PROJETOS DE MONITORAMENTO DE PRAIAS NO LITORAL BRASILEIRO AVALIAÇÃO DE IMPACTOS DA INDÚSTRIA DE ÓLEO E GÁS SOBRE MAMÍFEROS, AVES E QUELÔNIOS MARINHOS
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- Vanessa Belém Azenha
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1 PROJETOS DE MONITORAMENTO DE PRAIAS NO LITORAL BRASILEIRO AVALIAÇÃO DE IMPACTOS DA INDÚSTRIA DE ÓLEO E GÁS SOBRE MAMÍFEROS, AVES E QUELÔNIOS MARINHOS Estéfane Cardinot Reis (PUC-Rio e Cenpes/Petrobras), Sérgio Rosso (USP), Anna Maria Scofano (E&P- CORP/Petrobras), Andrea Galo Xavier (E&P-CORP/Petrobras), Ana Paula da Costa Falcão (Cenpes/Petrobras), João Ilton Ribeiro de Oliveira (UO-ES/Petrobras), Lorena Galletti de Almeida (UO-ES/Petrobras), Caroline Anne Purcell (E&P-EXP/Petrobras), Miriam Cunha do Nascimento (UO-RNCE/Petrobras), Marco Antonio Lacerda de Oliveira (UO- SEAL/Petrobras), Graziella Feitoza Conceição (UO-SEAL/Petrobras), Jociery Einhardt Vergara Parente (Fundação Mamíferos Aquáticos)
2 Introdução Desde 2010, a Petrobras vem conduzindo Projetos de Monitoramento de Praias (PMPs) nas Bacias Potiguar, de Sergipe-Alagoas e de Campos- Espírito Santo. Objetivos gerais Registrar as ocorrências de encalhes de animais marinhos, especialmente de mamíferos, aves e quelônios marinhos; Identificar evidências entre os encalhes desses organismos e as atividades de E&P (exploração e produção de petróleo e gás natural) no litoral brasileiro.
3 Metodologia Monitoramento de trechos descontínuos de praia em cada Bacia Avaliação necroscópica, sempre que possível dos animais encalhados
4 Bacia Potiguar: entre Aquiraz (CE) e Caiçara do Norte (RN), totalizando aproximadamente 336 km Monitoramento diário de forma ativa / regular (percorrendo toda a extensão de praias em busca de carcaças e/ou animais debilitados) ou por acionamento. Exceto trecho E
5 Bacia de Sergipe-Alagoas: entre Pontal do Peba (AL) e Sítio do Conde (BA), totalizando aproximadamente 254 km Monitoramento diário de forma ativa / regular (percorrendo toda a extensão de praias em busca de carcaças e/ou animais debilitados) ou por acionamento
6 Bacia de Campos-Espírito Santo: entre Conceição da Barra (ES) e Saquarema (RJ), totalizando aproximadamente 763 km Execução: CTA Meio Ambiente Parceiros: IBJ ORCA GEMM-Lagos MAQUA TAMAR-ICMBio Monitoramento diário de forma ativa / regular (percorrendo toda a extensão de praias em busca de carcaças e/ou animais debilitados) ou por acionamento
7 Resultados Neste estudo, foram analisados apenas os registros oriundos do monitoramento ativo / regular. ESFORÇO AMOSTRAL Períodos e percurso total por bacia Bacia Início Final Percurso total (km) BCES Outubro 2010 Setembro RNCE Janeiro 2011 Dezembro SEAL Março 2011 Fevereiro Total Geral =
8 Resultados Foi compilado o total de registros de encalhes de mamíferos, aves e quelônios marinhos por meio do monitoramento ativo / regular nas três bacias. Número absoluto de encalhes por grupo taxonômico e por bacia
9 Quelônios Marinhos ( ) Resultados Número padronizado de encalhes (n/10km) por grupo taxonômico e por bacia Aves Marinhas ( ) Mamíferos Marinhos ( )
10 Resultados Tartarugas marinhas BCES RNCE SEAL Chelonia mydas Chelonia mydas Chelonia mydas Caretta caretta Eretmochelys imbricata Lepidochelys olivacea Lepidochelys olivacea Lepidochelys olivacea Eretmochelys imbricata Eretmochelys imbricata Caretta caretta Caretta caretta Dermochelys coriacea Dermochelys coriacea 0 Dermochelys coriacea Chelonia_NI 151 Chelonia_NI 269 Chelonia_NI 12 *Em negrito, espécies acumulando pelo menos 80%. A elevada frequência entre os registros de encalhe está associada ao uso de hábitat por essas espécies: juvenis de C. mydas utilizam a região costeira de quase todo o litoral brasileiro para alimentação, ao passo que Sergipe concentra o principal sítio de desova de L. olivacea do país.
11 Resultados Aves Marinhas BCES RNCE SEAL Spheniscus magellanicus 38.1 Calonectris borealis 32.1 Puffinus gravis 50.2 Sula leucogaster 17.6 Puffinus gravis 11.3 Calonectris borealis 27.8 Calonectris borealis 11.9 Arenaria interpres 9.4 Puffinus puffinus 7.8 Thalassarche chlororhynchos 6.4 Puffinus puffinus 7.5 Spheniscus magellanicus 5.5 Puffinus gravis 5.3 Larus atricilla 5.7 Thalassarche chlororhynchos 1.3 Puffinus puffinus 3.4 Sterna hirundo 5.7 Thalasseus acuflavidus 2.3 Sterna sp. 5.7 Procellaria aequinoctialis 2.2 Chroicocephalus cirrocephalus 3.8 Fregata magnificens 1.9 Calidris minutilla 1.9 Thalassarche melanophris 1.5 Calidris pusilla 1.9 Sterna hirundo 1.3 Ardea alba 1.9 Larus dominicanus 1.2 Anous stolidus 1.9 Fregata magnificens 1.9 Rynchops niger 1.9 Nycticorax nycticorax 1.9 Puffinus sp. 1.9 Spheniscus magellanicus 1.9 Sterna dougallii 1.9 *Em negrito, espécies acumulando pelo menos 80%. Foram apresentadas apenas os táxons com percentual > 1%. Migrantes sazonais pelo litoral brasileiro. C. borealis e P. puffinus são visitantes sazonais oriundos do hemisfério norte e P. gravis, do sul do continente.
12 Resultados BCES RNCE SEAL Sotalia guianensis 54.1 Sotalia guianensis 93.5 Sotalia guianensis 67.7 Pontoporia blainvillei 15.9 Megaptera novaeangliae 1.3 Stenella clymene 9.1 Megaptera novaeangliae 13.8 Stenella sp. 1.3 Megaptera novaeangliae 8.1 Tursiops truncatus 4.5 Tursiops truncatus 1.3 Kogia sima 4.0 Delphinidae 3.3 Grampus griseus 1.3 Delphinidae 3.0 Balaenoptera acutorostrata 1.2 Stenella attenuata 1.3 Lontra longicaudis 2.0 Balaenoptera edeni 1.2 Mammalia_NI 2.0 Physeter macrocephalus 2.0 Balaenopteridae 1.2 Balaenoptera sp. 1.0 Eubalaena australis 1.2 Feresa attenuata 1.0 Stenella frontalis 1.2 Zyphius cavirostris 1.0 Stenella sp. 0.8 Tursiops truncatus 1.0 Balaenoptera sp. 0.4 Mammalia_NI 0.0 Mirounga leonina 0.4 Peponocephala electra 0.4 Stenella longirostris 0.4 Mammalia_NI 29.0 S. guianensis e P. blainvillei são espécies de hábitos costeiros. *Em negrito, espécies acumulando pelo menos 80%. M. novaeangliae relação com período de migração reprodutiva da espécie. Sotalia guianensis Pontoporia blainvillei Megaptera novaeanglia
13 Resultados Número total padronizado de encalhes (n/10km) para os achados necroscópicos de quelônios marinhos Interação antrópica pesca Interação antrópica lixo
14 Número total padronizado de arribadas (n/10km) para os achados necroscópicos de aves marinhas Resultados Parasitose Afecção sistema respiratório Afecção trato gastrointestinal Traumatismo Interação antrópica lixo
15 Número total padronizado de encalhes (n/10km) para os achados necroscópicos de mamíferos marinhos Resultados Afecção sistema respiratório Afecção trato gastrointestinal Interação antrópica pesca
16 Resultados Exemplos de encalhes em que foram evidenciados indícios de interação com pesca e ingestão de resíduos sólidos
17 Conclusão Os monitoramentos de praias fornecem informações relevantes para auxiliar ações de conservação e educação ambiental, entretanto, geram pouca informação para a avaliação direta dos impactos da indústria de óleo e gás sobre a fauna marinha, principalmente devido a sobreposição de inúmeras atividades antrópicas numa área, o que dificulta a identificação de responsabilidade.
18 Agradecimentos A todos os integrantes das equipes executoras e colaboradores dos PMPs RNCE, SEAL e BCES, responsáveis pelas atividades de campo, coleta de dados, processamento de amostras, etc; Às equipes Petrobras, responsáveis pela coordenação dos PMPs em suas respectivas Unidades de Operação; Ao Prof. Dr. Sérgio Rosso (USP) pela execução das análises estatísticas para a avaliação integrada dos dados dos PMPs. Muito obrigada!
19 Ana Paula da Costa Falcão, M.Sc.
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