CASTELO BRANCO / MONFORTINHO VOLUME III ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL

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1 IC 31 CASTELO BRANCO / MONFORTINHO ESTUDO PRÉVIO VOLUME III ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL PEÇAS ESCRITAS RELATÓRIO TOMO 3/3 ABRIL 2010

2 IC31 CASTELO BRANCO / MONFORTINHO ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL ÍNDICE DE PEÇAS ESCRITAS Resumo Não Técnico 1. Introdução Relatório Tomo 1/3 2. Objectivos e justificação do projecto 3. Descrição do projecto Relatório 4. Caracterização do ambiente potencialmente afectado Tomo 2/3 5. Evolução previsível do ambiente afectado na ausência do projecto 6. Avaliação de impactes ambientais 7. Medidas de mitigação 8. Análise comparativa das alternativas Relatório Tomo 3/3 9. Lacunas técnicas e de conhecimento 10. Monitorização 11. Conclusões 12. Referências bibliográficas Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

3 IC31 CASTELO BRANCO / MONFORTINHO ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL RELATÓRIO ÍNDICE DE TEXTO 6. AVALIAÇÃO DE IMPACTES AMBIENTAIS Introdução Clima Metodologia Impactes na fase de construção Impactes na fase de exploração Impactes cumulativos Síntese de impactes Geologia e Geomorfologia Metodologia Impactes geológicos Impactes na geomorfologia Impactes cumulativos Síntese de impactes Recursos Hídricos Metodologia Fase de construção Fase de exploração Impactes cumulativos Síntese de impactes Solos Metodologia Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 1/368

4 Impactes na fase de construção Impactes na fase de exploração Impactes cumulativos Síntese de impactes Componente Biológica Metodologia geral Flora, Vegetação e Habitats Fauna Impactes cumulativos Síntese de impactes Qualidade do Ar Metodologia Enquadramento legal Impactes na fase de construção Impactes na fase de exploração Impactes cumulativos Síntese de impactes Ambiente Sonoro Metodologia Previsão do ruído gerado pelo projecto Impactes na fase de construção Impactes na fase de exploração Impactes Cumulativos Síntese de Impactes Componente Social Metodologia Impactes à escala regional e concelhia Análise localizada de impactes Síntese de impactes Ordenamento do Território e Condicionantes Metodologia Impactes na estruturação e diferenciação do território Instrumentos de gestão do território Impactes cumulativos Síntese de impactes /368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

5 6.11. Património Cultural Metodologia Identificação, previsão e avaliação de impactes Impactes na fase de exploração Impactes cumulativos Síntese de impactes Paisagem Metodologia Impactes na fase de construção e na fase de exploração Impactes cumulativos Síntese de impactes Análise de Risco Ambiental Introdução Riscos associados à construção e exploração do projecto MEDIDAS DE MITIGAÇÃO Introdução Clima Geologia e Geomorfologia Fase de construção Fase de exploração Recursos Hídricos A incorporar no Projecto de Execução Fase de construção Fase de exploração Solos Fase de construção Fase de exploração Componente Biológica Flora, Vegetação e Habitats Fauna Qualidade do Ar Ambiente Sonoro Componente Social A incorporar no Projecto de Execução Fase de construção Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 3/368

6 Fase de exploração Ordenamento do Território e Condicionantes A incorporar no Projecto de Execução Medidas para a fase de construção Medidas para a fase de exploração Património Cultural Fase de Construção Fase de Exploração Paisagem A incorporar no Projecto de Execução Fase de construção da obra Fase de exploração Análise de Risco Ambiental A incorporar no Projecto de Execução Fase de construção Fase de exploração Síntese das medidas de mitigação ANÁLISE COMPARATIVA DE ALTERNATIVAS DE TRAÇADO Introdução Análise de alternativas por factor ambiental Clima Geologia e Geomorfologia Recursos Hídricos Solos Componente Biológica Flora, Vegetação e Habitats Fauna Síntese da comparação de alternativas Qualidade do Ar Ambiente Sonoro Comparação por troços, considerando os critérios legais vigentes Síntese da comparação de alternativas Componente Social Troço Poente Troço Central /368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

7 Troço Nascente Síntese da comparação de alternativas Ordenamento do Território e Condicionantes Património Cultural Paisagem Análise de Risco Ambiental Análise global de alternativas Alternativas do Troço Poente Alternativas do Troço Central Alternativas do Troço Nascente Combinação de alternativas PROGRAMAS DE MONITORIZAÇÃO Introdução Componente Biológica Flora, Vegetação e Habitats Fauna Ambiente Sonoro Introdução Parâmetros a Monitorizar Técnicas e Métodos de Análise Critérios de Análise Critérios de Revisão do Programa de Monitorização Relatórios de Monitorização LACUNAS TÉCNICAS E DE CONHECIMENTO Geologia e Geomorfologia Património Cultural Componente Biológica CONCLUSÕES REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Clima Geologia e Geomorfologia Recursos Hídricos Solos Componente Biológica Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 5/368

8 12.6. Qualidade do Ar Ambiente Sonoro Componente Social Ordenamento do Território e Condicionantes Património Cultural Paisagem Análise de Risco Ambiental /368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

9 ÍNDICE DE QUADROS Quadro Síntese do impacte micro climático Quadro Impacte associado à destruição directa do substrato geológico: volumes de escavações previstos Quadro Características do impacte associado às principais escavações na plena via Quadro Localização, dimensões e características do impacte associado aos principais aterros na plena via Quadro Síntese de impactes na geologia e geomorfologia Quadro Principais linhas de água atravessadas pelas soluções de traçado em estudo para o IC Quadro Objectivos ambientais de qualidade mínima Quadro Qualidade das águas destinadas à rega Quadro Valores limite de emissão na descarga de águas residuais Quadro Previsão da variação das CML por tipo de poluente Quadro Previsão da variação das CPM por tipo de poluente Quadro Comparação dos resultados (CML) obtidos para as soluções em estudo do IC31 com registos de monitorizações em estradas nacionais Quadro Síntese de avaliação de impactes nos Recursos Hídricos Quadro Impacte associado ao atravessamento de solos de elevada capacidade de uso (integrados na RAN) Quadro Síntese de impactes nos Solos Quadro Classificação dos impactes sobre a flora, vegetação e habitats na fase de construção do IC Quadro Classificação dos impactes sobre a flora, vegetação e habitats na fase de exploração do IC Quadro Hierarquização das espécies afectadas pelo traçado, por contagem de indivíduos em transectos Quadro Espécies de aves sujeitas a impacte directo Quadro Classificação dos Impactes sobre a fauna na fase de construção do IC Quadro Classificação dos Impactes sobre a fauna na fase de construção do IC Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 7/368

10 Quadro Síntese de avaliação de impactes na componente biológica Quadro Valores das constantes k, a e b Quadro Factores de Emissão por Veículo para as PM 2,5, PM 10 e PM Quadro Emissões provenientes da detonação de explosivos Quadro Valores-limite de emissão para veículos pesados equipados com motor diesel Quadro Valores-limite de emissão de poluentes atmosféricos para máquinas móveis não rodoviárias Quadro Resumo dos resultados obtidos para os poluentes junto dos receptores sensíveis analisados (Ano 2033) Quadro Síntese de avaliação de impactes na qualidade do ar Quadro Níveis sonoros L Aeq gerados por operações/equipamentos de construção Quadro Valores medidos actualmente, valores previstos (gerados pela circulação rodoviária no IC31) e valores resultantes, no piso mais desfavorável Quadro Valores medidos actualmente, valores previstos (gerados pela circulação rodoviária no IC31) e valores resultantes, no piso mais desfavorável Quadro Valores medidos actualmente, valores previstos (gerados pela circulação rodoviária no IC31) e valores resultantes, no piso mais desfavorável Quadro Valores medidos num local acusticamente idêntico, valores previstos (gerados pela circulação rodoviária no IC31) e valores resultantes, no piso mais desfavorável Quadro Valores medidos actualmente, valores previstos (gerados pela circulação rodoviária no IC31) e valores resultantes, no piso mais desfavorável Quadro Valores medidos num local acusticamente idêntico, valores previstos (gerados pela circulação rodoviária no IC31) e valores resultantes, no piso mais desfavorável Quadro Valores medidos actualmente, valores previstos (gerados pela circulação rodoviária no IC31) e valores resultantes, no piso mais desfavorável Quadro Valores medidos actualmente, valores previstos (gerados pela circulação rodoviária no IC31) e valores resultantes, no piso mais desfavorável Quadro Impactes Cumulativos Quadro Síntese de avaliação de impactes no ambiente sonoro Quadro Análise de impactes cumulativos Quadro Síntese de impactes na Componente Social Quadro Edificações expropriadas/demolidas ao longo dos traçados em estudo do IC /368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

11 Quadro Edifícios de habitação e outros edifícios urbanos localizados a distâncias iguais ou inferiores a 100 m Quadro Estimativa das áreas de REN ocupadas pela via Quadro Estimativa das áreas de povoamentos de sobreiro e de azinheira ocupadas pela via Quadro Síntese de avaliação de impactes no Ordenamento do Território e Condicionantes Quadro Avaliação de impactes no património arqueológico e arquitectónico Quadro Síntese de avaliação de impactes no Património Cultural Quadro Avaliação da magnitude dos impactes Quadro Localização das zonas a desmatar com impacte de maior magnitude Quadro Extensão de desmatação de zonas ocupadas com vegetação com interesse paisagístico e impacte associado Quadro Avaliação, em termos pontuais, da magnitude e significado dos principais impactes Quadro Alteração ao relevo natural e localização do impacte associado Quadro Extensão, em metros, de taludes em aterro e escavação, com altura superior a 5 m e a 10 m, por solução e impacte associado Quadro Balanço de terras por solução de traçado (m 3 ) Quadro Avaliação, em termos pontuais, da magnitude e significado dos principais impactes Quadro Visualização da plataforma e taludes da via e localização do impacte associado Quadro Visualização da plataforma e taludes da via e impacte associado Quadro Síntese dos impactes na Paisagem Quadro Principais actividades de projecto Quadro Caracterização das principais consequências (fase de construção) Quadro Caracterização das principais consequências (fase de exploração) Quadro Medidas do documento Medidas de Minimização Gerais da Fase de Construção (APA) aplicáveis ao IC Quadro Zonas e/ou locais onde deverão ser adoptadas medidas minimizadoras de ruído Quadro Medidas a incorporar no projecto de execução Quadro Medidas de minimização gerais da fase de construção Quadro Medidas de minimização gerais da fase de exploração Quadro Conjuntos de alternativas considerados Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 9/368

12 Quadro Ponderação dos factores e critérios para a comparação de alternativas Quadro Comparação de alternativas considerando impactes na geologia e geomorfologia Quadro Comparação de alternativas considerando impactes nos recursos hídricos Quadro Comparação de alternativas considerando impactes nos solos (ocupação de áreas de RAN) Quadro Área de cada habitat e de outros usos afectada pelos corredores P1, P2 e P Quadro Área de cada habitat e de outros usos do solo nos corredores C1 e C Quadro Área de cada habitat e de outros usos do solo nos corredores N1 a N Quadro Comparação de alternativas, considerando os impactes na flora, vegetação e habitats Quadro Comparação de alternativas, considerando os impactes na fauna Quadro Síntese da comparação de alternativas, considerando os impactes na Componente Biológica Quadro Comparação de alternativas, por troços, em termos do número médio de receptores expostos ao ruído, de acordo com a legislação em vigor Quadro Síntese da comparação de alternativas considerando os impactes no Ambiente Sonoro Quadro Comparação de alternativas considerando impactes na componente social Quadro Afectações de RAN, de REN e de povoamentos de sobreiro e azinheira, por alternativa Quadro Comparação de alternativas de traçado Ordenamento do território Quadro Comparação de alternativas considerando impactes no Património Cultural Quadro Valores de ponderação para o critério dimensão dos taludes Quadro Valores ponderados relativos ao critério Dimensão dos Taludes Quadro Valores de ponderação do critério afectação de vegetação e trechos de paisagem com interesse paisagístico Quadro Valores ponderados relativos ao critério afectação de vegetação e trechos de paisagem com interesse paisagístico Quadro Valores de ponderação do critério extensão do troço visível Quadro Valores ponderados relativos ao critério extensão do troço visível Quadro Valores ponderados relativos ao critério afectação da rede de drenagem natural Quadro Valor total dos impactes na Paisagem por alternativa /368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

13 Quadro Valor de ponderação para cada um dos parâmetros analisados Quadro Impactes na paisagem: valor global ponderado por alternativa Quadro Comparação global de alternativas do Troço Poente Quadro Comparação global de alternativas do Troço Central Quadro Comparação global de alternativas do Troço Nascente Quadro Composição das soluções mais favoráveis para o traçado do IC Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 11/368

14 ÍNDICE DE FIGURAS Figura Máscara drenante (Corte Esquemático) Figura Esporões drenantes (Cortes Esquemáticos) Figura Parcela agrícola na zona do Ramo do Nó a poente da A Figura Habitação rural na zona do Ramo do Nó a poente da A Figura Habitação na zona do talude do Ramo A Figura Habitação na zona do talude, a norte do km Figura Casa de convívio a noroeste do km Figura Subestação a 15 m a sudeste do km Figura Vinha seccionada e edifícios da exploração Figura Área agrícola atravessada pela Solução 1B; apoio rural e ponto de água (km da Solução 1B) Figura Vinha afectada pelo nó da Solução 1B com a EN Figura Estufas a norte do Nó 5S Figura Olival na margem norte do rio Ponsul Figura Edifício na zona da Rotunda do Nó 8S Figura Habitação 15 m a sul do km Figura Edifícios de habitação em quinta a norte do km Figura Edifícios 5 m e a 25 m a sul do km Figura Edifícios sob talude de aterro do Restabelecimento 5 S Figura Habitação 15 m a norte do km Figura Parcela com olival ao km Figura Conjunto edificado a norte do km Figura Edifícios e parcela agrícola aos km / Figura Olival na margem do rio Ponsul, na zona do viaduto 7S Figura Edifícios rurais a 125 m norte do km Figura Conjunto rural junto à EN239 ao km Figura Lixeira selada, a norte do km Figura Troços e subdivisões consideradas na análise de alternativas Figura Representação esquemática da análise global de alternativas /368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

15 Linda-a-Velha, Abril de 2010 Júlio de Jesus, Coordenador do Estudo de Impacte Ambiental (engº do ambiente (OE 19972), membro profissional APAI nº 1) Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 13/368

16 14/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

17 6. AVALIAÇÃO DE IMPACTES AMBIENTAIS 6.1. Introdução Neste capítulo procede-se à identificação, caracterização (incluindo previsões quantitativas, quando adequado) e avaliação do significado dos impactes, positivos e negativos, que a construção e exploração do IC31 Castelo Branco/Monfortinho irá previsivelmente provocar. A numeração dos subcapítulos é idêntica à dos capítulos 4 (Caracterização do Ambiente Afectado) e 5 (Evolução da Situação sem Projecto). Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 15/368

18 6.2. Clima Metodologia No que concerne ao presente factor ambiental, a avaliação de impactes centra-se no aspecto considerado de potencial relevância em termos de impactes microclimáticos: o acréscimo de intensidade e de frequência da ocorrência de fenómenos de acumulação de ar frio no período nocturno em zonas baixas durante a fase de exploração do projecto, em resultado da presença física de aterros da via que dificultem a circulação do ar frio a montante. A identificação de locais onde possam ocorrer acréscimos sensíveis na intensidade e frequência destes fenómenos compreende a análise das condições morfológicas locais e do seu posicionamento face à forma de inserção do projecto. Considera-se, de forma expedita e simplificada, que a magnitude do impacte se relaciona com as dimensões dos aterros (que se implantem topograficamente em posição de dificultar a circulação do ar frio em zonas de baixas) da forma expressa no seguinte diagrama: Extensão (m) Altura máxima do aterro (m) 10 m > 10 m 200 m Magnitude reduzida 200 a 500 m Magnitude moderada 500 m Magnitude elevada Além da magnitude, o significado do impacte relaciona-se também com o facto de, nas áreas afectadas pelo acréscimo de fenómenos de acumulação, existirem ocupações mais ou menos sensíveis a esses acréscimos. Consideram-se ocupações sensíveis espaços habitacionais e culturas de regadio, vinha, pomares ou olivais intensivos, tendo a ocorrência destas ocupações sido pesquisada em trabalho de campo. Admite-se que o significado do impacte se relaciona com a respectiva magnitude e com as ocupações do solo em presença, da forma expressa no seguinte diagrama: 16/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

19 Ocupação do solo em Presença a Magnitude do impacte montante do aterro Presença de áreas habitadas ou afins Não presença de áreas habitadas ou afins mas presença de culturas regadas, vinha, ou outras ocupações agrícolas sensíveis Nenhuma das ocupações anteriores Elevada Moderada Reduzida Impacte muito significativo Impacte significativo Impacte significativo Impacte pouco significativo Não se considera a efectiva ocorrência de impactes Impactes na fase de construção Não se identificam impactes micro climáticos na fase de construção das vias em estudo Impactes na fase de exploração Conforme referido anteriormente o potencial impacte no microclima gerado pelo projecto em estudo, relaciona-se com o aumento da incidência de fenómenos de acumulação em áreas deprimidas, onde a presença dos aterros previstos contribua para dificultar o escoamento do ar frio. Em consequência, a incidência de nevoeiros e de geada tende a aumentar nestas áreas, o que se traduz em desconforto climático para a ocupação humana e em prejuízos para eventuais culturas agrícolas sensíveis (ex. culturas arvenses de regadio, vinha, olival) e áreas habitadas. Os impactes potenciais associados são negativos, indirectos, permanentes, prováveis, localizados e irreversíveis, apresentando magnitude e significado variáveis. No presente caso verifica-se que os traçados em estudo desenvolvem-se frequentemente em morfologia de campo aberto, o que faz com que a presença de muitos aterros não constitua efectivo obstáculo à drenagem do ar junto da superfície. Por outro lado os principais vales atravessados (associados à ribeira de Alpreade, rio Torto, rio Ponsul e ribeiras de Rio de Moinhos e do Amial, no caso das Soluções 1 e 1C) são transpostos em viaduto. Por último, verifica-se que na maior parte das áreas de vale transpostas em aterro onde ocorrem condições propícias para acréscimo de fenómenos de acumulação de ar frio à Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 17/368

20 superfície não ocorrem ocupações sensíveis, não se considerando assim a ocorrência de um verdadeiro impacte. Pela análise efectuada das condições de inserção de projecto, morfologia do terreno e ocupação do solo, identificou-se apenas uma situação de efectivo impacte microclimático. A situação em causa corresponde à área localizada a montante (norte) do trecho em aterro compreendido entre o km a da Solução 5b (140 m de extensão). Trata-se de uma área ocupada com culturas hortícolas de regadio e vinha, mas sem presença de habitações. O aterro previsto apresenta, neste trecho, uma altura máxima de 9,5 m face à cota do terreno natural. No entanto importa considerar que, neste local, o traçado se desenvolve sobre o aterro da actual EN 239, com cerca de 3,5 m de altura máxima. Assim a implantação do projecto do IC31 representa um alteamento do aterro existente em cerca de 6 m. Nestas circunstâncias está-se perante um impacte negativo de magnitude reduzida, pouco significativo Impactes cumulativos Não se prevê a ocorrência de impactes cumulativos sensíveis no que concerne a este factor ambiental Síntese de impactes Conforme exposto na análise efectuada identifica-se apenas uma situação de potencial impacte micro climático, na fase de exploração. A caracterização do impacte é apresentada no Quadro /368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

21 Quadro Síntese do impacte micro climático Fase Impacte Acção geradora de impacte Localização Natureza Magnitude Incidência Duração Ocorrência Dimensão espacial Reversibilidade Significado sem medidas mitigadoras Significado com medidas mitigadoras E Acréscimo de incidência de fenómenos de acumulação de ar frio em zonas de baixas com ocupação sensível Presença de aterro que dificulta a circulação do ar Área a norte do km a da Solução 5b - Ind Per P L Irrev - - Fase: C (construção), E (exploração) Natureza: Positiva (+), Negativa (-) Magnitude: Elevada ( ), Média ( ), Reduzida ( ) Incidência: Directa (Dir), Indirecta (Ind) Duração: Permanente (Per), Temporário (Temp) Probabilidade de ocorrência: Certa (C), Provável (P), Incerta (I) Dimensão Espacial: Local (L), Regional (R), Nacional / Supra-nacional (N) Reversibilidade: Reversível (Rev), Irreversível (Irrev) NA: Não aplicável Significado: Pouco significativo (- /+), Significativo (-- / ++), Muito significativo (--- / +++) Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 19/368

22 6.3. Geologia e Geomorfologia Metodologia A avaliação de impactes na geologia e geomorfologia considera os impactes gerados nas fases de construção e de exploração, verificando-se que praticamente todos os impactes ocorrem na fase de construção. Muitos destes impactes permanecem na fase de exploração. Os impactes são analisados relativamente à sua natureza (todos os impactes são negativos), magnitude (reduzida, média ou elevada), incidência (directa ou indirecta), duração (temporária ou permanente), ocorrência (certa, provável ou incerta), dimensão espacial (todos os impactes apresentam dimensão local) e reversibilidade, de acordo com o estipulado no capítulo Com base na análise dos parâmetros enumerados, procede-se à classificação dos impactes em pouco significativos, significativos ou muito significativos. No caso de impactes mitigáveis, o significado final do impacte, considerando a adopção das medidas aplicáveis, é menor. Os impactes geológicos identificados ocorrem na fase de construção do projecto, estando relacionados com os seguintes aspectos: Desmonte de formações geológicas; Balanço global de terras e necessidade de obtenção de materiais de empréstimo; Afectação de áreas com recursos geológicos de interesse económico ou conservacionista. Em relação à geomorfologia são analisados os seguintes impactes: Impactes relacionados com eventuais fenómenos de instabilidade e erosão de taludes de escavação/aterro nas fases de construção e de exploração. Estes impactes são geralmente pouco significativos; Impactes relacionados com a alteração da morfologia (criação de aterros e escavações e deposição de terras sobrantes). Neste caso o significado dos impactes são, sobretudo, função da sua magnitude, podendo ser pouco significativos, significativos ou muito significativos. 20/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

23 Após a análise dos impactes nas fases de construção e de exploração é efectuada uma abordagem relativa a impactes cumulativos, seguindo-se a apresentação de um quadro síntese dos principais impactes Impactes geológicos A generalidade dos impactes geológicos é gerada durante a fase de construção, tratando-se de impactes que, independentemente da sua maior ou menor magnitude, são irreversíveis. São de referir os impactes associados à afectação directa do substrato geológico, durante as operações de terraplenagem, e os associados à afectação indirecta, por recurso a materiais de empréstimo. No presente caso não ocorre comprometimento de recursos geológicos com reconhecido valor económico ou a afectação de locais de interesse conservacionista na perspectiva geológica e/ou geomorfológica Desmonte na execução de escavações Processos de desmonte Os impactes geológicos directos relacionados com o desmonte na execução das escavações em linha derivam, por um lado, dos processos de desmonte a utilizar e, por outro lado, dos volumes de materiais envolvidos. Na actual fase do estudo o conhecimento da ripabilidade dos terrenos é incompleto e preliminar, tendo apenas sido realizados ensaios sísmicos nas principais escavações em ambiente granítico e xistento. Relativamente a escavações em ambiente granítico foram efectuados perfis sísmicos na Solução 1.8 ao km e km , na Solução 1.9 ao km , na Solução 2 ao km , km e km e na Solução 5b ao km Nestes locais, correspondentes às principais escavações, verificou-se que o horizonte superficial cujo desmonte pode ser realizado com meios mecânicos tem geralmente espessura inferior a 3-4 m e em algumas situações o desmonte com recurso a explosivos torna-se necessário logo à superfície. Em escavações em ambiente xistento foram efectuados perfis sísmicos na Solução 1.5 ao km , na Solução 1.7 ao km e km , na Solução 1.9 ao km , na Solução 1.10 ao km , km e km , na Solução 3.2 ao km , na Solução 4 ao km , na Solução 5a ao km , na Solução 6 ao km e na Solução 5.1 ao km Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 21/368

24 Neste ambiente geológico a profundidade a partir da qual o desmonte só é possível a fogo é muito variável, havendo a considerar, quer a presença ocasional de passagens de maior dureza, quer a possibilidade de, em algumas situações, se poder proceder a um desmonte facilitado no caso deste ser efectuado no sentido da pendente da xistosidade ou da estratificação. Nos locais onde ocorre utilização de explosivos podem ser criadas variações bruscas no estado de tensão dos materiais, sismicidade induzida e acréscimos de tensão provocados por gases nas descontinuidades dos maciços, o que constitui um impacte negativo, directo, temporário, provável, localizado, irreversível. Trata-se de um impacte que pode apresentar magnitude reduzida a moderada. Em certos casos o impacte é potencialmente significativo, mas pode ser minimizável, tornando-se pouco significativo, pela adopção de medidas de optimização dos procedimentos a adoptar, ajustando-os à natureza dos maciços rochosos. Extracção de materiais do substrato Por si só a extracção de materiais do substrato geológico associada ao desmonte na execução das escavações em linha do projecto rodoviário representa um impacte negativo, directo, permanente, certo, localizado e irreversível. A magnitude do impacte depende do volume de materiais extraídos, considerando-se reduzida para volumes inferiores a cerca de m 3, moderada para valores compreendidos entre m 3 e m 3 e elevada para valores superiores a m 3. Não sendo afectados materiais de ocorrência rara e de elevado valor económico ou conservacionista, considera-se que o impacte é significativo no caso de apresentar magnitude elevada, sendo pouco significativo nos restantes casos. No Quadro apresentam-se estimativas dos volumes totais de escavações envolvidos nas diferentes Soluções de traçado em estudo (considerando as subdivisões definidas), bem como a magnitude e significado do impacte negativo associado. Solução / Subdivisão Quadro Impacte associado à destruição directa do substrato geológico: volumes de escavações previstos Volume de escavações (m 3 ) Magnitude do impacte associado Significado do impacte Reduzida Pouco significativo Moderada Pouco significativo Moderada Pouco significativo Reduzida Pouco significativo Moderada Pouco significativo Reduzida Pouco significativo Moderada Pouco significativo Moderada Pouco significativo Elevada Significativo Elevada Significativo 22/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

25 Solução / Subdivisão Volume de escavações (m 3 ) Magnitude do impacte associado Significado do impacte Reduzida Pouco significativo 1A Reduzida Pouco significativo 1B Moderada Pouco significativo 1C Elevada Significativo Elevada Significativo Reduzida Pouco significativo Moderada Pouco significativo Moderada Pouco significativo 5a Elevada Significativo 5b Elevada Significativo 5c Moderada Pouco significativo 5d Moderada Pouco significativo Elevada Significativo Moderada Pouco significativo Moderada Pouco significativo Balanço global de terras e necessidade de obtenção de materiais de empréstimo Em termos de balanço global de terras a maior parte das Soluções em estudo são excedentárias, como se pode observar da análise do Quadro apresentado no subcapítulo (Tomo 1). Dado que, no essencial, os volumes de terras provenientes das escavações são utilizáveis no corpo dos aterros (seja dos tipos terrapleno, solo-enrocamento ou pedrapleno), a situação de excesso global de terras tem a vantagem de permitir evitar o recurso a materiais de empréstimo para este fim, o que representa um aspecto positivo. Para a obtenção de materiais para o pavimento admite-se o recurso a materiais de empréstimo com características adequadas. Tratando-se expectavelmente de volumes reduzidos e prevendo-se o recurso a explorações activas licenciadas para o efeito, o impacte associado à eventual extracção destes materiais é negativo, indirecto, permanente, provável, localizado e irreversível, de magnitude reduzida, pouco significativo Afectação de recursos geológicos de interesse económico ou conservacionista Relativamente a recursos geológicos de interesse económico importa referir que a sul de Alcains, fora da influência dos traçados em estudo, ocorre exploração do designado Granito Branco de Alcains que apresenta interesse como rocha ornamental. A exploração concentra-se no lugar de Santa Apolónia, sendo ainda, incipiente. Contudo é de crer que Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 23/368

26 existem reservas bastantes, quer em explorações existentes, quer na região. Face a esta área central de exploração do granito Branco de Alcains, os trechos iniciais de traçados do IC31 Castelo Branco / Monfortinho, desenvolvidos a norte de Alcains (designadamente os traçados mais próximos da Solução 1 e da Solução 1A), inserem-se numa zona marginal de distribuição do recurso, ocupada por explorações agrícolas e pecuárias e com povoamento disperso, onde a indústria extractiva não tem presença. Atendendo à exiguidade de áreas em contexto geográfico periférico que o projecto pode vir a ocupar, face à vastidão das áreas de interesse disponíveis em redor do núcleo de exploração central actual, a sul de Alcains - onde a exploração de inertes já é uma actividade instalada - considera-se que a afectação marginal de áreas onde está presente esta litofácies não é uma questão pertinente na avaliação da viabilidade do projecto ou mesmo na selecção de alternativas. De resto não está constituída nenhuma área de reserva ou cativa para a exploração deste recurso geológico. Não ocorre, em qualquer dos traçados em estudo, afectação de outro recurso geológico com reconhecido interesse para exploração económica. Da mesma forma também não se verifica afectação, nem grande aproximação, de recursos com interesse conservacionista na perspectiva geológica e/ou geomorfológica, sendo esta conclusão sustentada por parecer emitido pela Direcção do Geopark Naturtejo (ver Anexo 4.3.3) Actividade de estaleiros Para qualquer dos traçados em estudo, não se prevê a ocorrência de impactes geológicos significativos directamente decorrentes da implantação e funcionamento dos estaleiros da obra, desde que a sua localização seja seleccionada com base em critérios de preservação ambiental (ver medidas de minimização constantes do capítulo 7.3) Impactes na geomorfologia Estabilização de taludes de escavação e aterro Em todos os traçados em estudo, durante a fase de construção, são de referir impactes comuns, de natureza geomorfológica, associados a dificuldades de estabilização de taludes de escavação e aterro. De um modo geral, trata-se de impactes negativos prováveis, locais, indirectos, temporários, irreversíveis e minimizáveis pela adopção de disposições de projecto adequadas. 24/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

27 Ao longo dos corredores ter-se-ão escavações de um modo geral de dimensões modestas. Contudo, em alguns casos estão previstas escavações com dimensões apreciáveis, atingindo-se alturas máximas que podem atingir os 25 a 33 m. A estabilidade das escavações depende, por um lado, de factores litológicos, estruturais e tectónicos, frequentemente em consonância com as unidades geotécnicas estabelecidas e, por outro, da altura das escavações, da geometria prevista e da adopção de disposições construtivas que favoreçam a estabilidade e constituam protecção a fenómenos evolutivos, designadamente deslizamentos. Potencialmente os maiores riscos de instabilidade de taludes de escavação verificam-se nos taludes de maior altura onde a parte superior do talude exponha um manto de alteração com expressão apreciável ou onde a estrutura geológica se apresente particularmente desfavorável face ao plano de corte, designadamente na ocorrência de maciços xistentos em que o plano de xistosidade se apresente desfavorável. Uma avaliação detalhada dos riscos de instabilidade que possam ocorrer nos diversos locais só será possível em fase de Projecto de Execução, após a realização de prospecções adicionais, sobretudo nas áreas onde a solução de traçado que vier a ser adoptada se desenvolva em escavações de maiores dimensões. No entanto, o Estudo Prévio prevê, desde já as soluções construtivas adequadas tendo em vista a estabilização dos taludes de escavação, particularmente os que apresentam maiores dimensões. Naturalmente as soluções previstas, que apresentam carácter preventivo, terão que ser pormenorizadas em fase de Projecto de Execução e ajustadas durante a realização da obra perante as condições específicas que sejam verificadas durante a abertura das escavações. No Estudo Prévio prevê-se, com base no conhecimento geotécnico actual que, no caso de escavações de significativo ou grande porte, são aceitáveis inclinações de 1/1 (V.H) ou mesmo superiores, quando interessadas formações graníticas, medianamente a pouco alteradas, sendo de 1/1,5 (V:H) no caso de se verificarem condições mais desfavoráveis. Nas escavações de médio e reduzido porte será adoptada uma inclinação de 1/1,5 (V/H), admitindo-se geometrias mais suaves em taludes muito baixos em que os maciços apresentem forte grau de alteração, o que se considera adequado. Outra disposição prevista que contribui para a estabilidade dos taludes de aterro com alturas superiores a 8-10 m é a inclusão de banquetas, dependendo o seu espaçamento das condições estruturais e do grau de alteração dos maciços. Por outro lado prevê-se que a inclinação do talude acima da última banqueta, onde será provável a ocorrência de materiais mais alterados, terá geralmente uma inclinação mais suave que a dos taludes inferiores. Serão também implantadas valetas de crista de talude quando os terrenos a montante tenham pendente no sentido dos mesmos, de modo a desviar da face do talude as escorrências provenientes de montante. Desta forma previne-se a ocorrência de ravinamentos e deslizamentos. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 25/368

28 Prevê-se ainda que quando os taludes de escavação expuserem solos, estes deverão ser objecto de revestimento vegetal, o que terá um papel importante na estabilidade, permitindo a minimização dos fenómenos erosivos, nomeadamente deslizamentos. Em taludes onde sejam interceptados níveis de água suspensos serão executados sistemas de drenagem sub superficial do tipo máscara ou esporão drenante (tipo A e B), que permitem evitar o desenvolvimento de destabilizações, designadamente deslizamentos. A representação esquemática dos dispositivos referidos apresenta-se nas Figuras e Figura Máscara drenante (Corte Esquemático) 26/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

29 Figura Esporões drenantes (Cortes Esquemáticos) Em relação aos aterros, a sua estabilidade depende das suas dimensões, das condições de fundação e dos materiais utilizados. Os aterros previstos serão fundados essencialmente em terrenos que apresentam boa capacidade de suporte, mesmo no caso de baixas aluvionares, geralmente de natureza predominantemente grosseira e com reduzido a modesto desenvolvimento. Desta forma são dispensáveis acções de saneamento, o que constitui um aspecto positivo. Atendendo às características dos materiais disponíveis (provenientes das escavações) e às alturas máximas previstas, considera-se que, nos traçados em estudo, os taludes de aterro serão estáveis considerando a inclinação prevista de 1/1,5 (V/H). Admite-se, contudo, o recurso a inclinações mais modestas quando tal for viável e justificável. Estas situações, além de serem favoráveis em termos de estabilidade dos taludes teriam a vantagem de permitir assimilar terras provenientes das escavações em linha, diminuindo os elevados volumes de terras sobrantes. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 27/368

30 Com o objectivo de prevenir fenómenos erosivos durante a fase de exploração, prevê-se o revestimento vegetal dos taludes de aterro constituídos por materiais terrosos. Também ao nível da drenagem existe a preocupação de desviar afluências de águas de terrenos adjacentes, sempre que pertinente, de modo a minimizar riscos de erosão. Considera-se que, com as disposições previstas, os impactes relacionados com eventuais problemas de estabilização de taludes de escavação e aterro apresentam reduzida magnitude, sendo pouco significativos. Com a adopção das medidas preventivas previstas, e assegurando uma manutenção adequada do coberto vegetal dos taludes de escavação e aterro, é pouco provável a ocorrência de processos de instabilidade relevantes, nomeadamente deslizamentos, durante a fase de exploração. Podem, contudo, manifestar-se problemas futuros de destabilização de taludes de escavação ou aterro. De um modo geral, tratam-se de impactes negativos a médio prazo, indirectos, temporários, localizados, irreversíveis, minimizáveis. São impactes pouco prováveis ou incertos, de reduzida magnitude e pouco significativos, atendendo às disposições construtivas previstas. Há que atender ao facto de que geralmente a ocorrência de situações críticas é antecedida de sinais prévios, pelo que a vistoria periódica dos estado de conservação dos taludes é fundamental para que possam ser accionadas medidas preventivas. Caso se venha a manifestar necessário, terão que ser adoptadas medidas suplementares que permitam reparar danos causados e evitar destabilizações mais importantes. As intervenções concretas a efectuar dependerão do tipo e intensidade dos problemas identificados Execução e presença de aterros e de escavações Independentemente das questões relacionadas com a estabilização de taludes, são inevitáveis e permanentes os impactes geomorfológicos originados na fase de construção em resultado das terraplenagens, ou seja, a própria criação e posterior permanência dos aterros e das escavações, os quais representam alterações na morfologia natural do terreno. Em todos os traçados em estudo, os impactes geomorfológicos associados à execução e presença das escavações e aterros são negativos, directos, permanentes, certos, localizados, irreversíveis e não minimizáveis. A magnitude do impacte depende da extensão e da altura máxima atingida pelas escavações e aterros. Considera-se a ocorrência de impactes de magnitude reduzida, pouco significativos, sempre que a altura máxima atingida por escavações e aterros seja igual ou inferior a 10 m. 28/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

31 Nos trechos onde a altura atingida é superior a 10 m considera-se: Impactes de magnitude moderada, significativos, nos casos em que a extensão destes trechos seja inferior a 500 m; Impactes de magnitude elevada, muito significativos, nos casos em que a extensão dos referidos trechos seja igual ou superior a 500 m e/ou nos casos em que a altura máxima atingida exceda 20 m. Os principais impactes geomorfológicos ocorrem ao longo da frente de obra, nas áreas relativamente mais elevadas, nas encostas mais declivosas e na travessia de vales, onde as repercussões na paisagem e os riscos de instabilidade de taludes, assim como de aumento de erosão são maiores. Os Quadros e apresentam a localização e dimensões das principais escavações e aterros, caracterizando a magnitude e o significado do impacte associado. Além do impacte geomorfológico directo relacionado com a execução e presença de escavações e aterros há ainda a considerar o impacte geomorfológico provável relacionado com a deposição de terras sobrantes sem aplicação em aterro. Não estando definidos os destinos das terras sobrantes, não é possível caracterizar em detalhe o eventual impacte geomorfológico associado à sua deposição. No caso de terras sobrantes serem depositadas de modo a preencherem escavações artificiais (pedreiras abandonadas por exemplo), o impacte geomorfológico pode ser postivo. Contudo no caso destas terras serem depositadas no terreno natural constituindo elevações artificiais, o impacte geomorfológico será negativo. Atendendo à realidade da região onde se insere o projecto, onde é escassa a presença de depressões artificiais potencialmente receptoras de terras e aos elevados volumes sobrantes envolvidos supõe-se que existe uma grande probabiliade de que a maior parte das terras sobrantes venham a ter que ser depositadas no terreno natural contribuindo para a criação de impactes geomorfológicos negativos, de magnitude moderada a elevada, indirectos, permanentes, prováveis, localizados, reversíveis (por remoção das terras depositadas) e minimizáveis. Admitindo a adopção de medidas de mitigação adequadas os impactes criados podem assumir-se como significativos a pouco significativos. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 29/368

32 Quadro Características do impacte associado às principais escavações na plena via Solução / subdivisão Localização aproximada (km) Ext. com alt. > 10 m (m) Escavações > 10 m altura Ext. com alt. > 20 m (m) Alt. Max. aprox. (m) Magnitude do impacte Significado do impacte S1.2 S1.5 S a ,5 Moderada Significativo a Moderada Significativo a ,5 Moderada Significativo a ,5 Moderada Significativo a ,5 Moderada Significativo a ,5 Moderada Significativo a ,5 Moderada Significativo a ,5 Moderada Significativo S a ,5 Elevada Muito significativo a Moderada Significativo a ,5 Moderada Significativo a ,5 Moderada Significativo S a Moderada Significativo a ,5 Moderada Significativo a Moderada Significativo a Moderada Significativo S a ,5 Moderada Significativo ,5 Elevada Muito significativo a Elevada Muito significativo a Moderada Significativo S a Moderada Significativo a ,5 Moderada Significativo S1B a ,5 Moderada Significativo a Moderada Significativo a ,5 Moderada Significativo a ,5 Moderada Significativo S1C a ,5 Moderada Significativo a ,5 Moderada Significativo a ,5 Moderada Significativo a ,5 Moderada Significativo a Elevada Muito significativo a ,5 Moderada Significativo S a Elevada Muito significativo a ,5 Moderada Significativo a Moderada Significativo S a Moderada Significativo 30/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

33 Solução / subdivisão Localização aproximada (km) Ext. com alt. > 10 m (m) Escavações > 10 m altura Ext. com alt. > 20 m (m) Alt. Max. aprox. (m) Magnitude do impacte Significado do impacte a Moderada Significativo a ,5 Moderada Significativo S a ,5 Moderada Significativo a Moderada Significativo a Moderada Significativo a Moderada Significativo S a ,5 Elevada Muito significativo a Moderada Significativo a Moderada Significativo a Moderada Significativo a Moderada Significativo a ,5 Moderada Significativo S5a a Moderada Significativo a ,5 Moderada Significativo a ,5 Elevada Muito significativo a Moderada Significativo a Moderada Significativo a ,5 Moderada Significativo S5b a ,5 Moderada Significativo a ,5 Moderada Significativo a Moderada Significativo S5c a Moderada Significativo a Moderada Significativo S5d a Moderada Significativo a Moderada Significativo a ,5 Moderada Significativo S a ,5 Moderada Significativo a ,5 Elevada Muito significativo a Moderada Significativo S a Moderada Significativo S a ,5 Moderada Significativo Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 31/368

34 Quadro Localização, dimensões e características do impacte associado aos principais aterros na plena via Solução / subdivisão Localização aproximada (km) Ext. com alt. > 10 m (m) Aterros > 10 m altura Ext. com alt. > 20 m (m) Alt. Max. aprox. (m) Magnitude do impacte Significado do impacte S a Moderada Significativo a ,5 Moderada Significativo S a ,5 Moderada Significativo a ,5 Moderada Significativo S a ,5 Moderada Significativo a Moderada Significativo a ,5 Moderada Significativo a ,5 Moderada Significativo a ,5 Elevada Muito significativo S a Moderada Significativo a Moderada Significativo a Moderada Significativo S a Moderada Significativo a Moderada Significativo S a Moderada Significativo a Moderada Significativo a Moderada Significativo a Moderada Significativo a Moderada Significativo a Moderada Significativo S a Moderada Significativo a Elevada Muito significativo a Moderada Significativo a Moderada Significativo a Moderada Significativo S1B a ,5 Moderada Significativo a ,5 Moderada Significativo a ,5 Moderada Significativo a ,5 Elevada Muito significativo S1C a Moderada Significativo a Elevada Muito significativo a Elevada Muito significativo S a Moderada Significativo a ,5 Moderada Significativo S a ,5 Moderada Significativo S a Moderada Significativo 32/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

35 Solução / subdivisão Localização aproximada (km) Ext. com alt. > 10 m (m) Aterros > 10 m altura Ext. com alt. > 20 m (m) Alt. Max. aprox. (m) Magnitude do impacte Significado do impacte a ,5 Moderada Significativo S a Moderada Significativo a ,5 Moderada Significativo a Moderada Significativo S a ,5 Elevada Muito significativo S5a a ,5 Moderada Significativo a Moderada Significativo S5b a ,5 Moderada Significativo a ,5 Moderada Significativo S5d a Moderada Significativo a Moderada Significativo a Moderada Significativo S a ,5 Moderada Significativo Impactes cumulativos O território atravessado pelos traçados em estudo apresenta ocupação escassa e reduzida densidade populacional, não tendo sido, até ao presente, alvo de intervenções particularmente relevantes que tenham sido responsáveis por alterações sensíveis nos recursos geológicos e geomorfológicos. Neste contexto merece, no entanto, referência a implantação da auto-estrada A23, que associa uma sucessão de pequenos, mas largos, aterros e escavações e a exploração de algumas pedreiras a sul de Alcains. Tratam-se de intervenções no território responsáveis por impactes geológicos e geomorfológicos que se podem, por proximidade, considerar cumulativos, com os impactes criados pelo trecho inicial do IC31, sobretudo no caso das Soluções 1 e 1A. Estes impactes cumulativos são, no entanto, pouco significativos Síntese de impactes Apresenta-se no Quadro uma síntese dos principais impactes na geologia e geomorfologia. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 33/368

36 Quadro Síntese de impactes na geologia e geomorfologia Fase Impacte Acções geradoras de impacte Localização Natureza Magnitude Incidência Duração Ocorrência Dimensão espacial Reversibilidad e Significado sem medidas mitigadoras Significado com medidas mitigadoras C Possibilidade de criação de variações bruscas no estado de tensão dos maciços Utilização de explosivos para o desmonte na execução de escavações Diversas escavações em substrato granítico e xistento, principalmente nas de maior porte - Dir Temp P L Irrev C Destruição do substrato geológico Extracção de materiais do substrato geológico nas escavações em linha e no recurso a materiais de empréstimo Escavações em linha e áreas de empréstimo de materiais - / Dir / Ind Per C L Irrev - - / / - - C/E Destabilizações em taludes de escavação e aterro Execução e presença de taludes de escavação e aterro Ocorrências difusas em taludes ao longo dos traçados em estudo - Ind Temp P L Irrev C/E Presença de escavações e aterros com mais de 10 m de altura Operações de terraplenagem para criação da plataforma da via Escavações e aterros com mais de 10 m de altura com ocorrência difusa ao longo dos traçados em estudo - / Dir Per C L Irrev - - / NA C/E Criação e presença de depósitos de terras sobrantes sobre o terreno natural Deposição de terras sobrantes Localizações a determinar - / Ind Per P L Rev / - - Fase: C (construção), E (exploração) Natureza: Positiva (+), Negativa (-) Magnitude: Elevada ( ), Média ( ), Reduzida ( ) Incidência: Directa (Dir), Indirecta (Ind) Duração: Permanente (Per), Temporário (Temp) Probabilidade de ocorrência: Certa (C), Provável (P), Incerta (I) Dimensão Espacial: Local (L), Regional (R), Nacional / Supra-nacional (N) Reversibilidade: Reversível (Rev), Irreversível (Irrev) NA: Não aplicável Significado: Pouco significativo (- /+), Significativo (-- / ++), Muito significativo (--- / +++), Nulo (0) 34/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

37 6.4. Recursos Hídricos Metodologia São identificados, previstos e avaliados os impactes do projecto nos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, nas fases de construção e de exploração. A análise de impactes baseia-se no estudo das acções previstas nas fases de construção e de exploração. Na fase de construção consideram-se os impactes relacionados com: Afectação da drenagem superficial; Afectação da drenagem subterrânea; Afectação de estruturas de aproveitamento dos recursos hídricos; Afectação da qualidade dos recursos hídricos. Na fase de exploração os impactes previstos englobam-se em duas categorias: Impactes relacionados com a presença física da via; Impactes relacionados com a afectação da qualidade dos recursos hídricos. Após a análise dos impactes nas fases de construção e de exploração é efectuada uma abordagem relativa a impactes cumulativos, seguindo-se a apresentação de um quadro síntese dos principais impactes Fase de construção Afectação da drenagem superficial Durante a fase de construção vão realizar-se terraplenagens, aterros e outras movimentações de terras que deixarão a descoberto porções significativas de solo. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 35/368

38 A alteração da modelação natural do relevo e da sua cobertura vegetal introduzirá modificações na drenagem natural da área. Deverão verificar-se acréscimos nos escoamentos superficiais e diminuição da infiltração, devido, quer à colmatação e impermeabilização dos solos, quer à remoção do coberto vegetal. Devido ao papel que a vegetação desempenha na promoção dos processos de retenção superficial, na sua ausência, deixa de ocorrer o processo de retardamento dos escoamentos superficiais. Estes impactes serão agravados na fase de exploração, pela existência de uma maior área impermeabilizada constituída pelos pavimentos novos, excepto nas áreas transpostas em viaduto, onde é possível a infiltração nos terrenos sob o tabuleiro. Os solos desnudados são erodidos com muita facilidade pela água das chuvas. Assim, durante os trabalhos de movimentação de terras a executar, e caso ocorra precipitação, poderão verificar-se fenómenos erosivos, sendo fornecidos sedimentos que, transportados pelas águas de escorrência superficial, afluem às linhas de água, a jusante, aumentando os seus caudais sólidos. A movimentação de terras nas proximidades das linhas de águas, nomeadamente durante a preparação do terreno para colocação das passagens hidráulicas e para a fundação dos pilares dos viadutos pode originar obstáculos temporários ao escoamento, favorecendo riscos de inundação, ao mesmo tempo que são introduzidos sedimentos nos meios fluviais, afectando o equilíbrio entre transporte e acumulação. A eventual instalação de estaleiros e deposição de pargas em locais próximos de linhas de água (considere-se uma distância de 10 m) poderia criar problemas acrescidos para a drenagem superficial. Tratam-se assim de situações evitáveis que, a ocorrerem, representariam impactes de magnitude e significado elevado. De um modo geral, os impactes referidos são negativos, directos ou indirectos, temporários, prováveis, localizados, minimizáveis e reversíveis. Atendendo ao carácter localizado e à adopção de medidas de mitigação adequadas, a magnitude e significado destes impactes são reduzidos. A implantação do projecto implica, necessariamente, modificações, ao nível local, no leito de escoamento de pequenas linhas de água, constituindo alterações que perduram durante a fase de exploração. Estas modificações são, na maior parte dos casos, muito pontuais, apresentando significado muito reduzido. Ocorrem situações onde a reconstituição do leito do escoamento de linhas de água obriga a intervenções de maior dimensão, que, no caso de respeitarem a uma solução de traçado que venha a ser escolhida, terão que ser alvo de uma análise detalhada em fase subsequente do desenvolvimento do projecto. A sistematização das principais situações identificadas é apresentada no ponto (Medidas de mitigação a incorporar no Projecto de Execução). 36/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

39 Afectação da drenagem subterrânea Tendo em consideração a descrição geral das condições hidrogeológicas na área em estudo, pode considerar-se que as várias opções do traçado do IC31, não colidem com nenhum sistema aquífero importante. Desta forma, a construção, bem como a exploração do lc31 não será, em princípio, susceptível de provocar modificações assinaláveis das condições de recarga dos escassos recursos hídricos subterrâneos associados às rochas granitóides e xistosas. Os principais aspectos geológicos e hidrogeológicos da envolvente das várias opções do traçado do lc31 entre Penha Garcia e as Termas de Monfortiriho merecem uma abordagem particular dada a proximidade do perímetro de protecção alargada do circuito hidromineral das Termas. Constata-se que as opções do traçado do lc31, entre a área de Penha Garcia e as Termas de Monfortinho (Soluções 1, 5, 6 e 7), se desenvolvem apenas sobre as formações do Complexo Xisto-Grauváquico e dos depósitos de vertente do flanco sudoeste da Serra de Penha Garcia. Na sua parte terminal o projecto desenvolve-se sobre os depósitos da cobertura terciária do Grupo da Murracha, nomeadamente da Formação da Torre (grauvaques, siltitos e conglomerados) e da Formação de Monfortinho (conglomerados e quartzarenitos avermelhados). Do exposto conclui-se que nenhuma das Soluções de traçado intercepta as formações de quartzitos, nas quais se processa a recarga do aquífero hidrotermal, pelo que não ocorrem impactes sensíveis sobre os recursos hídricos subterrâneos do sistema hidrotermal de Monfortinho. Na fase de construção, ao longo dos diversos traçados em estudo, as escavações em linha a efectuar são susceptíveis de, em algumas situações, interferirem com níveis aquíferos suspensos de ocorrência difusa. De acordo com o estudo de Geologia e Geotecnia do projecto estas situações são raras, apenas se prevendo a sua ocorrencia em casos pontuais, casos em que será necessário a inclusão, em taludes de escavação, de dispositivos de drenagem interna. O escoamento de caudais exsurgentes nas condições referidas, bem como em valetas fundas ao nível da plataforma, representa um impacte negativo directo de efeito permanente, provável, localizado, reversível, de reduzida magnitude, pouco significativo. Em escavações de grandes dimensões, com altura superior a 20 m e extensão superior a 400 m, pode-se considerar que este impacte apresente magnitude moderada. Estas situações verificam-se nas escavações ao km a da Solução S1.7, km a da Solução 5a e km a da Solução 5.1. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 37/368

40 Afectação de estruturas de aproveitamento dos recursos hídricos A implantação dos traçados em estudo implica situações de afectação directa de algumas estruturas de aproveitamento dos recursos hídricos superficiais, geralmente charcas de reduzidas dimensões (entre 10 a 100 m de extensão máxima) destinadas a um ou mais dos seguintes usos: uso agrícola, uso pecuário, uso cinegético e ponto de água para combate a incêndios. A afectação deste tipo de estruturas na fase de construção representa a ocorrência de impactes negativos directos, permanentes, certos, localizados e compensáveis/reversíveis (por reposição em local próximo). No presente caso, considerando à adopção de medidas de mitigação adequadas, os impactes ocorrentes apresentam reduzida magnitude, sendo pouco significativos. Referem-se, de seguida, estruturas de aproveitamento dos recursos hídricos superficiais directamente interferidas por traçados em estudo: Solução 1.1: charca ao km 1+600; Solução 1.2: charca ao km 7+220; Solução 1.3: charca ao km ; charca ao km ; Solução 1.4: charca ao km ; Solução 1.7: charca ao km ; Solução 1.8: charca ao km ; Solução 1.9: pequena albufeira entre o km a ; Solução 1.10: charca em linha de água ao km ; Solução 1A: charca ao km 0+950; charca ao km 1+350; Solução 1B: charca ao km 0+500; albufeira (afectação marginal) entre o km a 1+350; charca ao km 2+030; Solução 2: charca no Ramo A do Nó 5 S2; charca ao km ; Solução 4: charca ao km Em relação à afectação de estruturas de aproveitamento dos recursos hídricos subterrâneos, verifica-se, com base nos inventários de utilizações realizados (ver Anexo 38/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

41 4.4.2), que ocorrem 12 situações de afectação directa: 10 casos de destruição de poços, todos eles associados ao traçado da Solução 5 (Subdivisão 5b) e dois casos de destruição de um furo, associados ao traçado da Solução 1 (Subdivisão 1.3) e da Solução 5 (Subdivisão 5b). São directamente afectados os poços inventariados com os n.º 22, 29, 31, 32, 34, 41, 44, 70, 71 e 80 (ver ponto 3 do Anexo 4.4.2). São também directamente afectados os furos inventariados com os n.º 85 e 91 (ver ponto 3 do Anexo 4.4.2). Ente os poços afectados, seis são utilizados para rega de pequenas parcelas de terreno, alguns dos quais se encontram em mau estado de conservação. São também afectados poços com utilização desconhecida ou sem uso habitual. A destruição de poços representa um impacte negativo directo, permanente, pouco significativo no caso de poços sem uso, podendo potencialmente representar um impacte com maior significado no caso da afectação de poços utilizados para rega. No entanto o impacte relacionado com a privação de uso pode ser mitigado, tornando-se pouco significativo. As medidas de mitigação a adoptar em cada caso terão que ser articuladas com os proprietários, podendo passar pela abertura de um novo poço em local adequado, nos casos em que tal se considere pertinente. Os poços a afectar pela implantação do projecto terão que ser previamente cobertos e selados, de forma a impedir a contaminação das águas subterrâneas durante a fase de construção. Relativamente aos furos, um dos furos destruídos, situado ao km da Solução 1, é utilizado para rega. Atendendo à possibilidade de instalação de um novo furo para reposição do uso actual, considera-se pouco significativo o impacte criado. Não se tem informação relativamente ao uso do outro furo destruído, localizado ao km da Solução 5. Alem dos casos de afectação directa, há a referir também casos de poços que, encontrando-se situados na proximidade de escavações previstas, podem ser afectados na sua produtividade, devido a eventuais efeitos de rebaixamento do nível freático. Nestes casos está-se perante uma afectação indirecta. Considera-se provável a ocorrência de afectação indirecta de dois poços utilizados para rega, a 10 e 20 m de distância de taludes de escavação da Solução 5 (Subdivisão 5b). Trata-se dos poços inventariados com os nº 61 e 63 (ver ponto 3 do Anexo 4.4.2). A afectação previsível é negativa, indirecta, provável, e permanente. Admite-se que a magnitude do impacte criado seja reduzida, não havendo compromisso da utilização destes poços, sendo pouco significativo o impacte criado. No entanto, caso venha a ser escolhido o traçado da Solução 5, Subdivisão 5b, terá que proceder-se, em fase de Projecto de Execução, a uma análise detalhada destes casos, Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 39/368

42 tendo em vista o estudo da solução mais adequada para evitar, minimizar ou compensar a afectação do uso destes poços. Considera-se ainda provável a afectação indirecta de 6 poços sem uso actual (poços inventariados com os n.º 4, 54, 59, 64, 67 e 69 ver ponto 3 do Anexo 4.4.2). Estes poços encontram-se a distâncias entre 5 e 30 m de taludes de escavação da Solução 1 (Subdivisão 1.8), Solução 1A e Solução 5 (Subdivisão 5b). tratando-se de poços sem uso, a sua provável afectação indirecta representa um impacte não significativo Afectação da qualidade dos recursos hídricos Recursos Hídricos Superficiais Na avaliação dos impactes gerados na fase de construção optou-se por agrupar as acções que potenciam impactes semelhantes. Assim, os principais impactes na fase de construção resultam do conjunto das seguintes acções: Instalação, operação e desactivação dos estaleiros; Desmatação e limpeza dos terrenos, que inclui a decapagem da terra vegetal; Saneamentos dos solos nas frentes de obra; Terraplenagens e constituição da plataforma da via; Construção de viadutos; Funcionamento e circulação de veículos e máquinas nas áreas de construção e vias de acesso. Durante a fase de construção ocorrerá um predomínio do escoamento superficial em detrimento dos processos de infiltração, potenciando a acção erosiva sobre os solos. A acção erosiva, em resultado da precipitação e escorrência superficial, far-se-á sentir com maior intensidade, quando os solos se encontram desprotegidos. A grande maioria das acções de construção acima identificadas é geradora de material particulado que provoca o aumento da concentração de sólidos suspensos totais (SST) no meio receptor (linhas de água, charcas e pequenas albufeiras existentes na área de estudo). Além das partículas, os outros poluentes produzidos durante as acções de construção são os metais pesados (cádmio, cobre e zinco) e os hidrocarbonetos devido à circulação de veículos e máquinas afectos à obra e gerados pela combustão no motor, perdas de óleos dos sistemas de lubrificação e eventuais derrames acidentais de óleos e combustíveis. 40/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

43 Em termos espaciais, estas acções decorrem, principalmente, nas frentes de obra, ao longo das vias de acesso e nos estaleiros. A fracção de partículas sólidas mobilizadas pelo escoamento superficial, em conjunto com a matéria orgânica existente no solo, tem a capacidade de adsorver os metais pesados e os hidrocarbonetos. Estas escorrências, quando alcançam os sistemas lóticos e lênticos têm como principais consequências: O aumento de turbidez imediato, provocado por elevados teores de matéria em suspensão, com redução da penetração da luz solar e, consequentemente, da produtividade primária; O consequente aumento do consumo de oxigénio por parte de espécies químicas em estado de redução e pela degradação da matéria orgânica, originando baixas concentrações de oxigénio dissolvido, podendo provocar em situações muito críticas, a morte ou stress de peixes, plâncton e macroinvertebrados bentónicos. A diminuição de oxigénio e a criação de condições de anoxia podem provocar, entre outras situações, o aumento de produtividade bacteriana e da disponibilidade de nutrientes, como o azoto e o fósforo. Esta situação leva, numa segunda fase, ao aumento da produtividade primária na coluna de água, a afectação da actividade bentónica e a diminuição da capacidade autodepuradora da massa de água. Todos os fenómenos descritos aceleram o processo de eutrofização da massa de água, principalmente nos meios lênticos, já por si mais sensíveis à eutrofização; A introdução de substâncias tóxicas adsorvidas nas partículas veiculadas pelo transporte sólido ou presentes nos materiais de construção, como sejam os hidrocarbonetos e os metais pesados, ou quais podem sofrer acumulação nos sedimentos e serem absorvidos em condições propícias. De referir que os metais pesados, não sendo biodegradáveis, acumulam-se nos organismos vivos, tornando-se tóxicos a partir de determinadas concentrações. Através da cadeia alimentar podem começar por afectar a flora, indo causar danos nos diferentes níveis da cadeia trófica. Os hidrocarbonetos promovem a redução do oxigénio disponível, como consequência das reacções químicas e do aumento da actividade microbiana. Estes impactes têm maior probabilidade de ocorrência nas seguintes situações: Quando as actividades de construção se desenvolvem ao longo de linhas de água, charcas, ou pequenas albufeiras; Durante a construção de aterros na margem ou no atravessamento de uma linha de água; Durante a construção de pilares de viadutos próximos das linhas de água. De seguida avaliam-se os impactes, na fase de construção, para as soluções de traçado em estudo para o IC31. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 41/368

44 De acordo com o que foi descrito no ponto (zonas hídricas sensíveis à poluição rodoviária), com base na análise da fotografia aérea e na realização de trabalho de campo, foram identificadas apenas três zonas hídricas sensíveis à poluição rodoviária na área de estudo deste projecto. As três situações identificadas são as seguintes: Zona hídrica sensível 1 - Na Solução 1.9, ao km , uma charca restabelecida pela PH 1-83; Zona hídrica sensível 2 - Na Solução 1B, a cerca do km 1+300, uma pequena albufeira restabelecida pela PH 1B - 2; Zona hídrica sensível 3 - Na Solução 5b, ao km , uma charca restabelecida pela PH Nas zonas hídricas sensíveis identificadas, a adopção das medidas de minimização propostas (a incorporar no Projecto de Execução) irá reduzir os impactes na qualidade da água. As soluções de traçado em estudo para o IC31 atravessam as seguintes linhas de água principais (Quadro 6.4.1): Linha de água Quadro Principais linhas de água atravessadas pelas soluções de traçado em estudo para o IC31 ribª da Líria S1.2 (2+780); S1B (1+350) ribª de Alcains S1.2 (5+210) Local da travessia (km) Rio Ponsul S1.9 (41+400); S5b (44+930); S6 (43+000) ribª da Ribeirinha S1.2 (6+930); S1B (4+220) ribª de Alpreade S1.3 (13+080); S1B (10+230); S2 (13+080) ribª de Ronções S1B (7+390) ribª de Oledo S1.3 (20+400); S2 (18+535) ribª Nave Grande S1.3 (17+620); S2 (17+660) Rio Torto S1.6 (24+910); S3.2 (24+850); S4 (24+530); S5a (25+800); S5.1 (26+325) ribª Mourisco S1.6 (27+420); S1C (27+420); S3.2 (27+430); S5b (31+105) ribª do Pessegueiro S1.7 (30+140); S1C (30+135) ribª de Rio de Moinhos S1.7 (31+410); S1C (31+370) ribª da Monsatela S5b (34+070) ribª do Amial S1.8 (37+920); S5b (38+560) ribª da Moita S5b (40+055) ribª da Figueira S1.9 (39+660); S5b (41+520); S6 (39+775) 42/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

45 Linha de água Local da travessia (km) ribª de Canelas S1.9 (44+260); S1.9 (44+600); S1.9 (44+940) ribª do Urgueiral S5c (46+995) ribª do Sargento S1.10 (46+420); S5c (48+860); S7 (46+445) ribª das Canas S1.10 (47+025); S5c (49+430); S7 (46+940) ribª das Tapadas S1.11 (53+935); S5d (55+460); S5d (56+560) É de salientar que nenhuma das linhas de água atravessadas foi considerada como zona sensível. Relativamente à albufeira de Penha Garcia, que é utilizada para consumo humano, tendo em conta que se localiza a 1600 m a montante do traçado, não ocorrem quaisquer impactes decorrentes da fase de construção do projecto nesta albufeira. Das linhas de água principais, apresentadas no Quadro 6.4.1, são atravessadas por viaduto as seguintes: rib.ª de Alpreade - S1.3 (13+080); S1B (10+230); S2 (13+080); Rio Torto - S1.6 (24+910); S3.2 (24+850); S4 (24+530); S5a (25+800); S5.1 (26+325); rib.ª de Rio de Moinhos - S1.7 (31+410); S1C (31+370); Rio Ponsul - S1.9 (41+400); S5b (44+930); S6 (43+000). De modo a minimizar os impactes decorrentes da construção dos viadutos acima referidos, nenhum dos pilares destes deverão ser implantados dentro do leito destas linhas de água. Em relação às restantes linhas de água, face à sua dimensão, serão todas restabelecidas por PH. Das linhas de água principais, apresentadas no Quadro 6.4.1, que associam aterros de maior altura (superiores a 10 m), merecem especiais cuidados: a ribeira de Oledo (no atravessamento da Solução 2, km ); a ribeira de Mourisco (no atravessamento da Solução 1.6, km , no atravessamento da Solução 1C, km , no atravessamento da Solução 3.2, km e no atravessamento da Solução 5b, km ); a ribeira do Pessegueiro (no atravessamento da Solução 1.7, km e no atravessamento da Solução 1C, km ); Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 43/368

46 a ribeira da Figueira (no atravessamento da Solução 1.9, km ); a ribeira de Canelas (no atravessamento da Solução 1.9, km ); a ribeira das Tapadas (no atravessamento da Solução 1.10, km , no atravessamento da Solução 5d, km e no atravessamento da Solução 5d, km ). É ainda de referir, o trecho em aterro (com mais de 10 m de altura) localizado entre o km e o km , junto da margem direita do rio Torto (ou ribeira das Taliscas) que deverá também merecer especial cuidado durante a fase de construção. Das restantes linhas de água atravessadas, que também associam aterros de maior altura (superiores a 10 m), merecem ainda especiais cuidados: as linhas de água restabelecidas pelas PH 1.46 (km , afluente da ribeira de Mourisco), PH 1.53 (km ), PH 1.54 (km ), PH 1.55 (km ), PH 1.59 (km ), PH 1.71 (km ), PH 1.72 (km ), PH 1.95 (km ), PH 1.96 (km ), PH 1.99 (km ), PH (km ), PH (km ), PH (km ), PH (km , ribeira do Toco), PH (km ), PH (km , afluente da ribeira das Tapadas); a linha de água restabelecida pela PH 1B-3 (km 2+305); as linhas de água restabelecidas pelas PH 1C-5 (km ), PH 1C-6 (km ), PH 1C-7 (km ), PH 1C-10 (km ); a linha de água restabelecida pela PH 2-13 (km ); as linhas de água restabelecidas pelas PH 3-2 (km ), PH 3-3 (km ), PH 3-4 (km ), PH 3-5 (km ); a linha de água restabelecida pela PH 4-2 (km ); PH 5-3 (km , afluente do rio Torto (ou ribeira das Taliscas)), PH 5-14 (km ), PH 5-75 (km , afluente da ribeira das Tapadas); as linhas de água restabelecidas pelas PH (km ) e PH (km ). Nas situações acima descritas, a adopção de medidas de minimização para a fase de construção irá reduzir os impactes na qualidade da água. Em síntese, e tendo em conta que os impactes identificados são passíveis de minimização, não se prevêem alterações significativas na qualidade das linhas de água, charcas e 44/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

47 pequenas albufeiras durante a construção do IC31, pelo que a eventual afectação da qualidade dos recursos hídricos superficiais, nesta fase, não constitui um aspecto diferenciador das soluções alternativas em estudo para o traçado do IC31. Assim, independentemente da solução seleccionada, os impactes serão negativos, directos, temporários, incertos, localizados, reversíveis e passíveis de minimização, tratando-se de impactes pouco significativos. Para além das actividades enumeradas anteriormente, importa ainda referir duas situações distintas: Eventuais derrames acidentais de hidrocarbonetos e material particulado resultantes da circulação, manuseamento, manutenção e lavagem de máquinas (onde se incluem as auto-betoneiras) nas frentes de obra, ao longo dos acessos e nos estaleiros. Os impactes provocados são muito idênticos aos descritos anteriormente com a diferença de serem mais localizados, mas provocarem mais rápidas e maiores alterações na qualidade da água e, por isso, mais significativos; Não foi considerada como acção geradora de impactes a produção de efluentes domésticos nas instalações sanitárias dos estaleiros de obra. Este facto justifica-se pela ausência da definição da localização dos estaleiros e das medidas que frequentemente são adoptadas para minimizar os impactes decorrentes da sua operação, nomeadamente, a construção de fossas sépticas estanques e envio das águas residuais para uma ETAR ou a ligação das instalações sanitárias à rede de saneamento local. Qualquer uma destas medidas diminui o risco de impacte negativo para um significado muito próximo do nulo. Recursos Hídricos Subterrâneos As acções de construção que potenciam impactes negativos nos recursos hídricos subterrâneos são idênticas às apresentadas para os recursos hídricos superficiais. Tal como foi referido para as águas superficiais, estas acções de construção são responsáveis pela produção de partículas, hidrocarbonetos e metais pesados. Embora a exposição prolongada de grandes superfícies de solo aumente o escoamento superficial, nos locais de menor declive a probabilidade de infiltração destes poluentes é real. O grau de contaminação dos aquíferos depende, em grande parte, dos processos de transporte de poluentes em meio subterrâneo, nomeadamente, das propriedades físicas, químicas e biológicas dos poluentes e das características do solo. No caso dos metais pesados, quando presentes no solo, podem formar complexos (absorção com partículas sólidas e matéria orgânica). A formação de complexos retarda a sua dispersão no meio, nomeadamente, a sua migração até aos aquíferos. Contudo, se a quantidade de metais pesados atingir níveis de saturação, ou se ocorrerem mudanças físico-químicas (por ex. do ph), a capacidade de absorção do solo altera-se, podendo ocorrer uma solubilização de metais anteriormente associados a partículas e a sua consequente lixiviação para as águas subterrâneas. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 45/368

48 Atingindo os aquíferos, os metais pesados não são degradáveis, acumulando-se na massa de água. Após a sua ingestão acumulam-se nos organismos vivos, tornando-se tóxicos a partir de determinadas concentrações. Através da cadeia alimentar podem começar por afectar as plantas, indo causar danos nos diferentes níveis da cadeia trófica. Os hidrocarbonetos, além de não serem conservativos (podem ser alterados pelas condições do subsolo), são mais facilmente lixiviados. A luz solar e a presença de oxigénio provocam reacções químicas nas moléculas tornando-as mais perigosas do ponto de vista ambiental. Ao contrário dos metais pesados, não são adsorvidos pelas partículas minerais, mas unicamente pelos substratos orgânicos. Deste modo, os factores condicionantes da sua mobilidade são a matéria orgânica e os microrganismos (por ex. bactérias), dependendo do tipo de solo em que se encontram. A presença de hidrocarbonetos no solo promove ainda a redução de oxigénio disponível, como consequência das reacções químicas e da actividade microbiana, esta reacção altera a estabilidade química e física do solo, aumentando a solubilidade e mobilidade de alguns metais, dos quais se destacam o ferro. Em síntese, tal como nas águas superficiais, as partículas sólidas (minerais e orgânicas) são o veículo condutor dos poluentes emitidos pelas actividades de construção para o meio ambiente. O tipo de solos, e em particular a sua vulnerabilidade à poluição, têm uma importância vital no grau de afectação da qualidade das águas subterrâneas. A avaliação dos impactes está, tal como nos recursos superficiais, dependente da presença de zonas sensíveis à poluição hídrica que, para os traçados do IC31 em estudo, se desenvolvem, devido à presença de áreas de máxima infiltração, nas seguintes soluções (conforme se descreveu no ponto ): Solução 1: Zona hídrica sensível 4 - Aproximadamente entre o km e o km da Solução 1.3; Zona hídrica sensível 5 - Aproximadamente entre o km e o km da Solução 1.9. Solução 2: Zona hídrica sensível 6 - Aproximadamente entre o km e o km ; Zona hídrica sensível 7 - Aproximadamente entre o km e o km Solução 5: Zona hídrica sensível 8 - Aproximadamente entre o km e o km da Solução 5b; 46/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

49 Zona hídrica sensível 9 - Aproximadamente entre o km e o km da Solução 5b; Zona hídrica sensível 10 - Aproximadamente entre o km e o km da Solução 5b; Zona hídrica sensível 11 - Aproximadamente entre o km e o km da Solução 5b; Zona hídrica sensível 12 - Aproximadamente entre o km e o km da Solução 5d. Solução 6: Zona hídrica sensível 13 - Aproximadamente entre o km e o km Nas zonas hídricas sensíveis identificadas, a adopção das medidas de minimização propostas (a incorporar no Projecto de Execução) irá reduzir os impactes na qualidade da água. Conforme referido no ponto , no que se refere aos sistemas aquíferos, de acordo com o Plano de Bacia Hidrográfica (PBH) do Rio Tejo, grande parte dos traçados em estudo do IC31 atravessam aquíferos em rochas fissuradas, de vulnerabilidade Baixa e Variável. No final do traçado são atravessados aquíferos em sedimentos não consolidados sem ligação hidráulica com a água superficial, de vulnerabilidade Média. Desta forma, tendo em conta que não serão atravessadas zonas de elevada vulnerabilidade dos sistemas aquíferos não são expectáveis impactes significativos. Os impactes descritos serão, independentemente da solução de traçado do IC31 seleccionada, negativos, directos e indirectos, temporários, incertos, localizados, reversíveis e passíveis de minimização, pouco significativos, mesmo para o caso de afectação de áreas sensíveis. Não foi incluída, como acção geradora de impactes, a produção de efluentes domésticos nas instalações sanitárias dos estaleiros de obra. Este facto justifica-se pela ausência de definição da localização dos estaleiros e, principalmente, das medidas que frequentemente são adoptadas para minimizar os seus impactes, nomeadamente, a construção de fossas sépticas estanques e o envio das águas residuais para uma ETAR ou a ligação das instalações sanitárias à rede de saneamento básico local. Qualquer uma destas medidas diminui o risco de impacte negativo para valores muito próximos do nulo. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 47/368

50 Fase de exploração Impactes relacionados com a presença da via De um modo geral os impactes criados pelo projecto nos recursos hídricos superficiais durante a fase de exploração são negativos, directos e certos mas pouco significativos. A presença de superfícies impermeabilizadas, constituídas pelo pavimento da nova via em estudo, irá afectar os processos infiltração, dado que diminui a infiltração em benefício do escoamento superficial. Este impacte iniciado durante a fase de construção tem carácter permanente, manifestando-se durante a fase de exploração. Naturalmente haverá uma tendência para um acréscimo geral nos caudais actuais das linhas de água a jusante do traçado, pelo facto de parte das suas bacias hidrográficas passarem a possuir um coeficiente de escoamento superior ao actual. O acréscimo verificado será, no entanto muito pouco expressivo, na generalidade dos casos. Estão previstos viadutos no atravessamento da ribeira de Alpreade (Soluções 1, 1B e 2), rio Torto (Soluções 1, 3, 4, 5 e 5.1), ribeira de Rio de Moinhos (Soluções 1 e 1C), ribeira do amial (Solução 1) e rio Ponsul (Soluções 1, 5 e 6). As linhas de água intersectadas pela via, que não são atravessadas por viaduto, serão restabelecidas por meio de passagens hidráulicas (PH). De um modo geral são adequadas as localizações e dimensões das PH propostas. No cálculo do caudal de dimensionamento, procedeu-se à aplicação da fórmula racional, tendose considerado, para todas as secções, um período de retorno de 100 anos, o que se considera adequado. No cálculo, considerou-se um valor de 0,6 para o coeficiente C, atribuído de forma conservativa, o que se considera adequado. Todas as PH projectadas de raiz apresentam diâmetro igual ou superior a 1 m, o que se apresenta conveniente, já que 1 m é o diâmetro mínimo que permite a sua desobstrução e limpeza (Telhado, 1995). Em todos os casos prevêem-se PH de secção única (circular ou rectangular), o que se considera adequado, dado que PH multi-seccionadas apresentam riscos acrescidos de acumulação de detritos junto à sua entrada. Nos troços onde se prevê sobreposição da actual EN239 (em parte da Solução 5) o projecto prevê a criação de novas passagens hidráulicas adequadas à largura dos novos aterros e de acordo com os critérios de dimensionamento hidráulico considerados para todo o projecto. De um modo geral as PH seguem a directriz natural das linhas de água, não se verificando a ocorrência de mudanças bruscas de direcção nos cursos de água naturais. 48/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

51 A menor resistência do escoamento no interior das passagens hidráulicas contribui para um acréscimo da velocidade à saída das PH, o que favorece a ocorrência de riscos de erosão do leito a jusante. Trata-se porém de um impacte que pode ser mimimizado pela inclusão de dispositivos que permitam a dissipação da energia do escoamento, devendo este aspecto ser considerado em fase de projecto de execução. Cruzando a cartografia do projecto com a delimitação das áreas ameaçadas pelas cheias definidas nas Cartas de Reserva Ecológica dos concelhos de Castelo Branco e Idanha-a- Nova, (ver Anexo 3.4.1), verifica-se que, apesar de se preverem passagens hidráulicas dimensionadas para cheias com período de retorno de 100 anos, encontram-se, pontualmente, trechos em aterro que se desenvolvem dentro de leito de cheia. Estas situações representam a introdução de obstáculos transversais que constituem estrangulamentos locais ao escoamento em períodos de cheia, podendo causar regolfos para montante que não devem, porém, assumir expressão significativa. Não se considera a criação de novos impactes nos casos em que o previsto desenvolvimento de aterro em área de leito de cheia corresponde ao local de um aterro já existente da EN239, situação que se verifica sensivelmente entre o km a e km a da Solução 5b. Assim, face ao anteriormente exposto, há a considerar as seguintes situações de introdução de um novo aterro em área de leito de cheia: Solução 1.3: cerca do km a (baixa da ribeira de Oledo); Solução 1.9: cerca do km a (baixa da ribª da Figueira); Solução 2: cerca do km a (baixa de afluente da ribª de Oledo); Solução 6: cerca do km a (baixa da rib.ª da Figueira). Nos trechos referidos considera-se a ocorrência de impactes negativos, directos, temporários (em períodos de cheia), certos, localizados, irreversíveis, de magnitude reduzida e pouco significativos. De referir ainda o caso particular do aterro da Solução 1B que entre o km a se sobrepõe marginalmente ao regolfo de montante de uma pequena albufeira na cabeceira da ribeira da Líria. Trata-se de uma situação em que, devido ao facto de se tratar de uma albufeira, a presença de água junto ao aterro será mais frequente que em outras áreas de leito de cheia. Caso esta solução venha a ser adoptada, a situação referida deve ser alvo de estudo detalhado em fase de Projecto de Execução. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 49/368

52 Impactes relacionados com a afectação da qualidade dos recursos hídricos Metodologia A avaliação dos impactes na qualidade dos recursos hídricos durante a fase de exploração é baseada na previsão das concentrações de determinados poluentes nas águas de escorrência do futuro IC31 e no cálculo da concentração desses poluentes no meio hídrico receptor após mistura completa. Assim, foi necessário estimar as concentrações de poluentes típicos deste tipo de escorrências através de um modelo matemático, o qual compreendeu o cálculo das cargas poluentes (CP), das concentrações médias do local de descarga (CML) e das concentrações dos poluentes após a mistura completa no meio hídrico receptor (CPM). Para o cálculo das CP e das CML recorreu-se a um modelo desenvolvido por Driver & Tasker, cujos pressupostos, fundamentos, dados base e resultados obtidos apresentam-se no Anexo A metodologia para o cálculo das CPM e os resultados obtidos apresentamse também no Anexo Em síntese, a avaliação desenvolvida baseou-se na seguinte abordagem metodológica: Estimativa dos caudais de escorrência da via e dos caudais de diluição; Estimativa da carga poluente das águas de escorrência para os indicadores de poluição rodoviários mais utilizados a nível nacional (sólidos suspensos totais e os metais pesados zinco e cobre); Estimativa das concentrações médias de cada poluente nos locais de descarga; Estimativa da concentração dos poluentes após a mistura completa nos cursos de água receptores; Avaliação do impacte no meio receptor por comparação com os valores legais em vigor, tendo em conta a sensibilidade do meio e dos principais usos identificados. Enquadramento legal A legislação aplicável à protecção da qualidade dos meios hídricos e à melhoria da qualidade das águas, em função dos seus principais usos, é estabelecida pelo Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto. Neste diploma são fixadas as características mínimas de qualidade a que uma água deve obedecer em função do seu tipo de utilização. Neste estudo, as normas que possibilitam uma avaliação qualitativa de impactes são as referentes aos objectivos ambientais de qualidade mínima (dado que os impactes do projecto não se localizam nos pontos de captação de água para consumo humano), à 50/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

53 utilização de água para rega e à descarga de águas residuais (neste caso águas de escorrência de vias rodoviárias) no meio aquático ou no solo. É de referir que, na ausência de normas de descarga específicas para os efluentes líquidos de infra-estruturas rodoviárias na legislação nacional, consideraram-se os valores limite de emissão (VLE) na descarga de águas residuais constantes no Anexo XVIII do Decreto-Lei nº236/98, de 1 de Agosto. Para os poluentes com interesse para esta avaliação, apresentam-se nos Quadros e os valores máximos admissíveis (VMA) e/ou máximos recomendáveis (VMR) estipulados no referido Decreto-Lei. No Quadro figuram os limites de emissão na descarga de águas residuais. Quadro Objectivos ambientais de qualidade mínima Poluente VMA Zinco (mg/l) 0,5 Cobre (mg/l) 0,1 Fonte: Anexo XXI do Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto Quadro Qualidade das águas destinadas à rega Poluente VMR VMA Observações Zinco (mg/l) 2,0 10,0 Cobre (mg/l) 0,2 5,0 Sólidos Suspensos Totais (mg/l) 60 - Tóxico para diversas culturas numa gama ampla, toxicidade reduzida a ph>6,0 e solos de textura fina ou de solos orgânicos. Tóxico em soluções nutritivas com concentrações entre 0,1mg/L e 1mg/L para diversas culturas. Concentrações elevadas poderão ocasionar colmatação em solos e assoreamento nas redes de rega, bem como entupimentos nos sistemas de rega gota-a-gota e aspersão, neste último sistema de rega a água poderá provocar depósitos sobre as folhas e frutos. Fonte: Anexo XVI do Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 51/368

54 Quadro Valores limite de emissão na descarga de águas residuais Poluente VLE (1) Zinco (2) (mg/l) 5,0 Cobre total (mg/l) 1,0 Sólidos Suspensos Totais (mg/l) 60 Fonte: Anexo XVIII do Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto (1) - Valor limite de emissão, entendido como média aritmética das médias diárias referentes aos dias da laboração de um mês, que não deve ser excedido. O valor diário, determinado com base numa amostra representativa da água residual descarregada durante um período de horas, não poderá exceder o dobro do valor médio mensal. (2) - Com a revogação do Decreto-Lei n.º 74/90, de 7 de Março, as normas referentes ao zinco e hidrocarbonetos totais não foram incluídas no Anexo XVIII do DL 236/98. O valor refere-se ao VMA do Decreto-Lei n.º 74/90. Por último, o regime jurídico dos recursos hidrominerais foi instituído pelo Decreto-Lei nº 90/90, de 16 de Março, no qual se prevê a figura do perímetro de protecção, constituído por três zonas: a zona imediata, a zona intermédia e a zona alargada. Segundo o artigo 42º, na zona imediata são absolutamente proibidas: a utilização de adubos orgânicos ou químicos, a utilização de fitosanitários e o despejo de detritos, desperdícios ou constituição de lixeiras. São relativamente proibidas (podendo ser autorizadas pelas entidades competentes) as construções, sondagens, trabalhos subterrâneos, aterros e outras operações que impliquem modificações de terreno, bem como a condução, tratamento e recolha de esgotos. São actividades condicionadas a prévia autorização das entidades competentes, o corte de árvores e arbustos, a destruição de plantações e a demolição de construções de qualquer espécie. Na zona intermédia (artigo 43º) são relativamente proibidas (podendo ser autorizadas pelas entidades competentes) as actividades referidas para a zona imediata se da sua prática, comprovadamente, não resultar interferência no recurso ou dano para a exploração. Destacando-se do estabelecido para a zona imediata, o regime da zona intermédia não comporta proibições absolutas. Na zona alargada (artigo 44º) não existem, à partida, actividades proibidas ou condicionadas como efeito directo ou automático da delimitação do perímetro de protecção. Algumas das actividades enumeradas anteriormente podem ser proibidas, por despacho ministrial, quando representem riscos de interferência ou contaminação para o recurso. 52/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

55 Recursos Hídricos Superficiais Na fase de exploração, a afectação dos recursos hídricos superficiais ocorre após a descarga, em meio hídrico, das águas de escorrência. As águas de escorrência de estradas podem provocar impactes nas águas superficiais tanto em ocorrências habituais (cargas poluentes acumuladas no pavimento), como em ocorrências pontuais ou extraordinárias, como são o caso das actividades de manutenção da via e taludes ou em eventuais derrames acidentais, geralmente na sequência de acidentes de viação. A avaliação efectuada neste estudo centrou-se nas ocorrências habituais, não só porque são mais facilmente quantificáveis, como também a sua probabilidade de ocorrência é bastante superior. Esta será a principal actividade geradora de impactes, sobre a qual se recorreu a um modelo de simulação para a previsão das concentrações de poluentes presentes nas águas de escorrência e no meio hídrico, após a sua mistura completa. A metodologia adoptada para o cálculo das concentrações corresponde ao modelo Driver & Tasker (1990) adaptado para o território nacional. O modelo seleccionado teve em consideração as premissas indicadas no Relatório Final da Avaliação e Gestão das Águas de Escorrência de Estradas (LNEC, 2006): O Estudo Prévio e o Projecto de Execução não apresentam diferenças na estimativa da qualidade das águas de escorrência da estrada; o que se altera é o nível da avaliação de impactes ambientais; O modelo deverá apresentar as suas previsões em termos de concentrações médias no local e cargas poluentes; O modelo não deverá utilizar factores de emissão de poluentes presentes na literatura sem efectuar uma avaliação crítica da adequabilidade destes para a situação portuguesa; O modelo de previsão não deverá estimar unicamente uma concentração máxima, originada num evento, o qual ocorrerá num número reduzido de vezes, não representando o tipo de problema que se pretende avaliar. É de referir que, tratando-se de um estudo prévio, não se encontra disponível o projecto de drenagem. Deste modo, os locais de descarga considerados coincidem com o atravessamento de linhas de água ou passagens hidráulicas e onde a extensão da plataforma drenada em cada local foi definida de acordo com o perfil longitudinal do traçado. No Anexo descrevem-se os pressupostos, fundamentos e dados de base do modelo Driver & Tasker. Neste anexo apresenta-se a identificação e localização (km de cada solução em estudo) de todos os locais de descarga das águas de escorrência da via. Neste anexo, no Quadro 3.1, apresentam-se ainda os resultados obtidos, respectivamente, para a carga poluente (CP), para a concentração média por local de descarga (CML) e para Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 53/368

56 a concentração após mistura completa com o meio hídrico receptor (CPM), para todos os locais de descarga, para as soluções de traçado do IC31 em estudo (Solução 1, Solução 1A, Solução 1B, Solução 1C, Solução 2, Solução 3, Solução 4, Solução 5, Solução 5.1, Solução 6 e Solução 7). É de referir que a avaliação realizada terá necessariamente de ser interpretada com o devido factor de incerteza não só por se tratar da interpretação de dados provenientes de uma modelação, mas porque o modelo existente para o território português não está ainda devidamente validado com um maior número de monitorizações e casos de estudo. No Quadro apresenta-se uma síntese dos resultados obtidos, correspondente à variação prevista das CML para cada uma das soluções de traçado do IC31 em estudo (Solução 1, Solução 1A, Solução 1B, Solução 1C, Solução 2, Solução 3, Solução 4, Solução 5, Solução 5.1, Solução 6 e Solução 7). Quadro Previsão da variação das CML por tipo de poluente CML Solução Mínimo Máximo Mínimo Máximo Mínimo Máximo SST (mg/l) Zn (mg/l) Cu (mg/l) 1 8,6 38,6 0,22 0,37 0,007 0,071 1A 9,2 41,9 0,22 0,39 0,007 0,088 1B 9,3 23,3 0,22 0,28 0,007 0,023 1C 11,8 18,7 0,22 0,30 0,009 0, ,6 21,5 0,22 0,29 0,008 0, ,0 26,9 0,23 0,27 0,008 0, ,7 15,9 0,22 0,26 0,008 0, ,4 24,0 0,22 0,32 0,007 0, ,1 35,4 0,22 0,32 0,008 0, ,4 20,1 0,22 0,31 0,008 0, ,3 24,3 0,25 0,31 0,014 0,034 No Quadro apresenta-se uma síntese dos resultados obtidos, correspondente à variação prevista das concentrações após mistura completa com o meio hídrico receptor (CPM) para cada para cada uma das soluções de traçado do IC31 em estudo (Solução 1, Solução 1A, Solução 1B, Solução 1C, Solução 2, Solução 3, Solução 4, Solução 5, Solução 5.1, Solução 6 e Solução 7). 54/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

57 Quadro Previsão da variação das CPM por tipo de poluente CPM Solução Mínimo Máximo Mínimo Máximo Mínimo Máximo SST (mg/l) Zn (mg/l) Cu (mg/l) 1 8,6 33,2 0,04 0,32 0,007 0,045 1A 9,2 27,6 0,21 0,23 0,007 0,053 1B 9,3 22,8 0,04 0,27 0,007 0,023 1C 11,4 18,6 0,14 0,29 0,010 0, ,6 21,4 0,04 0,28 0,008 0, ,0 26,0 0,04 0,26 0,008 0, ,5 15,8 0,07 0,25 0,010 0, ,4 23,9 0,07 0,31 0,007 0, ,6 32,1 0,06 0,28 0,008 0, ,5 18,9 0,15 0,28 0,009 0, ,3 23,1 0,22 0,29 0,014 0,032 De forma a validar a sua representatividade os resultados das CML foram comparados com os registos obtidos nas monitorizações efectuadas em estradas nacionais (A1, A2, A6, IP5 e IP4), no âmbito do estudo Águas de Escorrência de Estradas Sistemas para Minimização de Impactes (LNEC, 2004), os quais se apresentam no Quadro CML (mg/l) Quadro Comparação dos resultados (CML) obtidos para as soluções em estudo do IC31 com registos de monitorizações em estradas nacionais Registos de monitorizações em estradas nacionais Resultados obtidos no modelo para o IC31 A1 A2 A6 IP5 IP4 Média Mínimo Máximo Média SST 84,5 7,4 19,6 14,7 8,1 32,9 8,4 41,9 16,1 Zn 0,159 0,208 0,346 0,205 0,308 0,245 0,22 0,39 0,26 Cu 0,034 0,033 0,008 0,014 0,024 0,023 0,007 0,088 0,016 Fonte: LNEC, 2004 Os resultados apresentados no quadro anterior mostram que a aplicação do modelo simplificado Driver & Tasker reproduz, de forma aceitável, a concentração de poluentes em águas de escorrência em estradas no território nacional. Da análise dos resultados obtidos, correspondentes à variação prevista das CML para cada uma das soluções de traçado do IC31 em estudo, que se encontram sintetizados no Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 55/368

58 Quadro apresentado anteriormente, verifica-se que, para todas as soluções alternativas em análise, as CML, dos SST, zinco e cobre, cumprem sempre os respectivos valores legais aplicáveis, estabelecidos no Anexo XVIII (Valores limite de emissão na descarga de águas residuais) e no Anexo XVI (Qualidade das águas destinadas à rega) do Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto. Analogamente, relativamente às CPM dos três poluentes considerados, cujos resultados obtidos se encontram sintetizados no Quadro apresentado anteriormente, verifica-se que, para todas as soluções alternativas em análise, se cumprem também, para todas as linhas de água, os valores normativos estabelecidos no Anexo XXI (Objectivos ambientais de qualidade mínima) e no Anexo XVI (Qualidade das águas destinadas à rega) do Decreto- Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto. Tal como se refere na metodologia, a avaliação dos impactes na qualidade das águas superficiais tem por base a comparação dos resultados obtidos na simulação de qualidade das águas de escorrência da estrada com os limites legais em vigor, tendo em conta a sensibilidade do meio hídrico receptor. Segundo LNEC, 2006, as zonas hídricas sensíveis são áreas a proteger, para onde não se devem fazer descargas directas de águas de escorrência de estradas, pelo que o projecto da estrada deve desde logo evitar a sua afectação. Existem, no entanto, situações em que não é possível evitar tais descargas, devendo nesses casos avaliar-se a pertinência de implementar sistemas de tratamento adequados, face às estimativas previstas, promovendo a diminuição da poluição para níveis aceitáveis antes da descarga. De acordo com o que foi descrito no ponto (zonas hídricas sensíveis à poluição rodoviária), com base na análise da fotografia aérea e na realização de trabalho de campo, foram identificadas apenas três zonas hídricas sensíveis à poluição rodoviária na área de estudo deste projecto. As três zonas hídricas sensíveis identificadas devem essa classificação ao facto de serem sistemas de retenção de água de pequena dimensão e por esse motivo, terem limitada capacidade auto depuradora face à poluição cumulativa de metais pesados. As três situações identificadas são as seguintes: Zona hídrica sensível 1 - Na Solução 1.9, ao km , uma charca restabelecida pela PH 1-83; Zona hídrica sensível 2 - Na Solução 1B, a cerca do km 1+300, uma pequena albufeira restabelecida pela PH 1B - 2; Zona hídrica sensível 3 - Na Solução 5b, ao km , uma charca restabelecida pela PH Tratando-se de um estudo prévio, onde ainda não se encontra disponível o projecto de drenagem, os locais de descarga seleccionados coincidem com linhas de água e passagens hidráulicas. 56/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

59 Para as zonas sensíveis identificadas, propõe-se (a avaliar em Fase de Projecto de Execução) que a descarga seja efectuada: Zona hídrica sensível 1 - na PH 1-82 (km ); Zona hídrica sensível 2 - na PH 1B-1 (km 0+115); Zona hídrica sensível 3 - na PH 5-27(km ). É de salientar que os valores de concentração previstos para as águas de escorrência, para os três poluentes considerados, cumprem integralmente os respectivos valores legais aplicáveis. A avaliação a efectuar na Fase de Projecto de Execução irá determinar a necessidade ou não de construção de sistemas de retenção para o tratamento das águas de escorrência da plataforma. Relativamente à albufeira de Penha Garcia, que é utilizada para consumo humano, tendo em conta que se localiza a 1600 m a montante do traçado, não ocorrem quaisquer impactes decorrentes da fase de exploração do projecto nesta albufeira. Sendo assim, os impactes nos recursos hídricos superficiais dos traçados do IC31 em estudo classificam-se como negativos, mas de magnitude reduzida, pouco significativos e localizados, não afectando a utilização actual e futura desde recurso, pelo que a eventual afectação da qualidade dos recursos hídricos superficiais, nesta fase, não constitui um aspecto diferenciador das soluções alternativas em estudo para o traçado do IC31. Face aos valores previstos para as águas de escorrência das soluções de traçado do IC31 em estudo, considera-se que os impactes na qualidade da água superficial serão idênticos aos descritos, independentemente da solução adoptada. Recursos Hídricos Subterrâneos Na fase de exploração, tal como foi referido para as águas superficiais, a afectação dos recursos hídricos subterrâneos ocorre após a descarga das águas de escorrência nos solos e linhas de água. No entanto, no caso das águas subterrâneas a avaliação de impactes ambientais está também dependente dos processos de transporte e de transformação que os poluentes possam sofrer no ambiente. Os dois elementos básicos que afectam o transporte de poluentes no subsolo são as características físicas e químicas do meio e as propriedades dos poluentes. A permeabilidade e a vulnerabilidade à poluição dos aquíferos das formações geológicas atravessadas constituem aspectos que estão relacionados entre si, dado que a elevada permeabilidade de uma formação geológica torna os aquíferos existentes mais vulneráveis à poluição, devido à facilidade com que as substâncias poluentes, após a dissolução em água, Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 57/368

60 podem infiltrar-se e poluir as águas subterrâneas. A vulnerabilidade à poluição relaciona-se, igualmente, com a profundidade do nível freático, já que, quanto mais próximo da superfície se localizar o aquífero, menor e o trajecto das águas de decorrência, e menor a possibilidade de ocorrerem processos de depuração e dispersão no meio natural. No caso da implantação de uma rodovia, quanto mais elevada for a permeabilidade das formações geológicas atravessadas e quanto maior for a extensão da superfície impermeabilizada, mais significativos serão os impactes na afectação da recarga de aquíferos. De igual modo, quanto maior for a vulnerabilidade à poluição, mais notáveis serão os impactes na qualidade das águas subterrâneas, devido ao aumento do risco de poluição provocado pelo funcionamento da via. Este facto é ainda agravado por se verificar que os aquíferos mais permeáveis e vulneráveis, são geralmente também os que apresentam maior produtividade média e apresentam maior interesse de exploração. A área de implantação do traçado enquadra-se num ambiente hidrogeológico heterogéneo, constituído por formações de rochas cristalinas granitos e xistos processando-se o escoamento através de fissuras, fracturas e falhas com densidades e dimensões muito variáveis e por depósitos alucinares e de terraços fluviais, ao longo dos vales das principais linhas de água. Tendo em consideração a descrição geral das condições hidrogeológicas na área de estudo apresentada no ponto é possível concluir que as soluções alternativas em estudo para o traçado do lc31 não colidem com nenhum sistema aquífero importante ou vulnerável. A sua construção não será em princípio susceptível de provocar modificações assinaláveis das condições de recarga ou contaminação em larga escala dos escassos recursos hídricos subterrâneos associados as rochas granitóides e xistosas. No sector de maior vulnerabilidade, entre Penha Garcia e as Termas de Monfortinho, as soluções alternativas em estudo para o traçado do lc31 desenvolvem-se apenas sobre as formações do Complexo Xisto-Grauváquico e dos depósitos de vertente do flanco sudoeste da Serra de Penha Garcia. Na sua parte terminal o traçado desenvolve-se sobre os depósitos da cobertura terciária dos conglomerados) e da Formação de Monfortinho (conglomerados e quartzarenitos avermelhados). Os perímetros de protecção das Termas de Monfortinho foram definidos de forma a preservar a zona de descarga do aquífero, entre o rio Erges e o cavalgamento de Monfortinho (perímetro imediato e intermédio) bem como toda a área de recarga do circuito hidrotermal, correspondente às cristas quartzíticas entre Monfortinho e Penha Garcia (perímetro alargado). A zona de protecção imediata ocupa uma área de 3,85 ha, correspondente à Fonte Santa onde se localizam as nascentes das Espanholas, os balneários e os 4 furos de captação que reforçam o abastecimento termal. 58/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

61 A zona de protecção intermédia ocupa uma área de 222,78 ha, correspondente à área do Rio Ergues até ao cavalgamento de Monfortinho. A zona de protecção alargada, com 528,86 ha, corresponde à área do cavalgamento de Monfortinho até Penha Garcia. Pela análise da Figura 4.4.3, apresentada anteriormente, e do Desenho 120-EP Condicionantes, constata-se que há uma margem mínima de 550 metros entre o traçado da Solução 5d, ao km e o limite do perímetro de protecção alargado. Em todas as soluções de traçado em estudo a distância ao perímetro de protecção alargado é sempre superior. Deste modo, constata-se que em nenhuma parte das soluções de traçado em estudo há interferência com as áreas de defesa definidas nos perímetros de protecção das Termas de Monfortinho nem é previsível qualquer interferência do projecto no circuito hidrogeológico da área de estudo. A CML é o parâmetro mais importante para a avaliação dos impactes na qualidade das águas subterrâneas, uma vez que é nele que se reflecte a concentração dos poluentes nas águas de escorrência no seu local de descarga. Conforme se descreveu no ponto , as áreas de máxima infiltração correspondem a zonas sensíveis à poluição hídrica. Para os traçados do IC31 em estudo, estas ocorrem nas seguintes soluções: Solução 1: Zona hídrica sensível 4 - Aproximadamente entre o km e o km da Solução 1.3; Zona hídrica sensível 5 - Aproximadamente entre o km e o km da Solução 1.9. Solução 2: Zona hídrica sensível 6 - Aproximadamente entre o km e o km ; Zona hídrica sensível 7 - Aproximadamente entre o km e o km Solução 5: Zona hídrica sensível 8 - Aproximadamente entre o km e o km da Solução 5b; Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 59/368

62 Zona hídrica sensível 9 - Aproximadamente entre o km e o km da Solução 5b; Zona hídrica sensível 10 - Aproximadamente entre o km e o km da Solução 5b; Zona hídrica sensível 11 - Aproximadamente entre o km e o km da Solução 5b; Zona hídrica sensível 12 - Aproximadamente entre o km e o km da Solução 5d. Solução 6: Zona hídrica sensível 13 - Aproximadamente entre o km e o km Tratando-se de um estudo prévio, onde ainda não se encontra disponível o projecto de drenagem, os locais de descarga seleccionados coincidem com linhas de água e passagens hidráulicas. Para as zonas sensíveis identificadas, propõe-se (a avaliar em Fase de Projecto de Execução) que a descarga seja efectuada, em zonas que não correspondam a áreas de máxima infiltração, nomeadamente: Solução 1: Zona hídrica sensível 4 avaliar em Fase de Projecto de Execução; Zona hídrica sensível 5 na PH 1-77 (km ). Solução 2: Zona hídrica sensível 6 na PH 2-9 (km ); Zona hídrica sensível 7 na PH 2-10 (km ). Solução 5: Zona hídrica sensível 8 na PH 5-13 (km ); Zona hídrica sensível 9 na PH 5-30 (km ); 60/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

63 Zona hídrica sensível 10 - na PH 5-30 (km ); Zona hídrica sensível 11 - avaliar em Fase de Projecto de Execução; Zona hídrica sensível 12 na PH 5-76 (km ). Solução 6: Zona hídrica sensível 13 - avaliar em Fase de Projecto de Execução. Considerando que as águas de escorrência são encaminhadas para zonas que não correspondem a áreas de máxima infiltração e tendo ainda em conta as reduzidas concentrações estimadas para as águas de escorrência da via (CML) e o grau de vulnerabilidade das formações geológicas dominantes, não se prespectivam, para todas as soluções de traçado em estudo, impactes significativos na qualidade nos recursos hídricos subterrâneos. Sendo assim, os impactes nos recursos hídricos subterrâneos, na fase de exploração, embora negativos e permanentes, são reduzidos, localizados e reversíveis, não sendo susceptíveis de afectar os recursos hídricos do sistema hidrotermal de Monfortinho Impactes cumulativos Nas bacias hidrográficas atravessadas pelo projecto em estudo não se verifica uma pressão significativa sobre os recursos hídricos superficiais e subterrâneos. Nos recursos hidrícos superficiais, as alterações introduzidas que assumiram maior relevância resultaram da construção das barragens existentes, com particular destaque para a criação das barragens da Idanha e de Penha Garcia, ambas no rio Ponsul que alteraram o regime de escoamento natural deste rio e aumentaram a disponibilidade dos recursos hídricos superficiais. Relativamente aos recursos hídricos subterrâneos, tem sido escassa e localizada a interferência provocada por projectos e acções passadas, podendo-se salientar que é limitada a utilização destas águas e é reduzida a impermeabilização do território. Por outro lado, num futuro próximo, não é previsível que ocorram alterações relevantes, designadamente em termos de qualidade, quer nos recursos hídricos superficiais, quer nos recursos hídricos subterrâneos. Neste contexto, atendendo ao facto de serem localizados e pouco significativos os impactes nos recursos hídricos superficiais e subterrâneos associados às fases de construção e exploração do projecto em estudo, os efeitos de cumulatividade dos impactes nos recursos hídricos criados pelo projecto, com impactes criados por projectos realizados no passado ou previsíveis num futuro próximo, são nulos ou irrelevantes. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 61/368

64 Com efeito, mesmo considerando o meio hídrico mais profundamente intervencionado na região - o rio Ponsul (devido à construção e exploração das barragens da ldanha e de Penha Garcia) - não se considera que o atravessamento deste rio pelo projecto (em viaduto) crie impactes cumulativos sensíveis ao nível da alteração do regime de escoamento e da disponibilidade de águas superficiais Síntese de impactes Apresenta-se no Quadro uma síntese da avaliação de impactes nos recursos hídricos superficiais e subterrâneos para o. 62/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

65 Quadro Síntese de avaliação de impactes nos Recursos Hídricos Fase Impacte Acção geradora de impacte Localização Natureza Magnitude Incidência Duração Ocorrência Dimensão espacial Reversibilidade Significado sem medidas mitigadoras Significado com medidas mitigadoras C Afectação da drenagem superficial Terraplenagens, movimentação de terras, instalação de estaleiros, deposição de pargas Linhas de água atravessadas pelo projecto - Dir / Ind Temp P L Rev - - / C Afectação da drenagem subterrânea Desmonte na execução de escavações Escavações em linha - / Dir Per P L Rev - NA C Afectação de estruturas de aproveitamento dos recursos hídricos superficiais, sobretudo charcas Implantação física do projecto A afectação de charcas ou pequenas albufeiras ocorre nas Soluções 1.1, 1.2, 1.3, 1.4, , 1A, 1B, 2 e 4 - Dir Per C L Rev - / C Afectação de estruturas de aproveitamento dos recursos hídricos subterrâneos, sobretudo poços Implantação física do projecto A afectação de poços ou furos com uso ocorre nas Soluções 1.3 e 5b - Dir / Ind Per C / P L Rev - / C Instalação, operação e desactivação dos estaleiros; Desmatação e limpeza dos terrenos; Saneamentos dos solos nas frentes de obra; Terraplenagens e constituição da plataforma da via; Construção de viadutos; Funcionamento e circulação de veículos e máquinas nas áreas de construção e vias de acesso Aumento da concentração de sólidos suspensos totais (SST), metais pesados e hidrocarbonetos Linhas de água, charcas, pequenas albufeiras e aquíferos - Dir Temp I L Rev Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 63/368

66 Fase Impacte Acção geradora de impacte Localização Natureza Magnitude Incidência Duração Ocorrência Dimensão espacial Reversibilidade Significado sem medidas mitigadoras Significado com medidas mitigadoras C Eventuais derrames acidentais de hidrocarbonetos e material particulado Circulação, manuseamento, manutenção e lavagem de máquinas (onde se incluem as autobetoneiras) Frentes de obra, acessos e estaleiros; Linhas de água, charcas, pequenas albufeiras e aquíferos - Dir Temp I L Rev E Criação de constrangimentos ao escoamento em situação de cheia Criação e presença de novos aterros em áreas de leito de cheia Solução 1.3, km a ; Solução 1.9, km a ; Solução 2, km a e Solução 6, km a Dir Temp C L Irrev - NA E Afectação da qualidade da água nas linhas de água charcas, pequenas albufeiras e aquíferos Descarga das águas de escorrência da plataforma Linhas de água charcas, pequenas albufeiras e aquíferos - Dir Per P L Rev - NA Fase: C (construção), E (exploração) Natureza: Positiva (+), Negativa (-) Magnitude: Elevada ( ), Média ( ), Reduzida ( ) Incidência: Directa (Dir), Indirecta (Ind) Duração: Permanente (Per), Temporário (Temp) Probabilidade de ocorrência: Certa (C), Provável (P), Incerta (I) Dimensão Espacial: Local (L), Regional (R), Nacional / Supra-nacional (N) Reversibilidade: Reversível (Rev), Irreversível (Irrev) NA: Não aplicável Significado: Pouco significativo (- /+), Significativo (-- / ++), Muito significativo (--- / +++), Nulo (0) 64/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

67 6.5. Solos Metodologia No presente capítulo são identificados, previstos e avaliados os impactes sobre os solos resultantes da construção e exploração do projecto em estudo. Os impactes pedológicos associados ao projecto resultam de uma série de acções decorrentes, no essencial, na fase de construção. Nesta fase salientam-se as seguintes acções ou actividades geradoras de impactes nos solos: Desmatação e limpeza do terreno; Implantação física do projecto; Instalação e presença de estaleiros e circulação de veículos e máquinas pesadas; Derrame acidental de substâncias poluentes. Na fase de exploração a única acção potencialmente geradora de impactes que importa considerar é o derrame acidental de substâncias poluentes. Após a análise dos impactes nas fases de construção e de exploração é efectuada uma abordagem relativa a impactes cumulativos, seguindo-se a apresentação de um quadro síntese dos principais impactes Impactes na fase de construção Desmatação e limpeza do terreno No âmbito das acções de preparação do terreno, durante a fase de construção de todos os traçados em estudo, será efectuada a desmatação e a limpeza do terreno das áreas a intervencionar, sendo comuns os impactes associados. As acções de desmatação e limpeza do terreno favorecem uma aceleração dos processos erosivos, gerando um impacte pedológico negativo, directo, certo, temporário, local, Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 65/368

68 irreversível, geralmente de pequena magnitude e pouco significativo, considerando a adopção de medidas de mitigação adequadas. Com a implantação do projecto, os solos da área desmatada passam a ser ocupados pelos taludes e plataforma da via, o que significa, na prática, a sua afectação directa, aspecto que é abordado no item seguinte. Após a desmatação, os solos orgânicos (terra vegetal) presentes ao longo dos traçados em estudo têm que ser objecto de decapagem, em situações de escavação e aterro. Com esta medida pretende-se facilitar a utilização, em aterro, de materiais desmontados, que devem ser isentos deste tipo de terras. A espessura de terra viva a decapar é, em média, da ordem de 25 cm nas áreas de rochas xistentas e metamórficas, de 30 cm nas áreas onde estão presentes formações graníticas e de 35 cm nas áreas de cobertura Mio-paleogénica. Os solos resultantes de decapagem poderão ser armazenados temporariamente em pargas para reutilização na cobertura de taludes de escavação e aterro. Este procedimento é vantajoso porque preserva os solos de melhores qualidades e contribui para a estabilização dos taludes recém criados Implantação física do projecto A implantação física do projecto traduz-se numa ocupação definitiva dos solos, representando a perda do seu valor como recurso produtivo, o que constitui um impacte negativo, directo, permanente, certo, localizado e irreversível. A decapagem, armazenamento temporário e reutilização do horizonte superficial de terra vegetal, constituem uma medida de minimização do potencial significado deste impacte. O significado do impacte residual é diferenciável em função do potencial produtivo dos solos e da área ocupada, ou seja, da magnitude do impacte. Considera-se a ocorrência de um impacte de magnitude reduzida, pouco significativo, quando os solos interferidos não integram a Reserva Agrícola Nacional (RAN) ou, integrando a RAN, ocorre afectação de uma área inferior a 3 ha. Quando são ocupados solos de RAN numa área compreendida entre 3 ha e 5 ha, considera-se um impacte de magnitude moderada, significativo. Para atravessamentos de RAN numa área superior a 5 ha o impacte é considerado de magnitude elevada, muito significativo. No Quadro apresentam-se para os traçados em estudo, incluindo as subdivisões definidas, as áreas aproximadas de solos de RAN ocupadas em situação de aterro/escavação e a magnitude e significado do impacte associado. As estimativas de áreas da RAN foram obtidas considerando uma faixa de ocupação de 50 m de largura (25 m no viadutos). 66/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

69 Solução de traçado Solução 1 Solução 3 Solução 5 Quadro Impacte associado ao atravessamento de solos de elevada capacidade de uso (integrados na RAN) Subdivisão Área aproximada ocupada (ha) Magnitude do impacte Significado do impacte 1.1 1,7 Reduzida Pouco significativo 1.2 6,3 Elevada Muito significativo ,7 Elevada Muito significativo Reduzida Pouco significativo Reduzida Pouco significativo Reduzida Pouco significativo 1.7 0,3 Reduzida Pouco significativo Reduzida Pouco significativo 1.9 3,8 Moderada Significativo ,3 Reduzida Pouco significativo ,3 Reduzida Pouco significativo Solução 1A 1,2 Reduzida Pouco significativo Solução 1B 4,3 Moderada Significativo Solução 1C 0,3 Reduzida Pouco significativo Solução 2 9,1 Elevada Muito significativo Reduzida Pouco significativo 3.2 0,3 Reduzida Pouco significativo Solução 4 0 Reduzida Pouco significativo 5a 0,7 Reduzida Pouco significativo 5b 12,2 Elevada Muito significativo 5c 2,6 Reduzida Pouco significativo 5d 0,6 Reduzida Pouco significativo Solução 5.1 0,6 Reduzida Pouco significativo Solução 6 2,3 Reduzida Pouco significativo Solução 7 0,4 Reduzida Pouco significativo A distribuição geográfica das áreas de solos de RAN atravessadas pelos traçados em estudo é observável no Desenho 120-EP Compactação do solo Para a construção de todos os traçados em estudo, nas áreas não pavimentadas afectas à instalação de estaleiros e circulação de veículos e máquinas pesadas ocorrerão fenómenos de compactação do solo que se traduzem num impacte negativo directo, temporário, localizado, certo, reversível, minimizável, de reduzida magnitude, pouco significativo. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 67/368

70 Contaminação acidental do solo Na construção de todos os traçados em estudo podem ainda ocorrer processos de contaminação devidos ao derrame acidental de substâncias poluentes em solos adjacentes aos locais de obra. Neste caso o impacte residual, considerando a implementação de medidas de mitigação, considera-se negativo, directo, temporário, localizado, incerto, reversível, minimizável, pouco significativo Impactes na fase de exploração Em todos os novos traçados, nos taludes em terra dos aterros e das escavações que tenham sido adequadamente vegetalizados e que sejam bem mantidos, haverá a possibilidade de se desenvolverem progressivamente processos pedogenéticos que permitam alguma adaptação natural às novas situações morfológicas criadas, promovendo a estabilização dos taludes, sendo este aspecto desejável e positivo. Considerando a manutenção de um adequado revestimento vegetal dos taludes em terra, não se considera que a presença do projecto origine impactes pedológicos negativos durante a fase de exploração, exceptuando-se eventuais casos de contaminação devido a acidentes envolvendo veículos transportadores de substâncias poluentes. Neste caso o impacte gerado é negativo, directo, temporário, incerto, potencialmente significativo, mas minimizáve, podendo tornar-se pouco significativo Impactes cumulativos A maior parte das intervenções humanas realizadas no território onde se insere o projecto em estudo, afectaram, de alguma forma, os recursos pedológicos. No entanto, em termos gerais, esta afectação é muito pouco expressiva. Assume particular expressão o efeito de ocupação definitiva dos solos por expansão das áreas construídas em torno dos principais núcleos populacionais, com relevo para Alcains, bem como a área ocupada pela auto-estrada A23, pedreiras a sul de Alcains e albufeiras existentes na região. Trata-se de intervenções no território responsáveis por impactes pedológicos que se podem, por proximidade, considerar cumulativos, com os impactes criados pelo IC31. Estes impactes cumulativos são, porém, pouco significativos a uma escala regional. 68/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

71 Síntese de impactes Apresenta-se no Quadro uma síntese dos impactes pedológicos do projecto. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 69/368

72 Quadro Síntese de impactes nos Solos Fase Impacte Acções geradoras de impacte Localização Natureza Magnitude Incidência Duração Ocorrência Dimensão espacial Reversibilidade Significado sem medidas mitigadoras Significado com medidas mitigadoras C Aceleração dos processos erosivos Desmatação e limpeza do terreno Áreas a desmatar - Dir Temp C L Irrev C Ocupação definitiva de solos com potencial produtivo incluídos na RAN Implantação física do projecto Em todas as Soluções de traçado excepto 1.4, 1.5, 1.6, 1.8, 3.1 e 4 - / / Dir Per C L Irrev - / - - / NA C Compactação do solo Instalação de estaleiros, circulação de veículos e máquinas Áreas não pavimentadas afectas a estaleiros e circulação de veículos e máquinas - Dir Temp C L Rev C/E Contaminação acidental do solo Derrame acidental de substâncias poluentes Solos adjacentes à plataforma da via - Dir Temp I L Rev Fase: C (construção), E (exploração) Natureza: Positiva (+), Negativa (-) Magnitude: Elevada ( ), Média ( ), Reduzida ( ) Incidência: Directa (Dir), Indirecta (Ind) Duração: Permanente (Per), Temporário (Temp) Probabilidade de ocorrência: Certa (C), Provável (P), Incerta (I) Dimensão Espacial: Local (L), Regional (R), Nacional / Supra-nacional (N) Reversibilidade: Reversível (Rev), Irreversível (Irrev) NA: Não aplicável Significado: Pouco significativo (- /+), Significativo (-- / ++), Muito significativo (--- / +++), Nulo (0) 70/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

73 6.6. Componente Biológica Metodologia geral Para cada impacte identificado, consideram-se os seguintes parâmetros de classificação: Natureza (positivo/negativo); Magnitude (elevada/média/reduzida); Incidência (directos/indirectos); Duração (permanentes/temporários); Probabilidade de ocorrência (certos/prováveis/incertos); Dimensão espacial (locais/regionais/nacionais e supra-nacionais); Reversibilidade (reversíveis/irreversíveis). Significância (pouco significativo/significativo/muito significativo) Referem-se, quando possível, as espécies ou áreas mais afectadas e a sua importância. De seguida, especificam-se os critérios significância e magnitude aplicados ao presente descritor. No que diz respeito à significância, tomar-se-á em consideração a seguinte escala: Impacte pouco significativo quando o impacte gerado por determinada acção resulta em alterações de pequena extensão nas condições de referência e não afectando espécies ou comunidades de interesse conservacionista; Impacte significativo quando o impacte gerado por determinada acção resulta em alterações de grande extensão nas condições de referência mas estas não afectam espécies ou comunidades de interesse conservacionista ou essa afectação é de magnitude reduzida; Impacte muito significativo - quando o impacte gerado por determinada acção resulta em alterações nas condições de referência afectando espécies ou comunidades de interesse conservacionista. Para a magnitude, adoptar-se-á a seguinte escala: Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 71/368

74 Impacte com magnitude reduzida quando se estima que a afectação se fará sentir de forma residual na população/distribuição das espécies ou habitats; Impacte com magnitude média quando se estima que a afectação se fará sentir sobre uma parte da população/distribuição das espécies ou habitats; Impacte com magnitude elevada quando se estima que a afectação se fará sentir sobre a quase totalidade da população/distribuição das espécies ou habitats. Este último critério foi analisado tendo em conta o contexto da área de incidência (local, regional ou nacional). De notar também que, na maior parte das situações, a avaliação da magnitude não é baseada em dados quantitativos mas antes numa avaliação qualitativa da informação disponível Flora, Vegetação e Habitats Introdução A relevância dos impactes sobre a flora e vegetação resultante da implementação do projecto resulta dos impactes individuais sobre os diferentes habitats. A análise de toda a área em estudo permitiu detectar um conjunto de habitats naturais de diferente representatividade mas cujo interesse para a conservação da flora e da fauna devem ser vistos em função das suas características ecológicas e não exclusivamente em função da sua extensão territorial. Por exemplo, o habitat 3170* (charcos temporários mediterrânicos) ocupa geralmente pequenas superfícies que traduzem uma sucessão de comunidades da flora, à medida que a água vai sendo esgotada (Pinto-Gomes et al., 1999), sendo por isso relevantes para a flora e vegetação. Do ponto de vista faunístico este habitat é também bastante importante, por exemplo para as comunidades de anfíbios. O interesse da sua conservação é elevado pois a destruição de um charco pode condicionar a existência de diversas comunidades a nível regional. No extremo oposto podem estar habitats como o 5330 (matos termomediterrânicos prédesérticos), com grande expressão territorial por constituírem uma etapa de degradação da vegetação potencial (ICN, 2006). Como fase de degradação traduzem um habitat que nas condições actuais tem tendência para se renovar ou mesmo aumentar a sua área de implantação. Consequentemente, o esforço regional para a sua conservação não necessita ser igual ao do exemplo anterior. Com base nesta premissa podem-se estabelecer prioridades de conservação para os diferentes habitats e outros usos do solo, de forma a escalonarem-se os impactes sobre as diferentes alternativas. Em primeiro lugar surge como relevante a conservação dos habitats prioritários, 3170*, 6220* e 91E0*. Destes, os habitats 3170* e 91E0* são mais significativos 72/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

75 porque correspondem a habitats do meio aquático, ocupando áreas pouco extensas, num contexto regional. Depois destes habitats surgem como mais relevantes os habitats associados à vegetação potencial, isto é, a vegetação que existiria na região se não houvesse intervenção humana. Estão neste caso os carvalhais de Quercus pyrenaica (9230), os bosques de Quercus suber (9330), os depósitos de vertente (8130) e a generalidade dos tipos de vegetação associada ao meio aquático (3260, 3280, 3290, 6420, 6430, 91B0). Os habitats associados ao meio aquático recuperam geralmente bem após intervenções mas a sua ausência, ainda que temporária, pode ter efeitos muito severos ao nível da erosão. A sua afectação permanente traduz-se em rupturas nos corredores ecológicos. Em terceiro lugar surge o habitat montados de Quercus suber e Q. rotundifolia (Q. ilex subsp. ballota). Estas formações vegetais, ainda que correspondendo a estruturas dependentes da intervenção humana, apresentam a vantagem de poderem evoluir facilmente por sucessão ecológica para os habitats 9330 ou 9340, caso haja abandono local das actividades agropecuárias. O interesse deste habitat é tão elevado no contexto nacional que motiva legislação de protecção própria (Decreto-Lei n.º 169/2001, de 25 de Maio, alterado pelo Decreto-Lei n.º 155/2004, de 30 de Junho). Os habitats 5330 e 8230 são bastante mais estáveis e apresentam ampla distribuição. O primeiro resulta da degradação de sistemas florestais ou da sucessão natural a partir de pastagens abandonadas. É, por isso, um habitat de ampla distribuição regional para o qual se pode admitir alguma redução. O habitat 8230 ocupa geralmente pequenas superfícies rochosas ou pequenos interstícios entre as pedras, mas surge ao longo de toda a área em estudo pelo que a sua afectação será sempre menos significativa. Os outros usos do solo são globalmente menos relevantes na conservação, mas as florestas de produção encerram geralmente componentes do habitat 5330, enquanto as actividades agrícolas, regionalmente pouco extensivas e com mecanização limitada, ajudam frequentemente a manter a diversidade da paisagem vegetal. As ocorrências de estruturas viárias e edificadas não são valorizáveis do ponto de vista de conservação da flora e vegetação, a não ser no que concerne à prevenção da propagação de incêndios. Ao nível das espécies da flora mencionadas nos anexos do Decreto-Lei n.º 140/99, observadas durante os trabalhos de campo, apesar desta classificação comunitária são espécies relativamente comuns em Portugal. Porém, não se pode afirmar que sejam extremamente abundantes e, mesmo a nível regional, são apenas esporádicas. As populações identificadas devem, portanto, ser mantidas ou, se necessário, transferidas para local adequado Impactes na fase de construção Identificação e previsão dos impactes Os impactes mais significativos durante a fase de exploração são os decorrentes das acções que determinam directamente a destruição do coberto vegetal, quer por movimentação do solo, quer por corte raso. Por outro lado, há acções que alteram significativamente as condições hídricas e edáficas, induzindo perturbações que afectam Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 73/368

76 particularmente as plantas perenes. São exemplo as alterações no nível freático induzidas por escavação e drenagem, o derrame de substâncias poluentes ou a compactação induzida por máquinas pesadas. As acções a desenvolver e os impactes expectáveis são traduzidos em função de um corredor de 80 m centrado no eixo da via, e considerados a nível regional. Destruição da vegetação em resultado da implantação da via - É o efeito mais óbvio e significativo, para a flora, vegetação e habitats, da construção de uma estrada e verifica-se ao longo de todo o eixo da via. Outro aspecto evidente é a quebra do contínuo natural, fragmentando habitats com consequências negativas quer para a flora, quer para a fauna. Destruição da vegetação em resultado da instalação de aterros e escavações A movimentação de terras com vista à construção de vias determina a destruição directa da vegetação, por vezes em locais para afastados da área de implantação da via. O solo não compactado favorece a emissão de poeiras e a acumulação de lama que induz um progressivo recobrimento da vegetação. Destruição da vegetação em resultado da construção de estradas, passagens e acessos adicionais As novas vias implicam o restabelecimento de alguns acessos, nomeadamente através da construção de passagens superiores ou inferiores e de estradas, que implicam uma destruição adicional do coberto vegetal. Destruição e afectação da vegetação em consequência da movimentação de maquinaria pesada A movimentação de máquinas pode determinar localmente a destruição directa de plantas. A emissão de poeiras e a alteração das condições físicas do solo podem dificultar a sobrevivência da vegetação e induzir perturbações nas condições de fitossanidade de algumas plantas. Afectação da vegetação em resultado de alterações do nível freático Principalmente devido a aterros e desaterros, são frequentemente induzidas alterações nos níveis freáticos, induzindo condições de xerofilia ou de higrofilia incompatíveis com as necessidades hídricas da vegetação pré-existente. Esta situação pode ainda ocorrer por alterações induzidas nas linhas de escorrência. As consequências destes efeitos poderão ser a substituição de espécies menos resistentes, fazendo alterar os tipos fitocenóticos dominantes. Afectação da vegetação em resultado do derramamento de poluentes O derramamento de combustível, óleo e outros produtos pode conduzir a vegetação a situações de stress ou mesmo induzir a sua destruição, em casos limite. Avaliação dos impactes por habitat Habitat 3170* - É afectado pontualmente, mas a sua afectação, quando ocorre, é muito significativa face à pequena dimensão das áreas ocupadas por este habitat. Estes sistemas são, porém, passíveis de transferência para locais próximos, não obstante demore algum tempo a efectuar-se a recolonização dos novos ambientes recriados. Dependem sempre de água, pelo menos durante uma parte do ano. Habitats e Sujeitos a alguma perturbação durante a fase de obra, são de fácil de recuperação quando a travessia das linhas de água é efectuada em viaduto. Nos casos em que o atravessamento é feito em aterro, garantindo-se o escoamento através de passagens hídricas, a sua afectação faz-se no local de forma permanente e irreversível. 74/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

77 Habitat 91B0 - A sua afectação é semelhante à dos habitats anteriores, mas a recuperação depende da altura dos viadutos, que terão de permitir o desenvolvimento do estrato arbóreo. Por isso a sua afectação poderá ser significativa. Habitat Habitat com grande expressão territorial, a sua afectação é inevitável. Face à sua frequência, a significância dos impactes é baixa. Habitat 6220* - Habitat prioritário relativamente frequente e ocupando manchas de razoável dimensão. A sua afectação poderá ocorrer de forma pontual. Embora os objectivos de gestão do habitat apontem para a necessidade de o expandir em 10%, algumas perdas podem localmente ser consideradas aceitáveis, mediante a implementação de medidas de compensação. Habitat Relativamente frequente na área em estudo e em bom estado de conservação, a sua afectação é variável em função das alternativas. Como está obrigatoriamente sujeito a medidas compensatórias, a sua afectação pode por isso ser considerada menos gravosa. Habitat Ocorre ao longo de toda a área em estudo ocupando superfícies pequenas. A sua afectação é pouco significativa face à sua distribuição alargada. Habitat Presente na zona de Oledo, este habitat poderá ser afectado sobretudo pela alternativa C2. Tratando-se de um dos tipos de vegetação potencial a sua afectação é significativa. Habitat Também um dos tipos de vegetação potencial, está disseminado em pequenas manchas. A sua afectação será certa para algumas alternativas e marginal para outras, variando a significância dos impactes em função desse grau de afectação. Quanto aos habitats 6420, 8130 e 91E0*, o facto ocorrem em manchas de dimensão muito reduzida implica que a dua afectação não tem significado. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 75/368

78 76/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

79 Quadro Classificação dos impactes sobre a flora, vegetação e habitats na fase de construção do IC31 Impacte (Acção) 3170* e B * Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Média Média Média Média Reduzida Média Reduzida Média Reduzida Destruição da vegetação (implantação da via) Directa Permanente Certo Local Directa Permanente Certo Local Directa Permanente Certo Local Directa Permanente Certo Local Directa Permanente Certo Local Directa Permanente Certo Local Directa Permanente Certo Local Directa Permanente Certo Local Directa Permanente Certo Local Irreversível Parcialmente irreversível Irreversível Irreversível Irreversível Irreversível Irreversível Irreversível Irreversível Pouco significativo Pouco significativo Significativo Pouco significativo Significativo Pouco significativo Pouco significativo Significativo Significativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Média Média Média Média Reduzida Média Reduzida Média Reduzida Destruição da vegetação (aterros e escavações) Directa Permanente Incerto Local Directa Permanente Certo Local Directa Permanente Incerto Local Directa Permanente Certo Local Directa Permanente Incerto Local Directa Permanente Incerto Local Directa Permanente Incerto Local Directa Permanente Incerto Local Directa Permanente Incerto Local Irreversível Parcialmente irreversível Irreversível Irreversível Irreversível Irreversível Irreversível Irreversível Irreversível Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Significativo Pouco significativo Pouco significativo Significativo Significativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Reduzida Média Reduzida Média Média Média Reduzida Média Reduzida Destruição da vegetação (estradas, passagens e acessos adicionais) Directa Permanente Incerto Local Irreversível Directa Permanente Incerto Local irreversível Directa Permanente Incerto Local Irreversível Directa Permanente Certo Local Irreversível Directa Permanente Certo Local Irreversível Directa Permanente Certo Local Irreversível Directa Permanente Certo Local Irreversível Directa Permanente Incerto Local Irreversível Directa Permanente Incerto Local Irreversível Pouco significativo Pouco significativo Pouco Pouco significativo Significativo Pouco significativo Pouco significativo Significativo Pouco significativo significativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Reduzida Média Reduzida Reduzida Reduzida Reduzida Reduzida Reduzida Reduzida Destruição e afectação da vegetação Directa Temporário Directa Temporário Directa Temporário Directa Temporário Directa Temporário Directa Temporário Directa Temporário Directa Temporário Directa Temporário (movimentação de maquinaria pesada) Incerto Local Incerto Local Incerto Local Incerto Local Incerto Local Incerto Local Incerto Local Incerto Local Incerto Local Reversível Reversível Reversível Reversível Reversível Reversível Reversível Reversível Reversível Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 77/368

80 Impacte (Acção) 3170* e B * Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Reduzida Reduzida Reduzida Reduzida Reduzida Reduzida Reduzida Média Reduzida Indirecta Indirecta Indirecta Indirecta Indirecta Indirecta Indirecta Indirecta Indirecta Afectação da vegetação Permanente Permanente Permanente Permanente Permanente Permanente Permanente Permanente Permanente (alterações do nível freático) Incerto Local Incerto Local Incerto Local Incerto Local Incerto Local Incerto Local Incerto Local Incerto Local Incerto Local Irreversível Irreversível Irreversível Irreversível Irreversível Irreversível Irreversível Irreversível Irreversível Pouco significativo Pouco significativo Pouco Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo significativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Reduzida Reduzida Reduzida Reduzida Reduzida Reduzida Reduzida Média Reduzida Afectação da vegetação (derramamento de poluentes) Indirecta Permanente Incerto Local Indirecta Permanente Incerto Local Indirecta Permanente Incerto Local Indirecta Permanente Incerto Local Indirecta Permanente Incerto Local Indirecta Permanente Incerto Local Indirecta Permanente Incerto Local Indirecta Permanente Incerto Local Indirecta Permanente Incerto Local Reversível Reversível Reversível Reversível Reversível Reversível Reversível Reversível Reversível Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Critérios de classificação de impactes (pela ordem apresentada): Natureza (positivo/negativo); Magnitude (elevada/média/reduzida); Incidência (directos/indirectos); Duração (permanentes/temporários); Probabilidade de ocorrência (certos/prováveis/incertos); Dimensão espacial (locais/regionais/nacionais e supra-nacionais); Reversibilidade (reversíveis/irreversíveis); Significância (pouco significativo/significativo/muito significativo) 78/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

81 Impactes na fase de exploração Os efeitos sobre a vegetação resultantes do tráfego automóvel passam pela possibilidade de aumento da acumulação de resíduos, por emissão de gases poluentes, por escorrência de substâncias nocivas e consequente contaminação dos níveis freáticos, por aumento do risco de incêndio e, finalmente, por perturbação nos mecanismos de dispersão de diásporos. As consequências destes efeitos fazem-se sentir sobretudo ao nível da estrutura da vegetação, por eliminação de espécies mais sensíveis e normalmente decorrem numa escala temporária lenta, à excepção das consequências de incêndio, que determinam sucessões mais rápidas. Efeito de barreira A largura da via dificulta a dispersão de um grande número de diásporos. Esta dificuldade agrava os problemas de fragmentação do habitat, contribuindo para o isolamento de núcleos populacionais que, assim, se tornam cada vez mais vulneráveis. Este efeito, embora não pareça significativo neste projecto, pode ser mais evidente para habitats dominados por espécies arbóreas, como os habitats 9230 e De alguma forma também pode ser relevante para o habitat 3170*, por interferência com organismos auxiliares nos mecanismos de dispersão de sementes. Poluição em consequência do aumento do tráfego rodoviário O aumento do fluxo de veículos implica a emissão de maior quantidade de gases nocivos e poeiras para a atmosfera, a libertação de partículas e substâncias poluentes, o aumento dos níveis de vibrações e de ruído, a acumulação de resíduos e o aumento do risco de incêndio. Estes factores podem potencialmente constituir ameaças para a vegetação adjacente. No entanto, como não é de esperar um volume de tráfego elevado, não é expectável que haja afectação significativa das espécies da flora. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 79/368

82 Quadro Classificação dos impactes sobre a flora, vegetação e habitats na fase de exploração do IC31 Impacte (Acção) 3170* e B * Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Média Média Média Reduzida Reduzida Reduzida Reduzida Média Reduzida Efeito de barreira (presença da via) Indirecta Permanente Certo Local Indirecta Permanente Certo Local Indirecta Permanente Certo Local Indirecta Permanente Certo Local Indirecta Permanente Certo Local Indirecta Permanente Certo Local Indirecta Permanente Certo Local Indirecta Permanente Certo Local Indirecta Permanente Certo Local Irreversível Irreversível Irreversível Irreversível Irreversível Irreversível Irreversível Irreversível Irreversível Significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Significativo Significativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Reduzida Reduzida Reduzida Média Reduzida Média Reduzida Média Média Poluição (aumento do tráfego rodoviário) Indirecta Permanente Incerto Local Indirecta Permanente Incerto Local Indirecta Permanente Incerto Local Indirecta Permanente Incerto Local Indirecta Permanente Incerto Local Indirecta Permanente Incerto Local Indirecta Permanente Incerto Local Indirecta Permanente Incerto Local Indirecta Permanente Incerto Local Reversível Reversível Reversível Reversível Reversível Reversível Reversível Reversível Reversível Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Critérios de classificação de impactes (pela ordem apresentada): Natureza (positivo/negativo); Magnitude (elevada/média/reduzida); Incidência (directos/indirectos); Duração (permanentes/temporários); Probabilidade de ocorrência (certos/prováveis/incertos); Dimensão espacial (locais/regionais/nacionais e supra-nacionais); Reversibilidade (reversíveis/irreversíveis); Significância (pouco significativo/significativo/muito significativo) 80/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

83 Fauna Identificação e previsão de impactes na fase de construção As acções que produzirão impactes durante a construção do IC31 são as seguintes: Transporte de materiais e equipamentos de e para o local da obra; Escavação para a execução das fundações e dos encontros das obras de arte; Depósitos de terras sobrantes e de diversos materiais originados durante a construção da obra; Pedreiras, existentes ou novas, utilizadas para extracção dos inertes utilizados para materiais de construção, designadamente no fabrico de betões e nos enrrocamentos; Escavação de materiais, em zonas de empréstimo, para utilização na construção da via; Limpeza da vegetação da zona da instalação do traçado; Poluição da água, erosão e derrames acidentais; Instalações dos estaleiros, parques de máquinas e parques de máquinas e parques de armazenamento de materiais; Edificações temporárias, localizadas junto do local da obra e utilizadas durante a construção (armazéns, oficinas, escritórios, etc.); Execução de obras, que compreende o conjunto de todas as actividades necessárias para a execução das infra-estruturas para o desenvolvimento do projecto (por exemplo: betonagem, aterros, instalações de equipamentos); Restabelecimento de comunicações e construção de vias em substituição das que irão ser obstruídas ou modificadas e acessos. Os principais impactes que se prevê serem provocados por estas acções são: Alteração na composição das comunidades faunísticas nas zonas directamente afectadas pela implantação da rodovia e obras associadas, com o desaparecimento de algumas espécies mais sensíveis e o aparecimento de outras mais tolerantes à presença humana. Esta alteração pode ocorrer devido ao acréscimo dos níveis de perturbação e/ou devido à afectação/alteração dos habitats existentes. A deterioração e a fragmentação das áreas com melhor habitat para a fauna (montados, prados, áreas Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 81/368

84 ripícolas e matos) em consequência da afectação de habitat e da presença de máquinas e equipamentos são de realçar devido à elevada sensibilidade deste ecossistema; Aumento da mortalidade individual de algumas espécies por atropelamento. As maiores afectações da fauna são esperadas nas áreas onde é maior a área dos habitats mais favoráveis à presença de um maior número de espécies e à presença de espécies com estatuto de ameaça. A perturbação resultante da implementação da via será claramente superior ao que se verifica actualmente, afectando, principalmente, as espécies de aves e mamíferos que aí ocorrem. A mortalidade será também mais significativa nessas zonas, mas espera-se que afecte, principalmente, as espécies de répteis, anfíbios e micromamíferos Identificação e previsão de impactes na fase de exploração Durante a fase de exploração um conjunto de situações resultantes do próprio funcionamento da via poderão produzir impactes, designadamente: Elementos e estruturas abandonadas; Ruído provocado pelo tráfego; Desenvolvimento urbano ao longo do traçado; Barreira aos movimentos das populações animais; Colisões; Poluição da água; Erosão; Derrames acidentais. Os principais impactes esperados nesta fase são: Aumento da mortalidade individual de algumas espécies por atropelamento, principalmente de micromamíferos, répteis e anfíbios. Existência de um efeito de barreira, que se traduz na dificuldade que os animais passam a ter em atravessar a via, devido a barreiras físicas (e.g. vedação) ou como consequência do efeito de ricochete que o atravessamento de uma superfície artificial e muito perturbada provoca em muitos animais. A capacidade de dispersão individual pela paisagem na procura de alimento, refúgio, acasalamento, entre outros, é um factor muito importante para a sobrevivência das espécies. A redução dessa capacidade pode afectar a dinâmica populacional e até originar a eventual extinção de populações. 82/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

85 Efeito de exclusão provocado pela circulação dos automóveis. Este efeito é visual e acústico, diminuindo a qualidade do habitat em redor da via, e afecta, principalmente, as espécies de mamíferos e aves que ocorrem na envolvente. De um modo geral, os impactes serão mais significativos nas zonas onde ocorre um maior número de espécies com um estatuto de conservação desfavorável e espera-se que as espécies mais afectadas serão as de menor mobilidade como os répteis, anfíbios e micromamíferos. Uma vez que se prevê a vedação de todo o traçado o impacte mais significativo deverá ser o que resulta do efeito de barreira, o qual contribui para a fragmentação dos habitats e populações das espécies que ocorrem na envolvente. Esta vedação, por outro lado, diminui o risco de atropelamento. Este impacte, assim como o efeito de exclusão, já se verificam actualmente na zona atravessada pela EN239 embora esta via tenha actualmente menos tráfego do que aquele que a nova via poderá vir a ter. A mortalidade também será um impacte mais significativo nas zonas onde ocorre um maior número de espécies com um estatuto de conservação desfavorável, sendo especialmente sensíveis as espécies de anfíbios, répteis e micromamíferos Identificação e previsão de impactes por grupo Anfíbios e répteis A construção e exploração da IC31 pode afectar as comunidades de anfíbios e répteis de várias formas: modificando áreas vitais, destruindo ou impedindo o acesso a locais de abrigo, refúgio, alimentação e reprodução. Os anfíbios são um grupo particularmente sensível, uma vez que o ciclo biológico destas comunidades está intimamente dependente de pontos de água, zonas húmidas e cursos de água, obrigando os animais a deslocações e movimentações periódicas. Os levantamentos efectuados no terreno (Quadro 4.6.7) permitiram identificar as espécies mais susceptíveis, conforme se refere no Quadro Por outro lado, os répteis, dadas as suas características, verão também as suas populações afectadas pelos atropelamentos durante as suas deslocações, diurnas e nocturnas, em busca de locais propícios para alimentação e no decurso do processo de termoregulação. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 83/368

86 Quadro Hierarquização das espécies afectadas pelo traçado, por contagem de indivíduos em transectos Espécie mais afectada (1.ª ordem) Pelobates cultripes Bufo calamita Salamandra salamandra Pleurodeles waltl Espécies afectadas (2.ª ordem) Triturus marmoratus Discolglossus galganoi Bufo bufo Alytes cisternasii Triturus boscai 1.ª ordem espécies cuja mortalidade verificada por locais ocorre em número significativo de indivíduos; 2.ª ordem - espécies cuja mortalidade verificada por locais ocorre em individuos isolados, raras vezes vários individuos no mesmo local O número de indivíduos que se deslocam de uma berma da estrada para a outra e que são atropelados depende do número de veículos que utilizará a via nos momentos críticos, da trajectória do animal (o atravessamento da via pode ser efectuado perpendicularmente à estrada ou obliquamente), largura da via, hora do dia, características da espécie em causa (forma de deslocação e tamanho do animal), entre outras. Deste modo, caso não sejam implementadas medidas de mitigação que permitam um atravessamento seguro por parte destes animais, ou que estas medidas não se revelem eficazes, a via poderá afectar localmente as populações de algumas espécies. Aves No que respeita às aves, as espécies com estatuto de ameaça potencialmente sujeitas a impacte directo, quer pelo acréscimo na perturbação causada em fase de construção e em fase de exploração da via, quer pelo efeito de fragmentação, que resulta numa redução das disponibilidades de habitat, são as que se listam no Quadro Quadro Espécies de aves sujeitas a impacte directo Nome Comum Nome científico Habitat de nidificação Fenologia LVVP DL 140/99 Cegonha-preta * Ciconia nigra Ru, Fl E VU A-I Falcão-abelheiro Pernis apivorus Fl E VU A-I Milhano * Milvus milvus Fl E VU A-I Abutre-do-Egipto * Neophron percnopterus Ru E EN A-I Abutre-preto Aegypius monachus ** Irr CR A-I* Tartaranhão-caçador Circus pygargus Es E EN A-I Açor Accipiter gentilis Fl R VU Águia-real Aquila chrysaetos Ru R EN A-I Águia-de-Bonelli Hieraaetus fasciatus Ru R EN A-I* Falcão-peregrino Falco peregrinus Ru R VU A-I 84/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

87 Nome Comum Nome científico Habitat de nidificação Fenologia LVVP DL 140/99 Ógea Falco subuteo Fl E VU Sisão * Tetrax tetrax Es R VU A-I* Abetarda Otis tarda Es R EN A-I* Alcaravão Burhinus oedicnemus Es R VU A-I Maçarico-das-rochas Actitis hypoleucos Ri E VU Cuco-rabilongo Clamator glandarius Fl / Agr E VU Noitibó-de-nuca-vermelha * Caprimulgus ruficollis Ma E VU Rolieiro * Coracias garrulus Es E CR A-I Chasco-ruivo Oenanthe hispanica Ru E VU Chasco-preto Oenanthe leucura Es R CR A-I * - Espécie observada no âmbito deste EIA. Habitat de nidificação: Agr - Agrícola, Es estepário, Fl florestal, Ri ripícola, Ru - rupícola. Fenologia: Irr - Irregular, E Estival, R Residente, ** - espécie que ocorre na zona mas não nidifica; esta espécie é residente na área envolvente. LVVP - Estatuto de conservação segundo Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (Cabral, et al., 2005): CR - Criticamente em Perigo, EN - Em perigo, VU - Vulnerável. DL 140/99 - Anexo do Decreto-Lei n.º 140/99, de 24 de Abril, alterado pelo Decreto-Lei n.º 49/2005, de 24 de Fevereiro (transposição para o direito interno das Directivas Aves e Habitats): A-I - espécies de aves de interesse comunitário cuja conservação requer a designação de zonas de protecção especial; A-I* - espécie prioritária As espécies listadas acima que dependem de ambientes rupícolas e estepários serão afectadas apenas marginalmente pela implementação deste projecto, já que os seus habitats se situam fora da área a afectar de forma directa. De facto, as zonas mais importantes para as espécies rupícolas situam-se na serra de Penha Garcia, enquanto que as melhores áreas com características estepárias se situam a sudeste da área a afectar pela via. Não se esperam, por isso, impactes significativos sobre a generalidade das populações destas espécies. Já as espécies que dependem de habitats florestais, particularmente daqueles onde dominam as folhosas ou o pinheiro-bravo, em geral poderão vir a ser parcialmente afectadas, uma vez que a via intersectará diversas áreas florestais com características favoráveis à sua ocorrência. Esta afectação poder-se-á fazer sentir a dois níveis; perda de habitat, que terá uma natureza pontual, e perturbação, que terá uma expressão mais alargada. Para este grupo faunístico o impacte resultante da colisão, embora presente, não tem a mesma expressão que nos outros grupos faunísticos com mobilidades claramente inferiores. Este risco afecta sobretudo aves de hábitos nocturnos. Para este grupo faunístico o impacte resultante da colisão, embora presente, não tem a mesma expressão que nos outros grupos faunísticos com mobilidades claramente inferiores. Este risco afecta sobretudo aves de hábitos nocturnos. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 85/368

88 Mamíferos Relativamente a este grupo, os impactes estão relacionados com a redução da sua área vital e com o isolamento (que pode ter como consequências a redução do fluxo genético, deriva genética, entre outras) resultante do efeito de barreira. De notar, no entanto, que as espécies em causa não possuem estatuto de conservação desfavorável em Portugal (ver Anexo 4.6.2). Quanto a estatuto de protecção, apenas a Lontra e Morcego-anão estão inseridos nos anexos do Decreto-Lei n.º 140/99 (a Lontra, no B-II e B-IV; o Morcego-anão, no B-IV). Dado que a Lontra depende essencialmente dos cursos de água mais importantes que serão atravessados pela via e que estes atravessamentos se farão sobretudo através de viadutos, não se prevê uma afectação muito significativa em fase de exploração, embora na fase de construção sejam previsíveis impactes mais significativos. Quanto ao Morcego-anão, um dos quirópteros mais comuns em Portugal, não se esperam igualmente afectações significativas, em nenhuma das fases do projecto Avaliação dos impactes No Quadro apresentam-se os impactes sobre os diferentes grupos faunísticos na fase de construção. Quadro Classificação dos Impactes sobre a fauna na fase de construção do IC31 Impacte Anfíbios Répteis Aves Mamíferos Negativo Negativo Negativo Negativo Média Média Reduzida a Média Média Destruição / afectação de habitats Permanente Directo Certo Local Permanente Directo Certo Local Permanente Directo Certo Local Permanente Directo Certo Local Irreversível Reversível Reversível Reversível Muito significativo Significativo Significativo Significativo Negativo Negativo Negativo Negativo Reduzida Reduzida Média Média Temporário Temporário Temporário Temporário Perturbação Directo Provável Directo Provável Directo Provável Directo Provável Local Local Regional Local Reversível Reversível Reversível Reversível Pouco significativo Pouco significativo Significativo Significativo Mortalidade por atropelamento Negativo Média Temporário Negativo Média Temporário Negativo Reduzida Temporário Negativo Média Temporário 86/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

89 Impacte Anfíbios Répteis Aves Mamíferos Directo Directo Directo Directo Provável Provável Provável Provável Local Local Local Local Reversível Reversível Reversível Reversível Significativo Significativo Pouco significativo Significativo Critérios de classificação de impactes (pela ordem apresentada): Natureza (positivo/negativo); Magnitude (elevada/média/reduzida); Incidência (directos/indirectos); Duração (permanentes/temporários); Probabilidade de ocorrência (certos/prováveis/incertos); Dimensão espacial (locais/regionais/nacionais e supra-nacionais); Reversibilidade (reversíveis/irreversíveis); Significância (pouco significativo/significativo/muito significativo) Os impactes mais significativos na fase de construção resultarão da destruição dos habitats que suportam as espécies destes diferentes grupos, sendo que o grupo dos anfíbios poderá vir a ser o mais afectado, dada a sua dependência relativamente a habitats que estão pouco distribuídos e que são, por isso, mais vulneráveis. Na fase de exploração, os impactes mais significativos (Quadro 6.6.6) resultarão da mortalidade por atropelamento e do efeito de barreira induzidos por esta nova via. Quadro Classificação dos Impactes sobre a fauna na fase de construção do IC31 Impacte Anfíbios Répteis Aves Mamíferos Negativo Negativo Negativo Negativo Reduzida Reduzida Média Média Permanente Permanente Permanente Permanente Perturbação Directo Provável Directo Provável Directo Provável Directo Provável Local Local Local Local Irreversível Irreversível Irreversível Irreversível Pouco significativo Pouco significativo Significativo Significativo Mortalidade por atropelamento Negativo Média Permanente Directo Provável Local Irreversível Muito significativo Negativo Média Permanente Directo Provável Local Irreversível Muito significativo Negativo Reduzida Permanente Directo Provável Local Irreversível Pouco significativo Negativo Reduzida Permanente Directo Provável Local Reversível Significativo Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 87/368

90 Impacte Anfíbios Répteis Aves Mamíferos Efeito de barreira Negativo Média Permanente Directo Provável Local Irreversível Muito significativo Negativo Média Permanente Directo Provável Local Irreversível Significativo Negativo Reduzida Permanente Directo Provável Local Irreversível Pouco significativo Negativo Média Permanente Directo Provável Local Irreversível Significativo Efeito de exclusão Negativo Média Permanente Directo Provável Local Irreversível Significativo Negativo Média Permanente Directo Provável Local Irreversível Significativo Negativo Média Permanente Directo Provável Regional Irreversível Pouco significativo Negativo Média Permanente Directo Provável Local Irreversível Significativo Critérios de classificação de impactes (pela ordem apresentada): Natureza (positivo/negativo); Magnitude (elevada/média/reduzida); Incidência (directos/indirectos); Duração (permanentes/temporários); Probabilidade de ocorrência (certos/prováveis/incertos); Dimensão espacial (locais/regionais/nacionais e supra-nacionais); Reversibilidade (reversíveis/irreversíveis); Significância (pouco significativo/significativo/muito significativo) Impactes cumulativos Os impactes resultantes da construção desta via sobre as comunidades vegetais e animais terão um efeito cumulativo com aquele que resultou da instalação de outras vias no passado, bem como de outras estruturas de grande dimensão, como a barragem de Idanha. De facto, todos estes projectos contribuíram para uma redução dos habitats naturais e, consequentemente, para uma redução das disponibilidades de habitat para a fauna. Por outro lado, as alterações ao nível do coberto florestal que tiveram lugar na região nos anos 70 e 80, nomeadamente com a plantação de grandes áreas de eucaliptal, contribuíram para uma redução significativa dos habitats naturais e das áreas disponíveis para a fauna. Isto é, a área de implantação do projecto, apesar de remota, não está isenta de perturbação nos que respeita ao seu património natural, pelo que a construção de mais uma via contribuirá para um efeito acumulado sobre as comunidades animais e vegetais que ali vivem. Os impactes cumulativos sobre as comunidades vegetais e animais contribuirão para uma redução na diversidade biológica da região onde o empreendimento se situa, embora não se preveja que essa redução tenha uma magnitude expressiva, pelo que os impactes serão pouco significativos. 88/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

91 Síntese de impactes No Quadro apresenta-se a síntese dos impactes relativos à flora, vegetação, habitats e fauna. No geral, os impactes sobre a flora, vegetação e habittas são pouco signficativos. No caso da fauna os impactes assumem um maior significância em fase de exploração, nomeadamente em resultado do acréscimo de mortalidade e do efeito de barreira. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 89/368

92 Quadro Síntese de avaliação de impactes na componente biológica Fase Impacte Acção geradora de impacte Localização Natureza Magnitude Incidência Duração Ocorrência Dimensão espacial Reversibilidade Significado sem medidas mitigadoras Significado com medidas mitigadoras Flora e Vegetação C C Ameaça de espécies da flora Destruição da vegetação Desmatação e mobilização do solo Plataforma da via - Dir Per C L Irrev Significativo Pouco significativo Plataforma da via - Dir Per C L Irrev Pouco significativo Pouco significativo C Perturbação de habitats Plataforma da via - Dir Per C L Irrev Significativo Pouco significativo C C Ameaça de espécies da flora Destruição da vegetação Aterros e escavações Zonas declivosas - Dir Per C L Irrev Zonas declivosas - Dir Per C L Irrev Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo C Perturbação de habitats Zonas declivosas - Dir Per C L Irrev Pouco significativo Pouco significativo 90/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

93 Fase Impacte Acção geradora de impacte Localização Natureza Magnitude Incidência Duração Ocorrência Dimensão espacial Reversibilidade Significado sem medidas mitigadoras Significado com medidas mitigadoras C C C C C C C C C Ameaça de espécies da flora Destruição da vegetação Perturbação de habitats Ameaça de espécies da flora Destruição da vegetação Perturbação de habitats Ameaça de espécies da flora Destruição da vegetação Perturbação de habitats Construção de acessos e passagens Alteração do nível freático Derramamento de poluentes Junto da actual rede de estradas e caminhos Junto da actual rede de estradas e caminhos Junto da actual rede de estradas e caminhos Zonas sujeitas a escavações e passagens hidráulicas Zonas sujeitas a escavações e passagens hidráulicas Zonas sujeitas a escavações e passagens hidráulicas Difusa em todo o perímetro de obras, concentrada nos estaleiros Difusa em todo o perímetro de obras, concentrada nos estaleiros Difusa em todo o perímetro de obras, concentrada nos estaleiros - Dir Per C L Irrev - Dir Per C L Irrev - Dir Per C L Irrev - Dir Per C L Irrev - Dir Per C L Irrev - Dir Per C L Irrev - Dir Temp C L Rev - Dir Temp C L Rev - Dir Temp C L Rev Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Pouco significativo Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 91/368

94 Fase Impacte Acção geradora de impacte Localização Natureza Magnitude Incidência Duração Ocorrência Dimensão espacial Reversibilidade Significado sem medidas mitigadoras Significado com medidas mitigadoras E Efeito barreira Presença da via Todo o traçado - Indir Per C L Irrev Significativo Significativo E Poluição Aumento do tráfego rodoviário Todo o traçado - Indir Per I L Rev Pouco significativo Pouco significativo Fauna C Destruição / afectação de habitats Desmatação, aterros e escavações, construção de acessos, instalação de infra-estruturas de apoio, exploração de pedreiras, depósitos de materiais Todo o traçado, com maior incidência nos ecossistemas associados à presença de água - Dir Per C L Parcialmente Reversível Significativo a muito significativo Significativo a muito significativo C Perturbação Acções construtivas em geral e circulação de viaturas em serviço da obra Todo o traçado, com maior incidência nos locais de frente de obra activa e nos locais onde se concentram máquinas, equipamentos e pessoas - Dir Temp P R Rev Pouco significativo a significativo Pouco significativo a significativo 92/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

95 Fase Impacte Acção geradora de impacte Localização Natureza Magnitude Incidência Duração Ocorrência Dimensão espacial Reversibilidade Significado sem medidas mitigadoras Significado com medidas mitigadoras C E E Mortalidade por atropelamento Perturbação Mortalidade por atropelamento Circulação de máquinas e viaturas associadas à obra Circulação de viaturas Todo o traçado, com maior incidência nos locais de frente de obra activa e nos locais onde se concentram máquinas e equipamentos - Dir Temp P L Rev Significativo Pouco Significativo Todo o traçado - Dir Per P L Irrev Significativo Significativo Todo o traçado - Dir Per P L Irrev Muito significativo a pouco significativo (varia conforme o grupo faunístico) Será genericamente significativo para a maior parte dos grupos faunísticos, embora dependendo da eficácia das medidas Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 93/368

96 Fase Impacte Acção geradora de impacte Localização Natureza Magnitude Incidência Duração Ocorrência Dimensão espacial Reversibilidade Significado sem medidas mitigadoras Significado com medidas mitigadoras E E Efeito de barreira Efeito de exclusão Presença da via e circulação de viaturas Todo o traçado - Dir Per P L Irrev Todo o traçado - Dir Per P L Irrev Muito significativo a pouco significativo (varia conforme o grupo faunístico) Muito significativo a pouco significativo (varia conforme o grupo faunístico) Será genericamente significativo para a maior parte dos grupos faunísticos, com excepção das aves, embora dependendo da eficácia das medidas Muito significativo a pouco significativo (varia conforme o grupo faunístico) Fase: C (construção), E (exploração) Natureza: Positiva (+), Negativa (-) Magnitude: Elevada ( ), Média ( ), Reduzida ( ) Incidência: Directa (Dir), Indirecta (Ind) Duração: Permanente (Per), Temporário Probabilidade de ocorrência: Certa (C), Provável (P), (Temp) Incerta (I) Dimensão Espacial: Local (L), Regional (R), Nacional / Supra-nacional (N) Reversibilidade: Reversível (Rev), Irreversível (Irrev) NA: Não aplicável 94/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

97 6.7. Qualidade do Ar Metodologia A avaliação da qualidade do ar associada a este tipo de projectos difere substancialmente durante as suas diferentes fases. Enquanto que, na fase de construção, os principais problemas se relacionam com a emissão de poeiras, na fase de exploração os problemas ambientais têm origem nas emissões de monóxido de carbono, óxidos de azoto e partículas geradas pelo tráfego rodoviário. Face a estes pressupostos, a metodologia para a avaliação de impactes na qualidade do ar compreendeu os seguintes passos: Identificação das acções/actividades de construção e exploração do projecto que possam vir a afectar a qualidade do ar; Avaliação dos impactes na fase de construção baseada na estimativa e análise das emissões de poluentes atmosféricos decorrentes das acções/actividades identificadas; Estimativa da concentração dos poluentes atmosféricos, monóxido de carbono (CO) e dióxido de azoto (NO 2 ) e partículas (PM 10 ), através de um modelo de previsão da dispersão desses poluentes na atmosfera, desenvolvido pelo California Department of Transportation (Caltrans), o CALINE 4; Avaliação dos impactes na qualidade do ar resultantes do funcionamento desta nova via rodoviária por comparação das concentrações simuladas dos poluentes com os valores legais em vigor. Após a análise dos impactes nas fases de construção e de exploração é efectuada uma abordagem relativa a impactes cumulativos, seguindo-se a apresentação de um quadro síntese dos principais impactes Enquadramento legal O Decreto-Lei n.º 276/99, de 23 de Julho, que efectua a transposição da Directiva Comunitária 96/62/CE, de 27 de Setembro, relativa à avaliação e gestão da qualidade do ar, veio instituir o novo quadro legal em matéria de gestão da qualidade do ar. As linhas de orientação da política de gestão da qualidade do ar compreendem: Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 95/368

98 a definição e estabelecimento dos objectivos para a qualidade do ar ambiente no território nacional, a fim de evitar, prevenir ou limitar os efeitos nocivos sobre a saúde humana e sobre o ambiente na sua globalidade; a avaliação, com base em métodos e critérios comuns, da qualidade do ar ambiente em todo o território nacional; a obtenção de informação adequada sobre a qualidade do ar ambiente e sua disponibilização ao público, nomeadamente, através de limiares de alerta; a preservação da qualidade do ar ambiente, sempre que seja compatível com o desenvolvimento sustentável, e melhorá-la nos outros casos. A Directiva 1999/30/CE, do Conselho, de 22 de Abril, estabelece os valores-limite e, quando apropriado, os limiares de alerta para as concentrações de dióxido de enxofre, dióxido de azoto e óxidos de azoto, partículas em suspensão e chumbo no ar ambiente. A Directiva 2000/69/CE, do Conselho, 16 de Novembro, estabelece os valores-limite para o benzeno e o monóxido de carbono no ar ambiente. O Decreto-Lei n.º 111/2002, de 16 de Abril, veio transpor para o regime jurídico interno as duas directivas acima referidas. Neste diploma estão previstas margens de tolerância de 2005 até 2010, para o cumprimento dos valores-limite impostos, conforme os poluentes e o período de medição considerado. A Organização Mundial de Saúde (OMS) fixou padrões em resultado da compilação mundial de estudos de poluição e saúde, tendo-se escolhido os níveis mais baixos para os quais não foram detectados ou demonstrados efeitos adversos na saúde, a que acresceu um factor de segurança para os grupos mais sensíveis da população (idosos, crianças, grávidas e doentes do coração e pulmões). No Anexo apresenta-se as normas legais e os valores de referência para os principais poluentes gerados pelo tráfego rodoviário Impactes na fase de construção Durante a construção do IC31 as acções/actividades potencialmente geradoras de impactes serão as seguintes: Instalação, manutenção e desactivação dos estaleiros e acessos; Desmatação, decapagem e limpeza do terreno; Movimentações de terra, onde se incluem as terraplenagens; 96/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

99 Funcionamento e circulação de veículos e máquinas nas frentes de obra e vias de acesso, em particular nas não pavimentadas; Actividades envolvidas na britagem de pedra; Operação e funcionamento das centrais de betão; Utilização de explosivos. A maioria dos trabalhos da fase de construção é responsável pela emissão e reemissão de partículas, causadoras de impactes negativos na qualidade do ar. Para além das partículas são emitidos para a atmosfera outro tipo de poluentes, tais como o monóxido de carbono, óxidos de azoto e compostos orgânicos voláteis não metânicos (COVNM), sendo que estes três últimos serão em quantidades bastante inferiores às de partículas Partículas em suspensão Emissões por circulação de veículos e máquinas e reemissão eólica A emissão de partículas totais em suspensão (PTS) é provocada pela operação e circulação de veículos e máquinas nas áreas de construção e em vias de acesso aos estaleiros e frentes de obra, principalmente em vias não pavimentadas. O movimento dos rodados das máquinas e veículos nas vias não pavimentadas é o grande responsável pela emissão de partículas para a atmosfera na fase de construção. Quando o veículo se desloca em vias não pavimentadas a força que os rodados exercem sobre o pavimento causa a pulverização do material à superfície. As partículas emitidas são as componentes mais finas do solo, sobretudo as partículas com diâmetro inferior a 75 μm, correspondendo à fracção silto-argilosa. As quantidades de PTS estão positivamente correlacionadas com a área mobilizada, fracção de partículas no solo com diâmetro inferior a 75 μm, valores de tráfego, velocidade de deslocação, peso e número de eixos e estão negativamente correlacionadas com a temperatura e humidade no solo. Para se estimar o factor de emissão específico para cada fracção de partículas recorreu-se a uma expressão empírica desenvolvida pela United States Environmental Protection Agency (USEPA). O factor de emissão (g/km/veículo) é dado pela expressão: Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 97/368

100 FE k a b s P 365 p 281, 9 ( PM 2,5; PM 10; PM 30) s = fracção siltosa do material superficial da via (%); P= peso médio do veículo (ton); p = número de dias com precipitação superior a 0,1 mm. k, a, e b são constantes empíricas com os valores apresentados no Quadro Quadro Valores das constantes k, a e b PM-2,5 PM-10 PM-30 k 0,23 1,50 4,90 a 0,90 0,90 0,70 b 0,45 0,45 0,45 Fonte: USEPA, 2001 No cálculo efectuado admitiu-se uma fracção siltosa do material superficial da via de 8,5%, (USEPA, 2001), um peso médio dos veículos de 20 toneladas e um número de 93,1 dias com precipitação superior a 0,1 mm (estação climatológica de Castelo Branco - IM, 1991). No Quadro apresentam-se, para as PM 2,5, PM 10 e PM 30, os factores de emissão durante a fase de construção. Quadro Factores de Emissão por Veículo para as PM 2,5, PM 10 e PM 30 Factor de Emissão (g/km/veículo) PM 2,5 PM 10 PM 30 Vias não pavimentadas À data da elaboração do presente EIA não existem estimativas do volume de tráfego gerado pela construção do IC31, pelo que não foi possível estimar as emissões diárias de partículas para a atmosfera. De acordo com outra bibliografia, as emissões de PTS de zonas em construção, são proporcionais à área mobilizada e podem atingir 2,69 ton/ha/mês (USEPA, 1995), valor igualmente indicativo, mas que permite aferir a ordem de grandeza das emissões de PTS envolvidas. 98/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

101 As áreas envolventes à construção do IC31 poderão ainda ser afectadas pelo aumento de PTS provocado pela erosão eólica derivada da remoção da cobertura vegetal e exposição prolongada de grandes superfícies de solo, resultantes das acções de desmatação, decapagem do terreno e movimentações de terras. A reemissão eólica de partículas depende, essencialmente das características dos solos sujeitos à acção erosiva do vento, nomeadamente, a sua granulometria, teor de humidade, exposição relativamente ao vento, das características do vento (velocidade e predominância) e da temperatura do ar. A reemisão de partículas provocadas pela acção do vento verifica-se, naturalmente, em períodos em que não ocorre precipitação, a temperatura do ar é elevada e não se observam situações de calmas (vento inferior a 1 km/h). Estas condições podem ser observadas durante todo o ano mas são mais frequentes durante o semestre seco, de Abril a Setembro. As consequências ambientais do aumento de partículas em suspensão variam com a sua dimensão. Partículas com maior diâmetro causam inconvenientes, principalmente pela sua deposição na vegetação, culturas agrícolas, construções e bens. Partículas com menor diâmetro permanecem nas vias respiratórias de pessoas e animais, podendo penetrar e ficar retidas nos alvéolos pulmonares. A granulometria da matéria particulada produzida pela deslocação de veículos e máquinas, movimentação de terras e reemissão eólica é maioritariamente superior à fracção considerada como eventualmente inalável (diâmetro inferior a 10 μm) pelo que não se considera necessária a adopção de eventuais cuidados em termos de saúde pública. Os maiores impactes traduzem-se na afectação de bens humanos e zonas agrícolas. Em termos espaciais, as partículas em suspensão no ar podem ser transportadas por dois tipos de fenómenos, os advectivos e os dispersivos. A distância e o local de deposição das PTS dependem do seu tamanho, densidade, velocidade de sedimentação, topografia e regime dos ventos. Com velocidades médias de vento de 16 km/h, partículas com diâmetro superior a 100 μm depositam-se a distâncias compreendidas entre os 6 e os 9 m e partículas com um diâmetro entre 30 e 100 μm depositam-se a umas dezenas de metros. Assim, os impactes poderão ocorrer até uma centena de metros das frentes de obra, afectando principalmente os receptores sensíveis mais próximos. Tendo em conta a localização dos receptores sensíveis identificados e que se listaram no Quadro 4.7.1, prevêse a potencial afectação dos locais que distam até 100 metros dos traçados, que se localizam, dois na Solução S1.1 (um deles comum à Solução S1A), dois na Solução 1.2, um na Solução 1B, vários na Solução S5b e um na Solução S5c. Em síntese, os impactes provocados pelo aumento das partículas em suspensão serão negativos, imediatos, directos e muito prováveis, mas com carácter temporário, localizados e passíveis de minimização, sendo classificados como pouco significativos. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 99/368

102 Emissão a partir das centrais de betão As emissões atmosféricas geradas pelas centrais de betão são compostas, na sua grande maioria, por partículas de inertes e cimento. As emissões provenientes das centrais de betão são de difícil quantificação, dependendo das características do local, do tipo de inertes utilizados e das medidas ambientais adoptadas. Os impactes serão muito semelhantes aos descritos anteriormente, embora afectem uma área muito mais restrita Outros poluentes Detonação de explosivos As emissões atmosféricas resultantes do uso de explosivos variam consoante o tipo de explosivos utilizado. Na sua composição entram sobretudo as seguintes matérias: Sais oxidantes como os nitratos de sódio, amónio ou cálcio; Combustível, fuel ou gasóleo; Sensibilizadores, nitratos de aminas orgânicas, percloratos ou alumínio; Gelificadores. O monóxido de carbono é o poluente produzido em maior quantidade. As misturas mais comuns de nitrato de amónio e gasóleo (ANFO), com teores de mais de 5,5% de gasóleo, provocam uma insuficiência de oxigénio e, deste modo, uma grande produção de monóxido de carbono. A variação de gasóleo tem um efeito sobre a qualidade dos gases produzidos na explosão, havendo excesso de produção de dióxido de azoto, quando se reduz a quantidade de gasóleo, e um excesso de monóxido de carbono, quando se excede a percentagem indicada, 5,5%. Ambos os gases são tóxicos devendo, por isso, procurar-se um equilíbrio com a utilização de uma percentagem de gasóleo entre os 5,5 e os 6,5%, percentagem teórica de 5,7% (Daniel 2000). No Quadro apresenta-se uma estimativa das emissões de gases resultantes da detonação de explosivos segundo os factores de emissão utilizados pela USEPA classificados, quanto à sua precisão, com o índice D, numa escala de A a E. Foi considerada a utilização de ANFO, com uma percentagem de gasóleo entre 5,8 e 8% (USEPA, 2001). 100/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

103 Quadro Emissões provenientes da detonação de explosivos Emissões (kg/ton de explosivo) Explosivo CO NO2 SO2 ANFO Fonte: USEPA, 2001 Nesta fase do estudo ainda não existem dados sobre a quantidade de explosivos a utilizar e o número de detonações diárias durante a fase de construção, não sendo, assim, possível calcular os valores de emissões diárias. Recorrendo a projectos com utilização semelhante de explosivos, não são de esperar concentrações de monóxido de carbono, óxidos de azoto ou óxidos de enxofre susceptíveis de alterar a qualidade do ar na área de influência do projecto. É ainda de salientar que, das zonas onde se prevê o recurso a explosivos, existe apenas ocupação humana para a Solução 5b, ao km No entanto, é de prever uma utilização pontual, tendo em conta que a profundidade da escavação é de 4 m. Os impactes provocados pela detonação de explosivos, embora não seja possível a sua quantificação, serão negativos, prováveis, imediatos, directos, localizados e de carácter temporário. Esses impactes serão passíveis de minimização e muito pouco significativos. Circulação de veículos e máquinas As emissões das máquinas e veículos envolvidos nas frentes de obra, acessos e estaleiros são semelhantes às do tráfego rodoviário pesado. O monóxido de carbono, os óxidos de azoto, os hidrocarbonetos (nomeadamente os COVNM) e as partículas são os poluentes produzidos em maior quantidade. A caracterização das emissões resultantes dos veículos e máquinas equipados com motores de combustão interna depende de diversos factores, nomeadamente, estado de conservação, características técnicas e rendimento das máquinas, para além da quantidade e regularidade do equipamento utilizado. É, por isso, muito difícil a quantificação das emissões totais destes poluentes. Como referência, apresentam-se no Quadro os valores-limite das emissões de monóxido de carbono, hidrocarbonetos não queimados e óxidos de azoto dos motores diesel utilizados nos veículos a motor estabelecidos no Decreto-Lei n.º 13/2002, 26 de Janeiro, o qual efectua a transposição da Directiva n.º 1999/68/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 13 de Dezembro. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 101/368

104 Quadro Valores-limite de emissão para veículos pesados equipados com motor diesel Valores padrão Euro II Data de implementação CO Valores limite de emissão (g/kw/h) Hidrocarbonetos (HC) NO x Partículas em suspensão (PS) ,0 1,1 7,0 0, ,0 1,1 7,0 0,15 Euro III ,1 0,66 5,0 0,10 (b) e 0,15 Euro IV ,5 0,46 3,5 0,02 Euro V ,5 0,46 2,0 0,02 VEA (a) ,5 0,25 2,0 0,02 Notas: (a) - Valores-limite de emissão facultativos aplicáveis aos veículos definidos como veículos ecológicos avançados (VEA). (b) - Para motores diesel pequenos de cilindrada unitária inferior a 0,75 dm 3 e velocidade à potência nominal superior a 3000 rpm/min. No Quadro são apresentados os valores-limite de emissão de poluentes atmosféricos para máquinas não rodoviárias estabelecidos pelo Decreto-Lei n.º 423/99, de 25 de Outubro, o qual transpõe a Directiva 97/68/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Dezembro. Potência útil (P) (kw) Quadro Valores-limite de emissão de poluentes atmosféricos para máquinas móveis não rodoviárias Monóxido de carbono (CO) Hidrocarbonetos (HC) Óxidos de azoto (NO x ) Partículas em suspensão (PS) 18 P 37 5,5 1,5 8,0 0,8 37 P 75 5,0 1,3 7,0 0,4 75 P 130 5,0 1,0 6,0 0,3 130 P 560 3,5 1,0 6,0 0,2 As máquinas móveis não rodoviárias abrangem, entre outros, aparelhos de perfuração industriais, compressores, equipamentos de construção incluindo carregadores de rodas, bulldozers, tractores de lagartas, carregadoras de lagartas, carregadores do tipo camião, escavadoras hidráulicas e equipamentos de manutenção de estradas, tais como motoniveladoras, cilindros e pavimentadoras para betuminosos. Nesta fase do estudo ainda não existem valores do tráfego de veículos e máquinas durante a fase de construção. No entanto, não são de esperar concentrações de monóxido de carbono, hidrocarbonetos ou óxidos de azoto susceptíveis de alterar a qualidade do ar na 102/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

105 área de influência do projecto, ainda que, pontualmente, possam ocorrer ligeiras alterações locais. Os impactes provocados pela circulação de máquinas e veículos, embora não seja possível a sua quantificação, serão negativos, incertos, imediatos, directos, localizados e de carácter temporário. Esses impactes serão pouco significativos, sendo parcialmente minimizáveis Impactes na fase de exploração Durante a exploração do IC31, a circulação de veículos na via é a principal acção causadora de impactes negativos na qualidade do ar, da qual resulta a emissão de monóxido de carbono, óxidos de azoto e enxofre, COVNM e partículas para a atmosfera. De forma a avaliar os impactes do projecto na qualidade do ar, recorreu-se a um modelo de previsão das concentrações dos principais poluentes, designadamente, o CO, o NO 2 e as partículas (PM 10 ), que juntos representam mais de 90% das emissões resultantes do tráfego rodoviário Estimativa da concentração dos poluentes atmosféricos O modelo utilizado na estimativa das concentrações desses poluentes foi o modelo de dispersão de poluentes na atmosfera, CALINE4, de tipo gaussiano, desenvolvido pelo California Department of Transportation (Caltrans), especialmente dedicado a este tipo de fontes móveis lineares. O modelo permite o cálculo de concentrações médias horárias e octo-horárias junto dos receptores localizados na vizinhança das fontes poluentes analisadas. Os seus pressupostos, e nomeadamente, os factores de emissão (em massa de poluente por veículo por quilómetro percorrido), as variáveis meteorológicas e os valores de tráfego encontramse indicados no Anexo A metodologia adoptada para esta simulação baseou-se em pressupostos conservativos, de forma a assegurar que os valores de concentração obtidos serão sempre os patamares superiores, mesmo que tenham uma probabilidade de ocorrência mais reduzida. Na simulação matemática efectuou-se uma corrida correspondente ao cenário de tráfego crítico e meteorologia desfavorável e a opção worst-case (pior cenário) do CALINE4 (a mais apropriada pela maioria dos utilizadores). Na corrida em worst-case são calculadas as concentrações médias horárias de poluentes para a direcção do vento mais gravosa, pelo que os resultados obtidos representam o valor mais elevado que uma determinada fonte pode provocar, num determinado receptor, segundo a direcção do vento mais crítica, que poderá não coincidir com a direcção do vento dominante. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 103/368

106 O cenário simulado, embora não represente a situação mais frequente ao longo do ano, tenta reproduzir a situação onde a probabilidade de ocorrência de concentrações mais elevadas de monóxido de carbono, dióxido de azoto e partículas pode ocorrer. Caso este cenário não apresente situações acima dos limites legais, não será necessário simular a situação mais frequente, visto que a mesma apresentará sempre concentrações inferiores dos poluentes simulados. No Quadro do ponto da caracterização da situação actual da Qualidade do Ar listaram-se os principais receptores sensíveis identificados na proximidade dos traçados em estudo para o. Conforme se verifica da análise do Quadro apenas a Solução 1 (S1), a Solução 1A (S1A), a Solução 1B (S1B), a Solução 2 (S2), a Solução 5 (S5) e a Solução 6 (S6) têm receptores sensíveis a menos de 200 m dos traçados em estudo. As Soluções 1C, 3, 4, 5.1 e 7 não têm receptores sensíveis no corredor de 400 m em estudo. Sendo assim, foram efectuadas simulações apenas para as soluções de traçado do IC31 localizadas próximo de receptores sensíveis. As previsões foram efectuadas tendo em conta o tráfego rodoviário estimado (cenário optimista) para o ano horizonte de projecto (valores relativos ao ano de 2033). Não se considerou o primeiro ano de exploração para a avaliação, uma vez que, como se irá verificar com a apresentação dos resultados, mesmo no ano 2033 são cumpridos os valores legais. No Quadro apresenta-se o resumo dos resultados obtidos nas simulações do modelo, para os três poluentes, junto dos receptores sensíveis mais próximos das soluções de traçado do IC31. No caso dos locais 1S5, 2S5, 5S5 e 6S5 considerou-se, para cada local, o receptor mais próximo dos traçados em estudo. No Anexo apresentam-se todos os resultados do modelo para as diferentes distâncias consideradas (20, 50, 100 e 200 m da plataforma da via), nas zonas com receptores sensíveis até 200 m. Receptor Quadro Resumo dos resultados obtidos para os poluentes junto dos receptores sensíveis analisados (Ano 2033) Distância do receptor ao traçado Distância considerada na simulação Monóxido carbono (mg/m 3 ) (1) Solução 1 (S1) Dióxido azoto Partículas PM 10 (µg/m 3 ) (2) (µg/m 3 ) (2) Local 1S1 20 m 20 m 0,5 56,3 23,8 Local 2S1 190 m 200 m 0,1 18,8 17,3 Local 3S1 100 m 100 m 0,2 18,8 18,4 Local 4S1 35 m 20 m 0,5 56,3 22,2 Local 5S1 65 m 50 m 0,5 56,3 22,7 Local 6S1 125 m 100 m 0,1 0,0 17,6 104/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

107 Receptor Distância do receptor ao traçado Distância considerada na simulação Monóxido carbono (mg/m 3 ) (1) Dióxido azoto Partículas PM 10 (µg/m 3 ) (2) (µg/m 3 ) (2) Local 7S1 170 m 100 m 0,0 0,0 16,4 Local 8S1 200 m 200 m 0,1 18,8 16,4 Solução 1A (S1A) Local 1S1A (3) 190 m 200 m 0,0 0,0 16,2 Local 2S1A (4) 100 m 100 m 0,1 0,0 17,7 Solução 1B (S1B) Local 1S1B 110 m 100 m 0,2 18,8 17,6 Local 2S1B 95 m 100 m 0,2 18,8 17,6 Solução 2 (S2) Local 1S2 (5) 150 m 100 m 0,1 18,8 17,5 Solução 5 (S5) Local 1S5 30 m 20 m 0,2 56,3 21,7 Local 2S5 20 m 20 m 0,2 56,3 21,4 Local 3S5 80 m 50 m 0,2 37,6 19,3 Local 4S5 85 m 50 m 0,1 37,6 18,7 Local 5S5 20 m 20 m 0,2 37,6 20,0 Local 6S5 20 m 20 m 0,3 75,1 23,2 Local 7S5 25 m 20 m 0,2 56,3 20,9 Local 8S5 20 m 20 m 0,3 75,1 24,2 Local 9S5 20 m 20 m 0,2 56,3 21,8 Local 10S5 20 m 20 m 0,2 37,6 20,9 Local 11S5 145 m 100 m 0,0 0,0 16,4 Local 12S5 30 m 20 m 0,1 37,6 19,9 Solução 6 (S6) Local 1S6 (6) 165 m 100 m 0,0 0,0 16,8 (1) Concentrações octo-horárias (2) Concentrações horárias (3) Coincide com o receptor Local 2S1 da S1.1 (4) Coincide com o receptor Local 3S1 da S1.1 (5) Coincide com o receptor Local 8S1 da S1.3 (6) Coincide com o receptor Local 11S5 da S5b De acordo com o Decreto-Lei n.º 111/2002, de 16 de Abril, o valor limite do CO para a protecção da saúde humana é de 10 mg/m 3 para um máximo diário da média de 8 horas (valor máximo diário da concentração média por períodos de 8 horas). Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 105/368

108 O valor máximo octo-horário estimado para o CO, para 2033, foi de 0,5 mg/m 3, para a Solução 1 (Local 1 S1, 4 S1 e 5 S1 ). Os níveis de concentração de CO calculados são consideravelmente inferiores ao valor limite, mesmo no cenário de tráfego crítico e de condições atmosféricas muito desfavoráveis. No que respeita ao valor padrão (valor médio) para uma exposição horária, definido pela OMS, os valores estimados ainda ficam mais aquém desse limite, não se prevendo sequer que se aproximem dos 30 mg/m 3. Para o NO 2 o valor máximo horário estimado, para 2033, foi de 75,1 µg/m 3, para a Solução 5 (Local 6 S5 e 8 S5 ). Este valor não se aproxima dos valores limite referidos no Decreto-Lei n.º 111/2002. Com efeito, o valor máximo horário (75,1 µg/m 3 ) é inferior ao valor limite horário para a protecção da saúde humana, 200 µg/m 3, não se prevendo que o mesmo possa alguma vez vir a ser ultrapassado. No que respeita ao limiar de alerta definido pelo Decreto-Lei n.º 111/2002, os valores estimados são bastante inferiores aos 400 µg/m 3 (valor médio horário, medido em três horas consecutivas) que se aplica para a protecção da saúde humana. Para as PM 10 o valor máximo horário estimado, para 2033, foi de 24,2 µg/m 3, para a Solução 5 (Local 8 S5 ), que é cerca de metade do valor limite legislado (50 µg/m 3 ). No que respeita ao valor limite definido pela OMS (60-90 µg/m 3, para a média aritmética dos valores médios diários obtidos durante o ano para as partículas totais em suspensão) os valores simulados são bastante inferiores ao valor limite. Em síntese, mesmo para o ano 2033 (ano horizonte), considerando valores de tráfego para uma situação de extrema afluência e em condições atmosféricas muito desfavoráveis, as concentrações estimadas de CO, NO 2 e PM 10 serão sempre bastante inferiores aos respectivos valores limite legislados. Os impactes, para as soluções de traçado do IC31 próximas de receptores sensíveis, serão negativos, directos, permanentes, certos, localizados, reversíveis, de magnitude reduzida e pouco significativos. Em consequência do desvio de tráfego das estradas nacionais e municipais, que atravessam aglomerados populacionais, para o futuro IC31, é previsível uma melhoria da qualidade do ar junto dos receptores sensíveis localizados junto dessas vias existentes. Prevê-se para estes casos impactes positivos, mas de difícil classificação, na medida em que a redução das concentrações de poluentes nessas áreas é muito variável. 106/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

109 Impactes cumulativos O Projecto em estudo (IC31 Castelo Branco/Monfortinho) terá, ao nível dos impactes na qualidade do ar, efeitos cumulativos com outros empreendimentos/projectos existentes ou previstos. Nesta perspectiva importa ter em consideração os empreendimentos existentes e previstos que, devido à sua tipologia, dimensão e proximidade ao projecto em estudo sejam relevantes para a identificação de impactes cumulativos. Encontram-se nestas condições as infra-estruturas regionais com desenvolvimento linear próximas ao futuro traçado do IC31. Tendo em consideração que a qualidade do ar na área de estudo é boa e tendo ainda em conta a ordem de grandeza das concentrações estimadas para a fase de exploração do IC31 (ano horizonte), a entrada em funcionamento do IC31, entre Castelo Branco e Monfortinho, terá como consequência para o tráfego regional a sua transferência das vias existentes para a via a construir, permanecendo a generalidade dos impactes com a mesma ordem de grandeza. Face aos impactes previstos para a construção e exploração do IC31, prevêem-se impactes cumulativos negativos permanentes, mas pouco significativos, localizados e reversíveis Síntese de impactes Tendo em consideração a análise anteriormente efectuada apresenta-se no Quadro uma síntese da avaliação de impactes da qualidade do ar para o IC31 Castelo Branco / Monfortinho. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 107/368

110 Quadro Síntese de avaliação de impactes na qualidade do ar Fase Impacte Acção geradora de impacte Localização Natureza Magnitude Incidência Duração Ocorrência Dimensão espacial Reversibilidade Significado sem medidas mitigadoras Significado com medidas mitigadoras Instalação, manutenção e desactivação dos estaleiros e acessos; C Afectação da qualidade do ar nas proximidades do traçado (emissão de partículas e de monóxido de carbono, óxidos de azoto e COVNM) Desmatação, decapagem e limpeza do terreno; Movimentações de terra, onde se incluem as terraplenagens; Funcionamento e circulação de veículos e máquinas nas frentes de obra e vias de acesso, em particular nas não pavimentadas; Actividades envolvidas na britagem de pedra; Frentes de obra, acessos e estaleiros - Dir Temp P L Rev Operação e funcionamento das centrais de betão; Utilização de explosivos. E Afectação da qualidade do ar nos receptores sensíveis identificados Circulação rodoviária Receptores sensíveis identificados - Dir Per P L Rev - NA Fase: C (construção), E (exploração) Natureza: Positiva (+), Negativa (-) Magnitude: Elevada ( ), Média ( ), Reduzida ( ) Incidência: Directa (Dir), Indirecta (Ind) Duração: Permanente (Per), Temporário (Temp) Dimensão Espacial: Local (L), Regional (R), Nacional / Supranacional (N) Reversibilidade: Reversível (Rev), Irreversível (Irrev) Significado: Pouco significativo (- /+), Significativo (-- / ++), Muito significativo (--- / +++) Probabilidade de ocorrência: Certa (C), Provável (P), Incerta (I) NA: Não aplicável 108/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

111 6.8. Ambiente Sonoro Metodologia O IC31 em estudo será susceptível de induzir potenciais impactes no ambiente sonoro das zonas que atravessa devido à influência do ruído gerado pelo tráfego rodoviário que circulará e à sensibilidade de algumas utilizações existentes na sua envolvente. Por um lado, é previsível em algumas zonas envolventes um acréscimo de ruído resultante de uma nova fonte de tráfego que circula na proximidade de locais sensíveis ao ruído. Por outro, a nova infra-estrutura poderá retirar tráfego rodoviário das vias rodoviárias existentes diminuindo as emissões sonoras destas fontes. Além do ruído produzido pelo tráfego rodoviário durante a exploração da via, é também necessário considerar o ruído produzido pelas actividades de construção, o qual, apesar de ter carácter temporário, pode assumir níveis elevados, dependendo das máquinas e equipamentos envolvidos nas actividades de construção. Observando-se na envolvente dos traçados do IC31 em estudo usos do solo com sensibilidade ao ruído, importa proceder a um estudo detalhado dos níveis de ruído previsivelmente gerados pelo tráfego rodoviário, bem como das eventuais facilidades ou dificuldades em implementar soluções minimizadoras de ruído. Os valores previstos para os indicadores de ruído L den e L n gerados pela circulação rodoviária no IC31 e os valores resultantes, no piso mais desfavorável, serão confrontados com os respectivos valores limite legais estabelecidos no ponto 3 do artigo 11º do Decreto- Lei nº 9/2007, de 17 de Janeiro. Adicionalmente, consideraram-se as Notas para Avaliação de Ruído em AIA e em Licenciamento, de Setembro de 2001, da APA (ex-dga), que estabelecem que: No caso das infra-estruturas de transporte, para além dos critérios legalmente estabelecidos, para a avaliação de impactes na componente acústica do ambiente, deve ainda ser tida em consideração a seguinte regra de boa prática: ocorrem impactes significativos sempre que a exposição ao ruído ambiente no exterior, devido a uma nova fonte de ruído, sofre um incremento superior a 12 db(a), valores de L Aeq ; excepto se mesmo com esse incremento os níveis de ruído ambiente no exterior não excederem 45 db(a), no período diurno. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 109/368

112 Previsão do ruído gerado pelo projecto Fase de Construção Os trabalhos de construção envolvem operações diversas tais como, implantação de estaleiros, construção de acessos de obra, escavações, terraplenagens, movimentação e transporte de terras, entre outras. Algumas operações implicam a produção de níveis elevados de ruído utilização de martelos pneumáticos e trabalhos de escavação, por exemplo enquanto outras, como por exemplo a circulação de veículos afectos à obra, geram níveis de ruído mais baixos. Por outro lado, verifica-se que as actividades mais ruidosas são, regra geral, localizadas e limitadas no tempo, enquanto as menos ruidosas podem afectar uma área geográfica maior e prolongar-se durante toda a fase de construção. Associada à construção deverá ainda ser considerada uma fase de pós-construção que inclui o desmantelamento dos estaleiros, a recolha de materiais afectos à obra e a reposição da situação inicial, na qual poderão ser produzidos níveis sonoros relevantes. A propagação do ruído e a atenuação da sua energia com a distância depende da lei de dispersão das ondas sonoras e de fenómenos de reflexão, absorção e outras perdas. Tomando como referência o nível sonoro medido ou previsto a uma determinada distância x0, o nível sonoro a uma distância x pode ser calculado pela seguinte expressão: L (x) = L (xo) + D() - A Na qual o factor direccional D() representa a directividade da fonte sonora e o factor de atenuação A é calculado pela seguinte expressão: A = A disp + A absor + A terr + A vent + A outr Onde: A disp representa a atenuação de energia imposta pela dispersão de energia na frente de onda; A absor representa a atenuação de energia resultante de mecanismos de perdas na atmosfera (absorção molecular, transformações e condução de calor); A terr representa a atenuação provocada pelo tipo e geometria do terreno (devido a efeitos de absorção, de reflexão e de atenuação no solo); A vent representa a atenuação resultante do efeito de ventos dominantes eventualmente existentes (não se considera relevante para este tipo de emissões sonoras); 110/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

113 A outr representa a atenuação provocada por outros factores. As actividades de construção constituem fontes de ruído pontuais, sendo A disp = 20 log (x/xo), isto é, os níveis sonoros produzidos diminuem 6 db por cada duplicação da distância de afastamento. O termo A absor é desprezável para as baixas frequências ou para pequenas distâncias. Contudo, para distâncias da ordem das centenas de metros ou para frequências acima dos 500 Hz, a atenuação resultante de mecanismos de perdas na atmosfera pode ser considerável. Através do algoritmo de propagação sonora referido, é possível determinar os valores dos níveis sonoros L Aeq produzidos pelas operações e equipamentos de construção, com base em resultados de medições acústicas realizadas na proximidade de equipamentos e actividades similares. No Quadro apresentam-se os níveis sonoros esperados por diferentes operações/equipamentos de construção, considerando diferentes distâncias e a propagação em espaço livre (em linha de vista). Quadro Níveis sonoros L Aeq gerados por operações/equipamentos de construção Operações/equipamentos L Aeq db(a) Até 50 m 100 m 300 m Movimentação de terras e escavação (30 m) Betoneiras e equivalentes (50 m) Martelo pneumático (20 m) Escavadora giratória de lagartas 68 (30m) Os níveis sonoros previstos durante a fase de construção junto dos receptores com sensibilidade ao ruído dependerão de: Operações / equipamentos de construção em funcionamento simultâneo; Localização da frente de obra; Distância da frente de obra aos receptores com sensibilidade ao ruído; Horário de funcionamento da obra (período diurno, período de entardecer e/ou período nocturno). Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 111/368

114 Refira-se que na presente fase de projecto, não estão disponíveis dados específicos referentes ao tipo de equipamentos e maquinaria a utilizar e ao período de laboração que será praticado durante a construção. Embora não seja possível prever com exactidão os níveis sonoros junto dos receptores sensíveis, pode-se no entanto considerar que se verificará uma simultaneidade de operações mais ruidosas e menos ruidosas. Os valores indicados no Quadro devem ser tomados como indicativos, permitindo inferir ordens de grandeza dos níveis sonoros previstos durante a execução das diferentes operações construtivas, consoante a distância a que se encontrem os receptores sensíveis. De acordo com esses valores pode-se estimar que os níveis sonoros L Aeq produzidos por máquinas escavadoras e de transporte de terras, situar-se-ão entre os 72 db(a) e os 75 db(a) a uma distância de cerca de 30 m. A 100 m de distância estes valores decrescerão para um intervalo que se situará entre os 62 db(a) e os 65 db(a) e não excederão os 55 db(a) a partir dos 250 m de distância. Os impactes gerados na fase de construção podem ser particularmente significativos nos locais mais próximos da via com utilização sensível ao ruído. Os usos do solo com sensibilidade ao ruído mais próximos da via situam-se a distâncias iguais ou superiores 5 m. Nestes locais, considerando a existência de actividades/operações com utilização de equipamentos mais ruidosos, os níveis sonoros previstos serão superiores a 75 db(a). Os valores anteriores são pontuais com duração limitada aos intervalos e períodos de execução de tarefas e operações, pelo que os valores médios de ruído serão, então, sempre inferiores. Estes valores pontuais poderão, contudo, ser sentidos pelas populações como eventual fonte de incomodidade. Para distâncias da ordem da centena de metros ou superiores, os níveis recebidos não serão mais elevados do que os que estarão presentes com a passagem dos veículos automóveis. Assim, as operações de construção e beneficiação poderão induzir impactes negativos no ruído ambiente nos locais mais próximos com utilização sensível ao ruído. Estes impactes serão mais significativos se as operações de construção ocorrerem durante o período nocturno Fase de Exploração Na fase de exploração, sobressaem os efeitos do ruído produzido pela circulação do tráfego rodoviário. O número de veículos por unidade de tempo (tráfego médio) é um factor de importância primordial na geração do ruído. A energia do ruído produzido é a soma das energias dos ruídos produzidos pelas várias fontes (veículos) presentes que são incorrelacionadas. 112/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

115 A produção de ruído por cada veículo determinará o valor resultante total. A sua velocidade média é um parâmetro relevante na produção de ruído (ruído do motor). Um veículo pesado produzirá níveis de ruído mais elevados do que um veículo ligeiro. A percentagem de veículos pesados do tráfego médio é, assim, outro parâmetro determinante na previsão dos níveis de ruído emitidos. São igualmente relevantes para esta previsão parâmetros relacionados com a via, tais como, o tipo de pavimento. A inclinação da via (de polémica quantificação) não se considera relevante no presente estudo tendo em conta o perfil longitudinal da via, com pequenos ângulos de inclinação. Um fluxo de tráfego suficientemente intenso e regular pode considerar-se como uma fonte em linha. A radiação sonora deste tipo de fonte é feita em onda cilíndrica, correspondendo a atenuação da energia sonora provocada pelo aumento da distância de afastamento a 3 db por cada duplicação da distância. Se o tráfego for pouco intenso ou se apenas um troço da via actuar como fonte sonora, pode considerar-se uma fonte de ruído pontual, sendo neste caso a radiação sonora esférica (diminuição dos níveis sonoros em 6 db por cada duplicação da distância de afastamento). A atenuação dos níveis sonoros com a distância não depende apenas da lei de dispersão das ondas sonoras. Tomando como referência o nível sonoro medido ou previsto a uma distância determinada xo, o nível sonoro L uma qualquer distância x pode ser calculado através da expressão: L (x) = L (xo) - A Neste caso o factor de atenuação A é calculado através da expressão: A = A disp + A absor + A terr + A vent Considerando-se o tráfego rodoviário como uma fonte sonora em linha, cuja energia de radiação é cilíndrica, verifica-se que A disp = 10 log (x/xo). Como já foi anteriormente referido, a atenuação provocada por mecanismos de perdas na atmosfera (absorção molecular, transformações e condução de calor) é desprezável para as baixas frequências ou para pequenas distâncias, assumindo apenas relevância para distâncias da ordem da centena de metros ou para frequências acima dos 500 Hz. Assim, tendo em conta que o ruído do tráfego rodoviário tem uma composição espectral de banda larga e que a distância entre a via (fonte sonora) e os receptores sensíveis se estende até às centenas de metros, verifica-se que o termo Aabsor é relevante para o cálculo do factor de atenuação global. O termo A vent pode ser significativo para distâncias superiores a 200 ou 300 m. A velocidade de propagação altera-se com o meio em movimento. Assim, com o vento a favor, a propagação faz-se a uma maior velocidade e aquele termo é negativo. No entanto, contra o Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 113/368

116 vento, pode haver lugar a curvatura dos raios sonoros e a formação de zonas de sombra, o que produz uma atenuação suplementar não desprezável. Outros efeitos que poderiam ser incluídos na expressão de cálculo do factor A, tais como os resultantes de variações de temperatura, não o foram por não terem relevância no caso em estudo. Previsões do ruído de tráfego rodoviário As previsões do ruído gerado pelo tráfego rodoviário previsto para os traçados em estudo foram efectuadas com recurso ao programa Cadna/A versão 3.6, desenvolvido pela firma alemã DataKustik. Este programa de modelação e simulação contabiliza os fenómenos físicos mais relevantes, tais como reflexões em fachadas, efeitos topográficos e outros referentes às características 3-D dos terrenos e das estradas. O programa Cadna/A foi utilizado para estudar e desenhar as curvas isofónicas correspondentes às situações de propagação do ruído gerado pelo tráfego rodoviário. As previsões foram realizadas para três cenários de volumes de tráfego correspondentes aos anos de 2013, de 2023 e de 2033, considerando as Soluções divididas em diferentes Secções, de acordo com o Estudo de Tráfego fornecido. Os valores de TMDA foram distribuídos pelos diferentes períodos de referência de acordo com as percentagens fornecidas. A velocidade de projecto considerada foi de 100 km/h. As previsões de ruído consideraram a tipologia do pavimento normal. Os cálculos de emissão sonora da circulação rodoviária foram efectuados de acordo com a Norma NMPB-Routes 96. Este é o método recomendado no Decreto-Lei n.º 146/2006, de 31 de Julho. Mapas de ruído Os valores previstos pelo Programa Cadna/A são apresentados sob a forma de mapas de ruído. Os Mapas de ruído foram elaborados de acordo com as disposições nacionais e internacionais aplicáveis, nomeadamente as recomendações constantes do documento Mapas de Ruído/Princípios Orientadores (Anexo do Despacho nº 10856/2003, de 31 de Maio) emitido pelo Instituto do Ambiente, as constantes da Directiva Europeia 2002/49/EC relativa à avaliação e gestão de ruído ambiente e as constantes do documento Good Practice Guide for Strategic Noise Mapping and the Production of Associated Data on Noise Exposure elaborado pelo EU Noise Policy Working Group on Assessment of Exposure to Noise (versão 1 de Dezembro de 2003 e versão 2, com actualização de Agosto de 2007). 114/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

117 Os mapas de ruído foram elaborados para os indicadores de ruído L den e L n a partir dos cálculos efectuados nos vértices de uma malha de cálculo de 10x10 m, a uma altura do solo de 4,0 m. O código de cores apresentado para os diferentes intervalos de níveis sonoros é o recomendado pela Norma NP Os mapas de ruído foram efectuados com uma distribuição de níveis sonoros em intervalos de 5 db(a), desde 45 db(a) até 75 db(a), sendo apresentados à escala 1:10.000, incidindo apenas sobre as zonas onde existem receptores sensíveis ao ruído. De referir que na envolvente próxima da Solução 3, da Solução 4, da Solução 5.1, da Solução 1C e da Solução 7, não existem zonas com receptores sensíveis ao ruído, pelo que apenas são apresentados Mapas de Ruído para as Soluções 1, 2, 1A, 1B, 5 e 6. No Anexo apresentam-se os mapas de ruído elaborados para as Soluções 1, 2, 1A, 1B, 5 e 6 e para os anos 2013, 2023 e Impactes na fase de construção As operações de construção mais ruidosas serão responsáveis pela geração de níveis de ruído muito elevados na sua imediata vizinhança. Os efeitos resultantes da transmissão de vibrações originadas pelos equipamentos e operações de construção não serão, em geral, significativos, dado o tipo de trabalhos a realizar, a topografia dos terrenos e a natureza das instalações vizinhas. As zonas potencialmente mais afectadas são as ocupadas por habitações ou outras utilizações sensíveis (tais como escolares, hospitalares ou religiosas) mais próximos do traçado. As previsões mostram que o ruído de construção poderá afectar significativamente zonas situadas numa vizinhança da ordem dos 200 m, e que sejam sensíveis ao ruído, essencialmente, por terem utilização de habitação. Consideram-se como susceptíveis de sofrer impactes negativos nas zonas com usos do solo com sensibilidade ao ruído, essencialmente casas de habitação, implantadas nas seguintes zonas: Solução 1 entre cerca do km e o km 3+500, de ambos os lados do traçado; cerca do km , no lado direito do traçado; cerca do km , no lado direito; Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 115/368

118 cerca do km e o km , ambos os lados do traçado. Solução 2 cerca do km , lado direito da via. Solução 1A entre cerca do km e o km 1+998, lado esquerdo do traçado. Solução 1B entre cerca do km e o km 0+850, ambos os lados direito do traçado; cerca do km 4+100, no lado direito. Solução 5 cerca do km , lado esquerdo do traçado; entre cerca do km e o km , ambos os lados do traçado; entre cerca do km e o km , no lado esquerdo. Solução 6 cerca do km , lado esquerdo do traçado. Recomenda-se a adopção de medidas de minimização de ruído na fase de construção Impactes na fase de exploração Procede-se, de seguida, à análise dos impactes no ruído ambiente resultantes da implantação das várias Soluções previstas para o IC31 entre Castelo Branco e Monfortinho tendo em conta os potenciais impactes resultantes do ruído gerado pelas várias Soluções em estudo. À data de elaboração do presente estudo não tinha sido atribuída qualquer classificação acústica às zonas envolventes do IC31. Assim, de acordo com a legislação vigente, nestas zonas aplicam-se os valores limite de Lden igual ou inferior a 63 db(a) e L n igual ou inferior a 53 db(a). 116/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

119 A análise que se segue é uma avaliação global dos principais impactes induzidos no ambiente sonoro da zona envolvente do traçado das várias Soluções. Toda a análise efectuada exigirá um estudo detalhado em fase de Projecto de Execução, tendo em conta o desenvolvimento da solução definitiva adoptada, para uma avaliação rigorosa dos impactes resultantes bem como da eventual necessidade de medidas de minimização de ruído Análise dos Traçados De referir que na envolvente próxima da Solução 3, da Solução 4, da Solução 5.1, da Solução 1C e da Solução 7, não existem zonas com receptores sensíveis ao ruído, pelo que não se verificam impactes na envolvente destas soluções. Para as diferentes soluções previstas, são considerados locais de referência com usos do solo com sensibilidade ao ruído, para os quais é particularizada a análise de Impactes. Ou seja, para estes locais, são apresentados os valores registados actualmente para os indicadores de ruído L den e L n, os valores previstos (gerados pela circulação rodoviária no IC31) e os valores resultantes, no piso mais desfavorável do uso do solo com sensibilidade ao ruído. Estes valores são apresentados em Quadros. Os valores resultantes para os indicadores de ruído Lden e Ln são calculados, sempre que possível, a partir da soma energética dos valores dos níveis sonoros registados actualmente com os valores dos níveis sonoros previstos pela circulação rodoviária no IC31. Solução 1 e 1A Como o corredor projectado para a Solução 1 é muito distinto dos restantes, o presente sub capítulo começa por analisar toda a Solução 1 e na zona inicial incluirá em simultâneo a Solução 1A. Km a km 3+500, ambos os lados da Solução 1 e km a km 1+988, lado esquerdo da Solução 1A Observa-se em ambos os lados dos traçados, casas de habitações com 1 e 2 pisos, com terreno circundante e com anexos, a distâncias iguais e/ou superiores a 5 m da via. De referir que, aproximadamente entre o km e km da Solução 1, o traçado da Solução 1A desenvolve-se a Norte do da Solução 1, tornando-se os traçados coincidentes a partir deste km e até ao km final da Solução 1A. Para além das casas de habitação, existem diversos anexos de apoio agrícola e pecuária, escritórios e empresas. Nos quadros seguintes (Quadro e 6.8.3), apresentam-se para 3 locais com receptores sensíveis ao ruído situados na envolvente da Solução 1 e para um local situado na Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 117/368

120 envolvente da Solução 1A, os valores medidos actualmente, para os receptores R1 e R2=R4, e, os valores medidos num local acusticamente idêntico, para o receptor R3, os valores previstos para os indicadores de ruído L den e L n gerados pela circulação rodoviária no IC31 e os valores resultantes, no piso mais desfavorável. Solução 1 Quadro Valores medidos actualmente, valores previstos (gerados pela circulação rodoviária no IC31) e valores resultantes, no piso mais desfavorável Valores Medidos Valores previstos pelo IC 31 Valores resultantes L den db(a) L n db(a) L den db(a) L n db(a) L den db(a) L n db(a) km / Receptor / Lado / R1 / Direito / R2 / Esquerdo / R3 / Esquerdo /R3a / Direito 3+450/ R4a/ Direito 67,0 53,0 60,0 62,0 63,0 52,5 54,5 55,5 60,0 62,0 63,0 52,5 54,5 55,5 48,0 40,5 58,5 60,0 61,0 51,0 52,0 53,0 59,0 60,5 61,0 51,5 52,5 53,0 48,0 40,5 66,0 67,0 68,5 58,0 59,5 60,5 66,0 67,0 68,5 58,0 59,5 60,5 47,0 39,5 63,0 64,0 65,5 55,0 56,0 57,5 63,0 64,0 65,5 55,0 56,0 57,5 47,0 39,5 57,0 58,0 59,5 50,0 51,0 52,0 57,5 58,5 60,0 50,0 51,0 52,0 NOTA: R1 valor medido 1S1; R2 - valor medido 2S1; R3 - valor medido num local acusticamente idêntico (2 S1 ); e R3a e R4a - valor medido num local acusticamente idêntico (1 S1B ) Solução 1SA Quadro Valores medidos actualmente, valores previstos (gerados pela circulação rodoviária no IC31) e valores resultantes, no piso mais desfavorável Valores Medidos Valores previstos pelo IC 31 Valores resultantes km / Receptor/ Lado 1+600/ R4=R2/ Esquerdo L den db(a) L n db(a) L den db(a) L n db(a) L den db(a) L n db(a) ,0 40,5 58,5 60,0 61,0 51,0 52,0 53,0 59,0 60,5 61,0 51,5 52,5 53,0 NOTA: R4= R2 - valor medido 2 S1 =1 S1A 118/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

121 A análise dos valores dos níveis sonoros resultantes permite concluir que a amplitude dos níveis sonoros previstos varia consoante a Solução considerada. Os valores medidos cerca do km da Solução 1 (R1) são determinados pelo ruído emitido (i) pela elevada densidade de tráfego rodoviário e que circula com considerável velocidade, (ii) pelo tráfego rodoviário com elevada pecentagem de tráfego de pesados que circula na EN18 e (iii) na EN local. Com a entrada em funcionamento do IC31 considerou-se que todo o tráfego que circula na actual EN é transferido para o IC31, assim como alguma percentagem do tráfego que circula na EN18 e na A23. Assim, os níveis sonoros resultantes junto do Receptor R1 serão sempre superiores aos valores previstos, pelo facto do ambiente sonoro futuro passar a ser determinado pelo tráfego no IC31 e pelo tráfego que circula na A23 e na EN18. Relativamente ao traçado da Solução 1 pode-se concluir que: Junto ao receptor R1 e contabilizando os valores medidos e previstos, os valores resultantes para o indicador de ruído Ln serão da ordem de grandeza ou até superiores ao valor limite de 53 db(a), legalmente estabelecido para zonas que ainda não foram alvo de zonamento acústico. Relativamente aos valores previstos e resultantes para o indicador de ruído Lden, estes nunca ultrapassam o valor limite legalmente estabelecido para zonas que ainda não foram alvo de classificação acústica, ou seja não são superiores a 63 db(a), para os três anos em estudo. Prevêm-se impactes de magnitude e extensão pequenas; Junto ao receptor R2, os valores previstos e resultantes para o indicador de ruído Lden são sempre inferiores ao valor limite legalmente estabelecido para zonas que ainda não foram alvo de classificação acústica, ou seja são inferiores a 63 db(a), para os três anos em estudo. Os valores previstos e resultantes para o indicador de ruído Ln não ultrapassam o valor limite de 53 db(a) até ao ano 2023 e no ano horizonte são da ordem de grandeza deste valor. Até ao ano 2023, não se prevê a adopção de medidas minimizadoras de ruído e na proximidade do ano horizonte recomenda-se um programa de monitorização de Ruído; Junto aos receptores R3 e R3a, os valores previstos e resultantes para os indicadores de ruído Lden e Ln são iguais e/ou superiores aos valores limite legalmente estabelecidos para zonas que ainda não foram alvo de classificação acústica, ou seja, os valores de Lden são iguais e superiores a 63 db(a) e os valores de Ln são superiores a 53 db(a), logo no ano inicial; Junto ao receptor R4A, os valores previstos e resultantes para os indicadores de ruído Lden e Ln são sempre inferiores ao valor limite legalmente estabelecido para zonas que ainda não foram alvo de classificação acústica, ou seja são inferiores a 63 db(a) e 53 db(a) respectivamente, para os três anos em estudo; De acordo com a legislação em vigor, prevêem-se impactes negativos de extensão média e magnitude média a elevada, junto dos receptores R1, R3 e R3a situados na envolvente da Solução 1; Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 119/368

122 Considerando a regra de boas práticas e considerando o indicador de ruído L n que é mais restritivo (incremento no indicador L n >12 db(a)) prevêem-se impactes negativos muito significativos junto do receptor R2 no ano 2023, junto dos Receptores R3 e R3a a partir do ano inicial e junto do Receptor R4a na proximidade do ano horizonte; De acordo com a legislação vigente, deverão ser adoptadas medidas minimizadoras de ruído ao km (R1) no ano 2023, ao km (R2) na proximidade do ano 2033, ao km (R3) no ano inicial e ao km (R3a) no ano inicial. De acordo com a regra de boas práticas, deverão ser adoptados medidas minimizadoras de ruído, ao km (R2) na proximidade do ano 2023, ao km (R4a) na proximidade do ano horizonte. Relativamente ao traçado da Solução 1A pode-se concluir que: Os valores previstos e resultantes para o indicador de ruído Lden são inferiores ao valor limite legalmente estabelecidos para zonas que ainda não foram alvo de classificação acústica, ou seja, os valores são inferiores a 63 db(a), para todos os anos em estudo. Os valores previstos e resultantes para o indicador de ruído L n são inferiores ao valor limite legalmente estabelecido para zonas que ainda não foram alvo de classificação acústica, ou seja, os valores são inferiores a 53 db(a) até à proximidade do ano horizonte. No ano horizonte, os valores previstos são da ordem de grandeza do valor limite. De acordo com a legislação em vigor, prevêem-se impactes negativos de extensão e magnitude pequenas. Até ao ano 2023 e de acordo com a legislação em vigor, não se prevê a adopção de medidas minimizadoras de ruído e na proximidade do ano horizonte, a sua adopção depende dos resultados do programa de monitorização de Ruído a implementar. Considerando a regra de boas práticas (incremento no indicador L n >12dB(A)), prevêemse impactes negativos muito significativos, a partir do ano De acordo com a regra de boas práticas, deverão ser adoptados medidas minimizadoras de ruído, ao km (R4) na proximidade do ano De referir que a magnitude e extensão dos impactes gerados pela Solução 1 são maiores do que os induzidos pela Solução 1A. km , lado direito da Solução 1 Observa-se no lado direito do traçado, diversos edifícios pertencentes a uma Quinta, um deles utilizado para habitação e os restantes usados como anexos de utilização agrícola e pecuária, a distâncias de cerca de 170 m da traçado. 120/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

123 No Quadro 6.8.4, apresentam-se para este local, os valores medidos actualmente, os valores previstos para os indicadores de ruído L den e Ln gerados pela circulação rodoviária no IC31 e os valores resultantes, no piso mais desfavorável. Quadro Valores medidos actualmente, valores previstos (gerados pela circulação rodoviária no IC31) e valores resultantes, no piso mais desfavorável Valores Medidos Valores previstos pelo IC 31 Valores resultantes km / Receptor/ Lado / R5 / Direito Lden db(a) Ln db(a) Lden db(a) Ln db(a) Lden db(a) Ln db(a) ,0 41,0 62,0 63,0 64,0 54,0 55,0 56,0 62,5 63,5 64,4 54,0 55,0 56,0 NOTA: R5 valor medido 3 S1 Com a entrada em funcionamento do IC31, algum tráfego que circula na actual EN353 será transferido para a nova via, pelo que os valores dos níveis sonoros actualmente registados sofrerão uma diminuição. A análise do quadro anterior permite concluir que existem acréscimos nos níveis sonoros, logo a partir do ano Os valores previstos para o indicador de ruído L n ultrapassam logo no ano inicial o valor limite de 53 db(a) legalmente estabelecido. Para o indicador de ruído L den, o valor limite de 63 db(a) é ultrapassado na proximidade do ano De acordo com a legislação em vigor, prevêem-se impactes negativos de extensão pequena e magnitude média a elevada. Deverão ser adoptadas medidas minimizadoras de ruído, ao km (R5), lado direito, logo no ano inicial. Considerando a regra de boas práticas (incremento no indicador L n >12dB(A)), prevêem-se impactes negativos muito significativos, logo no ano inicial. De acordo com a regra de boas práticas, deverão ser adoptados medidas minimizadoras de ruído, ao km (R5), lado direito, logo no ano inicial. km , lado esquerdo da Solução 1 Observa-se no lado esquerdo do traçado, casas de habitação com 1 e 2 pisos, com anexos e com terreno circundante, a distâncias iguais e/ou superiores a 70 m da traçado. No Quadro 6.8.5, apresentam-se para este local, os valores medidos num local acusticamente idêntico, os valores previstos para os indicadores de ruído L den e L n gerados pela circulação rodoviária no IC31 e os valores resultantes, no piso mais desfavorável. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 121/368

124 Quadro Valores medidos num local acusticamente idêntico, valores previstos (gerados pela circulação rodoviária no IC31) e valores resultantes, no piso mais desfavorável Valores Medidos Valores previstos pelo IC 31 Valores resultantes km / Receptor/ Lado / R6 / Esquerdo L den db(a) L n db(a) L den db(a) L n db(a) L den db(a) L n db(a) ,5 30,5 58,5 60,0 61,0 51,0 52,0 53,0 58,5 60,0 61,0 51,0 52,0 53,0 NOTA: R6 valor medido num local acusticamente idêntico (1 S5 ) O ambiente sonoro do local onde se situa o Receptor R6 é determinado por fenómenos naturais e pelo tráfego escasso que circula na estrada local. Das várias visitas realizadas às zonas de atravessamento do IC31 e dos diversos registos efectuados, verificou-se que o ambiente sonoro deste local é acusticamente idêntico aos locais que sofrem a influência de (i) fenómenos nturais e (ii) pela circulação de tráfego rodoviário escasso, como é o caso do local 1 S5. A análise do quadro anterior permite concluir da existência de acréscimos nos níveis sonoros, logo a partir do ano No entanto, os valores previstos para o indicador de ruído Lden não ultrapassarão o valor limite legalmente estabelecido para zonas que ainda não foram alvo de classificação acústica, ou seja são inferiores a 63 db(a), para todos os anos em análise. Os valores previstos para o indicador de ruído L n são inferiores a 53 db(a) até à proximidade do ano 2023 e da ordem de grandeza de 53 db(a) no ano De acordo com a legislação em vigor, prevêem-se impactes negativos pouco significativos no ruído ambiente local, de extensão e magnitude pequenas. Até ao ano 2023 e de acordo com a legislação em vigor, não se prevê a adopção de medidas minimizadoras de ruído e na proximidade do ano horizonte, a sua adopção depende dos resultados do programa de monitorização de Ruído a implementar. Considerando a regra de boas práticas (incremento no indicador L n >12 db(a)), prevêem-se impactes negativos muito significativos, logo no ano inicial. De acordo com a regra de boas práticas, deverão ser adoptados medidas minimizadoras de ruído, ao km (R6), lado esquerdo, logo no ano inicial. 122/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

125 Solução 1B km 0+800, lado esquerdo e km 4+100, lado direito da Solução 1B Observa-se cerca do km 0+800, no lado esquerdo, vários edifícios com utilização habitacional com 1 e 2 pisos, com utilização agrícola e pecuária, pertencentes ao Monte da Ordinha, a distâncias iguais a 110 m do traçado. Cerca do km 4+100, no lado direito, observa-se uma habitação com anexos, a cerca de 95 m de distância ao traçado. O ambiente sonoro destes locais é sossegado, típico de zonas afastadas de fontes sonoras dignas de registo. No Quadro 6.8.6, apresentam-se para estes locais, os valores registados, os valores previstos para os indicadores de ruído L den e L n gerados pela circulação rodoviária no IC31 e os valores resultantes, no piso mais desfavorável. Quadro Valores medidos actualmente, valores previstos (gerados pela circulação rodoviária no IC31) e valores resultantes, no piso mais desfavorável Valores Medidos Valores previstos pelo IC 31 Valores resultantes L den db(a) L n db(a) L den db(a) L n db(a) L den db(a) L n db(a) km / Receptor/ Lado / R7 / Esquerdo / R7a / Direito ,0 39,5 58,5 59,0 60,0 51,0 51,5 52,5 59,0 59,5 60,0 51,5 52,0 52,5 47,0 39,5 58,0 59,0 60,0 50,0 51,0 52,0 58,5 59,5 60,0 50,5 51,0 52,0 NOTA: R7 e R7a valor medido 1 S1B A análise do quadro anterior permite concluir da existência de acréscimos nos níveis sonoros, logo a partir do ano Os valores resultantes para os indicadores de ruído L den e L n são inferiores aos valores limite legalmente estabelecidos para zonas que ainda não foram alvo de classificação acústica, ou seja, os valores de L den são inferiores a 63 db(a) e os valores de L n são inferiores a 53 db(a). Esta situação é válida para os dois locais em análise e para os três cenários de tráfego em estudo (anos 2013, 2023 e 2033). Nestes locais e de acordo com a legislação em vigor, prevêem-se impactes negativos pouco significativos no ruído ambiente local, de extensão e magnitude pequenas. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 123/368

126 De acordo com a legislação em vigor, não se prevê a adopção de medidas minimizadoras de ruído. Considerando a regra de boas práticas (incremento no indicador L n >12 db(a)), prevêem-se impactes negativos muito significativos, logo no ano inicial, em ambos os locais em análise. De acordo com a regra de boas práticas, deverão ser adoptados medidas minimizadoras de ruído, ao km (R7), lado esquerdo, logo no ano inicial e ao km (R7a), lado direito, na proximidade do ano horizonte. Solução 2 km , lado direito da Solução 2 Observa-se no lado direito do traçado, uma casa de habitação, a cerca de 150 m de distância deste. No Quadro 6.8.7, apresenta-se para o receptor referido, os valores obtidos nas medições acústicas efectuadas num local acusticamente idêntico, os valores previstos para os indicadores de ruído L den e L n gerados pela circulação rodoviária no IC31 e os valores resultantes, no piso mais desfavorável. Quadro Valores medidos num local acusticamente idêntico, valores previstos (gerados pela circulação rodoviária no IC31) e valores resultantes, no piso mais desfavorável Valores Medidos Valores previstos pelo IC 31 Valores resultantes km / Receptor/ Lado / R8 / Direito L den db(a) L n db(a) L den db(a) L n db(a) L den db(a) L n db(a) ,0 38,0 57,0 58,5 60,0 49,0 50,5 51,5 57,5 59,0 60,5 49,5 50,5 51,5 NOTA: R8 valor medido num local acusticamente idêntico (2 S5 ) O ambiente sonoro do local onde se situa o Receptor R8 é determinado pelo tráfego que circula na estrada próxima e por fenómenos naturais. Das várias visitas realizadas às zonas de atravessamento do IC31 e dos diversos registos efectuados, verificou-se que o ambiente sonoro deste local é acusticamente idêntico aos locais que sofrem a influência (i) da circulação de tráfego rodoviário em estradas próximas e (ii) por fenómenos naturais, como é o caso do local 2S5. A análise dos níveis sonoros resultantes permite concluir da existência de acréscimos nos níveis sonoros, logo a partir do ano No entanto, os valores previstos para os 124/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

127 indicadores de ruído L den e L n não ultrapassarão os valores limite legalmente estabelecidos para zonas que ainda não foram alvo de classificação acústica, ou seja são inferiores a 63 db(a) e inferiores a 53 db(a), respectivamente. De acordo com a legislação em vigor, prevêem-se impactes negativos pouco significativos no ruído ambiente local, de extensão e magnitude pequenas. De acordo com a legislação em vigor, não se prevê a adopção de medidas minimizadoras de ruído. Considerando a regra de boas práticas (incremento no indicador L n >12 db(a)), prevêem-se impactes negativos significativos, logo no ano inicial. De acordo com a regra de boas práticas, deverão ser adoptados medidas minimizadoras de ruído, ao km (R8), lado direito, logo no ano inicial. Solução 5 O traçado da Solução 5 apresenta um desenvolvimento muito próximo da actual EN239, essencialmente entre o km e o km final. Com a entrada em funcionamento do IC31, em caso de selecção desta Solução, grande percentagem de tráfego que circula na actual EN239 será transferido para a nova via, pelo que os valores dos níveis sonoros actualmente registados na envolvente da actual EN sofrerão uma diminuição. Observam-se muito próximo do traçado, casas de habitação com 1 e 2 pisos, com anexos e com terreno circundante, a partir, essencialmente, do km até cerca do km , em ambos os lados e desde cerca do km até cerca do km , no lado esquerdo. No Quadro 6.8.8, apresentam-se para a maioria dos locais avaliados, os valores medidos, os valores previstos para os indicadores de ruído Lden e Ln gerados pela circulação rodoviária no IC31 e os valores resultantes, no piso mais desfavorável. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 125/368

128 Quadro Valores medidos actualmente, valores previstos (gerados pela circulação rodoviária no IC31) e valores resultantes, no piso mais desfavorável Valores Medidos Valores previstos pelo IC 31 Valores resultantes km / Receptor/ Lado / R9a / Direito / R10a / Direito / R11a / Direito / R12a / Direito / R13a / Esquerdo / R14a / Direito / R15a / Direito / R16a / Direito / R17a / Direito / R18a / Direito / R10 / Esquerdo / R19a / Esquerdo / R11 / Esquerdo / R12 / Esquerdo / R20a / Esquerdo / R21a/ Esquerdo L den db(a) L n db(a) L den db(a) L n db(a) L den db(a) L n db(a) ,5 30,5 64,5 66,0 67,0 56,5 58,0 59,0 64,5 66,0 67,0 56,5 58,0 59,0 37,5 30,5 56,5 57,5 58,5 48,5 49,5 50,5 56,5 57,5 58,5 48,5 49,5 50,5 49,0 38,0 65,0 66,5 67,5 57,0 58,0 59,5 65,0 66,5 67,5 57,0 58,0 59,5 37,5 30,5 58,5 60,0 61,0 51,0 52,0 53,0 58,5 60,0 61,0 51,0 52,0 53,0 49,0 38,0 64,5 65,5 67,0 56,5 57,5 59,0 64,5 65,5 67,0 56,5 57,5 59,0 49,0 38,0 62,0 63,0 64,0 54,0 55,0 56,0 62,0 63,0 64,0 54,0 55,0 56,0 49,0 38,0 63,0 64,0 65,0 55,0 56,0 57,0 63,0 64,0 65,0 55,0 56,0 57,0 49,0 38,0 68,5 69,5 70,5 60,5 61,5 62,5 68,5 69,5 70,5 60,5 61,5 62,5 49,0 38,0 56,0 57,0 58,5 48,0 49,0 50,0 57,0 57,5 59,0 48,5 49,5 50,5 49,0 38,0 68,0 69,0 70,0 60,0 61,0 62,0 68,0 69,0 70,0 60,0 61,0 62,0 59,5 26,0 69,5 71,0 72,0 61,5 62,5 63,5 69,5 71,0 72,0 61,5 62,5 63,5 59,5 26,0 68,0 69,0 70,0 60,0 61,0 62,0 68,0 69,0 70,0 60,0 61,0 62,0 41,0 30,0 56,5 58,5 59,5 48,5 50,5 53,0 56,5 58,5 59,5 48,5 50,5 53,0 44,0 30,0 44,0 46,5 47,5 37,0 39,0 41,0 44,0 46,5 47,5 37,0 39,0 41,0 44,0 30,0 58,0 59,0 60,5 49,0 50,0 52,5 58,0 59,0 60,5 49,0 50,0 52,5 44,0 30,0 58,5 59,5 61,0 50,0 51,0 53,0 58,5 59,5 61,0 50,0 51,0 53,0 NOTA: R9a, R10a e R12a valor medido 1 S5 ; R11a, R13a a R18a valor medido 2 S5 ; R10 e R19a - valor medido 3 S5 ; R11 - valor medido 4 S5 ; R12, R20a, R21a valor medido 5 S5 A análise dos níveis sonoros resultantes permite concluir da existência de acréscimos nos níveis sonoros, logo a partir do ano Na maioria dos locais, mais próximos da Solução 5, os valores previstos para os indicadores de ruído L den e L n ultrapassam os valores limite legalmente estabelecido para zonas que ainda não foram alvo de classificação acústica, ou seja, são superiores a 63 db(a) e superiores a 53 db(a), respectivamente. 126/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

129 De acordo com a legislação em vigor, prevêem-se na maioria dos locais com sensibilidade ao ruído mais próximos da Solução 5, impactes negativos de extensão média e magnitude média a elevada. De acordo com a legislação vigente, deverão ser adoptadas medidas minimizadoras de ruído, logo no ano inicial, ao km (R9a), ao km (R11a), (R13a), ao km (R14a), ao km (R15a), ao km (R16a), ao km (R18a), ao km (R10), ao km (R19a) e na proximidade do ano horizonte ao km (R12a). Considerando a regra de boas práticas (incremento no indicador L n >12 db(a)), prevêem-se na maioria dos locais impactes negativos muitos significativos, logo no ano inicial. Deverão ser adoptados medidas minimizadoras de ruído, nos locais anteriormente mencionados, ao km (R17a), ao km (R20a), ao km (R21a), logo no ano inicial e junto de R11 na proximidade do ano Por outro lado a transferência do tráfego da EN239 para o IC31, fará com que os níveis sonoros dos locais situados na envolvente da referida EN sofram uma diminuição. Prevêemse impactes positivos junto dos locais situados na proximidade da EN239, mas sem contudo assumir significado. Solução 6 km , lado esquerdo da Solução 6 Na envolvente do traçado da Solução 6 existem cerca do km , no lado esquerdo do traçado, casas de habitação com anexos, a cerca de 165 m do traçado. No Quadro 6.8.9, apresenta-se para o receptor referido, os valores medidos, os valores previstos para os indicadores de ruído L den e L n gerados pela circulação rodoviária no IC31 e os valores resultantes, no piso mais desfavorável. Quadro Valores medidos actualmente, valores previstos (gerados pela circulação rodoviária no IC31) e valores resultantes, no piso mais desfavorável Valores Medidos Valores previstos pelo IC 31 Valores resultantes km / Receptor/ Lado / R13/ Esquerdo L den db(a) L n db(a) L den db(a) L n db(a) L den db(a) L n db(a) ,0 30,0 56,5 58,0 59,0 48,5 50,0 51,0 56,5 58,0 59,0 48,5 50,0 51,0 NOTA: R13 valor medido 1 S6 Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 127/368

130 A análise dos níveis sonoros resultantes permite concluir da existência de acréscimos nos níveis sonoros, logo a partir do ano No entanto, os valores previstos para os indicadores de ruído L den e L n não ultrapassarão os valores limite legalmente estabelecidos para zonas que ainda não foram alvo de classificação acústica, ou seja são inferiores a 63 db(a) e inferiores a 53 db(a), respectivamente. De acordo com a legislação em vigor, prevêem-se impactes negativos pouco significativos no ruído ambiente local, de extensão e magnitude pequenas. De acordo com a legislação em vigor, não se prevê a adopção de medidas minimizadoras de ruído. Considerando a regra de boas práticas (incremento no indicador L n >12 db(a)), prevêem-se impactes negativos muito significativos, logo no ano inicial. De acordo com a regra de boas práticas, deverão ser adoptados medidas minimizadoras de ruído, ao km (R13), lado esquerdo, logo no ano inicial Impactes Cumulativos Entende-se por impactes cumulativos no Ambiente Sonoro, aqueles que resultam do projecto do IC31 entre Castelo Branco e Monfortinho conjuntamente com outros projectos passados, presentes ou futuros que concorrem para as áreas envolventes de implantação do projecto rodoviário em análise. Deste modo, pretende-se analisar de que forma os efeitos decorrentes da implantação da infra-estrutura rodoviária em análise se fazem sentir conjuntamente com outros impactes resultantes de projectos/acções existentes ou previstas a médio prazo. Chama-se a atenção para o potencial efeito sinergístico que estes poderão ter, isto é, os impactes resultantes de mais do que um projecto sobre um determinado recurso podem não ser iguais à sua soma caso estes ocorressem de forma independente numa determinada área. Os impactes associados à implantação da ligação em estudo verificam-se em dois tempos. Durante a fase de construção irá verificar-se a emissão de ruído associado à circulação de máquinas, equipamentos e veículos afectos à obra (na sua maioria pesados). Durante a fase de exploração irá verificar-se a emissão de ruído associado ao número e tipo de veículo que circulam no itinerário em estudo. Relativamente ao Ambiente Sonoro Local, na fase de exploração, os principais Impactes induzidos pelo IC31 entre Castelo Branco e Monfortinho, afectam directamente usos do solo com sensibilidade ao ruído existentes na envolvente dos traçados das várias Soluções em estudo, essencialmente casas de habitação com 1 e 2 pisos. Os Projectos ou Acções existentes e futuros que concorrem para a área em estudo com Impactes no Ambiente Sonoro Local são: (i) as vias rodoviárias existentes na zona final do traçado e a EM568 e (ii) outros acessos rodoviários a novas urbanizações a implantar. 128/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

131 Tendo em conta que não é previsível um desenvolvimento particular, de ordem urbanística, turística ou industrial e considerando os valores dos níveis sonoros gerados pela circulação rodoviária no IC31 conjuntamente com os valores dos níveis sonoros gerados pelas estradas actuais e ou futuros, não será expectável que se verifique um acréscimo dos valores previstos, pelo que não se prevê a existência de impactes cumulativos, de magnitude, extensão e significância dignas de registo. Por outro lado, com a entrada em funcionamento do IC31, o tráfego que circula na actual EN239, será transferido para a nova via, pelo que os níveis sonoros nos locais próximos daquela EN sofrerão uma diminuição. Assim, prevêem-se impactes positivos na envolvente da actual EN239, embora muito pouco significativos. No Quadro apresenta-se o Resumo dos Impactes Cumulativos. Quadro Impactes Cumulativos Principais Impactes Gerados - Afectação de casas de habitação com 1 e 2 pisos. Projectos/acções existentes ou previstas - Exploração da A23 - Exploração das EN18 e EN239 Analise de Impactes Cumulativos e Grau de Afectação no Ambiente Sonoro Local - A circulação rodoviária na A23 e na EN18 e na EN239 é a principal fonte de ruído - O novo itinerário induzirá impactes negativos junto dos usos do solo com sensibilidade ao ruído afastados das vias rodoviárias actuais. - Com a entrada em funcionamento do IC31, o tráfego que circula na actual EN239 será transferido para a nova via, pelo que se prevêem impactes positivos, junto dos locais situados na proximidade daquela EN com ocupação sensível ao ruído. - Afectação negativa, junto dos usos do solo afastados das vias rodoviárias actuais; - positiva, nos locais próximos da actual EN Síntese de Impactes Da análise efectuada aos vários traçados alternativos projectadas para o IC31 entre Castelo Branco e Monfortinho pode-se concluir que: Os impactes de ruído gerados na fase de construção serão médios a elevados, junto aos usos do solo com sensibilidade ao ruído (habitações), situados nas proximidades (até 200 m) dos vários traçados. As zonas susceptíveis de requerer protecção sonora na fase de construção são: Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 129/368

132 Solução 1 entre cerca do km e o km 3+500, de ambos os lados do traçado; cerca do km , no lado direito do traçado; cerca do km , no lado direito; cerca do km e o km , ambos os lados do traçado. Solução 2 cerca do km , lado direito da via. Solução 1A entre cerca do km e o km 1+998, lado esquerdo do traçado. Solução 1B entre cerca do km e o km 0+850, ambos os lados direito do traçado; cerca do km 4+100, lado direito. Solução 5 cerca do km , lado esquerdo do traçado; entre cerca do km e o km , ambos os lados do traçado; entre cerca do km e o km , lado esquerdo. Solução 6 cerca do km , lado esquerdo do traçado. Na fase de exploração verificam-se impactes negativos no ruído ambiente em zonas e/ou locais situados na envolvente dos traçados, pelo que poderá revelar-se necessário prever a eventual adopção de medidas minimizadoras de ruído. Esta situação deverá ser avaliada com pormenor em sede de Projecto de Execução. 130/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

133 De acordo com a legislação em vigor, as zonas que poderão ser alvo de protecção sonora indicam-se em seguida: Solução 1 entre cerca do km inicial e o km 3+500, ambos os lados, no ano inicial; cerca do km , lado direito, no ano inicial; cerca do km , lado esquerdo, na proximidade do ano horizonte. Solução 5 entre cerca do km e o km , ambos os lados, no ano inicial. De acordo com a regra de boas práticas (incremento no indicador L n >12 db(a)), as zonas que poderão ser alvo de protecção sonora indicam-se em seguida: Solução 1 entre cerca do km inicial e o km 3+500, ambos os lados, no ano inicial; cerca do km , lado direito, no ano inicial; cerca do km , lado esquerdo, no ano inicial. Solução 1A cerca do km 1+600, lado esquerdo, na proximidade do ano Solução 1B cerca do km 0+800, lado esquerdo, no ano inicial; cerca do km 4+100, lado direito, na proximidade do ano horizonte. Solução 2 cerca do km , lado direito, no ano inicial. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 131/368

134 Solução 5 cerca do km e o km , ambos os lados, no ano inicial; cerca do km e o km , lado esquerdo, logo no ano inicial. Solução 6 cerca do km , lado esquerdo, no ano inicial. A localização das zonas a proteger poderá, ser alterada, com inclusão de outras zonas e/ou locais ou eliminação de algumas das indicadas, com o conhecimento do traçado definitivo em fase de Ante-projecto e/ou Projecto de Execução. Na fase de exploração verificam-se impactes positivos no ruído ambiente dos locais próximos da EN239 e da EN353 induzidos pela transferência do tráfego destas vias para o IC31. Estes impactes não assumem relevância. Tendo em consideração a análise anteriormente efectuada apresenta-se no Quadro uma síntese da avaliação de impactes do ambiente sonoro para o IC31 Castelo Branco / Monfortinho. 132/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

135 Quadro Síntese de avaliação de impactes no ambiente sonoro Fase Impacte Acção geradora de impacte Localização Natureza Magnitude Incidência Duração Ocorrência Dimensão espacial Reversibilidade Significado sem medidas mitigadoras Significado com medidas mitigadoras Instalação, manutenção e desactivação dos estaleiros e acessos; Afectação do Desmatação, decapagem e limpeza do terreno; C ambiente sonoro junto dos usos do solo com sensibilidade ao ruído existentes, situados até uma faixa de 200 m aos traçados Movimentações de terra, onde se incluem as terraplenagens;escavações Funcionamento e circulação de veículos e máquinas nas frentes de obra e vias de acesso, em particular nas não pavimentadas; Actividades envolvidas na britagem de pedra; Frentes de obra, acessos a estaleiros, Movimentação de veículos em vias rodoviárias - a Dir Temp P L Rev Operação e funcionamento das centrais de betão; Utilização de explosivos. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 133/368

136 Fase Impacte Acção geradora de impacte Localização Natureza Magnitude Incidência Duração Ocorrência Dimensão espacial Reversibilidade Significado sem medidas mitigadoras Significado com medidas mitigadoras E Afectação do ambiente sonoro local, junto dos usos do solo com sensibilidade ao ruído identificados Ruído emitido pela circulação rodoviária Receptores sensíveis ao ruído identificados - a Dir Per P L Rev - - a Fase: C (construção), E (exploração) Natureza: Positiva (+), Negativa (-) Magnitude: Elevada ( ), Média ( ), Reduzida ( ) Incidência: Directa (Dir), Indirecta (Ind) Duração: Permanente (Per), Temporário (Temp) Probabilidade de ocorrência: Certa (C), Provável (P), Incerta (I) Dimensão Espacial: Local (L), Regional (R), Nacional / Supra-nacional (N) Reversibilidade: Reversível (Rev), Irreversível (Irrev) NA: Não aplicável Significado: Pouco significativo (- /+), Significativo (-- / ++), Muito significativo (--- / +++) 134/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

137 6.9. Componente Social Metodologia Como se referiu no ponto relativo à metodologia, a avaliação de impactes será efectuada tendo em conta duas escalas. Uma, de âmbito mais alargado, procurando avaliar, de forma aproximativa, as principais incidências a nível concelhio e regional. Outra, procurando analisar os impactes ocorrentes a nível localizado, directamente resultantes da implantação da via, tendo como referencia um corredor de 400 m. A análise comparativa de alternativas é efectuada em dois momentos. Vai sendo feita, simultaneamente, com a análise de impactes para, depois, ser sintetizada e sistematizada em ponto específico. A análise de impactes cumulativos é objecto de tratamento específico, tal como a definição de medidas de mitigação de impactes negativos e potenciação de impactes positivos Impactes à escala regional e concelhia Acessibilidades e segurança rodoviária O desenvolvimento do IC31 contribuirá de forma positiva e significativa para o desenvolvimento das acessibilidades da sub-região da Beira Interior Sul. Incrementará a atractividade de toda a sub-região, quer a nível nacional, quer no que respeita às ligações internacionais, podendo constituir um eixo rodoviário alternativo para as ligações internacionais de passageiros e mercadorias, principalmente a partir da região Centro e da região de Lisboa e Vale do Tejo. Contribuirá, assim, para aproximar e centrar a sub-região e o seu principal pólo de desenvolvimento - Castelo Branco em relação aos principais centros urbanos nacionais (Lisboa e Porto) e da vizinha Espanha (Madrid). A nível da cooperação internacional sub-regional, o IC31 criará melhores condições para o desenvolvimento do programa de cooperação cultural e económica estabelecido entre Castelo Branco, e os municípios espanhóis de Cáceres e Plasencia, nomeadamente facilitando a instalação de algumas empresas espanholas na Zona Industrial de Castelo Branco. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 135/368

138 Neste contexto, o lc31 irá também aproximar o concelho de Idanha-a-Nova dos principais eixos de ligação a nível nacional, contribuindo para a redução da sua situação de interior do interior e permitindo o desenvolvimento de complementaridades com Castelo Branco. O IC31 poderá ainda reflectir-se positivamente no concelho de Penamacor, tendo em conta o facto de se desenvolver próximo do limite sul deste concelho. A nível concelhio, o lc31 permitirá moderar o crescimento de tráfego noutros eixos rodoviários, como a EN239 e a antiga EN240, desviando tráfego de passagem e reduzindo o efeito de atravessamento de povoações. Por outro lado, irá melhorar as acessibilidades locais nas zonas servidas pelos nós de ligação, sobretudo em relação ao concelho de Idanha-a-Nova, proporcionando acessos mais rápidos e seguros à sede de concelho, zonas industriais de Idanha-a-Nova e Penha Garcia, e aos principais pontos de interesse turístico, nomeadamente as aldeias históricas e as Termas de Monfortinho. Atraindo a maior parte do tráfego de passagem, sobretudo de pesados, e dispondo de melhores condições em planta e em perfil do que as actuais estradas, o futuro lc31 melhorará as condições de segurança na circulação rodoviária. Para este aspecto contribuirá, também, o facto de se tratar de uma via vedada, evitando, portanto, problemas de atravessamento de animais na via e consequente risco de acidente, particularmente nos troços em que a proximidade de zonas de caça turística pode propiciar a colisão com caça grossa. Do ponto de vista das acessibilidades regionais, a Solução 1 é ligeiramente mais favorável do que a Solução 5, uma vez que é cerca de 3 km menos extensa, para além de apresentar condições geométricas (curvaturas e inclinações) ligeiramente mais favoráveis. Na perspectiva das acessibilidades locais, a Solução 5 é mais favorável uma vez que serve com maior proximidade um maior número núcleos urbanos, designadamente Medelim, Monsanto e lugares envolventes, enquanto que a Solução 1 é mais favorável apenas para a acessibilidade a Idanha-a-Velha Emprego e actividades económicas A construção do lc31 implicará o investimento de algumas dezenas de milhões de euros parte do qual se repercutirá, directa e indirectamente, a nível regional e local, através do fornecimento de bens e serviços e eventuais subempreitadas. Os principais impactes positivos do IC31 ocorrerão, porém, na fase de exploração, resultando de efeitos induzidos pelo desenvolvimento das acessibilidades e melhoria das condições de circulação rodoviária. Permitindo desenvolver um novo corredor de ligação internacional, a diminuição dos tempos de deslocação e dos custos do transporte de passageiros e mercadorias poderá ter um 136/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

139 impacte positivo significativo nas actividades económicas que utilizem o transporte rodoviário e o IC31. Este aspecto permitirá, também, a consolidação e desenvolvimento das zonas industriais actualmente existentes, que verão aumentada a sua capacidade de atracção e fixação de empresas, proporcionando novos investimentos. Para além da actividade industrial, também o investimento em infra-estruturas turísticas está bastante dependente do factor acessibilidade. O IC31 permitirá criar melhores condições para a valorização dos recursos culturais, naturais e paisagísticos e o desenvolvimento de um turismo rural e de natureza que constitui, também, aposta dos municípios da envolvente, especialmente Idanha-a-Nova Sistema urbano e desenvolvimento do território É reconhecida a importante influência das acessibilidades, nomeadamente as rodoviárias, na estruturação da ocupação humana do território e, consequentemente, do seu desenvolvimento urbano. No entanto, é igualmente reconhecido não existir uma correlação directa e automática entre desenvolvimento das acessibilidades e desenvolvimento do território. Efectivamente, esta relação é mediada pela existência ou inexistência de potencialidades e dinâmicas socioeconómicas e socioculturais que possam permitir extrair benefícios da melhoria das acessibilidades. Caso contrário, esta pode ter o efeito inverso, não pretendido, de contribuir para um maior esvaziamento do território. No que respeita aos efeitos do IC31 na ocupação do território pode estimar-se que os principais efeitos de desenvolvimento se farão sentir no eixo Castelo Branco / Alcains, não só por ser já um pólo sub-regional de razoável dimensão e dinâmica, mas também atendendo à sua centralidade em relação aos efeitos cumulativos da futura configuração da rede viária regional já analisada anteriormente (A23/IP2/IC31). Outros núcleos populacionais próximos deste eixo (Escalos de Cima, Lousa) poderão também beneficiar desta configuração. No que respeita ao concelho de Idanha-a-Nova, os efeitos poderão também ser importantes, sobretudo em relação à sede de concelho, às Termas de Monfortinho e a outros pontos de atracção turística existentes na área de influência do IC31, designadamente as aldeias históricas de Monsanto e Idanha-a-Velha, bem como de Penha Garcia. Para a actividade turística e termal na zona de Monfortinho, o IC31 será de grande importância, em articulação com a A23, proporcionando uma melhoria significativa das acessibilidades, com efeitos importantes ao nível da redução dos tempos de deslocação e aumento da segurança rodoviária. O IC31 não evitará, porém, a continuação do esvaziamento dos lugares de características mais rurais e mais ligados à actividade agrícola tradicional. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 137/368

140 Análise localizada de impactes Impactes na fase de construção Actividades construtivas Na fase de construção importa distinguir entre os impactes resultantes das operações de construção e os impactes resultantes da implantação da via, isto é, da alteração e ocupação física do espaço pela nova estrada e suas ligações. Os impactes resultantes das operações de construção (implantação de infra-estruturas de estaleiros, movimentação de máquinas e veículos, fabricação de betão e asfalto, transporte e depósito de materiais, utilização de áreas de empréstimo, presença de trabalhadores, etc.) são, em geral, bastante localizados e específicos do decorrer dos trabalhos, com uma incidência sobretudo directa, de âmbito territorial limitado e de efeitos temporários, na sua maior parte. Alguns dos impactes negativos das operações de construção prendem-se com a potencial afectação da segurança e saúde das populações na envolvente. A movimentação de máquinas e veículos, para além de poder causar afectação na saúde e bem-estar das populações (ruído, poeiras), poderá ainda afectar a segurança e fluidez na circulação de veículos e peões. O mesmo acontece com a intersecção de vias de comunicação a restabelecer ou com as quais se processam ligações, atendendo ao condicionamento da circulação durante a fase de obra. A deslocação de maquinaria pesada pelos caminhos agrícolas, provocará a emissão de grandes quantidades de poeiras, que irão depositar-se sobre as culturas, reduzindo a sua produtividade. Durante a fase da obra, sentir-se-ão algumas dificuldades temporárias, e previsivelmente pouco significativas, no acesso a algumas parcelas agrícolas e, eventualmente, a habitações. A construção da nova via não terá incidências directas importantes ao nível do emprego local, uma vez que, neste tipo de empreitadas, o recurso a mão-de-obra local é limitado. Por outro lado, a grande maioria dos trabalhadores fica, geralmente, alojada na área do estaleiro. No entanto, quer as exigências da própria obra (fornecimento de alguns produtos e serviços), quer a presença de várias dezenas de trabalhadores não deixarão de ter um impacte local positivo, nomeadamente ao nível do comércio e restauração das povoações mais próximas da obra e dos estaleiros sociais. Em geral, os impactes negativos resultantes das operações de construção serão temporários, reversíveis e minimizáveis. 138/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

141 Transformação da ocupação do espaço e dos usos do território Os principais impactes na fase de construção resultarão da implantação da nova via, ou seja, da transformação irreversível da ocupação do espaço e suas consequências nos usos do território e modos de vida locais. Procede-se, seguidamente, a uma análise mais detalhada que se efectuará por troços, correspondendo às diferentes características apresentadas, sucessivamente, pelos corredores. A análise seguirá a orientação global para a avaliação comparativa de alternativas definida no EIA, sendo efectuada separadamente para cada um dos três troços definidos (poente, central e nascente). A medição das distâncias entre a via e pontos da envolvente (edifícios, por exemplo) tem como referência o limite dos taludes de aterro ou escavação. Troço Poente O Troço Poente inclui os seguintes trechos: Solução 1, entre os km e ; Solução 1A, entre os km e 1+988; Solução 1B, entre os km e a) Solução 1 (km a ) A Solução 1 inicia-se em nó com a A23, na zona do Nó de Alcains, já existente, entre a A23 e a EN352. A inserção do IC31 neste nó implicará a construção de dois novos ramos, um a nascente e outro a da A23, e a reconfiguração dos ramos existentes. A ligação com a EN18 é efectuada por meio de duas rotundas. Os ramos de ligação à A23, à EN18 e o troço inicial da Solução 1 (km a 0+500) desenvolvem-se numa área em que se verifica a ocorrência de ocupação agrícola e edificação dispersa na periferia poente de Alcains, constituída por armazéns, habitações, unidades empresariais. A ocupação agrícola verifica-se na zona do Ramo a poente da A23, a construir de novo. Este ramo irá ocupar áreas de olival e irá implicar a demolição de uma habitação rural. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 139/368

142 Do lado nascente, o novo Ramo irá ocupar áreas de matos, passando junto a um edifício de apoio agrícola. A reconfiguração do Ramo A implicará a demolição de um edifício de habitação. Relativamente à plena via, os edifícios e infra-estruturas directamente afectados ou mais próximos dos traçados são os seguintes: Habitação na zona do talude, a norte do km 0+000; Duas habitações 40 metros a norte do km 0+100/0+150; Capela, a 30 m a noroeste do km 0+290; Centro de Convívio para a população local, 30 m a noroeste do km 0+350; Edifícios do laboratório da Direcção Regional de Agricultura e Pescas da Beira Interior, a 30/100 m a sudeste do km 0+250; Unidade empresarial do ramo agro-industrial a 70 m a sudeste do km 0+500; Subestação eléctrica de Alcains da EDP, a 15 m a sudeste do km Na globalidade, o Nó de Alcains e a plena via até ao km têm impactes negativos significativos à escala localizada. As circulações locais, do ponto de vista da funcionalidade rodoviária, não sofrem alterações significativas, uma vez que o nó assegura de forma adequada as circulações na EN18 e na EN352. Do ponto de vista dos acessos locais verifica-se, porém, que o acesso a habitações e outros edifícios situados a norte e a sul da EN352 e à subestação situada a poente da EN18, que actualmente se processam por meio de ligações de nível com as referidas vias, deixarão de poder de efectuar-se desse modo, exigindo a construção de caminhos paralelos ou acessos alternativos, aspecto que deverá ser analisado em pormenor em fase de projecto de execução. A partir do km a Solução 1 desenvolve-se em terrenos agrícolas com parcelas de diferentes dimensões, e alguma diferenciação cultural, com olival e culturas temporárias de sequeiro, regadio e vinha. A estrada que liga a EN18 à EN233, a norte de Alcains e Escalos de Cima, é intersectada ao km Para além das áreas de olival e de culturas de sequeiro/pastagem que serão afectadas pela via, é seccionada sensivelmente a meio, aos km 1+600/1+850, uma área de vinha com cerca de 20 hectares com sistema de rega, inserida numa propriedade murada, sendo directamente afectados cerca de 1,1 hectares. Os edifícios da exploração situam-se a 80 m 140/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

143 a norte do km Trata-se de um impacte negativo significativo, pela área ocupada e pelo efeito de seccionamento. Até cerca do km a Solução 1 atravessa áreas em predominam as culturas temporárias de sequeiro e algumas parcelas com olival. Ao longo de todo o troço, alguns caminhos agrícolas não são objecto de restabelecimento pelo que, em projecto de execução, deverá verificar-se a possibilidade de estabelecer novos restabelecimentos e também projectar os caminhos paralelos necessários para minimizar o efeito de barreira criado. A via desenvolver-se-á próximo de habitações ao km (dois edifícios rurais a 30 m e 60 m, a norte da via) e ao km (edifícios da Quinta do Ribeiro da Azinheira, a 150 m a sul da via, não ocorrendo impactes significativos). Entre os km e , a Solução 1 desenvolve em área predominantemente florestal com pastagem sob coberto e algumas zonas com culturas de sequeiro. Os nós 3 e 4 ocupam áreas deste último tipo. Até cerca do km as espécies predominantes são o eucalipto e o pinheiro. Entre o km e o km a ocupação predominante é de culturas de sequeiro com algumas áreas de olival. Entre os km e predomina a azinheira. Ao km o traçado passa a cerca de 50 m a norte do extremo do coroamento de uma barragem agrícola. Não se verificam impactes negativos significativos na actividade agrícola. Figura Parcela agrícola na zona do Ramo do Nó a poente da A23 Figura Habitação rural na zona do Ramo do Nó a poente da A23 Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 141/368

144 Figura Habitação na zona do talude do Ramo A Figura Habitação na zona do talude, a norte do km Figura Casa de convívio a noroeste do km Figura Subestação a 15 m a sudeste do km Figura Vinha seccionada e edifícios da exploração 142/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

145 b) Solução 1A (km a 1+988) Esta Solução inicia-se a cerca de 400 m a norte da EN352 e da Solução 1. O nó com a EN18 situa-se ao km 0+400, em área ocupada por olival e terrenos incultos. O Ramo B do nó fica a cerca de 50 m da Subestação Eléctrica de Alcains da EDP. O nó de ligação com a A23 irá desenvolver-se em área ocupada por pinheiro bravo e alguns carvalhos, e o trecho entre a A23 e a EN18 atravessa área ocupada por culturas de sequeiro com alguns sobreiros dispersos. Entre o km e a Solução 1A converge com a Solução 1 atravessando espaços com olival e pinheiro e, entre o km e desenvolve-se ligeiramente mais para nascente do que a Solução 1, passando em ligeiro aterro sobre uma pequena charca para rega de terrenos agrícolas, inviabilizando-a. A partir do km 1+200, aproximadamente a Solução 1A é idêntica à Solução 1, seccionando a parcela de vinha já referida aquando da análise desta Solução. A Solução 1A evita os impactes provocados pela Solução 1, na zona do Nó com a A23, mas é semelhante no que se refere aos restantes impactes. c) Solução 1B (km a 9+650) A Solução 1B tem início cerca de 3,5 km a nordeste da Solução 1. Até cerca do km atravessa parcelas agrícolas, de boa dimensão, predominantemente com culturas temporárias de sequeiro. A criação de gado ovino tem também bastante expressão nestas explorações. Edifícios rurais, incluindo habitação e armazéns, situam-se a 70 m a sul do km e a 150 m a norte do km Os impactes na actividade agrícola têm algum significado pela área abrangida e pelo efeito de seccionamento. Um edifício de apoio agrícola fica sob o eixo ao km Junto a este edifício situa-se um pequeno açude que integra uma rede de pontos de água de apoio ao combate de incêndios florestais. A Solução 1B afecta a faixa limite do regolfo do açude, passando em aterro com 5 m de altura máxima. Caso seja técnica e funcionalmente viável manter a presença deste ponto de água junto da via, deverá analisar-se, em fase de projecto de execução, se há necessidade de ripar o traçado ligeiramente para norte ou de adoptar medidas de protecção do talude. Se a presença do ponto de água junto à via não for viável deverá construir-se um novo ponto de água em local alternativo. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 143/368

146 Entre o km e o tipo de ocupação altera-se na faixa a sul da EN18-7, a norte de Escalos de Cima, verificando maior fraccionamento das parcelas e a ocorrência de olival, vinha e culturas temporárias de sequeiro. O nó com a EN18-7 situa-se, precisamente nesta zona, ocupando várias parcelas com olival e vinha, provocando impactes mais significativos do que se o nó se localizasse a norte da EN18-7, onde se verifica a presença de espaços abertos com culturas de sequeiro. Entre o km e o final (km 9+650) a Solução 1B afecta espaços com ocupação florestal, matos e pastagens sob coberto. A partir do km 9+100, aproximadamente o traçado é idêntico ao da Solução 1, passando a cerca de 50 m a norte do extremo do coroamento de uma barragem agrícola ao km Figura Área agrícola atravessada pela Solução 1B; apoio rural e ponto de água (km da Solução 1B) Figura Vinha afectada pelo nó da Solução 1B com a EN18-7 Troço Central O Troço central inclui os seguintes trechos: Solução 1, entre os km e ; Solução 2, entre os km e ; a) Solução 1 (km a km ) Neste troço, a Solução 1 contorna a povoação de Oledo, por norte, contemplando um nó de ligação com a EM 353 que liga Oledo a Idanha-a-Nova. Do ponto de vista da actividade agrícola, a norte de Oledo, os solos são de mediana a boa aptidão agrícola, de origem granítica, explorados com olival, em parcelas de boa dimensão. 144/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

147 Os olivais encontram-se geralmente bem cuidados, sendo efectuadas culturas de sequeiro, sob coberto das árvores. Entre os km e , a Solução 1 interfere ligeiramente com o limite norte da área de rotação de um pivot de rega. Em fase de projecto de execução, no caso deste pivot se manter em funcionamento, deverá analisar-se a possibilidade de ripar ligeiramente o traçado, de forma a evitar a sua afectação. Entre os km e , provocará um impacte negativo significativo, a nível da destruição de solos e olivais, interferindo com vários acessos rurais existentes. A partir do km voltam a predominar as áreas de sequeiro alternando com olival. b) Solução 2 (km a km ) A Solução 2 contorna a povoação de Oledo, por sul, contemplando igualmente um nó de ligação com a EM 353 que liga Oledo a Idanha-a-Nova, ficando o nó cerca de 3,4 km mais próximo da sede de concelho do que no caso da Solução 1. A Sul de Oledo, os solos são mais delgados e explorados extensivamente com pastagem e cultura arvense de sequeiro. A Solução 2 será implantada nesta área, provocando impactes negativos reduzidos, na actividade agrícola. A Solução 2 interfere igualmente com o limite de rotação de pivot de rega, aos km / Tal como na Solução 1, em fase de projecto de execução, no caso deste pivot se manter em funcionamento, deverá analisar-se a possibilidade de ripar ligeiramente o traçado, de forma a evitar a sua afectação. Atravessa depois espaços com ocupação florestal, matos e pastagem até cerca do km Do km ao km a Solução 2 atravessa parcelas agrícolas com culturas temporárias, a sul de Oleiros. O nó com a EN353 afecta também este tipo de ocupação. Na zona do nó, os ramos da rotunda do lado norte ficam a cerca de 25 m de estufas em produção. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 145/368

148 Figura Estufas a norte do Nó 5S2 A partir do km até ao km , predominam matos, e ocupação florestal com pastagens sob coberto. Do km até ao km , o corredor atravessa parcelas agrícolas de boa dimensão com culturas temporárias. Troço Nascente O Troço Nascente inclui os seguintes trechos: Solução 1, entre os km e (corredor alternativo ao da Solução 5); Solução 1C, entre os km e (trecho alternativo a trecho da Solução 1); Solução 3, entre os km e (trecho alternativo a trecho da Solução 1); Solução 4, entre os km e (trecho alternativo a trecho da Solução 1); Solução 5, entre os km e (Corredor alternativo ao da Solução 1); Solução 5.1, entre os e (trecho alternativo a trecho da Solução 5); Solução 6, entre os km e (trecho de interligação entre a Solução 1 e a Solução 5 e alternativo a trecho da Solução 1); Solução 7, entre os km e (trecho de interligação entre a Solução 1 e a Solução 5). 146/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

149 a) Solução 1 (km a ) Até cerca do km , a Solução 1 desenvolve-se, fundamentalmente, em área florestal, mais diversificada inicialmente (pinheiro, sobreiro, azinheira) e mais homogénea posteriormente (eucalipto). Entre os km e , a Solução 1 desenvolve-se cerca de 3,5 km a sul de Medelim e 2 km a norte de Idanha-a-Velha, contemplando um nó de ligação com a EN332 (km ), para ligação a ambas as localidades. Entre os km e , a norte de Idanha-a-Velha, a via atravessa uma área de olival em parcelas de grande dimensão, razoavelmente cuidados, embora em solos delgados e de fraca aptidão agrícola. Esta área é pastoreada por ovinos. O impacte na actividade agrícola será negativo, mas não significativo, uma vez que o Nó com a EN332 evita o olival e ocupa, fundamentalmente, área florestal. Entre os km e predomina, de novo, o eucaliptal, alternando com áreas de matos. Do km ao km , predominam as áreas de matos e afloramento rochoso, ocorrendo algumas áreas com ocupação dispersa de azinheira. Com menor representatividade, ocorrem algumas manchas de culturas de sequeiro e olival. Os impactes na actividade agrícola são muito pouco significativos. A Solução 1 passa a cerca de 2,5 km a sul de Monsanto (km ). O projecto não contempla qualquer nó de ligação à zona de Monsanto. A acessibilidade a esta povoação e aos outros lugares situados na sua envolvente só será possível, indirectamente, por meio de uma estrada municipal que liga a Adingeiro e Carroqueiro, a partir da EN239, com entroncamento a cerca de 1,5 km a sul do nó da Solução 1, ou por meio de ligações à EN239, sendo, neste caso, necessário percorrer distâncias da ordem dos 11/12 km. Entre os km e , a Solução 1 desenvolve-se, inicialmente, em zonas de matos e depois em zona de olival (km a ), no vale da Barroca da Figueira, que integra uma grande mancha que se prolonga por alguns quilómetros. Solos derivados de xistos, de mediana aptidão agrícola, suportam estes olivais de boa dimensão e razoáveis características produtivas. A Solução 1 provocará impactes negativos moderados na actividade agrícola, atendendo a que as áreas directamente afectadas não são de elevada magnitude. A partir do km e até cerca do km , voltam a predominar a ocupação florestal e as áreas de matos. O rio Ponsul é atravessado em viaduto, apenas com uma pequena mancha de olival na margem norte, pelo que os impactes negativos na actividade agrícola são reduzidos. A rotunda de ligação do Nó 8 à rede local é efectuada numa zona onde se localiza um pequeno edifício de apoio rural, com funcionalidade habitacional, mas sem utilização permanente, que será inviabilizado. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 147/368

150 Entre o km e o km , a Solução 1 desenvolve-se, sucessivamente, em áreas de sobreiro com pastagem sob coberto, culturas de sequeiro, incultos, ocupação florestal (pinheiro, eucalipto), e novamente culturas de sequeiro. Um pequeno açude agrícola fica sob o eixo do corredor ao km , que se desenvolve, neste ponto, em aterro com cerca de 9 m de altura. Figura Olival na margem norte do rio Ponsul Figura Edifício na zona da Rotunda do Nó 8S1 Nesta extensão, a Solução 1 desenvolve-se muito próximo da EN239. O nó de ligação com esta via situa-se ao km e ocupa sobretudo áreas de matos e ocupação florestal. A partir do km até ao km , a Solução 1 afasta-se para sudoeste da EN239, continuando a desenvolver-se em áreas com o mesmo tipo de ocupação. Do km ao km , o corredor atravessa espaços em que a ocupação florestal e as áreas de sequeiro se alternam. O troço final, até ao km , a sudoeste das termas de Monfortinho, no qual se insere o nó de ligação à EN240, desenvolve-se em solos de razoável aptidão agrícola, explorados com olival, cultura arvense de sequeiro e pastagem. O traçado e o nó com a EN240 evitam as principais áreas de olival, mitigando deste modo os impactes na actividade agrícola. b) Solução 1C (km a ) A Solução 1C desenvolve-se a norte da Solução 1 e com um afastamento máximo de cerca de 150 m relativamente aos respectivos eixos, pelo que as características do território atravessado são muito semelhantes às da Solução 1. A Solução 1C passa a cerca de 3,3 km a sul de Medelim e 2,2 km a norte de Idanha-a- Velha, contemplando um nó de ligação com a EN332 (km ), para ligação a ambas as localidades. 148/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

151 Tal como acontece com a Solução 1, atravessa uma área de olival, sobretudo a nascente da EN332, em parcelas de grande dimensão, razoavelmente cuidados, embora em solos delgados e de fraca aptidão agrícola. O impacte na actividade agrícola será negativo, mas não significativo, uma vez que o Nó com a EN332 evita o olival e ocupa, fundamentalmente, área florestal. Do ponto de vista socioeconómico não se verificam diferenças relevantes entre a Solução 1C e a Solução 1 no trecho correspondente. c) Solução 3 (km a ) Esta Solução desenvolve-se a norte de Solução 1 constituindo alternativa ao atravessamento da ribeira das Taliscas. O tipo de ocupação é idêntico ao da Solução 1 no trecho correspondente predominando a floresta de produção (eucaliptal). d) Solução 4 (km a ) Esta Solução desenvolve-se a sul de Solução 1 constituindo alternativa ao atravessamento da ribeira das Taliscas. O tipo de ocupação é idêntico ao da Solução 3 e da Solução 1 no trecho correspondente, predominando a floresta de produção (eucaliptal). Do ponto de vista socioeconómico não se verificam diferenças relevantes entre as Solução 3, 4 e a Solução 1 no trecho correspondente. e) Solução 5 (km a ) A Solução 5 constitui o principal corredor alternativo à Solução 1, desenvolvendo-se mais para norte, mantendo-se sempre mais ou menos próxima da EN239. Até cerca do km , a Solução 5 desenvolve-se em áreas de vegetação arbustiva e florestal, ocupando o eucaliptal a maior extensão. Esta Solução não contempla nó de ligação à EN239 na zona de Proença-a-Velha, devido às dificuldades colocadas pelo relevo acidentado, pelo que os acessos a esta povoação terão que ser feitos, a nascente, pelo nó de Medelim e pela EN239 e, a sudeste, pelo nó com a EM557 e por esta via. Entre os km e , a Solução 5 contorna Medelim, por sul, encontrando-se os edifícios de habitação mais próximos a cerca de 250 m. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 149/368

152 A via desenvolve-se em área onde predomina o olival, ocorrendo também pequenas manchas de sobreiro e parcelas com culturas temporárias, a sul de Medelim, de ambos os lados da EN332. Ao km existe um nó de ligação com a EN332, permitindo acesso a Medelim, a norte, e no sentido de Idanha-a-Nova, a sul. O nó ocupa áreas de olival, culturas temporárias e sobreiro. A poente da rotunda norte situa-se uma pequena área afecta à ETAR compacta de Medelim. O acesso a esta área deverá ser assegurado, em fase de projecto de execução. A zona do Ramo C é utilizada para pastoreio e parqueamento de gado ovino, localizando-se aí um redil. Neste trecho os principais impactes resultam da ocupação de áreas agrícolas, sobretudo de olival, até cerca do km Os impactes são significativos. A partir do km até cerca do km , a Solução 5 desenvolve-se a norte e muito próxima da EN239. Entre os km e , encontra-se uma mancha de solos de mediana aptidão agrícola, com culturas arvenses de sequeiro e pastagem, em parcelas de razoável dimensão. A Solução 5 provocará um impacte contínuo provocando a ocorrência de uma extensa área sobrante entre a Solução e a EN239, com uma largura máxima de cerca de 50 m e, portanto de difícil aproveitamento. Entre os km e a ocupação do solo é predominantemente constituída por culturas de sequeiro frequentemente sob coberto de olival, em parcelas de pequena dimensão. Mais pontualmente, existem também pequenas parcelas com pomar de citrinos ou vinha. Ocorre o mesmo tipo de impacte contínuo e criação de estreita área sobrante. Os impactes na actividade agrícola são negativos, têm magnitude elevada e são significativos. Este trecho ocorre já na proximidade da área de povoamento em torno de Monsanto. Verifica-se a ocorrência de habitações dispersas, de boa qualidade, e quintas junto à EN239 que ficarão entre esta via e a Solução 5 ou a norte desta Solução (km , lado sul; km , lado sul; km , lado sul; km , lado norte; km , lado norte; km , lado sul). Os impactes na qualidade do habitat são negativos e significativos, ficando três habitações a distâncias entre 10 e 30 m da base dos taludes, e uma outra a cerca de 70 m. Os acessos às habitações situadas a sul da Solução 5, junto da EN239 continuam a ser asseguradas como actualmente. As habitações situadas a norte da Solução 5 terão o 150/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

153 acesso cortado por esta Solução, sendo necessário construir acessos alternativos, questão que deverá ser analisada em projecto de execução. Entre os km e , a Solução 5 afasta-se cerca de 200 para norte em relação à EN239, para evitar afectação de edifícios de habitação e para inserção do nó com a EN239. A várzea da ribeira de Monsatela possui solos de boa aptidão agrícola. Ao km , a plena via e a implantação do nó de ligação com a EN 239, desenvolvem-se sobre a referida área agrícola, provocando um impacte negativo, localizado, na actividade agrícola. A partir do km , a via entra em escavação, em área de sobreiro, para, depois, atravessar área edificada estruturada ao longo da estrada municipal que liga a Cidral a partir da EN239. Alguns dos edifícios são constituídos por habitações rurais rústicas e apoios agrícolas, encontrando-se porém alguns edifícios novos de tipo moradia. Vários edifícios de habitação ficarão entre 5 e 30 m do talude de escavação. Uma banda de 3 edifícios de 1 piso é inviabilizada pelo talude de aterro do Restabelecimento 5S5. Áreas de quintal, envolventes de algumas habitações, com hortícolas e algumas fruteiras serão ocupadas pela via, sendo, ainda, destruídos alguns poços para rega. Ocorre um efeito de barreira físico e visual importante, de difícil mitigação. Neste troço, a passagem da via a norte da EN239 deve-se à existência de melhores condições topográficas (terreno aplanado). A passagem mais a norte ou a sul da EN239 encontra-se condicionada por terrenos com maiores declives e com ocupação edificada (povoação de Cidral, a norte, e de Eugénia, a sul da EN239). Em suma, entre os km e ocorrem impactes negativos muito significativos, embora localizados, em parcelas agrícolas e em áreas habitacionais, constituindo um ponto crítico da Solução 5. Figura Habitação 15 m a sul do km Figura Edifícios de habitação em quinta a norte do km Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 151/368

154 Figura Edifícios 5 m e a 25 m a sul do km Figura Edifícios sob talude de aterro do Restabelecimento 5 S5 Figura Habitação 15 m a norte do km Figura Parcela com olival ao km Entre os km e , a Solução 5 continua a norte e próxima da EN239, atravessando espaços com ocupação predominante de sobreiro. Dois edifícios rurais ficam a cerca de 30 m da base do talude (km , lado sul). Do km ao km , a Solução 5 desenvolve-se, praticamente, sobre a plataforma da actual EN239, não ocorrendo restabelecimento desta via, pelo que todos os acessos de nível terão que ser substituídos por caminhos paralelos a partir dos nós mais próximos. De ambos os lados da EN239, solos derivados de xistos, de mediana aptidão agrícola, suportam olivais de boa dimensão e razoáveis características produtivas. Nas baixas, muito estreitas, são cultivados hortícolas para auto-consumo. Verifica-se a ocorrência de habitações e edifícios de explorações agrícolas junto à EN239, ao km (Carro Quebrado) e ao km /368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

155 A Solução 5 provoca um impacte negativo pouco significativo na actividade agrícola, uma vez que se trata fundamentalmente de afectação de terrenos marginais à actual EN239. No entanto, o facto de o IC31 ser uma via vedada irá implicar, como se referiu, a necessidade de construir caminhos paralelos para restabelecer as serventias locais. Nesta fase de projecto estes caminhos não se encontram definidos, pelo que não é possível avaliar o seu impacte. No entanto tendo em conta a ocupação marginal e a ocorrência de edificação dispersa junto à EN239, o traçado dos caminhos paralelos poderá ter impactes significativos. Entre os km e a Solução 5 desenvolve-se a sul da EN239 e a uma distância máxima de 100 m desta via. São afectadas parcelas com culturas de sequeiro e ocupação florestal. O impacte é pouco significativo. Um conjunto de edifícios situa-se a 20 m a norte do km Figura Conjunto edificado a norte do km Figura Edifícios e parcela agrícola aos km / A partir do km a Solução 5 inflecte para sul da EN239, afastando-se desta via, desenvolvendo-se em variante por sul de Penha Garcia, atravessando a várzea do rio Ponsul. Até cerca do km predomina a ocupação florestal (eucalipto). Como já se referiu aquando da análise de outras soluções, o rio Ponsul possui uma várzea estreita, explorada com culturas regadas, fruteiras e vinha, em parcelas de pequena dimensão. A várzea é beneficiada por um regadio tradicional. A Solução 5 efectua o atravessamento do rio, na perpendicular e a sul do limite da área beneficiada pelo regadio. Os solos são ocupados por eucalipto, na margem poente, e por culturas de sequeiro sob coberto de olival, na margem nascente. O atravessamento é efectuado em viaduto com cerca de 13 m de altura. Os impactes negativos na actividade agrícola serão pouco significativos. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 153/368

156 No que respeita a áreas edificadas, a Solução 5 passa a cerca de 150/200 m de edifícios de apoio rural incluindo um pequeno picadeiro coberto, privado, cerca do km , na zona de atravessamento do rio Ponsul. Figura Olival na margem do rio Ponsul, na zona do viaduto 7S5 Figura Edifícios rurais a 125 m norte do km Do km ao km , a Solução 5 atravessa de novo áreas com eucaliptal, até cerca do km , e depois com pastagem sob coberto de sobreiro até ao km Entre os km e , a Solução 5 volta a desenvolver-se sobre a plataforma da actual EN239, provocando afectações marginais. No entanto, também nesta zona, o facto de a futura via ser vedada exige o desenvolvimento de caminhos paralelos para manter os acessos que actualmente se fazem directamente a partir da EN239, com os potenciais impactes daí resultantes. Na ocupação do solo predomina na parte inicial o sobreiro, para depois, predominarem as áreas de sequeiro e arbustivas e, mais pontualmente, o pinheiro e o eucalipto. Cerca do km localiza-se um conjunto de edifícios rurais, a cerca de 50 m a norte da via. Ao km , o projecto restabelece um caminho que faz parte da Rota da Idanha, percurso pedestre de grande rota (GR12-E7) integrado na rede transeuropeia de percursos pedestres. O restabelecimento afecta, porém, o limite de uma área vedada onde se situa uma lixeira selada, do lado norte da EN239. Em fase de projecto de execução o restabelecimento deverá ser ligeiramente ripado para nascente, de modo a evitar esta afectação. 154/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

157 Figura Conjunto rural junto à EN239 ao km Figura Lixeira selada, a norte do km Ao km , a Solução 5 abandona a actual EN 239, inflecte para sudeste, passando a cerca de 1,5 km a poente da povoação de Monfortinho, ate coincidir com o corredor da Solução 1, onde termina. A ligação a Monfortinho fica assegurada através da EN239, pelo nó de ligação entre esta via e a Solução 5 (Nó 12). Este troço é ocupado, fundamentalmente, por matos, com algumas áreas de vegetação arbustiva e floresta degradada. Não se verificam impactes negativos significativos na actividade agrícola ou em áreas sociais. f) Solução 5.1 (km a ) A Solução 5.1 é um pouco mais extensa do que a Solução 5, no troço correspondente. Até cerca do km desenvolve-se em áreas de olival e culturas de sequeiro, para depois ocupar áreas arbustivas e de eucaliptal. Esta Solução permite contemplar dois nós de ligação à rede viária, com a EM353 e a EN239, possibilitando, assim, dois acessos a Proença-a-Velha, um mais a sul, outro mais a norte. Nenhuma das soluções analisadas provoca impactes negativos significativos, sendo a Solução 5.1 ligeiramente mais favorável, ao nível das acessibilidades locais a Proença-a- Velha, e ligeiramente menos favorável no que respeita à actividade agrícola, por ocupar maior área de olival do que a Solução 5 no troço correspondente. g) Solução 6 - km a A Solução 6 permite a interligação entre a Solução 1 e a Solução 5. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 155/368

158 Entre os km e , a Solução 6 desenvolve-se quase totalmente em zonas com ocupação florestal e de matos. Entre os km e , a Solução 6 atravessa transversalmente a várzea do rio Ponsul, por meio de viaduto. A zona de atravessamento do rio Ponsul é praticamente coincidente com a da Solução 5, uma vez que a partir deste ponto as duas soluções passam a coincidir. Os impactes são idênticos aos da Solução 5. Os solos são ocupados por eucalipto, na margem poente, e por culturas de sequeiro sob coberto de olival, na margem nascente. O atravessamento é efectuado em viaduto com cerca de 13 m de altura. Os impactes negativos na actividade agrícola serão pouco significativos. No que respeita a áreas edificadas, a Solução 6 passa igualmente a cerca de 150/200 m de edifícios de apoio rural incluindo um pequeno picadeiro coberto, privado. h) Solução 7 - km ao km Esta Solução, com uma extensão muito curta, possibilita igualmente a interligação entre a Solução 1 e a Solução 5. Desenvolve-se fundamentalmente em zona de pastagem de sequeiro sob coberto de sobreiro esparso. No troço final intersecta o percurso pedestre GR12, tal como a Solução 5, sendo o mesmo objecto de restabelecimento, cerca de 150 m para nascente, assegurando, porém, continuidade directa com o troço do mesmo percurso que se desenvolve a norte da EN Impactes na fase de exploração Na fase de exploração, os principais impactes resultarão da presença da via e do efeito de barreira físico e visual que causará, em áreas agrícolas e habitadas. Para além destes aspectos, a degradação da qualidade ambiental em áreas habitadas como resultado do ruído do tráfego rodoviário constituirá outro impacte negativo, tratado em secção específica do presente EIA. Um dos principais impactes resultantes de projectos rodoviários é o efeito de barreira que introduzem no território, dificultando as deslocações, a percepção e utilização dos espaços e, consequentemente, as relações sociais e as actividades económicas. Este impacte iniciase na fase de construção, mas assume a sua forma definitiva na fase de exploração. O IC31 será uma via vedada, sem ligações de nível, possibilitando acessos locais apenas nas zonas dos nós, produzindo, assim, um efeito de barreira de grande continuidade, embora não muito significativo, atendendo à escassa ocupação humana do território. 156/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

159 O efeito de barreira faz-se sentir nas deslocações localizadas, entre um e outro lado da via, uma vez que uma via vedada reduz a permeabilidade do território, relativamente a este tipo de deslocações. Relativamente aos acessos rodoviários, o número e localização dos nós são, de uma forma geral, adequados à estrutura urbana e aos principais pontos de atractividade existentes no território servido pelo IC31. Assim, no que respeita ao efeito de barreira, os impactes mais negativos ocorrerão nas principais áreas agrícolas e habitadas atravessadas pelos diversos corredores. É o caso das áreas agrícolas entre o km e (Soluções 1, 1A e 1B); na zona de Oledo (Solução 1 e Solução 2); Monsatela/Cidral (Solução 5); e Penha Garcia (Solução 5). No que respeita a áreas urbanas e de habitação dispersa, os impactes mais negativos ocorrem na Solução 5, entre os km e , sendo a zona a sul de Cidral (km /37+000) o ponto mais crítico. Para além destes impactes localizados, os impactes resultantes do efeito de barreira mais contínuo, serão mais graves no que se refere à Solução 5 do que em relação à Solução 1. Efectivamente, embora a Solução 1 constitua um corredor a construir em novo, criando um efeito de barreira onde ele anteriormente não existia, o facto de, na extensão em que é alternativa à Solução 5, se desenvolver em área praticamente sem ocupação edificada e com escassa ocupação agrícola, torna o efeito de barreira menos grave. Por seu lado, a Solução 5 desenvolve-se, em parte, sobre a actual EN239 ou próximo dela, a qual já constitui efeito de barreira. No entanto, a actual EN239 constitui um eixo de ligação já antigo, com uma relação importante com a estruturação da ocupação do território pelo que, para além das ligações regionais que proporciona, constitui, igualmente, uma via de importância nas ligações locais, permitindo ligações de nível e acessos laterais em toda a sua extensão. A Solução 5 irá inviabilizar esta função numa extensão significativa da actual EN239, transformando a sua utilização para os acessos locais. Este efeito poderá ser minimizado pela da criação de caminhos paralelos. No entanto, os tempos de deslocação serão superiores. Em Projecto de Execução, a rede de caminhos paralelos deve ser reavaliada, de molde a assegurar a sua eficácia. Como se referiu anteriormente, na análise de impactes a nível regional, a melhoria efectiva nas acessibilidades e nas condições de circulação rodoviária proporcionadas pelo futuro lc31, para além dos efeitos positivos que terá a nível das ligações regionais e internacionais, poderá também produzir impactes positivos, localizadamente, nas zonas industriais e urbanas situadas próximo dos nós de acesso que verão, assim, aumentada a atractividade e terão novas possibilidades de desenvolvimento, bem como nas actividades económicas para as quais as acessibilidades tem uma importância central, como e o caso da actividade turística. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 157/368

160 Deste modo, as pequenas zonas industriais de Idanha-a-Nova e de Penha Garcia, poderão ganhar maior atractividade, nomeadamente atendendo à sua maior proximidade da fronteira espanhola, o mesmo acontecendo em relação às zonas industriais de Alcains e Castelo Branco, por verem as suas acessibilidades beneficiar com novas melhorias. Por outro lado, a rentabilização e o desenvolvimento do investimento nas Termas de Monfortinho, quer ao nível termal quer de outro tipo de oferta turística estão, em boa parte, dependentes de acessos mais rápidos e mais seguros, proporcionados pelo futuro IC31. As Termas de Monfortinho constituem, actualmente, um dos pólos de desenvolvimento mais promissores do concelho de Idanha-a-Nova e que mais poderá contribuir para contrariar o processo de profunda regressão populacional que o concelho vem sofrendo. Do ponto de vista das acessibilidades locais, a Solução 1 é mais favorável para Idanha-a- Nova (maior proximidade) e para as Termas de Monfortinho (menor extensão), enquanto que a Solução 5 é mais favorável para Proença-a-Velha, Medelim, Monsanto, por passar mais próximo destas localidades (redução que pode chegar aos 3,5 km, aproximadamente), bem como para o concelho de Penamacor. Finalmente, o lc31, permitindo desviar o tráfego de passagem, nomeadamente de veículos pesados, terá efeitos positivos significativos ao nível da qualidade ambiental de algumas povoações actualmente atravessadas pela EN239, como é o caso de Oledo, Proença-a- Velha, Medelim e Penha Garcia. A Solução 1, desenvolvendo-se mais afastada de núcleos urbanos do que a Solução 5, contribui, de forma mais positiva, para este efeito Impactes cumulativos Identificação dos recursos afectados pelo Projecto Por economia de análise, considerou-se como recursos afectados pelo projecto os dois objectivos ambientais que orientaram a análise de impactes ao longo deste relatório, enquanto síntese das dimensões avaliadas por meio das diversas variáveis que operacionalizaram cada um dos referidos objectivos ambientais: acessibilidades e desenvolvimento económico concelhio e regional; qualidade de vida local e desenvolvimento local. Identificação dos limites espaciais Tendo em conta a complexidade da análise de impactes cumulativos ao nível socioeconómico, foram consideradas apenas duas escalas de análise: local, expressando a área de influência directa do projecto; concelhia, expressando a influência indirecta do projecto. 158/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

161 Identificação de projectos e análise de interacções No Quadro apresenta-se, de forma sistematizada, a análise efectuada. Foram apenas considerados os projectos mais relevantes e os impactes mais significativos, podendo estes ocorrer na fase de construção e/ou na fase de exploração. Quadro Análise de impactes cumulativos Identificação de outros projectos e acções com impacte sobre os recursos identificados Acessibilidades Desenvolvimento de Castelo Branco como pólo urbano Acessibilidades Projectos de investimento em Monfortinho: campo de golfe, urbanização turística, unidade de engarrafamento de água mineral. Acessibilidades e desenvolvimento económico concelhio e regional Projectos ou acções já concretizados O desenvolvimento da rede viária no lado espanhol e a construção da ponte sobre o Erges, em Monfortinho, tiveram grande importância no incremento das acessibilidades, com efeitos no desenvolvimento. A conclusão da A23, possibilitando a ligação A1-IP2-IP5, cria novas acessibilidades regionais e a possibilidade de explorar um novo eixo de ligação internacional através da fronteira de Monfortinho. O desenvolvimento industrial, do aparelho comercial e da oferta de serviços, incluindo ensino superior, verificado nas últimas décadas, permitiu contribuir para a consolidação de um pólo de referência e dinamismo sub-regional, que poderá ter uma acção importante compensar a profunda regressão da economia rural tradicional. Projectos ou acções em curso ou previstos A prevista construção de uma via rápida do lado espanhol da fronteira de Monfortinho, ligando à A-5 em Navalmoral permitirá, conjuntamente com o IC31, constituir um novo corredor de ligação entre os dois países, alternativo às ligações pelo IP5/A25 e IP7/A6. A concretizar-se poderão constituir as Termas de Monfortinho como um pólo de desenvolvimento no concelho de Idanha-a-Nova, com impactes positivos a nível concelhio e, mesmo supra-concelhio. Qualidade de vida e desenvolvimento local Castelo Branco consolida uma posição de centralidade em relação a Lisboa, Porto, Évora e Madrid, melhorando as condições de atractividade e potenciando a sua capacidade de dinamizar o território da sua área de influência. Esta centralidade pode repercutir-se também em concelhos mais interiores como Idanha-a-Nova e Penamacor. Estes projectos potenciaram as condições de investimento nas Termas de Monfortinho, a nível da estância termal e de outras actividades ligadas ao turismo, com criação de emprego e impactes no rendimento económico. Este corredor irá potenciar a atractividade do território atravessado e pelo IC31, podendo contribuir para a fixação de actividades económicas e investimentos na área do turismo, com repercussões no desenvolvi-mento e qualidade de vida local. A concretizar-se poderão constituir as Termas de Monfortinho como um pólo de desenvolvimento, com significativo impacte local. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 159/368

162 Síntese de impactes Na sequência das avaliações efectuadas anteriormente, apresenta-se no Quadro uma síntese dos principais impactes identificados. Os impactes positivos são avaliados para a globalidade da via, independentemente das soluções alternativas existentes. Considera-se que cada Solução contribui, à sua escala, para o efeito global. Relativamente aos impactes negativos é efectuada uma análise separada para cada uma das soluções em que se verifica alguma diferenciação, tendo em conta as diversas dimensões analisadas na componente social. Considera-se que as Soluções 3, 4 e 7 não têm impactes relevantes, pelo que foram analisadas em conjunto. A avaliação da significância do impacte foi exclusivamente feita considerando os impactes antes de medidas de mitigação. A complexidade dos aspectos sociais não permite tomar como adquirido o efeito das medidas mitigadoras, uma vez que a sua aplicação constitui, em si, um processo social que, como tal, pode ter resultados variáveis e até mesmo gerar novos impactes. A ocupação de determinada área agrícola, por exemplo, tem como medida de mitigação a atribuição de determinado valor de expropriação. Esta atribuição tem parâmetros de referência estabelecidos legalmente, mas pode também ser objecto de negociação entre as partes. O desenvolvimento deste processo e o seu resultado escapam à avaliação prévia, pelo que há manifesta falta de bases para estar a antecipar qual será o impacte residual efectivamente ocorrente. Quando muito poderá especular-se sobre o impacte residual ideal, caso o processo decorra de forma satisfatória para os afectados. Quanto aos impactes imateriais (valor afectivo de determinado espaço, por exemplo), mais deslocado se torna tentar referenciar quais os impactes residuais. Para além destas razões, a gradação em três níveis de significância (muito significativo, significativo e pouco significativo) é de tal modo ampla em cada nível que, tendo em conta a complexidade dos impactes e das respostas aos impactes, não é possível determinar com suficiente grau de certeza e seriedade, se a aplicação das medidas mitigadoras é suficiente para fazer baixar a avaliação de muito significativo para significativo ou de significativo para pouco significativo. No Desenho 120-EP-80-08A representam-se os Impactes na Componente Social, susceptíveis de serem localizados. Este desenho não é uma carta descritiva dos usos ou ocupações do solo com interesse social, nem sequer uma carta onde se representam todos os impactes nesta componente que foram identificados no EIA. 160/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

163 O critério utilizado na elaboração desta carta, como poderá ser verificado através do confronto das áreas e dos impactes nela representados com os impactes avaliados no presente capítulo, foi o de assinalar as situações que foram avaliadas como de impactes negativos significativos ou muito significativos, dado pretender-se evidenciar esses impactes como os que mais importam quer parara a avaliação global da viabilidade ambiental do projecto quer para a comparação entre as alternativas propostas. Complementando o Quadro 6.9.2, o Quadro sistematiza a indicação, por solução e subdivisão, das edificações que serão expropriadas/demolidas e a respectiva localização face aos traçados. De modo similar apresenta-se no Quadro a indicação, por solução e subdivisão, do número de edifícios de habitação e outros edifícios urbanos localizados a distâncias (ao eixo) iguais ou inferiores a 100 m. Nesse quadro indica-se ainda a distância ao talude mais próximo. Deve no entanto sublinhar-se, quanto a estas potenciais demolições, que o projecto se encontra a ser avaliado em fase de Estudo Prévio, podendo considerar-se que o desenvolvimento do Projecto de Execução permitirá reanalisar as situações de afectação directa de habitações isoladas, equacionando a possibilidade de ripagens pontuais de traçado que evitem tais ocorrências. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 161/368

164 Quadro Síntese de impactes na Componente Social Solução Fase Impacte Acção geradora de impacte Localização Natureza Magnitude Incidência Duração Ocorrência Dimensão espacial Reversibilidade Significado sem medidas mitigadoras Significado com medidas mitigadoras CONST Efeitos positivos à escala local no comércio, restauração, subcontratações e, eventualmente, no emprego Totalidade das acções de construção Não definível + Dir / Ind Temp P L R Rev +/+ + Totalidade da via CONST EXPL Efeitos positivos, pela incorporação por empresas nacionais de parte do investimento envolvido na construção da via em análise. Melhorias das acessibilidades rodoviárias locais, concelhias, interconcelhias e internacionais Totalidade das acções de construção Funcionamento da via Não definível + Nós de ligação e sua área de influência + Dir / Ind Dir / Ind Temp Per C C R N L R N Rev + + Irrev EXPL Melhoria da qualidade ambiental dos núcleos urbanos devido ao efeito de desvio de tráfego de atravessamento Funcionamento da via Núcleos urbanos atravessados pelas EN352, EN233, EN353 e EN239 + Dir / Ind Per P L R Rev /368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

165 Solução Fase Impacte Acção geradora de impacte Localização Natureza Magnitude Incidência Duração Ocorrência Dimensão espacial Reversibilidade Significado sem medidas mitigadoras Significado com medidas mitigadoras CONST / EXPL Afectação directa e indirecta de habitações Acções de construção. Ocupação e transformação do uso do solo Troço poente, km a Dir / Ind Perm C L Irrev CONST CONST / EXPL Ocupação de áreas agrícolas Afectação de acessos actuais a habitações exigindo restabelecimentos e futuros percursos mais longos Ocupação e transformação do uso do solo Acções de construção. Ocupação e transformação do uso do solo Vários pontos do corredor, sobretudo nos troços poente e central Troço poente, km a Dir Perm C L Irrev Dir / Ind Perm C L Irrev - / - - EXPL Efeito de seccionamento e efeito de barreira em áreas agrícolas Presença e funcionamento da via Ao longo do corredor, com maior incidência no troço poente - Dir Per C L Irrev - - 1A CONST EXPL Ocupação de áreas agrícolas Efeito de seccionamento e efeito de barreira em áreas agrícolas Ocupação e transformação do uso do solo Presença e funcionamento da via A partir do km Ao longo do corredor - Dir Per C L Irrev - / Dir Per C L Irrev - / - - Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 163/368

166 Solução Fase Impacte Acção geradora de impacte Localização Natureza Magnitude Incidência Duração Ocorrência Dimensão espacial Reversibilidade Significado sem medidas mitigadoras Significado com medidas mitigadoras 1B CONST EXPL Ocupação de áreas agrícolas Efeito de seccionamento e efeito de barreira em áreas agrícolas Ocupação e transformação do uso do solo Presença e funcionamento da via Ao longo do corredor Ao longo do corredor - / Dir Per C L Irrev / Dir Per C L Irrev - - 1C CONST EXPL Ocupação de áreas agrícolas Efeito de seccionamento e efeito de barreira em áreas agrícolas Ocupação e transformação do uso do solo Presença e funcionamento da via Vários pontos do corredor Vários pontos do corredor - Dir Per C L Irrev - / Dir Per C L Irrev - / CONST EXPL Ocupação de áreas agrícolas Efeito de seccionamento e efeito de barreira em áreas agrícolas Ocupação e transformação do uso do solo Presença e funcionamento da via Ao longo do corredor Ao longo do corredor - / Dir Per C L Irrev - / / Dir Per C L Irrev - / - - 3; 4; 7 CONST EXPL Ocupação de áreas agrícolas Efeito de seccionamento e efeito de barreira em áreas agrícolas Ocupação e transformação do uso do solo Presença e funcionamento da via Pontualmente, no corredor Pontualmente, no corredor - Dir Per C L Irrev - - Dir Per C L Irrev - 164/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

167 Solução Fase Impacte Acção geradora de impacte Localização Natureza Magnitude Incidência Duração Ocorrência Dimensão espacial Reversibilidade Significado sem medidas mitigadoras Significado com medidas mitigadoras 5.1 EXPL EXPL Efeito de seccionamento e efeito de barreira em áreas agrícolas Efeito de seccionamento e efeito de barreira em áreas agrícolas Presença e funcionamento da via Presença e funcionamento da via Ao longo do corredor Ao longo do corredor - Dir Per C L Irrev - / Dir Per C L Irrev - / - - CONST / EXPL Afectação directa e indirecta de habitações Acções de construção. Ocupação e transformação do uso do solo Vários pontos entre o km e Dir / Ind Perm C L Irrev - - / CONST CONST / EXPL Ocupação de áreas agrícolas Afectação de acessos actuais a habitações e parcelas agrícolas exigindo restabelecimentos e futuros percursos mais longos Ocupação e transformação do uso do solo Acções de construção. Ocupação e transformação do uso do solo Ao longo do corredor Vários pontos entre o km e Dir Perm C L Irrev / Dir / Ind Perm C L Irrev - - / EXPL Efeito de seccionamento e efeito de barreira em áreas agrícolas Presença e funcionamento da via Ao longo do corredor - Dir Per C L Irrev - - Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 165/368

168 Solução Fase Impacte Acção geradora de impacte Localização Natureza Magnitude Incidência Duração Ocorrência Dimensão espacial Reversibilidade Significado sem medidas mitigadoras Significado com medidas mitigadoras 6 EXPL EXPL Ocupação de áreas agrícolas Efeito de seccionamento e efeito de barreira em áreas agrícolas Presença e funcionamento da via Presença e funcionamento da via Vários pontos do corredor Vários pontos do corredor - Dir Per C L Irrev - / Dir Per C L Irrev - Fase: C (construção), E (exploração) Natureza: Positiva (+), Negativa (-) Magnitude: Elevada ( ), Média ( ), Reduzida ( ) Incidência: Directa (Dir), Indirecta (Ind) Duração: Permanente (Per), Temporário (Temp) Probabilidade de ocorrência: Certa (C), Provável (P), Incerta (I) Dimensão Espacial: Local (L), Regional (R), Nacional / Supra-nacional (N) Reversibilidade: Reversível (Rev), Irreversível (Irrev) Significado: Pouco significativo (- /+), Significativo (-- / ++), Muito significativo (--- / +++) NA: Não aplicável 166/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

169 Quadro Edificações expropriadas/demolidas ao longo dos traçados em estudo do IC31 Solução Subdivisão Ocorrência de edifício(s) afectado Localização N.º de edifícios Total Parcial Tipologia 1 1A M 1.10 A km B km C km D km E km F km G km H km I km J km K km L km Nó 8 S1, rotunda de ligação do ramo A+B à rede local N km O km A km B km C km B P km Edifícios rurais com funcionalidade habitacional Edifício de apoio agrícola Edifício de apoio agrícola Edifício de apoio agrícola Edifício de apoio agrícola Edifício de apoio agrícola Edifício de apoio agrícola Edifício de apoio agrícola Edifício de apoio agrícola Edifício de apoio agrícola Edifício de apoio agrícola Edifício de apoio agrícola Edifício de apoio rural com funcionalidade habitacional Edifício de apoio agrícola Edifício de apoio agrícola/habitação Edifícios rurais com funcionalidade habitacional Edifício de apoio agrícola Edifício de apoio agrícola Edifício de apoio agrícola Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 167/368

170 Solução Subdivisão Ocorrência de edifício(s) afectado Localização N.º de edifícios Total Parcial Tipologia Q Nó 3 S1B, ramo A 1 Edifício de apoio agrícola 1B R km S km Edifício de apoio agrícola Edifício de apoio agrícola T Nó 3 S1B, rotunda sul 1 Edifício de apoio agrícola 5b E km U km Edifício de apoio agrícola Edifício de apoio agrícola 5 5c V km Edifício de apoio 2 agrícola W km Edifício rural Quadro Edifícios de habitação e outros edifícios urbanos localizados a distâncias iguais ou inferiores a 100 m Edifício de habitação e outros edifícios urbanos Tipologia Localização Distância ao eixo da via Distância aos taludes da via Solução 1 (S1) 1 Casa de habitação 2 Casa de habitação S1.1 Ramo A Nó1 S1, lado oeste S1.1, ao km 0+000, lado sul, junto ao Nó1 S1 25 m 20 m 20 m 0 m 3 (a) Casa de habitação S1.1, ao km 0+000, lado norte 15 m 0 m 4 Capela S1.1, ao km 0+290, lado norte 44 m 29 m 5 Centro de convívio S1.1, ao km 0+350, lado norte 50 m 30 m 6 Casa de habitação S1.2, ao km 2+570, lado norte 48 m 30 m 7 Casa de habitação S1.2, ao km 2+700, lado norte 75 m 58 m Solução 1B (S1B) 8 Casa de habitação com um piso S1B, ao km 4+100, lado sul 100 m 86 m Solução 5 (S5) 9 (b) Casa de habitação / Quinta S5b, ao km , lado sul 45 m 40 m 10 (b) Casa de habitação S5b, ao km , lado sul 40 m 30 m 168/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

171 Edifício de habitação e outros edifícios urbanos Tipologia Localização Distância ao eixo da via Distância aos taludes da via 11 2 Casas de habitação S5b, ao km , no lado sul 30 m 25 m 12 Casa de habitação S5b, ao km , lado sul 20 m 15 m 13 Casa de habitação com dois pisos 14 (c) Casa de habitação 15 Casa de habitação / Quinta 16 (c) Casa de habitação S5b, ao km , no lado sul S5b, ao km , lado norte S5b, ao km , lado norte S5b, ao km , lado norte 80 m 75 m 80 m 70 m 50 m 35 m 20 m 10 m 17 Casa de habitação S5b, ao km , lado sul 25 m 10 m 18 (b) 2 casas de habitação S5b, ao km , lado sul 85 m 20 m 19 (d) 3 casas de habitação com dois pisos novas (1 delas em fase final de construção) 20 (e) Casa de habitação 21 (e) Casa de habitação S5b, ao km , no lado sul S5b, ao km , no lado sul S5b, ao km , no lado norte 40 a 80 m 20 a 60 m 50 m 30 m 50 m 30 m 22 (e) Casa de habitação S5b, ao km lado norte 40 m 20 m 23 Casa de habitação S5b, ao km , lado sul 35 m 15 m 24 (e) Armazém 25 (e) Casa de habitação 26 (e) Garagem S5b, ao km , lado norte S5b, ao km , lado norte S5b, ao km , lado norte 70 m 50 m 55 m 35 m 65 m 45 m 27 (f) Casa de habitação S5b, ao km , lado sul 20 m 1 m 28 (f) Casa de habitação S5b, ao km , lado sul 40 m 25 m 29 Casas de habitação com um e dois pisos, com anexos e com terreno circundante S5b, ao km , lado norte, 70 m 40 m 30 Casa de habitação S5b, ao km , lado sul 30 m 20 m 31 Casa de habitação 32 Casa de habitação 33 Casa de habitação 34 Casa de habitação, com anexos e com terreno circundante S5b, ao km , lado norte S5b, ao km , lado norte S5b, ao km , lado norte S5c, ao km , lado norte 30 m 20 m 30 m 20 m 35 m 20 m 50 m 25 m Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 169/368

172 Edifício de habitação e outros edifícios urbanos Tipologia Localização Distância ao eixo da via Distância aos taludes da via 35 (g) Casa de habitação S5d, ao km , lado norte 60 m 30 m (a) Na avaliação dos factores qualidade do ar e ambiente sonoro esta habitação não foi considerada por ser representada pela habitação correspondente ao n.º 2. (b) Na avaliação dos factores qualidade do ar e ambiente sonoro esta habitação não foi considerada por ser representada pela habitação correspondente ao n.º 11. (c) Na avaliação dos factores qualidade do ar e ambiente sonoro esta habitação não foi considerada por ser representada pela habitação correspondente ao n.º 15. (d) Na página 146 do EIA refere-se incorrectamente que estas 3 edificações são inviabilizadas pelo talude de aterro do Restabelecimento 5S5. (e) Na avaliação dos factores qualidade do ar e ambiente sonoro esta habitação não foi considerada por ser representada pela habitação correspondente ao n.º 19. (f) Na avaliação dos factores qualidade do ar e ambiente sonoro esta habitação não foi considerada por ser representada pela habitação correspondente ao n.º 23. (g) Na avaliação dos factores qualidade do ar e ambiente sonoro esta habitação não foi considerada por ser representada pela habitação correspondente ao n.º /368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

173 6.10. Ordenamento do Território e Condicionantes Metodologia No presente descritor segue-se a metodologia geral de identificação e avaliação de impactes definida para o presente EIA. Neste capítulo será feita uma identificação e avaliação de impactes levando em consideração as diferentes soluções propostas para a o IC31 mas sem avançar com a discussão comparativa de alternativas de traçado, o que será efectuado mais adiante, em capítulo próprio. Assume-se uma análise a uma escala mais ampla, englobando o território de desenvolvimento do IC31, na qual se poderão avaliar os impactes na estruturação deste território, e uma escala mais localizada, focando os corredores em estudo para cada solução, onde se poderão distinguir situações mais específicas relacionadas com a ocupação de solos classificados e com a interferência potencial da via sobre essas classificações e sobre os usos existentes. No entanto, e embora determinados aspectos respeitantes ao ordenamento do território não possam deixar de ser aqui analisados, neste capítulo do Ordenamento do Território e Condicionantes procura-se evitar a criação de efeitos de redundância em relação a outros factores ambientais onde algumas das vertentes aqui discutidas têm particular enquadramento e desenvolvimento, como sejam os factores ecológicos (por exemplo, quanto ao significado da afectação de áreas de montado) ou a componente social (por exemplo, quanto aos diferentes usos do solo ou à potenciação dos efeitos estruturantes da criação deste novo eixo de circulação sobre o território atravessado pela via) Impactes na estruturação e diferenciação do território À escala sub-regional, e mesmo regional, os efeitos da implantação do IC31 serão bastante sensíveis, atendendo ao cumprimento dos seus principais objectivos: criação de um novo eixo de ligações internacionais e reforço das acessibilidades locais numa área do território que não dispõe de uma via estruturante de distribuição de tráfego. A esta escala, qualquer das soluções de traçado propostas permite atingir esses objectivos, ainda que com implicações diferenciadas a nível local. Esta nova via terá, então, sobretudo funções de desencravamento de todo este território, ao permitir a sua aproximação aos eixos de comunicação já constituídos e ao garantir um acréscimo de suporte às apostas noutras linhas de desenvolvimento económico, nomeadamente ao turismo, a algumas localizações industriais de pequena dimensão (como Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 171/368

174 em Penha Garcia e Idanha) e ao aproveitamento de novas potencialidades agropecuárias e florestais. Esta função centrada neste território concreto não invalida, naturalmente, a importância da constituição da já citada nova ligação transfronteiriça de primeiro nível, contribuindo, ambas, para um esperado acréscimo de coesão territorial e das centralidades regionais, em particular de Castelo Branco. As principais povoações com efectiva expressão neste território serão servidas pelo IC31, ainda que, naturalmente, com pequenas diferenças em função das diversas soluções em estudo e das suas propostas de ligação com a rede local, mas sem que se perspective a intrusão de factores de desequilíbrio na hierarquia urbana da subregião, a partir da concretização desta infra-estrutura. As sedes de freguesia são servidas por nós de ligação com a rede local, mantendo a sua condição de pólos locais, enquanto que a actual situação de destaque de Alcains é igualmente reforçada, de forma menos significativa no caso da adopção da Solução 1B, como ponto de interface entre esta faixa de território e o eixo Castelo Branco Fundão, assente no IP2/A23. Pode considerar-se, assim, que o impacte na estruturação deste território é de sinal positivo, permanente, de magnitude elevada e significativo Instrumentos de gestão do território Como se referiu no ponto anterior, os dois grandes objectivos desta nova via são a criação de um novo eixo de ligações internacionais, com importância supra-regional, e a melhoria das ligações sub-regionais, proporcionando o desencravamento de toda esta faixa do território, que assim passará a estar ligada aos eixos viários já constituidos na região, particularmente ao IP2/A23. Estes objectivos são explicitamente assumidos na estratégia do PROT Centro e nos PDM de Castelo Branco e de Idanha-a-Nova, independentemente de haver ou não uma tradução espacial para o IC31 inscrita nestes instrumentos de gestão do território. Assim, em termos de objectivos e de estratégia destes instrumentos a concretização do IC31 pode considerar-se como positiva e significativa, pelo que constitui de reforço da efectividade dos planos em vigor e da coerência das suas propostas. Passando para uma escala mais localizada, como foi referido no ponto apenas no PDM de Castelo Branco se encontra definido um espaço-canal para o desenvolvimento do traçado desta via, que corresponde sensivelmente à proposta da Solução S1B; todas as restantes propostas de traçado, quer as que se inscrevem ainda neste concelho (soluções S1 e S1A), correspondendo ao sector poente deste estudo prévio, quer as que se desenvolvem no concelho de Idanha-a-Nova (todas as restantes soluções), correspondendo aos sectores central e nascente, não estão espacialmente definidas nos respectivos PDM e podem considerar-se equivalentes entre si em relação às classes de espaço que atravessam. 172/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

175 No Troço poente, a S1 desenvolve-se fundamentalmente por espaços agrícolas e florestais com uma pequena intromissão no espaço industrial junto a Alcains; a S1A evita quase totalmente este espaço industrial, passando nessa zona sobretudo em espaço florestal; a S1B, como referido, inscreve-se no espaço-canal proposto no PDM de Castelo Branco para desenvolvimento de um itinerário complementar, portanto em plena coerência com este PDM. Nos Troços Central e Nascente são igualmente os espaços florestais e agrícolas que são atravessados, com predominância geral dos espaços florestais, que estão mais presentes no território do concelho de Idanha-a-Nova, e apenas com ligeiras diferenças entre as várias soluções propostas na percentagem destes espaços; deve ressalvar-se, no entanto, a S5, que corresponde à sobreposição parcial de uma via já existente, a EN 239. Esta opção, de aproveitamento parcial da estrada existente, tem um potencial negativo consideravelmente superior para o território, pois elimina uma via já instituída e utilizada não só para deslocações locais como para acessos marginais a equipamentos e propriedades, pelo que a sobreposição desta via, que será vedada e sem acessos directos de nível, implicará uma reestruturação dessas ligações e acessos, pela construção de caminhos paralelos e de restabelecimentos, aumentando a área a ocupar, a criação de parcelas sobrantes e uma maior dificuldade pontual de acesso a determinadas propriedades. Embora as classes de uso do solo definidas nos PDM possam constituir factores de diferenciação de propostas alternativas de traçado, nomeadamente quanto às soluções S1B e S5, não se considera que ocorram impactes negativos significativos quanto a estes mesmos PDM, atendendo a que as classes de solo interferidas ao longo dos traçados não são particularmente sensíveis à passagem desta via (a inscrição do IC31 sobre solos agrícolas e florestais apenas tem interferência directa na plataforma efectivamente ocupada pela via, não tendo implicações quanto aos terrenos envolventes, que não alteram a sua vocação ou a sua classificação); não se impede a concretização ou os objectivos definidos para outras classes (como poderia acontecer no caso da passagem sobre solos urbanos ou em espaços naturais, por exemplo); estes PDM são já bastente antigos, encontrando-se ambos em fase de revisão, o que pode ser aproveitado para uma actualização dos canais reservados para o IC31; e a via concretiza os objectivos definidos nos PDM, reforçando, assim, o sentido das respectivas estratégias de desenvolvimento e de ordenamento do território. Ressalve-se que embora não sejam atravessadas directamente áreas classificadas como urbanas ou urbanizáveis, as soluções S1 e S1A passam junto a estas áreas e em locais já edificados na envolvente a Alcains e a S5 interfere com uma área onde se tem verificado alguma expansão urbana, entre Sidral e Monsanto. Considera-se também que a S1A poderia vir a criar uma bolsa fortemente condicionada entre o Nó 1S1A, a EN18 e a EN352, pois estes terrenos ficariam envolvidos de muito perto por todas estas vias, dificultando a sua inserção com as dinâmicas territoriais que se viessem a verificar nesta zona. Refira-se que os impactes no uso do solo podem revestir uma natureza directa substituição de um determinado uso pela infra-estrutura rodoviária ou indirecta potenciação de alterações do uso do solo motivadas por uma maior acessibilidade rodoviária. Os primeiros não são necessariamente negativos e serão analisados do ponto de vista ecológico, socioeconómico e paisagístico. Os segundos, ainda que não previsíveis, só Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 173/368

176 podem ser acautelados no âmbito dos instrumentos de ordenamento do território, particularnente nas revisões dos PDM, em curso Impactes nas áreas condicionadas Não se prevê que haja impactes sobre áreas sensíveis com a implantação do IC31, em qualquer das suas opções. Apenas o corredor de enquadramento da solução S5 se sobrepõe parcialmente à zona especial de protecção de Monsanto, mas a plataforma proposta para o IC31 nesse local inscreve-se a norte da EN 239, que funciona como limite para essa zona de protecção, que não será, assim, afectada, nem na fase de construção nem na fase de exploração da via, no caso de vir a ser seleccionada esta proposta de traçado. A afectação de áreas da RAN foi avaliada no capítulo 6.5, indicando-se no Quadro as respectivas áreas. Os impactes são, em geral, pouco significativos, com as seguintes excepções: Subdivisão 1.9 da Solução 1, considerado significativo, e Subdivisões 1.2 e 1.3 da Solução 1, Solução 2 e Subdivisão 5b da Solução 5 em que se consideram muito significativos. No Quadro apresenta-se a estimativa das áreas de REN ocupadas pela via. Esta estimativa foi obtida considerando uma faixa de ocupação de 50 m de largura (25 m no viadutos). Considerou-se a magnitude do impacte do atravessamento da REN como nula (quando não ocorre), reduzida (quando é inferior a 3 ha), moderada (entre 3 e 5 ha) e elevada (superior a 5 ha). O significado do impacte é classificado como pouco significativo nas situações de magnitude reduzida, significativo nas situações de magnitude moderada e muito significativo nas situações de magnitude elevada. Solução de traçado Solução 1 Quadro Estimativa das áreas de REN ocupadas pela via Subdivisão Área aproximada ocupada (ha) Magnitude do impacte Significado do impacte Nulo ,6 Moderada Significativo 1.3 6,1 Elevada Muito significativo Nulo ,9 Reduzida Pouco significativo 1.6 0,4 Reduzida Pouco significativo Nulo ,3 Reduzida Pouco significativo 1.9 2,0 Reduzida Pouco significativo ,2 Reduzida Pouco significativo ,2 Reduzida Pouco significativo Solução 1A 0 Nulo - Solução 1B 4,9 Moderada Significativo 174/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

177 Solução de traçado Solução 3 Solução 5 Subdivisão Área aproximada ocupada (ha) Magnitude do impacte Significado do impacte Solução 1C 0 Nulo - Solução 2 8,5 Elevada Muito significativo Nulo ,5 Elevada Muito significativo Solução 4 2,9 Reduzida Pouco significativo 5a 1,6 Reduzida Pouco significativo 5b 13,6 Elevada Muito significativo 5c 3,5 Moderada Significativo 5d 4,2 Moderada Significativo Solução 5.1 1,8 Reduzida Pouco significativo Solução 6 2,1 Reduzida Pouco significativo Solução 7 1,9 Reduzida Pouco significativo Os impactes na REN mais significativos ocorrem na Subdivisão 1.3 da Solução 1, a Solução 2, na Subdivisão 3.2 da Solução 3 e na Subdivisão 5b da Solução 5. No Quadro apresenta-se a estimativa das áreas de povoamentos de sobreiro e de azinheira ocupadas pela via. Esta estimativa foi obtida considerando uma faixa de ocupação de 50 m de largura (25 m nos viadutos). Considerou-se a magnitude do impacte da afectação de povoamentos de sobreiro e azinheira como nula (quando não ocorre), reduzida (quando é inferior a 3 ha), moderada (entre 3 e 5 ha) e elevada (superior a 5 ha). O significado do impacte é classificado como pouco significativo nas situações de magnitude reduzida, significativo nas situações de magnitude moderada e muito significativo nas situações de magnitude elevada. Quadro Estimativa das áreas de povoamentos de sobreiro e de azinheira ocupadas pela via Solução de traçado Solução 1 Subdivisão Área aproximada ocupada (ha) Magnitude do impacte Nula Significado do impacte 1.2 7,4 Elevada Muito significativo 1.3 5,2 Elevada Muito significativo Nula 1.5 2,4 Reduzida Pouco Significativo Nula 1.7 2,6 Reduzida Pouco Significativo Nula 1.9 8,2 Elevada Muito significativo ,4 Moderada Significativo Nula Solução 1A 0 Nula Solução 1B 8,6 Elevada Muito significativo Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 175/368

178 Solução de traçado Solução 3 Solução 5 Subdivisão Área aproximada ocupada (ha) Magnitude do impacte Significado do impacte Solução 1C 2,1 Reduzida Pouco Significativo Solução 2 4,4 Moderada Significativo 3.1 0,3 Reduzida Pouco Significativo 3.2 0,5 Reduzida Pouco Significativo Solução 4 0,1 Reduzida Pouco Significativo 5a 2,0 Reduzida Pouco Significativo 5b 4,9 Moderada Significativo 5c 5,6 Elevada Muito significativo 5d 2,0 Reduzida Pouco Significativo Solução 5.1 1,6 Reduzida Pouco Significativo Solução 6 0 Nula Solução 7 1,4 Reduzida Pouco Significativo Os impactes da ocupação de áreas de povoamentos de sobreiro e azinheira são muito significativos nas seguintes situações: Subdivisões 1.2, 1.3 e 1.9 da Solução 1, Solução 1B e Subdivisão 5c da Solução 5. Em relação a outras condicionantes identificadas ou a interferências com servidões administrativas, há a registar a seguinte situação: afectação directa de um ponto de água para combate a incêndios por meios aéreos, na zona do Nó 7 (Proença-a-Velha) da solução S5.1; considera-se este impacte, que ocorre logo na fase de construção, como negativo, irreversível, permanente, minimizável, de baixa magnitude e pouco significativo, dada a existência próxima de outros pontos de água alternativos com características semelhantes. A ocupação de outras áreas, como olival, pinhal e eucaliptal, implica igualmente um conjunto de procedimentos legais, de comunicação ou de pedido de autorização para os cortes de árvores, mas que não se consideram como produzindo impactes na perspectiva do ordenamento do território. Em relação às outras condicionantes e servidões identificadas, os corredores em estudo poderão interferir com algumas infra-estruturas e suas servidões, como é o caso do gasoduto, da via férrea, das redes de abastecimento de água potável e das redes de saneamento, etc. Contudo, em fase de Projecto de Execução, estas interferências poderão ser completamente eliminadas desde que sejam tomadas as medidas que visem o cumprimento das servidões definidas por lei. Por esta razão, considera-se o impacte resultante destas afectações como nulo Impactes cumulativos Não se considera a ocorrência de impactes cumulativos directos desta infra-estrutura com outros projectos existentes ou em curso na região, no âmbito do Ordenamento do Território. 176/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

179 Apenas os efeitos globais positivos relacionados com a estruturação deste território e as acessibilidades regionais e sub-regionais serão ampliadas pela concretização da futura ligação transfronteiriça e de uma nova via do mesmo nível do lado espanhol, que se encontra em curso, permitindo o estabelecimento de uma ligação directa a Madrid Síntese de impactes No Quadro procura-se apresentar de forma sistematizada os principais impactes esperados da construção ou exploração do IC31, nos componentes que se evidenciaram para a avaliação do factor ambiental Ordenamento do Território e Condicionantes. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 177/368

180 Quadro Síntese de avaliação de impactes no Ordenamento do Território e Condicionantes Fase Impacte Acção geradora de impacte Localização Natureza Magnitude Incidência Duração Ocorrência Dimensão espacial Reversibilidade Significado sem medidas mitigadoras Significado com medidas mitigadoras E Aumento da coesão territorial e das acessibilidades Construção do IC31 Região e sub-região atravessada pela via + Dir Per C L/R/N Irrev E Concretização dos objectivos dos instrumentos de gestão do território Construção do IC31 Região e sub-região atravessada pela via + Dir Per C L/R Irrev C/E Ocupação de classes de uso definidas nos PDM Construção do IC31 Plataforma da via - Dir Per C L Rev - - C Ocupação de áreas de montado Construção do IC31 Áreas de montado ao longo dos corredores - Dir Per C L Irrev -- - C Eliminação de um ponto de água para combate a incêndios Construção do IC31 Nó 7 da S5.1 - Dir Per C L Irrev - - C/E Afectação de áreas edificadas Construção do IC31 S1 / S1A (Alcains) S5 (Sidral) - Dir Per C L Irrev - - C/E Afectação da rede viária existente Construção do IC31 S5 na sobreposição à EN239 - Dir Per C L Irrev -- - Fase: C (construção), E (exploração) Natureza: Positiva (+), Negativa (-) Magnitude: Elevada ( ), Média ( ), Reduzida ( ) Incidência: Directa (Dir), Indirecta (Ind) Duração: Permanente (Per), Temporário (Temp) Probabilidade de ocorrência: Certa (C), Provável (P), Incerta (I) Dimensão Espacial: Local (L), Regional (R), Nacional / Supranacional (N) Reversibilidade: Reversível (Rev), Irreversível (Irrev) NA: Não aplicável Significado: Pouco significativo (- /+), Significativo (-- / ++), Muito significativo (--- / +++), Nulo (0) 178/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

181 6.11. Património Cultural Metodologia A ponderação e análise dos impactes surge na sequência da caracterização do ambiente potencialmente afectado pelo projecto, criando uma escala de valores que permite seriar as numerosas ocorrências registadas atribuindo-lhes um valor e avaliando as consequências directas e indirectas que a execução do projecto pode provocar no ambiente patrimonial. O primeiro princípio que deverá ser ponderado é o inevitável impacte negativo que um projecto rodoviário representa para a conservação do património cultural, todavia, esta visão negativista corresponde a um conceito de património estático, assumindo como único meio de salvaguarda a ausência de intervenção humana. No caso concreto do IC31 o impacte mais importante poderá advir do desconhecimento que temos sobre o património arqueológico desta região. A inexistência de um sistema de informação sistematizado do património concelhio, baseando-se todo o registo existente na base de dados do IGESPAR, que compreensivelmente sofre uma actualização mais lenta que um sistema local, a par da ausência de verdadeiros gabinetes de arqueologia que trabalhem o território numa perspectiva global é, perante um projecto rodoviário, o maior obstáculo à protecção patrimonial. Na verdade é o desconhecimento da realidade arqueológica que nos preocupa no momento de avaliar os impactes de uma obra, principalmente quando o método de avaliação se baseia na assim denominada prospecção selectiva, que como referimos na metodologia geral, é um método falível e faccioso. Neste panorama a avaliação e caracterização de impactes adopta uma metodologia que procura uma terminologia mais universal e menos permeável a considerações abstractas. Por outro lado, e perante a necessidade absoluta em criar critérios únicos que permitam quadros comparativos entre as várias alternativas de traçado, com o único fim de escolher a alternativa ambientalmente menos negativa, debate-se o avaliador com situações tão pouco claras como estações arqueológicas computadas simplesmente pelo numero, tipo, natureza de vestígios que a superfície deixa identificar, ignorando, por exemplo, que uma lavra recente, ou que uma surriba para vinha ou lavra com enxada representam afectações diferentes dos níveis arqueológicos, dependendo também do historial do terreno, do tipo de cultura ou não, que nele se efectuou. Esta avaliação apoia-se num reconhecimento exaustivo do terreno e na introdução, incessantemente, de uma percentagem de erro nas avaliações realizadas no terreno, situação que não se aplica exclusivamente ao património arqueológico, mas também ao património arquitectónico. A avaliação assume esse risco, na maior parte dos casos, aconselhando medidas preventivas, como a realização de sondagens, ou elaboração de memórias descritivas, que caracterizem com maior rigor e numa fase anterior ao projecto os riscos e impactes que a destruição do sitio A ou B pode representar para o conhecimento científico. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 179/368

182 A esta margem de erro devemos acrescentar a inevitabilidade em detectar durante a fase de obra realidades arqueológicas não previstas. Nem todos os vestígios arqueológicos são previamente detectados, mesmo na fase de prospecção sistemática, nem o nível de conservação de um determinado sítio arqueológico corresponde a uma determinada realidade à superfície. Pelo contrário, estudos mais recentes demonstram que a relação entre as manchas de dispersão de material à superfície não estão sobrepostas às realidades a que pertenciam, ou seja, o movimento que uma determinada peça segue após o seu abandono obedece a um conjunto de variantes que na maior parte dos casos não responde a um conceito causa/efeito. Na verdade, quando a concentração de espólio à superfície é muito elevada supõem-se que o sítio se encontre com um elevado nível de afectação, destruída a sequência estratigráfica e perturbados os níveis ocupacionais. Um hipogeu, perfeitamente selado, poderá não resultar em qualquer tipo de ocorrência à superfície, apenas uma ligeira alteração na topografia local, que pode passar desapercebida, camuflada pelo manto vegetal, mas ser directamente afectado quando se processam os trabalhos de escavação na fase de execução do projecto. No caso do IC31 contamos com uma experiência importante. Reprospectamos áreas prospectadas em 2001, e constatamos quanto são subjectivos os parâmetros que utilizamos na identificação e na avaliação dos sítios arqueológicos. A maioria das denominadas manchas de ocupação apresentavam-se, aos nossos olhos, de forma mais ou menos semelhante que em 2001, no entanto, a visibilidade de um determinado sítio depende da época do ano, e sem dúvida, das condições atmosféricas e hora do dia em que se faz a prospecção, factores que aumentam e diminuem a visibilidade do terreno. Assumindo este conjunto de pressupostos e variáveis adoptou-se uma metodologia geral para a previsão e avaliação de impactes que segue, sempre que seja coerente, os ditames gerais de avaliação de impactes do EIA. Toda a informação, ponderação e análise é traduzida em quadros, simplificando a leitura geral e permitindo um estudo comparativo de todas as realidades. Todavia assumiram-se três princípios base: Os impactes no património cultural verificam-se apenas na fase de construção, não se considerando que a exploração acarrete um acréscimo dos impactes previstos durante a construção da via. Considera-se que o significado dos impactes sem aplicação de medidas é sempre negativo, a aplicação do conceito impacte positivo não se ajusta à realidade expressa por um projecto rodoviário perante o património arqueológico. A identificação, previsão e avaliação de impactes é distinta entre o património arquitectónico e arqueológico, todavia a ponderação dos mesmos é realizada conjuntamente, diminuindo a distorção provocada pela avaliação, sempre contestável, atribuída a cada um dos elementos. O conjunto de elementos patrimoniais identificados foi organizado respeitando as zonas consideradas na análise dos traçados, em cada troço foram consideradas as várias hipóteses de conjugação de alternativas, permitindo obter uma leitura geral de quais são as opções que poderão ou não afectar um determinado sítio. Além da avaliação de impactes, para cada sítio patrimonial identificam-se os seguintes parâmetros: a solução/alternativa de traçado mais próxima, o n.º de sítio, a sua localização 180/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

183 em relação aos traçados (km e posição), a natureza do património (ARQT e/ou ARQUEO), o seu valor científico e patrimonial, expresso graficamente na descrição. A avaliação do significado dos impactes resulta da análise dos vários critérios definidos na metodologia geral do EIA, com base na classificação atribuída a cada um deles (Quadros ). Como impactes cumulativos entendem-se todos os elementos que foram objecto de uma afectação anterior ao projecto agora em estudo. Claramente o património arqueológico, e obviamente exceptuando os casos de património selado que poderão vir a ser objecto de afectação directa na fase de construção, já sofreu um conjunto de impactes cumulativos ao longo do período de abandono, todavia identificam-se alguns casos em que outros impactes, ocorridos após 2001, afectaram a conservação do sítio ou do elemento. As medidas de mitigação propostas são apresentadas no ponto Propõem-se algumas medidas de mitigação de impactes de carácter geral, que abrangem todos os elementos inclusos no presente factor ambiental Identificação, previsão e avaliação de impactes Impactes na fase de construção Apresenta-se no Quadro , uma síntese da avaliação de impactes para o património arqueológico e arquitectónico. Solução de traçado Solução 1 Quadro Avaliação de impactes no património arqueológico e arquitectónico Subdivisão N.º de sítios patrimoniais Valor patrimonial Significado do impacte (a) Solução 1A 4 - Solução 1B 4 - Solução 1C 3 - Solução Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 181/368

184 Solução de traçado Solução 5 Subdivisão 5b N.º de sítios patrimoniais Valor patrimonial 1 (b) 3 Significado do impacte (a) Solução (a) após a aplicação de medidas mitigadoras (b) o sítio n.º 26 já se encontra destruído Impactes na fase de exploração Como foi referido acima, os impactes no património cultural verificam-se apenas na fase de construção, não se considerando que a exploração acarrete um acréscimo dos impactes previstos durante a construção da via Impactes cumulativos Entende-se por impacte cumulativo o(s) impacte(s) directos ou indirectos do projecto aos quais se adicionam outros impactes directos ou indirectos de outros projectos ou acções. No corredor em estudo esta situação apenas se pode considerar para os seguintes sítios patrimoniais: O sítio nº 01, Cabeça Pelada, povoado, neo-calcolítico, foi parcialmente afectado pela construção do IP2 entre Fundão e Castelo Branco, e mais tarde pela A23, auto-estrada que substituiu o anterior itinerário. O sítio n.º 21, Afonseanes, marco de propriedade, do séc. XVIII, foi incorporado no limite de uma vedação de propriedade, no entanto as coordenadas de 2001 são em todo idênticas às actuais o que poderá significar que entre 2001 e 2009 não houve alteração significativa da sua localização. O sítio n.º 26, Convento 2, era uma via lajeada que foi totalmente destruída por uma obra posterior a O percurso da rede de saneamento afectou directamente este elemento Síntese de impactes Apresenta-se no Quadro uma síntese dos impactes no património cultural. 182/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

185 Quadro Síntese de avaliação de impactes no Património Cultural Fase Impacte Acção geradora de impacte Localização Natureza Magnitude Incidência Duração Ocorrência Dimensão espacial Reversibilidade Significado sem medidas mitigadoras Significado com medidas mitigadoras C Afectação directa ou indirecta de sítios de interesse patrimonial Acções de construção, implantação física da via Sítios de interesse patrimonial identificados ao longo dos traçados em estudo - / / Dir / Ind Per/ Temp C / P / I N / R / L Irrev / Rev - / -- / /- - Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 183/368

186 6.12. Paisagem Metodologia É objectivo do presente capítulo a identificação e avaliação dos principais impactes que a implantação dos diferentes traçados do IC31 entre Castelo Branco e Monfortinho irá induzir na paisagem durante as diferentes fases do projecto: construção e exploração. A análise e caracterização de impactes foi elaborada através do cruzamento dos dados obtidos no reconhecimento de campo com a informação analisada a diversas escalas - Carta Militar de Portugal, esc. 1:25.000; planta do traçado e perfil longitudinal, esc. 1:5.000 e fotografia aérea. A previsão, determinação e avaliação dos impactes paisagísticos mais significativos foi efectuada tendo em consideração as alterações que a abertura da plataforma e a implantação da futura via irão originar nas características visuais da paisagem, na sua qualidade visual e no seu valor cénico. Estas alterações serão resultado da intrusão visual de um novo elemento linear ou, pontualmente, alteração das dimensões de uma via já existente, na paisagem actual e reflectem as transformações que a implantação da via, através da modificação das características do relevo, da drenagem hídrica e do tipo da ocupação do solo, irão provocar na estrutura e leitura actuais da paisagem. A alteração do relevo natural (taludes de escavação e de aterro), constitui um impacte importante pois tem influência directa ou indirecta na drenagem hídrica e atmosférica, nas relações funcionais de zonas agrícolas e/ou florestais intersectadas pelo traçado da via e na alteração da leitura visual da paisagem. As transformações do uso do solo ao longo da faixa de implantação da via, nas zonas de estaleiro, depósito e empréstimo de terras constituem, em conjunto com a modificação das características morfológicas do terreno, os factores mais importantes na alteração da percepção e valor cénico da paisagem. Seguidamente à avaliação de impactes efectua-se a comparação das soluções alternativas de traçado, tendo sido utilizados métodos quantitativos para estimar a extensão afectada em cada um dos corredores analisados. Por fim é feita também uma análise aos impactes cumulativos do projecto. 184/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

187 Impactes na fase de construção e na fase de exploração Os previsíveis impactes sobre a paisagem, resultantes da construção e exploração do IC31 serão decorrentes das seguintes acções: alteração ao uso do solo (desmatação); movimentos de terras; infra-estruturas de apoio à obra: implantação de estaleiros; abertura de acessos à obra e movimentação de maquinaria; depósito de terras e áreas de empréstimo. visualização da via e das estruturas associadas Alteração ao uso do solo (desmatação) Em termos de alteração ao uso do solo os impactes mais significativos são os decorrentes das acções de desmatação. Fase de construção Esta acção, que se estenderá por toda a área afecta à implantação da plataforma da via e taludes laterais e resultará da destruição do coberto vegetal existente para abertura do corredor, será efectuada durante a fase de construção. Devido à alteração significativa a nível de uso do solo, com repercussões directas nas características estruturais da paisagem actual, esta acção irá provocar um impacte negativo, imediato, directo, certo e significativo. Caso sejam aplicadas as medidas de minimização preconizadas este impacte será minimizável ao longo da fase de exploração. O impacte decorrente da desmatação, que se classifica, na fase de construção, de forma genérica como significativo, dada a diminuição do valor intrínseco da paisagem atravessada que decorre da destruição de uma faixa contínua de vegetação ao longo de todo o corredor, terá um impacte ainda mais acrescido nas zonas ocupadas com vegetação de maior interesse ecológico e paisagístico, nomeadamente nas margens das linhas de água acompanhadas por vegetação da galeria ripícola, que apresentam ocorrência pouco expressiva na área em análise, nas áreas onde se verifica a presença de montado de sobro e carvalhais, que se distribuem um pouco ao longo de todo corredor de forma relativamente Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 185/368

188 dispersa e nos trechos de paisagem de maior valor paisagístico (envolvente a Oledo e a Monsanto). Para cada um dos tipos de vegetação considerada de interesse paisagístico manchas de montado de sobro, carvalhais e corredores ripícolas e para os trechos de paisagem de maior valor paisagístico, analisou-se a extensão que será afectada pela implantação de cada uma das soluções de traçado. Esta análise foi elaborada tanto para a globalidade da extensão total das soluções, como de forma pontual. Considera-se importante distinguir estas duas situações uma vez que, de acordo com a metodologia adoptada para a classificação da magnitude do impacte, poderá verificar-se que em termos globais por alternativa o impacte seja classificado como de magnitude reduzida mas, numa situação pontual concreta, seja considerado de magnitude elevada. No quadro seguinte apresentam-se os critérios de classificação da magnitude para os impactes pontuais decorrentes da desmatação. Quadro Avaliação da magnitude dos impactes Acção Destruição de galeria ripícola Destruição de montado de sobro e carvalhal em extensão < 300m Destruição de montado de sobro e carvalhal em extensão 300 a 800m Destruição de montado de sobro e carvalhal em extensão > 800m Magnitude Reduzida Média Elevada X X X X Quanto ao significado, dado o interesse e valor paisagístico destes tipos de vegetação considera-se que o impacte da sua destruição será significativo a muito significativo em todas as situações, uma vez que estas ocorrências são relativamente escassas ao longo do traçado. Tendo por base os critérios atrás referidos os principais impactes decorrentes da desmatação ocorrem nas situações apresentadas no quadro seguinte. 186/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

189 Quadro Localização das zonas a desmatar com impacte de maior magnitude Acção Solução Localização 1 km a 5+500; km a 9+000; km a ; km a ; km a ; km a ; km a ; km a ; km a B km a Destruição de montado e/ou carvalhal 2 km a ; km a ; km a km a ; km a km a ; km a ; km a ; km a ; km a ; km a ; km a ; km a ; km a km a Destruição de galeria ripícola 1 Aprox. km (Vale da ribª do Oledo) 2 Aprox. km (Vale da ribª do Oledo) Em termos globais de alternativa os critérios utilizados para a classificação da magnitude e do significado foram os seguintes: Magnitude elevada para as situações em que mais de 30% da extensão da alternativa venha a afectar vegetação considerada com interesse paisagístico. Magnitude média para as situações em que a extensão da alternativa que se implanta sobre vegetação considerada com interesse paisagístico corresponde a uma percentagem compreendida entre 10% e 30%. Magnitude reduzida para as situações em que a vegetação com interesse paisagístico é afectada em menos de 10% da extensão total da alternativa. Quanto ao significado considerou-se: Impacte muito significativo nas situações em que se verifica uma magnitude elevada. Impacte significativo nas situações em que se verifica uma magnitude média ou magnitude reduzida. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 187/368

190 Fase de exploração Durante a fase de exploração os impactes decorrentes da desmatação efectuada na fase anterior serão, na maioria das situações, pouco significativos e fortemente atenuados caso sejam aplicadas as medidas de minimização preconizadas. Em alguns casos as alterações ao uso do solo que terão lugar durante a fase de exploração poderão, com aplicação de medidas de minimização, concorrer para gerar potenciais impactes positivos, nomeadamente os decorrentes do aumento da extensão dos corredores de vegetação natural que poderá vir a integrar a malha do contínuo natural e a estrutura de protecção e valorização ambiental. Este aspecto assume especial importância nas áreas onde predominam as culturas arvenses, e nas zonas ocupadas por povoamentos florestais de produção (eucaliptais e pinhais bravos) que, maioritariamente, são monoespecíficos, uma vez que a introdução de espécies arbustivas e arbóreas, da flora local, nos taludes e áreas de expropriação das zonas contíguas a esses tipos de ocupação do solo irá concorrer para o acréscimo da biodiversidade das zonas interceptadas. Também nas zonas em que o corredor atravessa manchas de montado e/ou de pinhal manso, a implementação de orlas arbustivas poderá ser um factor que contribua para o aumento da diversidade biológica e paisagística dessas áreas. Os critérios utilizados para a classificação da magnitude e do significado dos impactes, por alternativa, foram os seguintes: Relativamente à magnitude embora a destruição da vegetação seja efectuada na fase de construção, durante a fase de exploração a faixa desmatada irá imprimir uma descontinuidade artificial nas características paisagísticas das áreas de montado e pinhal manso, pelo que se mantêm os mesmos valores atribuídos na fase anterior. No que respeita ao significado do impacte teve-se em consideração que, na fase de exploração, a implementação do projecto de integração paisagística da via poderá contribuir para a criação de galerias ripícolas, actualmente quase inexistentes, e para o reforço das manchas de montado (nos taludes e faixa de expropriação) pelo que se reduziu o valor do significado do impacte, passando os muito significativos (fase de construção) para significativos (fase de exploração) e os significativos para pouco significativos. No quadro seguinte apresentam-se os valores das manchas afectadas e o impacte correspondente, por fase de construção e de exploração, elaborado de acordo com os critérios atrás referidos. 188/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

191 Solução Quadro Extensão de desmatação de zonas ocupadas com vegetação com interesse paisagístico e impacte associado Extensão afectada (m) Montados e/ou carvalhal % total afectada em relação à extensão da alternativa Galeria ripicola Extensão afectada (m) Trechos de paisagem com interesse paisagístico Extensão afectada (m) Extensão de vegetação com interesse paisagístico afectada em relação à extensão total da alternativa Valor em % correspondente à relação entre a extensão de vegetação com interesse paisagístico afectada e a extensão total da alternativa Fase de construção Impacte Fase de exploração Magnitude Significado Magnitude Significado , ,07 Média Significativo Média Pouco Sig. 1A 0 0, , B , ,27 Elevada Muito Sig. Elevada Significativo 1C 0 0, , , ,82 Média Significativo Média Pouco Sig , ,62 Média Significativo Média Pouco Sig , , , ,30 Média Significativo Média Pouco Sig , ,63 Média Significativo. Média Pouco Sig , , , , Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 189/368

192 Movimentos de terras Fase de construção A implantação do IC31, nas alternativas em análise, implica, na fase de construção, a realização de escavações e de aterros de maior ou menor dimensão em função das características orográficas da zona atravessada. Para além do elevado valor do volume de terras movimentado, com especial destaque para a solução 1 (valores superiores a 11 milhões de m 3 ) e para a solução 5 (mais de 6,6 milhões de m 3 ) a alteração do relevo natural (taludes de escavação e de aterro), constitui um impacte importante pois tem influência directa ou indirecta na drenagem hídrica e atmosférica (aspecto analisado nos capítulos referentes ao Clima e aos Recursos Hídricos Superficiais), nas relações funcionais entre as diferentes tipologias de espaço intersectadas pelas diferentes soluções de traçado e na alteração da leitura visual da paisagem. Os impactes na morfologia do terreno decorrentes da execução das obras de terraplanagem (taludes de escavação e aterro) são negativos, originados na fase de construção, imediatos, directos, permanentes, localizados, irreversíveis e certos. A sua magnitude encontra-se directamente relacionada com a altura dos taludes e o significado da relação entre a altura e extensão. Fase de exploração Durante a fase de exploração, os impactes sentidos na fase de construção relativos às alterações funcionais e visuais da paisagem decorrentes da modificação da morfologia natural, serão continuados pela fase de exploração. Assim, os impactes na morfologia do terreno decorrentes da presença dos taludes de escavação e aterro, executados na fase de construção, são negativos, directos, permanentes, localizados, irreversíveis e certos. A aplicação das medidas de minimização recomendadas possibilitará uma relativa minimização do impacte durante a fase de exploração, embora não suficiente para atenuar a magnitude e significado do impacte. No que se refere à magnitude e significado do impacte decorrente da alteração ao relevo natural considera-se não existir diferença entre as fases de construção e de exploração. Os critérios da sua quantificação são os apresentados no quadro seguinte. 190/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

193 Quadro Avaliação, em termos pontuais, da magnitude e significado dos principais impactes Alteração ao relevo natural Magnitude Significado Altura do talude (metros) Extensão do talude (metros) Reduzida Média Elevada Pouco Signif. Signif- Muito Signif. <200 X 5 a a 500 X X >500 X <200 X 10 a a 500 X X >500 X < 50 X > a 200 X X >200 X Nota: Quando um talude de 5 a 10 metros e/o de 10 a 20 metros integra um talude de altura superior, considerase, para quantificação do seu significado, que a extensão corresponde ao somatório dessas duas situações. Em termos globais de alternativa, os critérios utilizados para a classificação da magnitude e do significado foram os seguintes, para as fases de construção e de exploração: Magnitude elevada para taludes de altura superior a 10 metros, cuja extensão é superior a m. Magnitude média para taludes de altura superior a 10 metros, cuja extensão está compreendida entre e m. Magnitude reduzida para taludes de altura superior a 10 metros, cuja extensão é inferior a m. Impacte muito significativo quando a percentagem de taludes com altura superior a 20 metros corresponde a mais de 20% da extensão total da solução, quando os taludes de altura compreendida entre 10 e 20 metros correspondem a mais de 25% da extensão total da solução ou quando a percentagem de taludes de dimensão superior a 5 metros representa mais de 40% da extensão total da solução. Impacte significativo quando a percentagem de taludes com altura superior a 20 metros se encontra compreendida entre 10 e 15% da extensão total da solução, quando os taludes de altura compreendida entre 10 e 20 metros se situam entre os 15 e 20% da extensão total da solução, ou quando a totalidade de taludes de altura superior a 5 metros corresponde a valores entre os 25 e 40% da extensão total da solução. Impacte pouco significativo nas restantes situações. Os Quadros e expressam os principais impactes que a nível pontual se farão sentir por solução alternativa, bem como o impacte global sobre as características Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 191/368

194 paisagísticas da área atravessada, em resultado das alterações ao relevo natural decorrente da implantação do traçado de cada uma das soluções. Quadro Alteração ao relevo natural e localização do impacte associado Solução Altura do talude Localização Magnitude Significado F. const. F. explor. F. const. F. explor. km a Muito Sig. Muito Sig 5 a 10 metros km a km a Reduzida Reduzida Significativo Significativo km a km a km a Pouco Sig. Pouco Sig. km a km a km a km a km a km a km a km a km a Significativo Significativo km a km a a 20 metros km a Média Média km a km a km a km a km a km a km a km a km a Muito Sig. Muito Sig km a km a km a km a km a Muito Sig. Muito Sig. 1B 1C Superior a 20 metros 5 a 10 metros 10 a 20 metros 10 a 20 metros Superior a 20 metros km a km a km a km a km a km a km a km a km a km a km a km a Elevada Elevada Significativo Significativo Reduzida Reduzida Muito Sig. Muito Sig. Média Média Significativo Significativo Média Média Muito Sig Muito Sig Elevada Elevada Significativo Significativo 2 5 a 10 metros km a Reduzida Reduzida Muito Sig. Muito Sig 192/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

195 Solução Altura do talude Localização Magnitude Significado F. const. F. explor. F. const. F. explor. km a Significativo Significativo 10 a 20 metros Média Média km a Muito Sig. Muito Sig Superior a 20 metros km a km a Elevada Elevada Significativo Significativo km a km a a 20 metros km a Média Média Significativo Significativo km a km a Muito Sig. Muito Sig km a Muito Sig. Muito Sig 10 a 20 metros Média Média 4 km a Significativo Significativo Superior a 20 metros km a km a Elevada Elevada Significativo Significativo 5 a 10 metros km a Reduzida Reduzida Muito Sig. Muito Sig km a Pouco Sig. Pouco Sig a 20 metros km a Média Média Muito Sig. Muito Sig 5 km a Significativo Significativo Superior a 20 metros km a Elevada Elevada Muito Sig. Muito Sig 5 a 10 metros km a Reduzida Reduzida Muito Sig. Muito Sig 10 a 20 metros Superior a 20 metros 6 10 a 20 metros km a km a km a km a km a km a km a km a km a km a km a km a km a km a km a Média Média Pouco Sig. Significativo Muito Sig. Pouco Sig. Significativo Muito Sig Elevada Elevada Muito Sig. Muito Sig. km a Média Média Significativo Significativo km a km a km a Muito Sig. Muito Sig a 20 metros km a Média Média Significativo Significativo Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 193/368

196 Quadro Extensão, em metros, de taludes em aterro e escavação, com altura superior a 5 m e a 10 m, por solução e impacte associado Solução Aterro Taludes de altura 5 a 10 m (extensão em m) Escav. Extensão Total % em relação à extensão total da alternat. Aterro Taludes de altura 10 a 20 m (extensão em m) Escav. Extensão Total % em relação à extensão total da alternat. Taludes de altura superior a 20 m Aterro (extensão em m) Escav. Extensão Total % em relação à extensão total da alternat. Taludes de altura superior a 5 m (extensão em m) % em relação à extensão total da alternat. Fase construção Impacte Fase exploração Magnit. Signific Magnit. Signific , , ,18 36,30 Elevada Signific. Elevada 1A , , ,00 16,10 Reduzida Pouco Signif Reduzida 1B , , ,00 31,71 Reduzida Signific. Reduzida 1C , , ,00 24,18 Reduzida Signific. Reduzida , , ,80 43,93 Reduzida , , ,00 43,52 Reduzida , , ,00 46,39 Reduzida , , ,00 32,69 Média Signific. Média Muito Signif Muito Signif Muito Signif Reduzida Reduzida Reduzida , , ,00 32,99 Reduzida Signific. Reduzida , , ,00 33,94 Reduzida Signific. Reduzida , , ,00 32,71 Reduzida Signific. Reduzida Signific. Pouco Signif Signific. Signific. Muito Signif Muito Signif Muito Signif Signific. Signific. Signific. Signific. 194/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

197 Infra-estruturas de apoio à obra Nesta fase de projecto não existe informação suficientemente pormenorizada para uma avaliação detalhada do impacte decorrente da presença de infra-estruturas de apoio à obra. É no entanto previsível que os principais impactes, nestes parâmetros, que ocorrem exclusivamente na fase de construção, sejam decorrentes das seguintes acções: implantação de estaleiros; acessos à obra e movimentação de maquinaria; depósito de terras e zonas de empréstimo. Implantação de estaleiros A implantação e presença dos estaleiros constituirá um impacte negativo que terá lugar apenas na fase de construção se forem aplicadas as medidas de minimização preconizadas. Embora se desconheça a dimensão e localização dos estaleiros de obra é previsível que a sua implantação origine impactes visuais e paisagísticos resultantes da destruição do coberto vegetal, da modificação do relevo natural e da intrusão de elementos estranhos, que se destaquem na paisagem com alguma presença. Trata-se de um impacte indirecto, temporário, localizado, reversível, certo, minimizável, pouco significativo e de magnitude média a elevada. Acessos à obra e movimentação de maquinaria Os acessos à obra (que deverão aproveitar caminhos existentes) e a circulação de maquinaria irão, durante a fase de construção, originar alguns impactes negativos. Caso sejam criados novos caminhos é previsível que a sua abertura, para além de acarretar a destruição da vegetação existente e a alteração o relevo natural, origine taludes, que pela sua dimensão, possam constituir feridas na paisagem. A circulação de maquinaria constituirá, por si só, um factor de intrusão visual podendo contribuir também para redução da visibilidade na zona envolvente às vias em que circulam, em consequência do aumento da concentração de poeiras no ar. Os impactes decorrentes destas acções classificam-se como indirectos, temporários, localizados, reversíveis, certos, de magnitude média, e pouco significativos, se forem cumpridas as medidas de minimização preconizadas. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 195/368

198 Depósito de terras e zonas de empréstimo Da análise da previsão dos volumes de terras a movimentar nas diferentes soluções de traçado do IC31 verifica-se que, na maioria das soluções, existe excedente de terras para qualquer da ligações e alternativas, existe sempre um deficit de terras. Apenas as soluções 1A e 1B são excedentárias. Os volumes de terras a movimentar são apresentados, por solução, no quadro seguinte. Quadro Balanço de terras por solução de traçado (m 3 ) Solução Volume de escavações Volume de aterros Balanço (Esc Ater) A B C a Embora não estejam ainda definidos os destinos das terras sobrantes, o que impossibilita uma caracterização detalhada do presumível impacte paisagístico associado à sua deposição, é expectável, dada a escassez de depressões artificiais decorrentes de exploração de inertes que possam funcionar como potenciais zonas de depósito de terras, que a sua deposição sobre o terreno natural dê origem a impactes de sinal negativo, indirectos, permanentes, localizados, irreversíveis, certos, minimizáveis de magnitude média a elevada e significativos. Os depósitos de terras sobrantes, que se prevê venham a resultar de terras excedentárias irão originar impactes que, embora ocorram na fase de construção, se prolongarão também pela fase de exploração, embora com menor magnitude e significado, se forem adoptadas as medidas de minimização previstas. 196/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

199 Visualização da via e das estruturas associadas Fase de construção O traçado do IC31, nas diversas soluções em análise, atravessa áreas com diferentes tipologias morfológicas e características diversas de uso do solo, pelo que a adaptabilidade da plataforma da via ao terreno natural adquire ao longo do corredor situações bastante variáveis correspondendo as maiores intrusões visuais, em termos pontuais, aos viadutos, passagens superiores e taludes de dimensão superior a 20 metros. Em termos de paisagem, num âmbito de maior abrangência, a nova infra-estrutura viária irá afectar, com especial destaque, as características visuais da paisagem das zonas na influência visual das povoações localizadas em situações que, pela grande diferença de cota, se destacam no relevo relativamente uniforme da área em análise e correspondem a pontos de vista panorâmica, nomeadamente Monsanto e Penha Garcia Embora a extensão dos troços visíveis, a partir das zonas de maior acessibilidade visual, seja igual em ambas as fases de projecto, durante a fase de construção as acções necessárias à execução da obra, nomeadamente desmatação, movimentos de terra, construção dos viadutos, estaleiros e movimentação de maquinaria, irão originar uma maior desorganização do território da zona contígua à área de intervenção. Será também durante a fase de construção que os impactes das soluções que aproveitam troços de vias existentes (Solução 5 / EN239) se farão sentir, já que na fase de exploração o corredor, nessas situações será praticamente o mesmo. Considera-se por isso que durante a fase de construção a visualização da via será um impacte de sinal negativo, imediato, regional, irreversível, minimizável e a sua magnitude e significado tem relação directa com a maior ou menor intensidade de presença humana das áreas atravessadas, o que, em termos práticos, se traduz na maior extensão de troço visível. Considerando que a classificação da magnitude e significado do impacte está, em termos visuais, relacionada com as características dos estratos de vegetação existente nos locais atravessados, o número potencial de observadores das áreas afectadas e a distância entre estes e a nova via, os critérios utilizados para a classificação da magnitude e do significado do impacte são os apresentados no quadro seguinte. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 197/368

200 Quadro Avaliação, em termos pontuais, da magnitude e significado dos principais impactes Visualização da Via Magnitude Significado Tipologia dos espaços intersectados Zonas abertas / revestimento do solo predominantemente do estrato herbáceo Zonas florestais e montados com maior densidade de coberto Zonas mistas Elevada Reduzida Média Características dos pontos de acessibilidade visual Auto-estradas, estradas nacionais Aglomerados em pontos de vista dominantes Distância à via inferior a 2000 m Distância à via superior a 2000 m Estradas municipais, linha de caminho de ferro e aglomerados de pequena dimensão Muito Significativo Muito Significativo Significativo Pouco Significativo Em termos globais de alternativa os critérios utilizados para a classificação da magnitude e do significado do atravessamento de áreas agrícolas, na fase de construção, foram os seguintes: Magnitude elevada quando a percentagem de zonas vistas é superior a 50% da extensão total da solução, magnitude média quando a percentagem de zonas vistas está compreendida entre 20% e 50% da extensão total da solução, e magnitude reduzida quando essa percentagem é inferior a 20% da extensão total da solução. Impacte muito significativo quando a percentagem do traçado visível, em zonas com revestimento predominantemente do estrato herbáceo e sub-arbustivo (zonas abertas), é superior a 30% da extensão total da solução, impacte significativo quando a percentagem do traçado visível, em zonas com revestimento predominantemente do estrato herbáceo e sub-arbustivo (zonas abertas), está compreendida entre 15% e 30% da extensão total da solução, e impacte pouco significativo quando essa percentagem é inferior a 15% da extensão total da solução. Fase de exploração Durante a fase de exploração o impacte decorrente da visualização da via persiste embora, se forem aplicadas as medidas de minimização preconizadas, se consiga repor um maior equilíbrio e ordem ao longo da zona intervencionada. 198/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

201 Considera-se que durante a fase de exploração o impacte continua a ser de sinal negativo, regional, irreversível, minimizável e a sua magnitude e significado directamente relacionada com o número de observadores existentes nas áreas atravessadas. Quanto à classificação da magnitude e significado do impacte, considera-se que, em termos pontuais, os critérios utilizados para a fase de construção se mantêm na fase de exploração, embora em termos globais de alternativa se considere que existem pequenas diferenças, dado que a aplicação das medidas de minimização, nomeadamente o projecto de integração paisagística da via, irão concorrer para atenuar o impacte da presença da infra-estrutura: Magnitude elevada quando a percentagem de zonas vistas é superior a 60% da extensão total da solução, magnitude média quando a percentagem de zonas vistas está compreendida entre 30% e 60% da extensão total da solução, e magnitude reduzida quando essa percentagem é inferior a 30% da extensão total da solução. Impacte muito significativo quando a percentagem do traçado visível, em zonas com revestimento predominantemente do estrato herbáceo e sub-arbustivo (zonas abertas), é superior a 40% da extensão total da solução, impacte significativo quando a percentagem do traçado visível, em zonas com revestimento predominantemente do estrato herbáceo e sub-arbustivo (zonas abertas), está compreendida entre 20% e 40% da extensão total da solução, e impacte pouco significativo quando essa percentagem é inferior a 20% da extensão total da solução. Os Quadros e explicitam os principais impactes que a nível pontual se farão sentir por solução, bem como o impacte global sobre as características paisagísticas da área atravessada, em resultado da intrusão visual decorrente da implantação do traçado de cada uma das soluções. Quadro Visualização da plataforma e taludes da via e localização do impacte associado Solução 1 Localização Magnitude Significado Fase Const./ Explor. Fase Const./ Explor. Nó com o IP2 (Nó 1 S1) Elevada Muito Significativo Nó com a EN18 (Nó 2 S1) Elevada Muito Significativo km a Elevada Muito Significativo km a Elevada Pouco Significativo Nó com a EN18-7 (Nó 3 S1) Elevada Muito Significativo Nó com a EN233 (Nó 4 S1) Média Muito Significativo Nó com a EN353 (Nó 5 S1) Média Muito Significativo km a Média Pouco Significativo km a Elevada Muito Significativo Nó com a EN353-1 (Nó 5 S1) Elevada Muito Significativo Viaduto sobre Rio de Moinhos (V 5 S1) Elevada Muito Significativo km a Média Significativo Viaduto sobre Rio Ponsul (V 7S1) Elevada Pouco Significativo Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 199/368

202 Solução Localização Magnitude Significado Fase Const./ Explor. Fase Const./ Explor. km a Média Pouco Significativo km a Elevada Muito Significativo km a Elevada Significativo Nó com a EN240 (Nó 10 S1) Elevada Muito Significativo Nó com o IP2 (Nó 1 S1A) Elevada Muito Significativo 1A Nó com a EN18 (Nó 2 S1A) Elevada Muito Significativo km a1+988 Elevada Muito Significativo Nó com o IP2 (Nó 1 S1B) Elevada Muito Significativo km a Elevada Pouco Significativo 1B Nó com a EN18-7 (Nó 3 S1B) Elevada Muito Significativo km a Elevada Muito Significativo Nó com a EN233 (Nó 4 S1B) Média Muito Significativo 1C Viaduto sobre Rio Ponsul (V 5 S1C) Elevada Muito Significativo 2 Nó com a EN353 (Nó 5 S2) Elevada Muito Significativo 4 Nó com a EN353-1 (Nó 6 S4) Elevada Muito Significativo km a Reduzida Muito Significativo km a Elevada Muito Significativo km a Elevada Muito Significativo Nó com a EN239 (Nó 8 S5) Média Muito Significativo 5 km a Média Muito Significativo km a Elevada Muito Significativo Nó com a EN239 (Nó 9 S5) Reduzida Muito Significativo km a Reduzida Muito Significativo km a Elevada Muito Significativo km a Reduzida Muito Significativo Nó com a EM557 (Nó 6 S5.1) Elevada Pouco Significativo 5.1 Nó com a EN239 (Nó 7 S5.1) Reduzida Muito Significativo km a Reduzida Muito Significativo km a Média Muito Significativo Nó 8 S6 Média Pouco Significativo 6 km a Reduzida Muito Significativo km a Elevada Muito Significativo 7 km a Elevada Muito Significativo 200/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

203 Solução Quadro Visualização da plataforma e taludes da via e impacte associado Troço visível (extensão em metros e percentagem) Zonas abertas Zonas fechadas Zonas Mistas Extensão atravessada % em relação à extensão total da alternativa Extensão atravessada % em relação à extensão total da alternativa Extensão atravessada % em relação à extensão total da alternativa Extensão total visível na alternativa % em relação à extensão total da alternativa Fase de construção Magnitude Fase de exploração Impacte Fase de construção Significado Fase de exploração , , , ,88 Média Média Significativo Significativo 1A ,00 0 0,00 0 0, ,00 Elevada Elevada Muito Sig. Muito Sig. 1B ,94 0 0, , ,16 Média Média Significativo Significativo 1C ,72 0 0,00 0 0, ,72 Média Reduzida Significativo Significativo ,01 0 0,00 0 0, ,01 Reduzida Reduzida Significativo Pouco Sig ,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 Reduzida Reduzida Pouco Sig. Pouco Sig ,48 0 0,00 0 0, ,48 Reduzida Reduzida Pouco Sig. Pouco Sig , ,34 0 0, ,96 Média Média Muito Sig. Significativo , , , ,22 Média Média Pouco Sig. Pouco Sig , , , ,60 Média Média Significativo Significativo ,18 0 0,00 0 0, ,18 Elevada Elevada Muito Sig. Muito Sig. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 201/368

204 Impactes cumulativos O território atravessado pelas diferentes soluções de traçado em análise apresenta-se pouco intervencionado e ocupação humana relativamente baixa, não se verificando, até à data, intervenções / alterações ao uso do solo, em termos de estruturas lineares, com particular relevo na transformação das características estruturais e funcionais da paisagem. Na zona inicial do traçado, a implantação da A23, estrutura linear existente com o mesmo tipo de características do traçado em análise, poderá induzir impactes cumulativos, fundamentalmente no âmbito das alterações à morfologia natural do terreno e uso actual do solo, factores que terão influência directa nos aspectos estruturais e visuais da paisagem. Dada a dimensão do território atravessado pelo IC31e a relação muito marginal entre esta via e a A23, considera-se que os impactes cumulativos são pouco significativos Síntese de impactes No Quadro , apresenta-se uma matriz síntese dos diversos tipos de impactes na paisagem associados às diferentes alternativas. Esta síntese tem como objectivo ter a visão conjunta das distintas acções geradoras de impacte que concorrem em simultâneo numa localização específica. Pese embora o facto da implementação de projectos de estruturas lineares, nomeadamente as acções decorrentes da alteração ao relevo natural e da desmatação, originarem impactes ao longo de todo o corredor, nesta síntese far-se-á apenas a descrição e a avaliação dos impactes mais importantes, considerando-se que, nos troços não referenciados, por alternativa, os impactes são de significado reduzido. 202/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

205 Quadro Síntese dos impactes na Paisagem Fase Impacte Acções geradoras de impacte Localização Natureza Magnitude Incidência Duração Ocorrência Dimensão espacial Reversibilidade Significado sem medidas mitigadoras Significado com medidas mitigadoras Execução e presença de taludes de escavação e aterro com altura superior a 10 m Ocorrências difusas ao longo dos traçados em estudo - / Dir Per C L Irrev - - / / - Solução S1: km a 9+470; a ; a ; a ; a ; a ; a Solução S1C: km a C/E Intrusão Visual Solução S2: km a Execução e presença de viadutos Solução S3: km a Dir Per C L Irrev / - Solução S4: km a ; a Solução S5: km a ; a Solução S5.1: km a Solução S6: km a Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 203/368

206 Fase Impacte Acções geradoras de impacte Localização Natureza Magnitude Incidência Duração Ocorrência Dimensão espacial Reversibilidade Significado sem medidas mitigadoras Significado com medidas mitigadoras Solução S1: km 0+449; 1+866; 7+099;10+752; ; ; ; ; ; ; ; ; ; ; ; ; Solução S1A: km Solução S1B: km Solução S1C: C/E Intrusão Visual Execução e presença de passagens superiores km ; ; Solução S2: km ; ; ; Solução S4: km / Dir Per C L Irrev / - Solução S5: km ; ; ; ; ; ; ; ; ; ; ; ; Solução S5.1: km ; ; Solução S6: km Deposição de terras sobrantes sobre terreno natural Localizações a determinar - / Ind Per P L Rev / - 204/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

207 Fase Impacte Acções geradoras de impacte Localização Natureza Magnitude Incidência Duração Ocorrência Dimensão espacial Reversibilidade Significado sem medidas mitigadoras Significado com medidas mitigadoras Solução S1: km a 9+470; a ; a ; a ; a ; a ; a Nó com o IP2 (Nó 1 S1) Solução S1C: km a Solução S2: km a C/E Alteração nas relações visuais Proximidade da nova plataforma às principais vias de circulação existentes Solução S3: km a Solução S4: km a ; a / Dir Per C L Irrev / / - Solução S5: km a ; a Solução S5.1: km a Solução S6: km a Solução S7: km a Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 205/368

208 Fase Impacte Acções geradoras de impacte Localização Natureza Magnitude Incidência Duração Ocorrência Dimensão espacial Reversibilidade Significado sem medidas mitigadoras Significado com medidas mitigadoras Alteração nas relações Visuais Terraplanagens e presença da nova via a partir de pontos de vista dominantes Solução S1: km a ; a Solução S5: km a ; a / Dir Per C L Irrev / Solução S1: km a 5+500; a ; a ; ; a ; a C/E Alteração na Estrutura da Paisagem Alteração ao uso do solo decorrente da desmatação Deposição de terras sobrantes sobre terreno natural Destruição de trechos de paisagem com interesse paisagístico Solução S1B: km a Solução S2: km a ; a ; a Solução S3: km a Solução S5: km a / Dir Per C L Irrev / / - Localizações a determinar - / Ind Per P L Rev / - Solução S1: km a Solução S5: km a / Dir Per C L Irrev / / - Fase: C (construção), E (exploração) Natureza: Positiva (+), Negativa (-) Magnitude: Elevada ( ), Média ( ), Reduzida ( ) Incidência: Directa (Dir), Indirecta (Ind) Duração: Permanente (Per), Temporário (Temp) Probabilidade de ocorrência: Certa (C), Provável (P), Incerta (I) Dimensão Espacial: Local (L), Regional (R), Nacional / Supra-nacional (N) Significado: Pouco significativo (- /+), Significativo (-- / ++), Muito significativo (--- / +++) Reversibilidade: Reversível (Rev), Irreversível (Irrev) NA: Não aplicável 206/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

209 6.13. Análise de Risco Ambiental Introdução Segundo a legislação actualmente em vigor que aprova o regime jurídico de avaliação de Impacte Ambiental, o Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio, com a redacção que lhe foi conferida pelo Decreto-Lei n.º 197/2005, de 8 de Novembro, que o altera e republica, e a Portaria n.º 330/2001, que fixa as normas técnicas para a estrutura do Estudo de Impacte Ambiental (EIA), torna-se necessário identificar os riscos ambientais que possam ocorrer, associados ao projecto, incluindo os resultantes de acidentes, e descrição das medidas previstas para a sua prevenção. No presente capítulo, pretende-se caracterizar e analisar os riscos ambientais associados à fase de construção e de exploração do Projecto, decorrentes da eventual ocorrência de acidentes com potenciais riscos para o ambiente. Esta análise qualitativa permite a identificação de possíveis acidentes, uma estimativa das suas consequências, e, por último, a recomendação de algumas medidas de mitigação de possíveis acidentes. Em primeiro lugar, importa distinguir os conceitos de perigo e risco que se encontram dissociados e que enquadram perspectivas diferentes, exigindo nessa medida análises diferenciadas. Neste contexto, considera-se que o conceito de perigo se reporta a uma situação física, com potencial para causar danos ao Homem, bens ou Ambiente, tratando-se de uma qualidade inerente a uma determinada situação. O conceito de risco pode ser definido como a probabilidade de ocorrência de um acontecimento indesejável específico (perigo), num determinado período de tempo, que, por efeito directo ou indirecto, tenha consequências negativas imediatas, induzindo perigos para a saúde ou vida humana e/ou sistemas ecológicos e/ou prejuízos materiais significativos. Os principais factores associados à determinação de risco, são a probabilidade de concretização do acontecimento indesejável (ou perigo) e a magnitude e significado das suas consequências em termos de danos ( perdas ) para a população, bens e ambiente, devido à sua ocorrência. Deste modo, um dos aspectos associados à análise de risco de uma determinada actividade (no caso presente a construção e a exploração de infra-estruturas rodoviárias) prende-se com o objectivo de, após identificar os riscos, conseguir evitar ou limitar as suas consequências, através do estabelecimento de planos de prevenção, controlo e emergência eficazes, em caso de eventuais acidentes. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 207/368

210 A análise do risco ambiental deve incidir sobre o local propriamente dito sem nunca esquecer, no entanto, o meio envolvente, devendo abranger o estudo dos recursos naturais, dos espaços agrícolas, florestais ou de lazer afectados pelo empreendimento. Não poderá, igualmente, deixar de considerar os efeitos sobre os componentes dos meios naturais, sobre o equilíbrio ecológico e, também, sobre o Homem e as suas construções. A presente análise de risco ambiental irá focar as principais situações de risco proporcionadas pelas actividades a desenvolver nas Fases de Construção e de Exploração do IC31. Tendo em conta o tipo de ocupação actualmente existente na área de estudo (corredor de 400 m), não se considera que existam situações de risco desenvolvidas pelas actividades actualmente presentes nessa área. Importa referir que o Projecto se encontra actualmente desenvolvido numa fase de Estudo Prévio, pelo que a presente análise deverá ser revista e eventualmente complementada em fase de Projecto de Execução. A metodologia que foi aplicada para a análise de riscos ambientais associados às fases de Construção e de Exploração do IC31, consistiu na: Identificação de perigos e situações de risco ambiental: efectuou-se um levantamento das acções desenvolvidas no âmbito do Projecto, identificando potenciais situações de risco durante as fases de Construção e Exploração; Caracterização do risco ambiental: com base nos principais perigos identificados produziu-se uma estimativa e análise de consequências. A análise de consequências consiste na previsão dos efeitos físicos que uma situação de perigo pode originar em termos ambientais. Recomendação de medidas de prevenção e minimização de riscos: a sequência da análise anteriormente efectuada sistematizam-se as medidas necessárias para prevenir e minimizar as consequências decorrentes de um acidente Riscos associados à construção e exploração do projecto Identificação de perigos e situações de risco ambiental Para as fases de construção e exploração identificam-se as acções do projecto susceptíveis de induzir riscos ambientais. Fase de construção No Quadro sintetizam-se as principais actividades do projecto susceptíveis de originar riscos ambientais. 208/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

211 Quadro Principais actividades de projecto Acções de projecto Movimentações de terras (escavação e aterro) Utilização de explosivos no desmonte de materiais rochosos Armazenamento de combustíveis (rotura, funcionamento deficiente da válvula) Transporte de combustíveis (rotura da cisterna resultante de acidente rodoviário) Derrames de substâncias perigosas em obra (óleos usados, tintas, entre outros) Manutenção de equipamentos em obra/estaleiro Armazenamento de resíduos perigosos/substâncias perigosas Lavagens de betoneiras Transporte de materiais para aplicação em obra (terras sobrantes, autobetoneiras, ferro, entre outros) Circulação de viaturas afectas à obra Fase de exploração Os perigos associados à exploração de vias rodoviárias são, fundamentalmente, os acidentes rodoviários, que podem atingir gravidade especial quando envolvam veículos pesados que transportem substâncias tóxicas ou perigosas e que podem ter consequências muito negativas para as pessoas e para o ambiente. É ainda de referir a libertação de poluentes dos escapes, óleos e outros materiais durante a circulação rodoviária Caracterização do Risco Ambiental Com base nos principais perigos identificados procedeu-se a uma análise de consequências, tendo em conta o meio receptor e os possíveis impactes resultantes dos acidentes previstos. Fase de construção Para as actividades determinadas previamente e consideradas perigosas, resultantes da fase de construção do Projecto, estimaram-se as consequências de modo a melhor caracterizar o risco ambiental associado (Quadro ). Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 209/368

212 Quadro Caracterização das principais consequências (fase de construção) Acções de projecto Potenciais consequências - Riscos geomorfológicos relacionados principalmente com ravinamentos Movimentações de terras (escavação e aterro) - Aumento do transporte sólido devido à introdução de sedimentos nas linhas de água, charcas, pequenas albufeiras e aquíferos - Potencial afectação do gasoduto Portalegre Guarda (Lote 5) Utilização de explosivos no desmonte de materiais rochosos Armazenamento de combustíveis (rotura, funcionamento deficiente da válvula) Transporte de combustíveis (rotura da cisterna resultante de acidente rodoviário) Derrames de substâncias perigosas em obra (óleos usados, tintas, entre outros) Manutenção de equipamentos em obra/estaleiro Armazenamento de resíduos perigosos/substâncias perigosas Lavagens de betoneiras Transporte de materiais para aplicação em obra (terras sobrantes, autobetoneiras, ferro, entre outros) Circulação de viaturas afectas à obra - Degradação da qualidade do ar e potencial afectação de bens materiais e humanos decorrentes do uso de explosivos (nas zonas onde se prevê o recurso a explosivos existe apenas ocupação humana para a Solução 5b, ao km , sendo, no entanto, de prever uma utilização pontual tendo em conta que a profundidade da escavação é de 4 m) - Contaminação de solos - Contaminação de linhas de água, charcas, pequenas albufeiras e aquíferos - Contaminação de solos - Contaminação de linhas de água, charcas, pequenas albufeiras e aquíferos - Contaminação de solos - Contaminação de linhas de água, charcas, pequenas albufeiras e aquíferos - Contaminação de solos - Contaminação de linhas de água, charcas, pequenas albufeiras e aquíferos - Contaminação de solos - Contaminação de linhas de água, charcas, pequenas albufeiras e aquíferos - Contaminação de solos - Contaminação de linhas de água, charcas, pequenas albufeiras e aquíferos - Degradação da qualidade do ar - Degradação do estado de limpezas das vias públicas - Destruição de coberto vegetal, caso aplicável - Compactação dos solos - Risco de acidente com viaturas afectas à obra / Incêndio / Explosão Fase de exploração Conforme referido anteriormente, os perigos associados à exploração de vias rodoviárias são, fundamentalmente, os acidentes rodoviários, que podem atingir gravidade especial quando envolvam veículos pesados que transportem substâncias tóxicas ou perigosas e que podem ter consequências muito negativas para as pessoas e para o ambiente. É ainda de referir a libertação de poluentes dos escapes, óleos e outros materiais durante a circulação rodoviária. 210/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

213 Para as actividades consideradas perigosas, resultantes da fase de exploração do projecto, estimaram-se as consequências de modo a melhor caracterizar os risco ambiental associado (Quadro ). Quadro Caracterização das principais consequências (fase de exploração) Acções de projecto Fontes de perigo Acidentes possíveis Potenciais consequências Tráfego de veículos pesados de transporte de mercadorias tóxicas ou perigosas Tráfego rodoviário Transporte de substâncias tóxicas e/ou perigosas Acidente, derrame, fuga, incêndio ou explosão Insegurança nas condições de circulação rodoviária Explosão, incêndio, fuga ou derrame de substâncias tóxicas e perigosas Acidente rodoviário Libertação de poluentes dos escapes, óleos e outros materiais Acumulação de poluentes na via Lixiviação de poluentes Contaminação de águas superficiais e subterrâneas e solos Os acidentes que envolvam veículos que transportem substâncias tóxicas ou perigosas apresentam riscos acrescidos pelas suas possíveis consequências ambientais que dependerão de vários factores, designadamente: tipo de acidente, capacidade do veículo sinistrado, características físico-químicas da substância, quantidade derramada, condições de trânsito na altura do acidente, extensão atingida, características do local e tipo de ocupação da envolvente. Os principais riscos associados aos acidentes com veículos transportadores de substâncias perigosas compreendem a fuga ou derrame de substâncias tóxicas, o incêndio e a explosão, podendo originar contaminações do solo e dos recursos hídricos ou a eventual libertação de nuvens tóxicas. As matérias perigosas mais frequentemente envolvidas nestes acidentes são, por ordem decrescente, os líquidos inflamáveis, os gases comprimidos, liquefeitos ou dissolvidos, as substâncias corrosivas e as substâncias tóxicas. Devido à sua volatilidade, os gases podem ser considerados pouco poluentes das águas e dos solos, ao contrário do que acontece com as restantes matérias referidas. As matérias tóxicas e corrosivas são geralmente solúveis na água, tornando-se então irrecuperáveis. Os líquidos inflamáveis são em 85% dos casos, hidrocarbonetos líquidos, muito poluentes, mas não miscíveis na água, pelo que a sua recuperação em parte é possível. Os transportes rodoviários de mercadorias perigosas com origem e destino em território português devem ser efectuados nas condições estabelecidas no Regulamento Nacional do Transporte de Mercadorias Perigosas por Estrada (RPE), que constitui o Anexo 1 do Decreto-Lei nº 170-A/2007, de 4 de Maio. Aos transportes com origem ou destino em território estrangeiro aplica-se o Acordo Europeu Relativo ao Transporte Internacional de Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 211/368

214 Mercadorias Perigosas por Estrada (ADR), concluído em Genebra em 30 de Setembro de 1957 e aprovado, para adesão, pelo Decreto-Lei n.º , de 19 de Setembro de O RPE, com a nova redacção que lhe foi conferida pelo Decreto-Lei nº 170-A/2007, de 4 de Maio, enumera quais as mercadorias perigosas cujo transporte nacional por estrada é excluído e quais as mercadorias perigosas cujo transporte nacional por estrada é autorizado e as condições impostas a essas mercadorias. As classes de mercadorias perigosas definidas no RPE são: Classe 1 Matérias e objectos explosivos; Classe 2 Gases; Classe 3 Líquidos inflamáveis; Classe 4.1 Matérias sólidas inflamáveis, matérias auto-reactivas e matérias explosivas dessensibilizadas; sólidas Classe 4.2 Matérias sujeitas a inflamação espontânea; Classe 4.3 Matérias que, em contacto com a água, libertam gases inflamáveis; Classe 5.1 Matérias comburentes; Classe 5.2 Peróxidos orgânicos; Classe 6.1 Matérias tóxicas; Classe 6.2 Matérias infecciosas; Classe 7 Matérias radioactivas; Classe 8 Matérias corrosivas; Classe 9 Matérias e objectos perigosos diversos. Em termos indicativos, é de referir os dados do último Inquérito ao Transporte de Mercadorias (ITRM), realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em 1998, ao nível da NUT II, para o território continental, com o objectivo de conhecer o tráfego de mercadorias por estrada e as suas principais características (capacidade e grau de utilização do parque nacional de veículos, fluxos de tráfego e natureza das mercadorias). Nesse estudo o número de veículos transportadores de mercadorias perigosas correspondia a cerca de 5% do número total de veículos utilizados em carga no território continental. É ainda de referir o risco de ocorrência de um acidente rodoviário. Os acidentes rodoviários são causados por falhas atribuíveis, na maioria das vezes em simultâneo, aos elementos do sistema de transporte: o elemento humano (capacidade do condutor, os passageiros ou o peão); o elemento mecânico (o veículo e a sua carga); a infra-estrutura rodoviária (incluindo as zonas imediatamente adjacentes) e o meio ambiente prevalecente (topografia, condições climatéricas dominantes). 212/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

215 Resultados de estudos realizados na Grã-Bretanha e nos EUA [Ecossistema, 2000] levam a admitir que a quase totalidade dos acidentes ocorrem devido a uma falha do factor humano e seguidamente, por ordem decrescente, por falhas atribuíveis ao factor estrada e, por último, a causas associadas ao nível do veículo propriamente dito. No que se refere à influência das características das vias rodoviárias sobre a ocorrência de acidentes destaca-se a importância da velocidade na génese dos acidentes rodoviários. No âmbito de um estudo sobre a sistematização dos registos de acidentes realizado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) [LNEC, 1990] em colaboração com outras entidades procedeu-se à detecção de trechos de acumulação de acidentes nas estradas nacionais com um volume de tráfego médio diário (TMD) igual ou superior a 3000 veículos motorizados, tendo-se determinado as zonas de acumulação de acidentes (trechos onde ocorrem anualmente pelo menos 5 acidentes em 200 m). Paralelamente foram analisadas as características das vias rodoviárias, nesses trechos, nomeadamente: perfil longitudinal e transversal, distâncias de visibilidade, qualidade superficial do pavimento, resistência à derrapagem, regularidade, sinalização, iluminação, guardas de segurança etc. Constatou-se que: as zonas de acumulação de acidentes localizavam-se maioritariamente em curvas ou cruzamentos, constituindo acentuadas descontinuidades do traçado relativamente às zonas adjacentes, traduzindo-se, quer por uma redução das distâncias de visibilidade, quer por raios de curvatura reduzidos. a principal causa indicada para a ocorrência de acidentes foi o excesso de velocidade e dificuldade de percepção atempada da existência das descontinuidades agravada por deficiente sinalização e más condições de visibilidade. Para o caso concreto em estudo, existe um conjunto de características que contribuem para um acréscimo de segurança na circulação rodoviária, em relação às vias alternativas e que diminuem significativamente a probabilidade de ocorrência de acidentes, nomeadamente: acessibilidades através de nós desnivelados; características do traçado em planta e perfil longitudinal; guardas de segurança; instalação de uma rede de comunicações SOS; ausência de peões vias vedadas; restrições à circulação, nomeadamente, de veículos não motorizados. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 213/368

216 7. MEDIDAS DE MITIGAÇÃO 7.1. Introdução O presente capítulo destina-se à indicação de medidas que têm como objectivo evitar, minimizar ou compensar os impactes negativos ou valorizar os impactes positivos. O tipo de medidas, bem como a sua pormenorização, reflectem, naturalmente, a fase de desenvolvimento do projecto, Estudo Prévio. Os subcapítulos seguintes contêm as medidas de minimização dos vários factores considerados no EIA, mantendo-se a mesma ordem dos capítulos 4 (Caracterização da situação actual) e 6 (Avaliação de impactes ambientais): Clima (7.2), Geologia e Geomorfologia (7.3), Recursos Hídricos (7.4), Solos (7.5), Componente Biológica (7.6), Qualidade do Ar (7.7), Ambiente Sonoro (7.8), Componente Social (7.9), Ordenamento do Território e Condicionantes (7.10), Património Cultural (7.11), Paisagem (7.12) e Análise de Risco Ambiental (7.13). A APA elaborou um documento designado Medidas de Minimização Gerais da Fase de Construção, disponível no respectivo sítio da Internet. No Quadro indicam-se as medidas desse documento aplicáveis ao projecto em análise. Quadro Medidas do documento Medidas de Minimização Gerais da Fase de Construção (APA) aplicáveis ao IC31 Nº Medidas Fase de preparação prévia à execução das obras Divulgar o programa de execução das obras às populações interessadas, designadamente à população residente na área envolvente. A informação disponibilizada deve incluir o objectivo, a natureza, a localização da obra, as principais acções a realizar, respectiva calendarização e eventuais afectações à população, designadamente a afectação das acessibilidades. Implementar um mecanismo de atendimento ao público para esclarecimento de dúvidas e atendimento de eventuais reclamações. Realizar acções de formação e de sensibilização ambiental para os trabalhadores e encarregados envolvidos na execução das obras relativamente às acções susceptíveis de causar impactes ambientais e às medidas de minimização a implementar, designadamente normas e cuidados a ter no decurso dos trabalhos. Assegurar que a calendarização da execução das obras atenda à redução dos níveis de perturbação das espécies de fauna na área de influência dos locais dos trabalhos, nos períodos mais críticos, designadamente a época de reprodução, que decorre genericamente entre o início de Abril e o fim de Junho. 214/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

217 Nº Medidas Elaborar um Plano de Integração Paisagística das Obras, de forma a garantir o enquadramento paisagístico adequado que garanta a atenuação das afectações visuais associadas à presença das obras e respectiva integração na área envolvente. Elaborar um Plano de Gestão Ambiental (PGA), constituído pelo planeamento da execução de todos os elementos das obras e identificação e pormenorização das medidas de minimização a implementar na fase da execução das obras, e respectiva calendarização. Este PGA deverá incluir um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) das obras. O PGA deve ser elaborado pelo dono da obra e integrado no processo de concurso da empreitada ou deve ser elaborado pelo empreiteiro antes do início da execução da obra, desde que previamente sujeito à aprovação do dono da obra. As cláusulas técnicas ambientais constantes do PGA comprometem o empreiteiro e o dono da obra a executar todas as medidas de minimização identificadas, de acordo com o planeamento previsto. As medidas apresentadas para a fase de execução da obra e para a fase final de execução da obra devem ser incluídas no PGA a apresentar em fase de RECAPE (quando aplicável), sempre que se verificar necessário e sem prejuízo de outras que se venham a verificar necessárias. Fase de execução das obras Implantação dos estaleiros e parques de materiais Os estaleiros e parques de materiais devem localizar-se no interior da área de intervenção ou em áreas degradadas; devem ser privilegiados locais de declive reduzido e com acesso próximo, para evitar ou minimizar movimentações de terras e abertura de acessos. Não devem ser ocupados os seguintes locais: Áreas do domínio hídrico; Áreas inundáveis; Zonas de protecção de águas subterrâneas (áreas de elevada infiltração); Perímetros de protecção de captações; Áreas classificadas da Reserva Agrícola Nacional (RAN) ou da Reserva Ecológica Nacional (REN) Outras áreas com estatuto de protecção, nomeadamente no âmbito da conservação da natureza; Outras áreas onde possam ser afectadas espécies de flora e de fauna protegidas por lei, nomeadamente sobreiros e/ou azinheiras; Locais sensíveis do ponto de vista geotécnico; Locais sensíveis do ponto de vista paisagístico; Áreas de ocupação agrícola; Proximidade de áreas urbanas e/ou turísticas; Zonas de protecção do património. Os estaleiros e parques de materiais devem ser vedados, de acordo com a legislação aplicável, de forma a evitar os impactes resultantes do seu normal funcionamento. Desmatação, limpeza e decapagem dos solos As acções pontuais de desmatação, destruição do coberto vegetal, limpeza e decapagem dos solos devem ser limitadas às zonas estritamente indispensáveis para a execução da obra. Antes dos trabalhos de movimentação de terras, proceder à decapagem da terra viva e ao seu armazenamento em pargas, para posterior reutilização em áreas afectadas pela obra. A biomassa vegetal e outros resíduos resultantes destas actividades devem ser removidos e devidamente encaminhados para destino final, privilegiando-se a sua reutilização. Sempre que a área a afectar potencialmente apresente património arqueológico deve-se efectuar o acompanhamento arqueológico das acções de desmatação e proceder a prospecção arqueológica das áreas cuja visibilidade foi nula ou insuficiente, aquando da caracterização da situação de referência. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 215/368

218 Escavações e movimentação de terras Sempre que a área a afectar potencialmente apresente património arqueológico deve-se efectuar o acompanhamento arqueológico de todas as acções que impliquem a movimentação dos solos, nomeadamente escavações e aterros, que possam afectar o património arqueológico. Os trabalhos de escavações e aterros devem ser iniciados logo que os solos estejam limpos, evitando repetição de acções sobre as mesmas áreas Executar os trabalhos que envolvam escavações a céu aberto e movimentação de terras de forma a minimizar a exposição dos solos nos períodos de maior pluviosidade, de modo a diminuir a erosão hídrica e o transporte sólido. A execução de escavações e aterros deve ser interrompida em períodos de elevada pluviosidade e devem ser tomadas as devidas precauções para assegurar a estabilidade dos taludes e evitar o respectivo deslizamento. Sempre que possível, utilizar os materiais provenientes das escavações como material de aterro, de modo a minimizar o volume de terras sobrantes (a transportar para fora da área de intervenção). Os produtos de escavação que não possam ser aproveitados, ou em excesso, devem ser armazenados em locais com características adequadas para depósito. Caso se verifique a existência de materiais de escavação com vestígios de contaminação, estes devem ser armazenados em locais que evitem a contaminação dos solos e das águas subterrâneas, por infiltração ou escoamento das águas pluviais, até esses materiais serem encaminhados para destino final adequado. Durante o armazenamento temporário de terras, deve efectuar-se a sua protecção com coberturas impermeáveis. As pilhas de terras devem ter uma altura que garanta a sua estabilidade. Caso haja necessidade de levar a depósito terras sobrantes, a selecção dessas zonas de depósito deve excluir as seguintes áreas: Áreas do domínio hídrico; Áreas inundáveis; Zonas de protecção de águas subterrâneas (áreas de elevada infiltração); Perímetros de protecção de captações; Áreas classificadas da Reserva Agrícola Nacional (RAN) ou da Reserva Ecológica Nacional (REN); Outras áreas com estatuto de protecção, nomeadamente no âmbito da conservação da natureza; Outras áreas onde possam ser afectadas espécies de flora e de fauna protegidas por lei, nomeadamente sobreiros e/ou azinheiras; Locais sensíveis do ponto de vista geotécnico; Locais sensíveis do ponto de vista paisagístico; Áreas de ocupação agrícola; Proximidade de áreas urbanas e/ou turísticas; Zonas de protecção do património. 216/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

219 Nº Medidas Caso seja necessário recorrer a grande quantidade de terras de empréstimo para a execução das obras respeitar os seguintes aspectos para a selecção dos locais de empréstimo: As terras de empréstimo devem ser provenientes de locais próximos do local de aplicação, para minimizar o transporte; As terras de empréstimo não devem ser provenientes de: Terrenos situados em linhas de água, leitos e margens de massas de água; Zonas ameaçadas por cheias, zonas de infiltração elevada, perímetros de protecção de captações de água; Áreas classificadas da RAN ou da REN; Áreas classificadas para a conservação da natureza; Outras áreas onde as operações de movimentação das terras possam afectar espécies de flora e de fauna protegidas por lei, nomeadamente sobreiros e/ou azinheiras; Locais sensíveis do ponto de vista geotécnico; Locais sensíveis do ponto de vista paisagístico; Áreas com ocupação agrícola; Áreas na proximidade de áreas urbanas e/ou turísticas; Zonas de protecção do património. Construção e reabilitação de acessos Privilegiar o uso de caminhos já existentes para aceder aos locais da obra. Caso seja necessário proceder à abertura de novos acessos ou ao melhoramento dos acessos existentes, as obras devem ser realizadas de modo a reduzir ao mínimo as alterações na ocupação do solo fora das zonas que posteriormente ficarão ocupadas pelo acesso. Assegurar o correcto cumprimento das normas de segurança e sinalização de obras na via pública, tendo em consideração a segurança e a minimização das perturbações na actividade das populações. Assegurar que os caminhos ou acessos nas imediações da área do projecto não fiquem obstruídos ou em más condições, possibilitando a sua normal utilização por parte da população local. Sempre que se preveja a necessidade de efectuar desvios de tráfego, submeter previamente os respectivos planos de alteração à entidade competente, para autorização. Garantir a limpeza regular dos acessos e da área afecta à obra, de forma a evitar a acumulação e ressuspensão de poeiras, quer por acção do vento, quer por acção da circulação de veículos e de equipamentos de obra. Circulação de veículos e funcionamento de maquinaria Devem ser estudados e escolhidos os percursos mais adequados para proceder ao transporte de equipamentos e materiais de/para o estaleiro, das terras de empréstimo e/ou materiais excedentários a levar para destino adequado, minimizando a passagem no interior dos aglomerados populacionais e junto a receptores sensíveis (como, por exemplo, instalações de prestação de cuidados de saúde e escolas). Sempre que a travessia de zonas habitadas for inevitável, deverão ser adoptadas velocidades moderadas, de forma a minimizar a emissão de poeiras. Assegurar o transporte de materiais de natureza pulvurolenta ou do tipo particulado em veículos adequados, com a carga coberta, de forma a impedir a dispersão de poeiras. Assegurar que são seleccionados os métodos construtivos e os equipamentos que originem o menor ruído possível. Garantir a presença em obra unicamente de equipamentos que apresentem homologação acústica nos termos da legislação aplicável e que se encontrem em bom estado de conservação/manutenção. 33 Proceder à manutenção e revisão periódica de todas as máquinas e veículos afectos à obra, de forma a manter as normais condições de funcionamento e assegurar a minimização das emissões gasosas, dos Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 217/368

220 Nº Medidas riscos de contaminação dos solos e das águas, e de forma a dar cumprimento às normas relativas à emissão de ruído. Garantir que as operações mais ruidosas que se efectuem na proximidade de habitações se restringem ao período diurno e nos dias úteis, de acordo com a legislação em vigor. Os locais de estacionamento das máquinas e viaturas devem ser pavimentados e dotados de sistemas de drenagem de águas pluviais. Proceder à pavimentação provisória das vias internas do local das obras, de forma a evitar o levantamento de poeiras através da circulação de veículos e maquinaria. Proceder à aspersão regular e controlada de água, sobretudo durante os períodos secos e ventosos, nas zonas de trabalhos e nos acessos utilizados pelos diversos veículos, onde poderá ocorrer a produção, acumulação e ressuspensão de poeiras. A saída de veículos das zonas de estaleiros e das frentes de obra para a via pública deverá obrigatoriamente ser feita de forma a evitar a sua afectação por arrastamento de terras e lamas pelos rodados dos veículos. Sempre que possível, deverão ser instalados dispositivos de lavagem dos rodados e procedimentos para a utilização e manutenção desses dispositivos adequados. Devem ser adoptadas soluções estruturais e construtivas dos órgãos e edifícios, e instalação de sistemas de insonorização dos equipamentos e/ou edifícios que alberguem os equipamentos mais ruidosos, de modo a garantir o cumprimento dos limites estabelecidos no Regulamento Geral do Ruído. Gestão de produtos, efluentes e resíduos Definir e implementar um Plano de Gestão de Resíduos, considerando todos os resíduos susceptíveis de serem produzidos na obra, com a sua identificação e classificação, em conformidade com a Lista Europeia de Resíduos (LER), a definição de responsabilidades de gestão e a identificação dos destinos finais mais adequados para os diferentes fluxos de resíduos. Assegurar o correcto armazenamento temporário dos resíduos produzidos, de acordo com a sua tipologia e em conformidade com a legislação em vigor. Deve ser prevista a contenção/retenção de eventuais escorrências/derrames. Não é admissível a deposição de resíduos, ainda que provisória, nas margens, leitos de linhas de água e zonas de máxima infiltração. 42 São proibidas queimas a céu aberto Os resíduos produzidos nas áreas sociais e equiparáveis a resíduos urbanos devem ser depositados em contentores especificamente destinados para o efeito, devendo ser promovida a separação na origem das fracções recicláveis e posterior envio para reciclagem. Em especial nos casos de remodelação de obras existentes (ampliação ou modificação), os resíduos de construção e demolição e equiparáveis a resíduos industriais banais (RIB) devem ser triados e separados nas suas componentes recicláveis e, subsequentemente, valorizados. Os óleos, lubrificantes, tintas, colas e resinas usados devem ser armazenados em recipientes adequados e estanques, para posterior envio a destino final apropriado, preferencialmente a reciclagem. Manter um registo actualizado das quantidades de resíduos gerados e respectivos destinos finais, com base nas guias de acompanhamento de resíduos. Assegurar o destino final adequado para os efluentes domésticos provenientes do estaleiro, de acordo com a legislação em vigor ligação ao sistema municipal ou, alternativamente, recolha em tanques ou fossas estanques e posteriormente encaminhados para tratamento. A zona de armazenamento de produtos e o parque de estacionamento de viaturas devem ser drenados para uma bacia de retenção, impermeabilizada e isolada da rede de drenagem natural, de forma a evitar que os derrames acidentais de óleos, combustíveis ou outros produtos perigosos contaminem os solos e as águas. Esta bacia de retenção deve estar equipada com um separador de hidrocarbonetos. Sempre que ocorra um derrame de produtos químicos no solo, deve proceder-se à recolha do solo contaminado, se necessário com o auxílio de um produto absorvente adequado, e ao seu armazenamento e envio para destino final ou recolha por operador licenciado. Fase final da execução das obras 50 Proceder à desactivação da área afecta aos trabalhos para a execução da obra, com a desmontagem dos 218/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

221 Nº Medidas estaleiros e remoção de todos os equipamentos, maquinaria de apoio, depósitos de materiais, entre outros. Proceder à limpeza destes locais, no mínimo com a reposição das condições existentes antes do início dos trabalhos. Proceder à recuperação de caminhos e vias utilizados como acesso aos locais em obra, assim como os pavimentos e passeios públicos que tenham eventualmente sido afectados ou destruídos. Assegurar a reposição e/ou substituição de eventuais infra-estruturas, equipamentos e/ou serviços existentes nas zonas em obra e áreas adjacentes, que sejam afectadas no decurso da obra. Assegurar a desobstrução e limpeza de todos os elementos hidráulicos de drenagem que possam ter sido afectados pelas obras de construção. Proceder ao restabelecimento e recuperação paisagística da área envolvente degradada através da reflorestação com espécies autóctones e do restabelecimento das condições naturais de infiltração, com a descompactação e arejamento dos solos. Proceder à recuperação paisagística dos locais de empréstimo de terras, caso se constate a necessidade de recurso a materiais provenientes do exterior da área de intervenção. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 219/368

222 7.2. Clima Não se aplica ao presente factor ambiental Geologia e Geomorfologia As medidas que se apresentam são aplicáveis a todos os traçados em estudo Fase de construção Além das medidas n.º 7, n.º 16, n.º 17, n.º 18 e n.º 21 incluídas no documento da APA Medidas de Minimização Gerais da Fase de Construção e indicadas no subcapítulo 7.1, propõe-se a adopção das seguintes medidas: Obtenção de materiais de empréstimo por recurso a áreas de extracção actualmente em exploração e licenciadas para o efeito, evitando-se o recurso à exploração de novas áreas; Optimização dos processos de desmonte a utilizar, em particular nos casos de recurso a fogo, adequando as técnicas e os meios a utilizar à natureza geológica dos materiais interessados. Importa atender ao facto de que em algumas situações, se poder proceder a um desmonte facilitado no caso deste ser efectuado no sentido da pendente da xistosidade ou da estratificação; Revestimento vegetal precoce dos taludes de aterro e escavação em solo, no menor espaço de tempo possível após a conclusão das operações de terraplenagem, de forma a minimizar a ocorrência de processos erosivos; Caso a deposição de terras sobrantes não ocorra nos locais definidos na legislação em vigor mas sobre o terreno natural, além das limitações correspondentes ao disposto na medida nº 21 do documento da APA Medidas de Minimização Gerais da Fase de Construção, terá que ser garantido que: a altura máxima dos depósitos não exceda 7 m, os taludes apresentem inclinações suaves, não superiores a 1/5 (V/H), seja efectuado boleamento da crista dos taludes e concordância com o terreno natural na base, 220/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

223 seja efectuada cobertura dos relevos artificiais criados com terra vegetal, com plantação e sementeira de espécies adequadas e autóctones Fase de exploração Como forma de mitigar a ocorrência de fenómenos de destabilização de taludes de escavação durante a fase de exploração, há que considerar a adopção das seguintes medidas: Manutenção de uma adequada cobertura vegetal dos taludes de escavação e aterro, de modo a garantir o controlo da sua erosão por fenómenos de ravinamento; Vistoria periódica dos estado de conservação dos taludes de escavação; Saneamento das cunhas de solos que apresentem maior instabilidade e melhoria das condições locais de drenagem superficial e sub superficial de modo a minimizar os efeitos erosivos da água, no caso de ameaças de deslizamentos; Realização de intervenções adequadas nos taludes, que permitam a reposição da sua geometria original, quando se observem ravinamentos importantes, ou outros sinais de erosão. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 221/368

224 7.4. Recursos Hídricos A incorporar no Projecto de Execução No projecto dos viadutos previstos há que evitar situações em que a implantação dos pilares possa representar a afectação directa de linhas de água e margens. Os pilares devem apresentar geometria hidrodinâmica e disposição concordante com a orientação do escoamento; Terá que ser avaliada a necessidade de inclusão de dispositivos que permitam a dissipação da energia à saída das passagens hidráulicas, de modo a garantir velocidades de escoamento a jusante com valores inferiores a 5 m/s, minimizando os riscos de erosão dos leitos; No caso de ser adoptado o traçado da Solução 1B deverá ser analisada com detalhe a melhor solução técnico-ambiental que optimize a passagem da via na proximidade da albufeira existente na cabeceira da ribeira da Líria, evitando a solução proposta no Estudo Prévio que prevê, entre o km e 1+350, um desenvolvimento em aterro que se sobrepõe marginalmente ao regolfo de montante da referida albufeira; No caso de ser adoptado o traçado da Solução 5a deverá ser executado um muro de suporte na parte inferior do trecho em aterro entre o km e de modo a evitar o soterramento parcial do leito do rio Torto, ou em alternativa, deverá ser ripado o traçado nesta zona; No caso de ser adoptado o traçado da Solução 5.1 deverá ser introduzida uma PH ao km ; Em fase de Projecto de Execução deverão ser projectadas valas para encaminhamento da drenagem a montante ou a jusante de diversas passagens hidráulicas, como forma de garantir a continuidade do escoamento em determinadas linhas de água parcialmente soterradas pelo projecto. Neste âmbito, destacam-se as seguintes situações: Solução 1.9: km a : desvio do escoamento a montante da PH 1-82; km a : desvio do escoamento a montante da PH 1-83; Solução 1.10: 222/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

225 km a : desvio do escoamento a montante da PH 1-93; Solução 1B: km a 5+750: desvio do escoamento a jusante da PH 1-B-7; Solução 1C: km a : desvio do escoamento a jusante da PH 1C-11; Solução 5b: km a : desvio do escoamento a jusante da PH 5-19; Solução 5c: km a : desvio do escoamento a jusante da PH 5-56; km a : desvio do escoamento a montante da PH Deverá ser verificado se pontes ou passagens hidráulicas existentes imediatamente a jusante de linhas de água transpostas pelo projecto permitem a passagem dos caudais acrescidos previsíveis por efeito da contribuição da drenagem longitudinal da via, em situação de episódios pluviométricos extremos (período de retorno de 100 anos). Caso se verifique a possibilidade de ocorrência de problemas a jusante relacionadas com o projecto, deverão ser planeadas intervenções que evitem estas situações; Na fase de Projecto de Execução, perante o traçado que vier a ser desenvolvido, deverá ser efectuado um estudo detalhado de eventuais situações de afectação directa e indirecta de captações de água subterrânea, bem como definidas as medidas de compensação adequadas, em articulação com os proprietários e as autoridades competentes; Com vista a eliminar ou reduzir ao mínimo possível o risco de contaminação das zonas hídricas sensíveis à poluição rodoviária, o projecto deverá contemplar uma solução que evite a descarga das águas de escorrência nestes locais. Nesta fase propõem-se as seguintes soluções, as quais deverão ser posteriormente validadas na fase de Projecto de Execução: Zona hídrica sensível 1 (Solução 1.9, ao km , uma charca restabelecida pela PH 1 83): descarga na PH 1 82 ao km ; Zona hídrica sensível 2 (Solução 1B, a cerca do km 1+300, uma pequena albufeira restabelecida pela PH 1B 2): descarga na PH 1B 1 ao km 0+115; Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 223/368

226 Zona hídrica sensível 3 (Solução 5b, ao km , uma charca restabelecida pela PH 5 26): descarga na PH 5 27 ao km ; Zona hídrica sensível 4 (área de máxima infiltração aproximadamente entre o km e o km da Solução 1.3): descarga fora da área de máxima infiltração; Zona hídrica sensível 5 (área de máxima infiltração aproximadamente entre o km e o km da Solução 1.9): descarga na PH 1 77 ao km ; Zona hídrica sensível 6 (área de máxima infiltração aproximadamente entre o km e o km da Solução 2): descarga na PH 2 9 ao km ; Zona hídrica sensível 7 (área de máxima infiltração aproximadamente entre o km e o km da Solução 2): descarga na PH 2 10 ao km ; Zona hídrica sensível 8 (área de máxima infiltração aproximadamente entre o km e o km da Solução 5b): descarga na PH 5 13 ao km ; Zona hídrica sensível 9 (área de máxima infiltração aproximadamente entre o km e o km da Solução 5b): descarga na PH 5 30 ao km ; Zona hídrica sensível 10 (área de máxima infiltração aproximadamente entre o km e o km da Solução 5b): descarga na PH 5 30 ao km ; Zona hídrica sensível 11 (área de máxima infiltração aproximadamente entre o km e o km da Solução 5b): descarga fora da área de máxima infiltração; Zona hídrica sensível 12 (área de máxima infiltração aproximadamente entre o km e o km da Solução 5d): descarga na PH 5 76 ao km ; Zona hídrica sensível 13 (área de máxima infiltração aproximadamente entre o km e o km da Solução 6): descarga fora da área de máxima infiltração Fase de construção Além das medidas nº 7, 8, 9, 14, 15, 16, 20, 21, 35, 38, 41, 45, 47, 48, 49, 50, 53 e 54 incluídas no documento da APA Medidas de Minimização Gerais da Fase de Construção e indicadas no subcapítulo 7.1, propõe-se a adopção das seguintes medidas medidas: 224/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

227 Limitação das áreas de circulação de pessoal, veículos e máquinas áreas de estaleiro, acessos e frente de obra, de modo a evitar-se a compactação de terrenos limítrofes; Garantia da continuidade dos escoamentos, sem obstáculos, no decurso das intervenções a realizar nas pequenas linhas de água, as quais devem evitar o período mais pluvioso do ano (de Outubro a Março); As movimentações de terras deverão ser realizadas, no mais curto espaço de tempo, e preferencialmente durante a época seca. Nas situações em que estas sejam realizadas junto a linhas de água deverão ter tidos todos os cuidados e, caso necessário, colocadas estruturas como muros de pedra, betão ou de outros tipos, que retenham a queda de materiais para os seus leitos Fase de exploração Vistoria, manutenção e limpeza periódica (no mínimo uma vez por ano) de todos os órgãos de drenagem transversal e longitudinal do projecto; Aplicação, sempre que possível, de pesticidas, fitofármacos e fertilizantes biodegradáveis nos taludes e nas áreas integradas paisagisticamente. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 225/368

228 7.5. Solos As medidas que se apresentam são aplicáveis a todos os traçados em estudo Fase de construção Além das medidas n.º 7, n.º 9, n.º 10, n.º 11, n.º 14, n.º 15, n.º 19, n.º 20, n.º 21, n.º 22, n.º 23, n.º 41, n.º 47, n.º 48, n.º 49, n.º 50 e n.º 54 incluídas no documento da APA Medidas de Minimização Gerais da Fase de Construção e indicadas no subcapítulo 7.1, propõe-se a adopção das seguintes medidas: Limitação das áreas de circulação de pessoal, veículos e máquinas em redor dos estaleiros, acessos e frentes de obra, de modo a evitar-se a compactação de terrenos limítrofes; Revestimento precoce dos taludes de aterro e escavação não rochosos com terra vegetal utilizando solos provenientes das operações de decapagem, no menor espaço de tempo possível e após a conclusão das operações de terraplenagem, de forma a minimizar a ocorrência de processos erosivos Fase de exploração Em caso de ocorrência de derrames de substâncias poluentes, na sequência de acidente rodoviário, o solo contaminado deve ser recolhido com auxílio de um absorvente adequado, se necessário, e encaminhado para operador de gestão de resíduos licenciado para o efeito. 226/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

229 7.6. Componente Biológica Flora, Vegetação e Habitats Incorporar no Projecto de Execução Deverá realizar-se um estudo específico em fase de Projecto de Execução para selecção de locais de estaleiro e outras instalações de obra que evite as áreas de habitat mencionados como zona de maior sensibilidade; Nos termos da legislação em vigor (Decreto-Lei n.º 169/2001, de 25 de Maio, alterado pelo Decreto-Lei n.º 155/2004, de 30 de Junho) as afectações de povoamentos de sobreiros e azinheiras terá de ser compensada pelo que, em fase de RECAPE deverá ser apresentado um Plano de Florestação que dê cumprimento à legislação; Os viadutos que atravessarão o rio Ponsul, a ribeira das Taliscas e a ribeira de Alpreade deverão permitir a reinstalação da vegetação ripícola; Os pilares dos viadutos não deverão ocupar o leito das linhas de água; O Projecto de Integração Paisagística, para além do mencionado na medida nº 5 incluída no documento da APA Medidas de Minimização Gerais da Fase de Construção e indicada no subcapítulo 7.1, deverá utilizar espécies locais, excepto nas situações em que, devido à suas características, tal seja desconselhado. Pretende-se, assim, evitar alterações desnecessárias na estrutura da vegetação ou contaminação genética por variedades alóctones. Deverá ser feito um esforço de utilização, na recuperação paisagística, de plantas que possam ser transplantadas, minimizando assim a introdução de plantas estranhas e permitindo salvaguardar algumas daquelas que, de outra forma, serão destruídas. O Projecto de Integração Paisagística deverá assegurar a recuperação paisagística de taludes, prevenindo a perda de solo por erosão; Deverá ser realizado em fase de Projecto de Execução um levantamento das árvores de grande porte com particular destaque para sobreiros, azinheiras, carvalhos, freixos, salgueiros e amieiros Fase de construção Além das medidas n.º 3 e 37 incluídas no documento da APA Medidas de Minimização Gerais da Fase de Construção e indicadas no subcapítulo 7.1, propõe-se a adopção das seguintes medidas: Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 227/368

230 Deverá ser evitada a destruição de árvores de grande porte, com particular destaque para sobreiros, azinheiras, carvalhos, freixos, salgueiros e amieiros. A obra deverá ser acompanhada por um técnico especializado na área da Botânica; O Plano de Emergência da obra deverá contemplar os riscos de incêndio florestal e estabelecer planos para o combates aos mesmos Fase de exploração Nesta fase não se considera ser necessária a adopção de medidas de minimização. No entanto, está situação será revista em função dos resultados do programa de monitorização Fauna A incorporar no Projecto de Execução As propostas apresentadas em seguida resultam de pesquisa bibliográfica baseada em informação que tem sido recolhida na Europa ao abrigo da acção COST 341, implementada em 1998, que pretende compilar e analisar o conhecimento sobre fragmentação de habitats causada por infraestruturas de transporte e delinear orientações técnicas (Rosell et al., In press). Baseiam-se também no documento técnico do ICNB que pretende dar apoio à análise deste tipo de projectos (ICNB, 2008). Em seguida são descritas as medidas a aplicar no Projecto de Execução para a minimização dos impactes mais significativos como o efeito de barreira, que dificultará a passagem e livre circulação de animais entre os dois lados da rodovia, e a mortalidade por atropelamento. Mortalidade Para a minimização da mortalidade por atropelamento deverá proceder-se à adaptação da vedação que será instalada ao longo de todo o traçado para impedir o acesso de pessoas à rodovia, impedindo também o acesso da maioria dos animais. Este tipo de estrutura tem um efeito de barreira muito significativo e portanto a sua implementação deverá ser combinada com passagens para a fauna ou com a adaptação de passagens hidráulicas à passagem de fauna, podendo mesmo guiar os animais até às passagens (Iuell et al. 2003). Pretende-se impedir a passagem de animais de todos os grupos faunísticos através da implementação de duas redes de arame sobrepostas. De seguida apresentam-se algumas orientações de carácter geral, que se consideram importantes ter em conta e que são adaptadas de Iuell et al. (2003): 228/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

231 Prever a instalação de cortinas arbóreo-arbustivas que permitam conduzir a fauna para a entrada das passagens inferiores em geral (PA s, PH s e PI s); A vedação terá uma altura mínima de 1,5 m, devido à presença de javali na área de afectação. Este valor será medido do lado exterior à via (lado de aproximação dos animais); A profundidade de enterramento da malha será de 0,4 m no solo para prevenir que javalis, raposas e texugos consigam escavar e forçar a vedação, de acordo com indicações de Iuell et al. (2003); A rede deverá ser de malha progressiva, sendo a separação dos arames de 1x1 cm até uma altura de 40 cm, para impossibilitar a passagem de micromamíferos e da herpetofauna. Deverá também ter arames com pelo menos 2,0 mm de diâmetro e de material que não enferruje. Deverá ser colocada vedação de ambos os lados da via, que deverá ser fixada nos postes do lado exterior à via; em situações de talude (de escavação ou aterro) deverá ser colocada preferencialmente no topo do talude. É desaconselhada a utilização de arame farpado no extremo superior da rede devido ao risco de mortalidade de aves e morcegos. Efeito de Barreira A medida mais aplicada para a mitigação do efeito de barreira é a adaptação das passagens inferiores e superiores necessárias à obra para restabelecimento das acessibilidades e escorrência das águas pluviais (Rosell, C. et al., in press). A adaptação das passagens depende da dimensão do caudal e do regime hidrológico (permanente ou temporário) do curso de água em cada local, assim como do tipo de passagem prevista, pelo que esta análise terá que ser efectuada na fase de projecto de execução. Em seguida são descritas algumas adaptações a efectuar, em fase de Projecto de Execução, baseadas em Iuell et al. (2003): Introduzir estruturas laterais a uma cota superior à do solo que permitam a passagem de animais quando se verifica um aumento do caudal, que será necessário apenas nas linhas de água que tenham água durante a maior parte do ano; O material mais adequado para o substrato é a terra ou o cimento, uma vez que algumas espécies evitam o metal. A existência de refúgios (pedras, troncos apodrecidos, entre outros) no interior e a presença de um solo que seja o mais natural possível (areia ou rochas) aumenta a eficiência da sua utilização por parte da fauna; As entradas devem apresentar linhas de vegetação laterais, de modo a guiar os animais para a entrada, ser mantidas desobstruídas de obstáculos, apresentar a menor perturbação humana possível e estarem localizadas ao nível do solo. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 229/368

232 Em fase de Projecto de Execução deverá ser efectuada uma análise mais pormenorizada da permeabilidade da via à fauna. A definição em fase de Projecto de Execução das medidas minimizadoras da mortalidade e do efeito de barreira necessita deverá ser acompanhada por um técnico com formação na área da Biologia Fase de construção Além das medidas n.º 3, 5, 6, 7, 21, 22, 40 e 41 incluídas no documento da APA Medidas de Minimização Gerais da Fase de Construção e indicadas no subcapítulo 7.1, propõe-se a adopção da seguinte medida: Programar, se possível, as acções de desmatação para o período entre Setembro e Fevereiro nas zonas identificadas na carta de sensibilidade ambiental, evitando o período de reprodução da maioria das espécies. Caso tal não seja possível, por incompatibilidade com a calendarização da obra, considera-se importante garantir um acompanhamento ambiental por técnico com formação na área da Biologia Fase de exploração Manutenção das vedações e das passagens, garantindo-se que cumprem as suas funções. 230/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

233 7.7. Qualidade do Ar As medidas de minimização propostas visam o controlo de emissões na fase de construção, uma vez que, durante a fase de exploração, não se prevê a ocorrência de situações de inconformidade com os limites legais estabelecidos para a qualidade do ar. Além das medidas n.º 3, 7, 8, 14, 23, 27, 28, 29, 30, 33, 37 e 42, incluídas no documento da APA Medidas de Minimização Gerais da Fase de Construção e indicadas no subcapítulo 7.1, propõe-se a adopção das seguintes medidas: Caso seja necessário instalar novas centrais de betão e betuminoso, estas deverão localizar-se afastadas dos principais aglomerados populacionais; Optimização dos processos de desmonte a utilizar, em particular nos casos de recurso a fogo, adequando as técnicas e os meios a utilizar à natureza geológica dos materiais interessados. Importa atender ao facto de que em algumas situações, se poder proceder a um desmonte facilitado no caso deste ser efectuado no sentido da pendente da xistosidade ou da estratificação. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 231/368

234 7.8. Ambiente Sonoro Em todas as utilizações já existentes ou previstas onde se prevejam impactes negativos significativos, deverá ser considerada a aplicação de medidas de minimização do ruído ambiente de forma a criar protecção adequada aos receptores sensíveis. A eventual necessidade de adopção de medidas de minimização de ruído leva à recomendação de um estudo detalhado de cada zona e/ou local em fase de Projecto de Execução. A localização das zonas e/ou locais a proteger, a definir com maior precisão em Projecto de Execução será, no entanto, dependente da classificação das zonas que os municípios venham a efectuar e poderá, ser alterada, com inclusão de outros locais ou eliminação de alguns dos indicados, com o conhecimento do traçado definitivo em fase de Projecto de Execução Fase de Construção Propõe-se a adopção das medidas n.º 1, 2, 7, 28, 31, 32, 33 e 34 incluídas no documento da APA Medidas de Minimização Gerais da Fase de Construção e indicadas no subcapítulo Fase de Exploração As soluções e tipologias mais adequadas à minimização de ruído para a fase de exploração da infra-estrutura rodoviária em estudo só poderão ser definidas com base em elementos de Projecto de Execução, combinando, de forma optimizada, as tipologias mais adequadas a cada local. Com base na análise da cartografia, dos elementos do Estudo Prévio e nos resultados da análise acústica efectuada, podem propõem-se as seguintes tipologias de soluções para minimização do ruído ambiente proveniente da exploração da rodovia em estudo: Pavimento acústico Adopção de uma camada de desgaste do pavimento com características de baixo ruído, medida que, implementada isoladamente, ou combinada com outras (barreiras acústicas), permite minimizar significativamente o ruído emitido pelo fluxo automóvel. Este pavimento poderá ser de dois tipos: pavimento absorvente ou poro-elástico. O pavimento absorvente, poroso, tem funções adicionais de drenagem e exige limpeza, que pode ser conseguida através das chuvas, o que nesta zona do País não deverá ser problema. Estudos recentes realizados em vários países, incluindo em Portugal, apontam atenuações sonoras entre 3 a 5 db para este tipo de solução minimizadora. 232/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

235 O pavimento poro-eslástico incorporará partículas de borracha, do tipo BMB (betuminoso modificado com borracha). Este tipo de pavimento não exige condições de manutenção e poderá conduzir a atenuações da ordem de 4 a 6 db. Barreiras acústicas Naturais ou artificiais, as quais permitirão atenuar as contribuições do ruído gerado pela circulação rodoviária. Esta tipologia poderá, consoante a topografia do terreno e as relações de cotas entre a rodovia em estudo e os locais a proteger, conduzir a valores de atenuação sonora até 12 db. De acordo com a legislação em vigor, estas poderão ser implantadas nas seguintes zonas: Solução 1 entre o km e o km 3+500, em ambos os lados, no ano 2013; km , do lado direito, no ano 2013; km , do lado esquerdo, na proximidade do ano Solução 5 entre cerca do km e o km , ambos os lados, no ano inicial. De acordo com a regra de boas práticas da APA [incremento no indicador L n >12 db(a)], estas poderão ser implantadas nas seguintes zonas: Solução 1 entre o km e o km 3+500, de ambos os lados, no ano 2013; km , do lado direito, no ano 2013; km , do lado esquerdo, no ano Solução 1A km 1+600, do lado esquerdo, na proximidade do ano Solução 1B km 0+800, do lado esquerdo, no ano 2013; Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 233/368

236 cerca do km 4+100, lado direito, na proximidade do ano horizonte. Solução 2 km , do lado direito, no ano Solução 5 entre cerca do km e o km , ambos os lados, no ano inicial; cerca do km e o km , lado esquerdo, logo no ano inicial. Solução 6 km , do lado esquerdo, no ano No Quadro apresenta-se um resumo das zonas e/ou locais onde deverão ser adoptadas medidas minimizadoras de ruído de acordo com a legislação vigente e de acordo com a regra de boas práticas da APA: Quadro Zonas e/ou locais onde deverão ser adoptadas medidas minimizadoras de ruído Soluções Minimizadoras de Ruído De acordo com a legislação vigente De acordo com a regra de boas práticas Solução S1 km / Lado Entre o km e o km 3+500, em ambos lados Ano de Implantação 2013 km / Lado Entre o km e o km 3+500, em ambos lados Ano de Implantação km , do lado direito 2013 km , do lado direito 2013 km , do lado esquerdo 2033 km , do lado esquerdo 2013 S1A - - km 1+600, do lado esquerdo 2023 S1B - - km 0+800, do lado esquerdo km 4+100, do lado direito S2 - - km , do lado direito 2013 S5 Entre o km e o km , em ambos lados 2013 Entre o km e o km , em ambos lados Cerca do km , lado esquerdo Cerca do km , lado esquerdo S6 - - km , do lado esquerdo /368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

237 A aplicação das medidas de minimização poderá induzir a impactes residuais diversos, que poderão ser, no caso das barreias acústicas, de ordem estética, visual, descaracterizando a paisagem actual, ou determinar alterações das condições ambientais, de luminosidade, de ventilação e de drenagens. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 235/368

238 7.9. Componente Social A incorporar no Projecto de Execução Caso seja seleccionada a Solução 1B, deverá avaliar-se a necessidade de ripar ligeiramente o traçado para norte ou proteger o talude de aterro, de modo a assegurar a manutenção do ponto de água para apoio ao combate a incêndios florestais, situado ao km Caso essa manutenção não seja possível, deverá ser construído um novo ponto de água noutro local; Caso seja seleccionada a Solução 5, deverá ser rectificado o restabelecimento 11S5, de modo a não interferir com a lixeira selada localizada a norte do km ; Deverão ser reavaliados os traçados e localizações dos restabelecimentos e caminhos paralelos a executar, em função da solução que vier a ser escolhida, particularmente no caso da solução S5 nas situações de sobreposição ou maior proximidade à EN239 e da estrada entre Idanha-a-Velha e Carroqueiro, nas soluções S1 e S1C; Em sede de RECAPE os restabelecimentos e caminhos paralelos deverão ser objecto de análise de impactes na Componente Social Fase de construção Além das medidas n.º 1, 2, 7, 8, 21 a 39 e 50 a 53, incluídas no documento da APA Medidas de Minimização Gerais da Fase de Construção e indicadas no subcapítulo 7.1, propõe-se a adopção das seguintes medidas: Para maximizar a incidência local dos impactes positivos e de forma a compensar a perturbação introduzida no território, recomenda-se que, sempre que possível, se recorra a mão-de-obra local e a fornecedores locais de bens e serviços; A eventual interrupção de serviços (telecomunicações, electricidade, água, entre outras) deverá ser comunicada aos directamente afectados e à população em geral, quando tal se justifique, com a devida antecedência e com a informação necessária (período e duração da afectação); Nas zonas de intersecção da rede viária, deverão ser aplicadas as necessárias medidas de segurança e deverão ser divulgados, com a necessária antecedência e clareza, os desvios de trânsito, as alterações na circulação rodoviária e pedonal; 236/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

239 Antes da entrada em funcionamento da via, deverão estar adequadamente restabelecidas as ligações intersectadas, minimizando o efeito de barreira; e deverão estar recuperados os acessos temporários, bem como as estradas e os caminhos danificados em decorrência das obras; Deverão ser reparados, atempadamente, os danos verificados em edificações, na decorrência das actividades associadas à obra; Deverão ser contemplados processos de compensação aos proprietários e arrendatários de espaços habitacionais, áreas agrícolas ou florestais afectadas, quer por ocupação ou utilização temporária quer pelas áreas a expropriar Fase de exploração Na fase de exploração, as principais medidas mitigadoras de impactes negativos relacionam-se com os incómodos ambientais (ruído, intrusão visual), aspectos que são analisados noutros capítulos do presente EIA. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 237/368

240 7.10. Ordenamento do Território e Condicionantes Embora não tenham sido identificados impactes negativos muito significativos no âmbito do Ordenamento do Território e Condicionantes, apresenta-se um conjunto de medidas genéricas ou específicas destinadas a acautelar possíveis situações impactantes ou a contribuir para a minimização dos impactes já identificados A incorporar no Projecto de Execução Caso seja seleccionada a Solução 1B, deverá avaliar-se a necessidade de ripar ligeiramente o traçado para norte, para evitar a afectação do ponto de água situado ao km 1+250; Caso seja seleccionada a Solução 5, deverá ser rectificado o restabelecimento 11S5, de modo a não interferir com a lixeira selada localizada a norte do km ; Deverão ser reavaliados os traçados e localizações dos restabelecimentos e caminhos paralelos a executar, em função da solução que vier a ser escolhida, particularmente no caso da solução S5 nas situações de sobreposição ou maior proximidade à EN239 e da estrada entre Idanha-a-Velha e Carroqueiro, nas soluções S1 e S1C; Levantamento exaustivo de todos os serviços públicos e outras infra-estruturas eventualmente afectadas pela via, incluindo os respectivos regulamentos e servidões administrativas, com vista à sua correcta restituição; Deverá proceder-se ao levantamento exaustivo da área e número de sobreiros a afectar pela obra bem como das oliveiras, pinheiros e eucaliptos, tendo em vista o cumprimento da legislação de protecção destas espécies Medidas para a fase de construção Além das medidas n.º 1, 7, 50 e 54, incluídas no documento da APA Medidas de Minimização Gerais da Fase de Construção e indicadas no subcapítulo 7.1, propõe-se a adopção da seguinte medida: O Estudo Prévio em avaliação prevê já o atravessamento em viaduto dos principais talvegues e linhas de água, o que constitui uma efectiva medida de minimização dos impactes nas ocupações do solo aí ocorrentes, mas para maximizar este efeito recomenda-se que, na construção dos viadutos, a área de trabalho seja restringida ao mínimo, correspondente à projecção da estrutura da plataforma. 238/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

241 Medidas para a fase de exploração Não se consideram medidas específicas para a fase de exploração da via. No entanto, tendo em conta a importância desta infra-estrutura para este território, será necessário fazer reflectir o seu traçado definitivo nos instrumentos de gestão do território incidentes nesta área. Estando esta medida fora das atribuições e competências da entidade proponente da via, apenas aqui se explicita enquanto recomendação desejável em termos de gestão do território. Igualmente, as novas acessibilidades proporcionadas pelo projecto em estudo deverão ser objecto de adequada gestão urbanística pelos municípios interessados, de modo a evitar conflito de usos e disfuncionalidades territoriais, permitirem um adequado ordenamento do território e um desenvolvimento urbano equilibrado. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 239/368

242 7.11. Património Cultural Propõe-se a adopção de algumas medidas de mitigação de carácter geral cujo objectivo é a protecção do conjunto de elementos patrimoniais identificados na área atravessada pelos corredores em estudo e a sua envolvente, mas também acautelar prováveis impactes em património arqueológico não registado Fase de Construção Além das medidas n.º 12 e 13, incluídas no documento da APA Medidas de Minimização Gerais da Fase de Construção e indicadas no subcapítulo 7.1, propõe-se a adopção dasas seguintes directrizes: Prospecção sistemática do traçado desenvolvido no Projecto de Execução antes da realização da desmatação e limpeza do terreno e das operações de terraplenagem. Esta medida é incontornável face às características regionais e ao elevado valor patrimonial e cientifico da área afectada. Esta prospecção sistemática deverá ser executada por uma equipa de arqueólogos, entre os quais deverão figurar elementos com provas cientificas e/ou especialização em diversos períodos cronológicos; Prospecção sistemática prévia das áreas de instalação dos estaleiros. A selecção destas áreas deverá ser condicionada pela existência de elementos patrimoniais importantes localizados na envolvente dos corredores em estudo e identificados na cartografia à escala 1: apresentada no Apêndice 2, que poderão ser alvo de impactes negativos e cuja análise não se inclui no âmbito da avaliação ambiental preconizada nesta fase de projecto, devendo ser adequadamente equacionada a sua localização, caso se justifique, na fase de projecto de execução; Acompanhamento arqueológico da obra por uma equipa de técnicos superiores qualificados, coordenados por arqueólogos de reconhecida experiência neste âmbito. Este acompanhamento deverá incidir sobre a implantação dos estaleiros, circulação e operação de máquinas e equipamentos afectos à obra, abertura de acessos para obra, desmatação e limpeza do terreno e operações de terraplanagem (execução de escavações e aterros). Esta medida é indicada como principal agente preventivo na salvaguarda patrimonial do corredor directamente afectado pelo projecto; Instalação de barreiras físicas de protecção dos elementos arquitectónicos localizados junto às vias de acesso das máquinas e dos equipamentos afectos à obra, de forma a evitar a ocorrência de danos no património construído localizado nas imediações da obra. Além das medidas de carácter geral enumeradas, propõe-se igualmente a adopção de medidas dirigidas à mitigação dos impactes negativos potencialmente gerados sobre os 240/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

243 elementos patrimoniais afectados, as quais se enumeram de seguida identificando o elemento patrimonial a que se dirigem: Solução 1: Sítio n.º 3 (São Domingos / Capela) - Deverão ser colocadas barreiras de protecção nos muros que delimitam o santuário, evitando a utilização desta área por parte dos veículos afectos à obra. O cruzeiro deverá ser recolocado na área envolvente. Sítio n.º 13 (Terra da Professora) - Aconselha-se a realização de uma campanha de sondagens arqueológicas para mensurar o potencial e a tipologia deste sítio arqueológico. Propõe-se a realização de 10 sondagens manuais de 3 m x 3 m, num total de 90 m 2, que corresponde a uma área inferior ao 0,03% da mancha de dispersão assinalada. Todavia a implantação das mesmas deverá considerar as áreas de maior concentração. Sítio n.º 14 (Terra da Professora 2 / Mancha de Ocupação) A visualização das imagens de satélite permite verificar a existência de alinhamentos anteriores aos actuais. Aconselha-se a realização de uma campanha de sondagens arqueológicas para poder avaliar o potencial e a tipologia deste sítio arqueológico. Propõe-se a realização de 4 sondagens manuais de 3 m x 3 m, num total de 36 m 2, que corresponde a uma área inferior a 1% da mancha de dispersão assinalada. Todavia a implantação das mesmas deverá considerar as áreas de maior concentração. Sítio n.º 18 (Serrinha / Lagar) No caso de se verificar algum ajuste no actual traçado da Solução 1, que implique uma maior proximidade à área actualmente delimitada como mancha de ocupação deverão ser realizadas, em fase de Projecto de Execução, um conjunto de sondagens arqueológicas para definir a verdadeira extensão desta área de dispersão de espólio cerâmico relacionandoas com o lagar escavado no afloramento. Propõe-se a realização de 10 sondagens manuais de 3 m x 3 m, num total de 90 m 2, que corresponde a uma área inferior ao 0,03% da mancha de dispersão assinalada. A implantação das mesmas deverá considerar as áreas de maior concentração de espólio à superfície. Sítio n.º 19 (Serrinha 2 / Lagar) No caso de se verificar algum ajuste no actual traçado da Solução 1, e consequentemente uma maior proximidade do mesmo ao local de implantação do lagar e da área da mancha de ocupação actualmente delimitada deverá ser realizada a limpeza do afloramento e da estrutura do lagar, seguido de um levantamento gráfico de pormenor. Este registo deverá ser acompanhado de sondagens arqueológicas nas áreas de maior concentração de espólio, ou em alternativa nos locais onde aparentemente subsistam estruturas actualmente não reconhecíveis. Propõe-se a realização de 4 sondagens manuais de 3 m x 3 m, num total de 36 m 2, que corresponde a uma área aproximada de 4% do total cartografado. A implantação das mesmas deverá considerar as áreas de maior concentração de espólio e estabelecer uma relação com a estrutura do lagar. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 241/368

244 Sítio n.º 20 (Barroca Funda / Lagar) - O local onde se implanta o lagar deverá ser objecto de cuidada limpeza, seguida de um levantamento gráfico de pormenor. Este registo deverá ser acompanhado de sondagens arqueológicas nas áreas de maior concentração de espólio, ou em alternativa nos locais onde aparentemente subsistam estruturas actualmente não reconhecíveis. Propõe-se a realização de 4 sondagens manuais de 3 m x 3 m, num total de 36 m 2, que corresponde a uma área aproximada de 4% do total cartografado. A implantação das mesmas deverá considerar as áreas de maior concentração de espólio e estabelecer uma relação com a estrutura do lagar. Sítio n.º 22 (Afonseanes 2 / Lagar) O extenso afloramento no qual se esculpe tenuemente o lagar deverá ser limpo para poder ser registado e feito o seu levantamento gráfico. Todos os elementos a ele associados deverão ser salvaguardados. Se possível, e em local relacionável com esta estrutura, deverão ser executadas sondagens para tentar aferir a cronologia do lagar. Propõe-se a realização de 4 sondagens manuais de 3 m x 3 m, num total de 36 m 2, que corresponde a uma área aproximada de 4% do total cartografado. A implantação das mesmas deverá considerar as áreas de maior concentração de espólio e estabelecer uma relação com a estrutura do lagar e com a orografia do local. Sítio n.º 23 (Afonseanes 3 / Vestígios diversos) Estes elementos que pertenciam, aparentemente, a um antigo lagar deverão ser salvaguardados. Sítio n.º 24 (Afonseanes 4 / Mancha de ocupação) Apesar da distância que separa a alternativa de traçado do limite da área assinalada, esta deverá ser objecto de prospecção sistemática e de uma caracterização de maior precisão só então se poderá avaliar a verdadeira extensão do sítio e a sua possível relação com o sítio n.º 22. Solução 1B: Sítio n.º 6 (Quinta das Mandanhas / Mancha de ocupação) Para avaliar o potencial arqueológico deste sítio propõe-se a realização de uma campanha de sondagens arqueológicas localizadas na área a ser directamente afectada pela construção desta alternativa. Propõe-se a realização de 15 sondagens manuais de 3 m x 3 m, num total de 135 m 2, que corresponde a uma área inferior ao 0,05% da mancha de dispersão assinalada. Todavia a implantação das mesmas deverá considerar as áreas de maior concentração. Sítio n.º 7 [Quinta das Mandanhas 2 / villa (?)] A prospecção realizada anteriormente não permitiu identificar o local exacto das estruturas, mas apenas grandes concentrações de material cerâmico e elementos construtivos dispersos. A análise da fotografia satélite também não forneceu dados esclarecedores. Como primeira medida poderão ser adoptadas práticas não invasivas, como por exemplo a análise da fotografia aérea e a prospecção sistemática do terreno, para determinar com maior rigor a possível localização das estruturas. Caso se confirme a sua existência na área de afectação directa, deverão ser realizadas sondagens arqueológicas para avaliação das estruturas e ponderar a hipótese de deslocação do traçado da alternativa para uma área de menor ou mesmo 242/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

245 ausência de impacte. Propõe-se a realização de 15 sondagens manuais de 3 m x 3 m, num total de 135 m 2, que corresponde a uma área inferior ao 0,05% da mancha de dispersão assinalada. Todavia a implantação das mesmas deverá considerar as áreas de maior concentração. Solução 5.1: Sítio n.º 10 (Barreiros 1) Para avaliar o potencial arqueológico deste sítio propõe-se a realização de uma campanha de sondagens arqueológicas localizadas na área a ser directamente afectada pela construção desta alternativa, mas na área de maior concentração de espólio cerâmico. Propõe-se a realização de 3 sondagens manuais de 3 m x 3 m, num total de 27 m 2, que corresponde aproximadamente a 10% da mancha de materiais assinalada. Todavia a implantação das mesmas deverá considerar as áreas de maior concentração. Sítio n.º 11 (Barreiros 2) Como se trata de uma mancha de ocupação a única metodologia válida para a avaliação do potencial arqueológico será através da realização de uma campanha de sondagens arqueológicas localizadas na área a ser directamente afectada pela construção desta alternativa. Propõe-se a realização de 2 sondagens manuais de 3 m x 3 m, num total de 18 m 2, que corresponde a uma área inferior aos 10% da área total assinalada como mancha de dispersão. Todavia a implantação das mesmas deverá considerar as áreas de maior concentração. Sítio n.º 12 (Barreiros 3) - A elevada possibilidade de se encontrar neste local uma estrutura habitacional de grandes dimensões apela para a realização de uma campanha de sondagens arqueológicas para avaliar o estado de conservação do sítio, mas também para aquilatar a verdadeira natureza desta mancha de ocupação. A avaliação da imagem satélite, não permitiu identificar possíveis estruturas. Propõe-se a realização de 7 sondagens manuais de 3 m x 3 m, num total de 63 m 2, que corresponde a uma área inferior ao 0,06% da mancha de dispersão assinalada. Todavia a implantação das mesmas deverá considerar as áreas de maior concentração. Solução 5: Sítio n.º 27 (Sidral / Vestígios diversos) - Se a execução da obra implicar o derrubamento do muro e do acesso no qual se reutilizaram as possíveis peças de lagar, estas deverão ser recolhidas e salvaguardas. Sítio n.º 28 (Lodeiro do Dr. Castiço / Mancha de ocupação) A área a ser directamente afectada deverá ser objecto de sondagens arqueológicas para se poder identificar com rigor a natureza deste sítio. Propõe-se a realização de 6 sondagens manuais de 3 m x 3 m, num total de 54 m 2, que corresponde a menos de 1% da área total cartografada. A implantação das mesmas deverá considerar as áreas de maior concentração de espólio. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 243/368

246 Fase de Exploração Não se prevê a aplicação de medidas durante a fase de exploração. 244/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

247 7.12. Paisagem A incorporar no Projecto de Execução Para a fase de preparação prévia à execução da obra propõe-se o cumprimento da medida nº 5 incluída no documento da APA Medidas de Minimização Gerais da Fase de Construção e indicadas no subcapítulo 7.1 que permita esbater e minimizar os impactes negativos da obra e assegurar a integração da via na paisagem envolvente, tendo em consideração que: Ao longo de toda a área se implementem as seguintes intervenções de ordem geral: O estabelecimento de medidas cautelares que assegurem a protecção do solo arável em toda a área de intervenção. Nesse sentido deverá proceder-se, ao longo do traçado, nas áreas sujeitas a movimentos de terras, à decapagem da camada superficial do solo arável (terra viva) em profundidade variável dependendo das características pedológicas das áreas atravessadas; Deverá ser preservada e protegida através de vedações, a vegetação arbórea e arbustiva existente na faixa de expropriação que se localize em áreas não sujeitas a movimentos de terras. Deverá ser dado cuidado à vegetação existente com estatuto especial de protecção (sobreiros); Na restante área zona de desmatação a vegetação arbórea e arbustiva existente deverá ser tratada de modo a que se possa aproveitar todo o material vegetal, à excepção dos toros de maior dimensão destinados a venda de madeira, para a formação de composto. Deverá ser avaliada em fase de Projecto de Execução a utilização desses materiais escassilhados que misturados com terra constituem o composto nas zonas de solos mais pobres em matéria orgânica; Modelação dos taludes de aterro e de escavação, de modo a que se estabeleça a continuidade com o terreno natural. Nesse sentido deverá proceder-se ao adoçamento da crista e base dos taludes, criando um talude de perfil sinusoidal, com menor tendência ao ravinamento, a partir da crista, e com condições mais favoráveis à instalação da vegetação; O revestimento vegetal dos taludes e das áreas expropriadas, através de hidrossementeiras de espécies herbáceas e arbustivas, deverá ser efectivado com a maior celeridade possível, de modo a favorecer uma rápida cobertura vegetal das áreas intervencionadas, promovendo assim o combate à erosão das superfícies inclinadas bem como a sua eficaz estabilização. Para além da hidrossementeira deverá também recorrer-se à plantação de árvores e de arbustos. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 245/368

248 As espécies vegetais a utilizar deverão ser seleccionadas de entre as da flora local e/ou bem adaptadas às condições edafo-climáticas presentes. Os atravessamentos de áreas de maior sensibilidade visual e paisagística, nomeadamente de zonas ocupadas com vegetação identificada como de valor paisagístico, trechos de paisagem com maior interesse paisagístico e locais de maior acessibilidade visual deverão ser objecto de intervenção mais pormenorizada. Também o enquadramento e a integração paisagística de viadutos e das passagens superiores e inferiores deverá ser alvo de particular atenção. Para estas zonas as medidas de minimização a implementar são por tipologia de espaço as seguintes: Atravessamento de áreas ocupadas com vegetação de interesse paisagístico: o Restabelecimento das galerias ripícolas através da plantação de espécies, arbóreas e arbustivas, que integram o ecossistema designado por mata ribeirinha, efectuado de forma a estabelecer a continuidade com a galeria ripícola da zona envolvente; o Criação de zonas de orla, nos atravessamentos de montados de sobro e carvalhais. Estas zonas de ecotone deverão ser constituídas por espécies que integrem a associação da formação vegetal atravessada. O esquema de plantação a adoptar deverá recriar situações diversificadas, em termos visuais e ecológicos, que se aproximem o mais possível das condições naturais. De forma a compensar o abate de vegetação deste tipo deverá proceder-se, nas zonas de menor valor ecológico à plantação dos novos taludes com sobreiros, no estrato arbóreo, utilizando arbustos da respectiva associação para constituir o sub-bosque. Na plantação destas zonas deverá ter-se em consideração as medidas compensatórias definidas no Decreto-Lei nº 169/2001 de 25 de Maio com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei nº 155/2004 de 30 de Junho. Atravessamentos de trechos de paisagem de maior interesse paisagístico: Restabelecimento dos limites dos campos agrícolas e respectivas sebes de compartimentação através da plantação, recorrendo a espécies da flora local. Zonas de maior acessibilidade visual: Reforço das plantações arbóreas e arbustivas, ao longo dos taludes, de modo a atenuar a presença da nova infra-estrutura viária. Nestas zonas as plantações arbóreas e arbustivas deverão ser dispostas predominantemente em maciços, mais ou menos naturalizados de forma a 246/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

249 criar volumes de dimensão e altura diversificada que contribuam para cortar a horizontalidade da plataforma e dos taludes da nova via. Viadutos e Passagens Superiores e Inferiores: Reforço da plantação arbórea e arbustiva nos taludes dos encontros dos viadutos com o terreno natural, bem como nos taludes contíguos às passagens inferiores e superiores. Nestas zonas a disposição das plantações deverá ser de forma a criar volumes consistentes que enquadrem os taludes dos encontros da via com os restabelecimentos e/ou com as obras de arte. Nas zonas sob os viadutos, exceptuando os taludes dos encontros, deverá ser restabelecido o uso anteriormente existente e nas zonas em que estas obras de arte se implantem sobre linhas de água deverá ser implementada (ou criada) a galeria ripícola, que nos taludes de menor altura, poderá ser constituída exclusivamente por espécies arbustivas características desses ecossistemas. Nas situações em que haja maior acessibilidade visual deverá ser, caso exista espaço disponível, proposta a plantação de faixas (arbóreas e arbustivas) não contínuas, com desenvolvimento paralelo à obra de arte, de forma a atenuar a sua presença Fase de construção da obra Para além das medidas n.º 7, 8, 9, 11 e 14 a 21, 23, 54 e 55 incluídas no documento da APA Medidas de Minimização Gerais da Fase de Construção e indicadas no subcapítulo 7.1, deverá ser assegurado o seguinte: Nos casos em que a deposição de terras ocorra sobre o terreno natural, terão que ser garantidos os seguintes aspectos: a altura máxima dos depósitos não deverá exceder os 7 m, os taludes deverão apresentar inclinações suaves, não superiores a 1/5 (V/H), deverá ser efectuado o boleamento da crista dos taludes e concordância com o terreno natural na sua base, deverá ser efectuada a cobertura dos relevos artificiais criados com terra vegetal, com plantação e sementeira de espécies adequadas, características da flora local. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 247/368

250 Fase de exploração Manutenção e conservação de todas as áreas semeadas e plantadas, envolventes à via, propostas no projecto de enquadramento e integração paisagística. 248/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

251 7.13. Análise de Risco Ambiental Tendo em conta a análise de risco ambiental efectuada no ponto 6.13, em seguida sistematizam-se as medidas de mitigação, necessárias para minimizar as consequências decorrentes de um acidente, para as fases de construção e de exploração do IC A incorporar no Projecto de Execução Elaboração, em fase de Projecto de Execução, de um projecto específico de protecção para o atravessamento do Gasoduto Portalegre Guarda (Lote 5) Fase de construção No que diz respeito à fase de construção, como analisado anteriormente, as principais actividades consideradas susceptíveis de originar risco ambiental têm como consequência a contaminação de meios receptores (solos, linhas de água, charcas, pequenas albufeiras, aquíferos e ar) por materiais manuseados em obra tais como combustíveis, óleos, cimentos, tintas, entre outros. No entanto, é de salientar que, com um adequado controlo e gestão de obra e uma correcta aplicação das medidas de minimização recomendadas para a fase de construção, a probabilidade de ocorrência de um derrame acidental de substâncias manuseadas em obra e consequente contaminação do meio ambiente na fase de construção é muito baixa. Para além das medidas n.º 3, 6, 15, 19, 28, 30, 38, 41, 48 e 49, incluídas no documento da APA Medidas de Minimização Gerais da Fase de Construção e indicadas no subcapítulo 7.1, deverão ser implementadas as seguintes medidas: Revestimento vegetal precoce dos taludes de aterro e escavação em solo, no menor espaço de tempo possível após a conclusão das operações de terraplenagem, de forma a evitar o seu ravinamento devido à escorrência de água superficial; Optimização dos processos de desmonte a utilizar, em particular nos casos de recurso a fogo, adequando as técnicas e os meios a utilizar à natureza geológica dos materiais interessados. Importa atender ao facto de que em algumas situações, se poder proceder a um desmonte facilitado no caso deste ser efectuado no sentido da pendente da xistosidade ou da estratificação. Realização de inspecções periódicas aos reservatórios de armazenagem de combustíveis; Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 249/368

252 Em caso de eventuais derrames, obstrução dos sumidouros pluviais mais próximos, caso existam; Criação no estaleiro de uma área adequada para as operações de manutenção (solo impermeabilizado, encaminhamento das águas residuais para sistema de tratamento). Utilização de recipientes de contenção, caso não seja possível a execução da manutenção no estaleiro; Colocação das fichas de segurança de todas as substâncias armazenadas junto ao local de armazenamento; Criação de pontos de lavagens de betoneiras, devidamente identificados nas diferentes frentes de trabalho Fase de exploração No que diz respeito à fase de exploração, conforme analisado anteriormente, os perigos associados à exploração de vias rodoviárias são, fundamentalmente, os eventuais acidentes rodoviários, que podem atingir gravidade especial quando envolvam veículos pesados que transportem substâncias tóxicas ou perigosas e que podem ter consequências nefastas para as pessoas e para o Ambiente. As medidas a serem adoptadas para redução do risco de acidentes rodoviários que envolvam veículos pesados que transportem substâncias tóxicas ou perigosas passam pelo cumprimento da regulamentação específica no que se refere ao transporte de matérias perigosas, nomeadamente o disposto pelo RPE (formação profissional e a vigilância periódica da saúde física e psíquica dos condutores, a prévia aprovação obrigatória de embalagens, cisternas e veículos de transporte, entre outros), bem como em termos de circulação rodoviária. Deverá ser estabelecido e implementado um plano de emergência por parte da EP e das entidades envolvidas na protecção civil, que assegure os adequados meios de comunicação e de emergência e estabeleça as tarefas a executar por todas as entidades envolvidas (Autoridade Nacional de Protecção Civil, bombeiros, polícia, entre outras) na eventualidade da ocorrência de acidentes envolvendo veículos de transporte de mercadorias perigosas. A manutenção pelo Centro Operacional (CO) da EP das boas condições de pavimento, da sinalização e das guardas de segurança, a inspecção e limpeza regular dos órgãos de drenagem e da rede de comunicações SOS contribuirá, igualmente, para a redução do risco de acidentes rodoviários. 250/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

253 7.14. Síntese das medidas de mitigação Neste subcapítulo procede-se a uma síntese das medidas apresentadas anteriormente, bem como à indicação de medidas destinadas a assegurar uma adequada gestão ambiental da obra. Na fase subsequente de Projecto de Execução, o RECAPE deverá conter a pormenorização das medidas agora indicadas, incluindo um Plano de Gestão Ambiental que constitua parte integrante do Sistema de Gestão Ambiental que deverá ser implementado na obra. As medidas estão organizadas pelas seguintes fases: medidas a incorporar no projecto de execução (Quadro ); medidas de minimização gerais da fase de construção (Quadro ); medidas de minimização gerais da fase de exploração (Quadro ). Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 251/368

254 252/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

255 Quadro Medidas a incorporar no projecto de execução Nº (a) Medidas Geologia e Geomorfologia Solos Recursos Hídricos Componente Biológica Qualidade do Ar Ambiente Sonoro Componente Social Ordenamento do Território e Condicionantes Património Cultural Paisagem Análise de Risco Ambiental A B C D E F Nos viadutos deverão ser evitadas as situações em que a implantação dos pilares possa afectar directamente as linhas de água e suas margens. Os pilares deverão apresentar uma geometria hidrodinâmica e disposição concordante com a orientação do escoamento. Deverá ser avaliada a necessidade de inclusão de dispositivos que permitam a dissipação da energia à saída das passagens hidráulicas, de modo a garantir velocidades de escoamento a jusante com valores inferiores a 5 m/s, minimizando os riscos de erosão dos leitos. Caso seja adoptado o traçado da Solução 1B deverá ser analisada com detalhe a melhor solução técnico-ambiental que permita optimizar a passagem da via na proximidade da albufeira existente na cabeceira da ribeira da Líria, evitando a solução proposta no Estudo Prévio que prevê, entre o km e o 1+350, o desenvolvimento de um aterro que se sobrepõe marginalmente ao regolfo de montante da referida albufeira. No caso de ser adoptado o traçado da Solução 5a deverá ser executado um muro de suporte, na parte inferior do trecho em aterro entre o km a , de modo a evitar o soterramento parcial do leito do rio Torto, ou em alternativa, deverá ser ripado o traçado nesta zona. No caso de ser adoptado o traçado da Solução 5.1 deverá que ser introduzida uma PH ao km Em fase de projecto de execução deverão ser projectadas valas para encaminhamento da drenagem a montante ou a jusante de diversas passagens hidráulicas, como forma de garantir a continuidade do escoamento em determinadas linhas de água parcialmente soterradas pelo projecto. Neste contexto destacam-se as seguintes situações: Solução 1.9: km a : desvio do escoamento a montante da PH 1-82; km a : desvio do escoamento a montante da PH 1-83; Solução 1.10: km a : desvio do escoamento a montante da PH 1-93; Solução 1B: km a 5+750: desvio do escoamento a jusante da PH 1-B-7; Solução 1C: km a : desvio do escoamento a jusante da PH 1C-11; Solução 5b: km a : desvio do escoamento a jusante da PH 5-19; Solução 5c: km a : desvio do escoamento a jusante da PH 5-56; km a : desvio do escoamento a montante da PH Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 253/368

256 Nº (a) Medidas Geologia e Geomorfologia Solos Recursos Hídricos Componente Biológica Qualidade do Ar Ambiente Sonoro Componente Social Ordenamento do Território e Condicionantes Património Cultural Paisagem Análise de Risco Ambiental G H I J Deverá ser verificado se as pontes ou as passagens hidráulicas existentes imediatamente a jusante das linhas de água transpostas pelo projecto permitem a passagem dos caudais acrescidos previsíveis por efeito da contribuição da drenagem longitudinal da via, em situações de episódios pluviométricos extremos (período de retorno de 100 anos). Caso se verifique a possibilidade de ocorrência de problemas a jusante relacionados com o projecto, deverão ser planeadas as intervenções que evitem estas situações. Deverá ser efectuado um estudo detalhado das situações de afectação directa e indirecta de captações de água subterrânea, bem como implementadas as medidas de compensação adequadas, em articulação com os proprietários e as autoridades competentes. Com vista a eliminar ou reduzir ao mínimo possível o risco de contaminação das zonas hídricas sensíveis à poluição rodoviária, o projecto deverá contemplar soluções que evitem a descarga das águas de escorrência nestas zonas. Nesta fase propõem-se as seguintes soluções, as quais deverão ser posteriormente validadas na fase de Projecto de Execução: Zona hídrica sensível 1 (Solução 1.9, ao km , uma charca restabelecida pela PH 1 83): descarga na PH 1 82 ao km ; Zona hídrica sensível 2 (Solução 1B, a cerca do km 1+300, uma pequena albufeira restabelecida pela PH 1B 2): descarga na PH 1B 1 ao km 0+115; Zona hídrica sensível 3 (Solução 5b, ao km , uma charca restabelecida pela PH 5 26): descarga na PH 5 27 ao km ; Zona hídrica sensível 4 (área de máxima infiltração aproximadamente entre o km e o km da Solução 1.3): descarga fora da área de máxima infiltração; Zona hídrica sensível 5 (área de máxima infiltração aproximadamente entre o km e o km da Solução 1.9): descarga na PH 1 77 ao km ; Zona hídrica sensível 6 (área de máxima infiltração aproximadamente entre o km e o km da Solução 2): descarga na PH 2 9 ao km ; Zona hídrica sensível 7 (área de máxima infiltração aproximadamente entre o km e o km da Solução 2): descarga na PH 2 10 ao km ; Zona hídrica sensível 8 (área de máxima infiltração aproximadamente entre o km e o km da Solução 5b): descarga na PH 5 13 ao km ; Zona hídrica sensível 9 (área de máxima infiltração aproximadamente entre o km e o km da Solução 5b): descarga na PH 5 30 ao km ; Zona hídrica sensível 10 (área de máxima infiltração aproximadamente entre o km e o km da Solução 5b): descarga na PH 5 30 ao km ; Zona hídrica sensível 11 (área de máxima infiltração aproximadamente entre o km e o km da Solução 5b): descarga fora da área de máxima infiltração; Zona hídrica sensível 12 (área de máxima infiltração aproximadamente entre o km e o km da Solução 5d): descarga na PH 5 76 ao km ; Zona hídrica sensível 13 (área de máxima infiltração aproximadamente entre o km e o km da Solução 6): descarga fora da área de máxima infiltração. Deverá realizar-se um estudo específico em fase de Projecto de Execução para selecção de locais de estaleiro e outras instalações de obra que evite as áreas de habitat mencionados como zona de maior sensibilidade. 254/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

257 Nº (a) Medidas Geologia e Geomorfologia Solos Recursos Hídricos Componente Biológica Qualidade do Ar Ambiente Sonoro Componente Social Ordenamento do Território e Condicionantes Património Cultural Paisagem Análise de Risco Ambiental K L Nos termos da legislação em vigor (Decreto-Lei n.º 169/2001, de 25 de Maio, alterado pelo Decreto-Lei n.º 155/2004, de 30 de Junho) as afectações de sobreiros e azinheiras terá de ser compensada pelo que, em fase de RECAPE deverá ser apresentado um Plano de Florestação que dê cumprimento à legislação. Os viadutos que atravessarão o rio Ponsul, a ribeira das Taliscas e a ribeira de Alpreade deverão permitir a reinstalação da vegetação ripícola. M Os pilares dos viadutos não deverão ocupar o leito das linhas de água. N O P Q Prever a instalação de passagens para a fauna ou a adaptação das passagens hidráulicas à passagem da fauna. Deverá ser realizado em fase de Projecto de Execução um levantamento das árvores de grande porte com particular destaque para sobreiros, azinheiras, carvalhos, freixos, salgueiros e amieiros. Prever a instalação de cortinas arbóreo-arbustivas que permitam conduzir a fauna para a entrada das passagens inferiores em geral (PA s, PH s e PI s); A vedação terá uma altura mínima de 1,5 m, devido à presença de javali na área de afectação. Este valor será medido do lado exterior à via (lado de aproximação dos animais); A profundidade de enterramento da malha será de 0,4 m no solo para prevenir que javalis, raposas e texugos consigam escavar e forçar a vedação, de acordo com indicações de Iuell et al. (2003); A rede deverá ser de malha progressiva, sendo a separação dos arames de 1x1 cm até uma altura de 40 cm, para impossibilitar a passagem de micromamíferos e da herpetofauna. Deverá também ter arames com pelo menos 2,0 mm de diâmetro e de material que não enferruje. Deverá ser colocada vedação de ambos os lados da via, que deverá ser fixada nos postes do lado exterior à via; em situações de talude (de escavação ou aterro) deverá ser colocada preferencialmente no topo do talude. É desaconselhada a utilização de arame farpado no extremo superior da rede devido ao risco de mortalidade de aves e morcegos. Adaptação das passagens inferiores e superiores para restabelecimento das acessibilidades e escorrência das águas pluviais.esta adaptação depende da dimensão do caudal e do regime hidrológico (permanente ou temporário) do curso de água em cada local, assim como do tipo de passagem prevista, pelo que esta análise terá que ser efectuada na fase de projecto de execução. Na adaptação deverão ser tidas em conta os seguintes aspectos: Introduzir estruturas laterais a uma cota superior à do solo que permitam a passagem de animais quando se verifica um aumento do caudal, que será necessário apenas nas linhas de água que tenham água durante a maior parte do ano; O material mais adequado para o substrato é a terra ou o cimento, uma vez que algumas espécies evitam o metal. A existência de refúgios (pedras, troncos apodrecidos, entre outros) no interior e a presença de um solo que seja o mais natural possível (areia ou rochas) aumenta a eficiência da sua utilização por parte da fauna; As entradas devem apresentar linhas de vegetação laterais, de modo a guiar os animais para a entrada, ser mantidas desobstruídas de obstáculos, apresentar a menor perturbação humana possível e estarem localizadas ao nível do solo. R Efectuar uma análise mais pormenorizada da permeabilidade da via à fauna. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 255/368

258 Nº (a) Medidas Geologia e Geomorfologia Solos Recursos Hídricos Componente Biológica Qualidade do Ar Ambiente Sonoro Componente Social Ordenamento do Território e Condicionantes Património Cultural Paisagem Análise de Risco Ambiental S Caso seja seleccionada a Solução 1B, deverá avaliar-se a necessidade de ripar ligeiramente o traçado para norte, para evitar a afectação do ponto de água situado ao km Caso essa manutenção não seja possível, deverá ser construído um novo ponto de água noutro local. T Caso seja adoptada a Solução 5, deverá ser rectificado o restabelecimento 11S5, de modo a não interferir com a lixeira selada localizada a norte do km U Deverão ser reavaliados os traçados e localizações dos restabelecimentos e caminhos paralelos a executar, em função da solução que vier a ser escolhida, particularmente no caso da solução S5 nas situações de sobreposição ou maior proximidade à EN239 e da estrada entre Idanha-a-Velha e Carroqueiro, nas soluções S1 e S1C; V Em fase de RECAPE, os restabelecimentso e caminhos paralelos deverão ser objecto de análise de impactes na Componente Social. X Levantamento exaustivo de todos os serviços públicos e outras infra-estruturas eventualmente afectadas pela via, incluindo os respectivos regulamentos e servidões administrativas, com vista à sua correcta restituição. Y Deverá proceder-se ao levantamento exaustivo da área e número de sobreiros a afectar pela obra bem como das oliveiras, pinheiros e eucaliptos, tendo em vista o cumprimento da legislação de protecção destas espécies. W Elaboração de um Projecto de Integração Paisagística que permita esbater e minimizar os impactes negativos do projecto e assegurar a integração da via na paisagem envolvente. Z Elaboração, em fase de Projecto de Execução, de um projecto específico de protecção para o atravessamento do Gasoduto Portalegre Guarda (Lote 5). 256/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

259 Quadro Medidas de minimização gerais da fase de construção Nº (a) Medidas Geologia e Geomorfologia Solos Recursos Hídricos Qualidade do Ar Ambiente Sonoro Componente Biológica Paisagem Componente Social Ordenamento do Território Património Cultural Análise de Risco Fase de preparação prévia à execução das obras Divulgar o programa de execução das obras às populações interessadas, designadamente à população residente na área envolvente. A informação disponibilizada deve incluir o objectivo, a natureza, a localização da obra, as principais acções a realizar, respectiva calendarização e eventuais afectações à população, designadamente a afectação das acessibilidades. Implementar um mecanismo de atendimento ao público para esclarecimento de dúvidas e atendimento de eventuais reclamações. Realizar acções de formação e de sensibilização ambiental para os trabalhadores e encarregados envolvidos na execução das obras relativamente às acções susceptíveis de causar impactes ambientais e às medidas de minimização a implementar, designadamente normas e cuidados a ter no decurso dos trabalhos. Assegurar que a calendarização da execução das obras atenda à redução dos níveis de perturbação das espécies de fauna na área de influência dos locais dos trabalhos, nos períodos mais críticos, designadamente a época de reprodução, que decorre genericamente entre o início de Abril e o fim de Junho. 5 Elaborar um Plano de Integração Paisagística das Obras, de forma a garantir o enquadramento paisagístico adequado que garanta a atenuação das afectações visuais associadas à presença das obras e respectiva integração na área envolvente. 6 Elaborar um Plano de Gestão Ambiental (PGA), constituído pelo planeamento da execução de todos os elementos das obras e identificação e pormenorização das medidas de minimização a implementar na fase da execução das obras, e respectiva calendarização. Este PGA deverá incluir um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) das obras. O PGA deve ser elaborado pelo dono da obra e integrado no processo de concurso da empreitada ou deve ser elaborado pelo empreiteiro antes do início da execução da obra, desde que previamente sujeito à aprovação do dono da obra. As cláusulas técnicas ambientais constantes do PGA comprometem o empreiteiro e o dono da obra a executar todas as medidas de minimização identificadas, de acordo com o planeamento previsto. As medidas apresentadas para a fase de execução da obra e para a fase final de execução da obra devem ser incluídas no PGA a apresentar em fase de RECAPE (quando aplicável), sempre que se verificar necessário e sem prejuízo de outras que se venham a verificar necessárias. AA Para maximizar a incidência local dos impactes positivos e de forma a compensar a perturbação introduzida no território, recomenda-se que, sempre que possível, se recorra a mão-de-obra local e a fornecedores locais de bens e serviços. AB A obra deverá ser acompanhada por um técnico especializado na área da Botânica. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 257/368

260 Nº (a) Medidas Geologia e Geomorfologia Solos Recursos Hídricos Qualidade do Ar Ambiente Sonoro Componente Biológica Paisagem Componente Social Ordenamento do Território Património Cultural Análise de Risco AC O Plano de Emergência da obra deverá contemplar os riscos de incêndio florestal e estabelecer planos para o combates aos mesmos. AD Deverão ser contemplados os processos de compensação adequados aos proprietários e arrendatários de espaços habitacionais, de áreas agrícolas ou florestais afectadas, quer por ocupação ou utilização temporária quer pelas áreas a expropriar. Fase de execução das obras Implantação dos estaleiros e parques de materiais 7 Os estaleiros e parques de materiais devem localizar-se no interior da área de intervenção ou em áreas degradadas; devem ser privilegiados locais de declive reduzido e com acesso próximo, para evitar ou minimizar movimentações de terras e abertura de acessos. Não devem ser ocupados os seguintes locais: Áreas do domínio hídrico; Áreas inundáveis; Zonas de protecção de águas subterrâneas (áreas de elevada infiltração); Perímetros de protecção de captações; Áreas classificadas da Reserva Agrícola Nacional (RAN) ou da Reserva Ecológica Nacional (REN) Outras áreas com estatuto de protecção, nomeadamente no âmbito da conservação da natureza; Outras áreas onde possam ser afectadas espécies de flora e de fauna protegidas por lei, nomeadamente sobreiros e/ou azinheiras; Locais sensíveis do ponto de vista geotécnico; Locais sensíveis do ponto de vista paisagístico; Áreas de ocupação agrícola; Proximidade de áreas urbanas e/ou turísticas; Zonas de protecção do património. 8 Os estaleiros e parques de materiais devem ser vedados, de acordo com a legislação aplicável, de forma a evitar os impactes resultantes do seu normal funcionamento. AE Prospecção sistemática prévia das áreas de instalação dos estaleiros, de novos acessos e de depósitos de solos e de materiais, bem como das manchas de empréstimo que se situem fora de áreas em exploração. A selecção destas áreas deverá ser condicionada pela existência de elementos patrimoniais importantes localizados na envolvente dos corredores em estudo e identificados na cartografia à escala 1: apresentada no Apêndice 2, que poderão ser alvo de impactes negativos e cuja análise não se inclui no âmbito da avaliação ambiental preconizada nesta fase de projecto, devendo ser adequadamente equacionada a sua localização, caso se justifique, na fase de Projecto de Execução. 258/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

261 Nº (a) Medidas Geologia e Geomorfologia Solos Recursos Hídricos Qualidade do Ar Ambiente Sonoro Componente Biológica Paisagem Componente Social Ordenamento do Território Património Cultural Análise de Risco AF Caso seja necessário instalar novas centrais de betão e betuminoso, estas deverão localizar-se afastadas dos principais aglomerados populacionais. AG Criação no estaleiro de uma área adequada para as operações de manutenção (solo impermeabilizado, encaminhamento das águas residuais para sistema de tratamento). Utilização de recipientes de contenção, caso não seja possível a execução da manutenção no estaleiro. Desmatação, limpeza e decapagem dos solos 9 As acções pontuais de desmatação, eliminação do coberto vegetal, limpeza e decapagem dos solos devem ser limitadas às zonas estritamente indispensáveis para a execução da obra. 10 Antes dos trabalhos de movimentação de terras, proceder à decapagem da terra viva e ao seu armazenamento em pargas, para posterior reutilização em áreas afectadas pela obra. 11 A biomassa vegetal e outros resíduos resultantes destas actividades devem ser removidos e devidamente encaminhados para destino final, privilegiando-se a sua reutilização. 12 Sempre que a área a afectar potencialmente apresente património arqueológico deve-se efectuar o acompanhamento arqueológico das acções de desmatação e proceder a prospecção arqueológica das áreas cuja visibilidade foi nula ou insuficiente, aquando da caracterização da situação de referência. AH AI AJ Prospecção sistemática do traçado desenvolvido no Projecto de Execução antes da realização da desmatação e limpeza do terreno e das operações de terraplenagem. Esta prospecção deverá ser executada por uma equipa de arqueólogos, entre os quais deverão figurar elementos com provas cientificas e/ou especialização em diversos períodos cronológicos. Deverá ser evitada a destruição de árvores de grande porte, com particular destaque para sobreiros, azinheiras, carvalhos, freixos, salgueiros e amieiros. Programar, se possível, as acções de desmatação para o período entre Setembro e Fevereiro nas zonas identificadas na carta de sensibilidade ambiental, evitando o período de reprodução da maioria das espécies. Caso tal não seja possível, por incompatibilidade com a calendarização da obra, considera-se importante garantir um acompanhamento ambiental por técnico com formação na área da Biologia. Escavações e movimentações de terras 13 Sempre que a área a afectar potencialmente apresente património arqueológico deve-se efectuar o acompanhamento arqueológico de todas as acções que impliquem a movimentação dos solos, nomeadamente escavações e aterros, que possam afectar o património arqueológico. 14 Os trabalhos de escavações e aterros devem ser iniciados logo que os solos estejam limpos, evitando repetição de acções sobre as mesmas áreas. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 259/368

262 Nº (a) Medidas Geologia e Geomorfologia Solos Recursos Hídricos Qualidade do Ar Ambiente Sonoro Componente Biológica Paisagem Componente Social Ordenamento do Território Património Cultural Análise de Risco 15 Executar os trabalhos que envolvam escavações a céu aberto e movimentação de terras de forma a minimizar a exposição dos solos nos períodos de maior pluviosidade, de modo a diminuir a erosão hídrica e o transporte sólido. 16 A execução de escavações e aterros deve ser interrompida em períodos de elevada pluviosidade e devem ser tomadas as devidas precauções para assegurar a estabilidade dos taludes e evitar o respectivo deslizamento. 17 Sempre que possível, utilizar os materiais provenientes das escavações como material de aterro, de modo a minimizar o volume de terras sobrantes (a transportar para fora da área de intervenção). 18 Os produtos de escavação que não possam ser aproveitados, ou em excesso, devem ser armazenados em locais com características adequadas para depósito. 19 Caso se verifique a existência de materiais de escavação com vestígios de contaminação, estes devem ser armazenados em locais que evitem a contaminação dos solos e das águas subterrâneas, por infiltração ou escoamento das águas pluviais, até esses materiais serem encaminhados para destino final adequado Durante o armazenamento temporário de terras, deve efectuar-se a sua protecção com coberturas impermeáveis. As pilhas de terras devem ter uma altura que garanta a sua estabilidade. Caso haja necessidade de levar a depósito terras sobrantes, a selecção dessas zonas de depósito deve excluir as seguintes áreas: Áreas do domínio hídrico; Áreas inundáveis; Zonas de protecção de águas subterrâneas (áreas de elevada infiltração); Perímetros de protecção de captações; Áreas classificadas da Reserva Agrícola Nacional (RAN) ou da Reserva Ecológica Nacional (REN); Outras áreas com estatuto de protecção, nomeadamente no âmbito da conservação da natureza; Outras áreas onde possam ser afectadas espécies de flora e de fauna protegidas por lei, nomeadamente sobreiros e/ou azinheiras; Locais sensíveis do ponto de vista geotécnico; Locais sensíveis do ponto de vista paisagístico; Áreas de ocupação agrícola; Proximidade de áreas urbanas e/ou turísticas; Zonas de protecção do património. 260/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

263 Nº (a) Medidas Geologia e Geomorfologia Solos Recursos Hídricos Qualidade do Ar Ambiente Sonoro Componente Biológica Paisagem Componente Social Ordenamento do Território Património Cultural Análise de Risco Caso seja necessário recorrer a grande quantidade de terras de empréstimo para a execução das obras respeitar os seguintes aspectos para a selecção dos locais de empréstimo: As terras de empréstimo devem ser provenientes de locais próximos do local de aplicação, para minimizar o transporte; As terras de empréstimo não devem ser provenientes de: Terrenos situados em linhas de água, leitos e margens de massas de água; Zonas ameaçadas por cheias, zonas de infiltração elevada, perímetros de protecção de captações de água; 22 Áreas classificadas da RAN ou da REN; Áreas classificadas para a conservação da natureza; Outras áreas onde as operações de movimentação das terras possam afectar espécies de flora e de fauna protegidas por lei, nomeadamente sobreiros e/ou azinheiras; Locais sensíveis do ponto de vista geotécnico; Locais sensíveis do ponto de vista paisagístico; Áreas com ocupação agrícola; Áreas na proximidade de áreas urbanas e/ou turísticas; Zonas de protecção do património. AK Obtenção de materiais de empréstimo em áreas de extracção actualmente em exploração e licenciadas para o efeito, evitando-se o recurso a novas áreas. AL Optimização dos processos de desmonte, em particular nos casos de recurso a fogo, adequando as técnicas e os meios a utilizar à natureza geológica dos materiais interessados. Para tal, o desmonte poderá ser facilitado se for efectuado no sentido da pendente da xistosidade ou da estratificação. AM Revestimento precoce dos taludes de aterro e de escavação não rochosos com terra vegetal, utilizando os solos provenientes das operações de decapagem, no menor espaço de tempo possível e após a conclusão das operações de terraplenagem, d forma a minimizar a ocorrência de processos erosivos. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 261/368

264 Nº (a) Medidas Geologia e Geomorfologia Solos Recursos Hídricos Qualidade do Ar Ambiente Sonoro Componente Biológica Paisagem Componente Social Ordenamento do Território Património Cultural Análise de Risco Nos casos em que a deposição de terras ocorra sobre o terreno natural, além das limitações correspondentes ao disposto na medida nº 21 do documento da APA Medidas de Minimização Gerais da Fase de Construção, terão que ser garantidos os seguintes aspectos: a altura máxima dos depósitos não deverá exceder os 7 m, AN os taludes deverão apresentar inclinações suaves, não superiores a 1/5 (V/H), deverá ser efectuado o boleamento da crista dos taludes e concordância com o terreno natural na sua base, deverá ser efectuada a cobertura dos relevos artificiais criados com terra vegetal, com plantação e sementeira de espécies adequadas, características da flora local. AO Garantia da continuidade dos escoamentos, sem obstáculos, durante a realização das intervenções nas pequenas linhas de água, as quais deverão evitar o período mais pluvioso do ano (de Outubro a Março). AP As movimentações de terras deverão ser realizadas, no mais curto espaço de tempo, e preferencialmente durante a época seca. Nas situações em que estas sejam realizadas junto a linhas de água deverão ser tidos todos os cuidados, e caso necessário, colocadas estruturas como muros de pedra, de betão ou de outros tipos, que retenham a queda de materiais para os seus leitos. AQ Acompanhamento arqueológico da obra por uma equipa de técnicos superiores qualificados, coordenados por arqueólogos de reconhecida experiência neste âmbito. Este acompanhamento deverá incidir sobre a implantação dos estaleiros, circulação e operação de máquinas e equipamentos afectos à obra, abertura de novos acessos, desmatação e limpeza do terreno e operações de terraplenagem (execução de escavações e aterros). Esta medida é indicada como principal agente preventivo na salvaguarda patrimonial do corredor directamente afectado pelo projecto; AR Além das medidas de carácter geral enumeradas, propõe-se igualmente a adopção de medidas dirigidas à mitigação dos impactes negativos potencialmente gerados sobre os elementos patrimoniais afectados, as quais se enumeram de seguida identificando o elemento patrimonial a que se dirigem: Solução 1: sítios 3, 13, 14, 18, 19, 20, 22, 23 e 24 Solução 1B: sítios 6 e 7 Solução 5.1: sítios 10, 11 e 12 Solução 5: sítios 27 e 28. Construção e reabilitação de acessos 23 Privilegiar o uso de caminhos já existentes para aceder aos locais da obra. Caso seja necessário proceder à abertura de novos acessos ou ao melhoramento dos acessos existentes, as obras devem ser realizadas de modo a reduzir ao mínimo as alterações na ocupação do solo fora das zonas que posteriormente ficarão ocupadas pelo acesso. 262/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

265 Nº (a) Medidas Geologia e Geomorfologia Solos Recursos Hídricos Qualidade do Ar Ambiente Sonoro Componente Biológica Paisagem Componente Social Ordenamento do Território Património Cultural Análise de Risco 24 Assegurar o correcto cumprimento das normas de segurança e sinalização de obras na via pública, tendo em consideração a segurança e a minimização das perturbações na actividade das populações. 25 Assegurar que os caminhos ou acessos nas imediações da área do projecto não fiquem obstruídos ou em más condições, possibilitando a sua normal utilização por parte da população local. 26 Sempre que se preveja a necessidade de efectuar desvios de tráfego, submeter previamente os respectivos planos de alteração à entidade competente, para autorização. 27 Garantir a limpeza regular dos acessos e da área afecta à obra, de forma a evitar a acumulação e ressuspensão de poeiras, quer por acção do vento, quer por acção da circulação de veículos e de equipamentos de obra. AS A eventual interrupção de serviços (telecomunicações, electricidade, água, entre outros) deverá ser comunicada aos directamente afectados e à população em geral, quando tal se justifique, com a devida antecedência e com a informação necessária (período e duração da afectação). AT Nas zonas de intersecção da rede viária, deverão ser aplicadas as necessárias medidas de segurança e deverão ser divulgados, com a necessária antecedência e clareza, os desvios de trânsito e as alterações na circulação rodoviária e pedonal. Circulação de veículos e funcionamento de maquinaria 28 Devem ser estudados e escolhidos os percursos mais adequados para proceder ao transporte de equipamentos e materiais de/para o estaleiro, das terras de empréstimo e/ou materiais excedentários a levar para destino adequado, minimizando a passagem no interior dos aglomerados populacionais e junto a receptores sensíveis (como, por exemplo, instalações de prestação de cuidados de saúde e escolas). 29 Sempre que a travessia de zonas habitadas for inevitável, deverão ser adoptadas velocidades moderadas, de forma a minimizar a emissão de poeiras. 30 Assegurar o transporte de materiais de natureza pulverulenta ou do tipo particulado em veículos adequados, com a carga coberta, de forma a impedir a dispersão de poeiras. 31 Assegurar que são seleccionados os métodos construtivos e os equipamentos que originem o menor ruído possível. 32 Garantir a presença em obra unicamente de equipamentos que apresentem homologação acústica nos termos da legislação aplicável e que se encontrem em bom estado de conservação/manutenção. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 263/368

266 Nº (a) Medidas Geologia e Geomorfologia Solos Recursos Hídricos Qualidade do Ar Ambiente Sonoro Componente Biológica Paisagem Componente Social Ordenamento do Território Património Cultural Análise de Risco 33 Proceder à manutenção e revisão periódica de todas as máquinas e veículos afectos à obra, de forma a manter as normais condições de funcionamento e assegurar a minimização das emissões gasosas, dos riscos de contaminação dos solos e das águas, e de forma a dar cumprimento às normas relativas à emissão de ruído. 34 Garantir que as operações mais ruidosas que se efectuem na proximidade de habitações se restringem ao período diurno e nos dias úteis, de acordo com a legislação em vigor. 35 Os locais de estacionamento das máquinas e viaturas devem ser pavimentados e dotados de sistemas de drenagem de águas pluviais. 36 Proceder à pavimentação provisória das vias internas do local das obras, de forma a evitar o levantamento de poeiras através da circulação de veículos e maquinaria. 37 Proceder à aspersão regular e controlada de água, sobretudo durante os períodos secos e ventosos, nas zonas de trabalhos e nos acessos utilizados pelos diversos veículos, onde poderá ocorrer a produção, acumulação e ressuspensão de poeiras. 38 A saída de veículos das zonas de estaleiros e das frentes de obra para a via pública deverá obrigatoriamente ser feita de forma a evitar a sua afectação por arrastamento de terras e lamas pelos rodados dos veículos. Sempre que possível, deverão ser instalados dispositivos de lavagem dos rodados e procedimentos para a utilização e manutenção desses dispositivos adequados. 39 Devem ser adoptadas soluções estruturais e construtivas dos órgãos e edifícios, e instalação de sistemas de insonorização dos equipamentos e/ou edifícios que alberguem os equipamentos mais ruidosos, de modo a garantir o cumprimento dos limites estabelecidos no Regulamento Geral do Ruído. AU Limitação da área da circulação de pessoal, de veículos e de máquinas, dos estaleiros e dos acessos, às zonas estritamente necessárias, evitando-se a compactação de terrenos limítrofes. AV Instalação de barreiras físicas de protecção dos elementos arquitectónicos localizados junto às vias de acesso dos veículos e máquinas afectos à obra, de forma a evitar a ocorrência de danos no património construído localizado nas imediações da obra. Gestão de produtos, efluentes e resíduos 40 Definir e implementar um Plano de Gestão de Resíduos, considerando todos os resíduos susceptíveis de serem produzidos na obra, com a sua identificação e classificação, em conformidade com a Lista Europeia de Resíduos (LER), a definição de responsabilidades de gestão e a identificação dos destinos finais mais adequados para os diferentes fluxos de resíduos. 264/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

267 Nº (a) Medidas Geologia e Geomorfologia Solos Recursos Hídricos Qualidade do Ar Ambiente Sonoro Componente Biológica Paisagem Componente Social Ordenamento do Território Património Cultural Análise de Risco 41 Assegurar o correcto armazenamento temporário dos resíduos produzidos, de acordo com a sua tipologia e em conformidade com a legislação em vigor. Deve ser prevista a contenção/retenção de eventuais escorrências/derrames. Não é admissível a deposição de resíduos, ainda que provisória, nas margens, leitos de linhas de água e zonas de máxima infiltração. 42 São proibidas queimas a céu aberto. 43 Os resíduos produzidos nas áreas sociais [dos estaleiros] e equiparáveis a resíduos urbanos devem ser depositados em contentores especificamente destinados para o efeito, devendo ser promovida a separação na origem das fracções recicláveis e posterior envio para reciclagem. 44 Em especial nos casos de remodelação de obras existentes (ampliação ou modificação), os resíduos de construção e demolição e equiparáveis a resíduos industriais banais (RIB) devem ser triados e separados nas suas componentes recicláveis e, subsequentemente, valorizados. 45 Os óleos, lubrificantes, tintas, colas e resinas usados devem ser armazenados em recipientes adequados e estanques, para posterior envio a destino final apropriado, preferencialmente a reciclagem. 46 Manter um registo actualizado das quantidades de resíduos gerados e respectivos destinos finais, com base nas guias de acompanhamento de resíduos. 47 Assegurar o destino final adequado para os efluentes domésticos provenientes do estaleiro, de acordo com a legislação em vigor ligação ao sistema municipal ou, alternativamente, recolha em tanques ou fossas estanques e posteriormente encaminhados para tratamento. 48 A zona de armazenamento de produtos e o parque de estacionamento de viaturas devem ser drenados para uma bacia de retenção, impermeabilizada e isolada da rede de drenagem natural, de forma a evitar que os derrames acidentais de óleos, combustíveis ou outros produtos perigosos contaminem os solos e as águas. Esta bacia de retenção deve estar equipada com um separador de hidrocarbonetos. 49 Sempre que ocorra um derrame de produtos químicos no solo, deve proceder-se à recolha do solo contaminado, se necessário com o auxílio de um produto absorvente adequado, e ao seu armazenamento e envio para destino final ou recolha por operador licenciado. AX Realização de inspecções periódicas aos reservatórios de armazenagem de combustíveis. AY Em caso de eventuais derrames, obstrução dos sumidouros pluviais mais próximos, caso existam. AW Colocação das fichas de segurança de todas as substâncias armazenadas junto ao local de armazenamento. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 265/368

268 Nº (a) Medidas Geologia e Geomorfologia Solos Recursos Hídricos Qualidade do Ar Ambiente Sonoro Componente Biológica Paisagem Componente Social Ordenamento do Território Património Cultural Análise de Risco AZ Criação de pontos de lavagens de betoneiras, devidamente identificados nas diferentes frentes de trabalho. Fase final da execução das obras 50 Proceder à desactivação da área afecta aos trabalhos para a execução da obra, com a desmontagem dos estaleiros e remoção de todos os equipamentos, maquinaria de apoio, depósitos de materiais, entre outros. Proceder à limpeza destes locais, no mínimo com a reposição das condições existentes antes do início dos trabalhos. 51 Proceder à recuperação de caminhos e vias utilizados como acesso aos locais em obra, assim como os pavimentos e passeios públicos que tenham eventualmente sido afectados [...]. 52 Assegurar a reposição e/ou substituição de eventuais infra-estruturas, equipamentos e/ou serviços existentes nas zonas em obra e áreas adjacentes, que sejam afectadas no decurso da obra. 53 Assegurar a desobstrução e limpeza de todos os elementos hidráulicos de drenagem que possam ter sido afectados pelas obras de construção. 54 Proceder ao restabelecimento e recuperação paisagística da área envolvente degradada através da reflorestação com espécies autóctones e do restabelecimento das condições naturais de infiltração, com a descompactação e arejamento dos solos. 55 Proceder à recuperação paisagística dos locais de empréstimo de terras, caso se constate a necessidade de recurso a materiais provenientes do exterior da área de intervenção. BA Antes da entrada em funcionamento da via, deverão estar adequadamente restabelecidas as ligações intersectadas, minimizando o efeito de barreira; e deverão estar recuperados os acessos temporários, bem como as estradas e os caminhos danificados em decorrência das obras. BB Deverão ser reparados, atempadamente, os danos verificados em edificações, na decorrência das actividades associadas à obra. 266/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

269 Quadro Medidas de minimização gerais da fase de exploração Nº (a) Medidas Geologia e Geomorfologia Solos Recursos Hídricos Qualidade do Ar Ambiente Sonoro Componente Biológica Paisagem Componente Social Ordenamento do Território Património Cultural BC Manutenção de uma adequada cobertura vegetal dos taludes de escavação e aterro, de modo a garantir o controlo da sua erosão por fenómenos de ravinamento. BD Realização de intervenções adequadas nos taludes, que permitam a reposição da sua geometria, quando se observem ravinamentos importantes ou outros sinais de erosão. BE Vistoria, manutenção e limpeza periódica (no mínimo uma vez por ano) de todos os órgãos de drenagem transversal e longitudinal do projecto; BF Aplicação sempre que possível de pesticidas, fitofármacos e fertilizantes biodegradáveis nos taludes e nas áreas integradas paisagisticamente. BG Em caso de ocorrência de derrames de substâncias poluentes, na sequência de um acidente rodoviário, o solo contaminado deverá ser recolhido com auxílio de um absorvente adequado, se necessário, e encaminhado para um operador de gestão de resíduos licenciado para o efeito. BH Aplicação de pavimento acústico absorvente ou poro-elástico. Implantação de barreiras acústicas de acordo com a legislação em vigor, nas seguintes zonas: Solução 1 entre o km e o km 3+500, em ambos os lados, no ano 2013; BI BJ km , do lado direito, no ano 2013; km , do lado esquerdo, na proximidade do ano Solução 5 entre o km e o km , em ambos os lados, no ano Implantação de barreiras acústicas de acordo com a regra de boas práticas da APA [incremento no indicador Ln>12 db(a)], nas seguintes zonas: Solução 1 entre o km e o km 3+500, de ambos os lados, no ano 2013; km , do lado direito, no ano 2013; km , do lado esquerdo, no ano Solução 1A km 1+600, do lado esquerdo, na proximidade do ano Solução 1B km 0+800, do lado esquerdo, no ano Solução 2 km , do lado direito, no ano Solução 5 entre o km e o km , em ambos os lados, no ano Solução 6 km , do lado esquerdo, no ano Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 267/368

270 Nº (a) Medidas Geologia e Geomorfologia Solos Recursos Hídricos Qualidade do Ar Ambiente Sonoro Componente Biológica Paisagem Componente Social Ordenamento do Território Património Cultural BK BL BM As medidas a serem adoptadas para redução do risco de acidentes rodoviários que envolvam veículos pesados que transportem substâncias tóxicas ou perigosas passam pelo cumprimento da regulamentação específica no que se refere ao transporte de matérias perigosas, nomeadamente o disposto pelo RPE (formação profissional e a vigilância periódica da saúde física e psíquica dos condutores, a prévia aprovação obrigatória de embalagens, cisternas e veículos de transporte, entre outros), bem como em termos de circulação rodoviária. Deverá ser estabelecido e implementado um plano de emergência por parte da EP e das entidades envolvidas na protecção civil, que assegure os adequados meios de comunicação e de emergência e estabeleça as tarefas a executar por todas as entidades envolvidas (Autoridade Nacional de Protecção Civil, bombeiros, polícia, entre outras) na eventualidade da ocorrência de acidentes envolvendo veículos de transporte de mercadorias perigosas. A manutenção pelo Centro Operacional (CO) da EP das boas condições de pavimento, da sinalização e das guardas de segurança, a inspecção e limpeza regular dos órgãos de drenagem e da rede de comunicações SOS contribuirá, igualmente, para a redução do risco de acidentes rodoviários. Nota: (a) A numeração numérica é a constante do documento tipo de AIA da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) designado por Medidas de Minimização Gerais da Fase de Construção (in ); a numeração alfabética é a atribuída pela ECOSSISTEMA às novas medidas propostas. 268/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

271 8. ANÁLISE COMPARATIVA DE ALTERNATIVAS DE TRAÇADO 8.1. Introdução Para cada factor ambiental são definidos critérios diferenciadores que permitam, para cada um dos conjuntos de alternativas considerado para os Troços Poente, Central e Nascente (ver Quadro 8.1.1), identificar a alternativa ou conjunto de alternativas mais favorável (com menos impactes negativos ou mais impactes positivos) e efectuar a comparação com as restantes alternativas, utilizando três graus: alternativa(s) ligeiramente menos favorável, alternativa(s) menos favorável e alternativa(s) muito menos favorável. Quadro Conjuntos de alternativas considerados Troço Poente Central Nascente Alternativas existentes P1, P2 e P3 C1 e C2 N1, N2, N3, N4, N5, N6, N7, N8, N9, N10, N11, N12, N13, N14, N15, N16, N17, N18, N19, N20 A Figura ilustra, de forma esquemática, o percurso correspondente a cada uma das alternativas consideradas. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 269/368

272 270/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

273 Figura Troços e subdivisões consideradas na análise de alternativas Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 271/368

274 272/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

275 No subcapítulo 8.2 é apresentada, para cada factor ambiental, a metodologia específica que conduziu à selecção, de acordo com o conjunto de critérios relativos a esse factor, da(s) alternativa(s) mais favoráveis, ligeiramente menos favoráveis, menos favoráveis e muito menos favoráveis. A selecção é efectuada para cada um dos três troços em análise (Poente, Central e Nascente). No subcapítulo 8.3, com base nas comparações efectuadas, no ponto anterior, para cada factor ambiental, é efectuada uma comparação global de alternativas para cada Troço. Para cada factor ambiental, à alternativa(s) mais favorável (assinalada por +), é atribuído o valor 1; à alternativa(s) ligeiramente menos favorável (assinalada por -), é atribuído o valor 2, à alternativa(s) menos favorável (assinalada por - -), é atribuído o valor 3 e à alternativa(s) muito menos favorável (assinalada por - - -), é atribuído o valor 4. Em caso de alternativas equivalentes considera-se o valor 0. A comparação global baseia-se numa atribuição de ponderações aos diferentes factores ambientais, os quais apresentam pesos diferentes. A atribuição destas ponderações é naturalmente subjectiva. Para reduzir essa subjectividade, procedeu-se ao cálculo de coeficientes de ponderação utilizando os seguintes critérios: Significado dos impactes negativos residuais, isto é, após medidas de minimização, tal como resulta das sínteses de impactes apresentadas ao longo do capítulo 6; Importância das medidas mitigadoras, classificadas em duas categorias pouco importantes e muito importantes, tal como resulta da síntese apresentada no capítulo 7. Estes critérios permitiram construir um índice, calculado do seguinte modo: Factores ambientais cujos principais impactes negativos são classificados como pouco significativos (-), significativos (- -) e muito significativos (- - -), valores de 1, 2 e 3, respectivamente; Importância das medidas minimizadoras, adição de 1 valor no caso de existência de medidas de importância reduzida e adição de 2 no caso de medidas de importância elevada. Esse índice foi seguidamente normalizado, dando origem a coeficientes de ponderação, conforme apresentado nos Quadro Nos quadros referidos não se consideram os factores ambientais que não apresentam critérios diferenciadores em qualquer dos troços em análise, sendo este o caso da Qualidade do Ar e da Análise de Risco Ambiental. Nos subcapítulos a apresenta-se a hierarquização das combinações de alternativas nos diferentes Troços em estudo. No Subcapítulo apresenta-se a melhor combinação global de alternativas considerando a integração de todos os Troços. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 273/368

276 Quadro Ponderação dos factores e critérios para a comparação de alternativas Factor ambiental Critérios Significado dos impactes residuais Clima Acréscimo de fenómenos de acumulação Pouco significativo (1) Importância das medidas minimizadoras Índice Coeficiente de ponderação (índice normalizado) Nula (0) 1 3,7 % Geologia e Geomorfologia Uso explosivos, extracção de materiais, presença de aterros e escavações, balanço de terras (*) Significativo (2) Reduzida (1) 3 10,7 % Recursos Hídricos Afectação de charcas ou albufeiras, aterros em leito de cheia (*) Pouco significativo (1) Solos Ocupação de solos da RAN Pouco significativo (1) Reduzida (1) 2 7,1 % Reduzida (1) 2 7,1% Componente biológica Ambiente sonoro Flora, fauna e vegetação (afectação de habitats protegidos e outros usos do solo) e Fauna (extensão, utilização de vias existentes, afectação de espécies sensíveis e colónias, habitats ricos em espécies Zonas e/ou locais com receptores expostos que excedem os limites legais / não cumprem a Regra de Boas Práticas Significativo (2) Elevada (2) % Pouco significativo Elevada (2) 3 10,7 % (1) Componente social Acessibilidades regionais e locais, áreas agrícolas, áreas habitacionais, efeito barreira (*) Significativo (2) Reduzida (1) 3 10,7 % Ordenamento do Território e Condicionantes Ajustamento aos PDM, afectação de RAN e de REN, áreas edificadas e efeito barreira, afectação de montado Pouco (1) significativo Elevada (2) 3 10,7 % Património Cultural N.º de sítios afectados e n.º de sítios afectados carecendo de medidas mitigadoras (*) Pouco (1) significativo Elevada (2) 3 10,7% Paisagem Dimensão dos taludes, afectação de vegetação com valor paisagístico, afectação da rede de drenagem natural, extensão do troço visível (*) Significativo (2) Elevada (2) 4 14,3% Total 100% (*) critérios já ponderados nos respectivos itens do subcapítulo /368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

277 Análise de alternativas por factor ambiental Introdução Apresenta-se, neste ponto, a análise de alternativas por factor ambiental, para cada um dos Troços considerados (Poente, Central e Nascente). A comparação efectuda em cada factor baseia-se em um ou mais critérios considerados relevantes e diferenciadores. Nos casos em que são utilizados mais do que um critérios, é efectuada uma ponderação entre estes, de forma a apresentar uma indicação final da(s) alternativa(s) mais favorável, ligeiramente menos favorável, menos favorável e muito menos favorável. Na aplicação de determinados critérios em certos troços ou mesmo na avaliação final de alguns factores ambientais em parte ou na totalidade dos troços, pode concuir-se que as alternativas em causa sejam equivalentes entre si. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 275/368

278 8.2. Clima Apenas se identifica uma situação efectiva de impacte microclimático. Trata-se de um impacte pouco significativo, associado ao traçado da Solução 5b (Troço Nascente). Deste modo conclui-se que: Nos troços Poente e Central todas as alternativas são equivalentes; No Troço Nascente, as alternativas que não incluem a Solução 5b consideram-se mais favoráveis, sendo as restantes ligeiramente menos favoráveis. Assim, neste Troço têmse: Alternativas mais favoráveis: N1, N2, N3, N4, N5, N6, N7, N8, N9, N10, N11, N12, N14, N15, N16, N17, N18, N19; Alternativas ligeiramente menos favoráveis: P13 e P /368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

279 8.3. Geologia e Geomorfologia Atendendo aos diferentes tipos de impactes identificados na geologia e geomorfologia, consideram-se susceptíveis de permitir alguma diferenciação entre alternativas de traçado os seguintes aspectos: Ocorrência de escavações de grande porte onde se prevê uma maior utilização de explosivos para o desmonte; Volume total de materiais a extrair do substrato geológico considerando os volumes totais de escavação em linha, eventualmente acrescidos de materiais a obter de empréstimo para o corpo dos aterros para colmatar deficits de terras, caso esta situação ocorra; Extensão total de trechos em escavação e aterro com mais de 10 m de altura; Volume total de terras sobrantes (sem aplicação nos aterros do projecto), ou seja o volume do deficit de terras. Tratando-se de um projecto francamente excedentário em terras em termos globais, este aspecto, além de ser diferenciador de alternativas é bastante relevante, dado que, numa região onde não é frequente a ocorrência de depressões artificiais que possam ser preenchidas com estas terras, quanto maiores forem os volumes de terras sobrantes envolvidos, maiores deverão ser os impactes geomorfológicos resultantes da sua deposição no terreno natural. Além disso maiores volumes de terras sobrantes implicam também maior superfície de solos ocupados para a sua deposição (com afectação de usos actuais), mais viagens em camiões para o seu transporte, com maior ruído e afectação da qualidade do ar associado, entre outros aspectos. Nas secções Poente e Central onde existe até deficit de terras consideram-se preferíveis as soluções onde esse deficit é superior dado que tal representa uma maior capacidade de absorver os elevados excessos associados ao Troço Nascente. Considerando os critérios referidos apresenta-se, no Quadro 8.3.1, a comparação de alternativas nos troços Poente, Central e Nascente. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 277/368

280 Quadro Comparação de alternativas considerando impactes na geologia e geomorfologia Alternativa Utilização de explosivos em escavações de grande porte Nº de ocorrências Volume Apreciação total (hm 3 ) Extracção de materiais do substrato geológico Apreciação Trechos de escavações e aterros com mais de 10 m de altura Extensão total (km) Troço Poente Apreciação Balanço de terras (Escavações - aterros) Volume total (hm 3 ) Apreciação Apreciação global P1 0 = 1,2-0, , P2 0 = 1, , , P3 0 = 0,9 + 0, , Troço Central C ,6 + 0, ,6 - + C , , ,8 + - Troço Nascente N , , , N2 5-4,6-4,1-3, N , , , N , , , N ,6-4,1-3, N6 4-5, , , N , , , N ,9 + 3,8-2,3 - + N , , ,6 - - N , , , N11 4-4, ,8-3, N12 5-5, , , N , ,6-4, N , , , N ,6-4, , N , , , N ,4-6, ,3 + - N18 4-4,1 + 4, ,5 - + N19 5-5, , , N ,5-2,7 + 3, = Alternativas equivalentes + Alternativa(s) mais favorável - Alternativa(s) ligeiramente menos favoráveis - - Alternativa(s) menos favoráveis Alternativa(s) muito menos favoráveis 278/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

281 8.4. Recursos Hídricos Entre os diferentes tipos de impactes identificados nos recursos hídricos, apenas alguns são susceptíveis de permitir alguma diferenciação entre alternativas de traçado. Enquadram-se nesta situação os seguintes impactes: Afectação de charcas e albufeiras (aspecto diferenciador, mas mitigável), Afectação directa de poços e furos (aspecto diferenciador, mas mitigável), Criação e presença de novos aterros em leitos de cheia. No Quadro apresenta-se a comparação de alternativas nos Troços Poente, Central e Nascente. Alternativa Quadro Comparação de alternativas considerando impactes nos recursos hídricos Afectação directa de charcas ou albufeiras Nº ocorrências Apreciação Afectação directa de poços e furos Nº ocorrências Troço Poente Apreciação Criação e presença de novos aterros em leito de cheia Extensão linear (m) Apreciação Apreciação global P1 2 charcas = + P2 3 charcas = - P3 2 charcas e, marginalmente, uma albufeira (situação que requer desenvolvimento em fase de PE) = - Troço Central C1 2 charcas = 1 furo C2 3 charcas = N1 4 charcas e uma pequena albufeira Troço Nascente N2 3 charcas N3 N4 3 charcas e uma pequena albufeira 3 charcas e uma pequena albufeira N5 2 charcas Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 279/368

282 Alternativa N6 N7 Afectação directa de charcas ou albufeiras Nº ocorrências Apreciação 2 charcas e uma pequena albufeira 4 charcas e uma pequena albufeira Afectação directa de poços e furos Nº ocorrências Apreciação Criação e presença de novos aterros em leito de cheia Extensão linear (m) Apreciação Apreciação global N8 3 charcas N9 N10 3 charcas e uma pequena albufeira 3 charcas e uma pequena albufeira N11 2 charcas N12 2 charcas e uma pequena albufeira N13 1 charca + N14 5 charcas e uma pequena albufeira poços e 1 furo N15 4 charcas N16 N17 4 charcas e uma pequena albufeira 4 charcas e uma pequena albufeira N18 3 charcas N19 3 charcas e uma pequena albufeira N20 0 ocorrências poços e 1 furo = Alternativas equivalentes + Alternativa(s) mais favorável - Alternativa(s) ligeiramente menos favoráveis - - Alternativa(s) menos favoráveis Alternativa(s) muito menos favoráveis 280/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

283 8.5. Solos Entre os diferentes tipos de impactes identificados nos solos, apenas a ocupação definitiva de solos com potencial produtivo incluídos na RAN constitui um aspecto susceptível de permitir alguma diferenciação entre alternativas de traçado. Considerando o critério das áreas de solos de RAN ocupadas pela implantação do projecto apresenta-se, no Quadro 8.5.1, a comparação de alternativas relativamente aos Troços Poente, Central e Nascente. Quadro Comparação de alternativas considerando impactes nos solos (ocupação de áreas de RAN) Alternativa Extensão total de solos de RAN ocupados (ha) Apreciação global Troço Poente P1 8,0 - P2 7,5 - P3 4,3 + Troço Central C1 10,7 - C2 9,1 + Troço Nascente N1 4,7 + N2 6,1 + N3 5,4 + N4 4,7 + N5 6,1 + N6 5,4 + N7 5,0 + N8 6,4 + N9 5,7 + N10 5,0 + N11 6,4 + N12 5,7 + N13 16,4 - - N14 4,7 + N15 6,1 + N16 5,4 + N17 4,7 + N18 6,1 + N19 5,4 + N20 16,3 - - = Alternativas equivalentes + Alternativa(s) mais favorável - Alternativa(s) ligeiramente menos favoráveis - - Alternativa(s) menos favoráveis Alternativa(s) muito menos favoráveis Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 281/368

284 8.6. Componente Biológica Flora, Vegetação e Habitats Considerando-se que a relevância dos impactes sobre a flora e vegetação resultantes da implementação do projecto resulta, sobretudo, do impacte sobre os habitats, o parâmetro utilizado na comparação de alternativas foi o da afectação de habitats protegidos e outros usos do solo. Foi utilizado o escalonamento de prioridade de conservação dos habitats descrito no ponto A afectação dos habitats é expressa de forma quantitativa, pois desta forma é maior a objectividade na seriação dos impactes potenciais das alternativas sobre a flora, a vegetação e os habitats. Troço Poente A alternativa P1 atravessa, no seu início, uma zona essencialmente agrícola, na proximidade da zona urbana de Alcains. Junto do km atravessa uma mancha de habitat Entre o km e atravessa uma zona com presença dos habitats 5330 e 6310, entrando posteriormente numa zona do habitat 6310, em bom estado de conservação. Até ao final desta alternativa atravessa este habitat, e também uma pequena mancha de habitat 6220*, associado ao qual foi detectada uma pequena população de Narcissus bulbocodium (espécie presente no anexo B-V do Decreto-Lei n.º 140/99), entre o km e A alternativa P2 é semelhante à alternativa P1, diferindo na sua parte inicial (primeiro quilómetro), onde afecta sobretudo o habitat As duas alternativas não apresentam diferenças significativas, do ponto de vista dos impactes sobre a flora e a vegetação. A alternativa P3 afecta, nos acessos à A23, a periferia de uma mancha de habitat 9330, enquanto o desvio projectado para a EN18 afecta uma pequena mancha de montado de sobro (habitat 6310). Posteriormente, o trajecto atravessa terrenos agrícolas até ao km 5+200, onde entra numa zona mista dos habitats 5330 e 6310, até ao km 7+400, onde atravessa uma mancha do habitat 6310, em bom estado de conservação. Entre o km e 7+200, esta alternativa poderá afectar marginalmente o habitat 3170*, localizado junto de uma pequena albufeira. A quantificação da área de habitats afectados pelos diferentes traçados consta no Quadro /368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

285 Quadro Área de cada habitat e de outros usos afectada pelos corredores P1, P2 e P3 Habitat P1 P2 P ,51 10,823 6, ,964 3,964 7, * 1,056 1, ,425 28,425 17, ,695 1,695 Total habitats 43,65 45,963 32,185 Uso agrícola 53,692 50,394 45,091 Floresta de produção ,916 1,916 0,409 Plano de água 0,136 0,137 Urbano 0,553 Vias 0,558 Total outros usos 56,855 52,447 45,5 Total 100,505 98,41 77,685 Valores em ha. * - Habitats prioritários As alternativas P1, P2 e P3 apresentam, no seu conjunto, representatividade cartográfica de quatro habitats e de cinco tipos de uso do solo (Quadro 6.6.1). Salientam-se os habitats 6310 e 5330 pela sua representatividade em qualquer das alternativas. São, ainda, de valorizar, pela sua importância para a conservação da flora, os habitats 6220* e A nível florístico é de referenciar a presença de sobreiros de grande porte, normalmente associados aos habitats 6310 e 9330 e, portanto, mais significativa nas alternativas P1 e P2. Relativamente às espécies dos anexos do Decreto-Lei n.º 140/99, foi detectada a presença de uma população de Narcissus bulbocodium, entre o km e da alternativa P3. Na comparação das três alternativas sobressai que a P3 não afecta de forma expressiva qualquer habitat prioritário e afecta em menor extensão o habitat 6310, ao mesmo tempo que não afecta o habitat Por outro lado, por corresponderem a alternativas mais extensas, as soluções P1 e P2 afectam maior extensão de habitats que a solução P3. Concluindo, embora sendo aconselhável a adopção de medidas de minimização, o corredor P3 apresenta menos impactes sobre a flora, vegetação e habitats do que os corredores P1 e P2. Entre estes, não há diferenças apreciáveis, excepto para o habitat 5330, cuja afectação é superior em P2. Assim, a alternativa mais favorável é a P3, sendo as alternativas P1 e P2 ligeiramente menos favoráveis. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 283/368

286 Troço Central As alternativas C1 e C2 começam por ser idênticas num dos pontos mais sensíveis o atravessamento da Ribeira de Alpreade. Este curso de água apresenta uma flora diversificada e uma galeria ripícola bem desenvolvida. Porém, o local atravessado não apresenta características que o distingam de outras zonas adjacentes, não se justificando a consideração de alternativas. Os impactes originados poderão ser minimizados por atravessamento em viaduto. A alternativa C1 apresenta como outros pontos mais sensíveis uma pequena mancha de habitat 6310 entre o km e , e a presença do habitat 6220 desde o km até ao final. São também de notar a presença de pequenas manchas do habitat 3170* entre o km e e entre o km e Só a última está sobre o eixo da via projectada, na margem de uma pequena albufeira. A alternativa C2 também apresenta uma pequena mancha do habitat 6310 entre o km e , mas afectando-a de forma mais directa que a alternativa C1. Afecta de forma marginal outra mancha de habitat 6310 ao km , intercepta uma ribeira onde estão presentes, em mosaico, os habitats 3280, 6430 e 91B0 em bom estado de conservação, ao km , entrando depois desde ponto até ao final num mosaico dos habitats 6220* e Paralelamente, ocorrem pequenas manchas do habitat prioritário 3170 entre o km e As alternativas C1 e C2 apresentam oito conjuntos de habitats com representatividade cartográfica, num total de nove habitats distintos e de dois tipos de uso do solo (Quadro ). Salientam-se os habitats 5330, 6220*, 6310 e 9230 pela sua representatividade em qualquer um dos traçados. São, ainda, de valorizar, pela sua importância para a conservação da flora, os habitats 6220* e De fraca expressão territorial, mas igualmente importantes pela sua relevância ecológica são os conjuntos englobando os habitats 3260, 3280, 6430 e 91B0. É também neste contexto que surgem manchas residuais dos habitats 3170* e 91E0*, mas sem dimensão cartográfica. Quadro Área de cada habitat e de outros usos do solo nos corredores C1 e C2 Habitat C1 C B0 0,162 0, B0 0,032 0, ,9 14, , * 12,083 10, ,003 11, ,517 12, ,021 Total habitats 45,011 50,11 Uso agrícola 29,892 30, /368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

287 Habitat C1 C2 Plano de água 0,018 Total outros usos 29,892 30,333 Total 74,903 80,443 Valores em ha. * - Habitats prioritários A nível florístico continuam a ser de destacar a presença de sobreiros e azinheiras, associados aos habitats 6310 e 9330 e protegidos por legislação específica. Refira-se também a riqueza florística associada às galerias ripícolas e linhas de água e que engloba organismos característicos dos habitats 3170*, 3260, 3280, 6430 e 91B0. É também de notar a maturidade florística e fitocenótica de alguns carvalhais (habitat 9230) em bom estado de conservação. Refira-se, ainda, que, associado à ribeira de Alpreade se encontra, em situação residual e sem dimensão cartográfica, o habitat 91E0*. Na comparação das duas soluções sobressai que o traçado C2 afecta em maior extensão praticamente todos os habitats protegidos, tendo-se igualmente observado no terreno que essas formações estão globalmente em melhor estado de conservação que as observadas no traçado C1. Assim, a alternativa C1 é a mais favorável, sendo a alternativa C2 menos favorável. Troço Nascente A comparação das alternativas N1 a N20 é mais complexa, face ao número de alternativas propostas e à sobreposição de algumas delas. Essa sobreposição diminui as suas diferenças. No conjunto das opções existe representatividade cartográfica de nove habitats e de dois tipos de uso do solo (Quadro 8.6.3). O habitat que maior área ocupa em todas as opções é o O uso agrícola e as florestas de produção, maioritariamente de eucalipto (Eucalyptus globulus) e, em menor escala, de pinheiro-bravo (Pinus pinaster), têm também elevada representação espacial. Estes três tipos de ocupação representam, em média, cerca de 85% da superfície cartografada. Os montados (6310) e as florestas de quercíneas (9330) ocupam em média, 6,2% da superfície total, enquanto os biótopos rupícolas (com habitat 8230) ocupam cerca de 3%, mas associados ao habitat Os malhadais (6220*) ocupam, em média, cerca de 3% da área cartografada. Os habitats ligados ao meio aquático (3280, 3290, 6430, 91B0) ocupam menos de 1% da superfície total cartografada. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 285/368

288 Quadro Área de cada habitat e de outros usos do solo nos corredores N1 a N20 Habitat N1 N2 N3 N4 N5 N6 N7 N8 N9 N10 N11 N12 N13 N14 N15 N16 N17 N18 N19 N20 Média % do total ,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,0 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 0,0 0,8 0, B0 1,1 0,9 1,1 1,1 0,9 1,1 1,1 0,9 1,1 1,1 1,0 1,1 0,4 0,9 0,7 0,9 0,9 0,7 0,9 0,6 0,9 0, ,0 0,1 0,1 0,0 0,1 0,1 0,0 0,1 0,1 0,0 0,1 0,1 0,2 0,0 0,1 0,1 0,0 0,1 0,1 0,2 0,1 0, ,4 100,1 101,8 99,1 97,8 99,5 107,8 106,5 108,2 105,7 104,4 106,1 59,3 100,6 99,4 101,0 98,4 97,1 98,8 59,1 97,6 35, ,2 6,2 6,2 6,2 6,2 6,2 5,4 5,4 5,4 5,4 5,4 5,4 5,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 2,2 3,9 1, ,5 5,5 5,5 5,7 5,7 5,7 5,5 5,5 5,5 5,7 5,7 5,7 0,0 5,5 5,5 5,5 5,7 5,7 5,7 0,0 5,0 1,8 6220* 9,1 6,0 9,1 9,1 6,0 9,1 9,1 6,0 9,1 9,1 6,0 9,1 6,7 10,8 7,7 10,8 10,8 7,7 10,8 3,3 8,2 3, ,8 6,4 10,8 10,8 6,4 10,8 10,8 6,4 10,8 10,8 6,4 10,8 26,1 10,8 6,4 10,8 10,8 6,4 10,8 26,1 11,0 4, ,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 0,0 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 4,5 0,0 4,1 1, ,8 2,2 8,8 8,7 2,1 8,7 8,8 2,2 8,8 9,0 2,4 9,0 0,4 8,8 2,2 8,8 8,7 2,1 8,7 0,4 6,0 2,2 Total Habitats 148,3 132,9 148,7 146,0 130,6 146,4 153,9 138,6 154,4 152,1 136,8 152,6 98,6 142,8 127,5 143,3 140,5 125,2 141,0 91,9 137,6 50,1 Uso agrícola 65,0 75,0 73,6 65,5 75,5 74,1 63,3 73,3 71,9 63,7 73,7 72,3 145,6 62,5 72,5 71,1 63,0 73,0 71,6 147,3 77,7 28,3 Floresta de produção ,8 67,7 49,3 58,6 69,4 51,0 53,0 63,8 45,4 56,1 66,9 48,5 47,0 65,6 76,4 58,1 67,3 78,1 59,8 53,4 59,6 21,7 Total outros usos 121,9 142,7 122,9 124,0 144,8 125,1 116,3 137,1 117,3 119,8 140,6 120,8 192,6 128,2 149,0 129,2 130,3 151,1 131,3 200,7 137,3 49,9 Total 270,1 275,6 271,6 270,0 275,5 271,5 270,2 275,6 271,7 271,9 277,4 273,4 291,2 271,0 276,5 272,5 270,9 276,3 272,4 292,6 274,9 100,0 Valores em ha. * - Habitats prioritários 286/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

289 A nível florístico continuam a observar-se sobreiros e azinheiras, normalmente associados aos habitats 6310 e Geralmente trata-se de árvores adultas e em bom estado fitossanitário. Exemplos de bons exemplares de sobreiros situam-se entre os km e das alternativas N13 e N20, os km e das alternativas N2, N5, N8, N11, N13, N15, N18 e N20 e entre os km e das alternativas N1, N3, N4, N6, N7, N9, N10, N12, N14, N16, N17 e N19. Localmente não foram observadas espécies incluídas nos anexos do Decreto-Lei n.º 140/99. Não se encontram taxa ou sintaxa endémicos. Por isso, a generalidade dos impactes sobre a flora e vegetação tornam-se menos significativos devido à menor originalidade daqueles componentes. Porém, ambos apresentam-se razoavelmente conservados e por isso os habitats são de conservação mais relevante Relativamente aos habitats prioritários, podemos observar que o habitat 3170* tem representação pontual em todas as alternativas, sem contudo haver qualquer núcleo cuja dimensão ou conteúdo florístico mereça um destaque particular. O habitat 6220* ocorre também em todas as alternativas, nomeadamente no início dos traçados. Porém, só é marginalmente afectado nas alternativas N13 e N20. O habitat 6220* é ainda potencialmente afectado entre os km e e entre os km e para as alternativas N1, N3, N4, N6, N7, N9, N10, N12, N14, N16, N17 e N19. As alternativas N2, N5, N8, N11, N15 e N18 podem afectar o mesmo habitat entre os km e , enquanto as alternativas N13 e N20 podem afectá-lo entre os km e Globalmente, relativamente ao habitat prioritário 6220*, as alternativas N13 e N20 são as mais favoráveis. Relativamente aos habitats que ocorrem associados ao meio aquático, há ocorrências junto de todas as alternativas mas, de um modo geral, porque o escoamento é feito sobretudo no sentido norte-sul, as alternativas mais a sul contam com cursos de água mais desenvolvidos, havendo consequentemente galerias ripícolas e prados higrófilos mais desenvolvidos. Os principais ecossistemas estão associados à ribeira das Taliscas, com habitats em muito bom estado de conservação (presença em todas as alternativas, cerca do km a ), ribeiro Mourisco (presença em todas as alternativas, cerca do km , excepto na N13 e N20), ribeira de Moinhos (presença em todas as alternativas ao km , mas as alternativas N13 e N20 cruzam apenas o habitat 3290, na ribeira de Monsantela, ao km ), Barroca da Figueira (apenas habitat 3290 e com presença em todas as alternativas, excepto N13 e N20 km , alternativas N1, N3, N4, N6, N7, N9, N10, N12, N14, N16, N17 e N19; km , alternativas N2, N5, N8, N11, N15 e N18), rio Pônsul (presença em todas as alternativas km , alternativas N1, N3, N4, N6, N7, N9, N10, N12, N14, N16, N17 e N19; km , alternativas N2, N5, N8, N11, N15 e N18; km , alternativas N13 e N20) e ribeiras das Poldras e das Tapadas (presença em todas as alternativas, mas com maior afectação nas alternativas N2, N3, N5, N6, N8, N11, N12, N13, N15, N16, N18, N19 e N20, ao km ). Nesta segunda prioridade, as alternativas N13 e N20 aparecem mais uma vez como mais favoráveis, relativamente às outras alternativas. Relativamente ao habitat 6310, existem manchas de elevada representatividade junto a Medelim, Eugénia e Penha Garcia. As principais manchas susceptíveis de impactes situam- Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 287/368

290 se entre o km e , entre o km e e entre o km e das alternativas N13 e N20; o km e das alternativas N2, N5, N8, N11, N13, N15, N18 e N20; e entre o km e das alternativas N1, N3, N4, N6, N7, N9, N10, N12, N14, N16, N17 e N19. Junto a Penha Garcia, a afectação é possível em todos os traçados. Dado ser obrigatória a compensação dos danos sobre este habitat, os possíveis impactes negativos perdem algum peso. Dessa forma, apesar deste parâmetro ser menos favorável para as alternativas N13 e N20, o seu peso não deve ser demasiado valorizado. Quanto aos habitats 5330 e 8230, estes são frequentes em qualquer das alternativas consideradas, mas assumem maior extensão territorial nas alternativas sul (todas as opções excepto as alternativas N13 e N20). Também neste parâmetro as alternativas N13 e N20 aparecem como mais favoráveis. Síntese No Quadro apresenta-se uma síntese da comparação de alternativas em cada troço do IC31. Quadro Comparação de alternativas, considerando os impactes na flora, vegetação e habitats Alternativa Síntese dos impactes na flora, vegetação e habitats Troço Poente P1 - P2 - P3 + Troço Central C1 + C2 - - Troço Nascente N1 - - N2 - N3 - - N4 - - N5 - N6 - - N7 - - N8 - N9 - - N N11 - N /368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

291 Alternativa Síntese dos impactes na flora, vegetação e habitats N13 + N N15 - N N N18 - N N20 + = Alternativas equivalentes + Alternativa(s) mais favorável - Alternativa(s) ligeiramente menos favoráveis - - Alternativa(s) menos favoráveis Alternativa(s) muito menos favoráveis Fauna Na comparação das diferentes alternativas de traçado considerou-se um conjunto de parâmetros que permitem discriminar cada uma delas em função das eventuais afectações que resultem da sua construção e exploração. Os parâmetros considerados são os seguintes: Extensão do traçado - Consideram-se mais favoráveis as alternativas com menor extensão; Utilização / reconstrução de vias existentes - Consideram-se mais favoráveis as alternativas que incluem uma maior extensão de utilização de vias existentes; Afectação de zonas de nidificação de espécies de aves sensíveis e de colónias de aves - Consideram-se como mais favoráveis as alternativas que se desenvolvem mais próximo de vias existentes; Afectação de habitats ricos em espécies - Consideram-se mais favoráveis as alternativas que atravessam menores extensões de habitats ricos em espécies. Uma vez que a representatividade dos habitats é muito variável adimensionalizaram-se os valores de modo a torná-los comparáveis. No cálculo das áreas considerou-se um corredor de afectação directa de 80 m centrado no eixo da via. Os resultados desta comparação são apresentados no Quadro Nos casos em que o parâmetro não contribui para a discriminação das alternativas, porque a diferença entre elas é reduzida, consideram-se equivalentes para todas as alternativas. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 289/368

292 Alternativa Quadro Comparação de alternativas, considerando os impactes na fauna Extensão Utilização de vias existentes Troço Poente Afectação de espécies sensíveis e colónias Habitats ricos em espécies Apreciação global P1 - = P2 - = P3 + = Troço Centro C C Troço Nascente N1 = - - = N2 = - = + - N3 = - - = N4 = - - = N5 = - - = N6 = - - = N7 = - - = N8 = - - = N9 = - - = N10 = - - = N11 = - = + - N12 = - - = N13 = + = + + N14 = - - = N15 = - = + - N16 = - - = N17 = - - = N18 = - = + - N19 = - - = N20 = + = + + = Alternativas equivalentes + Alternativa(s) mais favorável - Alternativa(s) ligeiramente menos favoráveis - - Alternativa(s) menos favoráveis Alternativa(s) muito menos favoráveis 290/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

293 Síntese da comparação de alternativas Considerando a análise efectuada em separado para a flora, vegetação e habitats e para a fauna, verifica-se que existe concordância na identificação das alternativas mais favoráveis em cada uma dos troços do IC31. No Troço Poente a alternativa P3 é a mais favorável para os dois factores. As alternativas P1 e P2 consideram-se equivalentes em ambos, diferindo, entre factores, na classificação (são consideradas ligeiramente menos favoráveis para a flora, vegetação e habitats e menos favoráveis para a fauna). No Troço Centro a alternativa C1 é, também, a mais favorável para os dois factores. Finalmente, no Troço Nascente, as alternativas P13 e P20 são claramente as mais favoráveis para os dois factores. Entre factores a classificação das alternativas menos favoráveis não coincide. No geral, estas são consideradas menos favoráveis para a fauna que para a flora, vegetação e habitats, sendo a diferença de um grau da escala. No Quadro apresenta-se a síntese da comparação de alternativas para a componente biológica, considerando as comparações parcelares efectuadas para a flora vegetação e habitats e para a fauna. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 291/368

294 Alternativa Quadro Síntese da comparação de alternativas, considerando os impactes na Componente Biológica Impactes na flora, vegetação e habitats Troço Poente Impactes na fauna Síntese dos impactes na Componente Biológica P P P Troço Central C C Troço Nascente N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N = Alternativas equivalentes + Alternativa(s) mais favorável - Alternativa(s) ligeiramente menos favoráveis - - Alternativa(s) menos favoráveis Alternativa(s) muito menos favoráveis 292/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

295 8.7. Qualidade do Ar Para a fase de construção do IC31, os impactes identificados são passíveis de minimização, não se prevendo alterações significativas em termos de qualidade do ar, para qualquer das soluções de traçado em estudo. Analogamente, para a fase de exploração, mesmo para o ano 2033 (ano horizonte), considerando valores de tráfego para uma situação de extrema afluência e em condições atmosféricas muito desfavoráveis, as concentrações estimadas de CO, NO 2 e PM 10 serão sempre bastante inferiores aos respectivos valores limite legislados. Sendo assim, a qualidade do ar não se considera um descritor diferenciador entre as soluções alternativas de traçado em estudo para o IC31. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 293/368

296 8.8. Ambiente Sonoro Comparação por troços, considerando os critérios legais vigentes A análise comparativa das Soluções e/ou Combinação de Soluções é feita através do número médio de receptores expostos ao ruído de circulação rodoviária onde se verifica o incumprimento dos critérios legais vigentes. Ou seja, onde os valores previstos para os indicadores de ruído L den e L n ultrapassam os valores limites de 63 db(a) e 53 db(a) respectivamente. Apresenta-se, no Quadro 8.8.1, o número médio de receptores existentes na envolvente das Alternativas previstas dos três troços em análise, onde se prevê a violação da legislação, para o ano inicial, para o ano intermédio e para o ano horizonte. Quadro Comparação de alternativas, por troços, em termos do número médio de receptores expostos ao ruído, de acordo com a legislação em vigor Alternativa Nº Médio de Receptores expostos onde são violados os critérios legais TROÇO POENTE Nº Médio Total de Receptores expostos onde se verifica o incumprimento da legislação P1 3 +1* +2* 6 P * 3 P TROÇO CENTRAL C C TROÇO NASCENTE N N N N N N N N N N /368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

297 Alternativa Nº Médio de Receptores expostos onde são violados os critérios legais TROÇO POENTE Nº Médio Total de Receptores expostos onde se verifica o incumprimento da legislação N N N * 31 N N N N N N N * 31 * Número adicional face ao indicado no ano inicial Face ao número de receptores expostos à circulação rodoviária onde se verifica o incumprimento da legislação em vigor conclui-se: Troço Poente Neste troço são comparadas três alternativas: P1 (km ao km da Solução 1), P2 (Solução 1A com Solução 1 km ao km da Solução 1A (km da Solução 1) até cerca do km da Solução 1) e P3 (km ao km da Solução 1B). A Solução 1B (alternativa P3) é a solução mais favorável, neste troço, para o ambiente sonoro. A Solução 1A conjugada com a Solução 1 (alternativa P2) é a solução ligeiramente menos favorável, neste troço, para o ambiente sonoro local. A Solução 1 (alternativa P1) é a solução menos favorável, neste troço, para o ambiente sonoro local. Troço Central Neste troço são comparadas duas alternativas: C1 (km ao km da Solução 1) e C2 (km ao km da Solução 2). Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 295/368

298 A Solução 2 (alternativa C2) é a solução mais favorável em termos de afectação do ambiente sonoro local. A Solução 1 (alternativa C1) é a solução ligeiramente menos favorável em termos de afectação do ambiente sonoro local. Troço Nascente Neste troço, as Alternativas N4, N5, N11 e N15 são equivalentes em termos de afectação de usos do solo com sensibilidade ao ruído. Não se observa junto dos usos do solo com sensibilidade existentes na sua envolvente, o incumprimento dos critérios legais vigentes. As Alternativas N13 e N20 são equivalentes em termos de afectação de usos do solo com sensibilidade ao ruído, verificando-se na sua envolvente o incumprimento dos critérios legais vigentes junto de um número considerável de receptores com utilização sensível ao ruído. Pelo exposto, as Alternativas N4, N5, N11 e N15 são as Alternativas mais favoráveis em termos de afectação do ambiente sonoro local e as Alternativas N13 e N20 são as Alternativas muito menos favoráveis, afectando o maior número de usos do solo com sensibilidade ao ruído, comparativamente com as restantes Síntese da comparação de alternativas Apresenta-se no Quadro a síntese da comparação de alternativas considerando os impactes no Ambiente Sonoro. Quadro Síntese da comparação de alternativas considerando os impactes no Ambiente Sonoro Alternativa Nº Médio Total de Receptores expostos onde se verifica o incumprimento da legislação Troço Poente Apreciação global P P2 3 - P3 0 + Troço Central C1 1 - C2 0 + Troço Nascente N1 1 - N2 1 - N /368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

299 Alternativa Nº Médio Total de Receptores expostos onde se verifica o incumprimento da legislação Apreciação global N4 0 + N5 0 + N6 1 - N7 1 - N8 1 - N9 1 - N N N N N N N N N N N = Alternativas equivalentes + Alternativa(s) mais favorável - Alternativa(s) ligeiramente menos favoráveis - - Alternativa(s) menos favoráveis Alternativa(s) muito menos favoráveis Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 297/368

300 8.9. Componente Social Com base na análise efectuada no capítulo 6.9 apresenta-se a comparação das alternativas em estudo nos troços poente, central e nascente Troço Poente Da análise efectuada anteriormente pode concluir-se o seguinte: A Solução 1A é mais vantajosa do que a Solução 1, uma vez que tem menores impactes em áreas agrícolas e habitações, na zona do nó de Alcains; A Solução 1B, tal como a Solução 1A, tem menores impactes na zona do nó com a A23 do que a Solução 1. A afectação de áreas agrícolas ocorre em parcelas com maior dimensão e, portanto, com maior possibilidade de superar o efeito de seccionamento. As culturas afectadas têm menor importância económica. Pelas razões expostas, a Solução 1B é mais favorável do que a Solução 1 e ligeiramente mais favorável do que a Solução 1A Troço Central A Solução 2 surge como ligeiramente mais favorável do que a Solução 1, relativamente aos impactes nas áreas agrícolas, uma vez que atravessa solos com menor aptidão e culturas com menor importância económica Troço Nascente Em função da análise efectuada anteriormente e de forma a racionalizar e simplificar a análise das alternativas existentes no Troço Nascente considera-se primeiramente a análise de dois blocos de alternativas: Solução 1, Solução 1C, Solução 3 e Solução 4; Solução 5 e Solução 5.1. Relativamente à Solução 1 verificou-se não existirem efeitos diferenciadores entre as Soluções 1C, 3 e 4 e os respectivos trechos da Solução 1, pelo que, tendo em conta a 298/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

301 escala de análise efectuada, a opção por cada uma destas soluções não é relevante do ponto de vista da Componente Social. Entre a Solução 5 e a Solução 5.1 verifica-se que a Solução 5 é mais favorável relativamente aos impactes em áreas agrícolas (culturas temporárias de sequeiro e olival), mas a Solução 5.1 é mais favorável no que respeita às acessibilidades a Proença-a-Velha, no que respeita aos percursos no sentido Medelim/Proença-a-Velha. Relativamente à Solução 5.1, a Solução 5 obriga a um percurso cerca de 8 km mais longo. No cômputo geral, considera-se a Solução 5.1 ligeiramente mais favorável. A análise fundamental coloca-se, pois, relativamente a um terceiro bloco de alternativas: Solução 1 versus Solução 5; Solução 1 versus Solução 5, incluindo as hipóteses de interligação entre ambas, possibilitadas pelas Soluções 6 e 7. A Solução 1 surge como claramente mais favorável do que a Solução 5 no que respeita aos impactes em áreas agrícolas, áreas urbanas e de habitação dispersa. A Solução 5 implica a existência de um ponto crítico com significativos impactes locais, na zona Monsatela e Cidral. Relativamente às acessibilidades, a Solução 1 é mais favorável no que respeita às acessibilidades a Idanha-a-Velha, mas é claramente menos favorável no que respeita às acessibilidades a Medelim e, indirectamente, ao concelho de Penamacor, bem como relativamente à zona de Monsanto. Em relação a Penha Garcia a diferença entre as duas soluções não é muito significativa. Tendo em conta a globalidade destes aspectos, considera-se que a Solução 1 é mais favorável do que a Solução 5. A interligação entre a Solução 1 e a Solução 5, possibilitada pelas Soluções 6 e 7, tem apenas efeito no troço final do projecto, entre Penha Garcia e Monfortinho, aproximadamente entre os km e , tomando como referência a quilometragem da Solução 5. O interesse principal destas hipóteses de interligação reside, fundamentalmente, na possibilidade de evitar a presença de duas estradas (EN239 e futuro IC31) muito próximas uma da outra, caso se opte pela Solução 1 até ao km ou Acontece, porém, que o aproveitamento da actual plataforma da EN239 pelo IC31 coloca problemas ao nível das serventias locais, uma vez que o IC31 será uma via vedada, não permitindo acessos laterais. Deste modo, e como se referiu aquando da análise de impactes da Solução 5, o facto de esta solução se desenvolver em vários trechos sobre a plataforma da actual EN239 obrigará à construção de extensos caminhos paralelos para restabelecer os inúmero acessos laterais Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 299/368

302 que serão afectados. Acresce ainda que se verifica alguma ocupação edificada, embora pontual, junto à actual EN239, e uma lixeira selada (km da Solução 5), pelo que a construção dos caminhos paralelos, para além da afectação de culturas agrícolas, se deparará também com alguns obstáculos a contornar. Por noutro lado, os impactes nos usos do solo e o duplo efeito de barreira introduzido pela Solução 1 entre os km e (troço próximo da EN239) não são significativos, desde que sejam restabelecidos os caminhos rurais afectados. Deste modo, não se considera que, para evitar a presença de duas estradas muito próximas numa extensão de cerca de 5 km, seja vantajoso optar pela Solução 5 ou pelas interligações entre a Solução 1 e a Solução 5 possibilitadas pela Solução 6 e, menos ainda, pela Solução 7. Do ponto de vista das acessibilidades locais é mais vantajoso manter integralmente o funcionamento da actual EN239, com acessos laterais, e o futuro IC31 com acessos apenas na zona dos nós, pelo que se considera a Solução 1 como mais favorável Síntese da comparação de alternativas No Quadro procede-se a uma análise global e mais sistematizada das diversas alternativas. Soluções Quadro Comparação de alternativas considerando impactes na componente social Acessibilidades regionais Acessibilidades locais Áreas agrícolas Troço Poente Áreas habitacionais Efeito barreira Apreciação P1 = P2 = P3 = Troço Central C1 = - - = C2 = + + = + + Troço Nascente N N N N N N N N N N N global 300/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

303 Soluções Acessibilidades regionais Acessibilidades locais Áreas agrícolas Áreas habitacionais Efeito barreira Apreciação N N N N N N N N N global = Alternativas equivalentes + Alternativa(s) mais favorável - Alternativa(s) ligeiramente menos favoráveis - - Alternativa(s) menos favoráveis Alternativa(s) muito menos favoráveis Em síntese, verifica-se que: No Troço Poente, a Alternativa P3, correspondente à Solução 1B, é a mais favorável por evitar afectação de habitações, ter impactes menos importantes em áreas agrícolas com culturas com maior valor económico (vinha) e ter um efeito de barreira menos relevante, por atravessar parcelas agrícolas de maior dimensão e com culturas de sequeiro. Ao nível das acessibilidades locais esta alternativa é ligeiramente menos favorável relativamente a Alcains, uma vez que o nó de ligação à EN18 se situa mais para norte. No Troço Central, a Alternativa C2, correspondente à Solução 2, é mais favorável, por afectar áreas agrícolas menos importantes e por permitir um acesso mais curto à sede de concelho, Idanha-a-Nova. No Troço Nascente, as alternativas N13 e N20, que incluem a Solução 5 na maior parte da sua extensão, são as alternativas menos favoráveis, por afectarem áreas agrícolas mais importantes, por se desenvolverem muito próximo de habitações e causarem um efeito de barreira mais significativo em áreas agrícolas e urbanas. Estas alternativas são mais favoráveis relativamente às acessibilidades locais a Proença-a-Velha, Medelim, Monsanto e ao concelho de Penamacor. Nos trechos em que a Solução 5 se sobrepõe à actual EN239, estas alternativas têm impactes significativos ao nível dos acessos laterais, actualmente possíveis na EN239, mas não permitidos no futuro IC31, via que será vedada. As alternativas N1, N4, N7, N10, N14 e N17, que incluem a Solução 1 mas não incluem as Soluções 6 e 7 de interligação com a Solução 5, são as mais favoráveis, pelas razões opostas às referidas anteriormente para as alternativas N13 e N20, no que respeita às áreas agrícolas, habitacionais e efeito de barreira. Do ponto de vista das acessibilidades só são mais favoráveis para Idanha-a-Velha e para as Termas de Monfortinho, por o percurso total ser mais curto cerca de 3,2 km. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 301/368

304 As restantes alternativas, que incluem as Soluções 6 e 7 de interligação entre a Solução 1 e a Solução 5, são preferíveis face às que incluem a Solução 5 (N13 e N20), mas são ligeiramente menos favoráveis do que as alternativas N1, N4, N7, N10, N14 e N17, uma vez que colocam também problemas de acesso lateral nos trechos que se sobrepõem à actual EN239. Em síntese, as alternativas globais mais favoráveis são as que articulam a Alternativa P3, no troço poente, com a Alternativa C2, no troço central, e qualquer uma das Alternativas N1, N4, N7, N10, N14 ou N17, no troço nascente. 302/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

305 8.10. Ordenamento do Território e Condicionantes Como foi referido no ponto de avaliação de impactes, considera-se que qualquer das alternativas possíveis de traçado contribui para os objectivos de estruturação do território e de melhoria das acessibilidades, pelo que não ocorrem diferenciações de alternativas a essa escala. É ao nível das incidências locais, sobre os instrumentos de gestão do território, as consicionantes de usos do solo e a efectiva ocupação do mesmo que essa diferenciação se pode fazer de modo sensível. Como factores de diferenciação são considerados: o ajustamento aos PDM (fundamentalmente a inscrição da S1B no espaço-canal definido no PDM de Castelo Branco); a afectação de áreas de RAN (considerando a extensão da afectação prevista); a afectação de solos integrados na REN (considerando a extensão da afectação prevista, não se fazendo distinção entre as diferentes categorias da REN); os impactes sobre áreas edificadas e o potencial efeito de barreira sobre o desenvolvimento territorial; a afectação de áreas de montado (considerando a extensão da afectação prevista), sobretudo tendo em conta o peso das correspondentes medidas legais de compensação por estas afectações. Não se prevê a afectação significativa de infra-estruturas ou de equipamentos nem a existência de outras servidões administrativas que pudessem influir nesta comparação de soluções de traçado; como foi referido no ponto , procurou-se evitar redundâncias com a avaliação desenvolvida noutros factores ambientais, como a ecologia, a componentes social e os solos, nomeadamente quanto à ocupação dominante nos corredores atravessados, salvo quando há uma imediata consequência em termos de ordenamento do território, com implicações legais ou sobre servidões administrativas, como são os casos da RAN, REN e montados de sobro e azinho. No Quadro apresenta-se uma síntese das afectações de RAN, de REN e de povoamentos de sobreiro e azinheira, por alternativa. No Quadro procede-se à análise comparativa das alternativas de traçado relativamente ao ordenamento do território, para os três Troços Poente, Central e Nascente em que se divide a via em estudo. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 303/368

306 Quadro Afectações de RAN, de REN e de povoamentos de sobreiro e azinheira, por alternativa Alternativas Área de RAN (ha) Área de REN (ha) Troço Poente Área de Povoamento de sobreiro ou azinheira (ha) P1 8,0 4,6 7,4 P2 7,5 4,6 7,4 P3 4,3 4,9 8,6 Troço Central C1 10,7 6,1 5,2 C2 9,1 8,5 4,4 Troço Nascente N1 4,7 8,0 17,3 N2 6,1 14,6 12,6 N3 5,4 12,9 17,3 N4 4,7 8,0 16,8 N5 6,1 14,6 12,1 N6 5,4 12,9 16,8 N7 5,0 17,2 15,7 N8 6,4 23,8 11,0 N9 5,7 22,1 15,7 N10 5,0 17,2 15,2 N11 6,4 23,8 10,5 N12 5,7 22,1 15,2 N13 16,4 23,1 14,8 N14 4,7 8,0 15,0 N15 6,1 14,6 10,3 N16 5,4 12,9 15,0 N17 4,7 8,0 14,5 N18 6,1 14,6 9,8 N19 5,4 12,9 14,5 N20 16,3 23,3 14,1 304/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

307 Alternativas Quadro Comparação de alternativas de traçado Ordenamento do território Ajustamento aos PDM Afectação de RAN Afectação de REN Troço Poente Áreas edificadas e efeitos de barreira Afectação de montado Apreciação global P = P = P3 + + = Troço Central C1 = - + = - - C2 = + - = + + Troço Nascente N1 = N2 = N3 = N4 = N5 = N6 = N7 = N8 = N9 = N10 = N11 = N12 = N13 = N14 = N15 = N16 = N17 = N18 = N19 = N20 = = Alternativas equivalentes + Alternativa(s) mais favoráveis - Alternativa(s) ligeiramente menos favorável - - Alternativa(s) menos favorável Alternativa(s) muito menos favorável Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 305/368

308 Da síntese comparativa sistematizada no Quadro acima, ressalta a preferência pelas alternativas que integram a proposta da Solução S1, em detrimento da Solução S5, pois esta solução implicará uma desestruturação do território pela sua sobreposição parcial à EN239; essa sobreposição obrigará à construção de um elevado número de restabelecimentos ou de caminhos paralelos, para reposição dos acessos marginais à actual via e minimizar os efeitos de barreira assim criados, além de que ficarão parcelas consideráveis de terreno sem possibilidade de usos, entre o IC31, os troços da EN 239 a manter e os novos caminhos a criar. A solução S5 tem, ainda, maiores afectações de áreas de REN e interferência significativa com as áreas edificadas junto a Monsanto, factores que igualmente penalizam esta opção. No entanto, a alternativa N18, que integra trechos do traçado da S5 apresenta algumas vantagens em termos de menor ocupação de RAN e de áreas de montado, o que lhe permite ser considerada igualmente como uma das alternativas preferenciais em termos de ordenamento do território e condicionantes aos usos do solo. No Troço Poente, a Solução S1B (P3) surge como preferencial, pois está de acordo com o definido no PDM de Castelo Branco, permite a criação de um novo nó que reforçará a acessibilidade de toda esta região ao IP2/A23, abrangendo também a área de influência do Fundão, sem penalização excessiva das ligações a Castelo Branco e Alcains e não terá interferência sobre a envolvente edificada (habitacional e industrial) de Alcains. No Troço Central a alternativa C2 surge como mais favorável do que a C1, devido à menor afectação de montado e de RAN. No Troço Nascente, a grande diferenciação, já referida, é entre a utilização do corredor da S1 ou do corredor da S5, sendo a preferência pela faixa mais a sul, da S1 (alternativa N1), pelas razões já referidas acima. Dentro desta solução, a sul, as opções pontuais pela Solução 1C (alternativa N4) ou pela Solução 4 (alternativa N14) são também alternativas mais favoráveis no Troço Nascente. 306/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

309 8.11. Património Cultural Não obstante se considerar que uma importante diferenciação entre as alternativas relaciona-se com a extensão das medidas minimizadoras associadas, realizou-se uma primeira análise das alternativas tendo como critério o número de sítios referenciados nos corredores em estudo para cada uma das alternativas, resultados que são apresentados no Quadro , introduzindo-se uma segunda coluna referente ao número de medidas de minimização indicadas para cada uma das hipóteses de traçado. É da ponderação de ambos os critérios que se identifica o traçado de menor impacte para a preservação e salvaguarda patrimonial. A classificação na avaliação comparativa das alternativas propostas é estabelecida desde a alternativa que comparativamente se apresenta mais favorável, sem impactes residuais ou de reduzido significado (+), as alternativas ligeiramente menos favoráveis (-), as alternativas menos favoráveis (- -) e por fim as alternativas muito menos favoráveis e com impactes muito significativos (- - -). Quadro Comparação de alternativas considerando impactes no Património Cultural Alternativas N.º Sítios N.ºSítios c/medidas Avaliação Troço Poente P P P Troço Central C C Troço Nascente N N N N N N N N N N N N Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 307/368

310 Alternativas N.º Sítios N.ºSítios c/medidas Avaliação N N N N N N N N = Alternativas equivalentes + Alternativa(s) mais favorável - Alternativa(s) ligeiramente menos favoráveis - - Alternativa(s) menos favoráveis Alternativa(s) muito menos favoráveis A escolha definitiva para o traçado conjuga as seguintes opções de traçado: para o Troço Poente a Alternativa P1, para o Troço Central a Alternativa C1, escolha que assenta na natureza do sítio afectado por esta alternativa (Sítio 9, Fontanário) e não pela quantificação de medidas, e finalmente para o Troço Nascente a alternativa N13. Assim o traçado mais favorável é a conjugação P1+C1+N13. Corresponde este traçado à Solução 1, desde o km 0 até Solução 3 entre os km até Solução 5 entre os km até Solução até ao km /368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

311 8.12. Paisagem Introdução Tendo em conta os principais impactes na paisagem e com vista à comparação das alternativas, procede-se seguidamente à sua avaliação quantitativa baseada nos factores de impacte mais importantes: Dimensão dos taludes; Afectação de vegetação com valor paisagístico; Extensão do troço visível; Afectação da rede de drenagem natural; Para cada um destes parâmetros é medida a extensão afectada em cada uma das soluções em alternativa Dimensão dos taludes A comparação deste parâmetro foi feita com base na análise dos perfis longitudinais, ao eixo da via, para todas as soluções, tendo sido agrupadas as alterações ao relevo (taludes de escavação e de aterro) em três categorias (5 10 metros, m, e > 20 m). Os metros lineares de escavação e de aterro ao longo do traçado, para cada uma das alternativas previstas, foram medidos e ponderados de acordo com os valores apresentados no quadro seguinte. Quadro Valores de ponderação para o critério dimensão dos taludes Talude Altura Peso Aterro e/ou Escavação 5 a 10 m 1 Aterro 10 a 20 m 2 Escavação 10 a 20 m 3 Aterro > 20 m 4 Escavação > 20 m 5 Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 309/368

312 Consideraram-se apenas taludes de dimensão superior a 5 metros de altura por ser os que apresentam já altura significativa face às características topográficas presentes na paisagem atravessada pelas alternativas em análise. A diferença de ponderação entre taludes de aterro e de escavação de altura superior a 10 metros decorre do facto de se verificar uma maior facilidade no revestimento vegetal dos taludes de aterro que, embora constituam sempre uma barreira, se forem objecto de uma modelação adequada e tratamento vegetal integram-se mais facilmente na paisagem. No Quadro apresentam-se os valores ponderados relativos ao critério dimensão dos taludes. 310/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

313 Alternativa Extensão (m) Quadro Valores ponderados relativos ao critério Dimensão dos Taludes Aterro Escavação 5 a 10 m 10 a 20 m superiores a 20 m 5 a 10 m 10 a 20 m superiores a 20 m Valor Extensão Valor Extensão Valor Extensão Valor Extensão Valor Extensão Valor ponder. (m) ponder. (m) ponder. (m) ponder. (m) ponder. (m) ponder. Troço Poente P P P Troço Central C C Troço Nascente N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N Extensão Total Total Ponderad o Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 311/368

314 Na comparação deste parâmetro constata-se o seguinte: Na secção Poente a alternativa P3 é a mais vantajosa e a alternativa P2 a mais desfavorável. Na secção Central a alternativa C1 é nitidamente a mais favorável. Na secção Nascente a alternativa N1 é a mais favorável seguida da N2 e as alternativas N14, N17 e N7 são as menos vantajosas Afectação de vegetação e trechos de paisagem com interesse paisagístico Para a comparação deste item foram medidas as extensões em que as diferentes soluções atravessam áreas ocupadas por vegetação arbórea e arbustiva com interesse ecológico e paisagístico, nomeadamente montados e galerias ripícolas. Foi também medido o comprimento dos trechos de paisagem com interesse paisagístico (Envolvente e Oledo e a Monsanto) que serão interceptados por cada uma das alternativas. A ponderação atribuída é apresentada no quadro seguinte. Quadro Valores de ponderação do critério afectação de vegetação e trechos de paisagem com interesse paisagístico Ocorrências Peso Montados 2 Galerias ripícolas 1 Trechos de paisagem com interesse 3 Embora qualquer das ocorrências tenha elevado valor ecológico e paisagístico considerouse que a perda dos trechos de paisagem com interesse paisagístico é a que apresenta maior dificuldade em minimizar uma vez que a via terá, nestas zonas, uma forte intrusão visual. No Quadro apresentam-se os valores ponderados relativos ao critério Afectação de vegetação e trechos de paisagem com interesse paisagístico. 312/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

315 Quadro Valores ponderados relativos ao critério afectação de vegetação e trechos de paisagem com interesse paisagístico Alternativa Extensão (m) Montado Valor ponder. Galeria ripícola Extensão (m) Valor ponder. Troço Poente Trechos de paisagem com especial interesse Extensão (m) Valor ponder. Total Ponderado P P P Troço Central C C Troço Nascente N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N Na comparação deste parâmetro, constata-se o seguinte: Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 313/368

316 Em relação à secção Poente as alternativas P1 e P2 são mais favoráveis relativamente à alternativa P3; Na secção Central a alternativa C2 é claramente a mais favorável; Relativamente à secção Nascente a alternativa N18 é a mais favorável, seguida das alternativas N11, N15 e N8. As alternativas menos vantajosas são as N13 e N Extensão do troço visível Para a análise comparativa do grau de afectação deste parâmetro foi medida, para cada uma das diferentes soluções alternativas, a extensão de via que se prevê venha a ficar mais exposta visualmente, tendo como pontos de acessibilidade visual as vias de comunicação automóvel e as zonas construídas. A medição destas áreas foi elaborada separadamente em função do tipo de ocupação do solo que se encontra presente nas zonas em que se prevê que venha a existir visualização da via, diferenciando-se as seguintes situações: Zonas abertas que correspondem aos espaços onde o revestimento do solo é predominantemente do estrato herbáceo; Zonas fechadas que correspondem às manchas florestais e aos montados /pinhais mansos com maior densidade de coberto; Zonas mistas ou seja aquelas em que existe uma diversidade de usos o que se traduz numa situação em que coexistem zonas abertas com distintos graus de permeabilidade visual. A ponderação atribuída é a apresentada no quadro seguinte. Quadro Valores de ponderação do critério extensão do troço visível Visualização Peso Zonas abertas 3 Zonas fechadas 1 Zonas mistas 2 Nesta análise comparativa não foram consideradas as situações que correspondem a alargamento de vias existentes excepto quando existem alterações ao traçado. 314/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

317 No Quadro apresentam-se os valores ponderados relativos ao critério extensão do troço visível. Quadro Valores ponderados relativos ao critério extensão do troço visível Alternativa Zonas visíveis Zonas abertas Zonas fechadas Zonas mistas Extensão (m) Valor ponder. Extensão (m) Valor ponder. Extensão (m) Valor ponder. Troço Poente Total Ponderado P P P Troço Central C C Troço Nascente N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N Na comparação deste parâmetro constata-se o seguinte: Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 315/368

318 Na secção Poente a alternativa P3 é a mais vantajosa e a alternativa P1 a mais desfavorável. Na secção Central a alternativa C1 é nitidamente a mais favorável. Na secção Nascente as alternativas N5 e N11 são as mais favoráveis e as alternativas N14 e N17 são as menos vantajosas Afectação da rede de drenagem natural Embora ao longo das distintas alternativas sejam afectadas inúmeras linhas de drenagem natural, neste parâmetro consideraram-se apenas as linhas de água constantes no Índice de Classificação Decimal das Linhas de Água (DGRAH, 1981) Para cada uma dessas linhas de água foi medido o comprimento afectado pela plataforma da via bem como pelos taludes laterais, atribuindo-se a este parâmetro os seguintes pesos: Linhas de água de 2ª ordem (Rio Ponsul) peso 4; Linhas de água de 3ª e 4ª ordem peso 2; Linhas de água atravessadas em viaduto peso 1. No Quadro apresentam-se os valores ponderados relativos ao critério Afectação da rede de drenagem natural. Na comparação deste parâmetro constata-se o seguinte: Na secção Poente a alternativa P3 é a mais vantajosa. Na secção Central as alternativas apresentam igual valor. Na secção Nascente a alternativa N1 é a mais favorável e as alternativas N13 e N20 são as menos vantajosas. 316/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

319 Quadro Valores ponderados relativos ao critério afectação da rede de drenagem natural Alternativa Comp. (m) Linhas de água de 2ª Ordem Linhas de água de 3ª e 4ª Ordem Total Aterro Viaduto Aterro Viaduto Val. Pond. Comp. (m) Val. Pond. Comp. (m) Troço Poente Val. Pond. Comp. (m) Val. Pond. Val. Pond. P P P Troço Central C C Troço Nascente N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 317/368

320 Síntese da comparação Para sintetizar os aspectos analisados na comparação de alternativas elaboram-se seguidamente quadros em que se agrupa, por solução alternativa, os parâmetros considerados como os mais significativos para a comparação dos impactes. No Quadro apresenta-se o valor total ponderado que corresponde ao somatório directo de todos os itens analisados. No segundo quadro (Quadro ) esses valores são novamente ponderados pela importância relativa da forma como cada uma das acções concorre para a alteração das características paisagísticas da área atravessada. Quadro Valor total dos impactes na Paisagem por alternativa Alternativa Movimentos de terras Afectação de vegetação com interesse paisagístico Afectação da rede de drenagem natural Escavação Aterro De nível Em viaduto Visualização da via Zonas abertas Restantes áreas Total Troço Poente P P P Troço Central C C Troço Nascente N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N Da análise do quadro anterior constata-se o seguinte: 318/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

321 Na secção Poente a alternativa P3 é a mais favorável e a alternativa P1 a menos vantajosa. Na secção Central a alternativa C1 é nitidamente a mais favorável. Na secção Nascente a alternativa N5 é a mais favorável seguidas das alternativas N2 e N11. As alternativas menos vantajosas são a N14 e a N17. Apesar do quadro apresentado permitir já uma comparação das alternativas entre si, considera-se que, dada a proximidade de alguns dos valores e a importância relativa de uns em face de outros, é importante ponderar os parâmetros analisados e calcular um coeficiente de relação entre eles. Para efeitos de ponderação considerou-se que: O impacte da visualização da via constitui uma importante alteração nas características paisagísticas do espaço afectado; A presença dos taludes pode em grande parte das situações ser atenuável, embora com maior dificuldade nas zonas de escavação de grande dimensão; A afectação do uso do solo (trechos de paisagem com interesse e manchas de vegetação com interesse ecológico e paisagístico), implica alterações nas relações produção/protecção, e consequentemente no equilíbrio ecológico da paisagem; A afectação de linhas de água tem implicações não só nos padrões de drenagem hídrica mas também na drenagem atmosférica. Com base no anteriormente referido, a ponderação atribuída a cada um dos parâmetros analisados foi a apresentada no quadro seguinte. Quadro Valor de ponderação para cada um dos parâmetros analisados Parâmetro analisado Peso atribuído Troço em escavação 2 Troço em aterro 1 Afectação de vegetação com interesse 3 Afectação da rede de drenagem natural (de nível) 2 Afectação da rede de drenagem natural (em viaduto) 1 Troço visível em zonas abertas 3 Troço visível nas restantes áreas 2 Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 319/368

322 Para calcular o coeficiente de relação entre os valores de um mesmo parâmetro, transformaram-se os valores obtidos para uma escala decimal, tendo sido atribuído o valor 10 (dez) ao mais elevado, calculando os outros proporcionalmente. Do cruzamento entre o parâmetro analisado, a proporcionalidade de afectação e o peso atribuído, obtém-se para cada uma das soluções em análise os valores presentes nos Quadro Da análise efectuada, verifica-se o seguinte: Na Secção Poente, a alternativa P3 é a mais vantajosa sendo a alternativa P1 a menos favorável; Na Secção Central, a alternativa C1 é a mais favorável; Na Secção Nascente, as alternativas mais favoráveis são a N5 e a N11 enquanto que as menos favoráveis são as alternativas N13, N14 e N20, seguidas da N4, N7, N10 e N /368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

323 Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 321/368

324 Quadro Impactes na paisagem: valor global ponderado por alternativa Alternativa Peso Taludes de escavação Valor atribuído Valor ponderado Peso Taludes de aterro Valor atribuído Valor ponderado Afectação de vegetação com interesse paisagísitco Peso Valor atribuído Valor ponderado Peso Troço visível Afectação de linhas de drenagem natural Zonas abertas Restantes áreas De nível Em viaduto Valor atribuído Valor ponderado Peso Valor atribuído Valor ponderado Peso Valor atribuído Valor ponderado Peso Valor atribuído Valor ponderado Total ponderado Apreciação global Troço Poente P1 10,00 20,00 9,04 9,04 7,94 23,83 10,00 30,00 8,33 16,66 10,00 20, , P2 2 10,00 20, ,00 10,00 3 7,94 23,83 3 9,23 27,69 2 8,33 16, ,00 20, , P3 9,29 18,58 6,81 6,81 10,00 30,00 7,43 22,29 10,00 20,00 6,67 13, ,02 + Troço Central C1 0,68 1,36 1,86 1,86 10,00 30, ,00 20,00 10,00 20, , C2 10,00 20,00 10,00 10,00 2,53 7,59 10,00 30, ,00 20, , Troço Nascente N1 2,56 5,12 9,72 9,72 5,44 16,32 6,17 18,51 9,70 19,40 4,55 9,10 10,00 10,00 88,17 - N2 6,54 13,08 6,94 6,94 4,01 12,04 4,17 12,51 7,55 15,10 8,18 16,36 10,00 10,00 86,03 - N3 8,64 17,28 8,07 8,07 5,45 16,34 4,10 12,30 10,00 20,00 7,27 14,54 10,00 10,00 98,53 - N4 8,94 17,88 8,85 8,85 5,23 15,68 6,54 19,62 9,58 19,16 5,45 10,90 10,00 10,00 102, N5 6,60 13,20 6,07 6,07 3,80 11,40 4,14 12,42 7,42 14,84 8,18 16,36 10,00 10,00 84,29 + N6 8,70 17,40 7,20 7,20 5,24 15,71 4,10 12,30 9,88 19,76 7,27 14,54 10,00 10,00 96,91 - N7 9,33 18,66 10,00 10,00 4,92 14,77 6,54 19,62 9,70 19,40 5,45 10,90 10,00 10,00 103,35 -- N8 7,03 14,06 7,22 7,22 3,50 10,49 4,17 12,51 7,55 15,10 8,18 16,36 10,00 10,00 85,74 - N9 9,13 18,26 8,34 8,34 4,93 14,79 4,10 12,30 10,00 20,00 7,27 14,54 10,00 10,00 98,23 - N10 9,43 18,86 9,13 9,13 4,71 14,13 6,54 19,62 9,58 19,16 5,45 10,90 10,00 10,00 101,80 -- N11 7,09 14,18 6,35 6,35 3,28 9,85 4,17 12,51 7,42 14,84 8,18 16,36 10,00 10,00 84,09 + N12 9,19 18,38 7,47 7,47 4,72 14,16 4,10 12,30 9,88 19,76 7,27 14,54 10,00 10,00 96,61 - N13 7,80 15,60 4,43 4,43 10,00 30,00 10,00 30,00 1,27 2,54 10,00 20,00 5,00 5,00 107, N14 9,94 19,88 9,84 9,84 4,74 14,22 6,92 20,76 9,70 19,40 5,45 10,90 10,00 10,00 105, N15 7,60 15,20 7,06 7,06 3,31 9,94 4,55 13,65 7,55 15,10 8,18 16,36 10,00 10,00 87,31 - N16 9,71 19,42 8,19 8,19 4,75 14,25 4,06 12,18 10,00 20,00 7,27 14,54 10,00 10,00 98,58 - N17 10,00 20,00 8,97 8,97 4,53 13,59 6,92 20,76 9,58 19,16 5,45 10,90 10,00 10,00 103,38 -- N18 7,66 15,32 6,19 6,19 3,10 9,30 4,55 13,65 7,42 14,84 8,18 16,36 10,00 10,00 85,66 - N19 9,62 19,24 7,32 7,32 4,54 13,61 4,47 13,41 9,88 19,76 7,27 14,54 10,00 10,00 97,88 - N20 6,38 12,76 3,83 3,83 9,75 29,25 9,89 29,67 2,70 5,40 10,00 20,00 5,00 5,00 105, = Alternativas equivalentes + Alternativa(s) mais favorável - Alternativa(s) ligeiramente menos favoráveis - - Alternativa(s) menos favoráveis Alternativa(s) muito menos favoráveis 322/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

325 Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 323/368

326 8.13. Análise de Risco Ambiental Tendo em conta a análise de risco ambiental efectuada no ponto 6.14, esta não se considera um critério diferenciador entre as soluções alternativas de traçado em estudo para o IC /368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

327 8.14. Análise global de alternativas Alternativas do Troço Poente No Troço Poente existem as Alternativas P1, P2 e P3. No Quadro apresenta-se a comparação destas alternativas para os factores e critérios discriminantes, entre os quais não se incluem os factores qualidade do ar e riscos. Quadro Comparação global de alternativas do Troço Poente Factor ambiental Critérios Alternativas P1 P2 P3 Coeficiente de ponderação (índice normalizado) Clima Acréscimo de fenómenos de acumulação = (0) = (0) = (0) 3,7 % Geologia Geomorfologia Recursos Hídricos e Uso explosivos, extracção de materiais, presença de aterros e escavações, balanço de terras Afectação de charcas ou albufeiras, afectação directa de poços e furos, aterros em leito de cheia - - (3) - - (3) + (1) 10,7 % + (1) - (2) - (2) 7,1 % Solos Ocupação de solos da RAN - (2) - (2) + (1) 7,1 % Componente Biológica Ambiente Sonoro Componente Social Ordenamento do Território e Condicionantes Património Cultural Paisagem Flora, fauna e vegetação (afectação de habitats protegidos e outros usos do solo) e Fauna (extensão, utilização de vias existentes, afectação de espécies sensíveis e colónias, habitats ricos em espécies Nº Médio Total de Receptores expostos onde se verifica o incumprimento da legislação Acessibilidades regionais e locais, áreas agrícolas, áreas habitacionais, efeito barreira Ajustamento aos PDM, afectação de RAN e de REN, áreas edificadas e efeito barreira, afectação de montado Nº de sítios afectados e Nº de sítios afectados carecendo de medidas mitigadoras Dimensão dos taludes, afectação de vegetação com valor paisagístico, extensão do troço visível, afectação da rede de drenagem natural. - (2) - (2) + (1) 14,3% - - (3) - (2) + (1) 10,7 % - - (3) - (2) + (1) 10,7 % - (2) - - (3) + (1) 10,7 % + (1) - (2) (4) 10,7 % (4) (4) + (1) 14,3 % = Alternativas equivalentes Valor: (0) + Alternativa(s) mais favorável Valor : (1) - Alternativa(s) ligeiramente menos favoráveis Valor: (2) - - Alternativa(s) menos favoráveis Valor : (3) Alternativa(s) muito menos favoráveis Valor : (4) Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 325/368

328 Aplicando os coeficientes de ponderação, obtêm-se os seguintes resultados (numa escala de 0 a 4, em que 0 representa o menor impacte e 4 o maior impacte): Alternativa P1: 2,36 Alternativa P2: 2,43 Alternativa P3: 1,36 A Alternativa mais favorável será, assim, a Alternativa P3, correspondente à adopção da Solução 1B, contemplando o Nó com a A23 sensivelmente a meio caminho entre Alcains e Lardosa. Esta alternativa apenas não é a mais favorável para os factores Recursos Hídricos e Património. Comparativamente as Alternativas P1 e P2 consideram-se globalmente menos favoráveis Alternativas do Troço Central No Troço Central existem as Alternativas C1 e C2. 326/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

329 No Quadro apresenta-se a comparação destas alternativas para os factores e critérios discriminantes. Factor ambiental Quadro Comparação global de alternativas do Troço Central Critérios Alternativas C1 C2 Coeficiente de ponderação (índice normalizado) Clima Acréscimo de fenómenos de acumulação = (0) = (0) 3,7 % Geologia e Geomorfologia Recursos Hídricos Uso explosivos, extracção de materiais, presença de aterros e escavações, balanço de terras Afectação de charcas ou albufeiras, afectação directa de poços e furos, aterros em leito de cheia + (1) - (2) 10,7 % - (2) + (1) 7,1 % Solos Ocupação de solos da RAN - (2) + (1) 7,1 % Componente Biológica Ambiente Sonoro Componente Social Ordenamento do Território e Condicionantes Património Cultural Paisagem Flora, fauna e vegetação (afectação de habitats protegidos e outros usos do solo) e Fauna (extensão, utilização de vias existentes, afectação de espécies sensíveis e colónias, habitats ricos em espécies Nº Médio Total de Receptores expostos onde se verifica o incumprimento da legislação Acessibilidades regionais e locais, áreas agrícolas, áreas habitacionais, efeito barreira Ajustamento aos PDM, afectação de RAN e de REN, áreas edificadas e efeito barreira, afectação de montado Nº de sítios afectados e Nº de sítios afectados carecendo de medidas mitigadoras Dimensão dos taludes, afectação de vegetação com valor paisagístico, extensão do troço visível, afectação da rede de drenagem natural. + (1) - (2) 14,3% - (2) + (1) 10,7 % - - (3) + (1) 10,7 % - (2) + (1) 10,7 % + (1) - (2) 10,7 % + (1) (4) 14,3 % = Alternativas equivalentes Valor: (0) + Alternativa(s) mais favorável Valor : (1) - Alternativa(s) ligeiramente menos favoráveis Valor: (2) - - Alternativa(s) menos favoráveis Valor : (3) Alternativa(s) muito menos favoráveis Valor : (4) Aplicando os coeficientes de ponderação, obtêm-se os seguintes resultados (numa escala de 0 a 4, em que 0 representa o menor impacte e 4 o maior impacte): - Alternativa C1: 1,53 - Alternativa C2: 1,75 Verifica-se que as alternativas do Troço Central apresentam resultados próximos, o que traduz uma diferenciação pouco relevante, com uma ligeira vantagem da Alternativa C1. Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 327/368

330 Esta alternativa corresponde à adopção da Solução 1.3, ou seja com passagem a norte da localidade de Oledo. Esta alternativa é, contudo, a mais penalizante para os factores Recursos Hídricos, Ambiente Sonoro e Componente Social, quer pela maior afectação de áreas agrícolas e efeito barreira, quer por ser menos interessante relativamente a acessibilidades locais, designadamente para o acesso a Idanha-a-Nova. Considera-se assim a alternativa C2 como ligeiramente menos favorável Alternativas do Troço Nascente No Troço Nascente existem as Alternativas N1 a N20. No Quadro apresenta-se a comparação destas alternativas para os factores e critérios discriminantes. 328/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

331 Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 329/368

332 Factor ambiental Clima Geologia e Geomorfologia Recursos Hídricos Critérios Acréscimo de fenómenos de acumulação Uso explosivos, extracção de materiais, presença de aterros e escavações, balanço de terras Afectação de charcas ou albufeiras, afectação directa de poços e furos,aterros em leito de cheia Quadro Comparação global de alternativas do Troço Nascente Alternativas N1 N2 N3 N4 N5 N6 N7 N8 N9 N10 N11 N12 N13 N14 N15 N16 N17 N18 N19 N20 Coeficiente de ponderação (índice normalizado) + (1) + (1) + (1) + (1) + (1) + (1) + (1) + (1) + (1) + (1) + (1) + (1) - (2) + (1) + (1) + (1) + (1) + (1) + (1) - (2) 3,7 % (4) - (2) (4) - - (3) + (1) - - (3) (4) + (1) - (2) - - (3) - (2) - - (3) - (2) (4) - (2) (4) - (2) + (1) - - (3) + (1) 10,7 % (4) - (2) (4) (4) - (2) (4) (4) - (2) (4) (4) - (2) (4) - - (3) (4) - - (3) (4) (4) - (2) (4) + (1) 7,1 % Solos Ocupação de solos da RAN + (1) + (1) + (1) + (1) + (1) + (1) + (1) + (1) + (1) + (1) + (1) + (1) - - (3) + (1) + (1) + (1) + (1) + (1) + (1) - - (3) 7,1 % Componente Biológica Ambiente Sonoro Componente Social Ordenamento do Território e Condicionantes Património Cultural Paisagem Flora, fauna e vegetação (afectação de habitats protegidos e outros usos do solo) e Fauna (extensão, utilização de vias existentes, afectação de espécies sensíveis e colónias, habitats ricos em espécies Nº Médio Total de Receptores expostos onde se verifica o incumprimento da legislação Acessibilidades regionais e locais, áreas agrícolas, áreas habitacionais, efeito barreira Ajustamento aos PDM, afectação de RAN e de REN, áreas edificadas e efeito barreira, afectação de montado Nº de sítios afectados e Nº de sítios afectados carecendo de medidas mitigadoras Dimensão dos taludes, afectação de vegetação com valor paisagístico, extensão do troço visível, afectação da rede de drenagem natural (4) - (2) (4) (4) - (2) (4) (4) - (2) (4) (4) - (2) (4) + (1) - - (3) - (2) - - (3) - - (3) - (2) - - (3) + (1) 14,3% - (2) - (2) - (2) + (1) + (1) - (2) - (2) - (2) - (2) - (2) + (1) - (2) (4) - (2) + (1) - (2) - (2) - (2) - (2) (4) 10,7 % + (1) - (2) - (2) + (1) - (2) - (2) + (1) - (2) - (2) + (1) - (2) - (2) - - (3) + (1) - (2) - (2) + (1) - (2) - (2) - - (3) 10,7 % + (1) - - (3) - - (3) + (1) - - (3) - - (3) - (2) - (2) - - (3) - (2) - (2) - - (3) (4) + (1) - (2) - (2) - (2) - (2) - (2) (4) 10,7 % (4) (4) (4) - - (3) - - (3) - - (3) (4) (4) (4) - - (3) - - (3) - - (3) + (1) - - (3) - - (3) - - (3) - - (3) - - (3) - - (3) - (2) 10,7 % - (2) - (2) - (2) - - (3) + (1) - (2) - - (3) - (2) - (2) - - (3) + (1) - (2) (4) (4) - (2) - (2) - - (3) - (2) - (2) (4) 14,3 % = Alternativas equivalentes Valor: (0) + Alternativa(s) mais favorável Valor : (1) - Alternativa(s) ligeiramente menos favoráveis Valor: (2) - - Alternativa(s) menos favoráveis Valor : (3) Alternativa(s) muito menos favoráveis Valor : (4) 330/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

333 Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 331/368

334 Aplicando os coeficientes de ponderação, obtêm-se os seguintes resultados (numa escala de 0 a 4, em que 0 representa o menor impacte e 4 o maior impacte): Alternativa N1: 2,61 Alternativa N2: 2,21 Alternativa N3: 2,86 Alternativa N4: 2,36 Alternativa N5: 1,75 Alternativa N6: 2,64 Alternativa N7: 2,78 Alternativa N8: 2,00 Alternativa N9: 2,64 Alternativa N10: 2,57 Alternativa N11: 1,75 Alternativa N12: 2,64 Alternativa N13: 2,71 Alternativa N14: 2,57 Alternativa N15: 1,86 Alternativa N16: 2,50 Alternativa N17: 2,32 Alternativa N18: 1,89 Alternativa N19: 2,39 Alternativa N20: 2,57 As Alternativas mais favoráveis são as Alternativas N5 e N11, seguidas de perto pelas alternativas N15, N18 e N8. Estas alternativas integram-se no corredor que se desenvolve a sul de Monsanto, mas que, próximo do final se sobrepõem ao traçado da actual EN 229 no percurso entre Penha Garcia e Monfortinho. 332/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

335 São alternativas mais favoráveis ou ligeiramente favoráveis para a maior parte dos factores ambientais, sendo apenas mais penalizadas no caso do factor Património Cultural. Consideram-se ligeiramente menos favoráveis as alternativas N2, N17, N4 e N19. Tratase de alternativas com desenvolvimento a sul de Monsanto. Estas alternativas são mais penalizadas pelos factores Geologia e Geomorfologia, Recursos Hídricos, Componente Biológica, Património Cultural e Paisagem. Seguem-se as alternativas N16, N10, N14, N20, N1, N6, N9, N12, N13 e N7, consideradas alternativas menos favoráveis que as anteriores. Este conjunto de alternativas inclui as alternativas com desenvolvimento a norte de Monsanto (N13 e N20) que integram a totalidade dos trechos da solução 5 que se sobrepõem à actual EN 229. Estas duas alternativas são as mais desfavoráveis para os factores Clima, Solos, Ambiente Sonoro, Componente Social, Ordenamento do Território e Condicionantes e Paisagem. São contudo as melhores alternativas para os factores Componente Biológica e Património Cultural. A alternativa N3, com desenvolvimento a sul de Monsanto e aproveitamento pontual da EN 229 imediatamente a poente de Monfortinho, constitui a alternativa com pior resultado, sendo considerada a alternativa muito menos favorável. Esta alternativa é penalizada pela maior parte dos factores ambientais Combinação de alternativas Tendo em atenção os resultados anteriormente apresentados, as combinações de alternativas com menores impactes ambientais são as seguintes: P3+C1+N5; P3+C1+N11; P3+C1+N15; P3+C1+N18; P3+C1+N8. Na Figura apresenta-se esquematicamente, para cada um dos troços em análise, o percurso do conjunto de alternativas consideradas mais favoráveis, ligeiramente menos favoráveis, menos favoráveis e muito menos favoráveis Estudo de Impacte Ambiental Relatório Tomo 3 333/368

336 Figura Representação esquemática da análise global de alternativas 334/368 Estudo de Impacte Ambiental Relatório - Tomo 3

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