GRANDE ORIENTE DO BRASIL GOB A R L S GENERAL MAC ARTHUR 2724 CURITIBA, NOVEMBRO DE 2016.
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- Elza Vieira Palma
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1 GRANDE ORIENTE DO BRASIL GOB A R L S GENERAL MAC ARTHUR 2724 I ANGELO OLIVEIRA SALIGNAC AM I ROBERTO MELLO MILANEZE AM I RUDINEI VALENTIN VACARO TREVISAN AM CURITIBA, NOVEMBRO DE 2016.
2 JUSTIFICATIVA O Respeitável Irmão Michel Karpe, 2º Vigilante da Augusta e Respeitável Loja Simbólica General Mac Arthur, nº 2724, no exercício de suas atribuições maçônicas e por determinação do Venerável Mestre Antonio Paulo Telles, determinou aos I Angelo Oliveira Salignac, Roberto Mello Milaneze e Rudinei Valentin Vacaro Trevisan, Autores do presente, a elaboração de um trabalho com o tema Cargos Em Loja Do ritual De Emulação. Como resultado foi produzida uma versão impressa, que vem a seguir, acompanhada de uma mídia digital (CD ROM), contendo versões eletrônicas deste texto, da apresentação em MS Power Point que a ilustra e de material obtido em pesquisas. 1
3 Sumário JUSTIFICATIVA... 1 I. COMO A UGLE ESTRUTURA UMA LOJA?... 3 II. OS CARGOS DA LOJA CONFORME O GOB... 6 III. OS CARGOS NA ARLS GENERAL MAC ARTHUR Nº IV. BREVE DESCRIÇÃO SOBRE CADA OFICIAL... 9 A. O VENERAVEL MESTRE... 9 B. O PAST MASTER OU VENERAVEL IMEDIATO C. OS VIGILANTES D. O TESOUREIRO E. O SECRETÁRIO E SEU ASSISTENTE F. O OS DIÁCONOS G. O GUARDA INTERNO H. O GUARDA EXTERNO I. O ESMOLER J. O MESTRE DE CARIDADE K. O CAPELÃO L. O DIRETOR DE CERIMÔNIA E SEU ASSISTENTE M. O ORGANISTA OU MESTRE DE HARMONIA N. O MESTRE DE BANQUETES V. OS CARGOS AUSENTES DO RITO DE YORK NO BRASIL PALAVRAS FINAIS NOMENCLATURA REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
4 I. COMO A UGLE ESTRUTURA UMA LOJA? O Livro das Constituições 1 da Grande Loja Unida da Inglaterra (UGLE, no inglês) define, em seu Artigo 104, item (a), que os Oficiais 2 Regulares da Loja são o Mestre e seus dois Vigilantes, um Tesoureiro, um Secretário, dois Diáconos, um Guarda Interno e um Guarda Externo 3. O Mestre deve nomear como Oficiais Adicionais um Esmoler e um Mestre de Caridade. O Mestre da Loja pode designar um Capelão, um Diretor de Cerimonia, um Mentor, um Assistente do Diretor de Cerimonia, um Mestre de Harmonia um Assistente do Secretário e um ou mais Mordomos, todos os quais são também considerados Oficiais Adicionais. Os Irmãos não podem assumir dois cargos de Oficiais Regulares (Mestre da Loja, Vigilantes, Tesoureiro, Secretário, Diáconos, Guarda Interno, Guarda Externo), mas o Mestre da Loja pode designar um Oficial Regular para atuar como Oficial Adicional 4. O único cargo que pode ser ocupado por um Irmão que não seja membro da Loja é o de Guarda Externo 5. A ordem de precedência nos cargos é a que se segue: Mestre da Loja, Primeiro Vigilante, Segundo Vigilante, Capelão (quando houver), Tesoureiro, Secretário, Diretor de Cerimonia (se houver), Esmoler, Mestre de Caridade, Mentor (se houver), Primeiro Diácono, Segundo Diácono, Assistente do Diretor de Cerimonia (se houver), Mestre de 1 UGLE, Oficiais por exercerem um ofício, um trabalho. 3 Ao final deste, às fls. 27, está montada uma tabela com a denominação dos cargos em inglês e sua correspondência em português. 4 Como exemplo, o Guarda Interno pode ser designado Mentor. 5 UGLE, op. cit., 2014, item (b). 3
5 Harmonia (se houver), Assistente do Secretário (se houver), Guarda Interno, Mordomo (se houver) e Guarda Externo 6. Nenhum Irmão tem direito de reivindicar cargos a indicação de todos os Oficiais, exceto o Mestre, o Tesoureiro e (caso eleito) o Guarda Externo, é prerrogativa exclusiva do Mestre da Loja 7. O Past Master Imediato, como tal, não é um Oficial da Loja, mas detém sua posição e responsabilidades em virtude de sua atuação como Venerável e de seus conhecimentos, mantendo seu status até que o Mestre da Loja termine o seu período no Leste e se torne, ele próprio, o Past Master Imediato. O Past Master pode retornar à posição de PMI em caso de falecimento ou desligamento do Mestre que findou sua atuação 8. O PMI ocupa, na cadeia de precedência, o lugar anterior ao do Capelão caso esse cargo não esteja ocupado, o Past Master fica à frente do Tesoureiro 9. Assim, os Oficiais são 10 : A) Oficiais Regulares: a. Mestre da Loja; b. Primeiro Vigilante; c. Segundo Vigilante; d. Secretário; e. Tesoureiro; f. Primeiro Diácono; g. Segundo Diácono h. Guarda Interno; i. Guarda Externo; B) Oficiais Adicionais Preceituados (o Mestre deve nomear): 6 UGLE, op. cit., 2014, item (d). 7 UGLE, op. cit., 2014, item (e). 8 UGLE, op. cit., 2014, item (f). 9 UGLE, op. cit., 2014, item (g). 10 Ver, na página 27, uma tabela com a denominação dos Cargos na UGLE e seu correspondente em português conforme discriminado no Ritual do 1º Grau Cerimonias Aprovadas do Rito de York. 4
6 a. Esmoler; b. Mestre de Caridade; C) Oficiais Adicionais Facultativos (o Mestre pode nomear à sua benquerença): a. Capelão; b. Diretor de Cerimonia; c. Mentor; d. Assistente do Diretor de Cerimonia; e. Mestre de Harmonia; f. Assistente do Secretário g. Mordomo. 5
7 II. OS CARGOS DA LOJA CONFORME O GOB A composição das Lojas no Brasil é discriminada no Título II, Capítulo II (Da Administração da Loja), Art. 15 da Constituição do Grande Oriente do Brasil Paraná 11 : a Administração da Loja é composta pelo Venerável Mestre, o Primeiro Vigilante, o Segundo Vigilante e demais dignidades eleitas, conforme o Estatuto e o Rito determinarem. No Art. 16 fica explícito que os cargos da Loja são eletivos e de nomeação, podendo ser eleitos ou nomeados somente Mestres Maçons que forem membros efetivos de seus quadros e que esteja em pleno gozo de seus direitos maçônicos. O Regulamento Geral da Federação (o RGF) 12 determina, no Art. 114, que a Administração da Loja Maçônica é composta dos seguintes cargos: Venerável Mestre, Primeiro Vigilante, Segundo Vigilante e dos demais cargos eletivos, que determinarem o estatuto da Loja e o Rito por ela adotado. No Parágrafo 1º desse Artigo, o RGF autoriza a nomeação de adjuntos para os titulares de cargos da Loja, exceção feita aos discriminados no caput. O GOB, no Ritual do 1º Grau Aprendiz Maçom (Cerimonias Aprovadas do Rito de York Ritual de Emulação Praticado no GOB) 13, discrimina os Oficiais da Loja como sendo o Venerável Mestre, o 1º Vigilante, o 2º Vigilante, o Capelão, o Secretário, o Tesoureiro, o Assistente do Secretário, o Diretor de Cerimonia, o Assistente do Diretor de Cerimonia, o Esmoler, o Mestre de Caridade, o 1º Diácono, o 2º Diácono, o Guarda Interno, o Guarda Externo e o Organista GOB, GOB, GOB, Às fls. 12 do Ritual é apresentada a jóia do Mestre de Harmonia, e não do Organista. 6
8 III. OS CARGOS NA ARLS GENERAL MAC ARTHUR Nº 2724 O Regimento Interno da ARLS General Mac Arthur define, em seu Capítulo III (Da Administração da Loja), Art. 7º, que a administração da Loja é feita, em ordem sucessória, pelo Venerável (ou Presidente), 1º Vigilante (ou 1º Vice-Presidente), 2º Vigilante (ou 2º Vice-Presidente), Past Master Imediato, Secretário e Tesoureiro 15. O Regimento aponta que o Venerável e os Vigilantes são as Luzes da Loja. As Luzes, o Past Master Imediato e o Secretário constituem as Cinco Dignidades. Os demais membros da Administração são os apontados no Ritual do Rito de York e denominados Oficiais 16. Dessa forma, a Loja fica assim constituída: a) Cinco Dignidades: 1. Venerável Mestre; 2. 1º Vigilante; 3. 2º Vigilante; 4. Past Master Imediato; 5. Secretário; b) Oficiais 17 : 1. Tesoureiro; 2. Capelão; 3. Assistente do Secretário; 4. Diretor de Cerimonia; 5. Assistente do Diretor de Cerimonia; 6. Esmoler; 15 ARLS Gen. Mac Arthur, Alguns autores (como Mendes, 2014) classificam os Oficiais da Loja como progressivos ou sucessórios e não progressivos ou não sucessórios. Os Oficiais Progressivos são o Venerável Mestre, o 1º Vigilante, o 2º Vigilante, o 1º Diácono, o 2º Diácono, e o Guarda Interno. Os Oficiais não progressivos ou não sucessórios são o Capelão, o Tesoureiro, o Secretário e seu Assistente, o Diretor de Cerimonias e seu Assistente, o Esmoler, o Mestre de Caridade, o Guarda Externo e o Mestre de Harmonia. Aqui também deve ser incluído o Venerável que recém terminou seu período no Oriente, sendo agora o Venerável Mestre Imediato ou Past Master. Preferimos a denominação adotada pela Constituição do GOB, segundo a qual os cargos da Loja são eletivos ou de nomeação, conforme determine o Rito e o Estatuto da Loja. 17 A lista não é a de precedência, mas sim a ordem em que os Oficiais são relacionados no Ritual do GOB. 7
9 7. Mestre de Caridade; 8. 1º Diácono; 9. 2º Diácono; 10. Guarda Interno; 11. Guarda Externo; 12. Organista ou Mestre de Harmonia. Desde que cumpridas as formalidades referentes à assiduidade e regularidade, manda a tradição do Rito de York que a ascenção aos cargos seja feita em linha de sucessão e não por eleições 18. Alguns autores agrupam os Vigilantes e Diáconos nessa linha, enquanto outros incluem a esses o Guarda Interno 19. Dessa forma, é decorrência natural da evolução da linha sucessória a confirmação da chegada ao Leste do 1º Vigilante, sendo eleitos pela Loja o Tesoureiro, o Guarda Externo e o representante do Ministério Público (já que não existe, no Rito de York, o cargo de Orador). O período é de um ano, prorrogável por igual período. O Venerável Mestre tem a competência, respeitando a linha sucessória, de nomear os ocupantes dos demais cargos. 18 Koltz de Lima, Olinik, 1997, apud Koltz de Lima, defende essa ultima proposição, enquanto Mendes, 2014, pugna por uma linha sucessória evoluindo do 2º Diácono ao 1º Vigilante. 8
10 IV. BREVE DESCRIÇÃO SOBRE CADA OFICIAL A seguir serão identificados os Oficiais e descritas as particularidades de seus cargos, suas joias ou insígnias. A tradição das joias e insígnias tem origem na Inglaterra, no reinado de Eduardo III (ao redor de 1400), quando cidadãos eminentes passaram a usá-las em eventos festivos. Os Companheiros de Ofício, integrantes de Guildas e Associações, eram obrigados, ao final de seu período e como exigência para obter a ascenção, a produzir uma obra ou peça denominada master piece (a peça do mestre ou obra prima). Após exame e aprovação pelo conselho da Guilda ou Associação, o Companheiro de Ofício recebia o título e a dignidade de Mestre. Pelo seu alto status social e econômico, muitos desses Mestres assumiram cada vez maior importância no Reino e foram, com o tempo, agraciados com títulos e indicações políticas, passando efetivamente a exercer liderança em conselhos municipais, prefeituras de vilas e mesmo de importantes cidades. Como forma de proclamar suas vinculações profissionais ou o seu grau hierárquico, cada entidade criou joias, insígnias e outros adereços que ainda hoje estão em uso em vários países do mundo. Essa antiga tradição originou as peças que adornam os Oficiais Maçônicos 20. A. O VENERAVEL MESTRE O Venerável Mestre tem suas atribuições descritas no Art. 115 do RGF, sendo a primeira delas a de presidir os trabalhos ritualísticos da Loja (tarefa que divide apenas com o Grão Mestre de sua Jurisdição), encaminhando o expediente, mantendo a ordem e não influindo nas discussões 21. No Regimento Interno da ARLS General Mac Arthur as 20 MLE, Mendes,
11 atribuições do Venerável Mestre estão descritas no Art. 10, itens a), b) e c). A abertura, o fechamento da Loja, a chamada dos Irmãos para o descanso ou o retorno aos trabalhos, os levantamentos e a condução das cerimonias, especialmente da Iniciação, são ocasiões em que o Venerável Mestre demonstra sua liderança. Sua figura simboliza a sabedoria eis porque sua palavra é final em todos os assuntos da Loja. Com assento no Oriente, no Trono de Salomão, seu cargo é o mais elevado e importante da Loja 22. É dele que dependem, em grande parte, a orientação espiritual de sua Oficina e precisão dos trabalhos ali realizados 23. Suas funções ritualísticas exigem soberbo conhecimento maçônico e domínio inconteste do Ritual, qualidades que adquire ao longo do caminho percorrido na linha sucessória. A joia do seu cargo 24 é o Esquadro, simbolizando retidão de caráter e virtude REDMAN, Boucher, Todas as joias apresentadas são as descritas no Book Of Constitutions Craft Plates, UGLE, Koltz de Lima,
12 B. O PAST MASTER OU VENERAVEL IMEDIATO O Venerável Mestre, ao terminar seu período no Oriente, não assume um novo cargo: ele é elevado a uma nova dignidade, passando a atuar como um orientador do seu sucessor. O Venerável ganha, então, uma responsabilidade tão grande quanto a anterior: se antes tinha de administrar a Loja e presidir suas cerimônias, torna-se agora o Past Master Imediato, que deve zelar pelo seu sucessor, aconselhando-o e, se possível antecipando seus erros durante a sessão 26. Exercendo a discrição e a tolerância, o Past Master Imediato (também chamado de Venerável Imediato ou simplesmente Past Master) tem agora a mais árdua tarefa, definindo os momentos de corrigir e os de relevar eventuais equívocos (o que pode ser, em muitos momentos, a mais acertada decisão). Suas atribuições são definidas no Art. 13ºdo Regimento Interno da ARLS General Mac Arthur. Mais ainda do que em seu período como Mestre da Loja, o Past Master deve dominar todos os aspectos da ritualística sem a necessidade de recorrer ao Ritual, identificando as passagens que tem de ser executadas com perfeição daquelas em que pequenos deslizes podem ser minimizados. O Past Master tem, além dessas funções, deveres administrativos, pois substitui o Venerável Mestre em casos de ausências temporárias. Suas atribuições ritualísticas incluem a abertura do LSE e o ajuste do Esquadro e do Compasso no inicio dos trabalhos, o fechamento do Livro no encerramento e dispõe o Esquadro e do Compasso e, durante as Preleções, fazer as perguntas aos Instruendos. O Past Master Imediato tem assento no Oriente, ao lado esquerdo do Venerável. Sua joia é um esquadro, tendo ao centro inferior, 26 Redman,
13 suspensa, uma plaqueta com a representação diagramática do 47º teorema do Primeiro Livro de Euclides. C. OS VIGILANTES O Venerável e seus Vigilantes administram a Loja. As atribuições dos Vigilantes são definidas no Art. 119 a 121 do RGF e Art. 11 e 12 do Regimento Interno da ARLS General Mac Arthur. O 1º Vigilante é nomeado pelo Mestre da Loja, sendo o assessor direto do Venerável; porta o segundo Malhete e simboliza a Força que gera a energia positiva e o vigor que impulsionam a continuidade dos trabalhos 27. Sua coluna é a Dórica, representação da Força, seu assento é no Ocidente. Em caso de ausência definitiva do Venerável, assume seu lugar 28. Tem assento no Ocidente e dirige os trabalhos dos Companheiros, cuidando da disciplina geral Boucher, Conforme já discutido acima, o Past Master Imediato assume em caso de curtas ausências. 29 Boucher,
14 Ritualisticamente, o 1º Vigilante auxilia o Venerável na abertura da Loja, assegura-se da presença exclusiva de Maçons durante os trabalhos e de que estejam satisfeitos ao fim da jornada, declara o encerramento da Loja por ordem do Venerável e investe os candidatos com o emblema distintivo da Ordem em todas as cerimonias de investidura de Grau 30. Sua joia é o Nível, simbolizando que todos os Maçons se encontram nivelados, indiferentes sua situação política, religiosa ou econômica, simbolizando, assim, a igualdade social. O 2º Vigilante ocupa a terceira posição na hierarquia da Loja. Usualmente ocupa seu Ofício após exercer, na cadeia sucessória, o cargo de 1º Diácono. Ao assumir seu Ofício, deve se preocupar em aprender minuciosamente os deveres, encargos e responsabilidades do Venerável 31. Nos Trabalhos, o 2º Vigilante auxilia o Venerável na abertura da Loja, faz a chamada dos irmãos do trabalho para o descanso e do descanso para o trabalho, recebe os comunicados do Guarda Interno, 30 Koltz de Lima, Redman,
15 assegura-se da cobertura 32 da Loja e anuncia a data prevista para a próxima reunião 33. É o Oficial encarregado da Instrução dos Aprendizes, tarefa relevante e que representa a formação de novos Maçons. Tem assento no Sul, sua coluna é a Coríntia, que representa a Beleza, o amor e a harmonia e a joia do seu cargo é o Prumo, que simboliza a independência, a dignidade, a altivez e a imparcialidade dos justos. D. O TESOUREIRO O Tesoureiro ocupa cargo eletivo, cujas incumbências são descritas no Art. 125 do RGF e no Art. 15º do Regimento Interno, sendo o Oficial encarregado de manter seguro o capital da Loja, disponibilizando-o quando determinado, assim como pela recepção e aplicação bancária de fundos, pagamentos e produção de balancete de contas. É usual buscar Irmãos expertos em contabilidade para esses trabalhos. 32 Cobrir um Templo é, de um lado, cuidar de sua segurança e impedir qualquer ingerência externa; e, por outro lado, participar dessa segurança ao deixar o Templo. Por extensão, a expressão cobrir o Templo tornou-se sinônimo de sair (Boucher, 1979). 33 Koltz de Lima,
16 Este Oficial não tem tarefas de natureza ritualística, entretanto seu exercício auxilia na preparação do Obreiro na busca de ascenção aos cargos de maior hierarquia, pois sua tarefa exige confiabilidade e prudência. Seu assento é no Norte, ao lado direito da mesa do Secretário. A joia do seu Ofício é uma chave. E. O SECRETÁRIO E SEU ASSISTENTE O Secretário é um dos Ofícios de nomeação, sendo escolhido pelo Venerável Mestre da Loja. Suas atribuições são descritas nos Art. 123 e 124 do RGF e no Art. 14º do Regimento Interno da ARLS General Mac Arthur. Suas funções são relevantes não apenas no âmbito interno, mas também nas inúmeras tarefas que tem de desempenhar na administração dos negócios da Loja: leitura e redação de atas, correspondências, editais, levantamentos e a produção e o controle dos arquivos referentes aos candidatos, Irmãos que buscam a Reintegração ou a Regularização, Irmãos aptos ao escrutínio ou à Iniciação e Filiação. Dada a natureza abrangente de suas tarefas, o exercício desse Ofício traria grandes benefícios aos Irmãos desejosos de ascender na 15
17 cadeia hierárquica da Loja, pois assim adquirem conhecimentos que em muito facilitarão seu desempenho ao chegar ao Ocidente 34. Cerimonialmente é o Oficial encarregado da Leitura dos Antigos Deveres e Regras na Cerimonia de Instalação 35. O Secretário tem um Assistente, cuja missão é aliviar o titular de parte de suas tarefas, além de substitui-lo em sua ausência. O Secretário tem assento no Norte e o seu Assistente permanece ao seu lado. A joia de seu cargo é representada por duas penas cruzadas em saltire, ligadas por uma fita. A joia do Assistente não exibe a fita e tem o acréscimo de uma flamula onde se lê Assistente. F. O OS DIÁCONOS Oficiais nomeados pelo Venerável, os Diáconos acompanham os candidatos durante as cerimonias dos três Graus. Portam consigo uma 34 Redman, Redman,
18 vara como insígnia de seu cargo, levando-a em todas as movimentações que fazem 36. Ao 1º Diácono incumbe providencias para, na abertura da Loja, acender a luz do pedestal do Venerável Mestre, apagando-a no momento apropriado. Tem atuação mais relevante nas cerimonias de Passagem e Elevação, atuando como auxiliar do 2º Diácono. Tem a responsabilidade de fazer circular a sacola de beneficência, coletando os donativos. Nas votações, coleta as fichas e devolve a urna ao Secretário. Seu assento é no Nordeste, à direita ou próximo à direita do Venerável Mestre. O 2º Diácono é o Oficial que tem o primeiro contato significativo com o Candidato na Iniciação 37. É sua responsabilidade cuidar para que a luz do pedestal dos Vigilantes seja acesa, apagando-a no momento apropriado. A Tabua de Delinear é também objeto de seus cuidados 38. Seu assento é no Ocidente, à direita do Pedestal do 1º Vigilante. A joia do 1º e do 2º Diáconos é uma pomba com um ramo de oliveira no bico. 36 Redman, Mendes, 2014, Redman, Koltz de Lima,
19 G. O GUARDA INTERNO O Guarda Interno é, no Rito de York, o primeiro Oficio exercido pelo Maçom na linha sucessória. Usualmente é cargo ocupado por novos Irmãos que, em seu exercício, guardarão a porta do Templo assegurando-se que apenas aqueles com direito a estarem presentes adentrem o recinto. Seu assento é no Oeste, à esquerda do 1º Vigilante, próximo à porta principal 39. Sendo o canal de comunicação da Loja com o mundo exterior, esse Oficial deve certificar-se firmemente de que apenas ele cuida da porta da Loja, não permitindo a nenhum Irmão, quem quer que seja, abri-la ou fechá-la. 40 No Ritual, o Guarda Interno é o responsável pelas batidas do grau na porta do Templo na abertura e no encerramento dos trabalhos, dar acesso aos retardatários e verificar se a Loja está devidamente coberta, informando essa condição ao 2º Vigilante. Na Iniciação, recebe os candidatos na forma devida e obedece às ordens do 2º Vigilante 41. Sua joia é representada por duas espadas em saltire (cruz de Santo André). 39 Mendes, UGLE Koltz de Lima,
20 H. O GUARDA EXTERNO O Guarda Externo, também denominado Cobridor, é um Oficial com funções tradicionais tão diversas quanto a preparação da Loja, entrega das intimações e convites e mesmo providenciar alimentos para consumo dos obreiros 42. O Livro das Constituições 43 aponta tratar-se este do único Oficial desobrigado de pertencer ao quadro da Loja. Prefere-se, no âmbito da UGLE, que seja um Past Master dentre suas atribuições está a preparação da Loja antes da sessão, tarefa que, entre nós, é atribuída aos Irmãos Aprendizes. A tradição é designar, dentre os mais experientes Irmãos da Loja, o seu Guarda Externo, que deve posicionar-se ao lado de fora do Templo, armado com uma espada desembainhada, para impedir o acesso indevido. Em nossos trabalhos, o Cobridor é usualmente um membro eleito da Loja, e, portanto, toma assento no Ocidente, próximo à porta de entrada ao Templo, ao lado do Guarda Interno. Sua joia é uma espada desembainhada, apontando para o solo. 42 Redman, UGLE, 2014, Artigo 104, item b.. 19
21 I. O ESMOLER As funções do Esmoler, um dos Oficiais Adicionais de nomeação, não são de natureza cerimonial 44 : ele atua como um assistente social da loja, mantendo contato com as viúvas de membros falecidos ou com os Irmãos adoentados ou que passam por qualquer outro impedimento à sua presença em Loja. É o responsável pelo bem estar na Loja e precisa ter noção dos recursos disponíveis para os momentos de necessidade 45. Este Oficial tem assento no Sudeste do Templo 46. Com sua ajuda, os Irmãos necessitados podem receber assistência em tempos de pobreza ou sofrimento, razão pela qual a discrição precisa ser uma de suas qualidades relevantes. Sua joia representa uma bolsa de mensageiro com um coração. J. O MESTRE DE CARIDADE O Mestre de Caridade, assim como o Esmoler, não tem funções cerimoniais e é um dos Oficiais de nomeação do Venerável Mestre. 44 Redman, Mendes, GOB,
22 O Mestre de Caridade organiza as coletas destinadas a caridade, sugerindo sua destinação (instituições filantrópicas maçônicas ou não) à escolha dos Irmãos. Responsável pela entrega da doação, este Oficial presta contas à Loja sobre essas ações e tem assento determinado no Sudeste do Templo 47. Sua joia é uma trolha ou colher de pedreiro. K. O CAPELÃO O Capelão é Oficial de nomeação pelo Venerável e sua função cerimonial é o oferecimento de preces ao GADU, nos momentos prescritos pelo Ritual. Seu assento é no Oriente, à esquerda do Venerável Mestre, logo após o Past Master Imediato. 47 GOB
23 A joia do seu cargo é um livro aberto no interior de um triangulo envolto em glória (simbolizada por uma estrela radiante) 48. L. O DIRETOR DE CERIMÔNIA E SEU ASSISTENTE O Diretor de Cerimonia atua num cargo de nomeação, responsável pela condução da procissão de entrada dos principais Oficiais da Loja e Autoridades maçônicas, cuidando para que todos se acomodem adequadamente e colocando-se à frente do cortejo na entrada e, ao final na saída da Loja. Nas cerimonias de Instalação e Banquetes Ritualísticos transmite as saudações devidas. Obviamente isso somente acontece em ocasiões solenes e especialíssimas 49. Seu assento é no Sudeste da Loja, juntamente com seu Assistente e seu cargo é disciplinado no Art. 17 do Regimento Interno. Nas cerimonias dos três Graus limita-se a dirigir ou supervisionar o trabalho, atuando como um ponto de apoio para os que possam necessitar. Os ensaios respectivos também são de sua responsabilidade, assim como a disposição em Loja dos objetos necessários ao andamento do Ofício, detalhes que sugerem a indicação de um Obreiro com domínio do Ritual e suas especificidades. Seu Assistente deve estar pronto para auxiliá-lo e, eventualmente, assumir suas responsabilidades em caso de ausência do titular. 48 Koltz de Lima, Redman,
24 A joia de seu cargo é representada por duas varas em saltire, amarradas por uma fita. A joia de seu Assistente assemelha-se à do titular, sem a fita, com o acréscimo de uma faixa onde se lê Assistente. M. O ORGANISTA OU MESTRE DE HARMONIA A função do Mestre de Harmonia (ou Organista) é adicionar musica adequada ao desenrolar das cerimonias do Templo. Idealmente seria um musico com domínio de seu instrumento e capaz de executar melodias coerentes com o momento entretanto, é coisa cada vez mais rara dispor as Lojas de Irmão com tal conhecimento. Assim tem sido usual a utilização de meios eletrônicos (toca discos ou reprodutores de arquivos digitais). Oficial de nomeação pelo Venerável Mestre, tem assento no Sudoeste, ao lado direito do 2º Diácono. Sua joia é uma Lira. 23
25 N. O MESTRE DE BANQUETES Cargo de nomeação pelo Venerável, este é o único Oficio tradicionalmente permitido a Maçons que ainda não alcançaram o Terceiro Grau. Sua responsabilidade é a de organizar os banquetes e auxiliar na sua realização 50. Há uma discussão interessante sobre a nomenclatura do cargo e que seria interessante mencionar: o titulo no original é steward, termo que pode ser traduzido por mordomo, administrador, camareiro, criado, atendente ou comissário. A denominação adotada no Brasil é de Mordomo ou Mestre de Caridade, mas o termo mordomo usualmente designa o chefe dos criados numa residência, havendo a possibilidade da existência de vários Mordomos na Loja realizando tarefas normalmente atribuídas aos criados. A denominação Mestre de Banquetes é também imprecisa, pois acena para um Grau Maçônico que os Irmãos ainda não atingiram 51. Os Mestres de Banquete não tem assento determinado na Loja, pois, como dito acima, é possível que Irmãos dos três graus maçônicos exerçam esse cargo. A joia do Ofício é uma cornucópia colocada entre as pontas de um compasso aberto. 50 Redman, Redman, A discussão foi exposta pelo Revisor Técnico da edição brasileira. 24
26 V. OS CARGOS AUSENTES DO RITO DE YORK NO BRASIL Existem duas situações especificas que devem ser mencionadas: a primeira é a imposição normativa, exposta no Art. 14, 2º do RGF, da designação de um representante do Ministério Público a ser eleito junto com a Administração da Loja. Esse Oficial é, em outros Ritos, o Orador, cargo inexistente no Rito de York. A segunda situação advém da criação, pela UGLE, de um novo Oficial Adicional Facultativo, a partir de 2012: o Mentor. A Regra 104, item a, do Livro das Constituições 52, institui o novo Ofício, dando ao seu detentor destacada posição hierárquica e relevantes atribuições. Suas responsabilidades incluem a administração de conhecimentos aos Irmãos, não apenas em relação aos novíssimos Obreiros (os Aprendizes), como também àqueles que sintam necessidade de algum esclarecimento de ordem ritualística ou de qualquer natureza, relacionada às atividades maçônicas 53. A joia do Oficio do Mentor é representada por dois cinzeis em saltire, representando a busca pelo desbaste da pedra bruta e do aperfeiçoamento pessoal pelo conhecimento. 52 UGLE, GLM,
27 PALAVRAS FINAIS São inúmeras as tarefas desempenhadas no Templo maçônico. O Templo é um universo completo, ao mesmo tempo macrocosmo e microcosmo 54 : metais são manipulados e destinados à caridade, sustento do Templo e alívio a algum necessitado, instruções são ministradas a Graus diversos e em variado nível de complexidade, cerimonias são realizadas e várias tarefas burocráticas são desempenhadas. Para que tanto labor não se perca, a Loja se organiza em Ofícios que são exercidos pelos Irmãos, ora aproveitando-se de seus conhecimentos profanos, aperfeiçoados pelo viver na Maçonaria, ora pondo em prática as Luzes místicas hauridas do saber obtido no Templo. Efêmeros e transitórios, os cargos honram os Irmãos ao lhes permitir honrar a Loja, cada um servindo, como exemplo pelo trabalho e dedicação, aos novos Maçons que lhes tomam por espelho. 54 Boucher,
28 NOMENCLATURA DENOMINAÇÃO UGLE Master, Master of The Lodge, Worshipful Master Senior Warden Junior Warden Immediate Past Master Treasurer Secretary Senior Deacon Junior Deacon Inner Guard Tyler Almoner Charity Steward Chaplain Director of Cerimonies Mentor Assistant Director of Cerimonies Organist Assistant Secretary Steward CORRESPONDENTE GOB Venerável Mestre Primeiro Vigilante Segundo Vigilante Past Master Imediato Tesoureiro Secretário Primeiro Diácono Segundo Diácono Guarda Interno Guarda Externo ou Cobridor Esmoler Mestre de Caridade Capelão Diretor de Cerimonia Assistente do Diretor de Cerimonia Mestre de Harmonia ou Organista Assistente do Secretário Mestre de Banquetes 27
29 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARLS GENERAL MAC ARTHUR. Regimento Interno da Loja General Mac Arthur Nº Curitiba/PR, BOUCHER, Jules. A Simbólica Maçônica. Editora Pensamento, São Paulo/SP, EMULATION LODGE OF IMPROVEMENT. Emulation First Degree Ritual. London/England, Lewis Masonic, GRAND LODGE OF MAINE (GLM). Maine Masonic Mentoring Handbook. Maine/USA, GRANDE ORIENTE DO BRASIL (GOB). Constituição do Grande Oriente do Brasil - Paraná. Curitiba/PR, Grande Oriente do Brasil Paraná, GRANDE ORIENTE DO BRASIL (GOB). Regulamento Geral da Federação (RGF). São Paulo/SP, Grande Oriente do Brasil, 2009 (Atualizado em 30/03/2015). GRANDE ORIENTE DO BRASIL (GOB). Ritual do 1º Grau: Aprendiz-Maçom do Rito de York. São Paulo/SP, Grande Oriente do Brasil GOB, KOLTZ DE LIMA, Glauco Leonardo. Cargos em Loja no Tabalho de Emulação. Trabalho apresentado na ARLS General Mac Arthur. Curitiba/PR, MACKEY, Albert G. O Simbolismo da Maçonaria. Universo dos Livros. São Paulo/SP, MACNULTY, W. Kirk. Freemasonry Symbols, Secrets, Significance. Thames And Hudson. London/England, MASONIC LODGE OF EDUCATION (MLE). Lodge Officer Duties Masonic Lodge Officer Duties And Responsabilities. Disponivel em < >. Pesquisado em 16/10/2016. MENDES, Fabio. Ritual de Emulação A Maçonaria Inglesa no Brasil. Edição do Autor. Sorocaba/SP, OTERO, Luis Miguel Martinez. La Masoneria Historia, Simbolos Y Misterios. Ediciones Obelisco. Barcelona/Espanha, PRENTISS, Donald. The Tyler. Dave Williams Ed. (ebook edition), REDMAN, Graham F. Rito de York Atualizado Trabalho de Emulação e Aperfeiçoamento. Madras Editora, São Paulo/SP, UNITED GRAND LODGE OF ENGLAND. Constitutions Of The Antient Fraternity Of Free And Accepted Masons. UGLE, London/England, 2014 (disponivel em _Craft_Rules_Sept_2016.pdf). Pesquisado em 19/09/2016. UNITED GRAND LODGE OF ENGLAND. Constitutions Of The Antient Fraternity Of Free And Accepted Masons Appendix Containing Plates Illustrating And Describing The Jewels, Chains, Collars and Aprons. UGLE, London/England, 2014 (disponivel em _Craft_Plates_May_2016.pdf ). Pesquisado em 19/09/
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