Figuras de. Linguagem. por Marcelo Spalding
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- Matheus Henrique Sintra Delgado
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1 Figuras de Linguagem por Marcelo Spalding
2 Figuras de linguagem são estratégias/recursos que o escritor pode aplicar no texto para conseguir um efeito determinado na interpretação do leitor. São formas de expressão mais localizadas em comparação às funções da linguagem, que são características globais do texto.
3 Segundo Mauro Ferreira, a importância em reconhecer figuras de linguagem está no fato de que tal conhecimento, além de auxiliar a compreender melhor os textos literários, deixa-nos mais sensíveis à beleza da linguagem e ao significado simbólico das palavras e dos textos.
4 De Som Aliteração Assonância Paronomásia De pensamento Antítese Ironia Eufemismo Hipérbole Prosopopeia Gradação/Clímax Apóstrofe De construção Elipse Zeugma Polissíndeto Inversão Silepse Anacoluto Pleonasmo Anáfora De palavras Metáfora Metonímia Catacrese Perífrase Sinestesia
5 aliteração: consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais. Esperando, parada, pregada na pedra do porto. assonância: consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos. Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral. paronomásia: consiste na aproximação de palavras de sons parecidos, mas de significados distintos. Eu que passo, penso e peço.
6 aliteração assonância paronomásia p:// ://letrasdespidas.wordpress.com/2007/07/19/chico-buarque-atras-da-porta/ Atrás Da Porta Chico Buarque Quando olhaste bem nos olhos meus E o teu olhar era de adeus Juro que não acreditei Eu te estranhei Me debrucei Sobre teu corpo e duvidei E me arrastei e te arranhei E me agarrei nos teus cabelos Nos teus pêlos Teu pijama Nos teus pés Ao pé da cama Sem carinho, sem coberta No tapete atrás da porta Reclamei baixinho Dei pra maldizer o nosso lar Pra sujar teu nome, te humilhar E me vingar a qualquer preço Te adorando pelo avesso Pra mostrar que inda sou tua Só pra provar que inda sou tua
7 metáfora: empregar um termo com significado diferente do habitual, com base numa relação de similaridade entre o sentido próprio e o sentido figurado. A metáfora implica, pois, uma comparação em que o conectivo comparativo fica subentendido. Meu pensamento é um rio subterrâneo. metonímia: como a metáfora, uma palavra que metonímia: como a metáfora, uma palavra que usualmente significa uma coisa passa a ser usada com outro significado. A metonímia explora sempre alguma relação lógica entre os termos. Não tinha teto em que se abrigasse. (teto em lugar de casa)
8 catacrese: ocorre quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, torna-se outro por empréstimo. O pé da mesa estava quebrado. antonomásia ou perífrase: consiste em substituir um nome por uma expressão que o identifique:...os quatro rapazes de Liverpool (em vez de os Beatles) sinestesia: trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. A luz crua da madrugada invadia meu quarto.
9 SONETO LUÍS DE CAMÕES Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; é um andar solitário entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é um cuidar que ganha em se perder. É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor? Luís de Camões, 1595
10 elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto. Na sala, apenas quatro ou cinco convidados. (omissão de havia) zeugma: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes. Ele prefere cinema; eu, teatro. (omissão de prefiro) polissíndeto: consiste na repetição de conectivos ligando termos da oração ou elementos do período. E sob as ondas ritmadas / e sob as nuvens e os ventos / e sob as pontes e sob o sarcasmo e sob a gosma e sob o vômito (...)
11 inversão: consiste na mudança da ordem natural dos termos na frase. De tudo ficou um pouco. Do meu medo. Do teu asco. silepse: consiste na concordância não com o que vem expresso, mas com o que se subentende, com o que está implícito. A silepse pode ser: De gênero: Vossa Excelência está preocupado. De número: Os Lusíadas glorificou nossa literatura. De pessoa: O que me parece inexplicável é que os brasileiros persistamos em comer essa coisinha verde e mole que se derrete na boca.
12 anacoluto: consiste em deixar um termo solto na frase. Normalmente, isso ocorre porque se inicia uma determinada construção sintática e depois se opta por outra. A vida, não sei realmente se ela vale alguma coisa. pleonasmo: consiste numa redundância cuja finalidade é reforçar a mensagem. E rir meu riso e derramar meu pranto. anáfora: consiste na repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases. Amor é um fogo que arde sem se ver; / É ferida que dói e não se sente; / É um contentamento descontente; / É dor que desatina sem doer
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14 antítese: consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo sentido. Os jardins têm vida e morte. ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, obtendo-se, com isso, efeito crítico ou humorístico. A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças. eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca; em síntese, procura-se suavizar alguma afirmação desagradável. Ele enriqueceu por meios ilícitos. (em vez de ele roubou)
15 hipérbole: trata-se de exagerar uma idéia com finalidade enfática. Estou morrendo de sede. (em vez de estou com muita sede) prosopopéia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados predicativos que são próprios de seres animados. O jardim olhava as crianças sem dizer nada. gradação ou clímax: é a apresentação de idéias em progressão ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax) Um coração chagado de desejos / Latejando, batendo, restrugindo.
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