Latusa digital ano 3 N 22 maio de 2006

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Latusa digital ano 3 N 22 maio de 2006"

Transcrição

1 Latusa digital ano 3 N 22 maio de 2006 Interpretar o inconsciente hoje * Maria do Rosário Collier do Rêgo Barros ** Interpretar o inconsciente hoje é visar no trabalho de análise à construção do sinthoma. O sinthoma não espera a análise para se construir. Mas a forma como ele se apresenta no início, conjugando gozo e significante, está com freqüência a serviço da determinação mortífera do sujeito, à mercê do empuxo ao gozo. Visar no sujeito o sinthoma, desde o início de uma análise, requer pensar a interpretação como corte. O trabalho da Oficina sobre Interpretação e inconsciente que nomeamos: Dizer além do pai tem buscado situar o efeito do corte na invenção e transformação do sinthoma. Existem várias maneiras de se fazer corte numa análise. Estamos mais habituados a situá-lo entre os significantes da cadeia, entre S 1 e S 2. Mas o desafio que se coloca hoje para o analista, ao lidar com situações clínicas nas quais o empuxo ao gozo tende a se infinitizar numa repetição que não produz seu ponto de basta, é conseguir situar o corte entre S 1 e a. Nesse caso o corte visa o acontecimento do corpo e o sujeito é convocado a dizer ou a produzir sua forma singular de * Este texto é fruto das discussões da Oficina I - Dizer além do pai: Inconsciente e interpretação, coordenada por Cristina Duba e Maria do Rosário do Rêgo Barros, que também faz parte da Comissão Científica das XVII Jornadas Clínicas da EBP-Rio. Participam dessa oficina: Andréa Araújo; Astréia Gama e Silva; Ana Beatriz Bernat; Ana Lúcia Lutterbach Holck; Ana Tereza Groisman; Ana M a Ferreira da Silva; Angela Bernardes; Angela Batista; Clarissa Ramalho; Cristina Bezerril; Cristina Lutterbach; Denize Prad; Deborah Uhr; Eliana Barros; Fernanda Dias Andrade; Fernanda Dias Campos; Fernando Coutinh; Flávia Brasil; Glória Maron; Hena Lemgruber; Inês Lamy; José Alberto Marques Affonso Ferreira; Lenita Bentes; Maria Angela Maia; Maria Lúcia Petraglia; Marilena Cambeiro; Mônica Rolo; Norberto Pires; Paula Borsoi; Selma Ranieri; Simone Avolio; Vanda Assumpção Almeida. ** Analista praticante AP. Membro da Escola Brasileira de Psicanálise (EBP) e da Associação Mundial de Psicanálise (AMP). 1

2 se virar com ele. O ponto de basta aí será a própria construção do sinthoma como índice da não relação sexual, como índice da impossibilidade de absorver o sujeito na cifra mortífera do seu gozo. O sinthoma se constrói a partir dessa cifra, transformando-a. Há uma diferença entre o tu és isso da determinação primordial do sujeito, que conjuga significante (S 1 ) e gozo (a), e o tu és teu sinthoma, que inscreve entre os dois uma perda, uma hiância. Para produzir a passagem de um ao outro é preciso resgatar o sujeito dividido entre a letra, marca sem sentido, e a interpretação enquanto ela articula gozo e sentido. O corte introduz entre as duas um vazio, um silêncio, uma pausa, e então o sujeito pode se responsabilizar pelo seu gozo porque não fica mais à mercê do imperativo pulsional mortífero. Isso nos leva a pensar a interpretação pelo seu avesso, que permite a articulação entre corte e construção. No ensino de Lacan, a interpretação é apresentada desde o início como algo diferente de uma metalinguagem. Dizer que a interpretação não é uma metalinguagem é colocar, na base de todo trabalho interpretativo, o corte com o referente. O referente não é algo já dado e articulado, a ser apreendido por uma linguagem de nível diferente. O referente é um gozo sem sentido, que deixa marcas de uma perda inevitável para todo ser falante. A interpretação não é suplementar; ela faz parte do próprio trabalho do inconsciente por haver defasagem entre escutar e dizer, entre escrever e ler. Em seu curso Os signos do gozo, Jacques-Alain Miller se pergunta o que é a interpretação analítica quando situamos o inconsciente levando em conta o significante não só a partir do seu efeito de significação, mas também do seu efeito de gozo. Ele explora as indicações do ensino de Lacan nas quais a dimensão de signo do significante é proposta como letra. Lacan se diferencia aí de Pierce, ao situar a letra como significante despojado de qualquer valor de significação e não como o que representa alguma coisa para alguém, que estaria relacionado à consciência. Lacan reintroduz o signo, depois de ter proposto o significante como o que representa um sujeito para outro significante. Aqui o sujeito é a variável 2

3 que desliza na cadeia, sempre evanescente. A questão de Lacan será como manter a dimensão do sujeito a partir do signo que implica o corpo e produz gozo fora da cadeia S 1 -S 2. O signo lacaniano não elimina o sujeito em prol da consciência, mas lhe dá um lugar no efeito de perplexidade diante do encontro traumático, em que há excesso sem significação, sem possibilidade de subjetivação. O sujeito aparece no próprio lugar onde se produzirá o enigma. O inconsciente é, então, aquilo que se escreve nas marcas de gozo deixadas pelo encontro com o significante traumático. No capítulo XVI de Os signos do gozo 1, Miller apresenta a interpretação como leitura, que se refere à apreensão do cifrado fora de sentido, fora da significação e, portanto, fora de toda compreensão, de toda comunicação. Apreender o significante como escritura permite dar ao que se enuncia na fala uma leitura diferente de efeito de significação. A leitura produzirá não uma significação, mas uma redução. É importante articular a relação da redução com a interpretação como corte, que é o que J.-A. Miller indica como o avesso da interpretação 2. O corte produz uma extração de gozo, e assim restitui a dimensão de extimidade do objeto, evitando que se caia no engodo, muitas vezes catastrófico, de visar à subjetivação impossível do excesso de gozo pela via equivocada de uma suposta retificação subjetiva ou de uma pretensa responsabilização do sujeito. Lacan disse bem que se responsabilizar é responder pela não relação sexual. É preciso, portanto, dar chance ao sujeito de extrair da experiência traumática de gozo aquilo que não faz relação sexual, o que não é complementaridade de gozo. Com isto se visa restaurar a relação do que é contingente na experiência traumática com a perda de gozo, que é inevitável. A leitura que faz corte, faz também marca a partir da perda que produz. Ela produz o sujeito como corte em relação ao objeto, que se 1 MILLER, J.-A. Los signos del goce. Buenos Aires: Paidós, MILLER, J.-A. A interpretação pelo avesso. Em: Opção Lacaniana, n 15. São Paulo: Eolia, abril de

4 constitui como extimidade e dá, assim, a chance de se construir uma ficção que vise à separação. A interpretação pensada no nível da lalíngua se relaciona com uma nova abordagem do sintoma. O conceito de sintoma atualizado a partir da alíngua ganhará uma nova escrita: sinthoma, que se refere ao que cai junto, ao que coincide. Isso indica que o sinthoma é construído a partir da contingência de uma coincidência, que articulou significante e gozo de forma totalmente sem sentido. O sinthoma como novo conceito, como noção transclínica, inclui sintoma e fantasia, sintoma e gozo. Faz parte da definição de sinthoma que gozar do corpo é gozar do inconsciente 3. Isso não quer dizer que graças ao inconsciente há gozo do corpo, mas que ao gozo do corpo corresponde um gozar do inconsciente. E isso, diz Miller, entranha a nova definição do sinthoma. O sintoma depende de como cada um goza do inconsciente. O inconsciente é então essa ausência de significação prévia, essa fenda que se abre e pede interpretação, o que pode levar a um trabalho sem fim, pois cada decifração pode constituir um enigma que pede mais decifração. Mas pode acontecer também que o inconsciente não interprete e que o sinthoma não consiga se constituir, pois o signo não se deixa decifrar e, assim, não cede algo do gozo que está entranhado nele. Temos, então, numa prática que visa o sinthoma, um trabalho duplo: o de introduzir a decifração e o de produzir seu ponto de basta. A concepção do inconsciente e da interpretação como leitura 4 produz uma revirada no trabalho de decifração. Este não estaria apenas a serviço de uma nova cifração, princípio da análise interminável, mas produziria um 3 MILLER, J.-A. Los signos del goce, op. cit., p LACAN, J. O Seminário, livro 20: Mais, ainda ( ). Rio de Janeiro: Jorge Zahar editor, Lacan formula aí que o inconsciente é antes de tudo o que se lê, o que é distinto de dizer que o inconsciente fala. Miller, J.-A. Op. cit., p. 281: Afirmar que o inconsciente é antes de tudo o que se lê, é formular que ele é da ordem do que se escreve. [...] Enquanto a fala só capta de forma lateral o referente, a escrita oferece um acesso direto a ele, na medida em que a referência que conta para nós é o gozo. 4

5 ponto de basta, que seria a própria construção do sinthoma. Pensá-lo dessa forma leva a dar mais um passo, seguindo a indicação de Lacan retomada por Miller 5, para pensar a letra como borda, como limite, que é o que escreve o sinthoma. Nesse trabalho de decifração o analista não pode interpretar da mesma forma que o inconsciente, rivalizando com seu potencial interpretativo. Quando isso acontece o analista nutre a forma como cada um delira em suas interpretações. A leitura, ao contrário, localiza o gozo do sujeito na interpretação, que fixa sua frase fantasmática. A brecha que ela introduz entre a letra destino escrito e a interpretação situa o sentido gozado no domínio da ética, da escolha, e não no domínio implacável de uma determinação, como se ela fosse absoluta. A operação analítica pode introduzir a dignidade ética do sujeito em seu sintoma, onde ele goza do inconsciente que o determina. Uma prática que visa no sujeito o sinthoma, quando ele é pensado levando em conta o jouissens da fantasia, não pode interpretar à maneira do inconsciente. Para interpretar na contramão do inconsciente, para além do princípio de prazer, não se pode contar com a eficácia do poder de metaforização do gozo pelo pai, ou da construção do saber que falta à cadeia. Não basta a busca da verdade. Será necessário pensar a interpretação como corte na conjunção significante e gozo, entre S 1 e a, como também na conjunção do imaginário com o sentido, para restabelecer ao mesmo tempo a conexão e a divisão entre o sujeito e seu gozo. O gozo que divide o sujeito pode estar então na causa da separação. O corte é importante porque faz aparecer a dimensão ética da escolha naquilo que liga gozo e sentido e assim faz aparecer o que do sentido toca o real. Tal como o sinthoma, a fantasia não se interpreta, não se decifra, mas se constrói. E sua construção já indica um trabalho de redução. Situar a interpretação apenas do lado do analista impediu, por muito tempo, 5 MILLER, J.-A. Cours de L Orientación Lacanienne ( ), Pièces détachées. Inédito, aula de 12 de Janeiro de

6 perceber que a interpretação é primordialmente do inconsciente, no sentido de que é o inconsciente que interpreta. O delírio é uma forma de interpretação. A equivalência inconsciente/interpretação nem sempre produz o sujeito suposto saber. Ela pode se fixar e proliferar como certeza nas variadas formas que as interpretações se impõem, na psicose, na experiência das palavras impostas. Lacan foi buscar na psicose o que faz ponto de basta quando não se pode contar com o significante da metáfora paterna para amarrar significante e significado, significante e gozo. Ele encontra na psicose elementos não standards que fazem amarração de forma singular. Interpretar na contramão do inconsciente é buscar, nos significantes propriamente elementares a partir dos quais cada um alimentou seu próprio delírio, suas interpretações, o que faz ponto de basta. A leitura será situada então como o que reconduz o sujeito ao fenômeno elementar que se encontra na lalíngua. É importante lembrar o que Lacan diz sobre a lalíngua: ela não é senão os equívocos na íntegra, esses que a história deixou persistir. Trata-se então de aprender a manejar uma decifração que não produz sentido, mas que faz ressonância a partir dos equívocos da lalíngua que indicam o ponto no qual o inconsciente se cala, pois pode dizer é isto, está nomeado. A nomeação faz corte, pois cava um vazio que indica que não há decifração absoluta, que existe algo impossível de cifrar. O equívoco interpretativo não abre a todos os sentidos, não apela para o incompreensível. Como lembra Laurent, em seu texto Interpretar a psicose no cotidiano, o equívoco quer dizer que o jogo com o sentido é suficiente para que haja silêncio, para que o significante possa se decompor, ser quebrado, para que ele não se produza nem pela concatenação sem fim, nem pela significação congelada. 6 6 LAURENT, É. Interpréter la psychose au cotidien. Em: Mental, n 16. Paris: NEL, outubro de

7 O analista se situa como pivô de um duplo movimento: religar o sujeito ao lugar do Outro para permitir dele separar-se. Visar o ponto de separação é apreender o ponto em que o analista terá estado quando se produziu o desligamento do Outro, ponto em que o sujeito se experimentou separado do Outro e que aparece como significante sem sentido, que produz perplexidade. No artigo citado, Laurent lembra que em sua interrogação do ato analítico, Lacan nota que a verdadeira originalidade do método psicanalítico é constatar que o analista já está lá na história do sujeito, em algum ponto de sua história 7. É nesse ponto que faz ruptura, no qual o analista terá estado, que ele deve advir para produzir separação. Mas para que isso possa acontecer será necessário enganchar o sujeito no trabalho da transferência, instalando pelo dispositivo analítico o lugar do Outro de maneira que a tradução feita pelo inconsciente inclua seu ponto de basta, de silêncio. O lugar do Outro implica um vazio, um silêncio que dá estofo e credibilidade aos significantes que nomeiam, que não é absoluto nem relativo, mas singular. O sujeito não se reduz a um efeito de significação, mas é aí resposta do real. Para obter essa resposta é necessário introduzir no campo do Outro a castração como furo impossível de ser anulado, preenchido. Lacan demonstra isto em seu Seminário De um Outro ao outro 8, no qual propõe uma nova topologia do sujeito e do Outro, que articula a consistência lógica do objeto a com o mais-de-gozar. Assim, ele abre caminho para pensarmos a interpretação como corte que visa o sinthoma pela construção das bordas do furo que, ao mesmo tempo, liga e separa o sujeito e o Outro, o que é possível, mas de forma diferente, tanto na neurose como na psicose. 7 Idem, p LACAN, J. Le Séminaire, livre XVI: D un Autre à l autre. Paris: Seuil, março de

Latusa Digital ano 1 N 8 agosto de 2004

Latusa Digital ano 1 N 8 agosto de 2004 Latusa Digital ano 1 N 8 agosto de 2004 Sobre o incurável do sinthoma Ângela Batista * "O que não entendi até agora, não entenderei mais. Graciela Brodsky Este trabalho reúne algumas questões discutidas

Leia mais

Latusa digital N 12 ano 2 março de Sinthoma e fantasia fundamental. Stella Jimenez *

Latusa digital N 12 ano 2 março de Sinthoma e fantasia fundamental. Stella Jimenez * Latusa digital N 12 ano 2 março de 2005 Sinthoma e fantasia fundamental Stella Jimenez * A palavra sinthoma aparece na obra de Lacan relacionada às psicoses, quando ele toma James Joyce como seu exemplo

Leia mais

Opção Lacaniana online nova série Ano 5 Número 14 julho 2014 ISSN FPS e sinthome. Paola Salinas

Opção Lacaniana online nova série Ano 5 Número 14 julho 2014 ISSN FPS e sinthome. Paola Salinas Opção Lacaniana online nova série Ano 5 Número 14 julho 2014 ISSN 2177-2673 1 Paola Salinas Este texto visa clarear algumas indagações a respeito do fenômeno psicossomático a partir da noção de sinthome

Leia mais

Histeria sem ao-menos-um

Histeria sem ao-menos-um Opção Lacaniana online nova série Ano 6 Número 17 julho 2015 ISSN 2177-2673 1 Angelina Harari Abordar o tema da histeria a partir da doutrina do UM tem como antecedente o meu passe, muito embora não se

Leia mais

Latusa digital ano 2 N 13 abril de 2005

Latusa digital ano 2 N 13 abril de 2005 Latusa digital ano 2 N 13 abril de 2005 A clínica do sintoma em Freud e em Lacan Ângela Batista * O sintoma é um conceito que nos remete à clínica, assim como ao nascimento da psicanálise. Freud o investiga

Leia mais

Latusa digital N 10 ano 1 outubro de 2004

Latusa digital N 10 ano 1 outubro de 2004 Latusa digital N 10 ano 1 outubro de 2004 Política do medo versus política lacaniana Mirta Zbrun* Há três sentidos possíveis para entender a política lacaniana 1. Em primeiro lugar, o sentido da política

Leia mais

O amor de transferência ou o que se pode escrever de uma análise

O amor de transferência ou o que se pode escrever de uma análise O amor de transferência ou o que se pode escrever de uma análise Palavras-chave: Amor de transferência; Escrita; Literatura; Relação Sexual. Márcia de Souza Mezêncio O amor é transferência " Amor será

Leia mais

Latusa digital N 12 ano 2 março de 2005

Latusa digital N 12 ano 2 março de 2005 Latusa digital N 12 ano 2 março de 2005 Sinthoma e identificação Lenita Bentes Ondina Machado * Abordaremos alguns aspectos do tema de nossa oficina, que dá título ao texto, através de dois pequenos escritos.

Leia mais

Incurável. Celso Rennó Lima

Incurável. Celso Rennó Lima 1 Incurável Celso Rennó Lima Em seu primeiro encontro com o Outro, consequência da incidência de um significante, o sujeito tem de lidar com um incurável, que não se subjetiva, que não permite que desejo

Leia mais

Do sintoma ao sinthoma: uma via para pensar a mãe, a mulher e a criança na clínica atual Laura Fangmann

Do sintoma ao sinthoma: uma via para pensar a mãe, a mulher e a criança na clínica atual Laura Fangmann Opção Lacaniana online nova série Ano 1 Número 2 Julho 2010 ISSN 2177-2673 : uma via para pensar a mãe, a mulher e a criança na clínica atual Laura Fangmann Introdução Nesse trabalho, proponho-me a falar

Leia mais

Latusa digital ano 2 N 13 abril de 2005

Latusa digital ano 2 N 13 abril de 2005 Latusa digital ano 2 N 13 abril de 2005 A transferência e o gozo mudo do sintoma Maria do Rosário Collier do Rêgo Barros * O ponto de partida de minha questão é a dimensão da transferência que não se apóia

Leia mais

Um rastro no mundo: as voltas da demanda 1

Um rastro no mundo: as voltas da demanda 1 Um rastro no mundo: as voltas da demanda 1 Maria Lia Avelar da Fonte 2 1 Trabalho apresentado no Simpósio de Intersecção Psicanalítica do Brasil. Brasília, 2006. Trabalho Publicado no livro As identificações

Leia mais

DIMENSÕES PSÍQUICAS DO USO DE MEDICAMENTOS 1. Jacson Fantinelli Dos Santos 2, Tânia Maria De Souza 3.

DIMENSÕES PSÍQUICAS DO USO DE MEDICAMENTOS 1. Jacson Fantinelli Dos Santos 2, Tânia Maria De Souza 3. DIMENSÕES PSÍQUICAS DO USO DE MEDICAMENTOS 1 Jacson Fantinelli Dos Santos 2, Tânia Maria De Souza 3. 1 Ensaio teórico embasado numa pesquisa empírica segundo atendimentos realizados na Clínica de Psicologia

Leia mais

Tempos significantes na experiência com a psicanálise 1

Tempos significantes na experiência com a psicanálise 1 Tempos significantes na experiência com a psicanálise 1 Cássia Fontes Bahia O termo significante está sendo considerado aqui em relação ao desdobramento que pode tomar em um plano mais simples e primeiro

Leia mais

DISCUSSÃO AO TRABALHO DA INSTITUIÇÃO CARTÉIS CONSTITUINTES DA ANALISE FREUDIANA: A psicanálise: à prova da passagem do tempo

DISCUSSÃO AO TRABALHO DA INSTITUIÇÃO CARTÉIS CONSTITUINTES DA ANALISE FREUDIANA: A psicanálise: à prova da passagem do tempo DISCUSSÃO AO TRABALHO DA INSTITUIÇÃO CARTÉIS CONSTITUINTES DA ANALISE FREUDIANA: A psicanálise: à prova da passagem do tempo DISCUTIDO PELA ESCOLA FREUDIANA DA ARGENTINA NOEMI SIROTA O trabalho permite

Leia mais

UM RASTRO NO MUNDO: AS VOLTAS DA DEMANDA 1 Maria Lia Avelar da Fonte 2

UM RASTRO NO MUNDO: AS VOLTAS DA DEMANDA 1 Maria Lia Avelar da Fonte 2 UM RASTRO NO MUNDO: AS VOLTAS DA DEMANDA 1 Maria Lia Avelar da Fonte 2 O tema da identificação é vasto, complexo e obscuro. Talvez por isso Lacan a ele se refira como a floresta da identificação. Embora

Leia mais

AS DIREÇÕES DO TRATAMENTO NA CLÍNICA DA PSICOSE

AS DIREÇÕES DO TRATAMENTO NA CLÍNICA DA PSICOSE AS DIREÇÕES DO TRATAMENTO NA CLÍNICA DA PSICOSE Autoras: 1 BARRETO, Ellen Kelly Marinho; 2 FERNANDES, Regileide de Lucena; 3 LAVIERI, Maria Beatriz Ferreira; 4 MIGUEL, Isabelle Maria Duarte 1.1.Resumo

Leia mais

Revista da ATO escola de psicanálise Belo Horizonte Topologia e desejo do analista Ano 3, n.3 p ISSN:

Revista da ATO escola de psicanálise Belo Horizonte Topologia e desejo do analista Ano 3, n.3 p ISSN: Revista da ATO escola de psicanálise Belo Horizonte Topologia e desejo do analista Ano 3, n.3 p. 1-148 2017 ISSN: 23594063 Copyrigtht 2017 by ATO - escola de psicanálise Comissão da Revista Viviane Gambogi

Leia mais

Psicanálise e Saúde Mental

Psicanálise e Saúde Mental Psicanálise e Saúde Mental Pós-graduação Lato Sensu em Psicanálise e Saúde Mental Coordenação: Drª Aparecida Rosângela Silveira Duração: 15 meses Titulação: Especialista em Psicanálise e Saúde Mental Modalidade:

Leia mais

Sofrimento e dor no autismo: quem sente?

Sofrimento e dor no autismo: quem sente? Sofrimento e dor no autismo: quem sente? BORGES, Bianca Stoppa Universidade Veiga de Almeida-RJ biasborges@globo.com Resumo Este trabalho pretende discutir a relação do autista com seu corpo, frente à

Leia mais

Curso de Extensão: LEITURAS DIRIGIDAS DA OBRA DE JACQUES LACAN/2014

Curso de Extensão: LEITURAS DIRIGIDAS DA OBRA DE JACQUES LACAN/2014 Curso de Extensão: LEITURAS DIRIGIDAS DA OBRA DE JACQUES LACAN/2014 Prof. Dr. Mario Eduardo Costa Pereira PROGRAMA - Io. SEMESTRE Março/2014 14/03/2014 CONFERÊNCIA INAUGURAL : Contextualização do seminário

Leia mais

A Pulsão e suas vicissitudes num relato de passe

A Pulsão e suas vicissitudes num relato de passe A Pulsão e suas vicissitudes num relato de passe Angela Folly Negreiros Palavras-chave: clínica, passe, pulsão, sinthoma. Esse trabalho é fruto de discussões na oficina Sinthoma e Fantasia, aonde trabalhamos

Leia mais

FREUD E LACAN NA CLÍNICA DE 2009

FREUD E LACAN NA CLÍNICA DE 2009 FREUD E LACAN NA CLÍNICA DE 2009 APRESENTAÇÃO O Corpo de Formação em Psicanálise do Instituto da Psicanálise Lacaniana- IPLA trabalhará neste ano de 2009 a atualidade clínica dos quatro conceitos fundamentais

Leia mais

A política do sintoma na clínica da saúde mental: aplicações para o semblante-analista Paula Borsoi

A política do sintoma na clínica da saúde mental: aplicações para o semblante-analista Paula Borsoi Opção Lacaniana online nova série Ano 2 Número 5 Julho 2011 ISSN 2177-2673 na clínica da saúde mental: aplicações para o semblante-analista Paula Borsoi 1. A política e a clínica A saúde mental é definida

Leia mais

O falo, o amor ao pai, o silêncio. no real Gresiela Nunes da Rosa

O falo, o amor ao pai, o silêncio. no real Gresiela Nunes da Rosa Opção Lacaniana online nova série Ano 5 Número 15 novembro 2014 ISSN 2177-2673 e o amor no real Gresiela Nunes da Rosa Diante da constatação de que o menino ou o papai possui um órgão fálico um tanto quanto

Leia mais

Referências bibliográficas

Referências bibliográficas Referências bibliográficas BEZERRIL, C. (relatora). Imagens da letra. Opção Lacaniana Revista Brasileira Internacional de Psicanálise, n. 41, 2004. COTTET, S. La belle inertie. Note sur la depression en

Leia mais

Quando dar à castração outra articulação que não a anedótica? 1

Quando dar à castração outra articulação que não a anedótica? 1 Quando dar à castração outra articulação que não a anedótica? 1 Maria Isabel Fernandez Este título extraí do seminário...ou pior, livro 19, de Jacques Lacan, especificamente do capítulo III, intitulado

Leia mais

6 Referências bibliográficas

6 Referências bibliográficas 6 Referências bibliográficas BARROS, R. do R. O Sintoma enquanto contemporâneo. In: Latusa, n. 10. Rio de Janeiro: Escola Brasileira de Psicanálise Seção Rio, 2005, p. 17-28. COTTET, S. Estudos clínicos.

Leia mais

Latusa digital ano 3 Nº 26 dezembro de 2006

Latusa digital ano 3 Nº 26 dezembro de 2006 Latusa digital ano 3 Nº 26 dezembro de 2006 A neo-transferência * Maria Angela Maia ** Em primeiro lugar chama a atenção o termo neo-transferência desenvolvido pela Seção clínica de Angers na Convenção

Leia mais

Latusa digital ano 4 N 30 setembro de 2007

Latusa digital ano 4 N 30 setembro de 2007 Latusa digital ano 4 N 30 setembro de 2007 O uso do objeto * Marie-Hélène Brousse ** O uso do objeto, este título é um duplo convite: para enfatizar a iniciativa do analisando e, ao mesmo tempo, empenhar

Leia mais

Latusa digital ano 3 N 22 maio de 2006

Latusa digital ano 3 N 22 maio de 2006 Latusa digital ano 3 N 22 maio de 2006 A ex-sistência do real, a diferença sexual e a dissimetria dos gozos * Tania Coelho dos Santos Márcia Zucchi ** A ascensão do mais de gozar ao lugar dominante na

Leia mais

Indicações topológicas sobre o corte analítico: em busca da ética na clínica diferencial 1

Indicações topológicas sobre o corte analítico: em busca da ética na clínica diferencial 1 Indicações topológicas sobre o corte analítico: em busca da ética na clínica diferencial 1 Mariana Mollica 2 Resumo O texto discute as diferenças topológicas entre a estrutura neurótica e psicótica como

Leia mais

Referências Bibliográficas

Referências Bibliográficas 98 Referências Bibliográficas ALBERTI, S. Esse Sujeito Adolescente. Rio de Janeiro: Rios Ambiciosos, 1999. APOLINÁRIO, C. Acting out e passagem ao ato: entre o ato e a enunciação. In: Revista Marraio.

Leia mais

Mesa Redonda: a psicose de Freud a Lacan

Mesa Redonda: a psicose de Freud a Lacan Mesa Redonda: a psicose de Freud a Lacan Título do trabalho: A escrita de Joyce e a suplência na psicose Autor: Maria Lídia Oliveira de Arraes Alencar Na década de 70, Lacan estabelece a Clínica Borromeana,

Leia mais

Sujeito e falasser. Maria Angela Maia 1

Sujeito e falasser. Maria Angela Maia 1 Sujeito e falasser Maria Angela Maia 1 mangelamaia@terra.com.br Resumo: Este artigo parte de uma articulação entre passagens do texto Joyce, o Sintoma e do Seminário 23. O intuito é relacionar os termos

Leia mais

O ATO PSICANALÍTICO NO CAMPO DO GOZO. verificação e comprovação. Sendo esse o tema de nosso projeto de mestrado,

O ATO PSICANALÍTICO NO CAMPO DO GOZO. verificação e comprovação. Sendo esse o tema de nosso projeto de mestrado, O ATO PSICANALÍTICO NO CAMPO DO GOZO Liliana Marlene da Silva Alves Sérgio Scotti O ato psicanalítico é fonte de interrogação e instrumento de autorização para todo aquele que se propõe seguir uma prática

Leia mais

Do enigma ao cômico. Celso Rennó Lima

Do enigma ao cômico. Celso Rennó Lima O eixo deste trabalho pode ser dado a partir da afirmação de J-A. Miller em SILET: a toda falha simbólica responde uma inserção imaginária. Ao dizer isto, Miller trabalhava o caso, descrito por Lacan no

Leia mais

Latusa Digital ano 1 N 8 agosto de 2004

Latusa Digital ano 1 N 8 agosto de 2004 Latusa Digital ano 1 N 8 agosto de 2004 Pontuações sobre o tratamento do corpo na psicanálise * Márcia Zucchi ** Gostaríamos de discutir, um pouco, as relações entre o que a psicanálise acolhe como índices

Leia mais

6 Referências bibliográficas

6 Referências bibliográficas 6 Referências bibliográficas ABREU, T. Perversão generalizada. In: Agente: Revista digital de psicanálise da EBP-Bahia, n. 03. Salvador: EBP-Bahia, 2007. Disponível em: .

Leia mais

ISSO NÃO ME FALA MAIS NADA! 1 (Sobre a posição do analista na direção da cura)

ISSO NÃO ME FALA MAIS NADA! 1 (Sobre a posição do analista na direção da cura) ISSO NÃO ME FALA MAIS NADA! 1 (Sobre a posição do analista na direção da cura) Arlete Mourão Essa frase do título corresponde à expressão utilizada por um ex-analisando na época do final de sua análise.

Leia mais

Latusa digital ano 6 N 37 junho de 2009

Latusa digital ano 6 N 37 junho de 2009 1 Latusa digital ano 6 N 37 junho de 2009 Dinâmica conceitual na perspectiva do Sinthoma * Maria Angela Maia ** Jacques-Alain Miller inicia a aula V de seu curso Coisas de fineza em psicanálise, perguntando

Leia mais

Psicanálise e Ciência: um sujeito, dois discursos

Psicanálise e Ciência: um sujeito, dois discursos Psicanálise e Ciência: um sujeito, dois discursos Hilana Erlich* A proposta desse trabalho é investigar a relação entre psicanálise e ciência a partir da noção de sujeito. De acordo com Lacan, o surgimento

Leia mais

PSICANÁLISE COM CRIANÇAS: TRANSFERÊNCIA E ENTRADA EM ANÁLISE. psicanálise com crianças, sustentam um tempo lógico, o tempo do inconsciente de fazer

PSICANÁLISE COM CRIANÇAS: TRANSFERÊNCIA E ENTRADA EM ANÁLISE. psicanálise com crianças, sustentam um tempo lógico, o tempo do inconsciente de fazer PSICANÁLISE COM CRIANÇAS: TRANSFERÊNCIA E ENTRADA EM ANÁLISE Pauleska Asevedo Nobrega Assim como na Psicanálise com adultos, as entrevistas preliminares na psicanálise com crianças, sustentam um tempo

Leia mais

A INCOMPREENSÃO DA MATEMÁTICA É UM SINTOMA?

A INCOMPREENSÃO DA MATEMÁTICA É UM SINTOMA? A INCOMPREENSÃO DA MATEMÁTICA É UM SINTOMA? ROSELI MARIA RODELLA DE OLIVEIRA rrodella@gmail.com A proposta deste trabalho é explicar o sintoma de incompreensão da matemática. Ela está inspirada em uma

Leia mais

OS TRABALHOS ARTÍSTICOS NÃO SÃO PRODUTOS DO INCONSCIENTE 1

OS TRABALHOS ARTÍSTICOS NÃO SÃO PRODUTOS DO INCONSCIENTE 1 OS TRABALHOS ARTÍSTICOS NÃO SÃO PRODUTOS DO INCONSCIENTE 1 (Pontuações do livro de Collete Soler A Psicanálise na Civilização ) Sonia Coelho 2 Lendo essa afirmativa Os trabalhos artísticos não são produtos

Leia mais

ANALISTAS E ANALISANDOS PRECISAM SE ACEITAR: REFLEXÕES SOBRE AS ENTREVISTAS PRELIMINARES

ANALISTAS E ANALISANDOS PRECISAM SE ACEITAR: REFLEXÕES SOBRE AS ENTREVISTAS PRELIMINARES ANALISTAS E ANALISANDOS PRECISAM SE ACEITAR: REFLEXÕES SOBRE AS ENTREVISTAS PRELIMINARES 2014 Matheus Henrique de Souza Silva Psicólogo pela Faculdade Pitágoras de Ipatinga-MG. Especializando em Clínica

Leia mais

Toxicomanias: contra-senso ao laço social e ao amor?

Toxicomanias: contra-senso ao laço social e ao amor? Toxicomanias: contra-senso ao laço social e ao amor? Rita de Cássia dos Santos Canabarro 1 Eros e Ananke são, segundo Freud (1930/1987), os pais da civilização. De um lado, o amor foi responsável por reunir

Leia mais

O gozo, o sentido e o signo de amor

O gozo, o sentido e o signo de amor O gozo, o sentido e o signo de amor Palavras-chave: signo, significante, sentido, gozo Simone Oliveira Souto O blá-blá-blá Na análise, não se faz mais do que falar. O analisante fala e, embora o que ele

Leia mais

Latusa digital ano 5 N 34 setembro de 2008

Latusa digital ano 5 N 34 setembro de 2008 Latusa digital ano 5 N 34 setembro de 2008 Sintoma como acontecimento de corpo * Maria Angela Maia ** O viés que privilegio percorrer, exposto no título deste trabalho, parte da questão sobre a busca de

Leia mais

Almanaque on-line entrevista Patrício Alvarez, Diretor do VI ENAPOL.

Almanaque on-line entrevista Patrício Alvarez, Diretor do VI ENAPOL. Almanaque on-line entrevista Patrício Alvarez, Diretor do VI ENAPOL. A insensatez do sintoma: os corpos e as normas será o tema de trabalho da Seção Clínica do Instituto, neste semestre. Sua escolha se

Leia mais

Latusa digital ano 6 N 37 junho de 2009

Latusa digital ano 6 N 37 junho de 2009 1 Latusa digital ano 6 N 37 junho de 2009 Coisas de fineza em psicanálise * Fernando Coutinho ** Apesar de publicado em janeiro de 1966, o escrito A ciência e a verdade 1 é atual para adentrarmos no curso

Leia mais

O real no tratamento analítico. Maria do Carmo Dias Batista Antonia Claudete A. L. Prado

O real no tratamento analítico. Maria do Carmo Dias Batista Antonia Claudete A. L. Prado O real no tratamento analítico Maria do Carmo Dias Batista Antonia Claudete A. L. Prado Aula de 23 de novembro de 2009 Como conceber o gozo? Gozo: popularmente, é traduzido por: posse, usufruto, prazer,

Leia mais

Latusa digital ano 0 N 3 outubro de 2003

Latusa digital ano 0 N 3 outubro de 2003 Latusa digital ano 0 N 3 outubro de 2003 Perguntas e respostas Sara Perola Fux * Sabemos que toda pergunta já contém em si mesma a resposta. Então, se deduz que a resposta antecede à pergunta é esta a

Leia mais

O amor e a mulher. Segundo Lacan o papel do amor é precioso: Daniela Goulart Pestana

O amor e a mulher. Segundo Lacan o papel do amor é precioso: Daniela Goulart Pestana O amor e a mulher O que une os seres é o amor, o que os separa é a Sexualidade. Somente o Homem e A Mulher que podem unir-se acima de toda sexualidade são fortes. Antonin Artaud, 1937. Daniela Goulart

Leia mais

SCILICET, O CORPO FALANTE. Bernardino Horne. Introdução

SCILICET, O CORPO FALANTE. Bernardino Horne. Introdução SCILICET, O CORPO FALANTE Bernardino Horne Introdução O Dicionário Scilicet O corpo falante trabalha em 95 verbetes o que estamos pensando na AMP sobre este novo conceito, assim como os impasses e as dificuldades

Leia mais

Latusa digital ano 6 N 36 março de 2009

Latusa digital ano 6 N 36 março de 2009 1 Latusa digital ano 6 N 36 março de 2009 A responsabilidade da psicanálise com os novos sintomas Claudia Domingues Marilene Cambeiro * Como falar das questões relativas às mudanças subjetivas contemporâneas,

Leia mais

O MANEJO DA TRANSFERÊNCIA NA PSICOSE: O SECRETÁRIO DO ALIENADO E SUAS IMPLICAÇÕES

O MANEJO DA TRANSFERÊNCIA NA PSICOSE: O SECRETÁRIO DO ALIENADO E SUAS IMPLICAÇÕES O MANEJO DA TRANSFERÊNCIA NA PSICOSE: O SECRETÁRIO DO ALIENADO E SUAS IMPLICAÇÕES Roberto Lopes Mendonça O tratamento da psicose: impasses iniciais No trabalho clínico com a psicose, torna-se cada vez

Leia mais

O estudo teórico na formação do psicanalista Uma lógica que não é a da. identificação 1

O estudo teórico na formação do psicanalista Uma lógica que não é a da. identificação 1 O estudo teórico na formação do psicanalista Uma lógica que não é a da Arlete Mourão 2 identificação 1 Na formação do analista, o lugar e a função do estudo da psicanálise são conseqüências lógicas da

Leia mais

ponto nodal é a ruptura teórica que se produz em 1978, no texto Só há causa para o que claudica, escrito

ponto nodal é a ruptura teórica que se produz em 1978, no texto Só há causa para o que claudica, escrito Real do inconsciente e real da língua A relação que Pêcheux estabelece com a psicanálise lacaniana é característicamente ambígüa. Seu ponto nodal é a ruptura teórica que se produz em 1978, no texto Só

Leia mais

DO MAIS AINDA DA ESCRITA 1

DO MAIS AINDA DA ESCRITA 1 DO MAIS AINDA DA ESCRITA 1 Jacques Laberge 2 Mais ainda (Encore), de 1972-73, deve sua importância à contribuição decisiva de Lacan à sexualidade feminina, tema que ocupa a segunda metade deste Seminário

Leia mais

Um tipo particular de escolha de objeto nas mulheres

Um tipo particular de escolha de objeto nas mulheres Um tipo particular de escolha de objeto nas mulheres Gabriella Valle Dupim da Silva Doutoranda do Programa de Pós Graduação em Psicologia(PPGP/UFRJ)/Bolsista CNPq. Endereço: Rua Belizário Távora 211/104

Leia mais

Quando o Outro é mau

Quando o Outro é mau Opção Lacaniana online nova série Ano 9 Números 25 e 26 março/julho 2018 ISSN 2177-2673 1 Jacques-Alain Miller O título,..., faz eco aos termos mais sólidos, mais sensíveis e mais úteis da psiquiatria

Leia mais

O C a m p o L a c a n i a n o : D e s e jo e G o z o 1. Luiz Carlos Nogueira Instituto de Psicologia - USP

O C a m p o L a c a n i a n o : D e s e jo e G o z o 1. Luiz Carlos Nogueira Instituto de Psicologia - USP O C a m p o L a c a n i a n o : D e s e jo e G o z o 1 2 Luiz Carlos Nogueira Instituto de Psicologia - USP Trata-se de mostrar a mudança conceituai efetuada por Lacan a partir da década de 70. Desde 50

Leia mais

PROJETO EDUCAÇÃO SEM HOMOFOBIA SEXUALIDADE E A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO

PROJETO EDUCAÇÃO SEM HOMOFOBIA SEXUALIDADE E A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO PROJETO EDUCAÇÃO SEM HOMOFOBIA SEXUALIDADE E A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO Débora Maria Gomes Silveira Universidade Federal de Minas Gerais Maio/ 2010 ESTUDO PSICANALÍTICO DA SEXUALIDADE BREVE HISTÓRICO Na

Leia mais

O INTERMINÁVEL DAQUILO QUE TERMINA

O INTERMINÁVEL DAQUILO QUE TERMINA O INTERMINÁVEL DAQUILO QUE TERMINA Por Arlete Mourão Simpósio de Olinda (agosto de 2005) Existem dois tipos de análises termináveis: aquelas cuja saída se dá pela père-version e aquelas cuja saída se dá

Leia mais

O estatuto do corpo no transexualismo

O estatuto do corpo no transexualismo O estatuto do corpo no transexualismo Doris Rinaldi 1 Lacan, no Seminário sobre Joyce, assinala a estranheza que marca a relação do homem com o próprio corpo, relação essa que é da ordem do ter e não do

Leia mais

Componente Curricular: Psicoterapia I Psicanálise Professor(a): Dalmir Lopes Período: 8º TURNO: Noturno Ano:

Componente Curricular: Psicoterapia I Psicanálise Professor(a): Dalmir Lopes Período: 8º TURNO: Noturno Ano: CRÉDITOS Componente Curricular: Psicoterapia I Psicanálise Professor(a): Dalmir Lopes Período: 8º TURNO: Noturno Ano: 2015.2 TOTAL DE AULAS(h/a) CARGA HORÁRIA ATIVIDADES EM ESPAÇOS DIVERSIFICADOS CARGA

Leia mais

QUE AMOR NA TRANSFERÊNCIA? Ana Paula de Aguiar Barcellos 1

QUE AMOR NA TRANSFERÊNCIA? Ana Paula de Aguiar Barcellos 1 QUE AMOR NA TRANSFERÊNCIA? Ana Paula de Aguiar Barcellos 1 Na descoberta do inconsciente Freud apontou que a transferência é um fenômeno espontâneo que adquire status de conceito na psicanálise. Ela é

Leia mais

O valor d osbjet. Sérgio de Campos 1

O valor d osbjet. Sérgio de Campos 1 O valor d osbjet Sérgio de Campos 1 sergiodecampos@uol.com.br Resumo: No mercado dos sintomas e da fantasia, o objeto ganha um valor de semblante. Qual é o valor de gozo que o sujeito tem para com seu

Leia mais

O objeto na saúde mental: a utilidade pública da psicanálise ou o uso possível do psicanalista *

O objeto na saúde mental: a utilidade pública da psicanálise ou o uso possível do psicanalista * Latusa digital ano 5 N 33 junho de 2008 O objeto na saúde mental: a utilidade pública da psicanálise ou o uso possível do psicanalista * Paula Borsoi ** A política O que podemos aprender com as experiências

Leia mais

A verdade e o seu caráter mítico: de um gozo 1 Gustavo Miranda Fonseca e Paulo Vidal

A verdade e o seu caráter mítico: de um gozo 1 Gustavo Miranda Fonseca e Paulo Vidal Opção Lacaniana online nova série Ano 6 Número 16 março 2015 ISSN 2177-2673 enunciado de um gozo 1 Gustavo Miranda Fonseca e Paulo Vidal Os escritos freudianos são especialmente caracterizados pela narrativa

Leia mais

O saber construído em análise e a invenção Autor: Mônica Assunção Costa Lima Professora da Puc-Minas Doutora em Teoria Psicanalítica pela

O saber construído em análise e a invenção Autor: Mônica Assunção Costa Lima Professora da Puc-Minas Doutora em Teoria Psicanalítica pela O saber construído em análise e a invenção Autor: Mônica Assunção Costa Lima Professora da Puc-Minas Doutora em Teoria Psicanalítica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro 1 Resumo: O trabalho examina

Leia mais

Instituto Trianon de Psica nálise

Instituto Trianon de Psica nálise T I P Instituto Trianon de Psica nálise www.instituto-trianon.com.br itp@instituto-trianon.com.br Tel: 3253.9163-3289.7083 Escuta e interpretação na sessão analítica Antonia Claudete A. L. Prado. A interpretação

Leia mais

PSICOSE. Organização: Carmen Silvia Cervelatti, Kátia Ribeiro, Luciana Rabelo, Eliane Costa Dias e Niraldo dos Santos.

PSICOSE. Organização: Carmen Silvia Cervelatti, Kátia Ribeiro, Luciana Rabelo, Eliane Costa Dias e Niraldo dos Santos. 3 a Reunião da Seção Epistêmica da CLIPP PSICOSE Articulada com o tema do Curso de Psicanálise, a 3ª Reunião Epistêmica contou com uma Bibliografia básica e atualizada de publicação (textos, artigos e

Leia mais

VII Encontro da IF-EPFCL O QUE RESPONDE O PSICANALISTA? ÉTICA E CLÍNICA. 6-9 de julho de

VII Encontro da IF-EPFCL O QUE RESPONDE O PSICANALISTA? ÉTICA E CLÍNICA. 6-9 de julho de VII Encontro da IF-EPFCL O QUE RESPONDE O PSICANALISTA? ÉTICA E CLÍNICA. 6-9 de julho de 2012 www.rio2012if-epfcl.org.br rio2012ifepfcl@gmail.com PRELÚDIO 2: SE FAZER NO REAL, CLÍNICA E ÉTICA. Carmen Gallano

Leia mais

Latusa digital ano 4 N 31 novembro de 2007

Latusa digital ano 4 N 31 novembro de 2007 Latusa digital ano 4 N 31 novembro de 2007 Pedaços que faltam (sobre a origem do objeto a) Angela Cavalcanti Bernardes ** Tem mais presença em mim o que me falta. Manoel de Barros A construção do objeto

Leia mais

A devastação: uma singularidade feminina

A devastação: uma singularidade feminina Devastação ISSN 0101-4838 469 A devastação: uma singularidade feminina Malvine Zalcberg* RESUMO Lacan empregou o termo devastação em dois momentos de seu ensino para se referir: seja à relação da filha

Leia mais

Boletim haun #010. Editorial Há-um a Um Maria Josefina Sota Fuentes

Boletim haun #010. Editorial Há-um a Um Maria Josefina Sota Fuentes Boletim haun #010 Tomie Ohtake. Sem título, 1994 - Óleo sobre tela. 170 x 170 cm - Foto: Arquivo Instituto Tomie Ohtake Editorial Há-um a Um Maria Josefina Sota Fuentes Com este décimo número do Boletim

Leia mais

NOME DO PAI E REAL. Jacques Laberge 1

NOME DO PAI E REAL. Jacques Laberge 1 NOME DO PAI E REAL Jacques Laberge 1 Na época em que estava proferindo seu Seminário As formações do inconsciente, Lacan retomou pontos de seu Seminário III, As psicoses em De uma questão preliminar a

Leia mais

Ser o Sinthoma #07 A SATISFAÇÃO EM LALANGUE O ATO E O SIGNIFICANTE DA TRANSFERÊNCIA

Ser o Sinthoma #07 A SATISFAÇÃO EM LALANGUE O ATO E O SIGNIFICANTE DA TRANSFERÊNCIA nova série #07 Revista de Psicanálise Ser o Sinthoma Bernardino C. Horne - EBP-Bahia - horneba@terra.com.br No Seminário 23, O Sinthoma, Lacan (2007) afirma que o analista é o Sinthoma. Pergunto-me, que

Leia mais

Famílias sintomáticas

Famílias sintomáticas Opção Lacaniana online nova série Ano 4 Número 10 março 2013 ISSN 2177-2673 1 Fabian Fajnwaks O desejo de formar família encontrou uma espécie de interpretação na resposta recente de nossos governantes:

Leia mais

Demanda de cura na inexistência do Outro como engendrar aí a psicanálise? 1

Demanda de cura na inexistência do Outro como engendrar aí a psicanálise? 1 Demanda de cura na inexistência do Outro como engendrar aí a psicanálise? 1 Antonia Claudete A. L. Prado Este trabalho surgiu de questões relativas à demanda de tratamento de pacientes provenientes do

Leia mais

AS DUAS VERTENTES: SIGNIFICANTE E OBJETO a 1

AS DUAS VERTENTES: SIGNIFICANTE E OBJETO a 1 AS DUAS VERTENTES: SIGNIFICANTE E OBJETO a 1 Luiz Carlos Nogueira e Helena Bicalho 2 Instituto de Psicologia - USP Jair Abe 3 Instituto de Estudos Avançados - USP Este trabalho trata da relação entre a

Leia mais

A CLÍNICA DO EXCESSO; OU A CLÍNICA DO AMOR EM JACQUES LACAN

A CLÍNICA DO EXCESSO; OU A CLÍNICA DO AMOR EM JACQUES LACAN Edital de inscrição Psicanálise 2008 Estão abertas as inscrições para o Corpo de Formação em Psicanálise, do IPLA Instituto da Psicanálise Lacaniana, 2008 INSTITUTO DA PSICANÁLISE LACANIANA CORPO DE FORMAÇÃO

Leia mais

Latusa digital ano 6 N 37 junho de Objetos só letra: de Lacan a Freud *

Latusa digital ano 6 N 37 junho de Objetos só letra: de Lacan a Freud * Latusa digital ano 6 N 37 junho de 2009 Objetos só letra: de Lacan a Freud * Jaime Araújo Oliveira ** A influência do positivismo sobre o contexto teórico e cultural em que a psicanálise foi criada obrigou

Leia mais

As Implicações do Co Leito entre Pais e Filhos para a Resolução do Complexo de Édipo. Sandra Freiberger

As Implicações do Co Leito entre Pais e Filhos para a Resolução do Complexo de Édipo. Sandra Freiberger As Implicações do Co Leito entre Pais e Filhos para a Resolução do Complexo de Édipo Sandra Freiberger Porto Alegre, 2017 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE PSICOLOGIA CURSO: INTERVENÇÃO

Leia mais

Latusa digital N 10 ano 1 outubro de 2004

Latusa digital N 10 ano 1 outubro de 2004 Latusa digital N 10 ano 1 outubro de 2004 Inconsciente: topografia e topologia Maria Angela Maia * Mal acabara a súplica, um pesado torpor lhe invade os membros; seu peito delicado se reveste de uma fina

Leia mais

Latusa digital ano 2 N 19 outubro de 2005

Latusa digital ano 2 N 19 outubro de 2005 Latusa digital ano 2 N 19 outubro de 2005 Ato e angústia * Vera Lopes Besset** Interroguei-os muitas vezes sobre o que convém que seja o desejo do analista para que o trabalho seja possível ali onde nós

Leia mais

CEP -CENTRO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS. Curso de Formação em Pasicanálise. Ciclo IV 3ª Noite

CEP -CENTRO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS. Curso de Formação em Pasicanálise. Ciclo IV 3ª Noite CEP -CENTRO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS Curso de Formação em Pasicanálise Ciclo IV 3ª Noite O atravessamento da Psicanálise em meu cotidiano Nathália Miyuki Yamasaki 2014 Chego para análise e me ponho a

Leia mais

As psicoses ordinárias na perspectiva borromeana 1

As psicoses ordinárias na perspectiva borromeana 1 Opção Lacaniana online nova série Ano 8 Número 24 novembro 2017 ISSN 2177-2673 na perspectiva borromeana 1 Angélica Cantarella Tironi O termo psicose ordinária foi inventado por Jacques- Alain Miller como

Leia mais

O Fenômeno Psicossomático (FPS) não é o signo do amor 1

O Fenômeno Psicossomático (FPS) não é o signo do amor 1 O Fenômeno Psicossomático (FPS) não é o signo do amor 1 Joseane Garcia de S. Moraes 2 Na abertura do seminário 20, mais ainda, cujo título em francês é encore, que faz homofonia com en corps, em corpo,

Leia mais

CDD: CDU:

CDD: CDU: da autora, 2011 Ágalma, 2011 Projeto gráfico da capa e primeiras páginas Homem de Melo & Troia Design 2ª Edição: maio de 2014 Editor Marcus do Rio Teixeira Direção desta coleção Daniele de Brito Wanderley

Leia mais

A interpretação e suas ressonâncias. de uma adolescente 1 Alejandro Reinoso 2

A interpretação e suas ressonâncias. de uma adolescente 1 Alejandro Reinoso 2 Opção Lacaniana online nova série Ano 8 Número 23 julho 2017 ISSN 2177-2673 no corpo de uma adolescente 1 Alejandro Reinoso 2 O corpo adolescente traz as marcas do novo inaugurado pela puberdade. Esse

Leia mais

6 - Referências Bibliográficas

6 - Referências Bibliográficas 6 - Referências Bibliográficas AUSTER, Paul. (1982) A Invenção da Solidão. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. BERGÈS, Jean e BALBO, Gabriel. (1997) A Criança e a Psicanálise. Porto Alegre: Artes Médicas,

Leia mais

7 Referências Bibliográficas

7 Referências Bibliográficas 81 7 Referências Bibliográficas ARRIVÉ, M. Linguagem e psicanálise: lingüística e inconsciente. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 1999. BAUMAN, Z. Vida líquida. (2009). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009.

Leia mais

ALIENAÇÃO E SEPARAÇÃO. Mical Marcelino Margarete Pauletto Renata Costa

ALIENAÇÃO E SEPARAÇÃO. Mical Marcelino Margarete Pauletto Renata Costa ALIENAÇÃO E SEPARAÇÃO Mical Marcelino Margarete Pauletto Renata Costa Objetivo Investigar a Alienação e Separação, conceitos fundamentais para entender: CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO SUBJETIVIDADE EIXOS DE ORGANIZAÇÃO

Leia mais

Formação do analista e universidade: dissimetrias 1

Formação do analista e universidade: dissimetrias 1 Opção Lacaniana online nova série Ano 7 Número 21 novembro 2016 ISSN 2177-2673 algumas dissimetrias 1 Marcia Mello de Lima Este artigo foi motivado pela pergunta corrente entre aqueles que ensinam e estudam

Leia mais

A OPERAÇÃO DO DISCURSO ANALÍTICO

A OPERAÇÃO DO DISCURSO ANALÍTICO A OPERAÇÃO DO DISCURSO ANALÍTICO Este trabalho é um recorte do projeto de iniciação científica (PIBIC) Estruturas Clínicas e Discurso: a neurose, no qual trabalhamos o texto do Seminário XVII: O Avesso

Leia mais

Trauma, uma nova perspectiva sobre um real Maria do Rosário Collier do Rêgo Barros

Trauma, uma nova perspectiva sobre um real Maria do Rosário Collier do Rêgo Barros Opção Lacaniana online nova série Ano 6 Número 16 março 2015 ISSN 2177-2673 Maria do Rosário Collier do Rêgo Barros O verdadeiro núcleo traumático é a relação com a língua : quando Lacan diz isso, que

Leia mais

O CARTEL E O DISCURSO ANALÍTICO. Laureci Nunes

O CARTEL E O DISCURSO ANALÍTICO. Laureci Nunes O CARTEL E O DISCURSO ANALÍTICO Laureci Nunes Lacan, em 1964, quando fundou a Escola Freudiana de Paris, propôs o cartel, como o dispositivo privilegiado, onde ele esperava que o trabalho da Escola se

Leia mais