ACESSO E EXPANSÃO DO ENSINO SUPERIOR EM BELÉM DO PARÁ: UM ESTUDO DAS UNIVERSIDADES UNAMA, UFPA E UEPA 1
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- Daniel Taveira Bentes
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1 ACESSO E EXPANSÃO DO ENSINO SUPERIOR EM BELÉM DO PARÁ: UM ESTUDO DAS UNIVERSIDADES UNAMA, UFPA E UEPA 1 Tayane Carneiro Lima (1); Késia Silva da Costa Amaral (2) Universidade Federal do Pará (1); Universidade Federal do Pará (2) tayanecarneirolima@gmail.com; kesia-amar@hotmail.com RESUMO Este trabalho de pesquisa teve por objetivo geral compreender o processo de expansão e acesso do ensino superior em Belém a partir do estudo de três universidades (UEPA, UNAMA E UFPA). Quanto aos objetivos específicos buscou-se: 1) identificar a variação de acesso a alunos matriculados em cada curso nos anos de 2013, 2014 e 2015 e 2) verificar a variação do numero de cursos ofertados no ensino superior em Belém nos anos de 2013, 2014 e Partiu-se de uma metodologia de pesquisa com base em uma revisão bibliográfica (artigos científicos, sites institucionais e relacionados à educação e ensino superior), com abordagem quantitativa. Verificou-se que o acesso e expansão dos cursos superiores no estado do Pará, seguindo a amostra das três universidades pesquisas, apontam para uma tendência que vem ocorrendo desde o século passado no Brasil, a qual é a privatização do ensino público, devido ao apelo mercantil do processo seletivo e preparatório. Palavras-Chave. Acesso e Expansão. Educação superior. Belém. 1 INTRODUÇÃO Falar de educação no Brasil é um assunto delicado. Falar de educação superior no Brasil, formação de docentes não é menos delicado. No momento em que vários segmentos da sociedade brasileira se envolvem em um intenso debate sobre a reforma da educação superior, devemos analisar o desenvolvimento da educação superior no Brasil nas últimas décadas. Assim, a proposta deste trabalho surgiu a partir da necessidade de se estudar o ensino superior ao qual estamos vivenciando enquanto graduandas do curso de pedagogia, instigando-nos a pensar a temática relacionada ao curso superior. Este trabalho tem sua significância ao buscar conhecimento sobre o cenário da educação superior quanto à expansão da matrícula e quantidades de instituições que oferecem essa etapa do ensino entre os anos 2013 e Portanto é de grande importância este trabalho na medida em que contribuirá para nossa formação acadêmica dando a oportunidade de conhecer a realidade da educação superior e contribuir à produção científica e a comunidade acadêmica da Faculdade de Educação (FAED), do Instituto de Ciência da Educação (ICED) da Universidade Federal do Pará (UFPA). 1 Trabalho Curricular da Disciplina de História da Educação do Brasil e da Amazônia
2 Desse modo, o objetivo geral deste trabalho foi compreender o processo de expansão e acesso do ensino superior em Belém, a partir do estudo de três universidades (UEPA, UNAMA E UFPA). Quanto aos objetivos específicos buscou-se: 1) identificar a variação de acesso a alunos matriculados em cada curso nos anos de 2013, 2014 e 2015 e 2) verificar a variação do número de cursos ofertados no ensino superior em Belém nos anos de 2013, 2014 e Dessa forma, partiu-se para uma metodologia de pesquisa com base em uma revisão bibliográfica (artigos científicos, sites institucionais e relacionados à educação e ensino superior, etc..) e pesquisa documental, buscando coletar informações sobre seus cursos e número de alunos matriculados nos respectivos anos de estudo dessa pesquisa a fim de que fornecessem informações que ajudassem a traçar um caminho que nos levasse a descobrir em termos quantitativos, a variação em termos de acesso e matricula de alunos, bem como dos cursos ofertados a cada ano referido no objetivo geral. Trata-se de uma pesquisa com abordagem quantitativa, em termos de coleta de dados das universidades estudadas. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Ensino Superior no Brasil Estudar a educação no Brasil sem falar das desigualdades de oportunidades, o que marcou a história da educação brasileira, é deixar uma grande lacuna sem respostas ou explicações. Mas isso se dá devido a forma de ocupação e como se organizaram os interesses dentro do Brasil. Mais de 500 anos se passaram e ao longo do tempo muitos pesquisadores buscaram analisar a educação brasileira. Data histórica e contextos são importantes para se entender as origens da educação no Brasil. Uma posição de Romanelli, editada ainda em 1978 já demonstrava essa realidade. Senão, vejamos: A forma como se deu a colonização em terras brasileiras e, mais, a evolução da distribuição social, do controle político, aliadas ao uso de modelos importados de cultura, condicionaram a evolução da educação escolar no Brasil. A necessidade de manter os desníveis sociais, teve, desde então, na educação escolar um instrumento de reforço das desigualdades. Nesse sentido, a função da escola foi a de ajudar a manter privilégios de classe, apresentando se ela mesma com uma forma de privilégio, quando se utilizou mecanismos de seleção escolar [...] Ao mesmo tempo esta escola deu a classe dominante a oportunidade de ilustrar-se. A escola se manteve insuficiente e precária, em todos os níveis, chegando apenas a uma minoria que nela procurava uma forma de conquistar e manter seu status. (ROMANELLI, 1978, p )
3 O Brasil, com todas as mudanças ocorridas em seus anos de escola pública e particular, sempre teve as marcas da desigualdade dentro das salas de aula. Durante anos a fio a educação ficou estagnada, sem políticas de inclusão de forma que a expansão ocorresse democraticamente para chegar aos diversos lugares mais recônditos do Brasil. A expansão e o acesso foram mudando ao longo do tempo, principalmente a partir de Segundo Ristoff (2011) o sistema de educação superior brasileiro encontra-se bastante centralizado. Se no censo de 2004 haviam instituições registradas, das quais eram do setor privado. O professor Paulo Sérgio de Almeida Correa (2002) cita Calderon (2000, p. 61), o qual considera o campo acadêmico-universitário desde 1990 muito mais tomado pela presença de um novo ator social, que ele bem deixa claro qual é: as universidades particulares com explícitos fins lucrativos, geridos enquanto empresas educacionais, oferecendo produtos e serviços de acordo com a demanda do mercado, instituições estas que denominamos universidades mercantis. É preocupante que a educação brasileira esteja andando a passos largos para o setor privado com fins mercantis. Deve-se refletir se esse tipo de caminho beneficia o Brasil ou o deixa ainda mais desigual. 2.2 Ensino superior no estado do Pará Estudos de Correa (2002) sobre A educação superior e o mercantilismo nos cursos de formação de professores: um estudo das propostas formuladas pelas instituições de ensino superior do estado do Pará traça uma análise panorâmica dos cursos de educação superior no estado. No estudo o professor já detecta o avanço do setor privado de Educação Superior e a falta de perspectiva no campo das universidades públicas no fomento ao pensamento crítico na educação. A partir de seu estudo foi verificado que as universidades do estado do Pará parecem seguir essa tendência nacional e de formar conforme a lógica da concorrência de mercado. O que as torna empresas em busca de um cidadão-cliente-consumidor. De maneira mercadológica seus serviços passam a ser oferecidos com base nas leis do mercado competitivo, chegando a definir perfis segundo determinados segmentos, no caso, da pesquisa de Correa (2002) era o magistério, mas que não tinha em sua base, de formação (curricular) qualificação para exercer de maneira competente. Desse modo Correa (2002) confirmou sua hipótese inicial, na qual considerava, O processo de reconfiguração da educação superior está afetando sobremaneira a função social das universidades brasileiras, transformando-as em organizações sociais com
4 objetivos mercantis que veem na temática da formação de professores uma grande oportunidade para imprimir o mercantilismo educacional nos cursos por elas ofertados nesse nível de ensino visando o preparo para atuar na educação básica. O caso do Pará constitui exemplo emblemático dessa metamorfose. Essa nova configuração parece ainda estar em curso e necessariamente, não atinge somente uma disciplina, ou um segmento, como o magistério, mas diversos outros segmentos e cursos, que necessariamente deveriam apostar numa educação mais qualificada e crítica, no sentido de ampliar a visão do cidadão e sua participação em uma sociedade mais democrática, igualitária e desenvolvida. 3 RESULTADOS Atualmente Belém conta com 41 tipos de Instituições de Ensino Superior, de acordo com o Ministério da Educação 2016 no Sistema e-mec. Sendo que destas 4 são Centros Universitários; 2 Escolas Superiores; 17 faculdades; 1 Instituto de Educação Superior; e 17 universidades. Destas instituições apenas 4 das que atuam em Belém são publicas. Para melhor embasamento da pesquisa vamos analisar os dados de acesso e expansão de uma universidade federal, uma estadual e uma privada. A pesquisa seguiu os passos descritos na metodologia, e de maneira simples procurou verificar a evolução dos cursos e número de vagas em três diferentes universidades, discriminando os anos de 2013 a Nos resultados, verifica-se a tendência mercantil que justifica o crescimento das universidades particulares, o qual foi apontado no referencial teórico e pode ser caramente visualizado nos dois gráficos abaixo: Gráfico 1 Variação no número de cursos ofertados em cada universidade Fonte: Dados da pesquisa (2016)
5 Observa-se que a Universidade Federal do Pará tinha 74 cursos em 2013 e passou a ter 79 em A Universidade do Estado do Pará tinha 23 cursos em 2013 e em 2015 tinha 22. A universidade da Amazônia tinha 33 cursos em 2013 e passou a ter 49 cursos em 2015, portanto foi a que mais cresceu em termos de número de cursos. Gráfico 2 Variação no número de matriculados em cada universidade Fonte: Dados da pesquisa (2016) Em se tratando de matriculados, a Universidade Federal do Pará tinha matriculado em 2013 o número de alunos e matriculou em A Universidade do Estado do Pará tinha matriculados em 2013 e em 2015 chegou a matricular alunos. Já a Universidade da Amazônia tinha alunos matriculados em 2013 e saltou de forma exponencial para alunos matriculados no ano de 2015, e também foi a que mais cresceu em número de alunos. 4 CONCLUSÕES Concluímos que o acesso e expansão dos cursos superiores em Belém, seguindo a amostra das três universidades pesquisadas, apontam para uma tendência mercantil que vem ocorrendo desde o século passado no Brasil, como o encurtamento do tempo dos cursos de graduação para formar aligeiradamente para o mercado, tendo muitas vezes um quadro de professores com baixa titulação, possivelmente isso resulta na fragilidade da qualificação dos alunos, os quais se voltam para essas universidades mercantis em virtude das condições desiguais de acesso e escolarização. A pesquisa mostrou notadamente que a universidade que mais cresceu em termos de número de cursos e número de alunos matriculados foi a Universidade da Amazônia, a única particular estudada na pesquisa, apesar de que não chegou perto do número de cursos ofertados pela UFPA.
6 Que a universidade que menos cresceu foi a Universidade do estado do Pará, (saiu de 23 cursos para 22 e caiu de para matriculados), considerando o triênio Que a universidade que se mostrou mais estável nos dois itens pesquisados foi a Universidade Federal do Pará (cresceu somente 5 cursos e fez mais matriculas. Apesar do grande crescimento que houve não está garantida a entrada de todos nas universidades, mesmo com os incentivos financeiros do governo. E devido ao histórico de desigualdade na educação, muitos dos que entram na própria Instituição publica são os filhos da elite, com isso percebe-se que apesar da expansão de números de cursos, a forma de acesso a entrada nas universidades continua sendo para poucos. Isso poderia se confirmar mais ainda caso tomássemos posse dos dados do funil que é a educação, desde a educação infantil até chegar no ensino médio. Desse modo, muitos dos filhos da classe baixa não conseguem chegar ao ensino médio ou conclui-lo, faça ideia chegar à educação superior. Esse cenário precisa mudar de forma a ter expansão democrática. Referencias CALDERÓN, Adolfo Ignacio. Universidades mercantis: a institucionalização do mercado universitário em questão. In: São Paulo em Perspectiva. Revista da Fundação SEAD, vol.14, nº1 jan-mar, 2000, p CORRÊA, Paulo Sérgio de Almeida. Educação Superior e o Mercantilismo nos Cursos de Formação de Professores: um estudo das propostas formuladas pelas Instituições de Ensino Superior do Estado Pará. In: ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS- GRADUAÇÃO E PESQUISA EM EDUCAÇÃO, 2002, Caxambu-MG. Anais... Caxambu - MG: UFMG, RISTOFF, Dilvo. A universidade brasileira contemporânea: tendências e perspectivas In: A universidade no Brasil: concepções e modelos/marilia Morosini, organizadora. 2 ed. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, ROMANELLI, O. O. História da Educação no Brasil. Petrópolis, RJ: Vozes, Anuários consultados: Anuário Estatístico da Universidade Federal do Pará, Anuário Estatístico da Universidade Estadual do Pará, Anuário Estatístico da Universidade da Amazônia,
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