Sistemas Binários e Parâmetros estelares
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- Lorenzo Bandeira Rosa
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1 AGA093 Astrofísica Estelar Capítulo 7 Sistemas Binários e Parâmetros estelares 7. Classificação de Sistemas Binários 7. Determinação de massa em binárias visuais 7.3 Binárias espectroscópicas eclipsantes 7.4 A busca por planetas extra-solares
2 Estrelas binárias m /m = 3,6 e=0
3 Binárias: m /m = 3,6 e=0,4 3
4 7. Classificação dos Sistemas Binários Binárias aparentes (dupla óptica) à não formam um sistema ligado à efeito de projeção. Binária visual à estudo de seu movimento à as estrelas estão fisicamente associadas. Exemplo de sistema binário visual. Os períodos e as separações das estrelas binárias podem ser observados diretamente se cada estrela é vista claramente. 4
5 Binárias Visuais A separação angular no movimento orbital deve ser grande o suficiente (> ) para resolver a duplicidade períodos orbitais necessariamente longos (de alguns anos até milhares de anos). Sistema binário 70 Ophiuchi. À medida que o tempo passa, a posição relativa entre as estrelas é marcada como um ponto, traçando uma órbita aparente, com período de 88 anos 5
6 Binária astrométrica à apenas uma estrela observada c/ telescópio, mas nota-se um movimento oscilatório Sirius A: exemplo de binária astrométrica à componente B descoberta antes de ser observada à presença deduzida pela alteração causada no movimento próprio de Sirius A 6
7 Binárias Astrométricas (a) Movimentos aparentes de Sirius A e B, e do centro de massa C, com relação às estrelas de fundo. (b) Movimentos orbitais de Sirius A e B com relação ao centro de massa. 7
8 8
9 Binárias eclipsantes à variação do brilho aparente das componentes à eclipse que uma causa na outra. Como pode ser visto no exemplo da binária YY Sag, a curva de luz desse sistema é regular, 9
10 i Binárias Eclipsantes Se o ângulo de inclinação da órbita de um sistema duplo é de 90 o, as estrelas podem se eclipsar. A curva de luz mostra a variação temporal do brilho (fluxo ou magnitude) da binária Os quatro pontos de contato são numerados e definem a duração do eclipse. 0
11 Dois Tpos de mínimos: Binárias Eclipsantes Estrela quente passa na frente da fria à eclipse secundário Estrela mais fria passa na frente da mais quente à eclipse primário Fluxo The Cosmic PerspecTve Tempo
12 Eclipses parciais para uma órbita circular inclinada. Neste caso a estrela menor é a mais quente.
13 Binárias espectroscópicas à estrelas próximas e períodos orbitais pequenos (dias a ~ ano) à Oscilação das linhas espectrais. 3
14 Binárias Espectroscópicas - Deslocamento Doppler indica movimento radial da estrela. - No espectro da binária espectroscópica a separação de dois conjuntos de linhas varia periodicamente. - Linhas duplas aparecem se ambas estrelas têm luminosidades semelhantes. - Se a companheira é muito fraca, são detectadas só as linhas da primária, oscilando em comprimento de onda. v c = Δλ λ 0 Platais et al. 007 A&A 46, 509 4
15 Periodicidade no deslocamento Doppler nas binárias espectroscópicas. É mostrado um sistema em que apenas o espectro da componente mais brilhante é detectado v c = Δλ λ 0 5
16 7. Determinação de Massas Estelares - Observando um sistema binário à medida da separação angular entre a estrela primária (a mais brilhante do par) e a secundária (menos brilhante). - Sistema ligado gravitacionalmente à dois corpos girando em torno de seu centro de massa Relação das massas: m r = m r Separação: a= r +r m m = r r = a a a, a : eixo semi-major das elipses 6
17 No sistema binário cada estrela move-se numa órbita elíptica em torno do centro de massa. Separação: a = r + r = a + a P = G 4 π ( m + m ) a 3 7
18 Exercício Uma binária visual é observada com uma separação angular máxima θ = 3 e uma paralaxe trigonométrica de 0.. A órbita é completada em 30 anos e a posição da estrela primária coincide com o foco da órbita, sendo que a companheira é sempre vista a uma distância até o centro de massa cinco vezes maior que a distância da estrela primária até esse ponto (r =5 r ). Encontrar a massa das estrelas. 8
19 θ = 3, p = 0., P = 30 anos, r =5 r Se. utilizarmos os parâmetros P, a e m respectivamente em unidades de anos, UA e M, podemos aplicar a terceira lei de Kepler na forma: UA p ( rad) = d p" = d(pc) pc=0665 UA rad=0665 d θ m + m = a(ua) = θ(rad)*d(ua) a(ua) = θ(rad)/p(rad) a(ua) = θ " p" m m a P m 3 + m = 3" 0," m + m = 30 M r = = 5 à m = 5 m r 6m = 30 M 3 ( 30) a m = 5M m = 5M 9
20 Sejam a e a os semi-eixos maiores das órbitas das estrelas da binária, e d a distância entre o sistema e o observador: a a a α = e α = d a d α d d α Como m m = r r = a a m m = α α 0
21 m m = α α i i
22 ~ ~ cos cos α α α α α α = = = i i m m, que resulta em: ( ) ~ cos 4 4 P i d G P d G m m α π α π = = + onde ~ ~ ~ α α α + = i Considere o ângulo de inclinação (i) entre o plano de órbita e o plano do céu (perpendicular à linha de visada), o observador mede diretamente α e α, mas sua projeção:
23 Podemos tentar determinar o ângulo de inclinação i estudando a projeção da orbita no céu 3
24 Ângulo de inclinação i afeta as velocidades radiais velocidade máxima: v max (observada) = v max sen i i 4
25 7.3 Binárias espectroscópicas eclipsantes Efeito da Excentricidade na medida da velocidade radial e = 0, inclination i = 90 0 (a) (b) 5
26 e = 0,4; orientation of periastron =
27 Qual a velocidade v de uma estrela em uma orbita circular com semi-eixo a e período P? v = π P a a m m = a a m m = v v m m = v r / seni v r / seni = v r v r Não precisamos i para a razão de massas J 7
28 Função de Massa Para avaliar a soma das massas, m + m = m P π G a = a ( v + v ) r sen P π ( v + ) + a = v podemos usar a na lei de Kepler G ( m + m ) Se uma das estrelas não for visível, podemos usar m / m = v r / v r P r 3 i 3 3 P v 3 + = r m m + π G sen i m = 3 4 π a 3 Função de Massa: ( m + m ) m P sen i = v r π G 8
29 Relação Massa-Luminosidade O Estudo de binárias permite estimar suas massas. O fluxo de radiação e a distância à luminosidade das estrelas Quando colocamos num gráfico as massas e as luminosidades dos sistemas binários, temos uma correlação bem definida, chamada relação Massa-Luminosidade (M-L). Eddington (94) sugeriu que a relação M-L das estrelas é dada por: L L sol = M M sol α 9
30 L L sol = M M sol α O índice α depende da estrutura interna da estrela, opacidade das atmosferas estelares e temperatura. 30
31 3
32 M< < M < M > Relação Massa/ Luminosidade Luminosidade 0 0. L L = M M α Massa α ~ 3.5 (altas M & L) α ~ 4 (~ M & L ) α ~.3 (baixas M & L) Diferenças entre estrelas de alta e de baixa massa
33 Determinação de raios e razões de temperatura por meio de eclipses i Para termos eclipses, o ângulo de inclinação i ~ 90 0 Se i = 75 0 ao invés de i = 90 0, erro em m +m de apenas 0% devido ao fator (sen i) 3 33
34 inclinação i = 90 0 Velocidade relativa v Raio da estrela pequena (small): Raio da estrela grande (large): 34
35 Se a estrela não é completamente eclipsada à inclinação i <
36 Exemplo A análise do espectro de uma binária eclipsante (linhas duplas) resulta em P = 8,6 anos. O máximo deslocamento Doppler da linha de Balmer (656.8nm) é Δλ s = 0.07nm para a estrela menor (s) e de nm para a estrela maior (l) Pela forma sinusoidal da curva de velocidadeà e ~ 0. Usando (4.35) e (7.4) encontramos a razão de massas: s: small, l: large (4.39) (7.5) m / m = v r / v r Se i = 90 0 à Raio da orbita: 36
37 Da mesma maneira para a estrela maior (l): v rl = 3, km/s, a l = 0,90 AU à semi-eixo maior da massa reduzida: a = a s +a l = 0,4AU A soma das massas é obtida pela lei de Kepler: Massas resultantes: Da análise da curva de luz: t b t a =,7 horas e t c t b = 64 horas. Usando a eq. (7.8): à 37
38 Determinação de razões de temperatura por meio de eclipses Eclipse Primário: Secundário: s: small, l: large 38
39 39
40 Modelagem de binárias por computador Programas do livro: aw_carroll_ostlie_astro_e/ 48/39/ cw/index.html 40
41 7.4. A busca por planetas extrassolares. Detecção de planetas pelo efeito Doppler Δλ λ = v c Jorge Meléndez
42 Δλ λ = v c Velocidade (m/s) 5 Peg Bb Tempo (dias) Primeiro exoplaneta: Mayor & Queloz (995)
43 Exemplo Velocidade devida a Júpiter. P =,86 anos, semi-eixo maior a = 5, AU, m = 0,00095 Assumindo uma orbita circular (Júpiter tem e = 0,0489): Usando: m / m = v r / v r A velocidade do Sol:
44 Procura de planetas em gêmeas do Sol, no Observatório ESO La Silla: 00 noites (88+) Projeto internacional liderado pela USP (Prof. Jorge Melendez). Brasil, EUA, Alemanha, Austrália HARPS, precisão de m/s Ana M. Molina at La Silla
45
46 Bedell, Meléndez, Bean et al. 05
47 Mercúrio Vênus Terra Marte Sistema Solar Júpiter Sistema planetário HIP 95 HIP95b Primeiro planeta brasileiro
48 Detecção de exoplanetas: trânsitos HD The Astrophysical Journal, 59:L45-L48, 000 January 0 Detection of Planetary Transits Across a Sun-like Star David Charbonneau,, Timothy M. Brown, David W. Latham, & Michel Mayor 3
49 Finding exoplanets: Transits HD 09458
50 Trânsito no OPD/LNA (Brazópolis) DetecTng known exoplanets WASP04 WASP9 Curvas de luz por Léo dos Santos (IAG/USP), telescópio 60cm (IAG)
51 Telescópio espacial Kepler (0,95 m) Observou mais de estrelas na constelação Cygnus
52 5
53 Astronomia para todos: 5/abril 9:00, IAG/USP Sistemas planetários habitáveis: de Trappist- ao Sistema Solar.0 Jorge Meléndez Inscrições: hxp:// 53
54 EXERCÍCIOS. Considere uma binária visual, cuja órbita aparente é circular e de inclinação zero. Foram determinados: (i) seu período de 8 anos, (ii) sua máxima separação angular de 3, (iii) sua distância de pc. (a) Calcule a soma das massas das estrelas deste sistema binário. (b) Sabendo que, com relação ao centro de massa, a secundária está a uma distância vezes maior que a distância da primaria, determine a massa de cada estrela. 54
55 Considere o caso das estrelas () e () que formam uma binária eclipsante. A estrela () tem uma temperatura superficial de 0.000K, um raio de 60 R e magnitude absoluta 6,8 mag. O raio da estrela () é 0,3 R e sua magnitude absoluta é 0,4 mag. Calcule: (a) a razão de suas luminosidades e (b) a razão de suas temperaturas efetivas. (c) Qual das estrelas é eclipsada no mínimo primário? 55
56 BIBLIOGRAFIA Carrel & Ostlie (007, Cap. 7) Karttunen et al. (997, Cap. 4) Astronomia: Uma Visão Geral (EDUSP) Cap. 8,9 Ver também
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