Tentação: Mau Desejo a ser Vencido

Transcrição

1 Tentação: Mau Desejo a ser Vencido 1. Competência a ser construída: Vencer as tentações para fortalecer a fé Encontro 29 Os primeiros capítulos do livro de Jó revelam da história de como um servo fiel e dedicado a Deus foi tentado. Às vezes a nossa tendência é sempre achar que só somos tentados apenas quando estamos muito fracos na fé. Outros pensam que qualquer doença, morte, calamidade, etc., são tentações de Satanás. Essas ideias necessitam de estudo bíblico sério para sabermos identificar quando estamos debaixo de uma tentação ou quando apenas estamos vivenciando os problemas dessa vida. O que devemos entender como tentação? Qual a sua origem? Quem é o tentador? Quais os seus limites? Quais os meios bíblicos para não cair em tentação e se ver livre do mal? Responder a essas perguntas com as verdades bíblicas são as ferramentas que nos ajudarão a vencer as tentações. Mas antes de continuarmos preencha esse questionário.

2 2. O que é tentação? Usando uma linguagem bem prática, podemos dizer que a tentação é o desejo de fazer qualquer coisa que desagrada a Deus. Ela pode ser algo com um objetivo errado; um objetivo lícito, mas com um meio errado ou mesmo uma oportunidade vantajosa mas ilícita, imoral ou errada. Só podem ser tentados seres que tem o discernimento entre o certo e o errado e que possuam a habilidade de decidir entre obedecer ou desobedecer com discernimento. A tentação é o resultado do mau desejo interior de querer obter, sentir ou desfrutar de algo que se sabe ser errado aos olhos de Deus (Tg 1.14). Quando um crente faz algo errado sem saber, tal erro foi de fato um pecado, todavia, por causa do desconhecimento, não foi para ele uma tentação. Biblicamente falando, a tentação não é pecado, mas é o passo que se não for vencido produzirá o pecado. A Bíblia afirma que Jesus foi tentado do mesmo modo que nós, mas não pecou. (Hb 4.15), logo toda e qualquer tentação, venha de onde vier, não é pecado. Quando, então a tentação se torna pecado? Antes de analisar os limites da tentação é prudente estudar a origem da tentação, pois assim teremos melhor compreensão do processo. 3. A origem da tentação Como consequência do pecado original, o ser humano decaiu da sua natureza original perfeita e continua deturpado até hoje. Essa situação só muda, quando ele é regenerado pelo poder de Deus, fazendo nele surgir uma nova natureza (II Co. 5:17). Os filhos de Deus não estão livres da influência do pecado. Neles ainda atua o velho homem que tem prazer no pecado e que luta contra o novo homem, o qual detesta o pecado. O desejo do velho homem é afastar-se de Deus, desconsiderando o agradar a Deus e praticando o que gosta, às vezes sem pensar nas consequências. Tal situação nos mostra que a principal fonte de tentação são os nossos próprios maus desejos (Tiago 1:14). O reino de trevas, controlado por Satanás e seus anjos, se encarrega de promover no mundo os meios externos que despertam a nossa tentação. Isto acontece através de revistas, moda, filmes, novelas, internet, colegas, etc. Entretanto, não é errado afirmar que Satanás e seus anjos podem induzir pensamentos maus em nossa mente. Ele fez isto com o apóstolo Pedro (Mt ) e pode tentar casais cristãos que se privam sexualmente (I Co 7.5). 4. Os limites da tentação Ninguém tem o poder de evitar o surgimento de uma tentação, o próprio Jesus foi tentado diversas vezes, porém, sempre sem pecar. Sabendo que a tentação não é sinônimo de pecado, acredito que a frase de Billy Graham ilustra bem os nossos limites:

3 O primeiro olhar nunca pode ser evitado, porém o segundo é sempre intencional. Não há como evitarmos a tentação, ela está em nós como desejo, mas cabe a nós controlá-lo e dominá-lo. Todo cristão tem forças para isto? De imediato é preciso reconhecer que apenas a nossa força é ineficiente e insuficiente para vencermos as tentações. Daí o ensino de Jesus para pedirmos a Deus em oração: não nos deixe cair em tentação (Mt.6:13). O nosso livramento vem de Deus em forma de ajuda e escape da prática do pecado e mais, a Bíblia revela que Ele não permite que sejamos tentados além de nossas forças (I Co.10:13). Note bem que não estou descartando o uso da nossa força pessoal para vencer as tentações, estou dizendo que apenas ela é insuficiente. Jesus ensinou que um estado de alerta e de oração podem evitar entrarmos em tentação. Analise as palavras de Cristo: Vigiem e orem para que não sejam tentados. É fácil querer resistir à tentação; o difícil mesmo é conseguir. (Mt 26.41). Nesse texto encontramos três estágios limitadores. Primeiro a presença da oração e do estado de alerta podem evitar a chegada de uma tentação. A pureza de vida, a busca sincera por santidade, a comunhão produzida pela oração e o prazer de servir a Deus geram no crente o desejo de fazer a vontade de Deus. Esse desejo é contrário ao desejo da tentação que é o de satisfazer os maus desejos do coração desobedecendo à vontade de Deus. Segundo, Jesus alertou que não é algo difícil ter o desejo de querer não pecar (desejo de resistir). O mundo dos desejos envolve fatores exteriores para o que desejamos venha a acontecer. Os desejos são apenas vontades pessoais, pois não dominamos todos os meios para viabilizá-las. Para fazer com que os desejos sejam atendidos é preciso fazer alguma coisa. Terceiro, Jesus ensinou que o difícil é obter vitória sobre a tentação, pois exige decisão e atitude. Conseguir superar a tentação ultrapassa os limites do desejo. Um desejo só se concretiza quando ações são tomadas para realizá-lo, e por outro lado, ele não se realiza quando é dominado. Leia com atenção a estória ilustrativa a seguir. Um garoto de 10 anos costumava nadar regularmente em um bonito lago perto de sua casa. Certa vez, ficou muito gripado e sua mãe o proibiu de nadar. Muito contrariado, o garoto pediu a mãe que, pelo menos, o deixasse ir a beira do lado. A mãe repetiu a proibição e o deixou passear a beira do lago. No final da tarde, o garoto chegou em casa com os cabelos molhados e as roupas enxutas. - O que houve? Bradou a mãe irritada. O garoto respondeu: Calma, posso explicar. Eu estava na beira do lago e vi um tronco de uma árvore que caiu para dentro do lago. Eu fui andar por sobre o tronco, percebi que ia cair, então tirei minha roupa e caí.

4 Este exemplo retrata claramente: O certo a fazer; O que o coração do garoto desejava fazer e; O que o garoto decidiu fazer.

5