Programas de Inspeção Veicular
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- Vitorino Capistrano Farinha
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1 Programas de Inspeção Veicular Introdução Esta matéria tem por objetivo, apresentar um panorama geral dos programas de inspeção veicular de gases e ruído, principalmente, no relativo ao embasamento legal (resoluções do CONAMA), assim como, comentar alguns aspectos técnicos. Está dirigida a todos aqueles envolvidos no processo: centros de inspeção, centros de reparação automotiva (oficinas) e fabricantes de equipamentos. Não pretende apresentar uma análise exaustiva do assunto, mas simplesmente, servir como ponto de partida àqueles que pretendem investigar o tema com maior profundidade, Na parte final são abordadas questões técnicas (principalmente de interesse dos operadores dos centros de inspeção e dos fabricantes de equipamentos) relacionadas com as informações necessárias à correta avaliação dos veículos, como são os valores limites a serem aplicados nos ensaios. Também, é feita uma breve análise dos métodos de sensoriamento da rotação. Tendo presente que, os procedimentos a serem aplicados, deverão ser todos eles informatizados, este último assunto adquire uma importância relevante quando se verifica que os métodos tradicionais (e alguns mais modernos) de medição da rotação, não funcionam convenientemente na totalidade dos veículos a serem inspecionados nos centros. Considerar que o sucesso dos métodos especificados (pelas normas e resoluções) depende, em última instância, da correta medição da velocidade angular do motor já que, sem esta informação, as medições realizadas não terão validade. Os aspectos técnicos mencionados, não têm um grande impacto na operação dos centros de reparação (oficinas) já que, em função do baixo fluxo de veículos, as informações necessárias poderão ser introduzidas manualmente e a rotação, monitorada (medida) separadamente, sem necessidade de estar, a sua medição, integrada ao software que implementa o procedimento de avaliação. Ainda mais, da leitura das resoluções não surge, por enquanto, a necessidade de procedimentos automáticos, pelo que, os centros de reparação poderiam utilizar equipamentos mais antigos, não computadorizados. Isto, caso utilizem os equipamentos com o único intuito de reproduzir os procedimentos de inspeção para verificar reparos realizados e assegurar que o veículo não seja reprovado ao passar pela inspeção oficial. No entanto, se a oficina pretende requerer algum tipo de certificação emitida por entidade como o IQA ou INMETRO, é recomendável informar-se previamente, sobre os modelos de equipamentos aceitos para tal fim. Também, consultar as normas da ABNT relacionadas com o setor da reparação automotiva, principalmente, a NBR Diagnóstico e Reparação em Motores Ciclo Otto (em fase de atualização), um de cujos itens trata das emissões assim como, dos equipamentos necessários. Obs.: De forma similar à do PROCONVE, está se desenvolvendo um programa similar, o PROMOT (instituído pela CONAMA 297/2002), dirigido ao controle de emissões de gases e ruído de motocicletas, motociclos e similares, o qual não será abordado nesta matéria. 1
2 Programas de Inspeção e Manutenção (I/M) Em futuro próximo, serão implantados dois programas de inspeção (de abrangência nacional) relacionados com os veículos automotores em uso: 1. Programas de Inspeção e Manutenção para Veículos Automotores em Uso I/M - Regulamentados por Resoluções do CONAMA; este é um órgão (colegiado) consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente-SISNAMA. - Estes programas tratam das emissões de gases e ruído 2. Programas de Inspeção de Segurança Veicular ISV - Regulamentados por Resoluções do CONTRAN - Tratam de verificações relacionadas com: freios, suspensão, iluminação, etc Este artigo analisa, apresenta, de forma sucinta, as diversas resoluções do CONAMA relacionadas com os Programas de Inspeção e Manutenção-I/M (emissões e ruído), com ênfase naquelas diretamente ligadas aos veículos em uso. Não está no escopo desta matéria, abordar os Programas de Inspeção de Segurança Veicular - ISV. As resoluções do CONAMA abrangem um leque bastante amplo da legislação ambiental, um de cujos ramos está relacionado com as emissões veiculares de gases e ruído. Dentro deste conjunto encontramos resoluções relacionadas a homologações e certificações de veículos novos e outras que focam os programas de inspeção de veículos em uso. As primeiras são de interesse dos fabricantes de veículos. As segundas o são para os centros de reparação (oficinas mecânicas), centros de inspeção oficial e fabricantes de equipamentos. O objetivo desta matéria é comentar os pontos mais relevantes das referidas resoluções. Para uma análise mais aprofundada, o leitor poderá acessar a página do ministério do Meio Ambiente (MMA) na Internet ( onde encontrará o conjunto completo de resoluções do CONAMA. Proconve - Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores Este programa trata dos limites a serem aplicados na homologação de veículos novos. Foi instituído através da resolução CONAMA Nro. 18/1986. Entre os pontos relevantes, podem ser destacados: - Estabelecer limites máximos de emissão de poluentes para veículos novos - Criar programas de Inspeção e Manutenção (I/M) para veículos em uso - Promover a melhoria das características técnicas dos combustíveis líquidos Os limites máximos de CO, HC, NOx para veículos leves de ciclo Otto é fixado em etapas para os anos de 1989, 1990 e 1997 (este último denominado Proconve III). Novas etapas (L-4 e L-5), para veículos leves, foram estabelecidas através da resolução CONAMA Nro. 315/2002. Basicamente, a etapa Proconve L-4 começa em janeiro 2007 e a L-5 em janeiro Esta resolução especifica limites máximos de emissão de gases para veículo equipados tanto com motores ciclo Otto (gasolina, álcool, gás natural) como Diesel. Também, estabelece o porte de dispositivos/sistemas para auto-diagnose (OBD), das funções de gerenciamento do motor que exerçam influência sobre as emissões de gases, para os veículos leves de passageiros e leves comerciais. 2
3 Resoluções CONAMA relacionadas aos programas de I/M As resoluções do CONAMA estabelecem procedimentos e normas para os Programas de I/M (inspeção e manutenção de emissões de gases e ruído). Em alguns casos, como os de emissões diesel e ruído, as resoluções correspondentes, referenciam normas da ABNT. Desde o ponto de vista dos fabricantes de equipamentos, as resoluções de interesse são um subconjunto daquelas a serem obedecidas pelos responsáveis da implementação dos programas de I/M, sejam estes entidades oficiais ou empresas concessionárias. No que segue, será feita uma breve resenha das resoluções relacionadas com a implantação e operação dos Programas de I/M. Para avaliação da sua relevância no contexto dos referidos programas, adotou-se como exemplo, o edital de pré-qualificação, emitido pela CETESB em Resoluções Administrativas e de Caráter geral São resoluções que tratam, principalmente, de assuntos relacionados com o estabelecimento de prazos de implantação, formas e abrangência dos programas. Além das resoluções que estabelecem o Proconve, podem ser mencionadas: Nro. 18/ Complementando a resolução CONAMA Nro. 7/1993 estabelece que os Programas de I/M serão implantados após a elaboração do Plano de Controle de Poluição por Veículos em Uso PCPV. - Estabelece que os PCPVs serão desenvolvidos pelos órgãos ambientais municipais e estaduais. - Enfatiza ainda, que nenhum tipo de comércio ou prestação de serviços, que não sejam os de inspeção de veículos, poderão ser desenvolvidos pelos centros ou unidades móveis de inspeção. Nro. 256/1999 (30/06/1999) Estabelece regras e mecanismos para a inspeção de veículos em uso quanto às emissões de gases e ruído. - Resolve a aprovação da inspeção de emissões de poluentes e ruído, prevista no artigo 104 da lei 9503/97, que institui o Código de Trânsito Brasileiro CBT, o qual estabelece que tal inspeção será exigência para o licenciamento de veículos automotores em uso, nos municípios abrangidos pelo Plano de Controle da Poluição por Veículos em Uso PCPV. - Estabelece prazos para a implantação dos programas de I/M:. Prazo de 18 meses (a partir da data da publicação desta resolução) a estados e municípios, através dos seus órgãos ambientais, para que atendam as resoluções CONAMA Nro. 7/1993 e 18/1995, elaborando, aprovando e publicando os respectivos PCPV e implantando os Programas de I/M neles definidos.. Na hipótese da entidade ambiental optar pela execução indireta (através de empresas concessionárias) fica estabelecido um prazo adicional de 1 ano, prorrogável por mais seis meses, para a efetiva implementação do Programa de I/M.. Findo o prazo, o IBAMA assumirá a tarefa de desenvolver o PCPV e/ou implantar o Programa de I/M. Obs.: A partir dos prazos estabelecidos nesta resolução, os programas de I/M deveriam estar implantados já em junho de
4 - Resoluções Relacionadas com Emissões de Veículos Leves Ciclo Otto Nro. 7/1993 É a resolução básica para emissões de veículos leves equipados com motores de ciclo OTTO, já que estabelece limites máximos de CO, HC e Diluição, para duas velocidades angulares do motor (rpm). Basicamente, adota o procedimento BAR 90 (procedimento aplicado em USA, em regiões menos comprometidas, com relação às emissões provocadas por veículos em uso, de ciclo OTTO). Entre os pontos relevantes: - Fixa as diretrizes básicas para o estabelecimento de Programas de Inspeção e Manutenção para Veículos Automotores em Uso (I /M):. Estabelece como padrões de emissão para veículos em circulação, os limites máximos de CO, HC, Diluição e Ruído, para veículos com motor de ciclo Otto e de Opacidade de Fumaça Preta e Ruído para os veículos com motor de ciclo Diesel. - Fixa os limites máximos de emissão de CO, HC e Diluição resultantes da aplicação do método derivado da norma BAR Estabelece que os programas serão implantados prioritariamente em regiões que, a critério dos órgãos estaduais e municipais competentes, apresentem um comprometimento da qualidade do ar, devido às emissões provocadas pela frota circulante. - Estabelece que a frota alvo do programa será determinada pelos órgãos estaduais e municipais competentes. - Estabelece que, a vinculação dos programas de I/M com o sistema de licenciamento anual, será responsabilidade do CONTRAN. - Menciona que fica a critério dos órgãos competentes, a integração dos programas I/M com aqueles de ISV (inspeção de segurança veicular), de acordo com as regulamentações dos órgãos de trânsito. - Define a fórmula de cálculo dos parâmetros Diluição e CO corrigido a serem utilizados na verificação das emissões, com a finalidade de aprovação ou não dos veículos inspecionados. - Especifica as características dos centros de inspeção, das quais apresentamos as mais relevantes, relacionadas com os fabricantes de equipamentos e os centros de reparação (oficinas):. Todas as atividades de coleta de dados, registro de informações, execução dos procedimentos de inspeção, comparação de dados com os limites e fornecimento de certificados e relatórios, deverão ser realizados através de sistemas informatizados.. Nenhum serviço de reparação poderá ser feito nos centros (organismos) de inspeção. Obs.: Esta resolução não estabelece os valores máximos para as emissões de fumaça preta e ruído, os quais estão especificados em outras resoluções do CONAMA. Nro. 227/1997 Modifica a redação de alguns artigos da Resolução 7/1993, sendo as mais relevantes: - A implantação e execução dos programas de I/M poderão ser realizadas por empresas ou entidades com experiência comprovada na área, e credenciadas pelos órgãos ambientais. Estes ficam com a responsabilidade da supervisão, auditoria, acompanhamento e controle dos programas de I/M. 4
5 - Em caso de ajustes operacionais, nos programas de I/M, os órgãos ambientais poderão liberar, para circulação, os veículos reprovados na segunda inspeção, com justificativa técnica, até o estabelecimento de novos padrões. Nro. 282/2001 Estabelece os requisitos para os conversores catalíticos destinados ao mercado de reposição (remanufaturados). - Estabelece que o produto deverá comprovar eficiências de conversão iguais ou superiores a 70% para CO e HC e de 60% para NOx, para uma durabilidade operacional mínima de km. - O produto deve garantir que a contrapressão máxima medida se encontra dentro de uma faixa de variação de +/- 20% daquela medida, nas mesmas condições, com um conversor original. - O produto deve garantir que seu uso normal não aumentará a emissão de ruído, aferida conforme a norma NBR Ruído Emitido por veículo na Condição Parado. - Define Eficiência de Conversão como sendo a porcentagem de redução de CO, HC ou NOx calculada a partir das medições dos referidos poluentes, antes e depois do conversor. - Os ensaios de emissão de gases necessários para subsidiar à aprovação do produto, devem ser realizados em pelo menos um veículo, representativo da aplicação à qual se destina, em perfeito estado de funcionamento, e antes e depois de acumulados os km que especifica esta resolução. - Resoluções Relacionadas com Emissões de Veículos Pesados (Diesel) Nro. 8/ Estabelece os limites máximos de emissão de poluentes para os motores destinados a veículos pesados novos, em complemento à resolução CONAMA Nro. 18/1986 (que estabelece o Proconve) e que serão aplicados em 4 fases, sendo que a fase III será aplicada a partir de 2000 e a IV (Euro II), a partir de Estabelece que, a partir de janeiro 1994, todos os veículos com motor diesel, devem ter afixado, no compartimento do motor, em local protegido e de fácil visualização, um adesivo com os valores de opacidade em aceleração livre assim como, a velocidade angular de marcha lenta e de máxima livre, com o objetivo de assegurar a correta regulagem do motor. Obs: a resolução 251/99 modifica as característica e localização das informações acima. - Especifica modificações na Resolução 1/1993 sobre níveis de ruído. Nro. 27/ Estabelece janeiro de 1996 como nova data para o início da afixação obrigatória do adesivo a que faz referência a CONAMA 8/1993. Nro. 16/1995 Estabelece procedimentos e limites para a certificação de veículos diesel (novos), bem como para o controle da emissão de fumaça ao longo de sua vida útil. - Em complementação à CONAMA 8/1993, estabelece novas normas para a homologação de motores novos de ciclo Diesel, aplicados em veículos leves ou pesados, a partir de janeiro de O novo procedimento de homologação pede a determinação do índice de fumaça (opacidade) em aceleração livre segundo ensaio descrito na norma NBR Este valor será utilizado como parâmetro de regulagem do motor (após um reparo, por exemplo) e para avaliação nos programas de I/M. 5
6 - Estabelece que o referido valor de opacidade deverá constar em etiqueta (define tamanho e cor) a ser afixada na coluna B da porta dianteira direita. - Nos manuais do proprietário e de serviço deverá constar, além do referido valor de opacidade, os valores de velocidades angulares de marcha lenta e máxima livre do motor. Nro. 226/ Confirma os limites de emissão de poluentes para veículos pesados novos, estabelecidos pela Resolução 8/ Confirma os limites para a fase IV (EURO II) conforme prevista na resolução CONAMA 8/ Especifica as características do óleo diesel comercial que os fabricantes e distribuidores de combustíveis deverão fornecer ao mercado. Estabelece o cronograma de implantação deste item. Nro. 251/1999 Complementando as diretrizes definidas na CONAMA 7/1993 (quanto a diretrizes básicas e padrões de emissão para os Programas de I/M), estabelece critérios, procedimentos e limites máximos de opacidade para veículos automotores ciclo diesel em uso, para serem aplicados nos Programas de I/M. - Estabelece critérios, procedimentos e limites máximos de opacidade para avaliação do estado de manutenção de veículos em uso, a serem utilizados nos Programas de I/M. - Especifica que para fins de avaliação, o valor de opacidade utilizado é aquele que consta na etiqueta afixada na coluna B do veículo. Do mesmo modo, especifica que, além da mencionada etiqueta, os valores de opacidade máxima assim como, os de rotação de marcha lenta e máxima livre, devem constar nos manuais do proprietário e de serviço. - Para veículos diesel anteriores à vigência da CONAMA 16/1995, especifica limites máximos de opacidade para altitude inferior ou superior a 350 metros.. - Estabelece o procedimento de avaliação da opacidade de veículos diesel em uso, pelo método de "aceleração livre". - Estabelece que os ensaios para a medição da opacidade serão feitos de acordo com a norma NBR Indica que poderão ser adotados outros procedimentos alternativos à NBR 13037, prévia comprovação da sua compatibilidade com os critérios utilizados nos processos de certificação de veículos novos, estabelecidos na CONAMA 16/ Resoluções Relacionadas com a Emissão de Ruído Nro. 1/ Estabelece os limites de ruído máximo para veículos automotores novos, exceto motocicletas, motonetas, ciclomotores e assemelhados. Nro. 2/ Estabelece os limites de ruído máximo para motocicletas, motonetas, ciclomotores e assemelhados novos. Nro. 252/1999 Complementa a CONAMA Nro. 7/1993 e estabelece critérios, procedimentos e limites máximos de ruído para fins de inspeção obrigatória e fiscalização de veículos em uso, nos programas de I/M. - Estabelece limites máximos de ruído nas proximidades do escapamento, com o motor funcionando com rotação estabilizada, igual a 3/4 da rotação de máxima potência. 6
7 - Estabelece que os ensaios de ruído serão feitos segundo a norma NBR Uma consideração importante é que a norma especifica, para a realização dos ensaios, a utilização de um medidor de ruído (fonômetro) do Tipo 1. Nro. 272/2000 Estabelece novos limites máximos de ruído para veículos novos em aceleração. - Resoluções Relacionadas com o Uso de GN (gás natural) Nro. 291/2001 Regulamenta os conjuntos para conversão de veículos para o uso de gás natural. - Institui o Certificado Ambiental para Uso do Gás Natural em Veículos, o qual será emitido pelo IBAMA. - Estabelece que, para fins de inspeção segundo os Programas de I/M, os limites de emissão são aqueles constantes na Resolução 7/ Estabelece que não será permitida a instalação de sistema de GN em veículos sobrealimentados (turbo-compressor ou compressor volumétrico) adaptados, exceto aqueles assim configurados originalmente de fábrica. - Estabelece que a instalação de sistema de GN somente será executada por instalador registrado no INMETRO para esse fim. - Resoluções Relacionadas com Diagnóstico de Bordo (OBD) Nro. 354/2004 Dispõe os requisitos para adoção de sistemas de diagnose de bordo (OBD) nos veículos automotores leves objetivando preservar a funcionalidade dos sistemas de controle de emissão e atendendo ao disposto na res. CONAMA 315// Estabelece a obrigatoriedade de utilização de sistema de diagnose de bordo para veículos leves de passageiros e leves comerciais de ciclo Otto tanto nacionais como importados. - Estabelece que a implantação será realizada em duas etapas consecutivas e complementares denominadas OBDBr-1 (a partir de janeiro de 2007) e OBDBr-2 (a partir de janeiro de 2010). - Especifica que a comunicação com o equipamento de teste deverá ser padronizada e de público domínio. O Centros de Inspeção dos Programas de I/M deverão utilizar equipamentos apropriados à aquisição de dados de sistemas OBD, através das suas interfaces de comunicação padronizadas, a partir da disponibilidade destes equipamentos no mercado Equipamentos para os Programas de I/M - Nos Centros de Inspeção Os centros de inspeção dos Programas de I/M deverão possuir equipamentos totalmente informatizados quanto ao procedimento a ser aplicado assim como no relacionado com o cadastramento dos dados do veículo e registro dos valores das medições que resultarão na aprovação ou não do mesmo. Por sua vez, para seu funcionamento, os centros de inspeção deverão contar com a certificação do INMETRO. Com isto, todos os equipamentos utilizados deverão estar homologados pela referida entidade. 7
8 A realização dos ensaios, previstos nos referidos Programas de Inspeção de Veículos em Uso (I/M), implicam na utilização dos seguintes equipamentos: Para ciclo Otto - Analisador de 4 gases (O2, CO2, CO, HC) com capacidade para o cálculo automático de CO corrigido e Diluição assim como a indicação da velocidade angular (rotação), no momento da medição. O analisador utilizado deve ser capaz de medir: CO (%), CO2 (%) e HC (ppm), na rotação de marcha lenta e a 2500 rpm. Para ciclo Diesel - Opacímetro de fluxo parcial com apresentação do valor do índice de opacidade "k" [m-1] e com indicação da velocidade angular do motor, no momento da medição. Para Ruído - Em ambos os casos (Otto e Diesel) e para medição de ruído, será necessário um Fonômetro Tipo 1 (segundo especificado na norma NBR 9714), por cada linha de inspeção que o centro possua. Notas - O fonômetro de Tipo 1 (cujo preço está em torno de US$ 1900) tem a característica de precisão que permite a sua utilização tanto em laboratório como em campo. Isto, diferentemente do fonômetro Tipo 2 (industrial) (com preço em torno de US$ 100 a 200) com precisão menor e que somente é utilizado em campo. Os fonômetros do Tipo 2 não possuem a precisão requerida pelo procedimento de verificação da inspeção oficial. - Cada centro de Inspeção deverá possuir um calibrador (com valor de, aproximadamente, US$ 850) para conferir, diariamente, a calibração do fonômetro. Medição da rotação Em todos os casos, a medição da rotação deverá estar integrada ao software que implementa o procedimento. Em teoria, sem esse requisito, os valores medidos serão, no mínimo, duvidosos. Cabe lembrar que os aplicativos (software), que implementam os procedimentos, dependem do conhecimento da rotação (em todo momento, durante a seqüência) para a conclusão dos mesmos. - Nos Centros de reparação Da leitura das resoluções não surge, por enquanto, para aqueles não envolvidos com a emissão de certificados de aprovação (caso dos centros de inspeção), a necessidade de procedimentos automáticos; portanto, e em função do baixo fluxo de veículos atendidos, os centros de reparação poderiam utilizar equipamentos mais antigos (se já os dispõem), não computadorizados. Isto, caso utilizem os equipamentos com o único intuito de reproduzir os procedimentos para verificar reparos realizados e assegurar que o veículo não seja reprovado na inspeção oficial. Assim sendo, as seqüências de medição poderiam ser realizadas manualmente assim como, a introdução das informações necessárias (valores limites). Por sua vez, a rotação, poderia ser avaliada separadamente, sem necessidade de estar, a sua medição, integrada ao aplicativo que implementa o procedimento de avaliação. No entanto, no que diz respeito à classe (precisão, desempenho) dos equipamentos utilizados, a mesma deverá ser similar àqueles dos centros de inspeção. Com relação à certificação dos equipamentos utilizados, vale a consideração apresentada na introdução desta matéria. 8
9 Informações para Execução dos Procedimentos No caso dos programas de I/M, e para a realização das verificações, é necessário que o computador que conduzirá a seqüência, disponha dos valores limites correspondentes, e das velocidades de rotação que determinam os diferentes pontos de medição, antes de começar o procedimento. Os valores acima mencionados poderão ser registrados no momento do teste o bem, estar disponíveis num banco de dados. A tendência no momento, é que aqueles valores limites e pontos de medição, que estão explicitados nas normas ou resoluções, estejam incorporados num banco de dados que acompanha o software correspondente. Para o resto dos casos, e não havendo banco de dados, não resta alternativa, senão a entrada manual de valores antes de iniciar a seqüência. Obs.: Não resulta evidente, da leitura das resoluções e portarias (principalmente do CONAMA) a obrigatoriedade da existência, nos aplicativos que conduzem os procedimentos de verificação, de um banco de dados com todas as informações (valores limites não contemplados nas resoluções) necessárias para a realização da avaliação, e abrangendo todo o parque automotivo. As dificuldades de dispor de um tal banco de dados residem na obtenção e consolidação dessas informações. Como exemplo mencionamos, entre outros, a "rotação de máxima potência", requerida pela inspeção de ruído e o valor de "opacidade máxima", requerida pela inspeção de veículos diesel a partir do ano Por sua vez, um outro assunto de fundamental importância, e o sensoriamento da velocidade de rotação, já que os aplicativos (softwares) que implementam os procedimentos, dependem do conhecimento da rotação para a conclusão dos mesmos. A seguir, são apresentadas as necessidades de informação para a realização de cada tipo de verificação da inspeção oficial. - Dados para Emissão de Gases Motores ciclo Otto Para a inspeção oficial as informações relevantes: limite de CO (%) e HC (ppm), medidos na marcha lenta e a 2500 rpm, constam na resolução CONAMA 7/93. Portanto estão integrados ao aplicativo correspondente, na forma de banco de dados. Motores ciclo Diesel Para a inspeção oficial, as informações relevantes são os valores de rotação de marcha lenta e rotação de corte para cada modelo de veículo testado. Com relação à opacidade máxima, para veículos até 96, os valores estão especificados na resolução CONAMA 251. Portanto podem estar integrados ao aplicativo correspondente, na forma de banco de dados. Para veículos de anos posteriores, no banco de dados (caso exista) deverá constar o valor fornecido pelo fabricante o qual deverá ser igual àquele presente na etiqueta afixada na coluna B da cabine, lado do motorista. - Dados para Emissão de Ruído O procedimento a ser aplicado, na verificação do nível de emissão de ruído por veículos em uso, está especificado na resolução CONAMA 252. Para a inspeção oficial, as informações necessárias são: o valor de ruído máximo e o valor de rotação de potência máxima para cada modelo de veículo testado. Isto como resultante do especificado na norma NBR 9714, referenciada na resolução CONAMA 252. O valor máximo de ruído, por estar definido na referida resolução, deverá estar integrado ao aplicativo correspondente, na forma de banco de dados. 9
10 Sensoriamento da Velocidade de Rotação Os procedimentos especificados nos programas de inspeção e manutenção (I/M) estabelecem que as medições sejam realizadas com o motor funcionando a rotações definidas. Em outras palavras, os aplicativos (software) de controle dos diversos aparelhos de medição, dão prosseguimento às medições, somente quando o motor atinge as rotações especificadas nas resoluções e normas. Daqui resulta a necessidade de métodos confiáveis de medição da velocidade de rotação. Cabe destacar que ainda, verifica-se um número considerável de situações em que um único tipo de adaptador não consegue atender todos os veículos que se apresentam na oficina ou no centro de inspeção. Em parte a avanços tecnológicos e em parte, à multiplicidade de configurações no parque automotivo atual. A situação experimentada nos centros de inspeção é bastante mais grave, já que a constatação da impossibilidade de medir a rotação (com determinado tipo de adaptador) só é verificada no momento em que o veículo está na linha para a realização da prova. Talvez, a solução (ou a diminuição dos problemas) resida na adoção de vários tipos de adaptadores os que poderiam ser utilizados de forma alternativa. Neste caso, seriam os fabricantes de equipamentos que deveriam desenvolver tais adaptadores. Neste item são descritos os diversos tipos de tecnologias (algumas já utilizadas, outras, a serem avaliadas) disponíveis para o sensoriamento da rotação em veículos automotores. Com base nos métodos adotados atualmente, na inspeção de emissões gasosas e de ruído, aplicados a veículos em uso, surgem as seguintes necessidades de medição: - Para veículos com motores de ciclo Otto (ignição por centelha):. Rotação de marcha lenta e 2500 rpm (para gases). Rotação de máxima potência (para ruído) - Para veículos com motores de ciclo Diesel (ignição por compressão):. Rotação de marcha lenta e rotação de corte (para gases). Rotação de máxima potência (para ruído) - Métodos/Adaptadores A seguir, são apresentados diversos tipos de adaptadores/métodos de possível utilização nos Programas de I/M. 1.- Pinça Amperimétrica Aplicação: Motores ciclo Otto com cabos de alta tensão acessíveis. Principalmente, aqueles com distribuidor. Princípio de funcionamento: Os pulsos de alta tensão do sistema de ignição, induzem pulsos de baixa tensão na bobina de captação da pinça. 2.- Por Tensão de Bateria Limitações: Os cabos de alta tensão (cabos de vela) devem estar acessíveis. Isto não mais é possível, por exemplo, nos modernos sistemas de ignição COP (bobina-sobre-vela). Aplicação: Motores ciclo Otto e Diesel Princípio de funcionamento: A partir da componente AC da tensão de bateria, gerada pela comutação dos diodos retificadores do alternador, o software do sensor calcula a rotação. 10
11 3.- Por Vibração Limitações: Qualquer mecanismo de regulagem da saída do alternador ou a ação de filtragem do conjunto bateria/cabos, que propiciem a diminuição da componente AC, dificultará o sincronismo e a detecção da rotação correta. O sensor utilizado é denominado "magnético" por ser aderido magneticamente ao bloco do motor para a captação de rpm. Aplicação: Principalmente em motores ciclo Diesel. Princípio de funcionamento: As vibrações do sensor são transformadas em sinal elétrico cujas oscilações estão em sincronismo com os ciclos do motor. A partir da freqüência das oscilações, o software do sensor calcula a velocidade de rotação. 4.- Pressão Sonora Limitações: Nos motores modernos, com controle da combustão mais preciso, diminui a amplitude das oscilações (vibração) do motor e com isto, aumenta a dificuldade na detecção da rotação correta. Também, nos motores de 4 cilindros (mais curtos) ou de maior número de cilindro mas, com um melhor paralelismo entre o eixo do virabrequim e o plano do cabeçote, as vibrações resultam de amplitude menor e com isto, aumenta a dificuldade na detecção dos pulsos. Aplicação: Motores ciclo Otto e Diesel Princípio de funcionamento: As oscilações no nível sonoro no escape, provocadas pelos ciclos de explosão do motor, são transformadas em sinal elétrico cuja freqüência permite o cálculo da rotação. 5.- Transdutor Piezo-elétrico Limitações: O abafamento do nível sonoro do escape filtra as oscilações provocadas pelos ciclos do motor e com isto aumenta a dificuldade para obter a rotação correta. Aplicação: Motores ciclo Diesel com tubulação de alta pressão acessível. Princípio de funcionamento: O sensor piezo-elétrico abraça a tubulação de alta pressão de um dos cilindros e transforma as variações de pressão provocadas pelos pulsos de injeção do combustível, em sinal elétrico cujas oscilações estão em sincronismo com os ciclos de explosão. Limitações: Nos motores diesel modernos, com altas pressões de injeção, a tubulação mais rígida, dificulta a transferência das variações de pressão para o sensor piezo-elétrico; com isto, a amplitude do sinal elétrico diminui, aumentando assim, a dificuldade para a detecção da rotação correta. 11
12 6.- Sensor Ótico Aplicação: Motores ciclo Otto e Diesel Princípio de funcionamento: O sensor é composto de um emissor luminoso e um diodo detector, montados numa base magnética que permite afixar o conjunto a algum componente metálico no cofre do motor, de forma tal que a luz emitida pelo emissor seja refletida por uma etiqueta refletora colada na polia do virabrequim. Limitações: Dificuldade de acesso à polia do virabrequim, em veículos com cofre do motor pequeno em relação ao tamanho do motor. 7.- Sensor de Radiofreqüências Aplicação: Motores ciclo Otto Princípio de funcionamento: O sensor de radiofreqüência capta as ondas emitidas pela alta tensão do sistema de ignição e as transforma em impulsos elétricos que podem ser detectados por uma pinça amperimétrica. Limitações: Dificuldade na detecção da totalidade dos sinais gerados. 8.- Parâmetro "rpm" (rotação) em Sistemas OBD Aplicação: Motores ciclo Otto e Diesel com controle eletrônico e sistema de diagnóstico OBD ( on-board ). Princípio de Funcionamento: O valor da rotação é obtido do parâmetro correspondente do sistema de diagnóstico. Limitações: Nos sistemas que não aderem ao padrão OBD II, é necessário desenvolver um software de comunicação específico para cada linha de veículos. Humberto José Manavella HM Autotrônica h.manavella@stafftec.com.br (0xx11)
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