VIOLAÇÃO HOMICÍDIO HOMICÍDIO QUALIFICADO TENTATIVA

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "VIOLAÇÃO HOMICÍDIO HOMICÍDIO QUALIFICADO TENTATIVA"

Transcrição

1 Supremo Tribunal de Justiça Processo nº 359/16.8JAFAR.S1 Relator: LOPES DA MOTA Sessão: 18 Setembro 2018 Votação: UNANIMIDADE Meio Processual: RECURSO PENAL Decisão: PROVIDO PARCIALMENTE VIOLAÇÃO HOMICÍDIO HOMICÍDIO QUALIFICADO TENTATIVA ESPECIAL CENSURABILIDADE ESPECIAL PERVERSIDADE CLÁUSULA GERAL EXEMPLOS-PADRÃO CRUELDADE DOLO EVENTUAL MEDIDA DA PENA PENA ÚNICA Sumário 1. A determinação da pena comporta duas operações distintas: a determinação da pena aplicável ao tipo de crime preenchido pela conduta do agente (moldura da pena) e a determinação concreta da pena, a fixar entre o limite máximo e o limite mínimo da moldura correspondente, tendo em conta as finalidades e os critérios estabelecidos nos artigos 40.º e 71.º do Código Penal. Em caso de concurso de crimes há ainda que determinar a moldura que lhe corresponde e que observar o critério especial a que se refere o artigo 77.º, n.º 1, do mesmo diploma. 2. Estando provado que o arguido se dirigiu à vítima, lhe desferiu murros, a agarrou e atirou ao chão, lhe despiu a saia, deixando-a completamente nua da cintura para baixo, com os órgãos genitais expostos, desapertou e baixou as calças, aproximou o seu pénis da boca da vítima, tentando introduzi-lo no seu interior e manter com esta sexo oral, o que não conseguiu em virtude daquela ter conseguido manter a boca fechada, e, de seguida, enquanto continuava a desferir-lhe murros, introduziu, com violência, os seus dedos no interior da vagina e do ânus da vítima, e tentou introduzir o pénis no interior da sua vagina, o que não conseguiu, e verificados os respectivos elementos subjectivos, mostra-se preenchido o tipo de crime de violação previsto no 1 / 49

2 artigo 164.º, n.º 1, alínea b), do Código Penal. 3. O artigo 132.º do Código Penal contém um tipo qualificado do crime de homicídio previsto no artigo 131.º, através de uma cláusula geral fixando um critério generalizador determinante de um especial tipo de culpa, agravada por virtude da particular censurabilidade ou perversidade relativas ao agente e ao facto, reveladas pelas circunstâncias do caso. Combina-se esta cláusula geral com a enumeração não exaustiva, no n.º 2 do mesmo preceito, de um conjunto de exemplos-padrão, indiciadores de um grau especialmente elevado de culpa que, não sendo de funcionamento automático, determinarão a concretização, na avaliação e valoração do caso concreto, da especial censurabilidade ou perversidade dos factos praticados, por realização da previsão típica de alguma das circunstâncias que integram tais exemplospadrão ou de outras de idêntico sentido e conteúdo normativo. 4. Como tem sido salientado, o homicídio qualificado é, tal como o homicídio simples (tipo fundamental do artigo 131.º), um tipo punível a título de dolo sob qualquer das formas previstas no artigo 14.º do Código Penal dolo directo, necessário ou eventual; o que não significa que em relação a determinados exemplos-padrão se não deva reconhecer a sua incompatibilidade com a figura do dolo eventual, como nos casos de emprego de tortura ou crueldade, persistência na intenção de matar por mais de 24 horas, reflexão sobre os meios empregados ou de morte produzida por agente determinado por avidez, reflexão sobre os meios utilizados ou pelo prazer de matar. 5. Há tentativa de crime de homicídio qualificado com dolo eventual se os actos de execução integram, por si, um exemplo-padrão do n.º 2 do artigo 132.º do Código Penal e revelam especial censurabilidade ou perversidade. 6. A circunstância da alínea c) do n.º 2 do artigo 132.º (prática do facto contra vítima especialmente indefesa), introduzida pela revisão do Código Penal de 1998, visou reforçar a tutela da vítima perante formas de exercício ilegítimo do poder. 7. Se a vítima se encontrava na impossibilidade ou em grave dificuldade de resistir ou de se defender devido à acção do próprio arguido, o que se relacionava com a forma de execução do crime de violação que imediatamente antecedeu a tentativa de homicídio, e resultando apenas que o arguido sabia dessa situação, que provocara, não estando provado que a vítima era uma pessoa impossibilitada de se defender por causa da sua idade avançada, de doença de que padecia ou de deficiência que a afectava, não se mostra fundado concluir que o arguido, para cometer o tentado crime de homicídio, encontrando-se numa situação de superioridade, dolosamente se tenha aproveitado de uma situação de desamparo da vítima originada por qualquer desses motivos, de modo a ser preenchida a previsão típica da al. c) do n.º 2 2 / 49

3 do artigo 132.º do Código Penal. Pelo que a elevada censurabilidade do facto praticado nestas circunstâncias somente poderá ser considerada como factor de agravação da culpa do crime de homicídio simples, nos termos do artigo 71.º do Código Penal. 8. A circunstância da alínea d) do n.º 2 do artigo 132.º requer que a actuação do agente causadora da morte deva ter lugar de forma que o sofrimento físico ou psíquico infligido à vítima ultrapasse sensivelmente, pela intensidade ou duração, a medida necessária para causar a morte, que o acto de crueldade tenha lugar para aumentar o sofrimento da vítima (relação meio/fim). Estando provado apenas que o arguido pretendeu satisfazer o desejo de causar sofrimento e que a morte, não verificada, seria o resultado de uma actuação a título de dolo eventual, não é possível considerar preenchida a previsão típica desta circunstância, devendo a factualidade relevante ser considerada como factor de agravação da culpa na determinação da medida da pena (artigo 71.º do Código Penal) pelo crime de homicídio simples. 9. Tendo em conta a concentração e conexão espácio-temporal dos factos em concurso e a não indicação de qualquer elemento indiciador de tendência criminosa, em consideração dos factos e da personalidade do arguido expressa nas circunstâncias do facto (artigo 77.º, n.º 1, do Código Penal) e das demais circunstâncias relevantes relativas à ilicitude e ao dolo (artigo 71.º do Código Penal), numa visão global da gravidade dos factos transmitida pelo conjunto destes factores, realizando o cúmulo jurídico das penas, julga-se adequado aplicar ao arguido a pena única conjunta de 10 anos de prisão. Texto Integral Acordam na Secção Criminal do Supremo Tribunal de Justiça: I. Relatório 1. AA, arguido no processo acima identificado, interpõe recurso do acórdão de 9 de Outubro de 2017, do Juízo Central Criminal de Portimão, comarca de Faro, que o condenou pela prática de: - Um crime de violação, previsto e punível pelo artigo 164.º, n.º 1, al. b), do Código Penal, na pena de 8 (oito) anos de prisão; e de - Um crime de homicídio qualificado na forma tentada, previsto e punido pelos artigos 22.º, 23.º, 73.º e 131.º e 132.º, n.ºs 1 e 2, als. c) e d), do Código Penal, na pena de 8 (oito) anos de prisão. 3 / 49

4 Efectuado o cúmulo jurídico destas penas foi o arguido condenado na pena única de 13 (treze) anos de prisão. 2. Indicando que a questão a resolver no âmbito do presente recurso, é, assim, a de saber se, na fixação das penas parcelares supra referidas, e na pena única de 13 (treze) anos de prisão aplicadas ( ) foram tidos em conta os requisitos previstos no supra referido artigo [40.º do Código Penal], para a determinação da medida das penas que lhe foram em concreto aplicadas, o recorrente termina a motivação do recurso concluindo: «1 O arguido, ora recorrente, foi condenado pela prática, de um crime de violação p. e p. pelo art. 164.º, n.º 1, al. b) do Código Penal e de um crime de homicídio qualificado na forma tentada, p. e p. pelos arts. 22.º, 23.º, 7.3º e 131.º, 132.º, nº.s 1 e 2, als. c) e d), todos do Código Penal, em cúmulo jurídico, na pena única de 13 (treze) anos de prisão. 2 A matéria de facto dada como provada não nos merece qualquer reparo. 3 Discorda-se, tão-somente, das penas concretamente aplicadas ao arguido, porquanto, se considera as mesmas excessivas e desproporcionadas. 4 Visando a revogação do Douto Acórdão ora recorrido, substituindo-se por outro que reduza as penas de prisão que lhe foram em concreto aplicadas: - pelo crime de violação 8 anos de prisão - pelo crime de homicídio qualificado na forma tentada 8 anos de prisão 5 Devendo as mesmas ser reduzidas e fixadas dentro dos limites mínimos legais. 6 Conforme dispõe o artigo 40.º do Código Penal, a aplicação das penas deve ser norteada pela protecção dos bens jurídicos e, em simultâneo, visar a reintegração do arguido em sociedade. 7 A questão a resolver no âmbito do presente recurso, é, assim, a de saber se, na fixação das penas de prisão aplicadas ao arguido AA foram tidos em consideração todos os requisitos previstos no supra referido artigo, para a determinação da escolha e medida das penas. 8 Salvo o devido respeito por diversa opinião, as penas em concreto aplicadas ao arguido, mostram-se excessivas e demasiado severas e 4 / 49

5 desproporcionadas, que resultaram na pena única de 13 (treze) anos de prisão, não contribuindo para a ressocialização do arguido em sociedade. 9 A moldura abstracta da pena aplicável ao crime de violação situa-se entre os 3 e os 10 anos de prisão, de acordo com o plasmado no artigo 164.º n.º 1 al. b) do Código Penal. 10 A moldura abstracta da pena aplicável ao crime de homicídio qualificado na forma tentada, previsto e punido pelos artigos 22.º, 23.º, 73.º e 131.º, 132.º, n.ºs 1 e 2, als. c) e d) do Código Penal, se situa entre os 2 anos e 4 meses e 24 dias a 16 anos e 8 meses de prisão. 11 Além do mais, salvo o devido respeito por diverso entendimento, tendo o arguido sofrido 10 meses e 7 dias de prisão preventiva à ordem deste processo, deveria o Tribunal a quo ter procedido ao desconto desse tempo na pena concretamente aplicada. 12 Entende o arguido que as penas de prisão que lhe foram em concreto aplicadas, deverão ser reduzidas: a) no que concerne ao crime de violação para o mínimo legal de 3 anos de prisão; b) e no que ao crime de homicídio qualificado na forma tentada para 2 anos 4 meses e 24 dias. 13 A moldura penal abstracta do concurso terá, assim, o limite máximo de 5 anos, 4 meses e 24 dias. 14 À qual, deve ser descontado, o tempo de prisão preventiva sofrida pelo arguido, de 10 meses e 7 dias. 15 Julgando-se adequado e suficiente ao caso concreto, condenar o arguido numa pena única 4 anos e 6 meses de prisão. 16 Dispõe o artigo 50.º do C. Penal que: O Tribunal suspende a execução da pena de prisão aplicada em medida não superior a cinco anos se, atendendo à personalidade do agente, às condições da sua vida, à sua conduta anterior e posterior ao crime e às circunstâncias deste, concluir que a simples censura do facto e a ameaça da prisão realizam de forma adequada e suficiente as finalidades da punição. 5 / 49

6 17 Pelo que deverá o Douto Acórdão recorrido ser substituído por outro, que reduza a pena única de 13 anos de prisão aplicada ao arguido, para a pena de 4 anos e 6 meses de prisão suspensa na sua execução. 18 Por se considerar, em abono da Justiça, a mesma, suficiente e adequada para satisfazer as necessidades de prevenção, quer gerais, quer especiais. 19 Pelas razões atrás aduzidas, não tendo o Tribunal a quo considerado todas as circunstâncias que depõem a favor do arguido na aplicação da medida concreta da pena, foram violadas as disposições constantes dos artigos 40.º, n.º 2, 70.º e 71.º do Código Penal. Nestes termos, e nos mais de direito que serão objecto do douto suprimento de Vossas Excelências, deve ser dado provimento ao presente recurso, com as legais consequências, designadamente, deve o Douto Acórdão ser substituído por outro que reduza as penas de prisão concretamente aplicadas ao arguido: a) no que concerne ao crime de violação para o mínimo legal de 3 anos de prisão; b) no que ao crime de homicídio qualificado na forma tentada, para 2 anos 4 meses e 24 dias de prisão; Ser, ainda, descontado o tempo de prisão preventiva sofrida pelo arguido à ordem dos presentes autos de 10 meses e 7 dias. Devendo ser aplicada, em concreto, ao arguido AA, a pena única de 4 anos e 6 meses de prisão, suspensa na sua execução.» 3. Notificado nos termos e para os efeitos do disposto no artigo 413.º, n.º 1, do CPP, respondeu o Ministério Público, através da Exma. Procuradora da República, concluindo assim, no sentido da improcedência do recurso (transcrição): «1. Considerando a moldura penal dos crimes de Violação e de Homicídio qualificado na forma tentada imputados ao recorrente, temos por corretas e em nada exageradas cada uma das penas parcelares em concreto aplicadas, que se mostram bem doseadas e merecidas face à conduta daquele. 2. Foram corretamente observados os critérios gerais da medida da pena contidos no artigo 71º do Código Penal, bem como os princípios ínsitos no artigo 40º do citado Código. 6 / 49

7 3. Na determinação concreta da pena unitária importa considerar, os critérios gerais da medida da pena contidos no artigo 71.º do Código Penal, em conjugação com a proclamação de princípios ínsita no artigo 40.º do citado Código, acrescendo o critério especial fornecido pelo artigo 77.º, n.º 1, do Código Penal, de consideração, em conjunto, dos factos e da personalidade do agente. 4. O acórdão recorrido, depois de fixar as penas parcelares aplicadas aos crimes de Violação e de Homicídio qualificado na forma tentada, situou a moldura penal abstrata do concurso entre o limite máximo de 16 (dezasseis) anos de prisão, e um limite mínimo de 08 (oito) anos de prisão, em observância do disposto no artigo 77.º, n.º 2, do Código Penal. 5. Salientando a crueldade com que o arguido/recorrente atuou, a sua intenção de provocar sofrimento na vítima, e a ausência de uma verdadeira capacidade de autocrítica. 6. Sublinhando que não conta com apoio familiar, não possui quaisquer ligações ao território nacional, nem lhe são conhecidos antecedentes criminais. 7. Conjugando todas essas circunstâncias, concluiu e bem o acórdão recorrido por justa e adequada a aplicação da pena única de 13 (treze) anos de prisão. 8. Tal pena mostra-se adequada à culpa concreta global, e respeita o princípio da proporcionalidade e da proibição do excesso. 9. Foram corretamente observados os critérios gerais da medida da pena, os princípios ínsitos no artigo 40.º do citado Código, bem como o critério especial fornecido pelo artigo 77.º, n.º 1, do Código Penal. 10. O acórdão recorrido não violou qualquer disposição legal. Nestes termos, e pelos fundamentos expostos, deverá negar-se provimento ao recurso, confirmando-se o douto acórdão recorrido.» 4. Recebidos, foram os autos com vista ao Ministério Público, nos termos e para os efeitos do disposto no artigo 416.º, n.º 1, do CPP, tendo o Exmo. Procurador-Geral Adjunto emitido parecer concordante com o Ministério Público em 1.ª instância, nos seguintes termos: «I. A única questão submetida a reexame é a medida das penas parcelares e da única, fixadas em 8 anos de prisão (por cada um dos crimes de violação e 7 / 49

8 de homicídio qualificado na forma tentada) e 13 anos de prisão, respectivamente. Pretende que as penas parcelares sejam fixadas nos mínimos das correspondentes molduras penais, e que por força destas reduções, a pena única se situe em 4 anos e 6 meses de prisão, que deve ser suspensa na sua execução. Como fundamento desta pretensão faz apelo à sua primariedade criminal, apresentar em meio prisional uma conduta discreta e adaptada ao sistema, trabalhando como faxina, e ser um refugiado, fugido à guerra, ditadura e pobreza. II. Respondeu a Ex. ma Procuradora da República ( ), pronunciando-se pela improcedência do recurso, considerando que, quer as penas parcelares, quer a única, se mostram bem doseadas, obedecendo aos critérios legais que as devem determinar. III. Sem particulares considerações a acrescentar ou tecer sobre a fundamentação do acórdão, que acompanhamos, no que respeita à medida das penas, cumpre tão só salientar que as atenuantes que o arguido convoca têm reduzido valor atenuante. Apenas poderia assumir algum relevo o facto de se tratar de um refugiado de guerra. Porém, ao contrário do que pretende, a eventual passagem pelas agruras e tormentos de um conflito, não legitimam minimamente os comportamentos de extrema violência que assumiu, antes o deveriam refrear relativamente à brutalidade e crueldade sobre o seu semelhante. Acresce que o arguido nem sequer confessou os factos, não demonstrando qualquer arrependimento (activo ou declarado). E assim, face às molduras penais dos correspondentes crimes, as penas parcelares mostram-se perfeitamente adequadas às correspondentes i1icitudes dos factos (elevadas), intensidade do dolo, e exigências de prevenção. E no que respeita à pena única, situada no sector maior da agravação, consideramos igualmente, que obedece aos critérios fixados no artigo 77.º, n.º 1 e 2, do Código Penal. IV. Em suma: Na ponderação do ilícito global personalidade do arguido e sua projecção nos crimes praticados, a pena de 13 anos de prisão, é perfeitamente 8 / 49

9 adequada, respondendo às muito fortes exigências de prevenção geral e especial, estando salvaguardada de censura correctiva, pelo que o recurso deve ser julgado improcedente». 5. Notificado para responder, nos termos do artigo 417.º, n.º 2, do CPP, o arguido nada disse. 6. Colhidos os vistos e não tendo sido requerida audiência, o recurso é julgado em conferência artigos 411.º, n.º 5, e 419.º, n.º 3, alínea c), do CPP. Nada obsta ao conhecimento do recurso, o qual tem por objecto um acórdão proferido pelo tribunal colectivo que aplicou uma pena de prisão superior a 5 anos e visa exclusivamente o reexame de matéria de direito, da competência deste tribunal (artigos 432.º, n.º 1, al. c), e 434.º do CPP). Cumpre decidir. II. Fundamentação 7. A decisão recorrida encontra-se fundamentada nos seguintes termos: 7.1. De facto «A. Factos Provados Da discussão da causa resultaram provados os seguintes factos com interesse para a decisão da causa: 1. No dia 1 de Dezembro de 2016, pelas 04h44m, o Arguido dirigiu-se ao multibanco localizado no interior da dependência bancária do Millenium BCP, sita no No interior da dependência encontrava-se a Assistente BB, de 67 anos, sendo nesse local que costumava pernoitar. 3. Assim que entrou no interior da dependência o Arguido dirigiu-se a BB e, de imediato, desferiu diversos murros com o punho fechado contra a sua cabeça. 4. Seguidamente, o Arguido agarrou a Assistente que tentava defender-se e atirou-a ao chão, baixou-se de seguida junto da mesma e despiu a saia que aquela trazia vestida, deixando-a completamente nua da cintura para baixo, com os órgãos genitais expostos. 9 / 49

10 5. Com a Assistente no chão, o Arguido continuou a desferir murros com a mão fechada contra a sua cabeça ao mesmo tempo que, fazendo uso da outra mão desapertou as suas próprias calças e as baixou ligeiramente, tirando de seguida o seu pénis do interior das mesmas. 6. Acto contínuo, o Arguido aproximou o seu pénis da boca da Assistente, tentando introduzi-lo no seu interior e manter com esta sexo oral, o que não conseguiu em virtude daquela ter conseguido manter a boca fechada. Enquanto assim procedia, o Arguido ia desferindo murros contra a cabeça e corpo de BB. 7. Como não tivesse conseguido forçar a Assistente a efectuar-lhe sexo oral o Arguido introduziu, com violência, os seus dedos no interior da sua vagina e ânus, tendo ainda tentado introduzir o seu pénis no interior da sua vagina, o que não conseguiu. 8. De seguida, o Arguido levantou-se, começou a vestir as calças e, com BB prostrada no chão o Arguido desferiu contra o seu corpo e cabeça vários pontapés, fazendo com que das diversas partes atingidas espirrasse sangue em diversas direcções, acabando a Assistente por perder os sentidos e o Arguido por abandonar o local em fuga. 9. Em consequência da actuação do Arguido, BB sofreu traumatismo crânioencefálico e facial com perda de conhecimento, politraumatismos múltiplos da face, hematoma epicraneano, hematomas malares, hemossinus maxilar bilateral, lesão axonaldifusa parietal, hemorragia subaracnoideia aguda, hematoma subdural agudo, fractura do seio esfenoidal, fractura cominutiva dos ossos próprios do nariz, escoriações vulvulares e da vagina, lesões que lhe provocaram dor profunda e 45 dias de doença e melhor descritas no relatório pericial de fls. 225 a 227 que aqui se dá por integralmente reproduzido. 10. O Arguido agiu da forma descrita em 1. a 7., de forma deliberada, livre e consciente, com o conseguido propósito de colocar a Assistente na impossibilidade de resistir e satisfazer os seus desejos libidinosos, bem sabendo que agia contra a vontade daquela. 11. Ao actuar ainda da forma descrita em 8. supra, desferindo contra a cabeça de BB diversos pontapés já após esta se encontrar totalmente incapacitada de reagir e após o próprio Arguido se ter levantado e terminado a agressão sexual, pretendeu o mesmo satisfazer o seu desejo de causar sofrimento, bem sabendo que atenta a sua idade e fragilidade a Assistente se 10 / 49

11 encontrava totalmente indefesa e que a sua actuação lhe poderia causar a morte, resultado com que se conformou e que só não ocorreu por circunstâncias alheias à sua vontade. 12. O Arguido actuou da forma supra descrita sempre com o conhecimento de que as suas condutas eram proibidas e punidas pela lei penal. Mais se apurou que 13. Na sequência directa e necessária da conduta do Arguido acima descrita, BB foi encaminhada para a Unidade de Saúde de..., onde lhe foram prestados diversos tratamentos médicos/hospitalares no valor total de 1.483,27 (mil quatrocentos e oitenta e três euros e vinte e sete cêntimos), o qual ainda não se mostra pago. 14. O Arguido foi transferido de Itália para Portugal ao abrigo das Decisões do Conselho que estabelecem medidas provisórias a favor da Itália e da Grécia no domínio da protecção internacional, no dia A 3 de Novembro de 2016 foi proferida decisão de admissão do seu pedido de protecção, aguardando-se a decisão sobre eventual concessão de estatuto de protecção internacional (estatuto de refugiado ou de protecção subsidiária). 16. À data dos factos AA encontrava-se numa situação de acolhimento institucional afecto à Fundação..., em..., na qualidade de refugiado em processo de asilo em Portugal. Há referência que terá entrado em Portugal incluído num pequeno grupo de condição idêntica, vindo de Itália. 17. AA é proveniente da..., donde alegadamente saiu clandestinamente, em fuga à guerra, à ditadura e à pobreza das condições de vida. 18. Do seu percurso pessoal no país de origem, percebeu-se que concluiu 12 anos de escolaridade e, à semelhança da generalidade dos rapazes foi recrutado obrigatoriamente para o serviço militar, donde nunca foi permitido sair. 19. De cultura e religião muçulmana, constituiu família apenas num casamento, contexto em que foi pai de três filhas, atualmente com 7, 5 e 3 anos de idade. A esposa e as filhas continuam na Pelo que foi dado perceber, AA não veio para Portugal por escolha própria, mas encaminhado ao abrigo de acordos de proteção internacionais - tratando- 11 / 49

12 se de desertor, sujeita-se a pena de morte nessa qualidade no país de origem. Além de solicitar asilo ao abrigo da condição de refugiado, não foram expressos projetos definidos de futuro. 21. Avalia como acolhedoras as condições em que foi recebido em... No mês em que esteve acolhido na Fundação..., não houve registo a questões relevantes do seu comportamento, sendo visto como um indivíduo de trato afável. 22. Segundo referiu, não registou antecedentes de comportamentos considerados criminais ou desajustados no seu país de origem. Admite a dimensão criminal dos factos por que se encontra acusado, os quais reprova. Porém, demarca-se da autoria, alegando um estado de perda de consciência na altura, fruto de um episódio de ingestão abusiva de bebidas alcoólicas, comportamento que igualmente reprova e não é aceite no seu referencial religioso. 23. Em meio prisional desde o início de Dezembro/2016, não tem quaisquer ligações ao exterior. Tendencialmente isolado, não é um elemento que coloque questões de disciplina. Refere que tem vivido com grande ansiedade esta situação, ciente da gravidade da acusação que enfrenta e, sobretudo, pelo desconhecimento dos próprios trâmites legais, tendendo a vitimizar-se. Trabalha na faxina, o que considera positivo para aliviar o stress. 24. Do seu Certificado de Registo Criminal nada consta. B. Factos Não Provados Não se deixou de provar qualquer facto com relevância para a boa decisão da causa.» 7.2. De direito «D. Enquadramento Jurídico-Penal Tendo em conta a factualidade provada, cumpre, agora, indagar da responsabilidade jurídico-criminal do Arguido. D.1. Do Crime de Violação Encontra-se, desde logo, o Arguido acusado da prática de um crime de Violação, previsto e punido pelo artigo 164.º, n.º 1, al. b), do Código Penal, o qual dispõe que Quem, por meio de violência, ameaça grave, ou depois de, para esse fim, a ter tornado inconsciente ou posto na impossibilidade de 12 / 49

13 resistir, constranger outra pessoa a sofrer introdução vaginal ou anal de partes do corpo ou objectos é punido com pena de prisão de três a dez anos. O bem jurídico protegido com tal incriminação é, obviamente, a liberdade de determinação sexual da mulher ou do homem, ou seja, a tutela do direito de cada um a relacionar-se sexualmente com quem entender e mesmo a não se relacionar (sexualmente) de todo, se esse for o seu desejo tal âmbito de protecção não oferece, hoje, qualquer discussão, de resto. Relativamente à norma em causa, explica-nos Paulo Pinto de Albuquerque, in Comentário do Código Penal à luz da Constituição da República e da Convenção Europeia dos Direitos do Homem, Universidade Católica Editora, Lisboa 2008, p. 450, anot. 12. a 15., que «A introdução vaginal ou anal de partes do corpo ou objectos só constitui crime de violação quando a vítima tem posição passiva, isto é, quando sofre a introdução. Sendo a vítima constrangida a penetrar o agente ou outrem na vagina ou no ânus com parte do corpo ou objectos verifica-se o crime de coacção sexual ( ) As partes do corpo utilizadas para a penetração podem ser a mão, o dedo da mão, o pé, o dedo do pé, a língua e o nariz ( ). Os objectos utilizados para a penetração podem estar em estado sólido (por exemplo, vibradores, pénis artificiais e próteses) ou líquido (por exemplo, o sémen ou a urina). Podem também consistir em partes de um cadáver ou de um animal. A violação prevista no nº 1 é um crime de execução vinculada, uma vez que tem ser cometida por meio de violência, ameaça grave ou acto que coloque a vítima em estado de inconsciência ou de impossibilidade de resistir». Ainda a respeito dos supra referidos meios, explica o mesmo autor na mesma obra, p. 443, anot. 11. a 13. que «O conceito de violência inclui apenas a violência física, ao invés do que se passa na incriminação geral da coacção, em virtude da violência psíquica estar abrangida pelo crime de assédio ( ). Portando, os casos de coacção sexual com violência psíquica são degradados pela lei penal para o âmbito da punibilidade do assédio sexual, salvo se consubstanciarem ameaça grave. A ameaça grave representa a forma mais grave de violência psíquica, que coincide com a prevista no artigo 155.º, n.º 1, al. a) ( ). Por exemplo, são casos de ameaça grave a exibição de uma pistola ( ) ou a ameaça de divulgar 13 / 49

14 um filme gravado com cenas em que a vítima mantinha actos sexuais com o agente ( ) ou a violência presenciada pela vítima e que lhe augura a sua brutalização se ela opuser resistência ( ). A colocação em estado de inconsciência ou impossibilidade de resistir tem de ser realizada pelo agente do crime, de forma pré-ordenada para a prática de acto sexual ( para esse fim ), mas sem oposição da vítima ( ). A colocação da vítima em estado de insciência ou impossibilidade de resistir com a oposição da vítima consubstancia violência. A exploração pelo agente de um estado pré-existente de inconsciência ou impossibilidade de resistir da vítima, quando esse estado é inerente à própria condição da vítima ou é criado por ela por terceiro, mas em qualquer caso independentemente da vontade do agente, é subsumível ao artigo 165.º.» Quanto ao elemento subjectivo deste tipo legal, exige-se a existência de dolo (em qualquer das suas formas) relativamente à totalidade dos elementos objectivos. No caso sub judice, considerando os factos dados como provados sob nos itens 1. a 7. em conjunto com as considerações jurídicas acima expostas, verifica-se que se mostram preenchidos, na íntegra, os elementos constitutivos deste crime de que o Arguido se encontra igualmente acusado. Com efeito, resultou provado que o Arguido dirigiu-se a BB e, de imediato, desferiu diversos murros com o punho fechado contra a sua cabeça. Seguidamente, o Arguido agarrou a Assistente que tentava defender-se e atirou-a ao chão, baixou-se de seguida junto da mesma e despiu a saia que aquela trazia vestida, deixando-a completamente nua da cintura para baixo, com os órgãos geniais expostos. E, com a Assistente no chão, o Arguido continuou a desferir murros com a mão fechada contra a sua cabeça ao mesmo tempo que, fazendo uso da outra mão desapertou as suas próprias calças e as baixou ligeiramente, tirando de seguida o seu pénis do interior das mesmas. Acto contínuo, o Arguido aproximou o seu pénis da boca da Assistente, tentando introduzi-lo no seu interior e manter com esta sexo oral, o que não conseguiu em virtude daquela ter conseguido manter a boca fechada. Enquanto assim procedia, o Arguido ia desferindo murros contra a cabeça e corpo de BB. Resultou ainda que o Arguido introduziu, com violência, os seus dedos no interior da sua vagina e ânus de BB, tendo ainda tentado introduzir o seu pénis no interior da sua vagina, o que não conseguiu. 14 / 49

15 Mais se provou que o Arguido agiu da forma descrita de forma deliberada, livre e consciente, com o conseguido propósito de colocar a Assistente na impossibilidade de resistir e satisfazer os seus desejos libidinosos, bem sabendo que agia contra a vontade daquela. AA tinha conhecimento de que as suas condutas eram proibidas e penalmente punidas, pelo que, não se verificando qualquer causa de exclusão da ilicitude ou da sua culpa, impõe-se a sua condenação pela prática do crime de Violação de que vem acusado. D.2. Do Crime de Homicídio Qualificado É imputada ainda ao Arguido a prática de um crime de Homicídio Qualificado, na forma tentada, previsto e punível pelos artigos 22.º, e 132.º, n.º 2, als. c), d) e e), ambos do Código Penal. Dispõe o artigo 131.º do Código Penal que quem matar outra pessoa é punido com pena de prisão de 8 a 16 anos, preceituando, logo a seguir, o artigo 132.º que 1 - Se a morte for produzida em circunstâncias que revelem especial censurabilidade ou perversidade, o agente é punido com pena de prisão de doze a vinte e cinco anos. 2 - É susceptível de revelar a especial censurabilidade ou perversidade a que se refere o número anterior, entre outras, a circunstância de o agente: a) Ser descendente ou ascendente, adoptado ou adoptante, da vítima; b) Praticar o facto contra cônjuge, ex-cônjuge, pessoa de outro ou do mesmo sexo com quem o agente mantenha ou tenha mantido uma relação análoga à dos cônjuges, ainda que sem coabitação, ou contra progenitor de descendente comum em 1.º grau; c) Praticar o facto contra pessoa particularmente indefesa, em razão de idade, deficiência, doença ou gravidez; d) Empregar tortura ou acto de crueldade para aumentar o sofrimento da vítima; e) Ser determinado por avidez, pelo prazer de matar ou de causar sofrimento, para excitação ou para satisfação do instinto sexual ou por qualquer motivo torpe ou fútil; 15 / 49

16 f) Ser determinado por ódio racial, religioso, político ou gerado pela cor, origem étnica ou nacional, pelo sexo, pela orientação sexual ou pela identidade de género da vítima; g) Ter em vista preparar, facilitar, executar ou encobrir um outro crime, facilitar a fuga ou assegurar a impunidade do agente de um crime; h) Praticar o facto juntamente com, pelo menos, mais duas pessoas ou utilizar meio particularmente perigoso ou que se traduza na prática de crime de perigo comum; i) Utilizar veneno ou qualquer outro meio insidioso; j) Agir com frieza de ânimo, com reflexão sobre os meios empregados ou ter persistido na intenção de matar por mais de vinte e quatro horas; l) Praticar o facto contra membro de órgão de soberania, do Conselho de Estado, Representante da República, magistrado, membro de órgão do governo próprio das regiões autónomas, Provedor de Justiça, membro de órgão das autarquias locais ou de serviço ou organismo que exerça autoridade pública, comandante de força pública, jurado, testemunha, advogado, solicitador, agente de execução, administrador judicial, todos os que exerçam funções no âmbito de procedimentos de resolução extrajudicial de conflitos, agente das forças ou serviços de segurança, funcionário público, civil ou militar, agente de força pública ou cidadão encarregado de serviço público, docente, examinador ou membro de comunidade escolar, ou ministro de culto religioso, juiz ou árbitro desportivo sob a jurisdição das federações desportivas, no exercício das suas funções ou por causa delas; m) Ser funcionário e praticar o facto com grave abuso de autoridade. O bem jurídico tutelado nas normas incriminadoras do homicídio é a vida humana inviolável, correspondendo à tutela constitucional da vida. Gomes Canotilho e Vital Moreira, in Constituição da República Portuguesa Anotada, 2007, vol. I, pp. 446/7, explicam-nos que O direito à vida é um direito prioritário, pois é condição de todos os outros direitos fundamentais, sendo material e valorativamente o bem mais importante do catálogo de direitos fundamentais e da ordem jurídico-constitucional no seu conjunto. Efectivamente, o direito à vida é conditio sine qua non do gozo de todos os outros direitos. 16 / 49

17 Por seu lado, crime de homicídio qualificado previsto e punível pelo referido artigo 132.º, constitui uma forma agravada do crime de homicídio simples previsto e punível no artigo 131.º, que constitui o tipo de ilícito, agravamento esse que se produz não através da previsão de circunstâncias típicas fundadas em maior ilicitude do facto, mas antes em função de uma culpa agravada, isto é, de uma especial censurabilidade ou perversidade da conduta (cláusula geral enunciada no n.º 1), revelada pelas circunstâncias indicadas no n.º 2. Tais circunstâncias constituem exemplos-padrão, ou seja, indícios da culpa agravada referida no n.º 1, que constitui o elemento típico do homicídio qualificado. Ainda que essas circunstâncias envolvam eventualmente uma maior ilicitude do facto, não é o simples acréscimo de ilicitude que determinará a qualificação do crime. Só se as ditas circunstâncias revelarem uma maior censurabilidade ou perversidade da conduta se verificará a dita qualificação. A este respeito, escreve-se no Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, de , disponível na Internet, in o seguinte: Como tivemos ocasião de afirmar em Acórdão deste Supremo Tribunal de Justiça de 27 de Maio de 2010 a qualificação do homicídio tem como fundamento a culpa agravada que o agente revela com a sua actuação sendo um tipo de culpa. Refere Silva Dias, a verificação do exemplo padrão do n.º 2 do art. 132.º não implica, apenas indicia, a presença de um caso de especial censurabilidade ou perversidade. Tal indício não mais do que isso e tem de ser confirmado através de uma ponderação global das circunstâncias de facto e da atitude do agente nele expressas. Indubitavelmente que o apelo a exemplos padrão, como exemplificadores de uma intensidade qualitativa da culpa, reflecte uma técnica de tipos abertos que apenas pode ser compreendida dentro dos limites por alguma forma propostos pelo princípio da legalidade. Assim, o julgador deverá subsumir à qualificação do artigo em causa apenas as condutas que, embora não abrangidas pelo perfil especificado, normativamente correspondem á estrutura de sentido e ao conteúdo de desvalor de cada exemplo padrão. Outro entendimento não podia decorrer do pressuposto de que nos encontramos perante uma qualificação assente no tipo de culpa. O que 17 / 49

18 determina a agravação é sempre um acentuado desvalor da atitude do agente, quer o mesmo se exprima numa maior intensidade do desvalor da acção, quer numa motivação especialmente desprezível. Nas palavras de Margarida Silva Pereira, a caracterização do art. 132.º do CP passa pela intersecção de três eixos fundamentais, a saber: a exclusão da aplicação automática; a aferição da qualificação por um critério de culpa no sentido de que se utilize os parâmetros consagrados e tipificados para aquilatar se no caso concreto existe de igual forma uma culpa especial e a permissão do recurso á analogia pois que ao juiz cabe sempre a possibilidade de construir em concreto os pressupostos da afirmação de uma especial censurabilidade, ou perversidade, os quais, embora não subsumíveis aos exemplos padrão, constituem, ainda assim, a demonstração de uma especial intensidade da culpa. Todavia, importa salientar que a valoração da culpa operada pelo art. 132.º do CP não aparece desligada de uma ilicitude qualitativamente mais intensa. Como refere a Autora citada o que o legislador comanda não é que se considere uma culpa sem suporte de ilicitude aumentada, mas sim que de tal ilicitude maior não se retirem quaisquer efeitos a menos que se acompanhe de um acréscimo de culpa. A ilicitude superior é aqui um pressuposto de culpa. O artigo 132 do Código Penal define o tipo de crime de homicídio qualificado constituindo uma forma agravada de crime em relação em relação ao tipo do artigo 131 do mesmo diploma. Objectivamente o tipo de crime assenta nos mesmos factos dos que estão previstos no artigo 131 funcionando a qualificação assente na combinação de um critério de culpa com a técnica dos exemplos padrão. O critério da qualificação está definido no n.º 1 do artigo 132 e consiste em tirar a vida a outrem em circunstâncias que revelem uma especial censurabilidade ou perversidade. Algumas das circunstâncias que são susceptíveis de revelar especial censurabilidade, ou perversidade, estão enumeradas no n.º 1 do mesmo normativo. A qualificação do homicídio tem como fundamento a culpa agravada que o agente revela com a sua actuação sendo um tipo de culpa. Seguindo Roxin, por tipo de culpa entende-se aquele que, na descrição típica da conduta, contem elementos da culpa que integra factores relativos à actuação do agente que estão relacionados com a culpa mais grave ou mais atenuada. A culpa consiste no juízo de censura dirigido ao agente pelo facto deste ter actuado em desconformidade com a ordem jurídica quando podia, e devia, ter 18 / 49

19 actuado em conformidade com esta, sendo uma desaprovação sobe a conduta do agente. O juízo de censura, ou desaprovação, é susceptível de se revelar maior ou menor sendo, por natureza, graduável e dependendo sempre das circunstâncias concretas em que o agente desenvolveu a sua conduta, traduzindo igualmente um juízo de exigibilidade determinado pela vinculação de cada um a conformar-se pela actuação de acordo com as regras estipuladas pela ordem jurídica superando as proibições impostas. Em suma, o agente actua culposamente quando realiza um facto ilícito podendo captar o efeito de chamada de atenção da norma na situação concreta em que desenvolveu a sua conduta e, possuindo uma capacidade suficiente de auto controlo, e poderia optar por uma alternativa de comportamento. O especial tipo de culpa do homicídio qualificado é conformado através da especial censurabilidade ou perversidade do agente. Como refere Figueiredo Dias a lei pretende imputar à especial censurabilidade aquelas condutas em que o especial juízo de culpa se fundamenta na refracção ao nível da atitude do agente de formas de realização do acto especialmente desvaliosas e à especial perversidade aquelas em que o juízo de culpa se fundamenta directamente na documentação no facto de qualidades do agente especialmente desvaliosas. Enumera o normativo em análise um catálogo dos exemplos padrão e o seu significado orientador como demonstrativo do especial tipo de culpa que está associado à qualificação. No mesmo sentido, escreve Teresa Serra, in Homicídio Qualificado Tipo de Culpa e Medida da Pena, Almedina, 2000, pp. 63/65 que Como se sabe, a ideia de censurabilidade constitui o conceito nuclear sobre o qual se funda a concepção normativa da culpa. Culpa é censurabilidade do facto ao agente, isto é, censura-se ao agente o ter podido determinar-se de acordo com a norma e não o ter feito. No artigo 132.º, trata-se de uma censurabilidade especial: as circunstâncias em que a morte foi causada são de tal modo graves que reflectem uma atitude profundamente distanciada do agente em relação a uma determinação normal de acordo com os valores (...) Com a referência à especial perversidade, tem-se em vista uma atitude profundamente rejeitável, no sentido de ter sido determinada e constituir indício de motivos e sentimentos que são absolutamente rejeitados pela sociedade. Significa isto pois, um recurso a uma concepção emocional da culpa e que pode reconduzir-se «à atitude má, eticamente falando, de crasso e primitivo egoísmo do autor, de que fala BINDER. Assim, poder-se-ia caracterizar uma atitude rejeitável como sendo aquela em que prevalecem as 19 / 49

20 tendências egoístas do autor. Especialmente perversa, especialmente rejeitável, será então a atitude na qual as tendências egoístas ganharam um predomínio quase total e determinaram quase exclusivamente a conduta do agente (...). Importa salientar que a qualificação de especial se refere tanto à censurabilidade como à perversidade. A razão da qualificação do homicídio reside exactamente nessa especial censurabilidade ou perversidade revelada pelas circunstâncias em que a morte foi causada. Com efeito, qualquer homicídio simples, enquanto lesão do bem jurídico fundamental que é a vida humana, revela já a censurabilidade ou perversidade do agente que o comete. No homicídio qualificado, o que está em causa é uma diferença essencial de grau que permite ao juiz concluir pela aplicação do artigo 132.º, ao caso concreto, após a ponderação da circunstância indiciadora presentou ou e outra circunstância susceptível de preencher o chamado Leitbild dos exemplos-padrão que, de alguma maneira, faz com que o caso deva ainda ser considerado como pertencente a um grupo de valoração ( ) estratificado a partir do tipo fundamental. Ora, apurou-se que o Arguido, já após ter terminado a agressão sexual contra BB, começou a vestir as calças e, com aquela já prostrada no chão, desferiu contra o seu corpo e cabeça vários pontapés, fazendo com que das diversas partes atingidas espirrasse sangue em diversas direcções, acabando a Assistente por perder os sentidos e o Arguido por abandonar o local em fuga. Em consequência da actuação do Arguido, BB sofreu traumatismo crânioencefálico e facial com perda de conhecimento, politraumatismos múltiplos da face, hematoma epicraneano, hematomas malares, hemossinus maxilar bilateral, lesão axonaldifusa parietal, hemorragia subaracnoideia aguda, hematoma subdural agudo, fractura do seio esfenoidal, fractura cominutiva dos ossos próprios do nariz, escoriações vulvulares e da vagina, lesões que lhe provocaram dor profunda e 45 dias de doença e melhor descritas no relatório pericial de fls. 225 a 227 que aqui se dá por integralmente reproduzido. Resultou ainda que, ao actuar de tal forma, o Arguido sabia que com a sua actuação poderia causar a morte a BB, resultado com que se conformou e que só não ocorreu por circunstâncias alheias à sua vontade. Entende-se, deste modo, que a actuação do Arguido supra descrita preenche os elementos objectivos do crime de Homicídio, sendo certo que este se autonomiza do crime de Violação, na medida em que já tinha terminado a agressão sexual. 20 / 49

21 No entanto, não veio a causar a morte de BB. Dispõe, a este respeito, o artigo 22.º, n.º 1, do Código Penal que Há tentativa quando o agente praticar actos de execução de um crime que decidiu cometer, sem que chegue a consumar-se. No n.º 2 do mesmo normativo, enumera-se as situações em que estamos perante actos de execução. Assim, teremos que ter, antes de mais, a vontade do agente de cometer a infracção e o começo da sua execução, havendo, depois, uma interrupção do processo executivo do crime cfr. Leal Henriques e Simas Santos in Código Penal Anotado, 1.º vol., 3ª ed., 2002, p Explica-se, no douto acórdão do Tribunal da Relação de Évora, de , disponível na Internet in o seguinte: «Ensina Roxin que só devem exprimir uma tentativa aquelas acções que imediatamente precedem a acção típica que, portanto, o legislador aproximou, seguramente, da acção típica. O autor propõe a exigência cumulativa de dois factores, para a caracterização de acto preparatório : a perturbação das esferas e a estreita conexão temporal entre a acção do autor e a pretendida produção do resultado. Onde uma delas falte, não existe ainda tentativa. Para além da proximidade temporal (que ocorreria no caso presente) decisivo é, ainda, que o agente entre em relação com a esfera da vítima, o que provoca uma impressão abaladora da ordem jurídica. A teoria da impressão pode tornar-se frutuosa para a delimitação de actos preparatórios e tentativa, na medida em que a agressão da esfera da vítima, perturbadora da paz jurídica surge como elemento necessário da acção de execução. (Roxin, Problemas Fundamentais de Direito Penal, 3ª ed., pp. 304/7. Itálicos nossos.)». No caso em apreço, as zonas atingidas quando a Ofendida já se encontrava ferida e caída no chão, designadamente, a cabeça, as graves lesões provocadas e a circunstância de ter abandonado aquela, eram idóneos a provocar a morte desta, o que apenas não sucedeu por motivos alheios à sua vontade. 21 / 49

22 Atendendo às considerações supra exaradas, temos como assente que se verificam os pressupostos do crime de Homicídio na forma tentada. Posto isto, analisemos as qualificativas imputadas ao Arguido. Assim, prevê-se na alínea c) que o facto seja praticado contra pessoa particularmente indefesa, em razão de idade, deficiência, doença ou gravidez, implicando uma especial situação de desamparo da vítima. No caso em apreço, a Assistente é uma mulher com 67 anos de idade à data dos factos (ao passo que o Arguido tinha 38 anos) e já se encontrava prostrada no chão, totalmente indefesa em consequência das anteriores agressões levadas a cabo por aquele com vista a concretizar as agressões sexuais, quando ainda veio a desferir contra o seu corpo e cabeça vários pontapés, fazendo com que das diversas partes atingidas espirrasse sangue em diversas direcções, acabando a Assistente por perder os sentidos e o Arguido por abandonar o local em fuga. Dúvidas não temos, pois, em afirmar que a vítima era pessoa especialmente indefesa por forma a concluir que foi atingido o especial grau de censurabilidade ou perversidade que o legislador considerou inerente ao homicídio qualificado, mostrando-se, assim, preenchida a agravante prevista na referida alínea c). Quanto ao acto de crueldade previsto na alínea d), escreve Figueiredo Dias, in Comentário Conimbricense do Código Penal Parte Especial, Tomo I, Coimbra Editora, 1999, p. 31, que consiste em o agente se servir de uma forma de actuação causadora da morte em que o sofrimento físico ou psíquico infligido, pelo acto de matar ou pelos actos que o antecedem, ultrapasse sensivelmente, pela sua intensidade ou duração, a medida necessária para causar a morte ( ); com a precisão, em todos o caso, de que o acto de crueldade tem de ter lugar para aumentar o sofrimento da vítima: relação meio/fim. No mesmo sentido, no Supremo Tribunal de Justiça, no seu acórdão de (disponível na Internet, no mesmo sítio), explica-se que a qualificativa da crueldade ocorre quando o agente do crime faz sofrer a vítima mais do que o necessário, ou a sujeita a sofrimento exacerbado; meio cruel é o meio bárbaro, martirizante, que brutalmente aumenta o sofrimento da vítima. No caso sub judice, como já referido, o Arguido desferiu contra o corpo e cabeça de BB vários pontapés, fazendo com que das diversas partes atingidas espirrasse sangue em diversas direcções, numa altura em que aquela já se 22 / 49

23 encontrava prostrada no chão e sem reacção e após o próprio Arguido se ter levantado e terminado a agressão sexual. Tal cenário apenas nos pode levar a concluir que o Arguido agiu com o propósito de satisfazer o seu desejo de causar sofrimento, tendo infligido à Assistente um tratamento desumano e degradante, excedendo o que é comum no homicídio simples e espelhando uma imagem global do facto agravada, mostrando-se preenchida também a presente qualificativa. Já quanto à alínea e), «A motivação da avidez ( ) inclui, não apenas a vontade do agente de obter vantagens patrimoniais indevidas, mas também a vontade de manter vantagens patrimoniais já recebidas, mas legitimamente postas em causa pela vítima, e a vontade de se libertar de dívidas e obrigações para com a vítima. É irrelevante o montante do lucro que se pretende alcançar, sendo até o homicídio tanto mais censurável quanto mais pequeno o lucro visado. Exemplos desta motivação são as do agente que mata para roubar ou do agente que mata a soldo de alguém ( ) A motivação do prazer de matar ( ) ou de causar sofrimento supõe uma atitude de satisfação do agente com a provocação da dor e da morte, que não é necessariamente consequência de uma patologia no agente, como sucede, por exemplo, nos casos em que o agente persegue a vítima como se fosse um animal de caça num torneio desportivo de caça ( ). A motivação da excitação sexual ( ) inclui todas as práticas de provocação de dor em terceiro com vista à satisfação sexual. Não é necessária a verificação efectiva da satisfação sexual, bastando que o agente tenha cometido o facto com esse propósito. Exemplos desta motivação sãos os casos em que a vítima é morta durante o cometimento de uma violação, em virtude da força física usada, ou quando o agente mate a vítima com o propósito de em seguida praticar actos sexuais com o cadáver. O motivo torpe ou fútil ( ) é o motivo incompreensível ou inexplicável à luz do modo de agir do homem médio ou mesmo revelador de um baixo carácter ( ). Para aferir da baixeza de carácter e da futilidade do motivo devem ter-se me conta, por um lado, a desproporção entre a conduta da vítima e a reacção do agente e a responsabilidade do agente pela situação criada e, por outro lado, as características pessoais do agente, como, por exemplo, as representações culturais do seu país de origem quando se trate de estrangeiro ou a sua história pessoa como vítima de maus-tratos ( )» - Paulo Pinto de Albuquerque, in Comentário do Código Penal à luz da Constituição da República e da 23 / 49

CÓDIGO PENAL. Artigo 1.º Objeto A presente Lei altera o Código Penal, reforçando a proteção jurídico-penal dos jornalistas no exercício de funções.

CÓDIGO PENAL. Artigo 1.º Objeto A presente Lei altera o Código Penal, reforçando a proteção jurídico-penal dos jornalistas no exercício de funções. ou por causa delas Artigo 1.º Objeto A presente Lei procede à alteração do Código Penal, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 400/82, de 23 de setembro, com as posteriores alterações, tornando crime público as

Leia mais

ECLI:PT:TRL:2011: PDFUN.A.L1.9.E0

ECLI:PT:TRL:2011: PDFUN.A.L1.9.E0 ECLI:PT:TRL:2011:33.07.6PDFUN.A.L1.9.E0 http://jurisprudencia.csm.org.pt/ecli/ecli:pt:trl:2011:33.07.6pdfun.a.l1.9.e0 Relator Nº do Documento Cid Geraldo rl Apenso Data do Acordão 22/09/2011 Data de decisão

Leia mais

Nª Ref. 03 /15 C.Istambul Lisboa, 26 de Março de

Nª Ref. 03 /15 C.Istambul Lisboa, 26 de Março de Ex.ma Sr.ª Coordenadora do Grupo de Trabalho - Implicações Legislativas da Convenção de Istambul, Dr.ª Carla Rodrigues, c/c Ex.mo Sr. Presidente do Grupo Parlamentar do Partido Social Democrata, Ex.mo

Leia mais

CoNSELHo SuPERIoR. Ratificação de pena de expulsão Processo n.º 3/2013-CS/RP

CoNSELHo SuPERIoR. Ratificação de pena de expulsão Processo n.º 3/2013-CS/RP CoNSELHo SuPERIoR Ratificação de pena de expulsão Processo n.º 3/2013-CS/RP Relator: Carlos Pinto de Abreu Participante: Instituto de Gestão Financeira e de Infra estruturas da Justiça, I.P. Arguido: Dr..

Leia mais

ECLI:PT:STJ:2010: PBBRR.S2.FD

ECLI:PT:STJ:2010: PBBRR.S2.FD ECLI:PT:STJ:2010:586.05.3PBBRR.S2.FD http://jurisprudencia.csm.org.pt/ecli/ecli:pt:stj:2010:586.05.3pbbrr.s2.fd Relator Nº do Documento Oliveira Mendes Apenso Data do Acordão 23/11/2010 Data de decisão

Leia mais

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Acórdãos STA Processo: 0928/08 Data do Acordão: 21-01-2009 Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Tribunal: Relator: Descritores: Sumário: 2 SECÇÃO JORGE LINO CONTRA-ORDENAÇÃO FISCAL CONCURSO DE INFRACÇÕES

Leia mais

Exame de Prática Processual Penal

Exame de Prática Processual Penal Exame de Prática Processual Penal I No dia 20/02/06 António foi surpreendido na sua caixa do correio com uma notificação do Tribunal ali colocada nesse dia que, recebendo a acusação que contra si era deduzida

Leia mais

ENQUADRAMENTO PENAL CÓDIGO PENAL

ENQUADRAMENTO PENAL CÓDIGO PENAL ENQUADRAMENTO PENAL CÓDIGO PENAL Violência Doméstica 1 Quem, de modo reiterado ou não, infligir maus tratos físicos ou psíquicos, incluindo castigos corporais, privações da liberdade e ofensas sexuais:

Leia mais

ECLI:PT:TRL:2015: PQLSB.L1.5

ECLI:PT:TRL:2015: PQLSB.L1.5 ECLI:PT:TRL:2015:393.14.2PQLSB.L1.5 http://jurisprudencia.csm.org.pt/ecli/ecli:pt:trl:2015:393.14.2pqlsb.l1.5 Relator Nº do Documento José Adriano rl Apenso Data do Acordão 09/06/2015 Data de decisão sumária

Leia mais

TRIBUNAL SUPREMO ACÓRDÃO. HABEAS CORPUS: Nº 224 RÉUS: LEONARDO SIMÃO DO NASCIMENTO GONÇALVES e IVAN CLÁUDIO TEIXEIRA

TRIBUNAL SUPREMO ACÓRDÃO. HABEAS CORPUS: Nº 224 RÉUS: LEONARDO SIMÃO DO NASCIMENTO GONÇALVES e IVAN CLÁUDIO TEIXEIRA TRIBUNAL SUPREMO 1ª SECÇÃO DA CÂMARA CRIMINAL ACÓRDÃO HABEAS CORPUS: Nº 224 RÉUS: LEONARDO SIMÃO DO NASCIMENTO GONÇALVES e IVAN CLÁUDIO TEIXEIRA ACORDAM EM NOME DO POVO: Acordam no Tribunal Supremo I-

Leia mais

Direito Penal. Pena-Base. Professor Joerberth Nunes.

Direito Penal. Pena-Base. Professor Joerberth Nunes. Direito Penal Pena-Base Professor Joerberth Nunes www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Penal PENA-BASE TÍTULO V Das Penas CAPÍTULO I DAS ESPÉCIES DE PENA CAPÍTULO III DA APLICAÇÃO DA PENA Fixação da

Leia mais

FEDERATION INTERNATIONALE DES FEMMES DES CARRIERES JURIDIQUES

FEDERATION INTERNATIONALE DES FEMMES DES CARRIERES JURIDIQUES Luísa e João 1 a 8 Na legislação timorense a difamação ou injúria não constituem crime. Nos termos do art. 35º da Lei nº 7/2010, de 7 de Julho, apenas se consideram crimes de violência doméstica: a) Os

Leia mais

Direito Penal. Teoria da Pena Parte IV

Direito Penal. Teoria da Pena Parte IV Direito Penal Teoria da Pena Parte IV Da Aplicação da Pena Disciplina Legal - Título V da Parte Geral do CP / Da Aplicação da Pena (arts. 59 a 76); - critério trifásico (reforma da Parte Geral do CP em

Leia mais

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Acórdãos STA Processo: 01181/09 Data do Acordão: 18-02-2010 Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Tribunal: Relator: Descritores: Sumário: 2 SECÇÃO DULCE NETO RECURSO JUDICIAL PROCESSO CONTRA-ORDENAÇÃO

Leia mais

Direito Penal. Penas privativas de liberdade. Dosimetria da pena privativa de liberdade Noções gerais. Prof.ª Maria Cristina

Direito Penal. Penas privativas de liberdade. Dosimetria da pena privativa de liberdade Noções gerais. Prof.ª Maria Cristina Direito Penal Penas privativas de liberdade. Prof.ª Maria Cristina Cálculo da pena Art. 68 A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código, em seguida serão consideradas as circunstâncias

Leia mais

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Página 1 de 9 Acórdãos STA Processo: 0335/14 Data do Acordão: 28-01-2015 Tribunal: 2 SECÇÃO Relator: PEDRO DELGADO Descritores: Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo CONTRA-ORDENAÇÃO MEDIDA DA COIMA

Leia mais

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Acórdãos STA Processo: 0545/10 Data do Acordão: 15-09-2010 Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Tribunal: Relator: Descritores: Sumário: 2 SECÇÃO ANTÓNIO CALHAU IVA CADUCIDADE DO DIREITO À LIQUIDAÇÃO

Leia mais

TRIBUNAL SUPREMO 1ª SECÇÃO DA CÂMARA CRIMINAL ACÓRDÃO

TRIBUNAL SUPREMO 1ª SECÇÃO DA CÂMARA CRIMINAL ACÓRDÃO 1ª SECÇÃO DA CÂMARA CRIMINAL ACÓRDÃO HABEAS CORPUS: nº 230 RÉU: DANGEREUX FREDERICO KUENGE MUCULlLA ACORDAM EM NOME DO POVO: Acordam no Tribunal Supremo I - RELATÓRIO 1. DANGEREUX FREDERICO KUENGE MUCUUlA,

Leia mais

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Acórdãos STA Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Processo: 01568/13 Data do Acordão: 05-02-2014 Tribunal: 2 SECÇÃO Relator: ISABEL MARQUES DA SILVA Descritores: Sumário: Nº Convencional: JSTA000P17005

Leia mais

PROJETO DE LEI N.º 522/XII/3.ª ALTERA A PREVISÃO LEGAL DOS CRIMES DE VIOLAÇÃO E COAÇÃO SEXUAL NO CÓDIGO PENAL

PROJETO DE LEI N.º 522/XII/3.ª ALTERA A PREVISÃO LEGAL DOS CRIMES DE VIOLAÇÃO E COAÇÃO SEXUAL NO CÓDIGO PENAL Grupo Parlamentar PROJETO DE LEI N.º 522/XII/3.ª ALTERA A PREVISÃO LEGAL DOS CRIMES DE VIOLAÇÃO E COAÇÃO SEXUAL NO CÓDIGO PENAL Exposição de motivos O crime de violação atinge, sobretudo, mulheres e crianças.

Leia mais

FEDERATION INTERNATIONALE DES FEMMES DES CARRIERES JURIDIQUES

FEDERATION INTERNATIONALE DES FEMMES DES CARRIERES JURIDIQUES Luísa e João 1 - A conduta do João constitui um crime; 2 - Crime de Violência Baseada no Género segundo a Lei Cabo-verdiana; 3 - Já foi contemplado como Crime de Maus tratos, no âmbito do Código Penal

Leia mais

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Acórdãos STA Processo: 047740 Data do Acordão: 12/12/2002 Tribunal: 2 SUBSECÇÃO DO CA Relator: ANTÓNIO MADUREIRA Descritores: Sumário: Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo RESPONSABILIDADE CIVIL

Leia mais

Crime público desde Lei 7/2000 de Denúncia para além dos seis meses Lei aplicável: vigente no momento prática do último ato Tribunal

Crime público desde Lei 7/2000 de Denúncia para além dos seis meses Lei aplicável: vigente no momento prática do último ato Tribunal 1 Quem, de modo reiterado ou não, infligir maus tratos físicos ou psíquicos, incluindo castigos corporais, privações da liberdade e ofensas sexuais: a) Ao cônjuge ou ex-cônjuge; b) A pessoa de outro ou

Leia mais

Exmo. Senhor Juiz de Instrução

Exmo. Senhor Juiz de Instrução Serviços do Ministério Público de [ ] Processo N.º [ ] Exmo. Senhor Juiz de Instrução [ ], Queixosa e Ofendida nos autos acima referenciados, estando em tempo, e sendo sua intenção apresentar requerimento

Leia mais

Pena de Multa. A pena de multa é paga ao Fundo Penitenciário... Nacional ou Estadual?

Pena de Multa. A pena de multa é paga ao Fundo Penitenciário... Nacional ou Estadual? LEGALE Pena de Multa Pena de Multa A pena de multa é paga ao Fundo Penitenciário... Nacional ou Estadual? Pena de Multa O réu tem dez dias para pagar a multa espontaneamente no juízo criminal mesmo (não

Leia mais

Acórdão n.º 14/2012 3ª Secção-PL I RELATÓRIO

Acórdão n.º 14/2012 3ª Secção-PL I RELATÓRIO Acórdão n.º 14/2012 3ª Secção-PL RO N.º 2 ROM-2ªS/2012 Processo n.º 43/2011-PAM-2ªS Acordam os Juízes do em Plenário da 3ª Secção I RELATÓRIO 1. Por decisão de 16 de Setembro de 2011, proferida em primeira

Leia mais

S U M Á R I O. Processo n.º 764/2018 Data do acórdão: Assuntos:

S U M Á R I O. Processo n.º 764/2018 Data do acórdão: Assuntos: Processo n.º 764/2018 Data do acórdão: 2018-12-13 (Autos em recurso penal) Assuntos: roubo em valor elevado medida da pena de prisão S U M Á R I O Na medida da pena do crime de roubo em valor elevado feita

Leia mais

TRIBUNAL SUPREMO ACÓRDÃO

TRIBUNAL SUPREMO ACÓRDÃO TRIBUNAL SUPREMO 1ª SECÇÃO DA CÂMARA CRIMINAL ACÓRDÃO HABEAS CORPUS: Nº 183 RÉU: BRUNO ALEXANDRE LOPES DOS SANTOS ACORDAM EM NOME DO POVO: Acordam no Tribunal Supremo I - Relatório 1. BRUNO ALEXANDRE LOPES

Leia mais

CÓDIGO PENAL CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

CÓDIGO PENAL CÓDIGO DE PROCESSO PENAL LEI E PROCESSO CÓDIGO PENAL CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 2015 2ª Edição Actualização nº 3 CÓDIGO PENAL CÓDIGO DE PROCESSO PENAL Actualização nº 3 ORGANIZAÇÃO BDJUR BASE DE DADOS JURÍDICA EDITOR EDIÇÕES ALMEDINA,

Leia mais

A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição (JusNet 7/1976), o seguinte:

A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição (JusNet 7/1976), o seguinte: 1/7 Lei n.º 19/2013, de 21 de fevereiro, 29.ª alteração ao Código Penal, aprovado pelo Decreto- Lei n.º 400/82, de 23 de setembro, e primeira alteração à Lei n.º 112/2009, de 16 de setembro, que estabelece

Leia mais

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Página 1 de 7 Acórdãos STA Processo: 0270/18.8BEPRT-S1 Data do Acordão: 06-02-2019 Tribunal: 2 SECÇÃO Relator: ISABEL MARQUES DA SILVA Descritores: CONTRA-ORDENAÇÃO APENSAÇÃO PORTAGEM Sumário: Acórdão

Leia mais

Direito Penal. Teoria da Pena Parte V

Direito Penal. Teoria da Pena Parte V Direito Penal Teoria da Pena Parte V Da Aplicação da Pena - Atenuantes Art. 65 do CP: São circunstâncias que sempre atenuam a pena: I - Ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior

Leia mais

REGULAMENTO DISCIPLINAR

REGULAMENTO DISCIPLINAR REGULAMENTO DISCIPLINAR CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Artigo 1º (Âmbito) 1. O poder disciplinar da Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, adiante designada por FPPDAM, exerce-se sobre os

Leia mais

Processo n.º 429/2015 Data do acórdão:

Processo n.º 429/2015 Data do acórdão: Processo n.º 429/2015 Data do acórdão: 2015-5-28 (Autos em recurso penal) Assuntos: prática de novo crime no período de pena suspensa corrupção activa art.º 54.º, n.º 1, alínea b), do Código Penal revogação

Leia mais

PROJETO DE LEI N.º 976/XIII/3.ª ALTERA O CÓDIGO PENAL, REFORÇANDO O COMBATE À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, SEXUAL E SOBRE MENORES

PROJETO DE LEI N.º 976/XIII/3.ª ALTERA O CÓDIGO PENAL, REFORÇANDO O COMBATE À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, SEXUAL E SOBRE MENORES Grupo Parlamentar PROJETO DE LEI N.º 976/XIII/3.ª ALTERA O CÓDIGO PENAL, REFORÇANDO O COMBATE À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, SEXUAL E SOBRE MENORES (46.ª ALTERAÇÃO AO CÓDIGO PENAL) Exposição de motivos Em 2017,

Leia mais

ACÓRDÃO Nº32/10 30.NOV ª S/PL RECURSO ORDINÁRIO Nº

ACÓRDÃO Nº32/10 30.NOV ª S/PL RECURSO ORDINÁRIO Nº ACÓRDÃO Nº32/10 30.NOV. 2010 1ª S/PL RECURSO ORDINÁRIO Nº 03/2010 (Proc. nº 994/2010) DESCRITORES: Emolumentos. Contrato de prestação de serviços. Contrato de execução periódica. SUMÁRIO: I Contratos de

Leia mais

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo cordão do Supremo Tribunal Administrativo Acórdãos STA Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Processo: 01140/16 Data do Acordão: 25-10-2017 Tribunal: 2 SECÇÃO Relator: PEDRO DELGADO Descritores: Sumário:

Leia mais

ACÓRDÃO Nº 29 /02 22.Out - 1ªS/PL RECURSO ORDINÁRIO Nº 22/02. (Processo nº 1 781/02) ACÓRDÃO

ACÓRDÃO Nº 29 /02 22.Out - 1ªS/PL RECURSO ORDINÁRIO Nº 22/02. (Processo nº 1 781/02) ACÓRDÃO ACÓRDÃO Nº 29 /02 22.Out - 1ªS/PL RECURSO ORDINÁRIO Nº 22/02 (Processo nº 1 781/02) ACÓRDÃO I. RELATÓRIO 1. Por este Tribunal, em 1 de Agosto de 2002, foi proferido o acórdão de subsecção nº 68/02, que

Leia mais

Juízes: Viriato Manuel Pinheiro de Lima (Relator), Song Man Lei e Sam Hou Fai. SUMÁRIO:

Juízes: Viriato Manuel Pinheiro de Lima (Relator), Song Man Lei e Sam Hou Fai. SUMÁRIO: . Recurso jurisdicional em matéria penal. Recorrente: A. Recorrido: Ministério Público. Assunto: Revista. Autorização. Validação. Data do Acórdão: 21 de Novembro de 2018. Juízes: Viriato Manuel Pinheiro

Leia mais

Critério Trifásico de Aplicação da Pena. Para aplicar a pena, deve o Juiz seguir o critério trifásico criado por Nélson Hungria, pelo qual:

Critério Trifásico de Aplicação da Pena. Para aplicar a pena, deve o Juiz seguir o critério trifásico criado por Nélson Hungria, pelo qual: LEGALE Aplicação da Pena Critério Trifásico de Aplicação da Pena Para aplicar a pena, deve o Juiz seguir o critério trifásico criado por Nélson Hungria, pelo qual: Critério Trifásico de Aplicação da Pena

Leia mais

Medidas de Protecção de Menores no Caso de Recrutamento para Profissões ou Exercício de Funções que Envolvam Contacto com Crianças

Medidas de Protecção de Menores no Caso de Recrutamento para Profissões ou Exercício de Funções que Envolvam Contacto com Crianças CÓDIGOS ELECTRÓNICOS DATAJURIS DATAJURIS é uma marca registada no INPI sob o nº 350529 Medidas de Protecção de Menores no Caso de Recrutamento para Profissões ou Exercício de Funções que Envolvam Contacto

Leia mais

CENTRO DE ESTUDOS JUDICIÁRIOS PROVA ESCRITA DE DIREITO PENAL E DIREITO PROCESSUAL PENAL

CENTRO DE ESTUDOS JUDICIÁRIOS PROVA ESCRITA DE DIREITO PENAL E DIREITO PROCESSUAL PENAL CENTRO DE ESTUDOS JUDICIÁRIOS PROVA ESCRITA DE DIREITO PENAL E DIREITO PROCESSUAL PENAL PROVA VIA PROFISIONAL 1ª CHAMADA CRITÉRIOS DE CORRECÇÃO 1. Relatório e saneamento. 2. Descrição dos factos provados

Leia mais

Projecto-Lei n.º 173/XIII/1ª Reforça o regime sancionatório aplicável aos animais (altera o Código Penal) Exposição de motivos

Projecto-Lei n.º 173/XIII/1ª Reforça o regime sancionatório aplicável aos animais (altera o Código Penal) Exposição de motivos Projecto-Lei n.º 173/XIII/1ª Reforça o regime sancionatório aplicável aos animais (altera o Código Penal) Exposição de motivos a ser reconhecida de forma transversal na sociedade. constitui um facto incontestável

Leia mais

Acórdão nº 2/2011-3ª Secção. (Processo n.º 1-RO-E/2010)

Acórdão nº 2/2011-3ª Secção. (Processo n.º 1-RO-E/2010) SS DCP/NIJF 9.8.2011 Acórdão nº 2/2011-3ª Secção (Processo n.º 1-RO-E/2010) EXTINÇÃO DE ORGANISMOS / RECURSO / SOCIEDADE ANÓNIMA / ACÇÕES NOMINATIVAS / CONTA DE GERÊNCIA / VERIFICAÇÃO INTERNA DA CONTA

Leia mais

S.*R. .Exmo. Senhor. Presidente. Da ja Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias. Assembleia da República,

S.*R. .Exmo. Senhor. Presidente. Da ja Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias. Assembleia da República, Direitos, Liberdades e Garantias (Comissão. 1A-CA CDLGXU(zr.pãrlarnento. pt) Palácio de S. Bento Lisboa Assembleia da República, 149 068 Da ja Comissão de Assuntos Constitucionais, Presidente.Exmo. Senhor

Leia mais

SECÇÃO III - Prestação de trabalho a favor da comunidade e admoestação

SECÇÃO III - Prestação de trabalho a favor da comunidade e admoestação Código Penal Ficha Técnica Código Penal LIVRO I - Parte geral TÍTULO I - Da lei criminal CAPÍTULO ÚNICO - Princípios gerais TÍTULO II - Do facto CAPÍTULO I - Pressupostos da punição CAPÍTULO II - Formas

Leia mais

ECLI:PT:TRL:2016: GAACB.A.L1.5

ECLI:PT:TRL:2016: GAACB.A.L1.5 ECLI:PT:TRL:2016:466.07.8GAACB.A.L1.5 http://jurisprudencia.csm.org.pt/ecli/ecli:pt:trl:2016:466.07.8gaacb.a.l1.5 Relator Nº do Documento Maria José Machado rl Apenso Data do Acordão 12/01/2016 Data de

Leia mais

DECRETO N.º 379/X. Artigo 1.º Alteração à Lei n.º 57/98, de 18 de Agosto

DECRETO N.º 379/X. Artigo 1.º Alteração à Lei n.º 57/98, de 18 de Agosto DECRETO N.º 379/X Procede à terceira alteração à Lei n.º 57/98, de 18 de Agosto, adaptando o regime de identificação criminal à responsabilidade penal das pessoas colectivas A Assembleia da República decreta,

Leia mais

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Acórdãos STA Processo: 0833/08 Data do Acordão: 19-11-2008 Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Tribunal: Relator: Descritores: Sumário: 2 SECÇÃO ANTÓNIO CALHAU CONTRA-ORDENAÇÃO RECURSO JURISDICIONAL

Leia mais

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Acórdãos STA Processo: 0889/09 Data do Acordão: 19-05-2010 Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Tribunal: Relator: Descritores: Sumário: 2 SECÇÃO PIMENTA DO VALE CONTRA-ORDENAÇÃO FISCAL PAGAMENTO

Leia mais

ACÓRDÃO. RÉUS: MORAIS FERNANDO JOAO, ESPÍRITO FERNANDO JOAO e ANTÓNIO PAULINO.

ACÓRDÃO. RÉUS: MORAIS FERNANDO JOAO, ESPÍRITO FERNANDO JOAO e ANTÓNIO PAULINO. 1ª SECÇÃO DA CÂMARA CRIMINAL ACÓRDÃO HABEAS CORPUS: nº178 RÉUS: MORAIS FERNANDO JOAO, ESPÍRITO FERNANDO JOAO e ANTÓNIO PAULINO. ACORDAM EM NOME DO POVO: Acordam no Tribunal Supremo I Relatório 1. DOMINGOS

Leia mais

PROJETO DE LEI N.º 664/XII/4.ª ALTERA A PREVISÃO LEGAL DOS CRIMES DE VIOLAÇÃO E COAÇÃO SEXUAL NO CÓDIGO PENAL

PROJETO DE LEI N.º 664/XII/4.ª ALTERA A PREVISÃO LEGAL DOS CRIMES DE VIOLAÇÃO E COAÇÃO SEXUAL NO CÓDIGO PENAL Grupo Parlamentar. PROJETO DE LEI N.º 664/XII/4.ª ALTERA A PREVISÃO LEGAL DOS CRIMES DE VIOLAÇÃO E COAÇÃO SEXUAL NO CÓDIGO PENAL Exposição de motivos O crime de violação atinge, sobretudo, mulheres e crianças.

Leia mais

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE GOLFE DELIBERAÇÃO DO CONSELHO JURISDICIONAL DA FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE GOLFE

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE GOLFE DELIBERAÇÃO DO CONSELHO JURISDICIONAL DA FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE GOLFE DELIBERAÇÃO DO CONSELHO JURISDICIONAL DA FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE GOLFE RELATÓRIO D.O. veio recorrer da decisão proferida pelo Conselho Disciplinar da Federação Portuguesa de Golfe no Processo Disciplinar

Leia mais

ACORDAM NA SECÇÃO DISCIPLINAR DO CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO. 1. Por despacho do Senhor Vice-Procurador-Geral da República, datado de 8 de

ACORDAM NA SECÇÃO DISCIPLINAR DO CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO. 1. Por despacho do Senhor Vice-Procurador-Geral da República, datado de 8 de Inquérito Disciplinar n.º 18/17 RMP-PI Relator: [...] ACORDAM NA SECÇÃO DISCIPLINAR DO CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO I RELATÓRIO 1. Por despacho do Senhor Vice-Procurador-Geral da República,

Leia mais

PARECER DO C.S.M.P. ( Proposta de Lei n.º 272/XII)

PARECER DO C.S.M.P. ( Proposta de Lei n.º 272/XII) PARECER DO C.S.M.P. ( Proposta de Lei n.º 272/XII) I. INTRODUÇÃO Solicitou-nos a Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias da Assembleia da República a elaboração de parecer

Leia mais

Regência: Professor Doutor Paulo de Sousa Mendes Colaboração: Catarina Abegão Alves, David Silva Ramalho e Tiago Geraldo. Grelha de correção

Regência: Professor Doutor Paulo de Sousa Mendes Colaboração: Catarina Abegão Alves, David Silva Ramalho e Tiago Geraldo. Grelha de correção Grelha de correção 1. Responsabilidade criminal de Alfredo (6 vls.) 1.1 Crime de coação [art. 154.º/1 CP], contra Beatriz. Crime comum, de execução vinculada, pois realiza-se por meio de violência ou de

Leia mais

ECLI:PT:TRC:2011: TAVIS.C1.A6

ECLI:PT:TRC:2011: TAVIS.C1.A6 ECLI:PT:TRC:2011:295.09.4TAVIS.C1.A6 http://jurisprudencia.csm.org.pt/ecli/ecli:pt:trc:2011:295.09.4tavis.c1.a6 Relator Nº do Documento Jorge Dias Apenso Data do Acordão 12/07/2011 Data de decisão sumária

Leia mais

DECRETO-LEI Nº 398/98, DE 17 DE DEZEMBRO. Código Penal ª Edição. Actualização nº 2

DECRETO-LEI Nº 398/98, DE 17 DE DEZEMBRO. Código Penal ª Edição. Actualização nº 2 DECRETO-LEI Nº 398/98, DE 17 DE DEZEMBRO Código Penal 2015 5ª Edição Actualização nº 2 1 LEI GERAL TRIBUTÁRIA CÓDIGO PENAL Actualização nº 2 ORGANIZAÇÃO BDJUR BASE DE DADOS JURÍDICA EDITOR EDIÇÕES ALMEDINA,

Leia mais

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Acórdãos STA Processo: 01230/09 Data do Acordão: 24-02-2010 Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Tribunal: Relator: Descritores: Sumário: 2 SECÇÃO MIRANDA DE PACHECO CONTRA-ORDENAÇÃO FISCAL COIMA

Leia mais

Direito Penal. Dos Crimes Militares. Professor Fidel Ribeiro.

Direito Penal. Dos Crimes Militares. Professor Fidel Ribeiro. Direito Penal Dos Crimes Militares Professor Fidel Ribeiro www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Penal DOS CRIMES MILITARES CONCEITOS DE CRIME www.acasadoconcurseiro.com.br 3 CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME

Leia mais

OS LIMITES OBJECTIVOS DO NE BIS IN IDEM

OS LIMITES OBJECTIVOS DO NE BIS IN IDEM HENRIQUE SALINAS OS LIMITES OBJECTIVOS DO NE BIS IN IDEM (DISSERTAÇÃO DE DOUTORAMENTO) ORIENTADOR: PROFESSOR DOUTOR GERMANO MARQUES DA SILVA Fevereiro de 2012 Os limites Objectivos do ne bis in idem ÍNDICE

Leia mais

Critério Trifásico de Aplicação da Pena. Para aplicar a pena, deve o Juiz seguir o critério trifásico criado por Nélson Hungria, pelo qual:

Critério Trifásico de Aplicação da Pena. Para aplicar a pena, deve o Juiz seguir o critério trifásico criado por Nélson Hungria, pelo qual: LEGALE Aplicação da Pena Critério Trifásico de Aplicação da Pena Para aplicar a pena, deve o Juiz seguir o critério trifásico criado por Nélson Hungria, pelo qual: Critério Trifásico de Aplicação da Pena

Leia mais

CÓDIGO PENAL CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

CÓDIGO PENAL CÓDIGO DE PROCESSO PENAL LEI E PROCESSO CÓDIGO PENAL CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 2015 2ª Edição Actualização nº 2 CÓDIGO PENAL CÓDIGO DE PROCESSO PENAL Actualização nº 2 ORGANIZAÇÃO BDJUR BASE DE DADOS JURÍDICA EDITOR EDIÇÕES ALMEDINA,

Leia mais

Notificada a recorrente da participação apresentada, veio pronunciar-se por escrito nos termos que constam de fls. 11, dizendo o seguinte:

Notificada a recorrente da participação apresentada, veio pronunciar-se por escrito nos termos que constam de fls. 11, dizendo o seguinte: > Conselho Superior > Acórdão CS n.º R-09/2007, de 25 de Maio de 2007 Vem o presente recurso interposto de um acórdão do Conselho Distrital de, que em sessão plenária de 21 de Setembro de 2006, aprovou

Leia mais

Assim, as incompatibilidades estão previstas no artº 77º do E.O.A. e os impedimentos no artº 78º do E.O.A.

Assim, as incompatibilidades estão previstas no artº 77º do E.O.A. e os impedimentos no artº 78º do E.O.A. 1 Parecer nº 9/PP/2013-P Relatora: Dra. Catarina Pinto de Rezende I - Por comunicação datada de 6 de Fevereiro de 2013, dirigida ao Exmo. Senhor Presidente do Conselho Distrital do Porto da Ordem dos Advogados,

Leia mais

Exame Época de recurso 19 de Julho de 2018 TÓPICOS DE CORRECÇÃO

Exame Época de recurso 19 de Julho de 2018 TÓPICOS DE CORRECÇÃO DIREITO PROCESSUAL PENAL 4.º ANO DIA/2017-2018 Regência: Professor Doutor Paulo de Sousa Mendes Colaboração: Prof.ª Doutora Teresa Quintela de Brito, Mestres João Gouveia de Caires, David Silva Ramalho

Leia mais

Direito Penal II TÓPICOS DE CORREÇÃO

Direito Penal II TÓPICOS DE CORREÇÃO Direito Penal II 3.º Ano Noite Regência: Professor Doutor Augusto Silva Dias Colaboração: Professor Doutor Rui Soares Pereira, Mestre Catarina Abegão Alves e Dr. Tiago Geraldo Exame Época de finalistas:

Leia mais

Acordam, em conferência, os Juízes que compõem a 1.ª Secção Criminal do Tribunal da Relação

Acordam, em conferência, os Juízes que compõem a 1.ª Secção Criminal do Tribunal da Relação Sumário 1. A recolha prevista no n.º 1 do art.º 8 da Lei 5/2008 de 12 de fevereiro pressupõe a existência de uma investigação concreta e que, perante a ponderação dos interesses em confronto, a autoridade

Leia mais

PROJETO DE LEI N.º 977/XIII/3.ª

PROJETO DE LEI N.º 977/XIII/3.ª Grupo Parlamentar PROJETO DE LEI N.º 977/XIII/3.ª ALTERA O CÓDIGO DE PROCESSO PENAL, ALARGANDO AS POSSIBILIDADES DE APLICAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA E LIMITANDO A APLICAÇÃO DA FIGURA DA SUSPENSÃO PROVISÓRIA

Leia mais

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Acórdãos STA Processo: 0723/09 Data do Acordão: 07-10-2009 Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Tribunal: Relator: Descritores: Sumário: 2 SECÇÃO ANTÓNIO CALHAU CRIME FISCAL DISPENSA DECISÃO DE APLICAÇÃO

Leia mais

Descritores doença profissional; requerimento; junta médica; incapacidade; caixa nacional de pensões;

Descritores doença profissional; requerimento; junta médica; incapacidade; caixa nacional de pensões; ECLI:PT:TRE:2003:2348.03.3 http://jurisprudencia.csm.org.pt/ecli/ecli:pt:tre:2003:2348.03.3 Relator Nº do Documento Apenso Data do Acordão 18/11/2003 Data de decisão sumária Votação unanimidade Tribunal

Leia mais

Legislação Penal Especial Lei de Tortura Liana Ximenes

Legislação Penal Especial Lei de Tortura Liana Ximenes Lei de Tortura Liana Ximenes 2014 Copyright. Curso Agora eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. Lei de Tortura -A Lei não define o que é Tortura, mas explicita o que constitui tortura. -Equiparação

Leia mais

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Acórdãos STA Processo: 0919/08 Data do Acordão: 11-03-2009 Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Tribunal: Relator: Descritores: Sumário: 2 SECÇÃO MIRANDA DE PACHECO IMPUGNAÇÃO JUDICIAL RECLAMAÇÃO

Leia mais

O Recorrente apresentou neste Tribunal as alegações para sustentar o pedido e, em síntese, asseverou o seguinte:

O Recorrente apresentou neste Tribunal as alegações para sustentar o pedido e, em síntese, asseverou o seguinte: REPUBLICA DE ANGOLA TRIBUNAL CONSTITUCIONAL ACÓRDÃO N. 538/2019 PROCESSO N. 688-D/2019 Recurso Extraordinário de Inconstitucionalidade Em nome do povo, acordam, em Conferência, no Plenário do Tribunal

Leia mais

PROJECTO DE LEI N.º 181/XI ALTERA O CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

PROJECTO DE LEI N.º 181/XI ALTERA O CÓDIGO DE PROCESSO PENAL Grupo Parlamentar PROJECTO DE LEI N.º 181/XI ALTERA O CÓDIGO DE PROCESSO PENAL Exposição de Motivos A última reforma do Código de Processo Penal suscitou controvérsia, polémica e desacordo dos vários agentes

Leia mais

Supremo Tribunal Administrativo:

Supremo Tribunal Administrativo: Acórdãos STA Processo: 0125/10 Data do Acordão: 05-05-2010 Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Tribunal: Relator: Descritores: Sumário: 2 SECÇÃO MIRANDA DE PACHECO EXECUÇÃO FISCAL OPOSIÇÃO CITAÇÃO

Leia mais

Mantido pelo acórdão nº 4/03, de 28/01/03, proferido no recurso nº 25/02. Acórdão nº 65 /02 1.Ago.02

Mantido pelo acórdão nº 4/03, de 28/01/03, proferido no recurso nº 25/02. Acórdão nº 65 /02 1.Ago.02 Mantido pelo acórdão nº 4/03, de 28/01/03, proferido no recurso nº 25/02 Acórdão nº 65 /02 1.Ago.02 Processo nº 1586/02 1. A Câmara Municipal de Lousada enviou, para efeitos de fiscalização prévia, o contrato

Leia mais

Acordam, em conferência, na 3" Secção Criminal do Tribunal da Relação de Lisboa

Acordam, em conferência, na 3 Secção Criminal do Tribunal da Relação de Lisboa Telef: 213222900 Fax: 213479845 Mail: lisboa.tr@lribunais.org.pt Processo n 350/08.8TYLSB.L3 Acordam, em conferência, na Criminal do Tribunal da Relação de Lisboa 1 - Após ter sido notificada do acórdão

Leia mais

O ACESSO ILEGÍTIMO CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA E PRÁTICA DE UM CRIME INFORMÁTICO

O ACESSO ILEGÍTIMO CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA E PRÁTICA DE UM CRIME INFORMÁTICO O ACESSO ILEGÍTIMO CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA E PRÁTICA DE UM CRIME INFORMÁTICO O crime, todo o crime, na sua configuração formal, consuma-se com uma acção típica, ilícita, culposa e punível, servindo este

Leia mais

Acórdão Conselho Disciplina nº 01/2011

Acórdão Conselho Disciplina nº 01/2011 Acórdão Conselho Disciplina nº 01/2011 Na sequência de decisão da Assembleia Geral da Associação de Xadrez de Lisboa (AXL), tomada em 20/05/2011, foi remetida a este Conselho de Disciplina (CD) uma participação

Leia mais

ECLI:PT:TRC:2013: TAMGR.C1

ECLI:PT:TRC:2013: TAMGR.C1 ECLI:PT:TRC:2013:60.10.6TAMGR.C1 http://jurisprudencia.csm.org.pt/ecli/ecli:pt:trc:2013:60.10.6tamgr.c1 Relator Nº do Documento Olga Maurício Apenso Data do Acordão 15/05/2013 Data de decisão sumária Votação

Leia mais

ERRO DE TIPO E ERRO DE PROIBIÇÃO

ERRO DE TIPO E ERRO DE PROIBIÇÃO ERRO DE TIPO E ERRO DE PROIBIÇÃO Erro de tipo é o que incide sobre s elementares ou circunstâncias da figura típica, sobre os pressupostos de fato de uma causa de justificação ou dados secundários da norma

Leia mais

Processo n.º 493/2016 Data do acórdão:

Processo n.º 493/2016 Data do acórdão: Processo n.º 493/2016 Data do acórdão: 2018-7-26 (Autos em recurso penal) Assuntos: art. o 60. o do Código de Processo Penal admissibilidade do enxerto cível na acção penal tutela penal de conflitos também

Leia mais

ECLI:PT:TRC:2017: TBCTB.B.C1.DF

ECLI:PT:TRC:2017: TBCTB.B.C1.DF ECLI:PT:TRC:2017:1786.05.1TBCTB.B.C1.DF http://jurisprudencia.csm.org.pt/ecli/ecli:pt:trc:2017:1786.05.1tbctb.b.c1.df Relator Nº do Documento Emidio Francisco Santos Apenso Data do Acordão 28/03/2017 Data

Leia mais

Tribunal de Contas R.O. N.º 1-RO-E/2011. (P. n.º 5 793/2000- DVIC.1) ACÓRDÃO Nº 5/2012-3ª Secção

Tribunal de Contas R.O. N.º 1-RO-E/2011. (P. n.º 5 793/2000- DVIC.1) ACÓRDÃO Nº 5/2012-3ª Secção Transitado em julgado R.O. N.º 1-RO-E/2011 (P. n.º 5 793/2000- DVIC.1) ACÓRDÃO Nº 5/2012-3ª Secção Descritores: Processo de Verificação Interna de conta. Organismo extinto. Isenção de Emolumentos. Sumário:

Leia mais

Processo n. 182/ 14.4TTFUN.L1 Apelação. Acordam na Secção Social do Tribunal da Relação de Lisboa

Processo n. 182/ 14.4TTFUN.L1 Apelação. Acordam na Secção Social do Tribunal da Relação de Lisboa Processo n. 182/ 14.4TTFUN.L1 Apelação. Acordam na Secção Social do Tribunal da Relação de Lisboa A Ré, Q - Gestão e Exploração Hoteleira, Lda no seu requerimento de interposição do recurso, requereu o

Leia mais

Ex.ma Sr.ª Coordenadora do Grupo de Trabalho - Implicações Legislativas da Convenção de Istambul, Dr.ª Carla Rodrigues, c/c

Ex.ma Sr.ª Coordenadora do Grupo de Trabalho - Implicações Legislativas da Convenção de Istambul, Dr.ª Carla Rodrigues, c/c Ex.ma Sr.ª Coordenadora do Grupo de Trabalho - Implicações Legislativas da Convenção de Istambul, Dr.ª Carla Rodrigues, c/c Ex.mo Sr. Presidente do Grupo Parlamentar do Partido Social Democrata, Ex.mo

Leia mais

PROJETO DE LEI N.º 692/XIII. Procede à 45.ª alteração ao Código Penal, reforçando a proteção jurídico-penal dos jornalistas no exercício de funções

PROJETO DE LEI N.º 692/XIII. Procede à 45.ª alteração ao Código Penal, reforçando a proteção jurídico-penal dos jornalistas no exercício de funções PROJETO DE LEI N.º 692/XIII Procede à 45.ª alteração ao Código Penal, reforçando a proteção jurídico-penal dos jornalistas no exercício de funções EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS A Constituição da República Portuguesa

Leia mais

PROJETO DE LEI N.º 667/XIII 45.ª ALTERAÇÃO AO CÓDIGO PENAL, QUALIFICANDO O CRIME DE HOMICÍDIO COMETIDO NO ÂMBITO DE UMA RELAÇÃO DE NAMORO

PROJETO DE LEI N.º 667/XIII 45.ª ALTERAÇÃO AO CÓDIGO PENAL, QUALIFICANDO O CRIME DE HOMICÍDIO COMETIDO NO ÂMBITO DE UMA RELAÇÃO DE NAMORO PROJETO DE LEI N.º 667/XIII 45.ª ALTERAÇÃO AO CÓDIGO PENAL, QUALIFICANDO O CRIME DE HOMICÍDIO COMETIDO NO ÂMBITO DE UMA RELAÇÃO DE NAMORO Exposição de motivos A violência no namoro não é, infelizmente,

Leia mais

REGIME PENAL DE CORRUPÇÃO NO COMÉRCIO INTERNACIONAL E NO SECTOR PRIVADO

REGIME PENAL DE CORRUPÇÃO NO COMÉRCIO INTERNACIONAL E NO SECTOR PRIVADO REGIME PENAL DE CORRUPÇÃO NO COMÉRCIO INTERNACIONAL E NO SECTOR PRIVADO A Lei n.º 20/2008 de 21 de Abril, recentemente alterada pela Lei n.º 30/2015, de 22 de Abril, estabelece o regime penal de corrupção

Leia mais

Mantido pelo acórdão nº 3/03, de 28/01/03, proferido no recurso nº 23/02. Acórdão nº 71 /02 1.Ago.02

Mantido pelo acórdão nº 3/03, de 28/01/03, proferido no recurso nº 23/02. Acórdão nº 71 /02 1.Ago.02 Mantido pelo acórdão nº 3/03, de 28/01/03, proferido no recurso nº 23/02 Acórdão nº 71 /02 1.Ago.02 Processo nº 1508/02 1. A Câmara Municipal de Alcácer do Sal enviou, para efeitos de fiscalização prévia,

Leia mais

TRIBUNAL DA RELAÇÃO DE LISBOA 9.ª Secção

TRIBUNAL DA RELAÇÃO DE LISBOA 9.ª Secção TRIBUNAL DA RELAÇÃO DE LISBOA 9.ª Secção Processo n.º 333/14.9TELSB-U.L1 Acórdão da 9.ª Secção do Tribunal da Relação de Lisboa: I. MANUEL DOMINGOS VICENTE, suspeito no processo 333/14.9TELSB recorre da

Leia mais

Regência: Professor Doutor Paulo de Sousa Mendes Colaboração: Catarina Abegão Alves, David Silva Ramalho e Tiago Geraldo. Grelha de correção

Regência: Professor Doutor Paulo de Sousa Mendes Colaboração: Catarina Abegão Alves, David Silva Ramalho e Tiago Geraldo. Grelha de correção Grelha de correção 1. Responsabilidade criminal de Baltazar (6 vls.) 1.1. Crime de violação de domicílio (art. 190.º/1 CP), em coautoria com Custódio e Diogo (art. 26.º CP), contra Álvaro. Crime comum,

Leia mais

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Acórdãos STA Processo: 0413/11 Data do Acordão: 12-05-2011 Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Tribunal: Relator: Descritores: Sumário: 1 SECÇÃO PAIS BORGES RECURSO DE REVISTA EXCEPCIONAL PRESSUPOSTOS

Leia mais

ECLI:PT:STJ:2014: TASTB.A.S1

ECLI:PT:STJ:2014: TASTB.A.S1 ECLI:PT:STJ:2014:2210.12.9TASTB.A.S1 http://jurisprudencia.csm.org.pt/ecli/ecli:pt:stj:2014:2210.12.9tastb.a.s1 Relator Nº do Documento Manuel Braz Apenso Data do Acordão 16/10/2014 Data de decisão sumária

Leia mais

TRIBUNAL SUPREMO. Câmara do Cível e Administrativo NA CÂMARA DO CÍVEL E ADMINISTRATIVO DO TRIBUNAL SUPREMO, ACORDAM, EM CONFERÊNCIA, EM NOME DO POVO:

TRIBUNAL SUPREMO. Câmara do Cível e Administrativo NA CÂMARA DO CÍVEL E ADMINISTRATIVO DO TRIBUNAL SUPREMO, ACORDAM, EM CONFERÊNCIA, EM NOME DO POVO: . Câmara do Cível e Administrativo ACÓRDÃO PROC. Nº 47/09 NA CÂMARA DO CÍVEL E ADMINISTRATIVO DO TRIBUNAL SUPREMO, ACORDAM, EM CONFERÊNCIA, EM NOME DO POVO: FERNANDO ANTÓNIO GINGA, residente em Luanda,

Leia mais