outros centros de armazenamento. Após o recebimento, os grãos passam por um processo de pré-limpeza (para retirar as impurezas e separar os grãos impróprios), secagem (caso seja necessário adequar índices de umidade relativa do grão) e conservados em silos, verticais ou horizontais, para o início do processo (Figura 33). Figura 33: Processo de recebimento de grãos, pré-limpeza, secagem e armazenamento Fonte: Autoria própria (2016) Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

71 71 Na etapa de preparação inicialmente separa-se a casca (sobra do processo, também chamando de tegumento) do grão (cotilédone), através de máquinas descascadoras (batedores ou facas giratórias), onde são separados por peneiras vibratórias ou insuflação de ar (Figura 34). Na sequência, ocorre o processo de condicionamento do cotilédone, onde o mesmo é dividido em duas partes e pré-aquecido para, então, facilitar a trituração e laminação (que, por sua vez, tem por objetivo aumentar a área de saída do óleo). Após laminados, ocorre a etapa de cozimento, onde o cotilédone é submetido a vapores direto ou indireto, de maneira a elevar ainda mais a sua temperatura e umidade (Figura 35). Figura 34: Separação e condicionamento inicial, respectivamente Fonte: Autoria própria (2016) Figura 35: Laminação e cozimento, respectivamente Fonte: Autoria própria (2016) Finalmente a extração do óleo ocorre nos extratores, onde ele é extraído diretamente em contato com o solvente químico orgânico hexano. A solução do óleo no solvente é chamado de micela, é transferida para um destilador contínuo, incumbido de separar o óleo Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

72 72 do solvente, através de aquecimento sob vácuo, onde o hexano residual é destilado em um evaporador de filme com insuflação de vapor direto. O farelo é obtido após eliminar o solvente do floco e passar por um processo de secagem, por fim, o produto final é armazenado em silos. A recuperação do solvente é feita por meio de colunas de absorção com óleo mineral (que é mais solúvel do que o ar). A Figura 36 ilustra o processo completo de extração. Figura 36: Processo simplificado para produção de óleo de soja bruto Fonte: Mandarino (2001) Já para produzir biodiesel é necessário que haja a reação do óleo vegetal puro, provindo do processo de extração, com o álcool (metanol ou etanol). Para que essa reação ocorra é também necessária a presença do catalisador (substância que tem a função de unir o óleo com o álcool e transformá-los em biodiesel e glicerina). Para esse processo (também Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

73 73 chamado de transesterificação ou alcoólise) é utilizado o metanol como álcool e a soda cáustica como catalisador. 4.3 AVALIAÇÃO E PROPOSTAS DE MELHORIA NAS ÁREAS DO PROCESSO Conforme apresentado no item 4.2, há uma série de substâncias utilizadas para obtenção do produto final, e um conjunto de equipamentos associados aos processos. Diante do exposto, é possível destacar alguns componentes em que é necessário um sistema de gerenciamento de riscos, como, por exemplo, o uso do hexano, metanol, soda cáustica, ou, até mesmo, a criação de poeiras combustíveis, intrínsecas ao manuseio, transporte e movimentação da matéria prima. Por outro lado, os motores elétricos fornecem a energia mecânica para a movimentação e transporte de cargas, ventilação, exaustão, centrifugação, bombeamento de fluídos, ou seja, estão intimamente relacionados aos equipamentos de todo processo. Portanto a presença de uma fonte ignição (advinda de motores) associado à presença de oxigênio e do agente agressivo, podem resultar na criação de uma atmosfera explosiva e, devido a essa circunstância, é necessário o gerenciamento da área classificada. Dentre os assuntos que a IECEx destaca como sendo de caráter obrigatório o atendimento normativo estão: a certificação de equipamentos; certificação de empresas de prestação de serviço; certificação de competência pessoal; conforme ilustra a Figura 37. No que concerne às questões dos motores elétricos em áreas classificadas as certificações compulsórias estão vinculados aos dois primeiros temas: empresas de prestação de serviço e equipamentos. Desta maneira, buscou-se inicialmente fazer uma avaliação da situação atual da empresa, com enfoque nos procedimentos adotados, bem como dos equipamentos empregados em áreas classifica e, na sequência, identificar possíveis pontos de melhorias e sugestões para atendimento às normativas vigentes. Para isso, as propostas foram dividas entre as seguintes pautas: empresas prestadoras de serviço e equipamentos. Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

74 74 Figura 37: Sistema de certificação IECEx Fonte: Bulgarelli (2015) Prestação de serviços No quesito prestadoras de serviço, dividiu-se o tema em: classificação de áreas; oficina de reparo; competências pessoais; conforme ilustrado na Figura 38. Figura 38: Sistema de certificação IECEx Fonte: Bulgarelli (2015) Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

75 Classificação de áreas Conforme descrito no item 2.2, Jordão (2012), Erthal (2004), Cruz (2012) e ABPEx (2015) entendem que o desenvolvimento de um bom trabalho de classificação de área começa com a análise de probabilidade da existência ou aparição de atmosferas explosivas nos diferentes locais da unidade. A apropriada classificação de área permite a escolha correta da característica do motor, evitando falhas de dimensionamento que possam comprometer a planta (em caso de subdimensionamento) e ainda otimizar custos (em caso de superdimensionamento). A empresa X possui três áreas consideradas como classificadas, de acordo com a descrição do item 4.1: Área 1: Extração o Líquido inflamável: hexano o Capacidade armazenada: litros Área 2 e 3: Biodiesel e parque de tanques o Líquido inflamável: metanol o Capacidade armazenada: litros Evidentemente que pelos componentes presentes e processados nessas áreas e pela sua respectiva quantidade, não há dúvida da periculosidade envolvida. Entretanto, verificou-se que a empresa não possui nenhum estudo de classificação de áreas, baseando-se em zonas, conforme estabelece as normas NBR IEC 60079/10-1 e NBR IEC 60079/10-2 (descrito no item ). Portanto recomenda-se como fator preponderante para continuidade da avaliação da planta industrial, o mapeamento de todas as áreas entendidas como classificadas. Esta avaliação tem como premissa a análise detalhada das fontes de riscos, tipo de zona, extensão da zona (considerando taxas de liberação do gás/vapor/líquido/poeira, limite inferior de explosividade, cálculos de ventilação, densidade no caso de gás/vapor, condições climáticas, topografia, etc.). Por fim a norma enfatiza a necessidade de documentação de classificação de área (a empresa também não possui), os quais podem ser em papel ou meio eletrônico, necessitam incluir modelos tridimensionais (Figura 39) ou plantas e elevações (Figura 40), conforme apropriado, que mostrem o tipo e a extensão das zonas, grupo do gás ou vapor, a Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

76 76 temperatura de ignição e/ou a classe de temperatura. Tais plantas devem ser mantidas atualizadas no Prontuário de Instalação Elétrica, de acordo com a NR10. Figura 39: Modelos tridimensionais de classificação de áreas Fonte: Bulgarelli (2015) Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

77 77 Figura 40: Planta bidimensional de uma área classificada Fonte: Bulgarelli (2015) Alexandre Kunkel da Costa Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

78 Oficina de reparo O trabalho de manutenção de equipamentos é vital em qualquer área, seja ela preventiva ou corretiva. E em ambientes que possuem atmosferas potencialmente explosivas, devido aos riscos envolvidos, essa necessidade é ainda mais relevante. Desta forma um dos fatores mais importantes no contexto de motores elétricos Ex se deve aos procedimentos de serviço, referentes ao reparo, revisão, recuperação, recondicionamento, modificação. (Revista Potência, 2015) Muito embora uma dada especificação de um motor esteja correta para operar em área classificada, é válido salientar que o serviço de manutenção e reparo de itens para essas áreas não pode e não deve ser feito por qualquer empresa, tendo em vista que estes materiais precisam ser submetidos a procedimentos normalizados de reparo, revisão ou recuperação. Isto é, para atuar nesse segmento, que é bastante específico, é necessário ter a devida capacidade técnica e a respectiva certificação que comprove essa capacidade. Portanto, pode ser constatado que de pouco adianta que os equipamentos Ex tenham sido devidamente fabricados e certificados, se as oficinas de reparos não atendam aos requisitos normativos sobre procedimentos de trabalho, sistema de gestão da qualidade, rastreabilidade, documentação, qualificações e competências das pessoas envolvidas nos serviços reparo, revisão, recuperação e modificação destes equipamentos. De forma a garantir os elevados níveis de segurança requeridos pelas instalações industriais contendo atmosferas explosivas e das pessoas envolvidas com áreas classificadas, a Portaria Inmetro 179, publicada em 18/05/2010, contendo o RAC (Requisitos de Avaliação da Conformidade) sobre equipamentos para atmosferas explosivas de gases inflamáveis e poeiras combustíveis, estabeleceu um prazo de 36 meses, contados a partir de sua publicação, para que os serviços de reparos de equipamentos Ex sejam realizados de acordo com os requisitos indicados na norma ABNT NBR IEC De acordo com a Revista Controle & Instrumentação (2015), no Brasil existem 60 empresas de reparo, revisão, recuperação, e modificação de motores elétricos de baixa tensão que atendem a norma NBR IEC (até dezembro de 2015). A primeira oficina credenciada e certificada por um Organismo Certificador de Produto (OCP) ocorreu em Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

79 79 A maioria dos casos os reparos são realizados por oficinas especializadas independentes ou por oficinas qualificadas pertencentes a uma rede de assistência técnica. Há ainda situações em que as empresas usuárias de equipamentos Ex possuem estrutura para a realização de manutenção e reparo dos produtos. A empresa X, na sua forma operacional de reparo e recondicionamento de motores Ex, remete para um assistente técnico convencional (não credenciado e sem certificação IECEx) e, além disso, também possui uma equipe técnica e oficina para fazer o recondicionamento (também não é credenciada e não possui certificação IECEx). A Figura 41 ilustra o estoque de motores Ex que já foram recondicionados sem atendimento da norma (classificados como motores reservas ). Figura 41: Motores recondicionados sem atendimento da norma Fonte: Autoria própria (2016) Diante do exposto, recomendou-se fazer um plano para avaliação e inspeção de todos os motores que já foram recondicionados, através de uma assistência técnica credenciada e certificada. Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

80 Competências pessoais De acordo com as estatísticas existentes sobre acidentes e explosões em instalações industriais contendo áreas classificadas, a simples certificação de equipamentos Ex não é suficiente para garantir a segurança das plantas e nem de seus trabalhadores. No Brasil, os equipamentos elétricos destinados à instalação em áreas contendo atmosferas explosivas precisam, obrigatoriamente, passar por certificação. O fato, sem dúvida, contribuiu para elevar os padrões de segurança. Contudo, para reduzir ainda mais os riscos de acidentes, é necessário que os referidos equipamentos sejam corretamente especificados, instalados, inspecionados, mantidos e reparados. Assim, a certificação de profissionais Ex foi o elo que completava as questões relativas à gestão de segurança em atmosferas explosivas. É válido destacar que a certificação de competência de pessoas é uma normativa que foi estabelecida em novembro de 2014 e devido a isso ainda que é voluntária. Entretanto, é bem provável que, com o passar do tempo, o processo caminhe naturalmente para a compulsoriedade. Revista Potência (2015) Tendo como base as normas técnicas aplicáveis da NBR IEC e dos Documentos Operacionais aplicáveis do IECEx, sobre as atividades relacionadas com as instalações elétricas Ex, é também necessário que as empresas de prestação de serviços bem como as pessoas envolvidas nestas atividades possuam as necessárias qualificações e competências para a correta execução dos serviços de projeto, seleção, especificação técnica, instalação, montagem, inspeção, manutenção e reparos dos equipamentos e instalações elétricas, de instrumentação, de telecomunicações e mecânicas em atmosferas explosivas. A Figura 42 ilustra as unidades de competência pessoais Ex. A partir da capacitação, é possível gerar um certificado de competência pessoal Ex, conforme ilustra a Figura 43. Recomenda-se, portanto, a capacitação de toda a equipe técnica que atua na instalação, montagem, inspeção e manutenção da empresa X. Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

81 81 Figura 42: Unidades de competência pessoais Ex Fonte: Revista Potência (2015) Figura 43: Certificado de competência pessoal Ex Fonte: Bulgarelli (2015) Alexandre Kunkel da Costa Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

82 Equipamentos Conforme visto nos itens 1.1 e 3.3, a certificação de motores elétricos Ex é de ordem compulsória. Todos os motores das áreas de extração, biodiesel e parque de tanques são motores do fabricante WEG com invólucro de proteção à prova de explosão ( Ex d ), portanto possuem certificação, conforme ilustra um exemplo de consulta, através da Figura 44. Figura 44: Motor Ex d e o seu respectivo certificado Fonte: Autoria própria (2016) Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

83 83 Recomenda-se o arquivamento de todos os documentos no Prontuário de Instalação Elétrica, atendendo a NR10, seja das competências pessoais, dos serviços prestados por empresas terceiras, bem como do certificado de todos os equipamentos Ex instalados na planta industrial, conforme ilustra a Figura 45. Figura 45: Arquivamento de documentos de produtos e serviços Ex Prontuário de Instalação Elétrica Fonte: Autoria própria (2016) De acordo com ABPEx (2015), um dos principais equívocos e paradigmas no mercado está relacionado a ligação entre área classificada e necessidade de proteção com invólucro à prova de explosão. Um exemplo negativo dessa associação pode culminar em duas ocorrências negativas: gasto desnecessário em equipamentos e problemas graves de operação. Um exemplo claro disso pôde ser observado na área de recebimento de grãos e armazéns (Figura 46), onde foram instalados motores Ex d. Nesse setor, devido ao manuseio e transporte de grãos, encontra-se uma quantidade elevada de poeiras combustíveis em suspensão, portanto o principal cuidado que deveria ser tomado é na temperatura do equipamento e consequentemente controlando da temperatura de autoignição do combustível. Assim sendo, a inserção de motores à prova de explosão comprometeu a instalação de duas maneiras: gasto desnecessário de compra, falha de especificação do produto e não eliminação do risco (tal invólucro de proteção remete o uso em áreas com gás e líquidos). Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

84 84 Além dessa situação, pode-se constatar a instalação de diversos equipamentos convencionais, sem invólucro de proteção (Figura 47). Evidentemente que devido à falta da planta avaliando a classificação ou não da área, não é possível chegar a uma conclusão assertiva. Figura 46: Motores Ex d no setor de recebimento de grãos Fonte: Autoria própria (2016) Figura 47: Motores convencionais, sem invólucros de proteção Fonte: Autoria própria (2016) Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

85 85 5. CONCLUSÃO Foi possível constatar, por meio da monografia, o largo aparato técnico e legal acerca do tema motores elétricos aplicados em áreas classificadas e atmosferas potencialmente explosivas. Seja no contexto internacional ou nacional, é valido salientar a constante evolução normativa, principalmente atrelada a três pilares: equipamentos, prestadores de serviço e competências pessoais. Considerando que as normas que regulamentam os assuntos Ex no Brasil estão baseadas em normas internacionais, há uma tendência gradativa do assunto gestão de segurança em áreas classificadas ganhar cada vez mais espaço, fiscalização e abrangência. Ainda assim, há uma lacuna relativamente aberta no que se refere à certificação de profissionais que atuam nessas áreas (técnicos/engenheiros de segurança; projetista, técnicos, montadores, inspetores e supervisores de elétrica e instrumentação), portanto é um assunto que tende a ganhar mais ênfase, principalmente à medida que o seu atendimento se tornar obrigatório. Outrossim, é importante destacar que as normas técnicas internacionais da IEC representam o atual estado da arte em termos de conhecimentos aplicáveis aos requisitos de segurança, confiabilidade, desempenho e qualidade dos equipamentos, serviços, instalações e competências pessoais. Esta harmonização faz com que sejam aplicáveis no Brasil os mesmos requisitos e níveis de segurança, desempenho, qualidade e confiabilidade que são aplicados internacionalmente. A área classificada é consequência da presença de produtos inflamáveis, oriundos do processo industrial, e da forma como este é processado. Diante disso é possível atuar na primeira linha de defesa (eliminando ou substituindo o combustível), ou tomando ações que minimizem a periculosidade do agente, de maneira a reduzir a extensão e o grau de risco da área classificada. Ainda assim é necessário o controle de risco envolvido, por meio de utilização de equipamentos certificados, de toda a prestação de serviços envolvida e da capacitação e treinamento contínuo da equipe de profissionais que atuam na empresa. No contexto de motores elétricos percebeu-se que há uma evolução constante nos aparatos tecnológicos, auxiliando na simulação e projeto de equipamentos cada vez mais Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

86 86 seguros. Paralelamente conclui-se que tal avanço, associado às topologias construtivas, está sendo acompanhados pela rigidez e evolução constante das normas, obrigando, portanto, os fabricantes a investirem constantemente em inovação. Com relação ao estudo de caso, percebe-se que em plantas industriais, mesmo que relativamente novas, há necessidade de melhorias e adequações na instalação e, de uma maneira geral, no gerenciamento das áreas classificadas. Foi evidenciado que um dos principais motivos pelo não atendimento de normas é a falta de conhecimento do tema. O projeto de classificação de áreas, inexistente no caso prático, são imprescindíveis para trabalho de inspeção/regularização da unidade, podendo constituir-se da mais poderosa ferramenta de economia no processo de regularização. A NR 10 e NR 20 enfatizam a necessidade de atualização das plantas e desenhos da área classificada, mediante mudança de layout, processo, ventilação, devendo permanecer junto ao prontuário de instalação elétrica, com a devida assinatura do profissional habilitado e qualificado. Além disso, é de suma importância a guarda dos certificados dos equipamentos (motores elétricos, bombas centrífugas, etc.), das empresas que atuam na prestação de serviço em reparos e manutenções desses, além de todos trabalhadores que atuam de maneira direta e indireta na instalação. Por fim, como consequências do nível atual de evolução normativa Ex, vários setores da sociedade brasileira usufruem dos benefícios de todos os processos que são baseados em normalização, incluindo a elevação dos níveis de segurança, qualidade, eficiência, tecnologia de produtos, serviços e de competências pessoais, resultando em melhores níveis de qualidade de vida e de proteção ao meio ambiente. Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

87 87 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR IEC : Classificação de áreas Atmosferas explosivas de gases inflamáveis. Rio de Janeiro, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR IEC : Classificação de áreas Atmosferas explosivas de poeiras combustíveis. Rio de Janeiro, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR IEC : Atmosferas explosivas Parte 1: Proteção de equipamentos por invólucro à prova de explosão d. Rio de Janeiro, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR IEC :Atmosferas explosivas Parte 2: Proteção de equipamentos por invólucro pressurizado. Rio de Janeiro, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR IEC : Atmosferas explosivas Parte 7: Proteção de equipamentos por segurança aumentada e. Rio de Janeiro, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR IEC : Atmosferas explosivas Parte 14: Projeto, seleção e montagem de instalações elétricas. Rio de Janeiro, 2009 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR IEC : Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas Parte 15: Construção, ensaios e marcação de equipamentos elétricos com tipo de proteção n. Rio de Janeiro, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR IEC : Instalações e Manutenção de Instalações Elétricas. Rio de Janeiro, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR IEC : Reparo, Revisão e Recuperação de equipamentos. Rio de Janeiro, Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

88 88 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR IEC : Proteção contra ignição de poeira por invólucros Ex t. Rio de Janeiro, BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 1 Disposições Gerais. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, Disponível em: < >. Acesso em: 5 ago BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 10 Segurança em Instalações Elétricas e Serviços em Eletricidade. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, Disponível em: < >. Acesso em: 5 ago BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria E Comércio Exterior. Portaria Nº 176, Disponível em: < Acesso em: 2 jan BOMBANA, C. Equipamentos à prova de Explosão. Revista Potência, São Paulo, jul Disponível em: < Acesso em: 13 jul BOSSERT, J.A. Hazardous Location: A Guide for the Design, Construction and Installation of Equipament in Explosive Atmospheres. 3. Ed. Toronto: Canadian Standards Association, p. BULGARELLI, R. Novos requisitos de EPL para seleção e marcação de equipamentos elétricos e de instrumentação para instalação em atmosferas explosivas. Revista O Setor Elétrico, São Paulo, 5 jan Disponível em: < Acesso em: 13 jan Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas

89 89 BULGARELLI, R. Proteção Térmica de Motores de Indução trifásicos Industriais. São Paulo, f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) Universidade de São Paulo. BULGARELLI, R. O Brasil no TC-31 da IEC. Revista O Setor Elétrico, São Paulo, 2 abr Disponível em: Acesso em: 13 jan CHU, J. Análise de Riscos nas Indústrias Petroquímicas. Satúbal, f. Dissertação (Metrado em Segurança e Higiene do Trabalho) Instituto Politecnico de Satúbal, Portugal, CRUZ, S. Análise Comparativa das Metodologias Utilizadas para Classificação de Áreas Potencialmente Explosivas em Unidades de Refino de Petróleo. Rio de Janeiro, f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos) Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola de Química. ERTHAL, L. Atmosferas potencialmente explosivas: um estudo de caso como contribuição para a classificação de áreas na atividade da indústria do petróleo, química e petroquímica. Niterói, f. Dissertação (Mestrado em Gestão de Segurança do Trabalho) - Curso de Pós-Graduação, Universidade Federal Fluminense, FREITAS, R. Classificação De Áreas Instalações Elétricas e Equipamentos em Atmosferas Explosivas. Curitiba, f. Monografia (Graduação em Engenharia Elétrica) Universidade Federal do Paraná. GARCIA, A. Impacto da Lei de eficiência energética para motores elétricos no potencial de conservação de energia na indústria. Rio de Janeiro, f. Dissertação (Mestrado em Planejamento Energético) Universidade Federal do Rio de Janeiro COPPE. HOLT, S. Walking the Torque: Proposed Work Plan for Energy Efficiency Policy Opportunities for Electric Motor Driven Systems. OECD/IEA, París, France, Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

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92 Especificações Técnicas de Motores Elétricos de Baixa Tensão para Aplicação em Áreas Classificadas 92

93 93 ANEXO A GASES E VAPORES INFLAMÁVEIS Alexandre Kunkel da Costa (alexandre.kunkel@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. UNIJUÍ, 2016

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