Inclusão de Pessoas com Deficiência no Trabalho
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- Mauro Brunelli Ramalho
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1 Inclusão de Pessoas com Deficiência no Trabalho Paulo Antonio de Paiva Rebelo MD PhD Especialista em Medicina do Trabalho RQE Vice-Presidente Nacional da ANAMT Diretor Científico e Ex-Presidente da ABMT Membro Titular da Academia Brasileira de Medicina de Reabilitação
2 Conflito de Interesses Falarei em meu nome Minha apresentação não representa, necessariamente a opinião e posicionamentos da ACEMT, nem das instituições às quais estou vinculado
3 Acessibilidade nesta apresentação Necessidade de leitura labial Descrição do material projetado
4 Apresentação Contextualização do Tema Critérios Legais Avaliação Médica Considerações Finais
5 Manco, perneta, coxo, mudinho, cegueta, mongol Deficiente Excepcional Pessoas com necessidades especiais Pessoa portador de deficiência PPD Pessoa com deficiência
6 Conceito Deficiência é um Conceito em evolução, resultantedainteração entrepessoascom deficiência e as barreiras devidas às atitudes e ao ambiente, que impedem a plena e efetiva participação dessas pessoas na sociedade, em igualdade de oportunidades com as demais (Convenção sobre os Direitos das Pessoas comdeficiência,2006)
7 CONVENÇÃO DA ONU SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA Artigo 1 - Propósito O propósito da presente Convenção é promover, proteger e assegurar o exercício pleno e equitativo de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas com deficiência e promover o respeito pela sua dignidade inerente.
8 CONVENÇÃO DA ONU SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas
9 RELATÓRIO MUNDIAL SOBRE A DEFICIÊNCIA OMS 2011 A deficiência faz parte da condição humana. Quase todas as pessoas terão uma deficiência temporária ou permanente em algum momento de suas vidas, e aqueles que sobreviverem ao envelhecimento enfrentarão dificuldades cada vez maiores com a funcionalidade de seus corpos. A maioria das grandes famílias possui um familiar deficiente, e muitas pessoas não deficientes assumem a responsabilidade de prover suporte e cuidar de parentes e amigos com deficiências. Todos períodos históricos enfrentaram a questão moral e política de como melhor incluir e apoiar as pessoas com deficiência.
10 Preâmbulo de Stephen W. Hawking RELATÓRIO MUNDIAL SOBRE A DEFICIÊNCIA OMS 2011 A deficiência não precisa ser um obstáculo para o sucesso. Durante praticamente toda a minha vida adulta sofri da doença do neurônio motor. Mesmo assim, isso não me impediu de ter uma destacada carreira como astrofísico e uma vida familiar feliz.... mas sei que sou muito sortudo, em muitos aspectos. Meu sucesso em física teórica me assegura apoio para viver uma vida que vale a pena.
11 Ilustração de Ricardo Ferraz, no site Bengalalegal.com
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13 Categorização de Deficiência Autodeclaração Critério Médico-Legal Segundo a Legislação para Fins de Cota
14 Não Confundir Doença Deficiência Incapacidade
15 Critérios Legais Lei Nº 7.853/1989 estabeleceu normas gerais que asseguram o pleno exercício dos direitos individuais e sociais da pessoa portadora de deficiência e sua integração social Regulamentada pelo Decreto 914/93 revogado pelo Decreto Nº 3.298/1999 que dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção e dá outras providências, tendo sido alterado pelo Decreto 5.296/04
16 LEI Nº DE 24 DE JULHO DE 1991 Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção: I - até 200 empregados...2% II - de 201 a % III - de 501 a % IV - de em diante...5% 1º A dispensa de trabalhador reabilitado ou de deficiente habilitado ao final de contrato por prazo determinado de mais de 90 (noventa) dias, e a imotivada, no contrato por prazo indeterminado, só poderá ocorrer após a contratação de substituto de condição semelhante.
17 Artigo 35º do Decreto 5.296/04 Acesso ao Trabalho Colocação competitiva: processo de contratação regular, que independe da adoção de procedimentos especiais Colocação seletiva: processo de contratação regular, que depende da adoção de procedimentos e apoios especiais para sua concretização; e Promoção do trabalho por conta própria
18 Artigo 4º do Decreto 5.296/04 Categorias de Deficiência Deficiência física alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, ostomia, nanismo, paralisia cerebral, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções
19 Deficiência auditiva - perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (db) ou mais, aferida por audiograma nas freqüências de 500HZ, 1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz Deficiência visual - cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60 o ; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores
20 Deficiência mental funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como: a) comunicação b) cuidado pessoal c) habilidades sociais d) utilização da comunidade d) utilização dos recursos da comunidade e) saúde e segurança f) habilidades acadêmicas g) lazer e h) trabalho
21 Deficiência múltipla associação de duas ou mais deficiências O Superior Tribunal de Justiça (STJ) se posicionou no sentido que o portador de visão monocular tem direito de concorrer, em concurso público, às vagas reservadas aos deficientes. A decisão foi transformada na súmula 377 e a condição de deficiência da capacidade de visão em apenas um dos olhos tem sido utilizada para enquadramento na cota.
22 Tipo de Deficiência e Características Pessoa com transtorno do Espectro Autista:Lei /2012 (Politica Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista) a pessoa com transtorno do espectro autista é considerada pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais.
23 Equipe Multidisciplinar Dec /99 Art. 43 Três profissionais capacitados e atuantes nas áreas das deficiências em questão, um deles é médico Três profissionais integrantes da carreira almejada pelo candidato.
24 Parecer da Equipe Multidisciplinar Deve observar: - As informações prestadas pelo candidato no ato da inscrição - A natureza das atribuições e das tarefas essenciais do cargo ou da função a desempenhar - A viabilidade das condições de acessibilidade e as adequações do ambiente de trabalho para a execução das tarefas - A possibilidade de uso, de equipamentos ou outros meios que habitualmente utilize - A CID (Classificação Internacional de Doenças) e outros padrões reconhecidos nacional e internacionalmente
25 Comprovação da condição de pessoa com deficiência MTE Certificado de Reabilitação Profissional emitido pelo INSS Laudo médico, que pode ser emitido por médico do trabalho da empresa ou outro médico, atestando enquadramento legal do(a) empregado(a) para integrar a cota, de acordo com as definições estabelecidas na Convenção nº 159 da OIT, Parte I, art. 1; Decreto nº 3.298/99, arts. 3º e 4º, com as alterações dadas pelo art. 70 do Decreto nº 5.296/04. O laudo deverá especificar o tipo de deficiência e ter autorização expressa do(a) empregado(a) para utilização do mesmo pela empresa, tornando pública a sua condição
26 Fluxo da Avaliação Pré-Admissional Comprovação da condição de pessoa com deficiência e enquadramento legal (habilitação, reabilitação ou laudo) Avaliação da equipe multiprofissional e emissão de parecer Exame médico admissional e recomendações Acompanhamento
27 Pessoa com mobilidade reduzida - aquela que, não se enquadrando no conceito de pessoa portadora de deficiência, tenha, por qualquer motivo, dificuldade de movimentar-se, permanente ou temporariamente, gerando redução efetiva da mobilidade, flexibilidade, coordenação motora e percepção. Decreto / o O disposto no caput aplica-se: às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, gestantes, lactantes e pessoas com criança de colo.
28 Decreto de 3/12/2013 Altera o Regulamento da Previdência Social - RPS, aprovado pelo Decreto no 3.048, de 6 de maio de 1999, para dispor sobre a aposentadoria por tempo de contribuição e por idade da pessoa com deficiência Tempo de contribuição - Grave: Homem 25 e mulher 20 - Moderada: Homem 29 e mulher 24 - Leve: Homem 33 e mulher 28 Idade - Homem: 66 - Mulher: 55
29 Como é feita a comprovação da deficiência? A condição de pessoa com deficiência pode ser comprovada por meio de: a) Laudo médico, que pode ser emitido por médico do trabalho da empresa ou outro médico, atestando enquadramento legal do(a) empregado(a) para integrar a cota, de acordo com as definições estabelecidas na Convenção nº 159 da OIT, Parte I, art. 1; Decreto nº 3.298/99, arts. 3º e 4º, com as alterações dadas pelo art. 70 do Decreto nº 5.296/04. O laudo deverá especificar o tipo de deficiência e ter autorização expressa do(a) empregado(a) para utilização do mesmo pela empresa, tornando pública a sua condição; b) Certificado de Reabilitação Profissional emitido pelo INSS. (MTE, 2007)
30 Lei / Estatuto CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 1 o É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania. Parágrafo único. Esta Lei tem como base a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, ratificados pelo Congresso Nacional.
31 Art. 2 o 1 o A avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar e considerará: I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo; II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais; III - a limitação no desempenho de atividades; e IV - a restrição de participação. Art. 3 o Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se: I acessibilidade II - desenho universal III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica IV barreiras a) barreiras urbanísticas b) barreiras arquitetônicas c) barreiras nos transportes d) barreiras nas comunicações e na informação e) barreiras atitudinais f) barreiras tecnológicas V comunicação VI - adaptações razoáveis VII - elemento de urbanização VIII - mobiliário urbano IX - pessoa com mobilidade reduzida X - residências inclusivas XI - moradia para a vida independente da pessoa com deficiência XII - atendente pessoal XIII - profissional de apoio escolar XIV - acompanhante
32 CAPÍTULO II - DA IGUALDADE E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO Art. 4 o Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação. Art. 8 o É dever do Estado, da sociedade e da família assegurar à pessoa com deficiência, com prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à sexualidade, à paternidade e à maternidade, à alimentação, à habitação, à educação, à profissionalização, ao trabalho, à previdência social, à habilitação e à reabilitação, ao transporte, à acessibilidade, à cultura, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à informação, à comunicação, aos avanços científicos e tecnológicos, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária, entre outros Seção Única - Do Atendimento Prioritário Art. 9 o VII 2 o Nos serviços de emergência públicos e privados, a prioridade conferida por esta Lei é condicionada aos protocolos de atendimento médico.
33 TÍTULO II DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS À VIDA; À HABILITAÇÃO E À REABILITAÇÃO; À SAÚDE; À EDUCAÇÃO; À MORADIA CAPÍTULO VI - DO DIREITO AO TRABALHO Seção I - Disposições Gerais Art. 34. A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de sua livre escolha e aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas. 1 o As pessoas jurídicas de direito público, privado ou de qualquer natureza são obrigadas a garantir ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos. 2 o A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, a condições justas e favoráveis de trabalho, incluindo igual remuneração por trabalho de igual valor. 3 o É vedada restrição ao trabalho da pessoa com deficiência e qualquer discriminação em razão de sua condição, inclusive nas etapas de recrutamento, seleção, contratação, admissão, exames admissional e periódico, permanência no emprego, ascensão profissional e reabilitação profissional, bem como exigência de aptidão plena.
34 4 o A pessoa com deficiência tem direito à participação e ao acesso a cursos, treinamentos, educação continuada, planos de carreira, promoções, bonificações e incentivos profissionais oferecidos pelo empregador, em igualdade de oportunidades com os demais empregados. 5 o É garantida aos trabalhadores com deficiência acessibilidade em cursos de formação e de capacitação. Art. 35. É finalidade primordial das políticas públicas de trabalho e emprego promover e garantir condições de acesso e de permanência da pessoa com deficiência no campo de trabalho.
35 Do Seção II - Da Habilitação Profissional e Reabilitação Profissional Seção III - Da Inclusão da Pessoa com Deficiência no Trabalho Art. 37. Constitui modo de inclusão da pessoa com deficiência no trabalho a colocação competitiva, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, nos termos da legislação trabalhista e previdenciária, na qual devem ser atendidas as regras de acessibilidade, o fornecimento de recursos de tecnologia assistiva e a adaptação razoável no ambiente de trabalho.
36 Parágrafo único. A colocação competitiva da pessoa com deficiência pode ocorrer por meio de trabalho com apoio, observadas as seguintes diretrizes: I - prioridade no atendimento à pessoa com deficiência com maior dificuldade de inserção no campo de trabalho; II - provisão de suportes individualizados que atendam a necessidades específicas da pessoa com deficiência, inclusive a disponibilização de recursos de tecnologia assistiva, de agente facilitador e de apoio no ambiente de trabalho; III - respeito ao perfil vocacional e ao interesse da pessoa com deficiência apoiada; IV - oferta de aconselhamento e de apoio aos empregadores, com vistas à definição de estratégias de inclusão e de superação de barreiras, inclusive atitudinais; V - realização de avaliações periódicas; VI - articulação intersetorial das políticas públicas; VII - possibilidade de participação de organizações da sociedade civil. Art. 38. A entidade contratada para a realização de processo seletivo público ou privado para cargo, função ou emprego está obrigada à observância do disposto nesta Lei e em outras normas de acessibilidade vigentes.
37 DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 8 o 1 o A dispensa de pessoa com deficiência ou de beneficiário reabilitado da Previdência Social ao final de contrato por prazo determinado de mais de 90 (noventa) dias e a dispensa imotivada em contrato por prazo indeterminado somente poderão ocorrer após a contratação de outro trabalhador com deficiência ou beneficiário reabilitado da Previdência Social.
38 PROJETO FERNANDA Nossa proposta é iniciar um movimento de mudança de postura das pessoas, pela adoção do modelo social da deficiência, nas políticas públicas e das empresas, para que pessoas com deficiência contem com serviços e apoios de atendentes pessoais, em casa, nas escolas, nas ruas e também no trabalho. Queremos que cada cidadão, educador, profissional de saúde, de gestão de pessoas, empregador e trabalhador crie as condições para o trabalho das Fernandas, oportunidade de ter Fernandas no trabalho e ao mesmo tempo se posicione como Fernanda, sempre que houver uma necessidade ou oportunidade, colaborando e participando da inclusão das pessoas com deficiência.
39 PROJETO FERNANDA (Fernanda Cursino de Sousa) EQUIPES INTEGRADAS PARA INCLUSÃO, ACOMPANHAMENTO E PERMANÊNCIA DAS PESSOAS COM DEFICÊNCIA NO TRABALHO Famílias Professores de escolas inclusivas e especializadas Transcritores de Braille, peripatologistas, os profissionais de dactilologia - LIBRAS, a Libras Táctil e Tadoma Raglete e punção, máquinas Perkins e Sorobã Assistentes pessoais e auxiliar escolar Ergonomistas e provedores de tecnologias assistivas Profissionais de saúde e segurança
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41 Contato Autorizado a reprodução sendo obrigatório citar a fonte
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43 O B R I G A D O
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