ESTRATÉGIA DIDÁTICA PARA O ENSINO DE QUÍMICA: JOGO BARALHO QUÍMICO DE LIGAÇÃO QUÍMICA

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1 ESTRATÉGIA DIDÁTICA PARA O ENSINO DE QUÍMICA: JOGO BARALHO QUÍMICO DE LIGAÇÃO QUÍMICA Andrômeda Sérpa H. De Souza 1 (IC)*, Lorrayne Lacerda de Souza 1 (IC),Elise Marques Freire Cunha 2 (PQ), Jose Antônio Avelar Baptista 3 (PQ), Renato André Zan 4 (PQ) 1 Graduanda do Curso de Licenciatura em Química no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia- Ji-Paraná/RO. serpa_shs266@gmail.com 2 Graduada em Química pela Universidade Federal de Rondônia (2008). Mestrado em Química pela Universidade de São Paulo (2011). Docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia- Ji-Paraná/RO. 3 Graduado em Química pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (1995).Mestrado em Química pala Universidade Federal de Santa Catarina (1998). Doutorado em Química pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia- Ji-Paraná/RO. 4 Graduado em Química pela Universidade Federal de Santa Maria (2000). Mestrado em Química pela Universidade Federal de Santa Maria (2002). Docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia- Ji-Paraná/RO. Palavras-chave: Jogo educativo, Ensino, química RESUMO: O ensino de química nas escolas públicas apresenta grande carência tanto pela ausência de professores especializados na disciplina, como na escassez de materiais didáticos e na falta de laboratórios para a realização das aulas práticas. Os jogos educativos são atividades que desenvolvem diversas capacidades como a criatividade, a interação entre pessoas, além de contribuir para o desenvolvimento do individuo e para o educador que acaba sendo uma ferramenta que contribui para o desenvolver das aulas e para a compreensão dos alunos. O baralho químico tem por finalidade empregar o ensino sobre as ligações utilizando o método do jogo educativo. A ideia é facilitar o conteúdo sobre ligações, que o aluno associe o assunto abordado com a brincadeira e compreenda melhor a disciplina de química. Através dos resultados foi possível analisar a eficácia do jogo, cooperou para o entendimento dos alunos e motivação para os educadores ao utilizarem uma nova ferramenta didática. 1. INTRODUÇÃO O ensino de química nas escolas públicas apresenta grande carência tanto pela ausência de professores especializados na disciplina, como na escassez de materiais didáticos e na falta de laboratórios para a realização das aulas práticas. A química não é uma disciplina complicada, desde que se utilizem métodos apropriados, associando-se o cotidiano junto as metodologias de ensino. Utilizando a parte teórica e prática é possível levar o aluno a melhor compreensão do conteúdo. Hoje é possível a utilização de outros métodos que contribuem para facilitar o ensino de química, um desses métodos são as atividades lúdicas. Segundo Oliveira (2004), pesquisas apontam que o ensino de química geralmente é bastante tradicional, muitas vezes inserido em um sistema de memorização de fórmulas, símbolos, nomes e cálculos, aplicados sem que haja nenhum vinculo ao dia a dia dos estudantes e assim acaba tornando a disciplina cansativa e incompreensível e trazendo questionamentos sobre o que realmente estão estudando. As atividades lúdicas são consideradas atividades que desenvolvem diversas capacidades como a criatividade, a interação entre pessoas e alem de contribuir para o

2 2 devolvimento do individuo. Utilizando o jogo na área da educação é possível uma interação do conteúdo com o jogo, assim o aluno consegue aprender com mais facilidade e desenvolve seu raciocínio lógico. Para Vygotsky (1991), através do jogo o aluno tem a possibilidade de desenvolver o seu pensamento cognitivo. Afirma ainda que o jogo tem capacidade de criar a Zonas de Desenvolvimento Proximal na criança, pois ao brincar ela realiza mesmo como forma de distração, atividades e funções que muitas vezes estão acima de suas reais capacidades, mas que são possíveis durante o jogo. Este tipo de atividade pode ser vista como uma pratica indispensável, pois ajuda no desenvolvimento do aluno, não só na aprendizagem, mas também na participação que o mesmo terá em atividades grupais que reforcem a interação com a sociedade. De acordo com Friedman (1996), o jogo permite uma interação não só educativa, mas também cooperativa e de interação, quando alguém está jogando, está participando se inteirando e assim incentivando a participação em grupo. O educador ao propor esse método de ensino nas estratégicas didáticas, deve ter em mente o real significado dos jogos e avaliar qual objetivo propõe alcançar. O jogo deve ser levado não como uma brincadeira ou preenchimento de horários vagos, embora seja uma forma de diversão, ele utilizado em sala de aula deve ser tratado com caráter educativo. O jogo utilizado em sala de aula deve favorecer o aprendizado do aluno, desenvolver o seu processo de aprendizagem e contribuir para que ele consiga construir seu próprio conhecimento. Conforme Kishimoto (1994), O jogo deve ser visto como atividade lúdica e educativa, estando em pleno equilíbrio, pois se for somente visto como uma atividade lúdica, não terá resultados educativos, e se for apenas educativo será visto apenas como um simples material didático. Este trabalho, portanto, pretende possibilitar um método de ensino que facilite o entendimento dos alunos referentes às aulas de química, onde o professor tem a possibilidade de encontrar através dos jogos educativos uma nova maneira de ensinar o conteúdo que muitas das vezes se torna incompreensível para os alunos, o jogo então tem o papel de associar o conteúdo à brincadeira dinamizando o assunto e o tornando mais plausível e estimulando os alunos a gostarem do conteúdo, incentivando também professores a darem mais importância ao ensino que por sua vez não se torna mais tão monótona. 2. MATERIAL E METODOS O jogo baralho químico tem por finalidade empregar o ensino sobre ligações químicas utilizando o método do jogo educativo. A ideia é facilitar o conteúdo sobre ligações químicas de modo que o aluno associe o assunto abordado com a brincadeira e assim compreenda melhor a disciplina de química. o jogo baralho químico de ligações químicas foi aplicado para um grupo formado por vinte e cinco alunos do ensino médio da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Marcos Bispo da Silva, em consonância com a realização do jogo aplicou-se também um questionário avaliando-se o nível de aprendizagem do conteúdo antes e depois do jogo. O jogo foi confeccionado com matérias de fácil acesso, para se elaborar as cartas é necessário apenas papel A4 impresso os respectivos elementos utilizados nas ligações, papel cartão, computador, impressora e cola.

3 ESTRUTURAS DO JOGO O jogo esta estruturado com 52 fichas contendo respectivamente elementos químicos conhecidos no cotidiano escolar do aluno. Os elementos químicos que estavam presentes nas fichas foram: alumínio (Al), bromo (Br), carbono (C), (C 4 ), (C 3 ), cloro (Cl), (Cl 2 ), enxofre (S), flúor (F 2 ), (F 3 ), hidrogênio (H), (H 2 ), (H 4 ), (H 7 ), nitrogênio (N), sódio (Na), oxigênio (O), (O 2 ), (O 3 ), (O 4 ), prata (Ag). Nas fichas também estava disponível o nome do elemento químico e a quantidade o elemento presente na ligação, e na parte abaixo da ficha estarão às ligações que o elemento formara no jogo, como se pode observar na Figura 1. Figura 1: fichas do jogo baralho químico 2.2. FUNCIONAMENTOS DO JOGO O jogo esta estruturado com 52 fichas contendo respectivamente elementos químicos conhecidos no cotidiano escolar do aluno. São necessários 4 ou 6 participantes, e cada participante terão 6 fichas e o restantes das fichas ficarão a disposição caso o participantes não conter a ficha necessário para a jogada. O jogo inicia com um dos participantes jogando uma carta na mesa, o próximo a jogar deve conter a ficha com o elemento que faça ligação com o elemento que constar na mesa. Se o participante que iniciou a jogada colocar sobre a mesa a ficha com o elemento de Carbono (C), o próximo participante a jogar devera conter a ficha com um exemplo a ficha com o elemento oxigênio (O 2 ), como na Figura 2. Se o participante não contiver a ficha com elementos que façam ligações com o [C] pode comprar as fichas que estarão disponíveis para a jogada, ou o participante pode passar a jogada ao outro participante. E a jogada assim segue ate um dos participantes não conterem mais fichas em mãos.

4 4 Figura 2: fichas do jogo baralho químico 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados alcançados, após a aplicação do jogo e o questionário provam que o jogo educativo é uma ferramenta eficaz, que traz uma interação no ensinoaprendizagem e motivação, tanto professores como alunos possuem maneiras diferentes de se aplicar e aprender um conteúdo sem que se perca o foco e assim obter um aprendizado mais concreto. Nas figuras 3 e 4 podemos verificar a interação dos alunos com o jogo e de uma forma coletiva, desenvolvendo o conhecimento de ligações químicas. Figura 3: Aplicação do Jogo baralho químico

5 5 Figura 4: Aplicação do Jogo baralho químico. Não é difícil identificar nas escolas o grau de dificuldades dos alunos referentes ao ensino de ciências. Os livros didáticos relacionados nas áreas de química, física e biologia e matemática têm os conteúdos programados ao ensino referente ao esperado nas escolas, mas ainda assim o que é ensinado nos livros às vezes não supre a necessidade dos alunos de maneira que os mesmos desenvolvam o gosto por essas matérias e assim prejudicando também a compreensão. A utilização de jogos educacionais com método de aprimorar o conteúdo é uma ferramenta importante e que pode ser útil para os professores do ensino de ciências. Para PATRICIA (2013), na brincadeira a criança se empenha da mesma maneira como se empenha em diversas atividades naturais como andar, falar, comer e etc. Esforços como esses exige a concentração, esse seria um dos motivos mais importantes sobre a influência que as atividades lúdicas têm no desenvolvimento global das crianças. O jogo tem um papel importante para o desenvolvimento do aluno tornando o ensino mais divertido conforme Lopes: É muito mais eficiente aprender por meio de jogos e, isso é válido para todas as idades, desde o maternal até a fase adulta. O jogo em si, possui componentes do cotidiano e o envolvimento desperta o interesse do aprendiz, que se torna sujeito ativo do processo, e a confecção dos próprios jogos é ainda muito mais emocionante do que apenas jogar. (LOPES, 2001, p. 23).

6 6 Figura 5: resultado do nível de aprendizagem antes do jogo. Figura 6: resultado do nível de aprendizagem depois do jogo. Analisando os níveis de aprendizagem antes e depois do jogo descritos nas Figuras 5 e 6, é possível perceber que os jogos influenciam bastante em relação a reforçar os conceitos, nesse caso, sobre as ligações químicas, e que o uso do mesmo em sala de aula ajuda a entender melhor diversos conteúdos, não só sobre ligações, mas também ajudou os alunos a conhecerem melhor os símbolos dos respectivos elementos. Segundo Mariscal (2009), Memorizar símbolos e nomes dos elementos de maneira tradicional se torna uma tarefa aborrecedora, pois se trata de um número

7 7 significativamente grande de elementos que não é visto normalmente no cotidiano, mas não deixa de ser importante e fundamental a aprendizagem desse conteúdo no ensino médio. As atividades envolvendo o lúdico podem também ajudar o aluno utilizar o raciocínio lógico, refletir, trabalhar o autoconhecimento, memorizar e desenvolver habilidades que sejam uteis para as praticas educacionais. Apesar de ser um jogo simples, foi possível observar que os alunos sentiram algumas dificuldades para efetuar algumas ligações sem o uso da tabela, por isso a utilização da mesma. A principal reclamação dos estudantes atualmente é que o ensino é muito complicado, pois poucas vezes tem acesso á praticas educacionais, tais como jogos, aulas experimentais e etc. Por não terem incentivos e maneiras diversificada de aprender os conteúdos de química, acabam perdendo o interesse e assim contribuindo para as pesquisas que provam um ensino totalmente tradicional e maçante. 4. CONCLUSÃO Os jogos educativos diante do que podemos observar, além de ser uma ótima ferramenta podem sem duvidas contribuir para o processo ensino-aprendizagem, salvo que, ele é apenas uma ferramenta e não pode substituir as aulas convencionais, e sim ajudar o professor que ira atuar como uma nova metodologia. Através dessa prática com os alunos foi possível observar e constatar que os conteúdos de química, especificamente as ligações, não é um conteúdo de difícil compreensão, a interação dos estudantes e a forma como conseguiram aprender deixa claro que o jogo ajudou a reforçar o conceito sobre ligações químicas e que é possível acreditar que o uso dessas ferramentas em sala de aula ajuda a entender melhor diversos conteúdos, se o mesmo for utilizado pelos educadores será mais fácil assimilar a química com o dia a dia dos alunos, a inserção será mais prazerosa e mais significativa para a construção da lógica dos conteúdos que implica o teórico e a prática. Concluímos que o os jogos educativos é um excelente recurso que o educador pode estar adotando, pois contribui para o desenvolvimento do aluno, partindo do ponto que o mesmo consegue assimilar o jogo com o conteúdo. Assim através dos resultados obtidos é possível analisar a eficácia do jogo e testificar que o mesmo cooperou para o entendimento dos alunos e motivação para os educadores ao utilizarem uma nova ferramenta didática, e assim o educador acaba fazendo uso de novas ferramentas que podem ser vistas como ferramentas tecnológicas que inovam o ensino na atualidade e juntamente como uma metodologia eficaz, vencendo o conceito negativo que as matérias de ciências são difíceis de serem compreendidas. 5. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS FRIEDMANN, Adriana. Brincar, crescer e aprender: o resgate do jogo infantil. São Paulo: Moderna, 1996.

8 8 KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira, LOPES, Maria da Gloria. Jogos na Educação: criar, fazer e jogar, 4.ed. São Paulo: Cortez, p.23. MARISCAL, A. J. F.; IGLESIAS, M. J. Soletrando o Brasil com símbolos químicos.química nova na escola, vol. 31 nº1, pág OLIVEIRA, Vera Barros de. Jogos de regras e resoluções de problemas. Editora: Vozes, 2ª edição PATICIA. Os jogos e brincadeiras como ferramentas de estimulação de aprendizagem na educação infantil. Disponível em: < rmo%20-%20tcc.pdf> Acessado em: 04 de dez VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.