A PAISAGEM EM QUE VIVEMOS
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- Aníbal Monteiro Barreto
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1 Seminário Território A memória do futuro, Lisboa, 28 de Setembro de 2012 A PAISAGEM EM QUE VIVEMOS Maria José Festas Assessora Principal, Direcção-Geral do Território
2 PAISAGEM Imagem? Identidade? Memória? Elemento-chave do bem-estar estar individual e social? Património? Recurso?
3 Convenção Europeia da Paisagem A Convenção Europeia da Paisagem (CEP), ou Convenção de Florença, foi inicialmente assinada em Outubro de 2000 e entrou em vigor em Março de 2004 A CEP promove a protecção, gestão e planeamento das paisagens europeias e organiza a cooperação europeia no domínio da paisagem É o primeiro tratado internacional exclusicamente dedicado à paisagem e que se preocupa com todas as dimensões da paisagem europeia Até à data foi ratificada por 38 (Estados membros do Conselho da Europa) Portugal ratificou a CEP em Fevereiro de 2005
4 Pontos principais p O conceito Paisagem i designa uma parte do território, i tal como é apreendida pelas populações, cujo carácter resulta da ação e da interação de fatores naturais e ou humanos (al. 1, Artigo 1) O âmbito aplica-se a todo o território das Partes e incide sobre as áreas naturais, rurais, urbanas e periurbanas. Abrange as áreas terrestres, as águas interiores e as águas marítimas. Aplicase tanto a paisagens que possam ser consideradas excecionais como a paisagens da vida quotidiana e a paisagens degradadas (Artigo 2)
5 As definições Política da paisagem : formulação pelas autoridades públicas competentes de princípios gerais, estratégias e linhas orientadoras que permitam a adoção de medidas específicas tendo em vista a proteção, a gestão e o ordenamento da paisagem Proteção ã da paisagem : ações de conservação ou manutenção dos traços significativos ou característicos de uma paisagem, justificadas pelo seu valor patrimonial resultante da sua configuração natural eoudaintervenção humana Gestão da paisagem : ação visando assegurar a manutenção de uma paisagem, numa perspetiva de desenvolvimento sustentável, no sentido de orientar e harmonizar as alterações resultantes dos processos sociais, económicos e ambientais Ordenamento da paisagem : ações com forte carácter prospetivo visando a valorização, a recuperação ou a criação de paisagens
6 Ai introdução do Objectivo de qualidade d da paisagem, como a formulação pelas autoridades públicas competentes, para uma paisagem específica, das aspirações das populações relativamente às características da paisagem do seu quadro de vida A cooperação europeia no domínio da paisagem Sensibilização Formação e educação A criação o Prémio da paisagem
7 Identificação e avaliação das paisagens (com participação ativa dos interessados): identificação das paisagens no conjunto do território análise das suas caraterísticas bem como das dinâmicas e das pressões que as modificam acompanhamento das suas transformações avaliação das paisagens identificadas, tomando em consideração os valores específicos que lhes são atribuídos pelos intervenientes e pela população interessada
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9 Ficha de caraterização da unidade de paisagem Informação sobre Localização geográfica Centros urbanos Municípios i Área Descrição do caráter da unidade Elementos específicos (vistas, elementos singulares, outra informação importante) Análise dos instrumentos de gestão territorial, Potencialidades e ameaças e proposta de medidas de gestão (inclui uma avaliação da qualidade da paisagem, de acordo com critérios prédefinidos (identidade, coerência ou sustentabilidade de usos, riqueza biológica, raridade e impressões sensoriais, mas não uma classificação da unidade) Cartografia específica Fotografias representativas do padrão e caráter da paisagem na unidade
10 Identificação e caraterização das paisagens no PROT Oeste e Vale do Tejo
11 Objetivos Sensibilização das autoridades locais, peritos e técnicos para o seu papel e responsabilidade na gestão e ordenamento da paisagem na promoção da quaçidade de vida edo desenvolvimento sustentável dos seus territórios Disponibilizar orientações conceptuais,metodológicas e técnicas para uma abordagem inegrada às questões da paisagem em relação com o ordenamento do seu território
12 Conclusões Aceleração e intensificação do processo de transformação da paisagem As intervenções fazem-se sem considerar a complexidade, d o valor e as dinâmicas i próprias de cada paisagem As paisagens têm sido alteradas e são alteradas sem que haja consciência que se interfere simultaneamente com as suas dimensões ecológica, cultural, socio-económica e sensorial, com consequências imedaitas e de longo prazo também para a qualidade de vida das populações
13 Atualmente, na generalidade, somos mais atores da degradação da paisagem do que construtores de paisagemnsde qualidade porque não compreendemos a paisagem e somos principalmente consumidores não a respeitamos Muitas vezes uma paisagem só se trona importante só depois de degradada ou destruída uma paisagem
14 Porquê? Porque se alterou o modo de vida, os jovens (principalmente) perderam a memória eoconhecimento das gerações anteriores, e especialmente nas cidades e áreas metropolitanas, se perdeuno sentimento de pertença a um lugar/território Temos que aceitar que já não é possível proteger todas as paisagens tradicionais, gerindo-as como um jardim ou um museu é impossível não só economicamente, mas também social e culturalmente impossível (as pessoas mudaram, mas também as técnicas e máquinas), além de que existe uma cultura de fast-food que não compreende que a paisagem precisa de tempo para crescer
15 Não podemos continuar a pensar em termos e proteção versus desenvolvimento A maioria das intervenções na paisagem têm de combinar, de modo equilibrado, a proteção, a gestão, o planeamento e quando necessário, a reabilitação O tipo de intervenção dominante deve resultar do caráter da paisagem, dos objetivos da política, dos conhecimentos e das disponibildades técnicas
16 Temos de pensar em: definir objetivos de qualidade para cada paisagem definir icritérios i para caracterizar paisagens excecionais, classificá-las e protegê-las gerir, de modo dinâmico e sustentável, todas as paisagens do dia a dia, para que possam responder aos desejos e às necessidades económicas, sociais e culturais das populações p reabilitar as paisagens degradadas ou simplificadas para lhes dar qualidade, complexidade e caráter Tendo em consideração os desejos da população e Tendo em consideração os desejos da população e com a sua colaboração
17 Mas temos de pensar também, e muito a sério, na necessidade de planear e criar novas paisagens, adpatadas ao século XXI Novas paisagens planeadas e criadas para responder aos desafios de desenvolvimento que enfrentamos, e que, ao mesmo tempo que refletem as mudanças que se verificam e as realidades deste século, possam, pela sua qualidade e caráter, ser paisagens que se tornem memória e património para as gerações futuras
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