ACTA DA TERCEIRA REUNIÃO DO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO REALIZADA EM UM DE JULHO DE 2005

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1 ACTA DA TERCEIRA REUNIÃO DO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO REALIZADA EM UM DE JULHO DE 2005 No dia um de Julho 2005, reuniu na Sala de Sessões da Câmara Municipal de Coimbra, o Conselho Municipal de Educação convocado com a seguinte ordem de trabalhos: Ponto 1 Acta da última reunião do Conselho Municipal de Educação; Ponto 2 - Apreciação da Carta Educativa; Ponto 3 Intervenções de qualificação do parque escolar; Ponto 4 ATL, que projecto: apresentação da síntese da mesa redonda (FRAP Centro) Nos termos da Lei nº 7/2003, de 15 de Janeiro, estiveram presentes os seguintes elementos do Conselho Municipal de Educação: - Dr. Carlos Manuel de Sousa Encarnação Presidente da Câmara Municipal de Coimbra; - Dr. Fernando Martinho em representação da Direcção Regional de Educação do Centro; - Profª. Drª Maria Luísa Ferreira Cabral dos Santos Veiga Representante das instituições de ensino superior público; - Drª Maria do Pilar Carreiro Representante do pessoal docente do ensino secundário público; - Dr.ª Fernanda Cunha Lima Representante do pessoal docente da educação préescolar pública - Padre Manuel Carvalheiro Dias Representante dos estabelecimentos de educação e de ensino básico e secundário particular privado; - Drª Maria Emília Bigotte de Almeida - Representante das associações de pais e encarregados de educação; - Dr. António Pinto Brochado Morais representante dos serviços públicos de saúde; - Drª Anabela Cunha Representante dos serviços da segurança social; - Engº Pedro Miguel Martins Miguens Amaro - Representante dos serviços de emprego e formação profissional; - Comissário Rui Filipe Resende Melo Coelho Moura representante das forças de Segurança. Não estiveram presentes o Presidente da Assembleia Municipal, os representantes das freguesias do Concelho, das instituições do ensino superior privado, do pessoal docente do ensino básico público, 1 elemento das associações de pais e encarregados de educação, das associações de estudantes, das IPSS e dos serviços públicos da área da juventude e desporto, tendo a reunião sido apoiada pelo Dr. João Teixeira, chefe 1

2 de Divisão de Educação e Ciência, e pela Técnica Superior de Serviço Social, Dr.ª Filomena Dias.. Ponto 1 Acta da última reunião do Conselho Municipal de Educação O Sr. Presidente da Câmara apresentou a acta da última reunião. Posta à votação, foi a mesma aprovada por unanimidade. Ponto 2 - Apreciação da Carta Educativa Relativamente a este assunto o Sr. Presidente solicitou ao Conselho Municipal de Educação um parecer positivo às linhas orientadoras para a elaboração da Carta Educativa, esclarecendo que independentemente do parecer dado pelo Conselho, existe um parecer do Departamento de Planeamento da Câmara Municipal. De seguida o Sr. Presidente referiu que as alterações anunciadas pelo Ministério da Educação no que se refere ao alargamento do horário escolar do 1.º ciclo para 7 horas e 30 minutos, influenciam consideravelmente a capacidade de acolhimento das escolas, dado que, nos termos da actual procura, seriam necessárias mais 50 salas de aula para acolher os alunos em regime normal. Informou ainda que, segundo fontes do Ministério da Educação, o alargamento do horário não será aplicado nas escolas onde não há condições de funcionamento. Assim, não havendo salas suficientes nem dinheiro para as construir, vamos aplicar o alargamento de horário escolar nas áreas mais necessitadas. A Dr.ª Emília Bigotte de Almeida referiu que a Federação Regional de Associações de Pais do Centro já tinha alertado o Conselho Municipal de Educação para este problema. Na sua opinião as escolas urbanas estão sobrelotadas porque vão de encontro às necessidades dos pais. Considerou haver um vazio legislativo, não estando definido na legislação qual a entidade responsável pelos ATLs; muitos são assumidos por associações de pais ou IPSS. A grande maioria dos ATLs funcionam em salas de aula cedidas para o efeito, mas com as novas medidas do Ministério da Educação, as salas ocupadas pelos ATLs vão ser necessárias para o alargamento do horário escolar. Há municípios que consideram a questão dos ATLs prioritárias e têm assumido essa responsabilidade. Concluiu dizendo que as associações de pais consideram que o Ministério da Educação deveria elaborar para o 1.º ciclo um pacote legislativo semelhante ao do pré-escolar. A este propósito, o Sr. Presidente referiu que a frequência das escolas não tem a ver apenas com a existência de ATLs, tem a ver também com a proximidade do local de trabalho dos pais. Por outro lado, convém não esquecer que as escolas de Coimbra têm uma particularidade recebem muitas crianças de municípios vizinhos. O Padre Manuel Carvalheiro Dias considerou que, não só a proveniência dos alunos dos municípios vizinhos mas também a transferência do 3.º ciclo para as secundárias e o facto de não serem consideradas as escolas particulares urbanas na rede escolar, vão baralhar os dados do planeamento. 2

3 O Dr. Fernando Martinho referiu que a Direcção Regional de Educação ainda não dispõe de indicações claras sobre a transferência do 3.º ciclo para as secundárias, só pontualmente ocorrerá essa transferência se as escolas aceitarem e tiverem condições para receber os alunos. De seguida o Sr. Presidente informou que a resposta de almoços dos alunos do 1.º ciclo tem uma cobertura directamente articulada com a Câmara Municipal em 86% dos casos e uma cobertura indirecta em 11% dos casos, ou seja 97% dos alunos têm almoço. O Sr. Presidente considerou ainda que as escolas devem estar predominantemente próximas do local de residência dos alunos. A desertificação das escolas periféricas, o facto dos alunos não terem ligação ao local de residência contribui muitas vezes para o abandono escolar. O investimento feito pela Câmara Municipal na Escola de S. Paulo de Frades traduz a preocupação da Câmara em criar condições para manter as crianças fixadas no local de origem Referiu ainda que a proximidade do local de residência não é o factor prioritário na decisão relativamente à escola dos filhos. As pessoas trazem os filhos para o centro da cidade porque pensam que ali há mais serviços; torna-se necessário mudar essa mentalidade. Há escolas que reduziram a sua frequência para 3 alunos, há que intervir nestas escolas para que os pais mantenham as crianças junto ao local de residência. A prioridade tem que ser dada à residência das crianças e não ao local de trabalho dos pais. A este respeito, a Dr.ª Anabela Cunha considerou que a tendência das famílias matricularem as crianças fora da área da residência é um fenómeno distrital, não acontece apenas no Município de Coimbra. Nas zonas periféricas os tempos lectivos terminam às horas e, não havendo resposta de ATL, os pais levam os filhos para escolas próximas do local de trabalho onde a resposta de ATL existe, contribuindo assim para a desertificação das Escolas das zonas periféricas. Os ATLs existentes, apesar de necessários, na sua maioria não têm qualidade, dada a fraca capacidade económica das instituições particulares que os gerem. A Dr.ª Anabela Cunha referiu ainda que o alargamento do horário lectivo não responde às necessidades das famílias e, em sua opinião, os ATLs continuarão a ter procura porque acolhem as crianças de manhã, antes da abertura da escola, e à tarde até às 19 horas. Não basta abrir uma escola nova, é preciso criar serviços para que as crianças a frequentem. A Dr.ª Emília Bigotte de Almeida deu como exemplo a Escola do Areeiro que esteve em risco de desertificação mas, após as obras feitas, com 4 salas e 4 turmas a funcionarem em regime de desdobramento, possibilitou o funcionamento de um ATL com qualidade e o aumento da frequência da Escola. Considerou também que grande parte das escolas que funcionam em regime normal não têm instalações para funcionamento de um ATL. Se o ATL funcionar depois do horário lectivo as crianças têm que se manter no mesmo espaço físico. Os pais querem que as escolas funcionem em regime normal mas que permitam o alargamento de horário em condições dignas. 3

4 A Dr.ª Pilar Carreiro considerou que a passagem do 3.º ciclo para as secundárias e do 1.º ciclo para as EB 2,3 permitiria que os ATLs funcionassem com condições. Esta transferência de alunos resolveria o problema do excesso de alunos nas escolas do 1.º ciclo e os edifícios das escolas do 1.º ciclo poderiam servir para o funcionamento de outros serviços. O Sr. Presidente referiu que a definição de uma política deve ter em conta diversas posições, por isso é bom haver este Conselho para reflectir sobre essas posições. O Sr. Presidente considerou ainda que a actividade do Município tem que ser estendida à qualidade serviços. Referiu que uma das preocupações da Câmara é a pequena oferta existente em relação aos berçários, pelo que o Município está disposto a apoiar instituições que quiserem investir nesta valência. No que se diz respeito aos ATLs, o Sr. Presidente referiu que havendo transferências financeiras para os municípios, a Câmara Municipal assumirá a responsabilidade nesta matéria. O Sr. Presidente concluiu este ponto da ordem de trabalhos propondo um voto de aprovação das linhas orientadoras para a elaboração da Carta Educativa. Posta à votação, a proposta foi aprovada por maioria com o voto contra do Padre Manuel Carvalheiro Dias. Ponto 3 Intervenções de qualificação do parque escolar O Sr. Presidente informou que já havia uma solução para a Escola do 1.º Ciclo de Celas. Referiu que, não havendo condições para o seu funcionamento, tomou a responsabilidade de encerrar a Escola e chegou-se a um entendimento para que a Escola de Montes Claros recebesse os alunos de Celas no próximo ano lectivo, colocando ali um pré-fabricado de qualidade para funcionamento do ATL. A Dr.ª Anabela Cunha pediu que a Câmara Municipal tivesse também em consideração a falta de condições do pré-fabricado existente junto à Escola de Vendas de Ceira. O Sr. Presidente informou que a Câmara Municipal já verificou a falta de condições do pré-fabricado ali existente e que vai ser construído em Ceira uma área social junto ao lar de idosos com uma creche, ao lado do jardim de infância e do centro de saúde. A Dr.ª Fernanda Lima considerou prioritária uma intervenção no Jardim de Infância de S. Silvestre porque as salas e as instalações sanitárias não apresentam condições para o funcionamento do jardim. Respondendo à questão, o Dr. João Teixeira informou que, conforme poderiam constatar no documento distribuído relativo às Intervenções de qualificação do parque escolar, está prevista a remodelação do Jardim de Infância de S. Silvestre, para além da construção da sala polivalente. 4

5 4 - ATL, que projecto: apresentação da síntese da mesa redonda (FRAP Centro) A Dr.ª Emília Bigotte de Almeida fez uma exposição do documento da Federação Regional de Associações de Pais do Centro apresentado no Encontro que teve lugar na Escola Superior de Educação. Apresentou ainda a Declaração de Princípios subscrita pelas instituições particulares de solidariedade social, associações de pais e educadores presentes naquele Encontro. O Sr. Presidente propôs que o Conselho Municipal de Educação aprovasse a Declaração de Princípios apresentada e solicitou aos presentes autorização para ser substituído na reunião pelo Dr. João Teixeira. Não havendo qualquer objecção, o Sr. Presidente retirou-se neste momento. A Dr.ª Emília Bigotte de Almeida referiu que as realidades do 1.º ciclo só são apercebidas por quem as vive de perto. Assim, sugeriu que os grupos de trabalho do Conselho Municipal de Educação fossem substituídos por uma Comissão que ajudasse a Divisão de Educação a preparar as agendas dos Conselho, funcionando em comissão restrita e em comissão alargada. O Dr. João Teixeira lembrou que os representantes das instituições estão presentes no Conselho Municipal de Educação por definição legal. Assim, sugeriu que cada instituição enviasse à Câmara Municipal uma apresentação das suas actuações, preocupações e constrangimentos em matéria de Educação, considerando ser útil a sua reflexão nos próximos Conselhos. O Comissário Rui Filipe Moura aceitou o desafio, referindo que muitas vezes o desconhecimento das preocupações leva à incompreensão das actuações da PSP. O Dr. António Brochado Morais fez uma pequena apresentação das áreas de actuação nas escolas da instituição que representa. Referiu ainda estar disponível para fazer parte de um grupo de trabalho do Conselho Municipal de Educação sobre higiene alimentar, porque em visitas efectuadas às escolas verificou que muitas não apresentam garantias de qualidade em termos de higiene alimentar. Considerou que nas escolas onde não se verificam condições mais vale não almoçar ou levar as crianças a almoçar na escola EB 2,3 mais próxima onde existe qualidade. O Dr. João Teixeira colocou à votação a Declaração de Princípios, tendo sido aprovada por unanimidade. Finalmente o Dr. João Teixeira comunicou que seria enviado pela Câmara Municipal um convite a cada uma das instituições representadas no Conselho para apresentarem as preocupações e constrangimentos em matéria de Educação. A Dr.ª Pilar Carreira sugeriu que os documentos fossem enviados para as instituições antes do dia de cada reunião do Conselho Municipal de Educação. Não havendo mais nada a tratar, o Dr. João Teixeira deu a sessão por encerrada. 5