Orientações para o ANO ELEITORAL
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- Sabina Gabeira Duarte
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1 Orientações para o ANO ELEITORAL 2014
2 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO GUIA DE REFERÊNCIA RÁPIDA CONDUTAS VEDADAS EM ANO ELEITORAL ÁREAS TEMÁTICAS PUBLICIDADE Veiculação de publicidade institucional de atos, programas, obras, serviços e campanhas Uso promocional de publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas institucionais Aumento de gastos com publicidade institucional Propaganda eleitoral em sites governamentais Pronunciamento em cadeia de rádio e televisão OBRAS E INAUGURAÇÕES Participação de candidato em inaugurações de obras públicas Contratação de shows artísticos Governo da Bahia
3 BENS E SERVIÇOS PÚBLICOS Cessão ou uso de bens públicos em atividades eleitorais Uso de materiais ou serviços custeados pelo Governo ou por Casas Legislativas com abuso de prerrogativas Distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios Uso promocional da distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social SERVIDORES E RECURSOS HUMANOS Cessão de servidor ou empregado público, ou uso de seus serviços, em comitês de campanha eleitoral Atos de administração de pessoal e concessão de vantagens Revisão geral da remuneração dos servidores públicos Aumento de despesas com pessoal Exceder limite de despesas com pessoal em ano eleitoral CONVÊNIOS E RESPONSABILIDADE FISCAL Transferência voluntária de recursos da União ao Estado e do Estado aos Municípios Operações de crédito por antecipação de receita Realização de despesas que não possam ser cumpridas integralmente no mandato ou vincendas no exercício seguinte Orientações para o ano eleitoral de 2014
4 APRESENTAÇÃO Esta cartilha sistematiza as principais recomendações a serem observadas pela Administração Pública Estadual no ano eleitoral de 2014, em face da legislação aplicável. As orientações aqui apresentadas se dirigem a todos aqueles considerados como agentes públicos para fins eleitorais, isto é, qualquer um que exerça, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos ou entidades da administração pública direta, indireta ou fundacional (Lei nº 9.504/97, Art. 73, 1º). 4 As vedações apresentadas na cartilha estão divididas em cinco áreas temáticas: (I) Publicidade, (II) Obras e Inaugurações, (III) Bens e Serviços Públicos, (IV) Servidores e Recursos Humanos e (V) Convênios e Responsabilidade Fiscal. A cartilha contém um Guia de Referência Rápida onde são destacadas as vedações permanentes (sem prazo determinado). Além disso, no Guia de Referência Rápida o leitor encontrará um Calendário para o ano de 2014, onde se destacam as datas em que se iniciam os efeitos das vedações com prazo determinado. É importante lembrar que o presente material tem caráter eminentemente informativo, e não esgota a matéria nem substitui a consulta à legislação ou à jurisprudência. As dúvidas que persistam poderão ser encaminhadas à Procuradoria Geral do Estado (PGE/ BA), por meio de consulta formalizada. Governo da Bahia
5 CONVÊNIOS GUIA DE E RESPONSABILIDADES REFERÊNCIA RÁPIDA FISCAL GUIA DE REFERÊNCIA RÁPIDA VEDAÇÕES PERMANENTES (SEM PRAZO DETERMINADO) Uso promocional de publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas institucionais (p. 13) Propaganda eleitoral em sites governamentais (p. 16) Cessão ou uso de bens públicos em atividades eleitorais (p. 22) Uso de materiais ou serviços custeados pelo Governo ou por Casas Legislativas com abuso de prerrogativas (p. 24) 5 Uso promocional da distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social (p. 28) Cessão de servidor ou empregado público, ou uso de seus serviços, em comitês de campanha eleitoral (p. 30) CALENDÁRIO º de janeiro - Data a partir da qual fica proibido: I realizar despesas com publicidade do Estado ou das respectivas entidades da Administração Indireta, que excedam a média dos gastos nos três últimos anos que antecedem o pleito ou do Orientações para o ano eleitoral de 2014
6 GUIA DE REFERÊNCIA RÁPIDA último ano imediatamente anterior à eleição, prevalecendo o menor valor (aumento de gastos com publicidade institucional). (p. 15) II - a distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios por parte da Administração Pública, exceto nos casos de calamidade pública, de estado de emergência ou de programas sociais autorizados em lei e já em execução orçamentária no exercício anterior. (p. 25) III exceder o limite de despesas com pessoal em ano eleitoral. (p. 37) 6 IV realizar operações de crédito por antecipação de receita. (p. 42) 8 de abril - Data a partir da qual é vedado fazer revisão geral da remuneração dos servidores públicos que exceda a recomposição da perda de seu poder aquisitivo ao longo do ano da eleição. (p. 34) 1º de maio - Data a partir da qual fica vedado realizar despesas que não possam ser cumpridas integralmente no mandato ou vincendas no exercício seguinte. (p. 43) 5 de julho - Data a partir da qual são vedadas as seguintes condutas: I - autorizar publicidade institucional dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos Governo da Bahia
7 GUIA DE REFERÊNCIA RÁPIDA estaduais, ou das respectivas entidades da administração indireta, ressalvados os casos previstos em Lei. (p. 10) II - fazer pronunciamento em cadeia de rádio e de televisão, fora do horário eleitoral gratuito, salvo quando, a critério da Justiça Eleitoral, tratar-se de matéria urgente, relevante e característica das funções de governo. (p. 17) III - participação de candidato em inaugurações de obras públicas. (p. 19) IV - contratação de shows artísticos pagos com recursos públicos na realização de inaugurações. (p. 21) V - realizar transferência voluntária de recursos da União aos Estados e Municípios, e dos Estados aos Municípios, ressalvados os casos previstos em Lei. (p. 39) 7 VI - realizar atos de administração de pessoal e concessão de vantagens - nomear, contratar ou de qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional e, ainda, ex officio, remover, transferir ou exonerar servidor público, ressalvados os casos previstos em Lei. (p. 31) VII - ordenar, autorizar ou executar atos que impliquem em aumento de despesas com pessoal. (p. 36) Orientações para o ano eleitoral de 2014
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9 PUBLICIDADE CONDUTAS VEDADAS EM ANO ELEITORAL ÁREAS TEMÁTICAS 9 PUBLICIDADE - 10 OBRAS E INAUGURAÇÕES - 19 BENS E SERVIÇOS PÚBLICOS - 22 SERVIDORES E RECURSOS HUMANOS - 30 CONVÊNIOS E RESPONSABILIDADE FISCAL - 39 Orientações para o ano eleitoral de 2014
10 PUBLICIDADE PUBLICIDADE VEICULAÇÃO DE PUBLICIDADE INSTITUCIONAL DE ATOS, PROGRAMAS, OBRAS, SERVIÇOS E CAMPANHAS 10 VEDAÇÃO: Autorizar publicidade institucional dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, ou das respectivas entidades da administração indireta, salvo em caso de grave e urgente necessidade pública, assim reconhecida pela Justiça Eleitoral e com exceção da propaganda de produtos e serviços que tenham concorrência no mercado. PERÍODO DE VIGÊNCIA DA VEDAÇÃO: a partir de 5 de julho. EXCEÇÕES: Permitida a publicidade destinada a atender grave e urgente necessidade pública, desde que seja autorizada pela Justiça Eleitoral, mediante consulta formal. Permitida a propaganda institucional relativa aos produtos e serviços prestados por empresas públicas e sociedades de economia mista, desde que estes tenham concorrência no mercado. Permitida a divulgação de atos oficiais em Diário Oficial, desde que não haja promoção pessoal. Permitidas entrevistas e manifestações públicas de autoridades governamentais na imprensa. Governo da Bahia
11 PUBLICIDADE Base legal: Art. 73, inciso VI, alínea b, da Lei nº 9.504/97 (Lei das Eleições). Sanções: Suspensão imediata e declaração de nulidade do ato. Imposição de multa eleitoral, cassação do registro da candidatura ou do diploma. Responsabilização por abuso de poder político ou improbidade administrativa do responsável e suspensão dos direitos políticos. COMENTÁRIOS: O TSE vem considerando indevida a veiculação de propaganda institucional durante os 03 (três) meses anteriores ao pleito, mesmo tendo a autorização da propaganda ocorrida antes do período vedado. O Tribunal entende que a simples veiculação de publicidade institucional no período já configura o cometimento de conduta vedada, não importando se a propaganda faz alusão ao candidato ou se caracteriza como promoção eleitoral. 11 Importante destacar que a proibição de veiculação de publicidade institucional persiste mesmo que o custeio se dê de forma indireta, como ocorre, por exemplo, em convênios estabelecidos com Municípios, e que envolvam transferência de recursos estaduais. Conforme ressalta a PGE/BA, o material gráfico técnico didático (livros, cartilhas e similares) distribuído após a data limite não deve ter conotação publicitária, eleitoral ou partidária, podendo, nestes termos, ser distribuído, desde que nele não constem textos, Orientações para o ano eleitoral de 2014
12 PUBLICIDADE slogans, expressões de caráter promocional ou quaisquer características da identidade visual do Governo. Em caso de dúvida, é recomendável consulta específica à Justiça Eleitoral. Além das exceções expressamente previstas na legislação, há outras exceções apontadas pela jurisprudência do TSE, e que merecem maiores considerações: I. Exceção quanto à divulgação de atos oficiais de governo no Diário Oficial, de publicidade obrigatória. 12 A divulgação dos atos de publicidade obrigatória no Diário Oficial é uma exceção à vedação legal, desde que não faça promoção pessoal/ eleitoral de candidatos ou menção ao partido que integram. Afinal, realiza-se em obediência às prescrições de leis, decretos e outros instrumentos normativos, em razão do princípio da publicidade contido no art. 37 da Constituição Federal. (Ac.-TSE, de , no REspe nº ). Segundo a PGE/BA, incluem-se aqui, ainda, por não caracterizarem publicidade institucional, a publicidade obrigatória, que se realiza em obediência às prescrições de leis, decretos, portarias, instruções, estatutos, regimentos ou regulamentos internos dos anunciantes governamentais, abrangendo a publicação de atos meramente administrativos, em razão do princípio da publicidade contido no art. 37, 1º da Constituição Federal. II. Exceção quanto à concessão de entrevistas e manifestações pessoais na imprensa não custeadas pelo Poder Público. Por fim, a última exceção consiste na veiculação de entrevistas de autoridades públicas sobre questões político-eleitorais na imprensa, ou qualquer manifestação pública pessoal das mesmas, desde Governo da Bahia
13 PUBLICIDADE que a veiculação não tenha sido custeada com recursos públicos, não caracterizando, portanto, propaganda institucional. (Ac.-TSE, de , na Rp nº ). USO PROMOCIONAL DA PUBLICIDADE DOS ATOS, PROGRAMAS, OBRAS, SERVIÇOS E CAMPANHAS INSTITUCIONAIS VEDAÇÃO: Veicular publicidade institucional com a utilização de nomes, símbolos (logomarcas) ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. PERÍODO DE VIGÊNCIA DA VEDAÇÃO: a partir de 1º de janeiro. 13 Base legal: Art. 37, 1º, CF/1988, art. 74 da Lei nº 9.504/97 (Lei das Eleições), art. 22 da Lei Complementar n.º 64/90. Sanções: Imposição de multa eleitoral, cassação do registro da candidatura ou do diploma. Responsabilização por abuso de poder político ou improbidade administrativa do responsável e suspensão dos direitos políticos. Orientações para o ano eleitoral de 2014
14 PUBLICIDADE COMENTÁRIOS: A norma visa impedir que a publicidade institucional se desvie de suas finalidades educativas, informativas e de comunicação social, desnaturando-se em instrumento de promoção pessoal de autoridades públicas. A publicidade institucional do governo deverá, portanto, servir para informar o cidadão das ações governamentais, como forma de instruí-lo a usar determinado serviço ou obra pública e notificá-lo da ação do Poder Público, possibilitando a prestação de contas à sociedade e a respectiva fiscalização dos cidadãos. 14 O que não poderá haver na publicidade institucional é, por exemplo: menção às capacidades e atributos pessoais de candidatos; referência a partido político ou coligação; referência à ocorrência da eleição; fotos e nomes de candidatos em situações de promoção eleitoral; comparação entre os feitos do governo e as ações realizadas em gestões anteriores, ou qualquer mensagem, símbolos ou slogan que possibilitem a identificação de autoridade ou servidor público em campanha eleitoral e caracterize promoção com fim eleitoral. Também nas ações conjuntas de publicidade entre Estado e Município, deve-se atentar para a utilização de mensagens, símbolos ou slogan que possam ocasionar a identificação da pessoa do candidato em campanha e caracterize promoção eleitoral. Incide nessa vedação, por exemplo, a publicidade institucional realizada por Município que implique em promoção pessoal de candidato ao governo do Estado. Governo da Bahia
15 PUBLICIDADE AUMENTO DE GASTOS COM PUBLICIDADE INSTITUCIONAL VEDAÇÃO: Realizar despesas com publicidade do Estado ou das respectivas entidades da Administração Indireta, que excedam a média dos gastos nos três últimos anos que antecedem o pleito ou do último ano imediatamente anterior à eleição, prevalecendo o menor valor. PERÍODO DE VIGÊNCIA DA VEDAÇÃO: 1 de janeiro a 5 de julho. Base legal: Art. 73, inciso VII, da Lei n.º 9.504/97 (Lei das Eleições). 15 Sanções: Suspensão imediata e declaração de nulidade do ato. Imposição de multa eleitoral, cassação do registro de candidatura ou do diploma. Responsabilização por abuso de poder político ou improbidade administrativa e suspensão dos direitos políticos. COMENTÁRIOS: A vedação visa limitar o total do gasto governamental (Administração Direta e Indireta) com publicidade no período referido, de modo a afastar o desequilíbrio na disputa eleitoral. Convém lembrar que a despesa com publicidade realizada no ano da eleição deverá ser paga até o último dia do exercício em que foi gerada. Orientações para o ano eleitoral de 2014
16 PUBLICIDADE PROPAGANDA ELEITORAL EM SITES GOVERNAMENTAIS VEDAÇÃO: Veicular, ainda que gratuitamente, propaganda eleitoral na internet, em sítios oficiais ou hospedados por órgãos ou entidades da administração pública direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. PERÍODO DE VIGÊNCIA DA VEDAÇÃO: a partir de 1º de janeiro. 16 Base legal: Sanções: Art. 37, 1º, CF/1988 e Art. 57-C, 1º, inciso I, da Lei nº 9.504/97 (Lei das Eleições). Imposição de multa eleitoral, cassação do registro de candidatura ou do diploma. Responsabilização por abuso de poder político ou improbidade administrativa e suspensão dos direitos políticos. COMENTÁRIOS: A norma visa impedir que a utilização dos sites governamentais se desvie de suas finalidades educativas, informativas e de comunicação social, desnaturando-se em instrumento de promoção pessoal de autoridades públicas. Dentre as informações contidas no site não poderá haver, por exemplo: menção às capacidades e atributos pessoais de candidatos; referência a partido político ou coligação; referência à ocorrência da eleição; fotos e nomes de candi- Governo da Bahia
17 PUBLICIDADE datos em situações de promoção eleitoral; comparação entre os feitos do governo e as ações realizadas em gestões anteriores, ou qualquer mensagem, símbolos ou slogan que possibilitem a identificação de autoridade ou servidor público em campanha eleitoral e caracterize promoção com fim eleitoral. Além disso, para o TSE a utilização de página mantida por órgão da administração pública do município, como meio de acesso, por intermédio de link, a sítio que promove candidato, configura violação ao art. 57-C, 1º, II, da Lei nº 9.504/97. O fato de constar da página oficial somente o link do sítio pessoal do candidato, e não a propaganda em si, não afasta o caráter ilícito de sua conduta, uma vez que a página oficial foi utilizada como meio facilitador de divulgação de propaganda eleitoral em favor do representado (Ac.-TSE, de , no AgR-Respe nº ). 17 PRONUNCIAMENTO EM CADEIA DE RÁDIO E TELEVISÃO VEDAÇÃO: Fazer pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, fora do horário eleitoral gratuito, salvo quando, a critério da Justiça Eleitoral, se tratar de matéria urgente, relevante e característica das funções de governo. PERÍODO DE VIGÊNCIA DA VEDAÇÃO: a partir de 5 de julho. Orientações para o ano eleitoral de 2014
18 PUBLICIDADE Base legal: Sanções: Art. 73, inciso VI, alínea c, da Lei nº 9.504/97 (Lei das Eleições). Suspensão imediata e declaração de nulidade do ato. Imposição de multa eleitoral, cassação do registro da candidatura ou do diploma. Responsabilização por abuso de poder político ou improbidade administrativa do responsável e suspensão dos direitos políticos. 18 COMENTÁRIOS: Essa vedação se aplica aos agentes públicos, no sentido eleitoral. Ou seja, quem exerce mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos ou entidades da administração pública direta, indireta ou fundacional. A regra, como se percebe da redação, comporta exceções, tais como os casos em que o objeto do pronunciamento for tratar de matéria urgente, relevante e que não se afaste do exercício das funções de governo. Entretanto, a exceção somente se configura quando não houver menção às capacidades e atributos pessoais de candidatos; referência a partido político ou coligação; referência à ocorrência da eleição; fotos e nomes de candidatos em situações de promoção eleitoral etc. Governo da Bahia
19 OBRAS E INAUGURAÇÕES OBRAS E INAUGURAÇÕES PARTICIPAÇÃO DE CANDIDATO EM INAUGURAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS VEDAÇÃO: Participação de candidato em inaugurações de obras públicas. PERÍODO DE VIGÊNCIA DA VEDAÇÃO: a partir de 5 de julho. Base legal: Art. 77, caput e parágrafo único, da Lei n.º 9.504/97 (Lei das Eleições). 19 Sanções: Suspensão imediata e declaração de nulidade do ato. Imposição de multa eleitoral, cassação do registro de candidatura ou do diploma. Responsabilização por abuso de poder político ou improbidade administrativa e suspensão dos direitos políticos. COMENTÁRIOS: O TSE vem entendendo que algumas situações não são alcançadas pela regra, muito embora seja importante lembrar que os casos apontados na jurisprudência do Tribunal são específicos e contextuais, não havendo garantia de que tais entendimentos virão a se consolidar. Caso haja necessidade de comparecimento de candi- Orientações para o ano eleitoral de 2014
20 OBRAS E INAUGURAÇÕES dato em evento público que não se enquadre exatamente no conceito de inauguração de obra pública, o mais prudente é realizar, a esse respeito, consulta formal à PGE/BA, ou mesmo consulta prévia, em termos abstratos, ao próprio TRE-BA. Assim, eis alguns exemplos de situações que não foram consideradas proibidas pelo TSE: 1º) Não foi considerado ilegal pelo Tribunal o comparecimento do Governador de Alagoas, candidato à reeleição, em evento público no qual se registrou a transferência do endereço e retomada de atividades da governadoria do agreste, órgão público já inaugurado e inserido em programa de descentralização da Administração (Ac.-TSE, de , no RCED nº 608). 20 2º) Foi considerado lícito o fato de o candidato encontrar-se em meio ao povo, sem que lhe tenha sido dada a posição de destaque ou sido mencionado seu nome ou presença na solenidade de inauguração (Ac.-TSE, de ,RESP nº ). 3º) Permitiu-se a presença de candidato em solenidade de sorteio de casas populares realizada dias após a inauguração das moradias, já que essa solenidade não se enquadrou no conceito de inauguração de obra pública. Esse entendimento levou em consideração o fato de que a solenidade do sorteio não foi utilizada como ato de promoção eleitoral. (Ac.-TSE, de , no RESPE nº ). 4º) A presença de autoridade pública em solenidade de inauguração antes dela ter solicitado o registro de candidatura (Ac.- -TSE, de , RESPE nº ). Governo da Bahia
21 OBRAS E INAUGURAÇÕES SHOWS ARTÍSTICOS EM INAUGURAÇÕES VEDAÇÃO: Realização de shows artísticos pagos com recursos públicos em inaugurações, durante os três meses que antecedem a eleição. PERÍODO DE VIGÊNCIA DA VEDAÇÃO: a partir de 5 de julho. Base legal: Sanções: Art. 75, caput e parágrafo único, da Lei n.º 9.504/97 (Lei das Eleições). Suspensão imediata. Imposição de multa eleitoral, cassação do registro de candidatura ou do diploma. Responsabilização por abuso de poder político ou improbidade administrativa e suspensão dos direitos políticos. 21 Orientações para o ano eleitoral de 2014
22 BENS E SERVIÇOS PÚBLICOS BENS E SERVIÇOS PÚBLICOS CESSÃO OU USO DE BENS PÚBLICOS MÓVEIS OU IMÓVEIS EM ATIVIDADES ELEITORAIS VEDAÇÃO: Ceder ou usar, em benefício de candidato, partido político ou coligação, bens móveis ou imóveis pertencentes à Administração Direta ou Indireta. 22 PERÍODO DE VIGÊNCIA DA VEDAÇÃO: a partir de 1º de janeiro. EXCEÇÕES: Cessão para a realização de convenção partidária. Uso da residência oficial pelo Governador e Vice-Governador, para a realização de reuniões, encontros e contratos sem natureza de ato público. Uso de transporte oficial, ou de outros bens e serviços custeados pelo Estado, por parte dos servidores indispensáveis à segurança e atendimento pessoal do Governador e Vice-Governador. Base legal: Sanções: Art. 73, inciso I, da Lei n 9.504/97 (Lei das Eleições). Suspensão imediata e declaração de nulidade do ato. Imposição de multa eleitoral, cassação do registro de candidatura ou do diploma. Responsabilização por abuso de poder político ou improbidade administrativa e suspensão dos direitos políticos. Governo da Bahia
23 BENS E SERVIÇOS PÚBLICOS COMENTÁRIOS: A proibição diz respeito à cessão ou utilização de bem móvel ou imóvel da Administração Pública direta ou indireta em prol da candidatura própria ou de outrem. Apenas é permitida a cessão ou utilização de bem público de uso comum em prol de candidato, partido ou coligação, desde que seja observado o trâmite normal de cessão. Os bens públicos de uso comum, para fins eleitorais, são os destinados ao uso pela sociedade em geral, podendo a utilização ser gratuita ou retribuída. Assim, por exemplo, pode haver a cessão de ruas, praças, calçadas, estradas, estádios públicos, centros de convenções públicos, em benefício de candidato, partido político ou coligação, desde que a cessão seja feita regularmente, precedida do devido trâmite para autorizar o uso. 23 A propósito, o Tribunal Superior Eleitoral - TSE admite que se o imóvel é normalmente cedido à comunidade, mediante solicitação formal e pagamento de taxas, também o poderá ser aos candidatos, desde que observados requisitos legais e que o espaço seja disponibilizado em condições de igualdade para todos os candidatos. (Ac.-TSE, de , no REsp ). É bom lembrar, ainda, que é proibida a realização de propaganda eleitoral em bens públicos (art. 37, da Lei n /97). Por exemplo: não pode haver propaganda eleitoral em veículos públicos, é vedada a colocação de cartazes eleitorais em bens imóveis públicos, embora seja permitida a filmagem e fotografia de bens públicos em geral, para a utilização em propaganda eleitoral. Além disso, está proibido o uso de transporte oficial, pertencente à Administração Pública estadual direta ou indireta, em campanha. Orientações para o ano eleitoral de 2014
24 BENS E SERVIÇOS PÚBLICOS USO DE MATERIAIS OU SERVIÇOS CUSTEADOS PELO GOVERNO OU POR CASAS LEGISLATIVAS COM ABUSO DE PRERROGATIVAS VEDAÇÃO: Usar materiais ou serviços, custeados pelo Governo ou por Casas Legislativas, que excedam as prerrogativas consignadas nos regimentos e normas dos órgãos públicos. PERÍODO DE VIGÊNCIA DA VEDAÇÃO: a partir de 1º de janeiro. 24 Base legal: Sanções: Art. 73, inciso II, da Lei n.º 9.504/97 (Lei das Eleições). Suspensão imediata e declaração de nulidade do ato. Imposição de multa eleitoral, cassação do registro de candidatura ou do diploma. Responsabilização por abuso de poder político ou improbidade administrativa e suspensão dos direito políticos. COMENTÁRIOS: Os agentes públicos que detêm prerrogativas para uso de materiais ou serviços custeados pelo governo não poderão destiná-las em benefício de candidatura própria, de outrem ou de partido ou coligação. São exemplos de condutas vedadas pelo dispositivo: remeter correspondência política oficial para fins eleitorais, utilizar celulares funcionais em atividades político-partidárias, uso de equipamentos de propriedade do Poder Público, tais como computadores, aparelhos de fax, máquinas de fotocópias ou impressoras do Estado para imprimir ou copiar material de qualquer forma vinculado a partidos, candidatos ou eleições, usar do serviço de funcio- Governo da Bahia
25 BENS E SERVIÇOS PÚBLICOS nal para convocar ou informar sobre reunião de cunho político, ou disseminar propaganda eleitoral. DISTRIBUIÇÃO GRATUITA DE BENS, VALORES OU BENEFÍCIOS VEDAÇÃO: Distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios por parte da Administração Pública. PERÍODO DE VIGÊNCIA DA VEDAÇÃO: a partir de 1º de janeiro. EXCEÇÕES: Programas sociais autorizados em lei e já em execução orçamentária no ano anterior, desde que não sejam executados por entidade nominalmente vinculada a candidato ou por esse mantido. (art. 73, 11, da Lei n 9.504/97). 25 Situação de Emergência e Estado de Calamidade. Concessão de auxílio e subvenções à entidades privadas. Cessão de uso e concessão de direito real de uso. Base legal: Sanções: Art. 73, 10, da Lei n.º 9.504/97 (Lei das Eleições). Suspensão imediata e declaração de nulidade do ato. Imposição de multa eleitoral, cassação do registro de candidatura ou do diploma. Responsabilização por abuso de poder político ou improbidade administrativa e suspensão dos direitos políticos. Orientações para o ano eleitoral de 2014
26 BENS E SERVIÇOS PÚBLICOS COMENTÁRIOS: I - A norma legal veda a criação de programas de distribuição de bens, serviços, valores ou benefícios, promovidos pela Administração Pública de qualquer das entidades federadas, no ano eleitoral, ressalvadas as seguintes exceções: 1ª) Programas sociais autorizados em lei e já em execução orçamentária desde o ano anterior. 26 A vedação não incide na execução dos programas sociais autorizados em lei e já em execução orçamentária no ano anterior. Não basta a mera aprovação da lei em ano anterior; é necessário, também, que o programa já esteja em execução orçamentária no ano prévio ao da eleição. Para o programa social já estar em execução orçamentária no exercício anterior ao ano eleitoral, ele deve ter sido aprovado no exercício anterior à sua execução orçamentária. Desse modo, a aprovação legislativa deve ocorrer dois anos antes do pleito e a execução orçamentária deve acontecer no ano imediatamente anterior ao da eleição. Assim, desde que aprovados em lei e já em execução orçamentária no ano anterior ao da eleição, permite-se a continuidade de programas de distribuição de cestas básicas, de distribuição de títulos de posse, de concessão de vagas em cursos educacionais, de realização de consultas odontológicas, dentre outros. Sobre o tema, o Tribunal Superior Eleitoral já decidiu que o aumento na concessão do benefício em ano eleitoral, decorrente da continuação de programa social instituído e executado no ano anterior ao eleitoral não constitui conduta vedada, desde que não seja abusivo. No caso julgado, o aumento no número de cestas básicas distribuídas por um Município (de 500 para 761 Governo da Bahia
27 BENS E SERVIÇOS PÚBLICOS cestas básicas) não foi abusivo, razão pela qual não houve ofensa à norma. (Ac.-TSE, de , no AgR-Respe n /SC). 2ª) Situação de emergência ou estado de calamidade pública. A vedação não se aplica quando for necessário distribuir bens, valores ou benefícios em situações de emergência ou estado de calamidade pública, atestadas por ato normativo da autoridade competente, como, por exemplo, campanhas de vacinação para o combate a surtos e epidemias, distribuição de alimentos, água e bens variados em razão de desastres, etc. II - Na vedação prevista no art. 73, 10, da Lei n.º 9.504/97, não estão compreendidas a transferência de recursos para entidades privadas a título de Auxílio ou Subvenção (econômica ou social), apesar do caráter de gratuidade dos benefícios, a cessão de uso e a concessão de direito real de uso: 27 1º) A transferência de recursos para entidades privadas a título de Auxílio ou Subvenção (econômica ou social), apesar do caráter de gratuidade dos benefícios, não sofrem a limitação do 10 do art. 73 da Lei Eleitoral, pois não são classificáveis como distribuição de bens, valores ou benefícios. Para o recebimento de subvenções, a lei de diretrizes orçamentárias define as exigências e condições imprescindíveis à operação. Também se mostra necessário que o Poder Legislativo autorize a destinação de recursos do orçamento do Estado, relativamente a cada ano, às pessoas jurídicas de direito privado. Desde que não haja qualquer tipo de promoção eleitoral na concessão dos benefícios, não estão proibidas no ano eleitoral. 2º) A cessão de uso e a concessão de direito real de uso tambêm não estão proibidas em ano eleitoral. Quando o legislador pretendeu estabelecer a proibição de utilização de bens públicos, o fez na regra do inciso I do art. 73, da Lei n.º 9.504/97. Orientações para o ano eleitoral de 2014
28 BENS E SERVIÇOS PÚBLICOS Desse modo, não caberia ao 10 do art. 73 da Lei n 9.504/97 vedar a cessão ou concessão de direito real de uso de bens, já que não se trata de distribuição gratuita, em razão das peculiaridades jurídicas desses institutos. Portanto, é permitida desde que não haja qualquer tipo de promoção eleitoral na concessão dos benefícios. USO PROMOCIONAL DA DISTRIBUIÇÃO GRATUITA DE BENS E SERVIÇOS DE CARÁTER SOCIAL 28 VEDAÇÃO: Fazer ou permitir uso promocional em favor de candidato, partido político ou coligação da distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social, custeados ou subvencionados pelo Poder Público. PERÍODO DE VIGÊNCIA DA VEDAÇÃO: a partir de 1º de janeiro. Base legal: Art. 73, inciso IV, da Lei nº 9.504/97 (Lei das Eleições). Sanções: Suspensão imediata e declaração de nulidade do ato. Imposição de multa eleitoral, cassação do registro de candidatura ou do diploma. Responsabilização por abuso de poder político ou improbidade administrativa e suspensão dos direitos políticos. Governo da Bahia
Orientações para o ANO ELEITORAL. Salvador, Março 2014
Orientações para o ANO ELEITORAL 2014 Salvador, Março 2014 SUMÁRIO BENS E SERVIÇOS PÚBLICOS 22 APRESENTAÇÃO 04 Cessão ou uso de bens públicos em atividades eleitorais 22 GUIA DE REFERÊNCIA RÁPIDA CONDUTAS
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