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1 UNESP - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Campus de Rio Claro (SP) ALEX DA COSTA TEIXEIRA Orientador: Prof. Dr. Luiz Sérgio Amarante Simões

2 551.8 T266a Teixeira, Alex da Costa Análise estrutural e microtectônica da inflexão do jordino e depósitos de ouro associados no greestone belt de Pilar de Goiás / Alex da Costa Teixeira. - Rio Claro : [s.n.], f. : il., figs., tabs., fots., mapas Trabalho de conclusão de curso (Geologia) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de Geociências e Ciências Exatas Orientador: Luiz Sérgio Amarante Simões 1. Geologia estrutural. 2. Microtectônica. 3. Greesntone belt de Pilar. 4. Depósitos de ouro. I. Título. Ficha Catalográfica elaborada pela STATI - Biblioteca da UNESP Campus de Rio Claro/SP

3 A todos que participaram desta jornada, em especial para os que me acompanham pela vida toda, PAI, MÃE e IRMÃOS.

4 AGRADECIMENTOS À minha mãe Idair, meu pai José Carlos e meus irmão Everton e Rodrigo, por todo carinho, dedicação e respeito, e sem eles eu não teria chegado até aqui. À minha namorada Isabela pela sua dedicação, amor e paciência. A todos meus tios e tias e primos e em especial para minha tia Maria José (Zezé), que não está mais entre nós, mas que enquanto estava viva me ajudou com meus estudos e pelo apoio quando decidir vir para Geologia. Aos meus amigos e parceiros de longa data e que sei que serão pra sempre, Moa, Guilher, Lois, Dão e Branco. Agradeço ao Grupo Yamana Gold Inc., que subsidiou este trabalho em todas as suas etapas. Agradeço a todos do Projeto Pilar de Goiás por todo apoio e conhecimento que me forneceram, difícil lembrar todos, mas vamos lá, Carreira, Feola, Juliano, Tupã, Righetto, Bruna, Willy, Josival, Milho, Dumdum, Janes, Felps, Pedrão, Geraldo, Véio, Geilson, Danúbya, Carlos, baixote, Kaio, Beija Flor, Nélio, Angelino, Faraó, Paulo, Marquinhos, Maria, Jane, Cidinha e demais pessoas. Aos meus amigos e amigas Nicolás Annunciato (Argentino), José Antonio (Zé), Daniel do Valle (Banana), Thiago Góes (Bolovo), Felipe Gorla (Xuxa), Diego de Bermudez (Cinderela), Yuri Portella (Xunli), Fábio Tosi (Sacudo), Júlia (Torrinha), Celine (Dion), Bárbara Robbi (Bah), Juliana Okubo (Sakura), Júlio Cesar (Julião), Letícia Bronzoni (Lets), Ilio Jr. (Xapisco), Cícero Terra (Ema), João Motta (Nariz), Vanessa Pimenta (Cabocla), Stéfani Aurélio (Cremosa), Caio Socchor (Boca), Pedro Alcazas (Pedrão), Filipe Lima (Praça), Pedro Camarero (Fezes), Mariana Savietto (Mari) e Larissa Lobo (Loba), Basílio e Sarita pela companhia durante este árduo, mas também prazeroso caminho. Gostaria de agradecer também a Rep. Fossa e todos seus moradores e agregados o João Paulo (Wisk), Felipe (Tonho) e Jonas (Ralo), Breno (Bide), Floriano, Lambari, Natália. A Rep. Jack Tequila e suas moradoras Isa, Anna, Bia, Mari, Carol que me acolhem sempre que precisei. A todos os funcionários da Unesp, em especial à Vânia, Jr., Adilson, Paco e Laerte, por toda ajuda que me deram nesses anos. Ao Prof. Luiz Simões, pela orientação paciência e dedicação. Ao Prof. George Luiz Luvizotto pelas ajudas. E também ao Geólogo Alex (Rodox) por todos os ensinamentos que me proporcionou quando o acompanhava em seus campos de TCC e mestrado. E a todos que passaram pela minha e que de alguma forma contribuíram para minhas conquistas e aprendizagem.

5 Resumo A área de estudo está inserida no contexto geológico do Maciço Mediano de Goiás, região onde ocorrem associações arqueanas de complexos granito-gnáissicos (Bloco Moquém) e paleoproterozóicas de sequência metavulcano-sedimentares (greenstone belt de Pilar). Ao sul da área, a sequência greenstone se encontra parcialmente recoberta por metassedimentos neoproterozóicos do Grupo Araxá. As unidades litoestratigráficas do greenstone belt de Pilar definem uma inflexão passando de uma direção aproximadamente N30W (a norte do depósito) para N60 a 70 W na região a sul do depósito Jordino, onde são truncadas pelas rochas do Grupo Araxá. Associações mineralógicas descritas neste trabalho permitem indicar que o metamorfismo regional que afetou as rochas do greenstone belt e do Grupo Araxá, na área mapeada, atingiu a fácies xisto verde superior (zona da granada). Dados obtidos durante o mapeamento e através de análises microtectônicas permitem indicar a existência de no mínimo quatro eventos deformacionais que agiram sobre as rochas do greenstone belt de Guarinos e do Grupo Araxá, sendo representadas pelas fases denominadas Dn-1, Dn, Dn+1 e Dn+2. Foi observado que o padrão dos porfiroblastos de sulfetos nos níveis mineralizados é semelhante aos porfiroblastos de granada, biotita e muscovita (tardi até pós Dn) que marcam o auge metamórfico da área. Palavras-chave: Greenstone belt de Pilar, geologia estrutural, depósitos de ouro, microtectônica.

6 Abstract The study area is included in the geological context of the Goias Median Massif, a region where there are associations of Archean granite-gneiss complex (Block Moquém) and a Paleoproterozoic metavolcano-sedimentary sequence ( Pilar greenstone belt ). At the south of area, the greenstone sequence is partially overlain by Neopreoterozoic metasediments of the Araxá Group. The lithostratigraphic units of the Pilar greenstone belt define a shift from about N30W direction (north of the deposit) to N60 and 70W in the region south of the Jordino deposit, where are truncated by the Araxá Group rocks. Mineralogical associations described in this paper allow to indicate that the regional metamorphism that affected the rocks of the greenstone belt and Araxá Group, in the mapped area, reached the upper greenschist facies (garnet zone). Data obtained during mapping and by microtectonics analysis allow to indicate the existence of at least four deformational events that acted on the rocks of the Guarinos greenstone belt and Araxá Group, represented by the phases called Dn-1, Dn, Dn + 1 and Dn+2. It was observed that the pattern of sulphide porfitoblasts in mineralized levels is similar to garnet, biotite and muscovite porfiroblasts (tardi to post Dn) that marks the metamorphic peak of the area. Key-words: Pilar greenstone belts, structura geologyl, gold deposits, microtectonics.

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9 ANEXO 1 MAPA GEOLÓGICO ANEXO 2 MAPA DE PONTOS ANEXO 3 MAPA ESTRUTURAL DE FOLIAÇÃO ANEXO 4 MAPA ESTRUTURAL DE LINEAÇÃO ANEXO 5 SEÇÕES GEOLÓGICOS ANEXO 6 DESCRIÇÕES MICROSCÓPICAS

10 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1.1- Vias de acesso para a cidade de Pilar de Goiás. Em A Goiânia em B Pilar de Goiás-GO. Fonte Google Mapas. 2 Figura 2.1.a) Mapa de Províncias da América do Sul: (i) Província do Paraná; (ii) Província da Mantiqueira; (iii) Província do São Francisco; (iv) Província da Borborema; (v) Província do Paraíba. b) Mapa destacando o Bloco Arqueano de Goiás com seus limites e subdivisões (em greenstone e complexos gnáissicos) e c) Mapa simplificado da região da Província de Crixás.(Ataíde 2011, modificado de Pimentel et al., (2002)). 7 Figura 2.2 Mapa Geológico do Greenstone Belt de Pilar de Goiás. 9 Figura 2.3: Coluna Estratigráfica do Greenstone Belt Pilar de Goiás (Jost & Oliveira, 2008, redesenhado). 10 Figura 4.1: Proposta de empilhamento estratigráfico das unidades para a área de estudo. 14 Figura 4.2: A e B) Afloramento de biotita gnaisse mostrando sua granulação grossa, sendo evidenciada por porfiroclastos de feldspato, pontos ACT-668 e ACT-671 respecitivamente; C) bandamento composicional paralelo à foliação em biotita gnaisse, ponto ACT-313; D) veio de quartzo subparalelo à foliação em biotita gnaisse, ponto ACT Figura 4.3: A e B, Amostra do ponto ACT-316 de muscovita xisto com foliação bem marcada e granulação muito fina. 16 Figura 4.4: Em A) detalhe de veio de quartzo lenticular, ponto ACT-527 de calcissilicatadas (Ppcs),; B) testemunho de sondagem mostrando a coloração característica das rochas calcissilicatadas, porções esverdeadas composta por micas e as mais claras compostos por quartzo e carbonato, furo de sondagem JD-446- caixa155; 583,50-583,60(m) de calcissilicatadas (Ppcs). 17 Figura 4.5: Unidade Quartzo-biotita xisto (Ppqbs), em A) biotita-quatzo xisto com bandamento gnaissico, com bandas mais escuras constituidas de biotita e bandas mais claras de feldspato e quartzo, ponto ACT-667; B) fenocrsital centimétrico de feldspato em meio as bandas, ponto ACT- 524; C) veio de quartzo dobrado no testemunho de sondagem do furo JD-446 (caixa 110; 410,10-410,23(m)); D) veio de quartzo dobrado no ponto ACT Figura 4.6: A) venulações de quartzo e carbonatos em testemunho de sondagem de muscovitacarbonato xisto (Ppqsst), furo JD-466- caixa 56; 196,95-197,05(m); B) Estrutura laminada e aspecto sedoso em muscovita-carbonato xisto (Ppqsst), amostra do ponto ACT Figura 4.7: A e C) veios de quartzo centimétricos oblíquo a foliação em xisto carbonoso (Ppcx), alguns possuindo principalmente de pirita, ponto ACT-041; B) foliação bem marcada com alguns veios de quartos paralelos em xisto carbonoso (Ppcx), ponto ACT-424; D) testemunho de sondagem de xisto carbono com venulações de quartzo e cristais de arsenopirita, furo JD- 466 caixa 38; 126,90-126,97(m). 20

11 Figura 4.8: A) afloramento de quartzo muscovita clorita xisto (Ppcls) foliado com fraturas bem marcadas, ponto ACT-137; B) testemunho de sondagem evidenciando veio de quartzo centimetrico com sulfetação de pirrotita e pirita, furo JD-446- caixa 86; 318,85-319,05(m); C) pintas de ouro em veio de quartzo no nível mineralizado HG2, furo JD-446- caixa 91; 341,55-341,65(m). D) Fotomicrografia de lâmina ACT 002 (polarizadores paralelos) de quartzo muscovita clorita xisto (Ppcls), mostrando cristais de muscovita com crescimento perpendicular à foliação, Qz- quartzo, Clclorita e Ms- muscovita (Base da foto 8mm). 21 Figura 4.9: A) Afloramento de talco carbonato xisto em meio a solo untoso característico da talco carbonato xisto (Pptcls), ponto ACT-021; B, em destaque a foliação crenulada, formando dobras, ponto ACT-074; C) cristal centimétrico de pirita euédricos e oxidados em talco carbonato xisto (Pptcls), ponto ACT Figura 4.10: A) metagrauvaca dobrada no ponto ACT-349; B) afloramento de metagraucava mostrando sua coloração quando alterada, ponto ACT-112 ; C) destaque para a presença de granadas milimétrica na metagrauvaca (Ppmgr), ponto ACT-349; D) lentes métricas de metapelito carbonoso (Ppmpl) e metagrauva (Ppmgr), ponto ACT-443; E) veio de quartzo métrico em crista de morro e com orientação N-S, ponto ACT-049; F) bloco métrico de tumalinito, ponto ACT Figura 4.11: A) afloramento de metapelito carbonoso (Ppmpl) de coloração escura, ponto ACT-443; B) testemunho de sondagem evidenciando cristais de arsenopirta, furo JD-450 caixa 3; 126,9-127(m). 25 Figura 4.12: A e B Afloramento de metachert evidenciando o bandamento composicional com claras bandas ricas em quartzo e bandas escuras ricas em material carbonoso, pontos ACT-224 e ACT-179 respectivamente. 26 Fugura 4.13: A) Afloramento de anfibolito (Ppanf) em drenagem, mostrando o aspecto bandado, ponto ACT-121; B) amostra (ponto ACT-399) da unidade anfibolito (Ppanf) evidenciando cristais de anfibólio (hornblenda); C) Fotomicrografia da lâmina ACT 399 (polarizadores paralelos), mostrando cristais de hornblenda prismático e plagioclásio (Base da foto 8 mm). 27 Figura 4.14: A) quartzo-muscovita xisto com foliação Sn crenulada por um evento Dn+1, ponto ACT-147; B) biotita-clorita-quartzo-muscovita xisto, com foliação principal Sn dobrada, ponto ACT-274, C) Afloramento de quartzito com bandas de composição micácea variando de métricas a centimétricas da unidade Araxá, ponto ACT-413 D) Detalhe do afloramento de muscovita-quartzo xisto com ocorrência pontual xisto carbonoso, ponto ACT FIGURA 5.1 Estereogramas de contorno dos pólos dos planos das medidas estruturais de fraturas reconhecidas no mapeamento. A) Domínio Greenstone belt de Pilar (186 medidas); Domínio Grupo Araxá (23 medidas); C) Domínio Bloco Moquém (15 medidas); D) medidas da parte sul do Domínio GSP; E) medidas da parte norte do Domínio GSP. 32 Figura 5.2: Biotita-clorita-muscovita xisto, apresentando uma foliação Sn-1 (N10/80) e uma foliação Sn (N240/36), Ponto Figura 5.3: Estereogramas dos pólos dos planos da foliação Sn-1 Greenstone belt (6 medidas). 33

12 Figura 5.4: Estereogramas dos polos dos planos da foliação Sn medidas na área, em A) Guirlanda representativa da dispersão da foliação Sn, obtida para o GSP, cujo polo (estrela) indica o eixo da inflexão da foliação principal da área, fornecendo o valor N190/20 Greenstone belt (372 medidas); B) porção sul do GSP (134 medidas) com atitude principal N225/22; C) porção central do GSP (93 medidas) com atitude principal N252/27; D) Porção norte do GSP (151 medidas)com atitude principal N240/22; E) Grupo Araxá (62 medidas) com atitude principal de N160/16; F) Bloco Moquém (65 medidas) atitude principal N247/ Figura 5.5: Mapa de orientação das atitudes principais de Sn. 36 Figura 5.6: A) Dobra Dn bem marcada em quartzito (Grupo Araxá), ponto ACT Figura 5.7 Estereogramas de contorno das medidas de eixos de dobras da Fase Dn do Greenstone belt de Pilar (8 medidas). 38 Figura 5.8: Estereogramas de medidas das lineação mineral reconhecidas no mapeamento. A) medidas do domínio Greenstone belt de Pilar (26 medidas); B) medidas do domínio Grupo Araxá (9 medidas); C) medidas do domínio Bloco Moquém (11 medidas); D) amostra (ponto ACT-399) de anfibolito evidenciando cristais de anfibólio (hornblenda) com uma orientação N185/ Figura 5.9 Estereogramas das medidas de lineação de intersecção reconhecidas no mapeamento. A) medidas do domínio Grupo Araxá (2 medidas); B) medidas do domínio Greenstone belt de Pilar (11 medidas). 40 Figura 5.10: A) Foliação Sn dobrada em biotita-clorita-quartzo-muscovita xisto (Araxá), ponto ACT-274; B) foliação principal Sn dobrado em xisto carbonoso, ponto ACT Figura 5.11: Estereogramas contendo os diagramas de contorno dos pólos dos planos das medidas estruturais de Plano axiais pós Dn. À esquerda as medidas no Greenstone belt de Guarinos (56 medidas) e à direita as medidas no Grupo Araxá (36 medidas). 41 Figura 5.12 Estereogramas de contorno das medidas de eixos de dobras da fase Dn+1 em conjunto com as medidas de lineações de crenulação. À esquerda, medidas do Greenstone belt de Pilar (56 medidas), à direita, medidas do Grupo Araxá (34 medidas). 42 Figura 5.13: Fotomicrografia da lâmina LJD A) Porfiroblasto de biotita com Si (foliação interna) reta, com polarizadores cruzados; B) Porfiroblasto de granada com Si (foliação interna) reta, em polarisadores cruzados, Base das fotos 3mm. 43 Figura 5.13: Fotomicrografia de cristais de biotita da unidade quarzto-muscovita-clorita xisto evidenciando cristais biotita orientados em alto ângulo com Sn, polarizadores paralelos, Bt-biotita, base da foto, 8mm. 44 Figura 6.1: Fotomicrografia da lâmina ACT-287. A) Polarizadores paralelos evidenciando cristais de biotita e clorita em equilíbrio. Base da foto, 3mm. 46 Tabela 6.1: Associações características de rochas pelíticas de zonas barrovianas (modificado de Yardley, 2004). 47 Figura 6.2: Fotomicrografia da lâmina ACT-179 polarizadores paralelos, mostrando metachert com cristais de quartzo recristalizados intercalados com material carbonoso. Base da foto 8mm. 47

13 Figura 6.3: Fotomicrografia da lâmina ACT-313. Polarizadores cruzados evidenciando cristais de feldspato de potássio com franja de recristalização. Base da foto, 8mm. 48 Figura 6.4: Diagrama PT apresentando as fácies metamórficas. A área em verde indica aproximadamente as condições do auge do metamorfismo principal..legenda: A-E HF, albitaepidoto- hornfels; HB HF, hornblenda-hornfels; PX HF, piroxênio-hornfels.(limites das fácies de acordo com Yardley, 2004). 49 Figura 6.5: Gráfico petrogenético de P x T. Na elipse em verde, campo deduzido para as rochas da área mapeada a partir do conjunto de paragêneses identificadas nos estudos petrográficos. Editado de Spear & Cheney,

14 1- INTRODUÇÃO Pilar de Goiás é um município brasileiro do estado de Goiás. Situado na região do Vale do São Patrício. Sua importância como província aurífera começou em 1736 através da iniciativa de um reduto de escravos foragidos que formaram o Quilombo de Papuã, e que neste local encontraram um abrigo e também uma grande fonte de ouro. Para recuperar estes escravos incumbiu desta missão o bandeirante João de Godoy Pinto Silveira, sem saber com o que iria se deparar o bravo partiu em meio ao cerrado (vegetação local) a procura destes escravos e quando os encontraram eles já haviam garimpado uma quantidade razoável de ouro e ofereceram este ouro em troca da liberdade. Em meados do século XVIII, Pilar vivia da opulência do ouro, com direito à pompa que as sociedades das lavras apreciavam. Mas, já ao final daquele século, Pilar rendia-se às atividades agropecuárias (Castro, 1996). A atividade garimpeira durou até o final do século XX. Em 1972 a Mineradora Montita Ltda requereu a área e iniciou a exploração. Em 2006 foi estabelecido um acordo entre a Mineradora Montita e a empresa Yamana Gold Inc. que passou a explorar a região. As pesquisas foram positivas, viabilizando sua exploração. Atualmente, o Grupo Yamana Gold está implantando uma mina subterrânea, que tem data de prevista para início da produção em meados de A vida útil da mina é de oito anos. Neste período está prevista a extração de 3.6 a 4.6 mil quilos de ouro ao ano. Alem da lavra do minério, será feito o seu beneficiamento e fundição em lingotes. Devido à sua importância econômica as rochas da região vêm sendo estudadas desde Barbosa et.al (1969). Diversos avanços foram alcançados, como o reconhecimento de se tratar de um greenstone belt (Ribeiro, et al 1979) e definição da sua estratigrafia foi feita por Jost & Oliveira (1991) definindo o Grupo Pilar de Goiás nas formações: Formação Córrego Fundo (metakomatiítos com intercalações de formação ferríferas), Formação Cedrolina (metabasaltos com intercalações de formação ferrífera e manganesíferas), Formação Boqueirão (metachert, rochas calcissilicatadas e mármore) e Formação Serra do Moinho (metassedimentos). Outros estudos também foram feitos na área, mas esta ainda carece de detalhamento de aspectos litológicos, estruturais e da relação entre eventos tectônicos e mineralização.

15 O presente trabalho visa a caracterização de uma grande estrutura que afeta as rochas hospedeiras dos principais níveis mineralizados da porção sudoeste do Greenstone Belt de Pilar de Goiás. 1.2 Objetivo O objetivo principal do projeto é investigar a inflexão observada nas unidades litoestratigráficas encaixantes do depósito Jordino, definindo o seu significado no contexto geológico local e suas possíveis relações com a mineralização. 1.3 Localização da área mapeada e vias de acesso. A área mapeada inclui o deposito chamado Jordino, estando situado município de Pilar de Goiás, Estado de Goiás, distante 263 quilômetros de Goiânia pela BR-153 (Figura 1.1). Por Brasília também se pode chegar até Pilar de Goiás, distância aproximada de 280 quilômetros pela BR-070 até a cidade de Pirenópolis, a partir daí pela BR-153 até a referida cidade (Figura 2). Figura 1.1- Vias de acesso para a cidade de Pilar de Goiás. Em A Goiânia em B Pilar de Goiás- GO. Fonte Google Mapas

16 1.4 Justificativa Na região a sul do depósito Jordino as unidades litoestratigráficas do Greenstone belt de Pilar definem uma inflexão passando de uma direção aproximadamente N30W (a norte do depósito) para N60 a 70 W na região a sul do depósito Jordino, onde são truncadas pelas rochas do Grupo Araxá. Os dados de sondagem no entorno deste depósito indicam descontinuidade da mineralização para N e continuidade para oeste, em subsuperfície. Esta situação geológica conduz à hipótese de que o controle da mineralização possa estar ligado à inflexão e/ou à tectônica que afetou as rochas do Grupo Araxá. Desta forma a proposta do presente projeto é utilizar técnicas de cartografia geológica, análise estrutural e estudos microtectônicos para testar esta hipótese. É um projeto de cooperação entre o DPM-UNESP e a empresa Yamana, fortalecendo a relação universidade-empresa, trazendo benefícios para ambas as partes, com a ampliação dos conhecimentos geológicos da área enfocada, intercâmbio de idéias, além de contribuir para a formação de recursos humanos 1.5 Métodos de trabalho LEVANTAMENTO/ATUALIZAÇÃO BIBLIOGRÁFICA Foram pesquisadas as referências bibliográficas (artigos em periódicos, dissertações e teses) pertinentes à geologia da área bem como assuntos de interesse conceitual sobre geologia estrutural, caracterização metamórfica, geocronologia, microtectônica e terrenos greenstone belt O levantamento foi feito no material disponível no acervo da biblioteca da Unesp (Rio Claro), pela internet, também com os próprios geólogos e banco de dados do Projeto Pilar de Goiás da empresa Yamana Desenvolvimento Mineral S/A, que subsidiou o trabalho. Também foram preparadas as bases topográficas a partir de imagens de satélite do Google Earth, imagem hallos cedida pela empresa e pela folha topográfica SD.22-Z-VI de Itapaci. O datum usado foi SAD_1969_UTM_Zone_22S MAPEAMENTO GEOLÓGICO: Os trabalhos de campo foram realizados em três etapas, fevereiro de 2011, julho de 2011 e janeiro de 2012, sendo em sua maior parte realizado a pé devido à irregularidade do terreno e a escala de mapeamento. A área escolhida para investigação geológica do Greenstone belt de pilar possui cerca de 40 km², sendo o mapeamento realizado na escala

17 detalhada de detalhe (1: ) e tendo como objetivo principal o mapeamento de camadas de litotipos, levantamento de dados estruturais, levantamento da geometria das principais estruturas encontradas na região, reconhecimento de domínios estruturais e coleta de amostras, que foram orientadas em campo e posteriormente utilizadas nos estudos de petrografia e análise de microctectônica DESCRIÇÃO DE FUROS DE SONDAGEM Esta etapa foi de grande importância para a familiarização com as estruturas e litotipos da área estudada em subsuperfície, tendo como objetivo a compreensão da sequência estratigráfica dos alvos Jordno, Ogó e Três Buracos. Esta compreensão foi de grande ajuda para a confecção e interpretação dos perfis geológicos produzidos. Foram descritos furos inteiros e parciais, destes foram coletadas algumas amostras que posteriormente foram laminadas pra estudo petrográfico INTERPRETAÇÃO DE DADOS GEOQUÍMICOS Com os dados geoquímicos agrupados, amostragens de chip sample, sedimento de corrente e amostragem de solo, foi possível observar quais são as áreas anômalas e em quais litologias está presente essa anomalia ANÁLISE E TRATAMENTO DOS DADOS Os dados coletados no campo foram tabelados incorporados aos mapas temáticos desenvolvidos em ambiente GIS. Também foram representados e analisados estereogramas de foliações, lineações, dobras e fraturas, sendo todos confeccionados em rede equiárea e hemisfério inferior e as medidas são indicadas pelo rumo do mergulho e valor do mergulho, elaborados através do software geológico OpenStereo ANÁLISE PETROGRÁFICA E MICROTECTÔNICA Das amostras coletadas, tanto orientadas como não orientadas, foram confeccionadas 32 lâminas, sendo 20 de amostras coletadas em superfície e 12 de amostras de furo de sondagem. Desse total, 20 são lâminas delgadas e 12 lâminas polidas. Destas somente algumas foram descritas no anexo 6. O estudo dessas lâminas tem por finalidade: a) caracterização litológica metamórfica; b) avaliação das condições de metamorfismo; c) análise cinemática; d) estudo da relação deformação x metamorfismo.

18 1.5.7 INTEGRAÇÃO DOS DADOS E ELABORAÇÃO DE APRESENTAÇÕES E RELATÓRIO. Os dados obtidos nas etapas anteriores como mapeamento geológico, descrição e petrográfica de testemunhos e amostras de campo e resultados analíticos foram integrados a fim de se evidenciar a geologia da área com enfoque na caracterização estrutural da mesma. 2-ASPECTOS FISIOGRÁFICOS 2.1 Clima Segundo a classificação de Köppen, a porção noroeste do estado de Goiás apresenta clima predominante tropical quente, sub-úmido, caracterizado por dois períodos distintos Nesta época são comuns as queimadas que ocorrem nas serras, favorecidas pelo ar e vegetação secas. A época das chuvas se concentra entre os meses de outubro a fevereiro e o período de inverno se mostra pouco expressivo na região, os totais pluviométricos chegam a mm. 2.2 Vegetação A vegetação encontrada na área é predominante o cerrado, vegetação composta por árvores espaçadas de pequeno e médio porte, caules espessos e espinhosos e gramíneas rasteiras, situados preferencialmente em maiores altitudes como encostas e topo das serras. As árvores possuem raízes longas, que permitem a absorção da água disponível nos solos em maiores profundidades durante a estação seca. Próximo das drenagens a vegetação torna-se mais densa, com árvores mais altas e frondosas. Nas cotas mais baixas e com predomínio das gramíneas ocorrem pastos para cultivo de gado. 2.3 Hidrografia O Estado de Goiás possui um grande potencial hídrico, existindo uma imensa quantidade de córregos, rios e enormes aquíferos. Os principais rios que se encontram presentes são o Tocantins, Araguaia e Paranaíba. Devido ao clima, a rede hidrográfica da região estudada não é muito desenvolvida, sendo representado pelos rios São Pedro, das Predas e Vermelho, e pequena representação dos seus afluentes. Na região há grande quantidade de rios e riachos intermitentes, presentes somente em épocas de chuva.

19 2.4 Relevo São encontrados terrenos cristalinos sedimentares antigos e áreas de planaltos bastante trabalhadas pela erosão, que se alternam com chapadas, apresentando características físicas de contrastes marcantes. O relevo é caracterizado por grandes variações em todo o Estado de Goiás, sendo representado na área por colinas suaves e morros dissecados com vertentes côncavas, devido ao forte processo erosivo. 3- GEOLOGIA REGIONAL 3.1 Contexto Tectônico da Área A área de estudo está inserida na Província Tocantins (Almeida, 1977), mais especificamente no Maciço de Goiás, região central do Brasil (Figura 2.1.a). A Província Tocantins está delimitada a leste pelo Cráton de São Francisco, enquanto os limites norte e sul são encobertos pelos depósitos fanerozóicos das bacias do Paraíba e Paraná, respectivamente. A Província abrange três importantes faixas de dobramentos conhecidas como Araguaia, que margeia borda leste do Cráton Amazônico; Paraguai, que se encontra na borda sudeste/sul do Cráton Amazônico e Brasília, localizada no flanco oeste do Cráton de São Francisco. A Faixa de Dobramentos Brasília, é um cinturão orogênico neoproterozóico, possuí aproximadamente 1100 km, tem direção N-S e está dividida em Zona Externa e Interna, Maciço de Goiás e Arco Magmático de Goiás. A Zona Externa é composta por metassedimentos neoproterozóicos dos grupos Paranoá, Canastra, Vazante e Ari, e pelas formações Ibia, Paracatu, Minaçu, Tincuzal e Bambuí e também por terrenos granitognáissicos. Já a Zona Interna é formada por rochas de sequências vulcanossedimentares, e metassedimentos do Grupo Araxá e corpos ultramáficos, imbricados tectonicamente com rochas do embasamento e zonas de melanges ofiolíticas resultado da forte tectônica tangencial que se expressa por nappes (Fuck, 1994). Arco Magmático de Goiás está localizado entre as faixas Paraguai e Araguaia e o Maciço de Goiás e tem como origem de arco de ilha intraoceânico, sendo constituído de rochas de crosta juvenil neoproterozoícas, representadas por sequencias metavulcanossedimentares associadas à ortognaisses cálcicos a calci-alcalinos, tonalitos/granodioritos (Pimentel et al., 2000).

20 Maciço de Goiás encontrasse inserido na Faixa Brasília, limitado a norte, noroeste e sudoeste por rochas do Arco Magmático de Goiás (Pimentel et al., 1997) e a sul e a leste por sequências metassedimentares de idades meso a neoproterozóica, correspondente respectivamente aos Grupo Serra da Mesa e Araxá. É composto por cinco faixas vulcano sedimentares, denominadas Faina, Serra de Santa Rita, Crixás, Guarinos e Pilar, limitadas por complexos gnáissicos (Uvá, Caiçara, Anta, Caimar, Moquém e Hidrolina) (Figura 2.1.c) com associações do tipo Granito-Greenstone Belt. Figura 2.1.a) Mapa de Províncias da América do Sul: (i) Província do Paraná; (ii) Província da Mantiqueira; (iii) Província do São Francisco; (iv) Província da Borborema; (v) Província do Paraíba. b) Mapa destacando o Bloco Arqueano de Goiás com seus limites e subdivisões (em greenstone e complexos gnáissicos) e c) Mapa simplificado da região da Província de Crixás.(Ataíde 2011, modificado de Pimentel et al., (2002)).

21 3.2 Principais Unidades Regionais GREENSTONE BELT As sequências do Greenstone Belt correspondem a 20% do segmento do Bloco Arqueano de Goiás (ver Figura 2.1b) e ocorrem em cinco faixas que possuem largura média de 6 km e o comprimento variando de 40 a 100 km, com forma curva, linear ou irregular determinada pelo contato com os domínios de granito-gnaisses. Os contatos entre os complexos granito-gnáissicos e os greenstone são por extensas zonas de cisalhamento e as foliações presentes nos gnaisses e supracrustais são perfeitamente concordantes (Vargas, 1992 apud Queiroz, 2000). Os metassedimentos do Grupo Araxá recobrem todos os tipos de granitoides e truncam a estruturação dos greenstone belts, sendo que o contato entre eles é representado por uma zona de milonitos associados a dobras recumbentes, dobras inversas e escamas tectônicas desenvolvidas durante o Neoproterozóico (Jost et al., 1993) Greenstone Belt Pilar de Goiás O Cinturão Pilar de Goiás (Figura 2.2) localiza-se na extremidade nordeste do Bloco arqueano Crixás-Goiás, estende-se por uma faixa de aproximadamente 40 km segundo a direção N10º-20ºW. Limita-se a oeste com o Bloco Moquém pela Zona de Cisalhamento Luzelândia, a norte com a Zona de Cisalhamento Mandinópolis, a leste pelo complexo Hidrolina e a sul por rochas metassedimentares do Grupo Araxá, mediante um contanto tectônico com baixo mergulho (Jost et al. 1995).

22 Figura 2.2 Mapa Geológico do Greenstone Belt de Pilar de Goiás A estratigrafia apresentada por Jost & Oliveira (1991) da base para topo é formada pela Formação Córrego Fundo (metakomatiítos com intercalações de formação ferrífera bandada), Formação Cedrolina (metabasaltos de composição toleítica com intercalações de formação ferrífera bandada), Formação Boqueirão (meta-chert, mármores e calcissilicatadas) e Formação Serra do Moinho (filitos carbonosos, sericita-clorita filitos e finas intercalações de formação ferrífera e/ou manganesífera bandadas) (Figura 2.3).

23 Figura 2.3: Coluna Estratigráfica do Greenstone Belt Pilar de Goiás (Jost & Oliveira, 2008, redesenhado). Formação Córrego Fundo É descontínua e possui cerca de 300 metros de espessura (Jost & Oliveira, 1991), sendo representada por derrames ultramáficos transformados em serpentinitos e xistos com talco, tremolita, clorita, serpentina e carbonato. Possuem intercalações de formações ferríferas bandadas, que marcam os intervalos dos derrames. Localmente, esta sequência preserva algumas feições primárias (Danni 1998; Jost & Oliveira, 1991), como a textura spinifex em periotitos ao norte de Hidrolina. Formação Cedrolina Possui cerca de 500m de espessura, segundo (Pulz, 1995) compreende rochas vulcânicas com intervalos de formações ferríferas, gondito e metacherts; subordinadamente ocorrem filitos carbonosos.

24 Formação Boqueirão Tem cerca de 480 m de espessura e consiste de metachert na base com 200m de espessura que da lugar a formação magnesífera e no seu topo encontrasse rochas cálcissilicáticas que possuem cerca de 180 m de espessura (Jost, 2008). Formação Serra do Moinho Possui cerca de 400 m de espessura (Jost, 2008), sendo constituída por filitos carbonosos, sericita-clorita filitos e finas intercalações de formação ferrífera e/ou manganesífera bandadas (Joste e Oliveiras, 1991) Segundo Ribeiro Filho (1984) apud Pulz (1995), a camada de clorita quartzo xisto com magnetita, granada e cloritóides detém as ocorrências de ouro, sendo que esta camada ocorre ao longo da Serra do Moinho, segundo N10º-20ºW. Estas ocorrências na área de Pilar de Goiás foram interpretadas como similares àquelas formadas por processos exalativos de fundo oceânico, entre etapas de quiescência do vulcanismo e início da sedimentação. Além de a mineralização possuir um controle estratigráfico, processos metamórficos e estruturais auxiliaram na remobilização e reconcentração do minério aurífero. Segundo Danni (1978) apud Queiróz (2000) no GSB de Pilar de Goiás o metamorfismo regional nos metabasaltos e metapelitos ocorreu em fácies distintas. Nos metabasaltos, que correspondem ao pacote estratigráfico inferior, foram observados os minerais ferro- tschernakita e andesina, o que caracteriza um metamorfismo de fácies anfibolito, enquanto no pacote estratigráfico superior o metamorfismo é de fácies xisto verde no qual os minerais indicativos são ferro actinolita, albita e clinozoisita. No topo do pacote estratigráfico os metapelitos apresentam clorita e biotita, indicativos de fácies xisto verde. Portanto acredita- se que há um aumento da temperatura do metamorfismo do topo para a base do pacote estratigráfico BLOCO MOQUÉM O Bloco Moquém está limitado a leste pelo Greensonte Belt de Pilar de Goiás, a oeste pelo Greenstone Belt de Guarinos, a norte com rochas do Arco Magmático de Goiás e a sul com Rochas do Grupo Araxá. Seus limites norte e sul são determinados por falhas de

25 empurrão com unidades do Proterozóico e por falhas transcorrentes no contato sudoeste com a faixa Guarinos e por uma superfície de cavalgamento a leste com a Faixa Pilar de Goiás. Segundo Jost et al. (1994b) o bloco é constituído por gnaisses tonalíticos e granodioríticos, stocks tonalíticos e intrusões máficas e ultramáficas. Os gnaisses tonalíticos apresentam coloração cinza clara, com granulação variando e média a grossa, são foliados e descontinuamente bandados. Os gnaisses granodioríticos são leucocráticos, médios a grossos, bandados e apresentam foliação e lineação de estiramento. As intrusões máficas e ultramáficas possuem composição similar aos gnaisses, mas se distinguem pelo caráter maciço a discretamente foliado. Em geral, sua composição mineralógica corresponde a horblenda, labradorita, quartzo e granada, que designam um metamorfismo de fácies média a alta. Segundo Pires (1995), todas as unidades foram afetadas por metamorfismo fácies xisto-verde durante o Arqueano e o Neoproterozóico. Segundo Queiróz et al. (2008), esse complexo apresenta idades, U-Pb e Sm-Nd, de 2711±3Ma para alguns Gnaisses-Granito GRUPO ARAXÁ Os metassedimentos do Grupo Araxá recobrem todos os tipos de granitoides e truncam a estruturação dos greenstone belts, sendo que o contato entre eles é representado por uma zona de milonitos associados a dobras recumbentes, dobras inversas e escamas tectônicas desenvolvidas durante o Neoproterozóico (Jost et al., 1993). Na região dos Greenstone belts de Crixás, Pilar de Goiás e Guarinos, Queiroz (2000) define o Grupo Araxá como sendo composto por uma seção inferior de quartzitos micáceos, finos a microconglomeráticos, que dão lugar a uma espessa e monótona sequência de cloritamuscovita xistos. Segundo Piuzana et al. (2003) datou as rochas metassedimentares do Grupo Araxá em Goiás através de uma população de zircão dentrítico dominante em 666 a 682 Ma, com idade mínima de 638 ±11 Ma data de cristalização de um tonalito intrusivo. 3.3 Modelos Tectônicos A evolução tectônica dos Greenstone Belts se deu por uma sucessão contínua de eventos, sendo que os eventos mais expressivos ocorridos no Paleoproterozóico são descritos por Danni (1988).

26 Danni (1988) propõe um modelo de evolução tectônica genérico para o Greenstone Belt de Pilar e demais cinturões da região. De acordo com o autor, entre 3,3 e 2,9 Ga houve um rifteamento, com a formação de crosta siálica associado a vulcanismo komatiítico, seguido de vulcanismo basáltico, subaquático, em ambiente de retro-arco. As formações ferríferas e cherts evidenciam posterior sedimentação química em águas calmas bastante profundas. Ainda segundo Danni (1998), com o tempo, um vulcanismo muito ativo, de natureza ácida a intermediária, com alto índice de explosividade, subaquático, se intercala com essa sedimentação química. Jost et al. (2008) sugerem que o pacote sedimentar dos três greenstones se depositou em épocas semelhantes, num sítio paleogeográfico cujo ambiente deposicional variava lateralmente, sendo proximal em Crixás e distal em Pilar de Goiás. 4- ESTRATIGRAFIA A área mapeada é composta por dois grandes compartimentos litoestratigráficos, sendo o mais antigo correspondente a um terreno Granito-Greenstone Belt e o mais novo, uma sequência metassedimentar neoproterozóica. O terreno Granito-Greenstone Belt é representado na área de estudo pelo Bloco Moquém (Arqueano), composto essencialmente por biotita gnaisses e pela sequência metavulcanossedimentar denominada de Greenstone Belt Pilar de Goiás (GSP) Paleoproterozóico (Jost et al. 2008). No presente trabalho, as unidades do GSB foram individualizadas em doze unidades principais. Estas unidades foram separadas em três pacotes dominantes: Pacote Iferior, Pacote Intermediário e Pacote Superior. No pacote inferior estão presentes as calssicilicatadas (Ppcs), o quartzo-biotita xisto (Ppqbs), o muscovita-carbonato xisto (Ppqsst) e o xisto carbonoso (Ppcx), essas camadas são truncadas por uma superfície de cavalgamento seguindo para uma um pacote intermediário composto por quartzo-muscovitaclorita-xisto (Ppcls) e pelo talco carbonato xisto (Pptcls), acima destes, encontra-se o pacote superior que é composto pelo metagrauvaca (Ppmgr) (camada predominante), metapelito carbonoso (Ppmpl), metachert (Ppmc), anfibolito (Ppanf) e pelo quartzito (Ppqtz). Na região a sul da área de estudos as unidades litoestratigráficas do Greenstone belt de Pilar definem uma inflexão passando de uma direção aproximadamente N30W (a norte da área) para N60 a 70 W na região a sul da área, onde são truncadas pelas rochas do Grupo Araxá.

27 A unidade mais jovem da área mapeada é representada por metassedimentos que, embora sem informação geocronológica, tem sido atribuída ao Grupo Araxá (Neoproterozóico) e interpretado como cavalgante sobre o GSP. O empilhamento das unidades litoestratigráficas (Figura 4.1) presentes na área de estudo foi feito principalmente com base nos resultados obtidos no mapeamento geológico e dados bibliográficos. Figura 4.1: Proposta de empilhamento estratigráfico das unidades para a área de estudo. 4.1 Bloco Moquém BIOTITA GNAISSE (Amg) O biotita gnaisse de idade arqueana, datado pelo método U-Pb em zircão, com aproximadamente 2.7 Ma, e interpretado como ortoderivado (Queiroz, 2000) corresponde ao embasamento cristalino da região e aflora ao longo de toda a porção oeste da área mapeada. Possui geralmente afloramentos de grande porte, mas também são encontrados alguns blocos

28 métricos. Os gnaisses são de coloração acinzentada a esbranquiçada e quando intemperizados passam a cor rosada ou amarelada e com um solo geralmente esbranquiçado. O contato entre o GSB de Pilar e o BM é de caráter tectônico, sendo marcado pelo aumento do mergulho da foliação principal (de 20 a 30 º para 45 a 55 º) e presença de lineações de estiramento. Esta falha coloca o Bloco Moquém sobre as rochas do GBP. Este litotipo apresenta granulação grossa a muito grossa (figura 4.2 A e B) em regiões mais afastadas do plano de falha e fina nas proximidades desta e textura granoblástica. Apresenta um leve bandamento composicional (figura 4.2 C) paralelo a uma foliação do tipo xistosidade, em geral milonítica e composta por biotita, quartzo e feldspatos, sendo comum a ocorrência deste último como porfiroclastos com tamanhos de até um centímetro. Também foram identificados frequentes veios centimétricos de quartzo paralelos ou subparalelos a foliação (figura 4.2 D). Localmente encontram-se alguns veios de quartzo que podem chegar até extensões quilométricas, presentes principalmente em cristas de morros. Figura 4.2: A e B) Afloramento de biotita gnaisse mostrando sua granulação grossa, sendo evidenciada por porfiroclastos de feldspato, pontos ACT-668 e ACT-671 respecitivamente; C) bandamento composicional paralelo à foliação em biotita gnaisse, ponto ACT-313; D) veio de quartzo subparalelo à foliação em biotita gnaisse, ponto ACT-312

29 Os gnaisses do BM apresentam textura granoblástica e são compostos por quartzo, feldspato, plagioclásio, biotita, muscovita e às vezes granada, podendo apresentar também minerais acessórios ou secundários, como titanita, epidoto e opacos. Estes minerais estão dispostos de modo a formar um bandamento composicional evidenciado por bandas de tectossilicatos (quartzo e feldspato) e filossilicatos (biotita, muscovita e clorita). Paralela a este bandamento composicional existe uma foliação (Sn), marcada por isorientação da forma dos grãos minerais MUSCOVITA XISTO (Ams) Em algumas porções do contato com o GBP encontra-se uma camada de muscovita xisto, que possivelmente é uma alteração do biotita gnaisse, devido aos processos hidrotermais associados à deformação que deve ter sido mais intenso ao longo do contato. A rocha possui coloração verde amarelado quando sã e amarelo avermelhada quando alterada. Devido a sua baixa resistência são encontrados poucos afloramentos, na maior parte das vezes encontra-se solo com pequenos pedaços da rocha. Possui granulação muito fina exibindo estrutura laminada (figura 4.3 A e B). Sua mineralogia é composta por muscovita, quartzo, biotita. Figura 4.3: A e B, Amostra do ponto ACT-316 de muscovita xisto com foliação bem marcada e granulação muito fina.

30 4.2 Grupo Pilar de Goiás PACOTE INFERIOR Este pacote é encontrado na porção lesta da área e é composto por quatro unidades, seguindo da base para o topo calcissilicatadas (Ppcs), o quartzo-biotita xisto (Ppqbs), o muscovita-carbonato xisto (Ppqsst) e o xisto carbonoso (Ppcx) Rochas Calcissilicatadas (Ppcs) Ocorre na porção extremo leste da área de estudo, por ser base da sequencia mapeada, não se pode dimensionar sua espessura, pois seu limite inferior encontra-se fora da área cartografada. A rocha tem coloração branca com porções verdes (Figura 4.4 B) e textura microgranular, além de veios de segregação de quartzo em forma lenticular (Figura 4.4 A). Sua mineralogia é composta por carbonato, quartzo e micas brancas, ocorrendo ainda presença de pirita. Figura 4.4: Em A) detalhe de veio de quartzo lenticular, ponto ACT-527 de calcissilicatadas (Ppcs),; B) testemunho de sondagem mostrando a coloração característica das rochas calcissilicatadas, porções esverdeadas composta por micas e as mais claras compostos por quartzo e carbonato, furo de sondagem JD-446- caixa155; 583,50-583,60(m) de calcissilicatadas (Ppcs) Quartzo-biotita xisto (Ppqbs) Esta unidade encontra-se na porção leste da área de estudo entre as camadas de Ppqsst e as rochas calcissilicatadas. Apresenta coloração cinza esverdeado escuro, possui um bandamento composicional, sendo as bandas escuras ricas em biotita e as clara em quartzo e carbonato (figura 4.5 A), também ocorre fenocristais de feldspato, vênulas de quartzo que

31 por vezes mostram-se dobradas (Figura 4.5 C e D). Sua mineralogia é composta por biotita, muscovita, quartzo, feldspato e ocorrências de pirita e principalmente arsenopirita. Figura 4.5: Unidade Quartzo-biotita xisto (Ppqbs), em A) biotita-quatzo xisto com bandamento gnaissico, com bandas mais escuras constituidas de biotita e bandas mais claras de feldspato e quartzo, ponto ACT-667; B) fenocrsital centimétrico de feldspato em meio as bandas, ponto ACT- 524; C) veio de quartzo dobrado no testemunho de sondagem do furo JD-446 (caixa 110; 410,10-410,23(m)); D) veio de quartzo dobrado no ponto ACT-195. Microscopicamente (lâmina ACT-194) apresenta textura granoblastica com porções lepidoblasticas (marcada por micas), estrutura tipo foliação tipo gnáissica (marcada por micas e quartzo). Sua composição modal é Quartzo( 45%), Feldspato (34%), Muscovita (15%), biotita(5%), clorita(1%), zircão (tr) e epidoto (tr) Muscovita-carbonato xisto (Ppqsst) Esta unidade ocorre em uma camada continua de até 30m de largura atravessa toda a área em comprimento. Esta inserida na porção leste da área de estudo, tendo como limite as unidades de xisto carbonoso a oeste e biotita quartzo xisto a leste.

32 É representado por um carbonato muscovita xisto que possui coloração verde acinzentada quando sã e alaranjada quando alterada, sua granulação varia de fina a muito fina e possui uma estrutura laminada (figura 4.6 B). Por ser uma rocha com baixa resistência e susceptível ao intemperismo são encontrados poucos afloramentos. Sua mineralogia é composta basicamente por quartzo, muscovita (figura 4.6 A) e carbonato. Figura 4.6: A) venulações de quartzo e carbonatos em testemunho de sondagem de muscovitacarbonato xisto (Ppqsst), furo JD-466- caixa 56; 196,95-197,05(m); B) Estrutura laminada e aspecto sedoso em muscovita-carbonato xisto (Ppqsst), amostra do ponto ACT Xisto Carbonoso (Ppcx) Esta unidade ocorre na porção centro leste da área de estudo, tendo a leste o quartzomuscovita-clorita-xisto (Ppcls) e a oeste o muscovita-carbonato xisto (Ppqsst). Possuem coloração cinza escura quando a rocha é sã e quando alterada a sua coloração é preta, sua granulação varia de muito fina a fina e a rocha encontra-se bem foliada. A textura varia de laminada grossa a fina (figura 4.7 B), a composição mineralógica é representada por muscovita, biotita, quartzo, material carbonoso amorfo, granadas (em alguns pontos ao norte área), sulfetos ocorrem abundantemente em halos de alteração hidrotermal, controlados pelos veios e vênulas de quartzo, aliado a sericitização e biotitização (visto somente em testemunhos de sondagem). São comuns veios de quartzo de milimétricos a centimétrico, paralelos ou oblíquos à foliação (Figuras 4.7 A e C). Os sulfetos mais representativos nesta unidade são a arsenopirita (figura 4.7 D) e pirrotita (HG1), ocorrendo ainda cristais de pirita, esfalerita, galena e calcopirita. Nesta unidade está presente a camada principal de minério (HG1).

33 Figura 4.7: A e C) veios de quartzo centimétricos oblíquo a foliação em xisto carbonoso (Ppcx), alguns possuindo principalmente de pirita, ponto ACT-041; B) foliação bem marcada com alguns veios de quartos paralelos em xisto carbonoso (Ppcx), ponto ACT-424; D) testemunho de sondagem de xisto carbono com venulações de quartzo e cristais de arsenopirita, furo JD- 466 caixa 38; 126,90-126,97(m) PACOTE INTERMEDIÁRIO Este pacote é encontrado na porção centro leste da área de estudo e é composto por duas unidades, sendo a predominante de quartzo-muscovita-clorita-xisto (Ppcls), que possui uma camada de talco carbonato xisto (Pptcls) em seu meio. O contato deste litotipo com o litotipo da base é marcado por uma superfície de cavalgamento Quartzo-muscovita-clorita-xisto (Ppcls) Esta unidade ocorre na porção centro leste da área de estudo e faz contato a oeste com o metagrauvaca (Ppmgr) e a leste é truncada pelo xisto carbonoso (Ppcx). Ocorre uma camada de talco carbonato xisto que atravessa toda esta camada de norte a sul.

34 Quartzo-muscovita-clorita xisto (Ppcls) possui coloração verde clara a acinzentada (figura 4.8 A) quando sã e avermelhada quando alterada, granulação fina a média de textura lepidoblástica, por vezes porfiroblástica, sendo os porfiroblastos de granada, estrutura foliada tipo xistosa, por vezes crenulada e/ou dobrada e é composta por clorita, muscovita, quartzo e magnetita. A biotita quando presente ocorre em pequenas quantidades. Os principais sulfetos encontrados nesta unidade são: pirita e pirrotita (geralmente subordinada à pirita) (figura 4.8 B) e raramente arsenopirita. Qz Cl Ms Figura 4.8: A) afloramento de quartzo muscovita clorita xisto (Ppcls) foliado com fraturas bem marcadas, ponto ACT-137; B) testemunho de sondagem evidenciando veio de quartzo centimetrico com sulfetação de pirrotita e pirita, furo JD-446- caixa 86; 318,85-319,05(m); C) pintas de ouro em veio de quartzo no nível mineralizado HG2, furo JD-446- caixa 91; 341,55-341,65(m). D) Fotomicrografia de lâmina ACT 002 (polarizadores paralelos) de quartzo muscovita clorita xisto (Ppcls), mostrando cristais de muscovita com crescimento perpendicular à foliação, Qz- quartzo, Clclorita e Ms- muscovita (Base da foto 8mm).

35 A alteração das rochas ocorre devido à composição mineralógica que propicia um grau médio a alto de intemperismo atuante, assim facilita a formação de solos na área, o que faz com que o relevo não seja escarpado e possua encostas mais suaves que o Grupo Araxá. Esta unidade hospeda duas zonas de mineralização de ouro da área, (HG2 e HG3) estão associados a veios de quartzo (figura 4.8 C) presentes nesta unidade. A maior parte destes veios apresenta-se concordante à foliação Sn, por vezes são discordantes, e podem estar boudinados ou dobrados. O (Ppcls) (lamina ACT-002) é constituído por quartzo (22%), muscovita (30%), clorita (40%), biotita (4%), opacos (4%), turmalina (traços), epidoto (traços). A rocha é formada por bandas e lentes submilimétricas compostas por quartzo, intercalada em matriz formada por cristais de clorita e muscovita, em algumas porções possui uma foliação crenulada. Os cristais de quartzo alongados, clorita e muscovita definem a foliação. São comuns alguns cristais de muscovitas possuírem o eixo de crescimento perpendicular à foliação (figura 4.8 D) sendo tardi-dn Talco carbonato xisto (Pptcls) Ocorre em uma camada continua que atravessa quase toda a área em comprimento em meio da unidade quartzo-muscovita-clorita-xisto (Ppcls). A norte é truncada a norte pelo xisto carbonoso (Ppcx), e pode ser considerada como camada guia em termos exploratórios, pois os níveis mineralizados ocorrem abaixo dela. Devido a sua baixa resistência são encontrados poucos afloramentos, na maior parte das vezes encontra-se o solo untoso com pequenos pedaços da rocha. Possui granulação muito fina exibindo estrutura xistosa e textura lepidoblástica (figura 4.9 A). A rocha sã possui coloração esverdeada e quando alterada varia de amarelada, ocre para avermelhada. Exibe crenulação bem marcada e em alguns pontos observam-se dobras (figura 4.9 B) variando de fechadas a abertas. É constituída por talco, carbonato e pequenas porções de clorita, em algumas regiões são comuns pirita (figura 4.9 C) (que ocorre como grãos euédricos, ocasionalmente centimétricos) e magnetitas.

36 Figura 4.9: A) Afloramento de talco carbonato xisto em meio a solo untoso característico da talco carbonato xisto (Pptcls), ponto ACT-021; B, em destaque a foliação crenulada, formando dobras, ponto ACT-074; C) cristal centimétrico de pirita euédricos e oxidados em talco carbonato xisto (Pptcls), ponto ACT PACOTE SUPERIOR Este pacote encontrasse na parte centro oeste da área mapeada, é composto pelas unidades de metagrauvaca (Ppmgr) (camada predominante), metapelito carbonoso (Ppmpl), metachert (Ppmc), anfibolito (Ppanf) e pelo quartzito (Ppqtz). Seu contato a oeste é marcado pelo cavalgamento do Bloco Moquém sobre a unidade de metagraucava a norte e a sul sobre o anfibolito (Ppmgr) Metagrauvaca (Ppmgr) Esta unidade ocorre na porção centro-oeste da área de estudos se estendendo até o truncamento com o Grupo Araxá na parte sul, a leste faz contato com clorita xisto e a oeste com o Bloco Moquém. A rocha possui coloração cinza esverdeada quando sã (figura 4.10 A) e ocre avermelhado quando alterado (figura 4.10 B), seu solo possui uma cor ocre avermelhada, e sua granulação varia de fina a grossa. A mineralogia é basicamente dada por

37 biotita, clorita, anfibólio (na maioria das vezes hornblenda) e quartzo, carbonato e granada (figura 4.10 C). Também ocorrem pirita e pirrotita e, menos comumente arsenopirita. A B Figura 4.10: A) metagrauvaca dobrada no ponto ACT-349; B) afloramento de metagraucava mostrando sua coloração quando alterada, ponto ACT-112 ; C) destaque para a presença de granadas milimétrica na metagrauvaca (Ppmgr), ponto ACT-349; D) lentes métricas de metapelito carbonoso (Ppmpl) e metagrauva (Ppmgr), ponto ACT-443; E) veio de quartzo métrico em crista de morro e com orientação N-S, ponto ACT-049; F) bloco métrico de tumalinito, ponto ACT-326. Outras rochas ocorrem dentro desta unidade sejam em lentes ou mesmo em camadas, como o metachert (Ppmc), metapelito carbonoso (Ppmpl) (existem porções em que estas camadas de intercalam) (Figura 4.10 D) e o anfibolito (Ppanf), além de alguns veios de

38 quartzo (Figura 4.10 E) com extensão até quilométrica, presentes principalmente em cristas de morros e algumas ocorrências de turmalinitos. O turmalinito ocorre sob a forma de blocos de diversos tamanhos (Figura 4.10 F), alguns com predomínio de turmalina, outros apenas quartzo tipicamente hidrotermal ou ainda podem ocorrer blocos com dominância de turmalina e pequenos veios de quartzo. Em analise microscópica é possível constatar que a metagrauva (Ppmgr) é constituída por anfibolio (Hornblenda) (40-60), quartzo (25-25), feldspato (15-25), plagioclásio (15-30) clorita (5-10) e opacos. Possui textura nematoblástica, estrutura anisotrópica e granulação fina a média. Os porfiroblastos de hornblenda são geralmente no formato lenticular, com inclusões de quartzo que geralmente seguem a foliação principal, além de bandas de quartzo que contornam o porfiroblasto Metapelito carbonoso (Ppmpl) O litotipo ocorre em camadas e lentes métricas em meio à metagrauva (Ppmgr), possui coloração preta (figura 4.11 A) ou acinzentada sã quando alterada são vulneráveis e resistem menos ao intemperismo, evidencia em algumas porções somente solo de coloração cinzaescuro/preto, indicando que é remanescente desta litologia. Esta rocha possui granulação fina e se altera fácil, o que dificulta a distinção dos minerais presentes na rocha. É composta por material carbonoso, mica branca, quartzo e carbonato além de sulfetos como pirita, pirrotita e arsenopirita (figura 4.11 B). Figura 4.11: A) afloramento de metapelito carbonoso (Ppmpl) de coloração escura, ponto ACT-443; B) testemunho de sondagem evidenciando cristais de arsenopirta, furo JD-450 caixa 3; 126,9-127(m)

39 Metachert (Ppmc) Esta unidade ocorre em uma faixa estreita de sentido N/S que atravessa quase toda a área neste sentido e também em lentes menores, todas localizadas na porção oeste área em meio á metagrauvaca (Ppmgr). Possui granulação média a fina com foliação tipo xistosidade, textura granoblástica, e são escuros devido ao material carbonoso que ocorre disseminado na rocha. Em algumas regiões apresenta bandamento composicional (figura 4.12 A e B), ou seja, bandas ricas em quartzo alternando com bandas ricas em mineral carbonoso. Óxidos aparecem como massas escuras intersticiais ao quartzo da matriz rocha. São encontrados poucos afloramentos desta unidade, sendo mapeada por ocorrência de blocos alinhados indicando a direção da camada. Figura 4.12: A e B Afloramento de metachert evidenciando o bandamento composicional com claras bandas ricas em quartzo e bandas escuras ricas em material carbonoso, pontos ACT-224 e ACT-179 respectivamente Anfibolito (ANF) Ocorre na porção extremo sudoeste da área, em algumas localidades fazendo contato com o Bloco Moquém e também em pequena lente dentro do metagrauvaca (Ppmgr). É uma rocha maciça de coloração esverdeada, por vezes ocorre em banda (Figura 4.13 A), sendo as bandas mais escuras com maior quantidade de anfibólio e as mais claras com maior quantidade de quartzo e carbonato, também encontrada em blocos bem alterados com coloração ocre e dando origem a um solo bem avermelhado. Apresenta textura nematoblástica, a granulação varia de média a fina e quanto à sua composição mineralógica

40 corresponde basicamente a hornblenda (figura 4.13 B) e plagioclásio como principais minerais. C Fugura 4.13: A) Afloramento de anfibolito (Ppanf) em drenagem, mostrando o aspecto bandado, ponto ACT-121; B) amostra (ponto ACT-399) da unidade anfibolito (Ppanf) evidenciando cristais de anfibólio (hornblenda); C) Fotomicrografia da lâmina ACT 399 (polarizadores paralelos), mostrando cristais de hornblenda prismático e plagioclásio (Base da foto 8 mm). Em análise microscópica é possível constatar que esta rocha é constituída por hornblenda (61%) plagioclásio (28%), quartzo (6%), e opacos (5%). Os cristais de hornblenda se encontram bem preservados, com hábito prismático e coloração esverdeada. O contato dos cristais é retilíneo e seu tamanho é milimétrico. Os cristais de plagioclásio têm tamanhos milimétricos, sendo incolores e anhedrais. Quartzo ocorre na lâmina como cristais incolores de hábito granular, apresentando contatos retilíneos.

41 Quartzitos Esta unidade ocorre na porção oeste da área, na forma de lente alongada, com cerca de 2 Km de extensão, é constituída por camadas de espessuras centimétrica a métrica de composição mais micáceas, ora com bandas mais quartzosas variando de decímetrica a decamétrica. Possuem coloração creme amarelada, granulação fina, são granoblásticos e sua foliação é do tipo xistosidade e costumam estar bem fraturados. É comum a de magnetita. 4.3 Grupo Araxá Este trabalho utiliza-se da denominação Grupo Araxá para designar os metassedimentos da porção sul do GBP devido a trabalhos de diversos autores, que correlacionam estas rochas como sendo pertencentes à faixa Brasília (Danni & Ribeiro, 1978; Danni, 1988; Jost et al., 1995; Lacerda, 1997 e Queiroz, 2000). Os metassedimentos que ocorrem na porção norte dos três Greenstones (e que não ocorrem na área do presente trabalho) são tratados como Sequência Santa Teresinha, pertencente ao Arco de Mara Rosa (Jost et al., 2001). As rochas metassedimentares do Araxá ocorrem na porção sul da área de estudo que geralmente é marcado por relevos de escarpas íngremes o que gera uma grande quantidade de afloramentos. Encontram-se sobrepostas às litologias do GBP e seu contato é interpretado como um tectônico (falha de empurrão), no entanto, não foram reconhecidas feições diagnósticas para assegurar essa relação, portanto também pode ser interpretado como uma discordância. Na área mapeada são identificados três litotipos principais: muscovita-quartzo xisto (figura 4.14 A), biotita-clorita-quartzo-muscovita xisto (figura 4.14 B), e quartzitos (figura 4.14 C), em meio aos xistos encontram-se em alguns locais ocorrências pontuais de material carbono (xisto carbonoso) (figura 4.14 D), além de algumas porções que apresentam magnetitas. O grau de alteração dos xistos e dos quartzitos é baixo, apresentando coloração verde avermelhada (muscovita-quartzo xistos e biotita-clorita-quartzo-muscovita xisto) quando sã e quando alteradas, varia em tons de vermelho a alaranjado. A coloração dos quartzitos é esbranquiçada quando sã e amarelada quando intemperizada.

42 Figura 4.14: A) quartzo-muscovita xisto com foliação Sn crenulada por um evento Dn+1, ponto ACT-147; B) biotita-clorita-quartzo-muscovita xisto, com foliação principal Sn dobrada, ponto ACT-274, C) Afloramento de quartzito com bandas de composição micácea variando de métricas a centimétricas da unidade Araxá, ponto ACT-413 D) Detalhe do afloramento de muscovita-quartzo xisto com ocorrência pontual xisto carbonoso, ponto ACT GEOLOGIA ESTRUTURAL Este capítulo estuda as informações de caráter estrutural coletadas durante o mapeamento. Com base no levantamento de campo, foi evidenciada uma ampla predominância de estruturas de caráter dúctil (foliação, lineação e dobras). Através dos estudos da área, foram identificados três grandes domínios, definidos por se tratarem de regiões que apresentam contextos litológicos distintos. Esses domínios correspondem às unidades tectono-estratigráficas formadas pelos gnaisses do Bloco Moquém, rochas supracrustais do Greenstone belt de Pilar e pelos metassedimentos do Grupo Araxá. O Domínio Greenstone é o mais expressivo da área mapeada estando subjacente ao Domíno Moquém por falha de baixo ângulo, provável empurrão. O Domínio do Grupo Araxá, encontra-se sobreposto aos outros dóis conjuntos através de uma descontinuidade que pode ser uma falha de empurrão, como interpretado pela maioria dos autores (Danni e Ribeiro, 1978; Castro e Magalhães, 1984; Danni, 1988, Pulz, 1990 e 1995;

43 Jost et al., 1995; Lacerda, 1997; Queiroz, 2000; Jost et al., 2001; Jost e Fortes, 2001), ou como uma discordância (Silva, 2011). Com base no reconhecimento de feições estruturais presentes nas unidades tectonoestratigráficas, em critérios de superposição e também com dados obtidos na análise de lâminas, foram reconhecidos quatro fases deformacionais classificadas como Dn-1, Dn, Dn+1 e Dn+2. A fase Dn é responsável pela geração da foliação Sn, esta sendo caracterizada como principal e utilizada como marco inicial. A foliação Sn é caracterizada por uma xistosidade bem marcada por minerais micáceos e pelo alinhamento dos grãos de quartzo. Localmente identifica-se que esta foliação principal apresenta-se como uma clivagem de crenulação apertada que transpõe uma foliação (xistosidade) mais antiga (e também a estratificação primária evidenciada pelo bandamento composicional). Esta foliação antiga é denominada de Sn-1, correspondendo ao elemento estrutural que denuncia a existência de uma fase deformacional pretérita (Dn-1). As fases Dn+1 e Dn+2 são caracterizada por dobras abertas. As estruturas referentes a cada uma destas fases serão apresentadas a seguir, entretanto a descrição da estratificação primária, que é uma estrutura pré-deformacional e do padrão de fraturamento que representam as manifestações mais tardias de caráter rúptil e são de mais difícil correlação com a fase de deformação, serão apresentados separadamente. 5.1 Estratificação Primária A estratificação primária é identificada na área nas escalas de afloramento e de mapa. Em escala de afloramento é responsável pela variação composicional das unidades, como por exemplo, as unidades carbonosas (xisto carbonoso (Ppcx) e metapelito carbonoso (Ppmpl) que se diferenciam das demais unidades pela grande quantidade de material carbonoso e pela diferença de coloração de suas bandas, o talco carbonato xisto (Pptcls) com uma granulação muito fina e untosa, outras unidades que também se diferençam por granulação e composição mineralógica são as unidades metagrauvaca (Ppmgr) e quartzomuscovita-clorita-xisto (Ppcls). Em mapa, e também nas seções geológicas (Anexo 5) é evidenciada pelo contado das unidades litoestratigráficas, principalmente aquelas com maior contraste litológico permitindo um melhor detalhamento de contato (por exemplo: entre as unidades muscovutacarbonato xisto e xisto carbonoso; e a camada talco xisto intercalada no quartzo-muscovitaclorita xisto.

44 5.2 Fraturas A área mapeada foi subdividida em três grandes domínios para o estudo das fraturas, o domínio Greenstone belt de Pilar, Domínio Araxá e Domínio Moquém. No domínio GSP foram reconhecidas cinco famílias principais (Figura 5.1 A), com alto ângulo de mergulho, tendo atitudes principais N336/vert, N156/vert, N80/vert e N101/vert (todas representadas por dois máximos com orientações em sentidos opostos). Este domínio foi divido entre sul e norte e onde se pode perceber uma diferença entre as principais famílias, sendo as do norte (figura 5.1 E): N103/vert, 336/vert e N82/vert e no sul (figura 5.1 D): N77/vert, N17/vert e 336/vert. No domínio do Grupo Araxá são reconhecidas duas famílias principais (Figura 5.1 B), que possuem alto ângulo, N316/75 e N60/70. No domínio do Moquém são reconhecidas duas famílias principais (Figura 5.1 C), uma com médio ângulo N45/57 e uma de alto ângulo N34/0VERT.

45 186 medidas 23 medidas 23 medidas 96 medidas 127 medidas FIGURA 5.1 Estereogramas de contorno dos pólos dos planos das medidas estruturais de fraturas reconhecidas no mapeamento. A) Domínio Greenstone belt de Pilar (186 medidas); Domínio Grupo Araxá (23 medidas); C) Domínio Bloco Moquém (15 medidas); D) medidas da parte sul do Domínio GSP; E) medidas da parte norte do Domínio GSP.

46 Analisando os estereogramas de fraturas é possível concluir que os esforços que geraram rupturas no Greenstone belt de Pilar, são praticamente os mesmos que também atuaram no Grupo Araxá e Bloco Moquém, indicando que estas fraturas são posteriores à justaposição das unidades e após a tectônica dúctil que afetou estas rochas 5.3 Fases de Deformações FASE Dn-1 A única evidência da fase Dn-1 é o reconhecimento de uma xistosidade paralela ao bandamento composicional da rocha. A orientação da superfície Sn-1(figura 5.2) foi medida nas superfícies das dobras da fase Dn. Figura 5.2: Biotita-clorita-muscovita xisto, apresentando uma foliação Sn-1 (N10/80) e uma foliação Sn (N240/36), Ponto 257. Na figura 5.3, estão dispostos os estereogramas com os diagramas de contorno dos polos dos planos das medidas de foliação Sn-1 reconhecidas, estes foram divididos por domínios, sendo eles, Grupo Araxá e Greenstone Belt de Pilar. 7 medidas N240/44 Figura 5.3: Estereogramas dos pólos dos planos da foliação Sn-1 Greenstone belt (6 medidas).

47 A foliação Sn-1 em geral encontra-se subparalela à foliação Sn, por isso suas medidas independentes só foram feitas das poucas dobras Dn encontradas na área. Tem-se apenas uma medida nas rochas do domínio do Grupo Araxá, com atitude N09/86, já no Greenstone belt de Pilar possui a atitude preferencial da foliação de N90/44. Estes resultados são pouco significativos para se discutir orientação desta estrutura FASE Dn Esta fase é caracterizada por estruturas como dobras, lineação mineral e foliações, sendo esta última feição a principal indicadora da existência dessa fase deformacional. A foliação Sn é a principal estrutura da área, ocorrendo por todo o domínio do greenstone belt e do Grupo Araxá e Bloco Moquém, sendo que esta possui forte penetratividade nas rochas sendo a principal e, por vezes, a única feição reconhecida nos afloramentos. A foliação Sn é caracterizada por uma xistosidade bem marcada por minerais micáceos e pelo alinhamento dos grãos de quartzo. Localmente identifica-se que esta foliação principal apresenta-se como uma clivagem de crenulação apertada que transpõe uma foliação (xistosidade) mais antiga Sn-1(e também a estratificação primária evidenciada pelo bandamento composicional). Na figura 5.4, estão dispostos os estereogramas com os diagramas de contorno dos pólos dos planos das medidas de foliação Sn reconhecidas, estes foram divididos por domínios, sendo eles, Grupo Araxá, Greenstone Belt de Pilar e Bloco Moquém.

48 A 372 medidas N190/20 B 134 medidas N225/22 C 93medidas D 151medidas N252/27 N240/22 E 62 medidas F 65 medidas N160/44 N225/12 Figura 5.4: Estereogramas dos polos dos planos da foliação Sn medidas na área, em A) Guirlanda representativa da dispersão da foliação Sn, obtida para o GSP, cujo polo (estrela) indica o eixo da inflexão da foliação principal da área, fornecendo o valor N190/20 Greenstone belt (372 medidas); B) porção sul do GSP (134 medidas) com atitude principal N225/22; C) porção central do GSP (93 medidas) com atitude principal N252/27; D) Porção norte do GSP (151 medidas)com atitude principal N240/22; E) Grupo Araxá (62 medidas) com atitude principal de N160/16; F) Bloco Moquém (65 medidas) atitude principal N247/44.

49 Para um melhor entendimento das medidas de Sn na área de estudo, estes foram divididos em cinco domínios, sendo eles Domínio do Bloco Moquém que possui atitude principal de Sn para N247/44, Domínio Araxá com atitude principal N160/16, o Domínio GSP foi subdivido em três partes sendo Sul com medida principal de N210/22, a Central com N252/27 e a Norte 240/22. Através das direções principais de cada domínio, gerou-se um mapa de orientação das atitudes principais de Sn (Figura 5.5). Na figura 5.4 E e 5.4 F, os estereogramas foram plotados com os pontos, pois os contornos de estrutura mascaram a atitude principal. Através dos pontos da figura 5.4 E podemos afirmar que as medidas de foliação do grupo Araxá estão próximas às medidas do domínio sul do GSP, isto pode ser confirmado no Anexo 3- Mapa estrutural de foliação. Figura 5.5: Mapa de orientação das atitudes principais de Sn

50 Através da interpretação deste mapa, confirma-se a curvatura da foliação Sn na área estudada. Esta curvatura é gerada por um evento pós Dn e será descrita a frente. Também se pode afirmar que as superfícies de cavalgamento são de uma geração pré a sin Dn, pois a foliação Sn corta essas superfícies e continuam com mesma direção, essa afirmação pode ser melhor visualizada no Mapa Estrutural de Foliação (vide ANEXO 3). As dobras identificadas nesta fase possuem comprimento de onda centimétricos a decimétricos, apertadas a isoclinais, harmônicas, simétricas e assimétricas, em geral inclinadas com caimento e possuem a foliação principal (Sn) em posição plano axial (figura 5.6). A Figura 5.6: A) Dobra Dn bem marcada em quartzito (Grupo Araxá), ponto ACT-260 Na figura 5.7, encontram-se os estereogramas com as respectivas medidas de eixo de dobras da fase Dn no Greenstone belt de Pilar e no Grupo Araxá.

51 8medidas N165/21 Figura 5.7 Estereogramas de contorno das medidas de eixos de dobras da Fase Dn do Greenstone belt de Pilar (8 medidas) Devido ao escasso número de medidas dos eixos encontradas no Greenstone belt de Pilar não se pode definir uma direção principal, o Grupo Araxá foram encontradas apenas três medidas sendo elas: 170/31, N163/15 e N120/30. Através dos dados acima é possível concluir que existe uma leve tendência de que a direção preferencial dos eixos da fase Dn, tanto no Greenstone belt quanto no Grupo Araxá, é aproximadamente SSE com baixo ângulo de mergulho. As diferenças de medidas encontradas no Greenstone belt de Pilar e no Grupo Araxá, provavelmente refletem as orientações distintas dos planos de acamamentos das duas unidades, antes do início da deformação Dn, ou ainda, efeitos de redobramento pós-dn. A foliação Sn tipo xistosidade que ocorre nos três domínios orientam os cristais no plano de foliação formando lineações mineral e de estiramento. No Greenstone belt de Pilar, foram encontradas em vinte e três afloramentos com lineações minerais, com predomínio nas unidades metagrauva (Ppmgr), anfibólito(ppanf) (figura 5.8 D) e biotita quartzo xisto (Ppqbs). Já no Grupo Araxá foram encontradas nove medidas, em mica xistos e nos quartzitos e no Bloco Moquém onze medidas. As medidas de lineação mineral no Greenstone belt de Pilar apresentam atitude principal N188/04. As lineações minerais são marcadas por cristais anfibólios nos anfibolitos (Figura 5.8 D) e metagrauvacas e por cristais de biotitas no SCS. O estereograma das medidas de lineação mineral (figura 5.8 A, B e C) no Grupo Araxá indicam atitude preferencial de N170/21. Analisando em conjunto pode-se concluir que as medidas são aproximadamente Sul/Sudoeste-Norte/Noroeste com baixo ângulo de mergulho. As lineações minerais são marcadas por minerais micáceos (muscovita e biotita)

52 nos xistos e pela muscovita e pelo quartzo nos quartzitos. Já no Bloco Moquém as medidas possuem orientação principal N180/07 e são marcadas por cristais de quartzo e biotita. A 26 medidas B 23 medidas N188/07 N170/21 C 11medidas N180/07 D Figura 5.8: Estereogramas de medidas das lineação mineral reconhecidas no mapeamento. A) medidas do domínio Greenstone belt de Pilar (26 medidas); B) medidas do domínio Grupo Araxá (9 medidas); C) medidas do domínio Bloco Moquém (11 medidas); D) amostra (ponto ACT-399) de anfibolito evidenciando cristais de anfibólio (hornblenda) com uma orientação N185/20 As lineações de intersecção (Li) não são muito bem marcadas na área mapeada, sendo encontradas em poucos afloramentos, como no caso do Grupo Araxá, em que foi encontrada somente em dois afloramentos correspondendo à intersecção da foliação Sn com os planos de acamamento (S0). As atitudes encontradas (figura 5.9) são: N260/10 e N250/10. Já no Greenstone belt de Pilar são mais bem marcadas e possuem onze medidas, com orientação principal N160/21.

53 A 2 medidas B 11medidas N252/7 N160/21 Figura 5.9 Estereogramas das medidas de lineação de intersecção reconhecidas no mapeamento. A) medidas do domínio Grupo Araxá (2 medidas); B) medidas do domínio Greenstone belt de Pilar (11 medidas) FASE Dn+1 A fase de deformação Dn+1 resultou predominantemente no dobramento da foliação Sn e as dobras são as principais feições estruturais dessa fase, sendo observada nas rochas do Grupo Araxá e do GSP. Na maior parte dos afloramentos não chegou a gerar foliação Sn+1, esta somente reconhecida em um único afloramento no ponto ACT-300 localizado no Grupo Araxá. As dobras Dn+1 ocorrem localmente no domínio Araxá, essas dobras são abertas a suaves, de pequeno a médio porte (Figura 5.10) Figura 5.10: A) Foliação Sn dobrada em biotita-clorita-quartzo-muscovita xisto (Araxá), ponto ACT-274; B) foliação principal Sn dobrado em xisto carbonoso, ponto ACT-520. No GSP essas dobras podem ser encontradas localmente em afloramento (Figura 5.10 B), mas também podem ocorrer em escala quilométrica como é o caso da inflexão que ocorre no depósito Jordino, que rotaciona a foliação Sn evidenciando uma deformação

54 posterior à fase Dn, sendo, portanto atribuída à fase Dn+1. A guirlanda definida pela dispersão da foliação Sn (esterograma da figura 5.4 A) fornece um eixo 190/20 para esta estrutura, compatível com os eixos das pequenas dobras Dn+1. A única medida de foliação Sn+1 reconhecida no Grupo Araxá, que possui orientação N350/6. Os planos axiais pós Dn (figura 5.11), reconhecidos na área de estudo, apresentam atitude preferencial no Greenstone belt de N94/vert e no Grupo Araxá a atitude preferencial é N278/vert. 56medidas N94/vert 36medidas N278/vert Figura 5.11: Estereogramas contendo os diagramas de contorno dos pólos dos planos das medidas estruturais de Plano axiais pós Dn. À esquerda as medidas no Greenstone belt de Guarinos (56 medidas) e à direita as medidas no Grupo Araxá (36 medidas). Analisando os estereogramas das medidas de Plano Axial pós Dn, juntamente com as observações em campo é possível concluir que nos dois domínios a existência da fase de deformação Dn+1 bem marcada, com Planos Axiais apresentando direção preferencial praticamente NS. É possível indicar a existência de uma fase de deformação Dn+2, com uma família de dobras com Planos Axiais de direção WNW, que contrasta com a direção preferencial dos planos Dn+1. Na figura 5.12, encontram-se os estereogramas com as respectivas medidas de eixos da fase Dn+1 no Greenstone belt de Pilar e no Grupo Araxá.

55 56 medidas N186/33 34 medidas N190/21 Figura 5.12 Estereogramas de contorno das medidas de eixos de dobras da fase Dn+1 em conjunto com as medidas de lineações de crenulação. À esquerda, medidas do Greenstone belt de Pilar (56 medidas), à direita, medidas do Grupo Araxá (34 medidas). A atitude preferencial dos eixos Dn+1 encontrados no Greenstone belt de Pilar é N186/33. As atitudes preferenciais no Grupo Araxá é N190/21. Através das medidas podemos concluir, que a direção preferencial dos eixos da fase Dn+1, tanto no Greenstone belt quanto no Grupo Araxá, é aproximadamente S-N, com mergulho preferencialmente para sul, com baixo ângulo de mergulho. A existência de eixos pós-dn com direções aproximadamente EW. Reconhecida principalmente nas medidas do Grupo Araxá (figura 4.12) sugere uma possibilidade da existência de outra fase de deformação pós-dn. 5.3 Analise Microtectônica A análise das microestruturas, através de microscópio petrográfico e baseada nos critérios de analise microtectônica (Passchieir e Trouw, 2005), permitiu estabelecer a relação temporal entre o crescimento dos minerais que indicam o auge do metamorfismo da área e a fase Dn (representada pela foliação Sn). Nas rochas do GBP nota-se que os porfiroblastos de biotita e granada apresentam inclusões que definem uma Si (foliação interna) dominantemente reta a levemente sigmoidal. O tipo de mineral e a forma dos grãos inclusos são idênticos aos que definem a foliação externa (Se) que corresponde a Sn (figura 5.13).

56 Figura 5.13: Fotomicrografia da lâmina LJD A) Porfiroblasto de biotita com Si (foliação interna) reta, com polarizadores cruzados; B) Porfiroblasto de granada com Si (foliação interna) reta, em polarisadores cruzados, Base das fotos 3mm A Se é levemente defletida na borda dos porfiroblastos. Tais relações indicam que os porfiroblastos sobrecrescem a foliação Sn, mas também sofrem influência da deformação Dn como indicado pela deflecção da foliação em torno do porfiroblasto. Este crescimento tardi Dn também pode ser notado pela presença de porfiroblasto de biotita e muscovita orientado em alto ângulo com Sn (Figura 5.14).

57 Figura 5.13: Fotomicrografia de cristais de biotita da unidade quarzto-muscovita-clorita xisto evidenciando cristais biotita orientados em alto ângulo com Sn, polarizadores paralelos, Bt-biotita, base da foto, 8mm. Nas rochas do Grupo Araxá os profiroblastos de biotita, indicam a mesma relação encontrada para as rochas do GSB. Isso reforça a interpretação de que a fase deformacional que gerou a foliação principal nas duas unidades é a mesma e mostra que o auge do metamorfismo que afetou as rochas foi tardi-dn. 6- METAMORFISMO 6.1 Introdução O metamorfismo identificado na área é dínamo-termal que apresenta como principais fatores a pressão e a temperatura, tendo importância também na pressão de fluidos, a composição da rocha e a composição da fase fluida envolvida no processo deformacional. Uma assembléia mineralógica específica dada por minerais índices e ocorre geralmente associado a eventos tectônicos que são responsáveis pela geração de feições micro a megaestruturais, tais como xistosidade e dobras pertencentes ao Greenstone Belt de Pilar de Goiás e Bloco Moquém. Através dos dados coletados e interpretados, serão descritas as feições metamórficas observadas na área em termos de seus efeitos nos diferentes grupos litológicos,

58 Os litotipos que ocorrem na região mapeada foram divididos em quatro grupos principais: rochas metabásicas, metapelitos/metapsamopelitos/metagraucas, químicas e gnaisses. 6.2 Descrição e Análise Metamórfica dos Grupos Litológicos METABÁSICAS Na área estudada as rochas de composição básica são representadas por anfibolito e anfibólio xisto com paragênese composta por tremolita/actinolita, hornblenda, epidoto, plagioclásio (albita), clorita, titanita, quartzo e turmalina. Segundo Yardley (1994), a fácies xisto verde em rochas metabásicas compreende assembléia de actinolita + epidoto ± albita ± clorita ± estilpnomelano na zona de mais baixa temperatura, e hornblenda + actinolita + albita + clorita + epidoto ± granada na zona de temperatura mais elevada. A facies anfibolito compreende assembléia mineral composta por hornblenda+ plagioclásio ± epidoto ± granada. A hornblenda também está presente na fácies anfibolito, mas torna-se instável em temperaturas baixas, decompondo-se em actinolita, clorita e clinozoisita/epidoto, e a fácies anfibolito passa, assim, a xisto verde de alto grau. Foi identificado minerais de anfibolio e epidoto em contato nas lâminas, o que pode sugerir um retrometamorfismo. Também é observada a redução do tamanho dos grãos de plagioclásio e do anfibólio. Este retrometamorfismo é interpretado como um evento pós-dn, pois os cristais de actinolita que definem a foliação Sn estão passando para epidoto. Este fenômeno ocorreu só nas rochas do GBP. Desta forma, a pararagênese principal identificada nos anfibolitos evidencia que as condições de ápice metamórfico alcançadas por estas rochas foram as de xisto verde superior METAPELITOS METAPSAMOPELITOS E METAGRAUCAS A Sequência Greestone e o Grupo Araxá possuem diversos litotipos que pertencem ao domínio das rochas metassedimentares, incluindo metapelitios, metapsamopelítos e metagraucas, que são adequadas a produzir paragêneses minerais diagnósticas do metamorfismo. Segundo Yardley (2004), as rochas em que primeiramente se desenvolve a biotita não são estritamente pelitos, mas grauvacas com feldspato K detrítico.

59 A foliação Sn das rochas estudadas é definida principalmente por biotita e muscovita. A biotita, microscopicamente, apresenta coloração marrom escura, típica das porções média e superior da fácies xisto-verde, com intenso pleocroísmo, ocorrendo em quilíbrio com cristais de clorita na maioria das lâminas (Figura 6.1). Ocorre também como porfiroblastos crescidos em diferentes ângulos com a foliação Sn em rochas do Grupo Araxá, indicando recristalização tardi-dn. Situação semelhante é observada em rochas do greenstone. Figura 6.1: Fotomicrografia da lâmina ACT-287. A) Polarizadores paralelos evidenciando cristais de biotita e clorita em equilíbrio. Base da foto, 3mm. Os cristais de quartzo e de albita apresentam-se bem recristalizados na maioria das rochas, com grãos de tamanhos finos a médios, contatos curviplanares a poligonizados, geralmente inequigranulares, orientados e apresentam deformação intracristalina como extinção ondulante e bandas de deformação incipientes. Os xistos carbonosos encontrados na Formação Serra do Moinho apresentam granulação fina e uma associação mineral composta por quartzo, material carbonoso, muscovita, biotita e granada indicando que o metamorfismo atingiu a fácies xisto verde superior (zona da granada). A assembleia mineral destes litotipos, tanto nas rochas do Grupo Araxá quanto nas do GSP é de muscovita, quartzo, biotita, material carbonoso, clorita, plagioclásio (albita), granada, além de turmalina, magnetita e óxidos de Fe e Mn. Mostrando que a fácies atingida é a xisto verde, zona da granada. Tais associações minerais típicas de rochas pelíticas em zona barroviana podem ser vistas na Tabela 6.1.

60 Quanto à pressão não foram identificados minerais diagnósticos. Devido à presença de granada pode-se apenas afirmar que a pressão deve ser superior a 3 kbar. Tabela 6.1: Associações características de rochas pelíticas de zonas barrovianas (modificado de Yardley, 2004) ROCHAS QUÍMICAS As formações ferríferas bandadas são constituídas essencialmente por quartzo, hematitia, magnetita e material carbonoso resultantes de precipitação química em fundo oceânico e posterior metamorfismo dos sedimentos silicosos ricos em ferro. Os metcherts encontrados na Formação Serra do Moinho apresentam recristalização intensa de quartzo com intercalação de material carbonoso (figura 6.2). A paragenese não é diagnosticada, mas é compatível com as condições de fácies xisto verde. Figura 6.2: Fotomicrografia da lâmina ACT-179 polarizadores paralelos, mostrando metachert com cristais de quartzo recristalizados intercalados com material carbonoso. Base da foto 8mm.

61 6.2.4 GNAISSE O Bloco Moquém é representado de acordo com Queiroz (2000) por gnaisses ortoderivados de intrusões graníticas e granodioríticas que ocorreram por volta de 2,7 Ga. Na área de estudos, foram identificadas duas assembleias mineralógicas, sendo uma na parte mais a sul e outra mais a norte da área de estudo. Na parte sul da área a mineralogia é composta por quartzo, plagioclásio, microclínio, muscovita biotita. Presença de cristas de feldspato potássio centimétricos com franja de recristalização de quartzo e muscovita (Figura 6.3). Figura 6.3: Fotomicrografia da lâmina ACT-313. Polarizadores cruzados evidenciando cristais de feldspato de potássio com franja de recristalização. Base da foto, 8mm. A segunda assembleia que ocorre mais ao norte, é composta por quartzo, plagioclásio, epidoto, feldspato de potássio, muscovita, biotita e opacos, sendo que a muscovita aumenta em detrimento da biotita. A ocorrência de muscovita também se torna maior devido à muscovitização progressiva dos feldspatos. Esta segunda assembleia mineralógica foi o último evento metamórfico, no qual os cristais de quartzo foram recristalizados, apresentando extinção ondulante incipiente e tendo contatos amebóides a poligonais, e todos os minerais foram orientados segundo a foliação Sn. 6.3 Diagrama P x T As assembleias metamórficas diagnosticadas acima possibilitam indicar que o metamorfismo regional que afetou as rochas Greenstone de Pilar, do Grupo Araxá e do Bloco Moquém na área mapeada atingiu a fácies xisto verde superior (zona da granada).

62 A Figura 6.4 mostra em gráfico P x T a área correspondente ao grau metamórfico onde houve equilíbrio mineral através dos dados obtidos em campo. Figura 6.4: Diagrama PT apresentando as fácies metamórficas. A área em verde indica aproximadamente as condições do auge do metamorfismo principal..legenda: A-E HF, albitaepidoto- hornfels; HB HF, hornblenda-hornfels; PX HF, piroxênio-hornfels.(limites das fácies de acordo com Yardley, 2004). Na Figura 6.5 está representado o campo de estabilidade deduzido para o conjunto de unidades em gráfico petrogenético de P x T.

63 Figura 6.5: Gráfico petrogenético de P x T. Na elipse em verde, campo deduzido para as rochas da área mapeada a partir do conjunto de paragêneses identificadas nos estudos petrográficos. Editado de Spear & Cheney, Nas análises petrográficas, não foram encontradas cianitas nos diversos litotipos estudados, mas na porção norte do Greenstone belt de Guarinos foi identificado ocorrências deste mineral, o que permite inferir que o metamorfismo regional atingiu o campo da cianita, e que provavelmente o regime bárico da porção da área estudada também seja do tipo intermediário. Desse modo, é possível deduzir que a temperatura e pressão no qual houve estabilidade mineral após o retrometamorfismo situam-se no campo abrangido pela área em verde na figra 6.5, ou seja, entre 480 C e 525 C e 4 a 9 kbar. 6.4 Discussão sobre o metamorfismo Como descrito na literatura por Pulz e Fuck (1995), este metamorfismo atingiu grau metamórfico em fácies anfibolito, seguido de retrometamorfismo que alcançou a fácies xisto verde, sendo que este baixo grau metamórfico em fácies xisto verde é característico de terrenos grrenstone belt. Este evento responsável pelo retrometamorfismo das rochas supracitadas também metamorfisou os litotipos constituintes do Grupo Araxá. No presente trabalho as paragêneses identificadas permite concluir que o auge de metamorfismo alcançado pelas rochas do GSP e do Araxá ocorreu em condições de fácies xisto verde superior.

64 Para os gnaisses do Bloco Moquém é possível que o auge do metamorfismo tenha sido em condição de fácies anfibolito, sendo retrometamorfisado para xisto verde durante o metamorfismo principal das rochas do GSP. 7- GEOLOGIA ECONÔMICA As mineralizações auríferas que ocorrem no Greenstone Belt de Pilar estão inseridas em rochas metassidimentares de origem química e em rochas metavulcanoclástica pertencentes a Formação Serra do Moinho, no presente trabalho as unidades hospedeiras da mineralização são representadas pelo quartzo-muscovita-clorita-xisto (Ppcls) e pelo xisto carbonoso (Ppcx). No GSP, os garimpos ocorrem numa extensão de 6 Km e são alinhados na direção destas camadas. As zonas mineralizadas ocorrem em três níveis, sendo dois deles alojados no quartzo-muscovita-clorita-xisto (Ppcls), que são denominados de (HG2 e HG3, baixo teor e ocorre em vários níveis poucos espeços) e estão associados a veios de quartzo presentes nesta unidade. A maior parte destes veios apresenta-se concordante à foliação Sn, por vezes são discordantes, e podem estar boudinados ou dobrados e com alteração hidrotermal. (HG3); pirita + pirrotita (HG2) e ouro, também são encontrados, mas em quantidades bem menores arsenopirita e calcopirita. A pirita e pirrotita ocorrem tanto nas vênulas como disseminadas em halos centimétricos que balizam as mesmas, ouro livre ocorre como pintas e fagulhas somente nas vênulas, geralmente no quartzo, e raríssimas vezes incluso em sulfeto. Na camada do xisto carbonos (Ppcx) e está presente a camada principal de minério (HG1, alto teor e menor espessura), ocasionalmente esta camada pode ocorrer no contato com quartzo-muscovita-clorita-xisto (Ppcls). Esta zona mineralizada, é composta de veio e vênulas de quartzo que podem variar de poucos centímetros até um metro de espessura. Estes veios, possivelmente são sincrônicos aos da geração descrita para o (HG2 e HG3), no entanto a associação paragenética neste caso de: arsenopirita + pirrotita + galena + esfalerita ± pirita ± calcopirita, mostrando-se um pouco mais complexa do que á dos demais níveis mineralizados. É comum a ocorrência de galena, esfalerita, calcopirita e ouro nativo nos veio e vênulas de quartzo. O ouro pode ocorrer livre no quartzo, próximo das vênulas e veios de quartzo e ocasionalmente incluso em sulfetos.

65 Microscopicamente pode-se estabelecer a relação temporal entre o crescimento dos minerais que indicam o auge do metamorfismo da área e a fase Dn (representada pela foliação Sn). Foi observado que o padrão dos porfiroblastos de sulfetos nos níveis mineralizados HG1, HG2 e HG3 indicam crescimento de tardi à pós Dn, o que é semelhante aos porfiroblatos de granada, biotita e muscovita que marcam o auge metamórfico da área. Sabendo-se que o ouro está associado aos sulfetos, pode supor que o ouro já existia na rocha e passou por processo de recristalização durante auge metamórfico. Com a conceituação de que os sulfetos ocorrem tardi a pós Dn, pode-se concluir, que a zona de empurrão (pré a sin Dn) que justapôs as duas unidades hospedeiras da mineralização, gerou influência na zona mineralizada. Esta pode até ter controlado o acesso de fluidos através de fraturas e planos de cisalhamento subparalelos ao plano de empurrão. 8- CONCLUSÃO Foram reconhecidos na área de estudo três compartimentos litoestratigráficos: o embasamento arqueano, representado pelo ortognaisse Moquém, uma sequência vulcanossedimentar paleoproterozóica que corresponde ao Greenstone Belt de Pilar e uma sequência metassedimentar atribuída ao Grupo Araxá, de possível idade neoproterozóica. As litologias que compõem esses três compartimentos litoestratigráficos foram divididas em unidades principais. No Bloco Moquém encontram-se o biotita gnaisse (Amg) e o muscovita xisto (Ams), no GSP as unidades foram separadas em três pacotes dominantes, na parte inferior estão presentes as calssicilicatadas (Ppcs), o quartzo-biotita xisto (Ppqbs), o muscovita-carbonato xisto (Ppqsst) e o xisto carbonoso (Ppcx), essas camadas são truncadas por uma superfície de cavalgamento seguindo para uma um litotipo intermediário composto pelo quartzo-muscovita-clorita-xisto (Ppcls) e pelo talco carbonato xisto (Pptcls). Acima destes, encontrasse o litotipo superior que é composto pelo metagrauvaca (Ppmgr) (camada predominante), metapelito carbonoso (Ppmpl), metachert (Ppmc), anfibolito (Ppanf) e pelo quartzito (Ppqtz). No Grupo Araxá as unidades muscovita-quartzo xisto (Namx), biotitaclorita-quartzo-muscovita xisto(nabcqm) e quartzitos (Naqx). Quanto à evolução tectônica da área, foram reconhecidas quatro fases de deformação principais (Dn-1, Dn, Dn+1 E Dn+2), sendo que as estruturas relacionadas à fase de deformação Dn-1 são de difícil reconhecimento. A deformação Dn-1 é identificada através de uma clivagem de crenulação apertada que transpõe uma foliação mais antiga denominada Sn-1. A fase Dn é responsável pela geração da principal foliação dos três domínios da área, a

66 Sn que é caracterizada por uma xistosidade bem marcada por minerais micáceos e pelo alinhamento dos grãos de quartzo. As dobras geradas nesta fase possuem a foliação principal Sn como plano axial e a direção preferencial dos eixos para SSE, com baixo caimento. Também são encontradas lienações mineral e de intersecção nesta fase. A fase de deformação Dn+1 resultou predominantemente no dobramento da foliação Sn e as dobras são as principais feições estruturais dessa fase, sendo observada nas rochas do Grupo Araxá e do GSP. Na região a sul da área de estudo as unidades litoestratigráficas do Greenstone belt de Pilar definem uma inflexão passando de uma direção aproximadamente N30W (a norte da área) para N60 a 70 W na região a sul da área, onde são truncadas pelas rochas do Grupo Araxá, sendo que esta inflexão foi gerada pela fase de deformação Dn+1. É possível indicar a existência de uma fase de deformação Dn+2, com uma família de dobras com planos axiais de direção WNW, que contrasta com a direção preferencial dos planos de dobras indicados para Dn+1. As associações minerais descritas permitem indicar que o metamorfismo regional que afetou as rochas do Greenstone belt de Pilar, Grupo Araxá e Bloco Moquém, na área mapeada, atingiu a fácies xisto verde superior (zona da granada), sendo semelhante nas diversas faixas mapeadas. A maioria das lâminas analisadas mostra um padrão de recristalização tardi Dn para estas rochas, indicando que a maior parte dos minerais metamórficos se formou ao final de Dn, e para alguns o crescimento se estendeu até após a formação da foliação. As mineralizações auríferas que ocorrem no Greenstone Belt de Pilar estão inseridas em rochas metassedimentares que são representadas pelo quartzo-muscovita-clorita-xisto (Ppcls) e pelo xisto carbonoso (Ppcx). Foi observado que o padrão dos porfitoblastos de sulfetos nos níveis mineralizados HG1, HG2 e HG3 indicam crescimento tardi até pós Dn, o que é semelhante aos porfiroblatos de granada, biotita e muscovita que marcam o auge metamórfico da área. Como o ouro está associado aos sulfetos, pode-se concluir que a mineralização deve ter ocorrido através de fluidos que percolaram os planos de cisalhamento associados à falha de empurrão possivelmente durante o evento metamórfico principal (tardi Dn). Ou se caso o ouro já estivesse presente nas rochas ele passaria por uma recristalização durante este auge metamórfico. Também é possível que o ouro tenha sido introduzido na rocha nos estágios iniciais do empurrão passado por uma recristalização durante este auge metamórfico.

67 9- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, F.F.M.; HASUI, Y.; BRITO NEVES, B.B. & FUCK, R.R Províncias Estruturais Brasileiras. VIII Simpósio de Geologia do Nordeste. Anais..., SBG, p ATAÍDE, K.L.P Integração de Sensoriamento Remoto e Aerofísico aplicados a Cartografia Geológica e no Controle das Mineralizações Auríferas dos Greenstone Belts de Guarinos e Pilar de Goiás- UNB BARBOSA, O.; BAPTISTA, M.B.; DYER, R.C.; BRAUN, O.P.G. & COTTA, lc Geologia e Inventário dos Recursos Minerais da Região Central do Estado de Goiás Projeto Brasília. DNPM/PROSPEC. Petrópolis, RJ (publicado pelo DNPM, Série Geologia, N 18, Seção Geologia Básica, N 13, Brasília. DF, 1981) CASTRO, J. H. G. & MAGALHÃES, L. F. Revisão Estratigráfica do Grupo Pilar de Goiás na Faixa Crixás. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 33., 1984, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: SBG, p CASTRO, O. de O Julgado de Pilar. Resgaste histórico. Grafisa-Indústrias e papelaria LTDA, 323p. DANNI, J. C. M.; RIBEIRO, C. C Caracterização estratigráfica da seqüência vulcanosedimentar de Pilar de Goiás e de Guarinos, Goiás. Anais de XXX Cong. Bras. De Geologia, Recife, v. 2. DANNI J.C.M Os Greenstone Belts da Província Tocantins no Estado de Goiás. In: Revista Brasileira de Geociências. 18(4): FUCK, R. A A Faixa Brasília e a compartimentação tectônica na Província Tocantins. In: SIMP. GEOL. CENTRO-OESTE, 4, Brasília, Anais...Brasília, SBG, p JOST H. & OLIVEIRA A. M Stratigraphy of the greenstone belts of the Crixás region, Goiás. In: Journal of South American Earth Sciences. v. 4, p , JOST, H.; PIMENTEL, M. M.; FUCK, R. A.; DANNI, J. C. M.; HEAMAN, L Idade U-Pb do Diorito Posselândia, Hidrolina, Goiás. In: Revista Brasileira de Geociências. São Paulo, v. 23, p

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76 Lâmina ACT-092 X Y Rocha: Quartzo-muscovita xisto Textura: Nematoblástica Estrutura: Foliação (marcada por micas e qtz) Granulação: Fina Porcentagem mineralógica: Quartzo: 34% Muscovita: 42% Biotita: 8% Granada: 3% Clorita: Traços Turmalia: 1% Opacos: 13% Descrição mineralógica: Quartzo: cristais submilimétricos (até 0,5 mm), com formatos alongados. Os contatos são planares a curviplanares, apresentam extinção ondulante fraca a modrada. Ocorrem como lentes e bandas em meio á matriz, na direção da foliação. Granada: Cristais milimétrico (até 1,5 mm), possuem formatos poligonais as vezes arredondados, coloração castanho escuro, apresentam inclusões de quartzo e de muscovita em seu interior, possui sombra de pressão. Os cristais de granada são tardi Dn. Muscovita: Cristais submilimétricos (> 0,1 mm) a milimétricos 1,1 mm), subdiomórficos a hipidiomórficos com formato alongado e hábito de ripa e incolores. Os cristais encontram-se orientados de acordo com a foliação e ocorrem por toda a lâmina. Opacos: cristais submilimétricos, subdiomórficos a hipidiomórficos e com formatos alongados. Ocorrem orientados de acordo com a foliação. Turmalina: cristais submilimétricos (~0,1 mm), granulares (seção basal) a retangulares (seção longitudinal), moderadamente a forte pleocróicos (Azul/róseo) que ocorrem dispersos em meio aos níveis micáceos.

77 LÂMINA ACT- 194 X Y Rocha: Biotita-muscovita quartzo xisto feldspático Textura: Granoblástica com porções lepidoblásticas (marcada por micas) Estrutura: Foliação (marcada por micas e qtz) Granulação: Fina Porcentagem mineralógica: Quartzo:45% Muscovita: 20% Biotita: 5% Clorita: 1% Feldspato: 30% Epidoto: Traços Zircão: Traços Descrição mineralógica:

78 Quartzo: Cristais variando de submilimétricos (> 0,1 mm) a milimétricos (< 1,5 mm) possuem porções subdiomórficas com hábito granular. Bandas (de 0.2 a 0.5mm) com predomínio de cristais alongados acompanhando a foliação. Seus contatos são de lobulados a cuviplanares. Possui extinção ondulante e subgrãos, encontram-se por toda a lâmina, às vezes dispersos, às vezes em bandas seguindo a foliação. Nota-se recristalização dos grãos. Muscovita: Cristais de submilimétricos (> 0,1 mm) a milimétricos (< 1,2 mm), subdiomórficos a hipidiomórficos com formatos alongados e hábito de ripa e incolores. Os cristais encontram-se orientados de acordo com a foliação, parte deles ocorrem distribuídos na rocha, mas é frequente em bandas de 0,1 a 0,2 mm. Biotita: cristais submilimétricos (> 0,1 mm), xenomórficos a subdiomorficos com formato variando entre irregulares a alongados e pleocroíco (laranja amarronzado). Os cristais encontram-se orientados de acordo com a foliação. Clorita: cristais submilimétricos (> 0,1 mm), com formato variando entre irregulares a alongados, possui pleocroismo de fraco a médio (verde a verde claro), ocorrem particularmente em uma bandamento da lâmina e próximo aos cristais de biotita, possivelmente uma clorita aluminosa. Feldspato: Cristais submilimétricos (> 0,1 mm) a milimétricos (1mm), xenomórficos com formatos irregulares com contato de lobulado a curvioplanares, possui extinção ondulante. Possui foliação Sn bem marcada, no geral pode ser classificada como xistosidade. Localmente, nos domínios micáceos percebe-se que ocorrem micas finas sistematicamente oblíquas à Sn, sugerindo a existência de uma foliação Sn-1, neste caso o Sn passa a ter caráter de clivagem de crenulação. E geral quartzo, plagioclásio, micas apresentam uma textura recristalização dinâmica durante Dn. Localmente ocorrem grãos de clorita que parecem ser tardi a pós Dn. Lâmina ACT-203-A X Y Rocha: Clorita-botita-muscovita quatzo xisto Textura: Granoblastica com porções lepidoblastica Estrutura: Xistosidade Granulação: Média a fina

79 Porcentagem mineralógica: Quartzo: 50% Muscovita: 20% Feldspato: 15% Biotita: 8% Clorita: 6% Opacos: Traços Carbonatos: Traços Descrição mineralógica: Quartzo: Cristais submilimétricos a milimétricos (até 1,5mm), xenomórficos com formatos irregulares e alongados e orientados de acordo com a foliação. Possui extinção ondulante e contatos planares a lobulado. Muscovita: cristais submilimétricos com formatos finos e alongados e incolores. Geralmente estão orientados de acordo com a foliação. Alguns cristais estão presentes dentro de um porfiroclasto de feldspato, estes possuem em sua maioria possuem habito em formato de ripa e seguem duas orientações principais. Feldspato: cristais de submilimétricos a milimétricos (até 6 mm), xenomórficos, com contatos variando entre ondulados a angulosos. Os cristais aparecem em uma região da lâmina, e se caracterizam a matriz neste local. Possui um porfiroblasto de aproximadamente 2,5cm, este apresenta inclusões de cristais de muscovita que apresentam duas orientações preferenciais perpendiculares entre si. Biotita: Cristais submilimétricos (até 0,7 mm), subdiomórficos com hábito em forma de ripa, fortemente pleocroico (castanho escuro/castanho claro). Os cristais ocorrem na faixa central da lâmina em meio a cristais de quartzo e muscovita e está associando a cristais de clorita. Estão orientados de acordo com a foliação principal e apresentam extinção ondulante. Clorita: cristais submilimétricos a milimétricos, xenomórficos, com formatos alongados, pleocroismo fraco (verde claro/incolor). Os cristais ocorrem preferencialmente nas bandas mais micáceas.

80 Lâmina ACT-202 X Y Rocha: Anfibolito Textura: Granoblastica, poiquiloblastica Estrutura: Xistosidade Granulação: Média Porcentagem mineralógica: Hornblenda: 60% Quartzo: 30% Plagioclásio: 8% Opacos: 2% Descrição mineralógica: Hornblenda: Cristais milimétricos (0,5 a 2 mm), subdiomórficos a xenomórficos com formato de losangulares, arredondados (seção basal) e alongados com habito em ripa (seção longitudinal), forte pleocroismo (verde escuro a castanho). Possui extinção ondulante e possuem inclusões de quartzo em seu interior. Quartzo: cristais submilimétricos com até 0,5 mm, xenomórficos a subdiomórficos com formatos irregulares, mais alongados quando presentes em bandas, também aparecem como inclusões no interior dos cristais de anfibólios. Os cristais apresentam extinção ondulante moderada a fraca. Plagioclásio: cristais submilimétricos, incolores, subdiomórficos, formatos irregulares e contatos curviplanares, por vezes irregulares com os demais cristais. Opacos: cristais submilimétricos com até 0,4 mm, formatos alongados e também irregulares, ocorrem dispersos heterogeneamente pela lâmina.

81 Lâmina ACT-002 X Y Rocha: Quartzo-muscovita-Clorita xisto Textura: Lepidoblástica Estrutura: Anisotrópica com Foliação (marcada por Clorita, micas e qtz) Granulação: Fina Porcentagem mineralógica: Quartzo: 22% Muscovita: 30% Clorita: 40% Biotita: 4% Opacos: 4% Turmalina: Tr Epidoto: Tr Descrição mineralógica: Quartzo: cristais submilimétricos com até 0,8 mm, comumente com tamanhos variando entre 0,3 e 0,5 mm, são subdiomórficos com formatos poligonizados e contatos predominantemente retilíneos. Ocorrem como lentes e bandas em meio à matriz micácea. Deformações intracristalinas como extinção ondulante, bandas de deformação e subgrãos são pouco comuns e/ou ocorrem de forma incipiente nos grãos. Clorita: cristais submilimétricos a milimétricos (até 1.5 mm), subdiomórficos com formatos finos e bem alongados e são fracamente pleocróicos (verde claro/incolor). Ocorrem por toda a lâmina de forma intercalada com cristais de muscovita e encontram-se orientados de acordo com a foliação que esta crenulada. Muscovita: cristais submilimétricos a milimétricos com tamanho de até 1.2 mm, subdiomórficos com formatos finos e bem alongados, incolores. Os cristais ocorrem disseminados por entre os longos cristais de clorita e ocorrem orientados de acordo com a foliação. Biotita: cristais submilimétricos chegando a 0.8 mm de comprimento, xenomórficos a subdiomórficos com formatos irregulares alongados e também hábito em ripa. Os cristais apresentam pleocroismo moderado (laranja/laranja claro). Opaco: cristais submilimétricos (até 0.3 mm) com formatos alongados de acordo com a foliação e dispersos principalmente em meio aos níveis micáceos. Turmalina: cristais submilimétricos (~0,1 mm), granulares (seção basal) a retangulares (seção longitudinal), moderadamente a forte pleocróicos (Azul/róseo) que ocorrem dispersos em meio aos níveis micáceos. A rocha é formada por bandas e lentes submilimétricas composta por cristais de quartzo intercalados com uma matriz formada por cristais de clorita e muscovita, possui uma foliação crenulada. Os cristais

82 de quartzo, clorita e muscovita estão paralelos à foliação, alguns cristais de muscovitas possuem o eixo de crescimento perpendicular à foliação sendo sin a tardi foliação principal. Lâmina ACT-078 X Y Rocha: Biotita-muscovita quartzo xisto feldspatico Textura: Granoblástica com porções lepidoblástica Estrutura: Xistosidade Granulação: fina a média Porcentagem mineralógica: Feldspato: 54% Quartzo: 30% Muscovita: 16% Biotita: 5% Clorita: 2% Descrição mineralógica: Feldspato: cristais submilimétricos a milimétricos com até 2 mm, xenomórficos com formatos alongados e contatos variando entre interlobado, levemente ondulado e angulosos. Os cristais de feldspato perfazem grande parte da matriz e constituem os porfiroblastos da rocha e em ambos casos apresentam inclusões de cristais de muscovita e biotita orientados segundo duas direções preferenciais e perpendiculares entre si. Quartzo: cristais submilimétricos a milimétricos com tamanhos raramente ultrapassando 1 mm, xenomórficos com formatos alongados e orientados de acordo com a foliação, contatos moderado a fracamente interlobados. Deformações intracristalinas como extinção ondulante, bandas de deformação e subgrãos são comuns. Muscovita: cristais submilimétricos e milimétricos com até 2 mm, cristais subdiomórficos com hábito em ripa e também formatos finos e bem alongados. Os cristais encontram-se comumente torcidos e encurvados e apresentam extinção ondulante; ocorrem geralmente em aglomerados formando faixas.

83 Biotita: cristais submilimétricos a milimétrico com até 1 mm de comprimento, subdiomórficos com hábito em ripa, fortemente pleocróico (castanho escuro/castanho claro). Os cristais estão dispersos heterogêneamente e ocorrem por toda a lâmina, em meio aos cristais de quartzo e feldspato e, por vezes, juntos aos cristais de muscovita; encontram-se orientados de acordo com a foliação e apresentam extinção ondulante. Clorita: cristais submilimétricos com até 0,5 mm de comprimento, subdiomórficos com formatos finos e alongados, por vezes retangulares e quadráticos, moderadamente pleocróicos (verde/incolor). Rocha de coloração esbranquiçada, inequigranular com matriz de granulação fina a média e pórfiros milimétricos de feldspato potássico, foliação do tipo xistosidade. A rocha é formada por cristais de quartzo e feldspato orientados de acordo com a foliação e intercalados com finas faixas descontínuas de micas. Possui bandas marcadas por cristais de quartzo e feldspato com espessuras milimétricas e por cristas. Alguns cristais de Feldspato possuem saussoritização. Lâmina ACT-197 X Y Rocha: Granada- muscovita-clorita-quartzo xisto carbonático Textura: Lepidoblástica Estrutura: Xistosidade Granulação: fina a média Porcentagem mineralógica: Carbonato: 70% Quatzo: 15% Clorita: 5% Muscovita: 2% Granada: 1% Opacos: 5% Descrição mineralógica: Quartzo: tamanho médio de 0,3 mm, subdiomórficos com formatos levemente poligonizados e alongados, contatos curviplanares a planares, incolores. Os cristais apresentam extinção ondulante incipiente; ocorrem geralmente como finas faixas e lentes dispostos paralelamente à foliação sendo menos comum a ocorrência desses cristais isolados em meio às porções micáceas. Muscovita: cristais submilimétricos 0.5 mm; subdiomórficos com hábito em ripa e também formatos finos e bem alongados. Os cristais encontram-se comumente torcidos e encurvados e apresentam extinção ondulante Carbonato: cristais submilimétricos (> 0,2 mm), incolores, possuem anomalia de relevo, são xenomórficos e possuem formatos irregulares. O contato com os demais cristais é curviplanar, por vezes irregulares. Clorita: cristais submilimétricos a milimétricos, xenomórficos, com formatos alongados, pleocroísmo fraco (verde claro/incolor), birrefringência baixa.

84 A foliação Sn é bem marcada pelo carbonato, micas e cristais de quartzo; possuem uma leve crenulação. Possuem esqueletos de granadas que possuem a foliação Sn preservada em seu meio, mostrando que a granada foi formada tardi a pós Sn. Lâmina ACT-120 X Y Rocha: Textura: Nematoblástica Estrutura: anisotropica Granulação: fina a média Porcentagem mineralógica: Anfibolito (Hornblenda): 65% Quartzo:18% Plagioclásio: 12% Clorita:1% Opacos:4% Descrição mineralógica: Anfibolito (Hornblenda): cristais submilimétricos a milimétricos (3mm), subdiomórficos, de formato alongado e hábito em ripa (seção longitudinal dos cristais) e em forma de porfiroblastos, os cristais apresentam pleocroísmo médio (verde a verde claro) e encontram-se orientados de acordo com a foliação. Os cristais de hornblenda perfazem grande parte da matriz e constituem os porfiroblastos da rocha e em ambos os casos apresentam inclusões de cristais quartzo orientados segundo duas direções preferenciais e perpendiculares entre si. Quartzo: cristais submilimétricos a milimétricos com tamanhos raramente ultrapassando 1,5 cm, xenomórficos com formatos alongados e orientados de acordo com a foliação. Ocorrem em bandas de até 0.5mm e também em menor quantidade em meio aos cristais de homrblenda.

85 Clorita: Aparecem dispersas pela lâmina, em formato tabular e habito de ripa, possui pleocroísmo baixo (verde claro a incolor), ocorrem em meio aos cristais de honrblenda, geralmente perpendicular a foliação. Opacos: cristais de granulação fina, xenomórficos, formatos irregulares a levemente alongados e que ocorrem espalhados por toda a lâmina. Os cristais alongados acompanham a orientação da foliação principal. Os hidróxidos de ferro ocorrem como uma massa xenomórfica de coloração vermelha resultante da alteração dos opacos e das hornblendas, ocorrendo no entorno desses cristais. Os porfiroblastos de hornblenda são geralmente no formato sigmoidal, possuem em seu interior cristais de quartzo que geralmente seguem a foliação principal, além de bandas de quartzo que contornam o porfiroblasto. Os cristais de clorita indicam uma baixa temperatura. Lâmina ACT-287 X Y Rocha: Biotita-clorita-quarzto-muscovita xisto Textura: Granoblástica com porções lepidoblásticas (marcada por micas) Estrutura: Foliação (marcada por micas e qtz) Granulação: fina a média Porcentagem mineralógica: Quartzo: 20% Muscovita: 35 Clorita: 25% Biotita: 15% Epidoto: Tr

86 Apatita: Tr Opacos: 5% Descrição mineralógica: Quartzo: Os cristais de quartzo apresentam formas anhedrais, por vezes levemente alongados e possuem contatos curviplanares com os demais cristais e frequentemente com extinção ondulante, indicando que os grãos foram recristalizados. Estão dispostos em bandamentos quartzosos cristais submilimétricos (< 0,1 mm) e milimétricos (até 3 mm) com predomínio dos submilimétricos. Cloritas: cristais submilimétricos (> 0,1 mm) a milimétricos, com predomínio dos primeiros; subdiomórficos com formatos alongados e finos e fracamente pleocróicos (verde claro/incolor) Os cristais ocorrem tanto nas bandas muscoviticas quanto nas bandas quartzosas nas regiões entre grãos. Muscovita: cristais submilimétricos 0.5 mm; subdiomórficos com hábito em ripa e também formatos finos e bem alongados. Clorira: ocorre como pequenas palhetas, dispostas segundo uma orientação preferencial e evidenciam dobras suaves. Apresentam contatos planares e concentram-se em bandas. Possui pleocroismo de fraco a médio (verde a verde claro). A dimensão média destes cristais é inferior a 1mm. Biotita: cristais submilimétricos a milimétricos (até 1 mm), subdiomórficos; alguns cristais são moderadamente pleocróicos (laranja/laranja claro) e outros não apresentam pleocroismo e são alaranjados. Os cristais de biotita encontram-se bem orientados quando presentes nas bandas micáceas e fracamente ou não orientados quando em meio aos cristais de quartzo. A foliação Sn é marcada pelos cristais de clorita, muscovita e pelos grãos de quartzo, esta foliação está crenulada por um evento Dn+1 que não gera foliação Sn+1. Nas porções mais micáceas é mais evidente a crenulação pelo seu estado mais plástico perante a deformação. O contato entre os grãos de quartzo é retilíneo, resultando em um padrão poligonizado. Paralelo a foliação Sn encontra-se um bandamento dado porções quartzosas (ate e1 mm) e porções micáceas (até 2 mm). Os alguns cristas de muscovita, clorita e biotita, apresentam crescimento perpendicular à foliação, sendo tardi Dn. Lâmina ACT-296 X Y Rocha: Quartzito Textura: Granoblastica Estrutura: Foliação (marcada por qtz) Granulação: fina a média

87 Porcentagem mineralógica: Quartzo: 93% Muscovita: 5% Opacos: 3% Descrição mineralógica: Quartzo: cristais submilimétricos (> 0,1 mm), subdiomórficos com hábito granular a levemente alongados acompanhando a foliação Sn que esta dobrada; o contato entre os cristais são do tipo poligonal e interlobado entre alguns contatos encotram-se grãos tabulares de muscovita. Os cristais apresentam extinção ondulante. A foliação Sn encontra-se dobrada, é bem marcada pelos cristais de quartzo. Os cristais tabulares de muscovita parecem formar uma foliação Sn+1 que é plano axial de Sn. Os cristais de muscovita são tardi à pós Dn. Lâmina ACT-282 X Y Rocha: Biotita-quarzto-muscovita xisto Textura: Granoblástica com porções lepidoblásticas (marcada por micas) Estrutura: Foliação (marcada por micas e qtz) Granulação: fina a média Porcentagem mineralógica: Quartzo: 30% Muscovita: 45% Biotita: 23% Opacos: 2% Descrição mineralógica:

88 Quartzo: Cristais submilimétricos a milimétricos (até 3mm), xenomórficos com formatos irregulares e alongados e orientados de acordo com a foliação. Possui extinção ondulante. Possui bandas milimétricas de até 5mm com cristais milimétricos e contatos lobulares e bandas de submilimétricas com cristais submilimétricos alongados e contatos planares. Muscovita: Cristais submilimétricos (> 0,1 mm) a milimétricos 1,1 mm), subdiomórficos a hipidiomórficos com formato alongado e hábito de ripa e incolores. Os cristais encontram-se orientados de acordo com a foliação e estão levemente crenulados, Ocorrem em bandas milimétricas. Alguns cristais submilimétricos estão subparalelo a foliação. Biotita: cristais submilimétricos a milimétrico com ate 3 mm de comprimento, subdiomórficos com hábito em ripa, fortemente pleocróico (castanho escuro/castanho claro). Os cristais ocorrem geralmente em bandas juntos aos cristais de muscovita; encontram-se geralmente orientados de acordo com a foliação e apresentam extinção ondulante. Alguns cristais milimétricos estão subparalelo a foliação. Os cristais de quartzo se diferenciam em sua pureza, as bandas de ate 1 mm possuem porções da matriz micácea, já as bandas maiores de até 5 mm os cristais estão puros. A foliação é marcada pelas micas e possui uma leve crenulação. Alguns cristais de muscovita e biotita possuem orientação subparalela a foliação sendo caracterizados como tardi Dn. Lâmina ACT-313 X Y Rocha: Biotita-Gnaisse Textura: Granoblástica com porções lepidoblásticas (marcada por micas) Estrutura: Foliação (marcada por micas e qtz) Granulação: fina a média Porcentagem mineralógica: Quartzo: 25% Muscovita: 5% Biotita: 15% Plagioclásio: 35% Feldspato (Microclínio): 20%

89 Opacos: traços Descrição mineralógica: Quartzo: cristais submilimétricos a milimétricos com tamanhos raramente ultrapassando 1mm, xenomórficos com formatos alongados e orientados de acordo com a foliação, contatos moderado a fracamente interlobados. Os cristais de quartzo ocorrem comumente em faixas de até 1,5 mm de espessura intercaladas a bandas de feldspato e plagioclásio; ocorrem também em menor quantidade em meio aos cristais de feldspato. Deformações intracristalinas como extinção ondulante. Feldspato: cristais submilimétricos com até 0,7 mm, xenomórficos e contatos variando entre interlobado, levemente ondulado e anguloso. Alguns cristais apresentam geminação. Plagioclásio: cristais submilimétricos a milimétricos com até 3 mm, xenomórficos com formatos alongados e contatos variando entre interlobado, levemente ondulado e angulosos. Os cristais de plagioclásio perfazem grande parte da matriz e possuem porfiroblastos que apresentam inclusões de cristais de muscovita e biotita orientados segundo duas direções preferenciais e perpendiculares entre si. Alguns cristais apresentam saussoritização. Algums cristais estão estirados e possuem fraturas preenchidas com quartzo e suas extremidades sugerem um movimento sinistral. Biotita: cristais submilimétricos a milimétrico com até 1,8 mm de comprimento, subdiomórficos com hábito em ripa, fortemente pleocróico (castanho escuro/castanho claro as vezes esverdeados). Os cristais estão dispersos heterogêneamente e ocorrem por toda a lâmina, em meio aos cristais de quartzo, plagioclásio e feldspato e, por vezes, juntos aos cristais de muscovita; encontram-se orientados de acordo com a foliação. Muscovita: cristais submilimétricos e milimétricos com até 1 mm; subdiomórficos com hábito em ripa. Os cristais por vezes encontram-se como cristas de porfiroblastos de plagioclásio, também são encontrados cristais com crescimento perpendicular a foliação principal sendo tardi Dn. A foliação Sn é bem marcada pelas micas e cristais de quartzo e plagioclásio; possuem uma leve crenulação. Alguns cristais de plagioclásio possui inclusões de micas, principalmente muscovita que possuem duas orientações principais perpendiculares. Alguns cristais de plagioclásio possuem saussoritização. Alguns cristais de biotita e muscovita possuem crescimento perpendicular à foliação principal sendo tardi Dn.Os feldspatos possuem indicadores cinemáticos mostram sentido sinistral. Lâmina ACT-178 X Y Rocha: Biotita Gnaisse Textura: Granoblástica Estrutura: Foliação gnáissica

90 Granulação: fina a média Porcentagem mineralógica: Quartzo: 15% Muscovita: 2% Biotita: 8% Plagioclásio: 60% Feldspato (Microclínio): 15% Opacos: traços Descrição mineralógica: Quartzo: cristais submilimétricos a milimétricos com tamanhos raramente ultrapassando 0,5 mm, xenomórficos com formatos alongados e orientados de acordo com a foliação, contatos moderado a fracamente interlobados. Os cristais de quartzo ocorrem comumente em faixas de até 1 mm de espessura intercaladas a bandas plagioclásio; ocorrem também em menor quantidade em meio aos cristais de feldspato. Possui extinção ondulante. Feldspato: cristais submilimétricos com até 0,5 mm, xenomórficos e contatos variando entre interlobado a levemente ondulado e anguloso. Plagioclásio: cristais submilimétricos a milimétricos com até 1 mm, xenomórficos com formatos levemente alongados e contatos variando entre interlobado, levemente ondulado e angulosos. Os cristais de plagioclásio perfazem grande parte da matriz e possui alguns cristais que apresentam inclusões de cristais de muscovita. Biotita: cristais submilimétricos 0,5 mm de comprimento, subdiomórficos com hábito em ripa, fortemente pleocróico (castanho escuro/castanho claro). Os cristais estão dispersos por toda a lâmina, em meio aos cristais de quartzo e plagioclásio e encontram-se orientados de acordo com a foliação. A foliação Sn é bem marcada pelas micas e cristais de quartzo e plagioclásio; possuem uma leve crenulação. Alguns cristais de plagioclásio possuem inclusões de muscovita. Os cristais de biotita e muscovita possuem crescimento paralelo à foliação principal sendo sin Dn.

91 Lâmina ACT-671 X Y Rocha: Textura: Granoblástica Estrutura: Foliação gnáissica Granulação: fina a média Porcentagem mineralógica: Quartzo: 50% Epidoto: 35% Biotita: 3% Plagioclásio: 6% Feldspato (Microclínio): 6% Opacos: traços Descrição mineralógica: Epidoto: cristais submilimétricos (0,3 mm), xenomórficos, formatos irregulares, por vezes alongados; incolores, alto relevo e birrefringência verde azulada. Os cristais alongados encontram-se orientados de acordo com a foliação e encontram-se em bandas de até 2 mm. Quartzo: cristais submilimétricos a milimétricos com tamanhos de até 3 mm, xenomórficos com formatos alongados e orientados de acordo com a foliação, contatos moderado a fracamente interlobados. Deformações intracristalinas como extinção ondulante. Encontram-se bandas que variam de submilimétricas a milimétricas chegando até 3mm. Feldspato (microclinio): cristais submilimétricos até 0.5 mm, xenomórficos com formatos irregulares a estirados, incolores e contatos lobulados a curviplanares. Os cristais estão recristalizados. Plagioclásio: cristais submilimétricos a milimétricos com até 1 mm, xenomórficos com formatos levemente alongados e contatos variando entre interlobado, levemente ondulado e angulosos. Biotita: cristais submilimétricos a milimétrico com até 1 mm de comprimento, subdiomórficos com hábito em ripa, fortemente pleocróico (castanho escuro/verdes). Encontram-se orientados de acordo com a foliação. A foliação Sn é bem marcada pelos cristais de quartzo e epidoto, esses cristais formam bandas que variam de submilimétrica a milimétricas.

92 Lâmina ACT-179 X Y Rocha: Textura: Granoblástica Estrutura: Foliação tipo xistosidade Granulação: fina a média Porcentagem mineralógica: Quartzo: 70% Magnetita: 20% Material carbonoso: 10% Descrição mineralógica: Quartzo: cristais submilimétricos a milimétricos (0,1 mm a 1mm), subdiomórficos com hábito granular a levemente alongados acompanhando a foliação; o contato entre os cristais são do tipo poligonal e interlobado. Os cristais apresentam comumente extinção reta e raramente extinção ondulante, bandas de deformação e subgrãos; encontram-se dispersos pela lâmina. Material carbonoso: massa de coloração preta que engloba cristais de quartzo e magnetita. Essa massa ocorre em faixas com espessuras irregulares mas contínuas paralelas à foliação formando um bandamento composicional. Ocorre intercalação de bandas mais ricas em material carbonoso e magnetita e bandas mais ricas em quartzo. Paralelo a este bandamento composicional ocorre uma foliação Sn, discreta, marcada pelo formato alongado de alguns cristais de quartzo.

93 Lâmina ACT-399 X Y Rocha: Anfibolito Textura: Lepidoblástica Estrutura: Xistosidade Granulação: Média a fina Porcentagem mineralógica: Hornblenda: 75% Quartzo: 17% Plagioclásio: 6% Opacos: 2% Turmalina: traços Descrição mineralógica: Anfibólio: cristais submilimétricos a milimétricos (até 1,5 mm), subdiomórficos, de formato alongado e hábito em ripa (seção longitudinal dos cristais) e formato grosseiramente losangular (seção basal dos cristais); os cristais apresentam pleocroísmo fraco (verde claro/incolor) e encontram-se orientados de acordo com a foliação. Quartzo: cristais submilimétricos (até 0,5 mm), com formatos alongados. Os contatos são geralmente planares, apresentam extinção ondulante fraca a moderada. Ocorrem como bandas submilimétricas (até 0,5mm) em meio á matriz de anfibólio, na direção da foliação. Plagioclásio: cristais submilimétricos com até 0,3 mm, xenomórficos com formatos levemente alongados e contatos variando entre levemente ondulado e anguloso. A foliação Sn esta bem marcada pelos cristais de hornblenda que estão alongados neste sentindo, possui algumas bandas submilimétricas de quartzo. Alguns cristais de hornblenda estão subparalelo a foliação principal, sugerindo que também houve um crescimento sin a tardi Dn.

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