Estruturas Portuárias Construídas em Colônias Gregas na Magna Grécia e Sicília entre os séculos VIII e V a. C.
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1 Estruturas Portuárias Construídas em Colônias Gregas na Magna Grécia e Sicília entre os séculos VIII e V a. C. MARIA CRISTINA CAVALLARI ABRAMO 1 Os gregos tinham uma relação tão fundamental com o Mediterrâneo que Platão os descreve como: vivendo ao redor do mar como formigas e sapos ao redor da lagoa (Fédon, 109B). Comércio, troca e a própria manutenção do modo de vida grego estavam intimamente ligados ao mar e, por consequência, aos portos, sua porta de entrada. Além disso, Garland afirma (1987:85) que é possível inferir que as mercadorias chegavam pelo mar em quase todas as cidades gregas, tanto os itens provenientes do comércio internacional quanto do comércio entre as cidades da própria Grécia, em função das condições precárias das estradas em geral. Considerando-se essa situação, não é de se estranhar que a grande maioria das cidades gregas situadas no litoral fosse portuária, e que mesmo as que não tinham saída direta para o mar instalassem um porto na foz de algum rio ou ainda, fizessem uso de um porto próximo mesmo que fora de seu assentamento. Além do aspecto econômico, outra questão relevante no estudo dos portos é o contato com o estrangeiro, suas implicações e consequências para o mundo e o modo de vida gregos. Como Renfrew define muito bem em seu artigo, Trade as Action at a Distance (Sabloff, Lamberg-Karlovsky: 1975), uma situação comercial é uma situação de troca e uma situação de troca é uma situação de fluxo de informações. Isso significa que tanto a transação comercial em si quanto o objeto comercializado são veículos de transmissão de informações acerca de outra sociedade, de outra maneira de pensar, de outra organização social, de novas tecnologias, valores, ideias, divindades, crenças, enfim, informações sobre um outro mundo que funciona de maneira diferente. Platão afirmava que a distância ideal entre o porto e a asty deveria ser de 80 estadios (aproximadamente 7500 metros). Essa afirmação foi feita no século V e foi baseada no Pireu que aliás estava a apenas 40 estádios de distancia de Atenas. A preocupação de Platão era principalmente o contato com o estrangeiro e com o comércio, ambas atividades consideradas por ele como sendo potencialmente perigosas 1 Mestranda do MAE USP, Museu de Arqueologia e Etnografia da Universidade de São Paulo 1
2 e indignas de um cidadão. Está claro que o contexto temporal e espacial era muito diferente das nossas apoikias, mas o contato com estrangeiros e o comércio era basicamente o que havia tanto no período da colonização quanto no período que a precedeu quando as frequentações em vários pontos do litoral do Mediterrâneo com o objetivo de fazer comércio eram intensas. Nesse período da fundação dessas apoikias durante os movimentos colonizadores do arcaico o contato com outros povos foi o mais próximo e constante que os gregos jamais haviam vivenciado. Vários estudiosos da colonização como Irad Malkin e Lyn Foxhall defendem inclusive a ideia de que a própria noção do que é ser grego nasce neste momento em que os gregos constroem sua identidade em contraposição ao outro. Platão pensava o porto como representação do lugar do contato e do comércio e portanto um lugar do qual o cidadão, especialmente ateniense, deveria ser protegido. Para ele mais importante do que proteger o porto com muralhas era cercar o porto para proteger os cidadãos impedindo que as influencias maléficas atingissem a cidade. Porem nas apoikias a realidade parecia muito diferente. As fronteiras do território tinham que ser protegidas também e o contato (violento ou não) com povos nativos era mais intenso na hinterlândia do que na costa. Nesta situação qual seria então o lugar do porto? Deixando claro que lugar está sendo entendido aqui tanto do ponto de vista físico quanto social. Que lugar ocupava o porto na topografia do assentamento e na hierarquia da cidade. Arqueologicamente será possível perceber se esta era uma posição de destaque ou se havia uma tendência de isolar o porto assim como Platão iria sugerir séculos depois? Este é o objetivo desta pesquisa, tentar determinar a posição ocupada pelo porto em algumas apoikias localizadas na Magna Grécia e Sicilia. Para tanto é fundamental que não só a existência do porto como sua localização pudessem ser atestadas arqueologicamente. Esta necessidade levou à criação de um critério para seleção das apoikias que fariam parte do estudo que era a existência de estruturas portuárias construídas. Nas fontes históricas, nas descrições de Pausânias e em passagens de Tucícides, muitos portos são citados. Greco em seu artigo Porti della magna Grecia afirma que praticamente todas as colônias gregas tinham um porto, mesmo as que não ficavam localizadas na costa tinham portos fluviais. Infelizmente em muitas delas não foi possível atestar arqueologicamente a localização do porto. Em muitos casos isso acontece porque estruturas portuárias nunca chegaram a ser construídas. A topografia 2
3 das apoikias litorâneas na Magna Grécia e na Sicilia tinha como característica comum a existência de uma ou duas baías protegidas que eram usadas como ancoradouros naturais. Podemos afirmar que essa era a regra e que a construção de estruturas era a exceção. Um dos tipos de construção mais comuns visava diminuir os problemas de acúmulo de aluvião, detritos trazidos pelas marés ou mais frequentemente pela correnteza dos rios que vão se acumulando no fundo da bacia portuária terminando por impossibilitar seu uso. Na maioria dos casos quando isso acontecia o porto ou ancoradouro natural era transferido para outro lugar. Porém em algumas cidades o fundo da bacia portuária foi escavado e às vezes algum tipo de proteção foi construído na foz do rio tentando conter os detritos e impedir que eles se acumulassem. As intervenções humanas mesmo que não envolvam construções podem ser percebidas quando se faz uma comparação com o ritmo natural de deposição de sedimentos. Em outros casos, no entanto o tipo de construção encontrada era diferente. Em Siracusa e em Naxos as construções eram destinadas a reparos e abrigo das embarcações, sendo que em Siracusa era o arsenal localizado no Porto Piccolo, destinado apenas ou fundamentalmente aos navios de guerra e em Naxos, a neoria, um edifício monumental usado para reparo e abrigo de trirremes em geral. O entendimento da topografia regional e especialmente de como ela se altera com o passar do tempo é de fundamental importância para a arqueologia de modo geral, pois é o que permite que possamos avaliar o ambiente no qual os povos do passado viviam e quais as condições que eles tinham que enfrentar. Já em 1830, o geólogo escocês Charles Lyell afirmava que o único modo de entender o passado era pressupor que os processos de modificação da terra que ocorrem atualmente aconteciam também no passado (Marriner, 2007: 142). Os processos de modificação da topografia de uma região são resultantes da combinação de diversos fatores e o quanto ela se altera está sujeito à quantidade de fatores agindo e à intensidade com a qual eles agem. Alguns dos fatores mais determinantes na modificação da topografia geral são: a movimentação das placas tectônicas, os abalos sísmicos em geral e a atividade vulcânica. No caso específico da arqueologia dos portos, as alterações na topografia das regiões costeiras está sujeita ainda à variação no nível do mar, que pode tanto subir como abaixar, e às modificações na linha da costa, que também pode tanto progredir quanto regredir. Isto faz com que a modificação na paisagem litorânea seja bastante significativa em alguns 3
4 locais, o que traz implicações de grande impacto para a arqueologia dos portos antigos. Isto porque, em primeiro lugar, para que seja possível a localização dos portos, é preciso saber se a linha da costa progrediu ou regrediu para que se possa saber onde procurar as evidências arqueológicas relacionadas aos portos e se estamos atrás de evidências soterradas ou submersas. Portanto, além da caracterização da paisagem como ela se apresentava na época estudada, o entendimento das mudanças na topografia da costa, vai não só facilitar ou até mesmo possibilitar a própria localização dos antigos portos como também permitir a identificação de estruturas ou outros sinais de intervenção humana relacionados aos portos antigos que possam ser encontrados aparentemente fora de contexto, soterrados em meio á cidades como muitas vezes acontece. A arqueologia dos portos está, portanto, intimamente ligada ao ambiente físico, a localização de um porto dependia na antiguidade e depende nos dias de hoje, apesar dos avanços tecnológicos, de características da topografia local. Em função dessas características únicas, é um dos ramos mais interdisciplinares dentro da arqueologia, que já é uma ciência especialmente interdisciplinar. Na determinação das alterações topográficas, por exemplo, a interlocução com a geologia é imprescindível para ambas. Na metade do século XIX, a arqueologia marítima ou litorânea, acompanhando uma tendência que se apresentava na arqueologia e nas ciências naturais de modo geral, passa a se preocupar mais com medições precisas e registro detalhado dos dados. Não por coincidência, é justamente neste momento que pela primeira vez vários estudos começam a apontar paralelos entre o assoreamento de portos e o aumento da linha da costa. A tecnologia foi determinante também, já que somente depois da invenção dos aparatos que permitiam longos mergulhos foi possível analisar e documentar as estruturas subaquáticas. A junção de expedições subaquáticas com a análise de fotografias aéreas permitiu que o arqueólogo francês Antoine Poidebard realizasse seu fundamental e pioneiro estudo sobre os portos fenícios (Marriner, 2007:141). Seu trabalho metódico de documentação e registro baseado em reconhecimento aéreo, cartografia e fotografia subaquática não só estabeleceu novos parâmetros para a arqueologia marítima como foi fundamental para a pesquisa posterior por registrar dados provenientes de regiões que acabaram sendo destruídas depois. No século XX, várias descobertas reveladoras provenientes de vestígios arqueológicos submersos encontrados na costa leste do Mediterrâneo levaram a debates entre geólogos 4
5 defendendo posições muito distintas em relação às alterações do nível do mar. O geólogo grego Negris era defensor da ideia de que a submersão observada por ele em Alexandria, por exemplo, não estava relacionada a fenômenos locais mas sim de um aumento geral do nível do mar em toda a extensão da bacia do Mediterrâneo. Por outro lado, com base nas mesmas informações e observações, o geólogo francês Cayeux defendia postulados fixistas e afirmava que o nível do Mediterrâneo de modo geral não havia variado significativamente desde a antiguidade. Em relação às apoikias selecionadas a única onde ocorreram campanhas de escavação com o objetivo específico de identificar o porto foi Naxos. Para esta pesquisa fizemos um levantamento das principais estruturas de cada cidade tais como a ágora, santuários, necrópoles, principais edifícios públicos, estradas, chora tentando estabelecer como o porto se situava em relação a elas. Segue um resumo com as principais características de cada cidade e a situação do porto. Cuma era uma cidade de forte tradição comercial e marítima tanto que, apesar de sua hinterlândia ser fértil não era utilizada para agricultura. Há apenas evidencias de extração mineral. Ainda não foram encontradas evidencias arqueológicas mas aparentemente Cuma tinha dois portos nos dois lados da acrópole e havia estruturas portuárias construídas na baia do Rio Miseno. O assoreamento, os terremotos e estruturas de período romano tornaram impossível a identificação de tais estruturas assim como sua localização, não sendo possível estabelecer nem a posição geográfica nem hierárquica dos portos no assentamento. Tarento tem dois ancoradouros naturais, um no Mare Piccolo e outro no Mare Grande, sendo que neste ultimo foram encontradas estruturas construídas em rocha correspondentes ao que restou dos diques usados para proteção das embarcações. O Mare Grande era menos protegido do que o Mare Piccolo e portanto a construção dos diques faria bastante sentido ali. A principal área sagrada, onde ficava a maior parte dos templos, era ao longo da bacia portuária de Mare Grande, mas havia um importante santuário próximo ao Mare Piccolo também. A proximidade dos portos com a área sagrada pode, por si só ser um indicativo da posição de destaque ocupada por eles. As divindades cultuadas, no entanto, não eram especialmente relacionadas aos assuntos marítimos e proteção dos navegantes como é o caso em outras cidades portuárias. Localização do porto em relação aos edifícios públicos comerciais 5
6 Eléa também tem dois ancoradouros naturais. Eles ficavam dos dois lados da acrópole, eram duas baias pequenas e rasas ao sul e ao norte da acrópole. Eles ficavam na foz de rios, um pelos rios Alento e Palistro e o outro pelo rio Santa Barbara. Inclusive por causa disso eles foram assoreados há muito tempo. As estruturas artificiais foram encontradas no porto ao sul da acrópole local muito favorável e especialmente protegido dos ventos. Uma bacia artificial foi construída por volta do século V com o intuito de diminuir o aluvionamento e sua localização foi possível graças à prospecção geofísica. Cultos à Hera e Atena foram identificados graças às oferendas votivas encontradas na área sagrada da acrópole datando do V em diante, ambas são divindades relacionadas aos assuntos do mar e á proteção dos navegantes. Também relacionado à navegação era o templo de Poseidon datando do arcaico. O termo asphaleios ligado ao nome do deus reforça essa característica de proteção. O templo de Zeus também tinha atribuições especificas de protetor dos navegantes, dos ventos e do bom tempo. É interessante notar que todos os templos de Elea eram dedicados à divindades protetoras dos navegantes e relacionadas ao mar. O caráter marítimo da economia de Elea está bastante estabelecido mas como nas outras apoikias, o território era bastante explorado para extração de madeira, pastoreio e agricultura, especialmente a partir do VI, mas há traços de ocupação desde o arcaico. Havia fortes protegendo as fronteiras e varias propriedades rurais permanentemente ocupadas na hinterlândia. Naxos além de ser a primeira colônia grega na Sicilia era muito bem localizada estrategicamente, o que fazia com que fosse um local de ocupação contínua desde períodos neolíticos sendo habitado por Sículos no momento da fundação. Mesmo antes da fundação, o local era provavelmente uma escala obrigatória, pois era o primeiro porto seguro para quem navegava do leste para oeste do Mediterrâneo. Em Naxos, a importância do porto é representada em moedas a partir de 530 que mostram atividades relacionadas ao cotidiano do porto assim como cobrança de tarifas. Mesmo se mantendo uma colônia de tamanho mediano, Naxos nunca perdeu seu importante papel de ponto de partida para gregos em direção aos territórios indígenas no interior. O porto ficava localizado em uma ampla baia a sudeste na península de Schizó próximo à ágora reforçando as características comerciais e marítimas da cidade. Uma das entradas da imensa área sagrada dava para a praia e o mar, muitos templos foram identificados, porém não as divindades às quais eles eram dedicados. Há suposições acerca de dois 6
7 deles, o têmenos de Afrodite e o templo de Apolo Archegetes e é interessante notar que apesar da forte ligação da área sagrada com o porto, aparentemente nenhum templo é dedicado às divindades geralmente associadas às atividades marítimas e de proteção dos navegantes. Também próxima ao porto ficava a zona residencial, o que era bastante incomum. Gela não era uma cidade voltada para o comércio nem marítima, era, pelo contrário essencialmente agrária. Um complexo datando entre o século VII e o V foi interpretado como sendo estruturas portuárias. Fica na costa sudeste do platô perto do estuário do rio Gelas o que faz pensar que talvez fossem construções relacionadas a evitar o depósito de aluvião. O porto ficaria próximo à cidade e logo ao lado da acrópole. Gela tinha muitos santuários importantes, vários relacionados à agricultura, tanto por ficarem na hinterlândia quanto por serem dedicados às divindades relacionadas ao cultivo e à terra. Camarina tinha um porto localizado ao norte, no estuário do Rio Ipari ligado à ágora por uma estrada, onde foram encontradas as estruturas mais antigas da cidade datando do arcaico. Neste período, desde a fundação, a parte da cidade que ficava de frente para o mar assim como a área do porto era onde foi estabelecida a área publica da cidade. O fato do porto estar diretamente ligado à agora não deixa dúvidas quanto à sua posição de destaque pois a ágora de Camarina era um ponto absolutamente central na cidade. Ocupava uma área de m² e nela ficavam não só os templos mais importantes como o de Atena Poliade como também todos os edifícios públicos eram monumentais. Uma parte da agora era destinada ao comercio, foram encontrados restos de armazéns assim como de lojas e uma grande quantidade de ânforas para armazenamento. O porto ficava ligado a esta parte da ágora dando a entender que ele também tinha um caráter comercial. Zancle era uma cidade comercial já bastante frequentada com este propósito antes de sua fundação. Segundo Tucidides a fundação foi realizada em duas fases sendo a primeira organizada por piratas com o objetivo de ocupar este ponto tão estratégico na rota para oeste. Somente depois a cidade passa a ser uma apoikia com a fundação tendo a frente um oikista. O porto com seu característico formato de foice foi a origem do nome da cidade. Em Zancle a topografia foi radicalmente alterada tanto em função de ocupações posteriores quanto de terremotos e deslizamentos de terra fazendo com que o que restou dos períodos arcaico e clássico esteja soterrado a pelo menos 5 metros abaixo 7
8 da superfície. Consequentemente não há estruturas portuárias, mas a existência do porto é arqueologicamente atestada por moedas, o que demonstra não só sua existência e aparência como também sua importância fundamental para a cidade. Algumas moedas mostram inclusive estruturas que podem ser interpretadas como edifícios e diques construídos no porto. A cidade se estendia ao longo da península em forma de foice onde ficava o porto. Siracusa: São dois portos, o Porto Piccolo localizado ao norte de Ortigia, na área de ligação com a terra firme e o Porto Grande no lado oeste. Na época da fundação o polo comercial fica na região do Porto Piccolo. No século VII, com a construção de muralhas cercando Ortigia e Acradina, o porto, o arsenal e toda a zona comercial também são protegidos. No século V com a cidade ocupando um importante papel militar os dois portos passam a se diferenciar em termos de função. O Porto Piccolo assume a função de porto militar, cercado por muros (inclusive o arsenal) e com duas torres protegendo sua entrada. O Porto Grande passa a ser o porto comercial e neste momento um grande desenvolvimento construtivo ocorre na porção de terra entre os dois portos, com a construção do Castelo Eurialo, do arsenal e dos quarteirões relacionados ao comércio marítimo. As primeiras estruturas portuárias e comerciais são construídas em um terreno pantanoso semissubmerso que formava um istmo. Dentre as cidades selecionadas, Tarento, Eléa, Gela e Camarina tinham estruturas relacionadas a conter o aluvionamento, enquanto Siracusa, Naxos e possivelmente Zancle, se nós aceitarmos a iconografia nas moedas como um retrato do que acontecia no porto, fizeram construções visando a proteção, construção e reparos das embarcações, fossem de guerra ou comerciais. Com base nos dados obtidos até o momento, é possível afirmar que a existência de pelo menos um ancoradouro era fundamental na escolha do território a ser ocupado. O ideal, no entanto, era que houvesse dois portos posicionados de cada lado do promontório, que era por sua vez outra característica física indispensável. O porto é um local estabelecido desde o inicio, desde o período da fundação da cidade e muitas vezes outras edificações importantes tais como templos e edifícios públicos são construídos ao seu redor deixando clara a posição de destaque ocupada por ele nesses assentamentos marítimos. 8
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