INFLUÊNCIA DO QUADRO DEPRESSIVO NA CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS
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- Luiza Casado Galvão
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1 INFLUÊNCIA DO QUADRO DEPRESSIVO NA CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS Luciana Araújo dos Reis * Lucas Silveira Sampaio ** Ariadne Novaes da Costa *** Claudio Henrique Meira Mascarenhas **** artigo de revisão RESUMO Objetivo: Analisar a influência do quadro depressivo sobre a capacidade funcional de idosos institucionalizados no município de Jequié/BA. Métodos: Estudo exploratório analítico-descritivo com delineamento transversal, sendo a amostra de 23 idosos, residentes na instituição asilar Fundação Leur Britto situada no município de Jequié/BA. O instrumento de coleta foi constituído por questões sócio-demográficas, Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage e Índice de Barthel. Os dados foram analisados no Programa Estatístico SPSS versão 13.0 através de análise descritiva e realização dos Testes Estatísticos Correlação de Spearman, Mann-Whitney e Kruskal-Wallis, com intervalo de confiança de 95%. Resultados: Constatou-se que a média de idade de 71,52 (± 8,57) anos, havendo predominância do sexo masculino (65,22%), do estado civil solteiro (60,87%) e em relação ao nível de escolaridade, o analfabetismo (69,57%). No que se refere ao nível de depressão e ao grau de dependência funcional, observou-se que a maior parcela apresentava a depressão do tipo severa (82,61%) e presença de dependência em 78,26% dos idosos, respectivamente. Ao se correlacionar o estado depressivo com o comprometimento funcional dos idosos institucionalizados, verificou-se que houve diferença estatística significativa (p=0,000). Conclusão: Neste cenário, ao observar que a manutenção da saú de mental tem importantes implicações para a qualidade de vida dos idosos, torna-se indispensável o aprofundamento e a ampliação de pesquisas que possibilitem a criação de ações de prevenção e promoção de saúde voltadas a estes indivíduos. Palavras-chave: Idosos. Depressão. Atividades Cotidianas. * Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. cianareis@hotmail.com **Fisioterapeuta, especialista em Saúde Pública. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. lucaosampaio@hotmail.com *** Fisioterapeuta, especialista em Saúde Pública. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. lucaosampaio@hotmail.com ****Fisioterapeuta, especialista em Saúde Pública, mestrando em Enferamgem e Saúde. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. claudio12fisio@hotmail.com 62 C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.4, n.1, p.62-72, jan./dez. 2011
2 REIS, L. A. et al. 1 INTRODUÇÃO O acelerado ritmo do crescimento da população idosa é um fato que vem acontecendo no mundo inteiro, inclusive no Brasil. Entre as causas deste aumento está o declínio da natalidade e da mortalidade. Este envelhecimento é um processo contínuo durante o qual ocorrem alterações progressivas em vários sistemas; porém, o início, a evolução, e as conseqüências dessas transformações ocorrem de forma diferenciada entre os indivíduos, devido a fatores genéticos, ambientais, sociais, dentre outros, influenciando diretamente a saúde física e mental (FIEDLER; PERES, 2008). O avançar da idade, em associação às doenças da saúde mental e física, leva à dependência de cuidados externos, sejam eles provenientes da própria família ou de profissionais especializados no atendimento geriátrico, o que aumenta a institucionalização. Estas instituições constituem a modalidade mais antiga e universal de atendimento ao idoso, fora do seu convívio familiar, tendo como inconveniente favorecer seu isolamento, sua inatividade física e mental, e, dessa forma, levando ao rebaixamento do estado emocional e surgimento de quadros depressivos, afetando a sua qualidade de vida (DAVIM et al., 2004; TORAL; BAUERMANN; SOARES, 2006). A depressão é um distúrbio da área afetiva ou do humor, de natureza multifatorial que envolve inúmeros aspectos de ordem biológica, psicológica e social, e com forte impacto funcional em qualquer faixa etária (DJERNES, 2006). Sabe-se que, particularmente na população idosa, os quadros depressivos têm características clínicas peculiares como elevado grau de sofrimento, morbidade e mortalidade elevadas, e prognóstico desfavorável associado à diminuição da qualidade de vida. Há também uma diminuição da resposta emocional, com isso, um predomínio de sintomas como diminuição do sono, perda de prazer nas atividades habituais, nostalgia e perda de energia. Isso torna o diagnóstico dessa condição mais complexo nesta população (GAZALLE; HALLAL; LIMA, 2004; GRINBERG, 2006). A investigação desta patologia em idosos torna-se cada vez mais importante devido a sua alta prevalência. O conhecimento dos sintomas depressivos C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.4, n.1, p , jan./dez
3 Influência do quadro depressivo na capacidade funcional de idosos institucionalizados em idosos é de fundamental importância, visto que favorece o diagnóstico precoce e correto e o tratamento adequado da depressão. No diagnóstico desta enfermidade devem-se enfatizar alguns sintomas, tais como humor deprimido, perda de interesse e prazer em atividades previamente agradáveis, fadiga, problemas cognitivos como a dificuldade de se concentrar, queixas de falta de memória, raciocínio lento, indecisão e percepção da falta de competência e controle, e os sintomas somáticos que incluem alterações do apetite e da função psicomotora (DJERNES, 2006). Além disso, a depressão é muitas vezes subdiagnosticada e permanece sem tratamento, podendo levar à incapacitação e ao prejuízo funcional (O SULLIVAN; SCHMITZ, 2004; DUARTE YAO LEBRÃO; LIMA, 2005). A capacidade funcional pode ser definida como a capacidade que o indivíduo tem em manter-se independente e autônomo, constituindo assim, em um dos importantes marcadores do envelhecimento e da qualidade de vida dos idosos. A perda dessa condição está associada à predisposição à fragilidade, dependência, institucionalização, risco aumentado de quedas, morte e problemas de mobilidade, trazendo complicações ao longo do tempo (FIEDLER; PERES, 2008; GUIMARÃES et al., 2004). Diante desses fatos, torna-se evidente que não é possível considerar o quadro depressivo no idoso como uma simples conseqüência "natural" do envelhecimento, mas um problema de saúde pública que nos leva a pensar na importância da prevenção dessa patologia e da necessidade de maiores estudos para proporcionar uma melhor qualidade de vida para essa parcela da população. Neste contexto, a utilização de avaliações do estado emocional e da capacidade funcional tem a possibilidade de fornecer informações úteis na identificação de possíveis limitações e perda da autonomia dos idosos em conseqüência da depressão. Todavia, poucos são os estudos que analisam a influência do quadro depressivo na capacidade funcional. Assim, este estudo tem por objetivo analisar a influência do quadro depressivo sobre a capacidade funcional de idosos institucionalizados no município de Jequié/BA. 64 C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.4, n.1, p , jan./dez. 2011
4 REIS, L. A. et al. 2 MÉTODOS Trata-se de uma pesquisa de caráter descritivo-analítico com delineamento transversal. A população estudada foi composta por 58 idosos institucionalizados residentes na Fundação Leur Britto, por ser a única instituição de acolhimento de idosos no município de Jequié/BA, sendo a coleta realizada no período de Outubro de 2009 a Janeiro de A amostra foi constituída por 23 idosos, os quais foram selecionados de forma intencional, de acordo ao seguinte critério de inclusão: aceitar participar voluntariamente do estudo; e como critérios de exclusão: ausência de condições mentais para responder aos questionamentos dos instrumentos, ausência de depressão e o fato do idoso estar acamado devido a uma patologia incapacitante, já que neste caso a incapacidade poderia ser o fator primário em relação à depressão, e não a depressão ser o fator primário em relação à diminuição da capacidade funcional. Esta pesquisa obedeceu às normas éticas da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Para participar do estudo os idosos ou seus representantes legais assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Dessa forma, os procedimentos de coleta de informações foram instituídos após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Como instrumentos para critérios de exclusão foram utilizados o Mini- Exame do Estado Mental na forma reduzida, uma importante ferramenta de rastreio de comprometimento cognitivo, podendo ser utilizado no seguimento evolutivo de doenças e no monitoramento de resposta ao tratamento ministrado 8 ; e Escala de Depressão Geriátrica. Esses instrumentos permitem identificar quais idosos estão aptos a participar da pesquisa. Os indivíduos forneceram inicialmente os dados sócio-demográficos. Em seguida, para a caracterização do quadro depressivo quanto aos aspectos qualitativos e quantitativos, foi utilizado a pontuação obtida na Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage. Este é um dos instrumentos mais freqüentemente utilizados para o rastreamento de depressão em idosos, sendo constituído C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.4, n.1, p , jan./dez
5 Influência do quadro depressivo na capacidade funcional de idosos institucionalizados por 30 questões de respostas sim ou não, sendo a mesma validada no Brasil (PARADELA; LOURENCO; VERAS, 2005). Para avaliação da capacidade funcional foi aplicado o Índice de Barthel (LUCENA et al., 2002) composto por 10 atividades (alimentação, banho, higiene pessoal, vestir-se, intestinos, bexiga, transferência para higiene íntima, transferência - cadeira e cama, deambulação e subir escadas), sendo que este índice é validado no Brasil. Mediante os dados coletados por meio destes instrumentos, foi investigada a correlação entre o quadro depressivo e a limitação funcional de idosos institucionalizados, levando-se em consideração os seguintes fatores: grau de comprometimento do quadro emocional e grau de comprometimento da capacidade funcional. Os dados foram exportados do Programa Excel 2007 para o Programa Estatístico SPSS Versão Para a caracterização da amostra realizou-se análise descritiva por meio de média, desvio padrão, valor máximo e mínimo e os Testes Estatísticos Correlação de Spearman para correlação de variáveis dependentes, e Mann Whitney e Kruskal- Wallis para descrever as varáveis a partir de uma distribuição anormal, sendo que o percentual aceitável foi de 95%. 3 RESULTADOS A partir da análise dos dados constatou-se que a média de idade dos 23 idosos que fizeram parte da amostra foi de 71,52 (± 8,57) anos, sendo a idade mínima de 60 anos e a máxima de 85 anos. Quanto aos demais dados sóciodemográficos, verificou-se a predominância do sexo masculino, da faixa etária entre 60 a 79 anos, do estado civil solteiro e em relação ao nível de escolaridade, o analfabetismo. Tabela 1 - Distribuição dos idosos de acordo com as variáveis sócio-demográficas. Jequié/BA, Variáveis n % Sexo Masculino 15 65,22 Feminino 8 34,78 Idade 60 a 79 anos 18 78,26 80 anos 5 21,74 Estado Civil Solteiro (a) 14 60,87 Casado (a) 3 13,04 Divorciado (a) 1 4,35 Viúvo (a) 5 21,74 Nível de escolaridade 66 C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.4, n.1, p , jan./dez. 2011
6 REIS, L. A. et al. Variáveis n % Analfabeto 16 69,57 1º Grau completo 7 30,43 Fonte: Dados da Pesquisa (2011) No que se refere ao nível de depressão entre os idosos da amostra, observou-se que a maior parcela apresentava a depressão do tipo severa segundo a Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage, sendo que a média de pontuação na escala foi de 13,24 (± 5,33) pontos, variando entre 4 e 22 pontos. Tabela 2 - Distribuição dos idosos de acordo com a Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage. Jequié/BA, Yesavage n % Depressão Leve 4 17,39 Depressão Severa 19 82,61 Total ,00 Fonte: Dados da Pesquisa (2011) Ao relacionar os escores obtidos na Escala de Yesavage com as variáveis do estudo idade (p=0,663), sexo (p=0,846), estado civil (p=0,569), e escolaridade (p=0,440), não houve relevância significativa. Em relação ao grau de dependência funcional, a maior parcela dos idosos apresentava dependência classificada como leve segundo o Índice de Barthel, sendo que a média de pontuação no índice foi de variou entre 20 a 100 pontos, com média 73,80 (± 25,05) pontos. Tabela 3 - Distribuição dos idosos de acordo com o Índice de Barthel. Jequié/BA, Índice de Barthel n % Dependência Grave 2 8,69 Dependência Moderada 5 21,74 Dependência Leve 11 47,83 Independente 5 21,74 Total ,00 Fonte: Dados da Pesquisa (2011) Ao relacionar os escores obtidos através do Índice de Barthel com as variáveis do estudo idade (p=0,996), sexo (p=0,203), estado civil (p=0,547), e escolaridade (p=-0,439), não houve diferença estatística significativa. Ao correlacionar o estado depressivo com a capacidade funcional dos idosos institucionalizados, verificou-se que houve correlação estatística significativa (p=0,000) e uma correlação negativa forte (r= -0,744). Tabela 4 - Distribuição dos idosos de acordo com o Índice de Barthel. Jequié/BA, p- Valor r Teste Escala de Yesavage X Índice de Barthel 0,000-0,744 Fonte: Dados da Pesquisa (2011) Correlação de Spearman C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.4, n.1, p , jan./dez
7 Influência do quadro depressivo na capacidade funcional de idosos institucionalizados 4 DISCUSSÃO O processo de envelhecimento populacional que está ocorrendo devido às mudanças demográficas em países em desenvolvimento como os latinoamericanos, dentre eles o Brasil, são acompanhadas por mudanças epidemiológicas que geram a necessidade de promover uma maior atenção à saúde do idoso. Essas transformações levaram a um crescimento da incidência de doenças crônicodegenerativas, as quais são acompanhadas por seqüelas limitantes de um desempenho funcional, causando uma situação de dependência do idoso e ocasionando diferenciadas demandas assistenciais (FIEDLER; PERES, 2008; DUARTE YAO LEBRÃO; LIMA, 2005). Neste estudo, verificou-se uma maior distribuição do sexo masculino (65,22%) e idade entre a faixa etária de 60 a 79 anos (78,26%). Esses resultados foram contrários aos resultados encontrados em estudos de Gazalle et al. (2004) e de Porcu et. al. (2004), nos quais se identificou que a incidência de depressão foi maior no sexo feminino e em idosos com idades mais avançadas. Já a alta porcentagem de indivíduos solteiros institucionalizados (60,87%) pode indicar a marginalização que existe para com os idosos sem família, além de o próprio idoso preferir o isolamento da sociedade, pois acredita, muitas vezes, ser um incômodo para sua família, como é citado no trabalho de Lucena et al. (2002) e de Guedes e Silveira (2004). Em relação à escolaridade, a maioria dos idosos era analfabeta (69,57%), resultados também semelhantes aos encontrados nos estudos de Lucena et al. (2002) e de Guedes e Silveira (2004). A prevalência de depressão severa entre os idosos da amostra neste estudo foi de 82,61%, sendo encontrado resultado semelhante nos estudos realizados por Porcu et al. (2002) e Santana e Barbosa Filho (2007). Esses resultados podem ser explicados devido à institucionalização asilar ser uma situação estressante e desencadeadora de depressão. Neste ambiente, o idoso se vê isolado de seu convívio social e adota estilo de vida diferente do seu, tendo que se adaptar a uma rotina de horários, dividir seu ambiente com desconhecidos e à distância da família. Este isolamento 68 C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.4, n.1, p , jan./dez. 2011
8 REIS, L. A. et al. social leva-o à perda da identidade, de liberdade, de auto-estima, solidão e, muitas vezes, à recusa da própria vida, o que pode justificar a alta prevalência de depressão severa em asilos 6. No que se refere a capacidade funcional, verificou-se que 78,26% dos idosos apresentavam dependência funcional, sendo que dentre estes, 47,83% possuíam dependência leve, 21,74% moderada e 8,69% grave. A perda dessa capacidade está associada à predisposição de fragilidade, a institucionalização, ao risco aumentado de quedas e a problemas de mobilidade (FORTUNY; ALMIRALL; SALUD, 2002). Destacando-se que a cada ano, cerca de 10% da população adulta, a partir dos 75 anos perde a independência em uma ou mais atividades básicas da vida diária, tais como: banhar-se, vestir-se, alimentar-se e higiene pessoal (CALDAS, 2003). Neste estudo, ao relacionar o estado depressivo com o comprometimento funcional dos idosos avaliados segundo a Escala de Depressão Geriátrica de Yesavage e o Índice de Barthel respectivamente, verificou-se que houve significância estatística. Assim, apesar de o declínio da saúde física ser freqüentemente pensado como o principal fator de relação para risco de depressão (QUARTI; HERBERTO, 2007), os resultados encontrados neste estudo evidenciaram que a depressão possui influência sobre a capacidade funcional. 5 CONCLUSÃO Neste cenário, é bastante relevante planejar programas específicos de intervenção para a eliminação de certos fatores de risco relacionados à depressão. Assim, as informações obtidas da avaliação funcional e do quadro emocional criam subsídios necessários para a implantação desses programas de prevenção à instalação ou avanço do quadro depressivo e limitações funcionais, favorecendo a independência e autonomia de idosos institucionalizados. Torna-se evidente que, como as ações de prevenção dos profissionais em saúde pouco influenciam sobre os fatores socioeconômicos e demográficos, os programas e serviços devem dar ênfase aos problemas de saúde mental, passíveis de intervenção preventiva. Destarte, o estabelecimento de ações de C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.4, n.1, p , jan./dez
9 Influência do quadro depressivo na capacidade funcional de idosos institucionalizados ordem preventiva é possibilitado pela promoção e estímulo de uma vida associativa e saudável com a realização de atividades recreativas, físicas e culturais para esses idosos 20. É indispensável o aprofundamento e a ampliação de pesquisas englobando o idoso quanto a sua saúde física e mental, devendo-se também, avaliar o ambiente físico no qual ele está inserido, pois ambientes inadequados contribuem para a instalação de quadros depressivos e conseqüentemente na redução da capacidade funcional. Assim, a pesquisa científica pode ajudar na manutenção e melhoria da qualidade de vida desses indivíduos. Deve ser ressaltado ainda, que os resultados aqui obtidos são referentes a apenas uma instituição asilar, não cabendo assim fazer generalizações de que o quadro depressivo influencia na capacidade funcional de todos os idosos. INFLUENCE OF DEPRESSION ON FUNCTIONAL CAPACITY OF INSTITUTIONALIZED ELDERLY ABSTRACT Objective: To analyse the influence of depression on functional capacity of institutionalized elderly in the city of Jequié/BA. Methods: It s a cross-sectional, explorative analytic-descriptive study, being the sample compounded by 23 elderly, living at the elderly institution Fundação Leur Britto located in the city of Jequié/BA. The data collecting instrument was made of sociodemographic questions, Yesavage Geriatric Depression Scale and Barthel Index. The analysis of the data was based on the Software Statistical Package Social Sciences (SPSS) 13.0 through descriptive analysis and the usage of Spearman correlation, Mann- Whitney and Kruskal-Wallis Statistical Tests. It was used a 95% confidence interval. Results: It was observed that the mean age among the elderly of the sample was (± 8.57) years, with predominance of males (65,22%), singles (60,87%) and concerning educational level, analphabetism (69,57%). Concerning depression level and functional dependence, it was observed that the higher part showed severe depression and light dependence, respectively. When correlating depressive status with to compromise functional of the institutionalized elderly, it was verified that there was significant statistical diference (p=0,000). Conclusion: On this scene, when observing that the maintenance of mental health has important implications on the quality of life of the elderly, it becomes 70 C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.4, n.1, p , jan./dez. 2011
10 REIS, L. A. et al. indispensable the deepening and ampliation of researches that make possible the creation of prevention actions and promotion of health toward those individuals. Keywords: Elderly. Depression. Daily Activities. Artigo recebido em 09/11/2010 e aceito para publicação em 11/03/2011 REFERÊNCIAS CALDAS, C. P. Envelhecimento com dependência: responsabilidade e demandas da família. Cad. de Saúde Pública, [S.l.], v. 19, n.3, p , DAVIM, R. M. B. et al. Estudo com idosos de instituições asilares no município de Natal/RN: características socioeconômicas e de saúde. Rev. Latino Amer. Enfermagem, [S.l.], v.12, n.3, p , DJERNES, J. K. Prevalence and predictors of depression in populations of elderly: a review. Acta Psychiatr Scand., [S.l.], v.113, p , DUARTE YAO LEBRÃO, M. L.; LIMA, F. D. Contribuição dos arranjos domiciliares para o suprimento de demandas assistenciais dos idosos com comprometimento funcional em São Paulo, Brasil. Rev Panam Salud Publica, [S.l.], v.17, n. 5/6, p , FIEDLER, M. M.; PERES, K. G. Functional status and associated factors among the elderly in a southern Brazilian city: a population-based study. Cad. Saúde Pública, [S.l.], v.24, n.2, p , FORTUNY, C. F.; ALMIRALL, J. E.; SALUD, J. P. Concordancia entre indices de dependencia en las actividades de la vida diária: experincia de aplicacion em poblacion geriatrica de ambito rural. Enfermeria Clinica, S.l., v. 2, n.2, p , GAZALLE, F. K. et al. Depressive symptoms and associated factors in an elderly population in southern Brazil. Rev. Saúde Pública, [S.l.], v.38, n.3, p , GAZALLE, F. K.; HALLAL, P. C.; LIMA, M. S. Depressão na população idosa: os médicos estão investigando? Rev. Bras. Psiquiatr., [S.l.], v. 26, n. 3, p , GRINBERG, L. P. Depressão em idosos - desafios no diagnóstico e tratamento. Rev. Bras. Med., [S.l.], v.63, n.7, p , GUEDES, J. M.; SILVEIRA, R. C, R. Análise da capacidade funcional da população geriátrica institucionalizada na cidade de Passo Fundo RS. Rev. Bras. de Ciên. do Envelh. Hum., [S.l.], v. 1, n.2, p.10-21, GUIMARÃES, L. H. C.T. et al. Avaliação da capacidade funcional de idosos em tratamento fisioterapêutico. Rev. Neurociências, [S.l.], v.12, n.3, p.17-21, C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.4, n.1, p , jan./dez
11 Influência do quadro depressivo na capacidade funcional de idosos institucionalizados LUCENA, N. M. G. et al. Análise da capacidade funcional em uma população geriátrica institucionalizada em João Pessoa. Fisioterapia Brasil, [S.l.], v. 3, n.3, p , O SULLIVAN, S. B.; SCHMITZ, T. J. Fisioterapia: Avaliação e Tratamento. 4. ed. Barueri (SP): Manole, PARADELA, E. M. P.; LOURENCO, R. A.; VERAS, R. P. Validação da Escala de Depressão Geriátrica em um ambulatório geral. Rev. Saúde Pública, [S.l.], v. 39, n.6, p , PORCU, M. et al. Estudo comparativo sobre a prevalência de sintomas depressivos em idosos hospitalizados, institucionalizados e residente na comunidade. ActaScientiarum, [S.l.], v. 24, n.3, p , QUARTI, Y. T.; HERBERTO, S. R. Prevalence of depression in elderly women attending the University of Third Age. Rev. Psiquiatr, [S.l.], v. 29, n.1, p.19-27, SANTANA, A. J.; BARBOZA FILHO, J. C. Prevalence of depressive symptons in the hospitalized elderly in the city of Salvador. Rev. Baiana Saúde Pública, [S.l.], v.31, n.1, p , TORAL, N.; BAUERMANN, G. B.; SOARES, S. B. A. Perfil da alimentação oferecida em instituições geriátricas do Distrito Federal. Rev. Nutr., [S.l.], v.19, n. 1, p , C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.3, n.1, p , jan./dez. 2010
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