ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL MUNICÍPIO DE CANOAS

Transcrição

1 Mensagem nº 13, de Canoas, 27 de janeiro de A Sua Excelência o Senhor Vereador Dario Francisco da Silveira Presidente da Câmara Municipal de Canoas Canoas - RS Senhor Presidente, Na forma da legislação em vigor, submeto à deliberação dessa colenda Casa Legislativa o Projeto de Lei nº 10, de 2012, que Denomina comerciantes populares os vendedores ambulantes que exercem a atividade de comércio, institui os Shopping s Populares no Município de Canoas e dá outras providências. A cidade de Canoas por sua importância econômica regional consolida através da presente proposta a sua participação na criação dos centros de empreendedorismo comercial. O viés socioeconômico fundamenta e legitima a proposição de buscar melhores condições de comércio aos vendedores ambulantes que exercem suas atividades em áreas públicas. Mais que conceder espaços públicos aos pequenos empreendimentos, há a necessidade de constituir as possibilidades concretas para que haja crescimento socioeconômico sustentável. Trazer ao município modelos que se concretizaram em benefício do desenvolvimento das pequenas economias, configura-se num importante passo para a implantação das políticas sociais. A criação e a implantação dos Shopping s Populares proporcionarão aos munícipes que atuam precariamente em atividades ambulantes, condições de se transformarem em comerciantes populares. A condição de comerciante popular tem caráter mais digno e humano, pois, sua investidura visa o crescimento econômico e social do comerciante e de seus dependentes. É dever do Poder Público desenvolver projetos que visem à valorização do trabalho e, ao mesmo tempo, propiciam condições básicas de subsistência financeira do indivíduo e dos núcleos familiares. Os Shopping s Populares terão importância significativa na criação de postos de trabalho, fomentarão o comércio, estimularão o turismo e, fundamentalmente, irão propiciar aos produtores das Economias Populares, espaços para comerciliazação de seus produtos. Na condição de um dos municípios majoritários no Estado, Canoas não pode permanecer à margem da dinâmica socioeconômica que se modifica e exige novos paradigmas. Vislumbrando a inserção do Município nos modelos atuais de gestão comercial sobre os pequenos empreendimentos, encaminhamos esta proposta de Projeto de Lei para criação dos Shopping s Populares....

2 Cont. Mensagem nº 13, de 2012 fl. 2 Diante do exposto encaminhamos o Projeto de Lei, agradecendo antecipadamente a acolhida e a atenção dispensada à presente mensagem, colocando-nos ao seu inteiro dispor, assim como dos demais nobres vereadores que integram esse egrégio Poder Legislativo, para dirimir quaisquer dúvidas que por ventura possam surgir a respeito do Projeto de Lei em questão. Aproveitamos o ensejo para externar a Vossa Excelência nossos protestos de elevada estima e apreço. Respeitosamente, Jairo Jorge da Silva Prefeito Municipal

3 PROJETO DE LEI Nº 10, DE 27 DE JANEIRO DE Denomina comerciantes populares os vendedores ambulantes que exercem a atividade de comércio, institui os Shopping s Populares no Município de Canoas e dá outras providências. Art. 1º Os vendedores ambulantes que exercem atividade de comércio passam a ser denominados de comerciantes populares, podendo exercer atividade micro empresarial ou de empreendedor individual. Art. 2º Ficam instituídos no Município os Shopping s Populares, destinando aos comerciantes populares, espaço para pessoas físicas e jurídicas que exerçam a atividade de comércio ambulante, com regramento definido no Capítulo I do Título IV, arts. 154, 155 e 156 da Lei nº 1.214, de 26 de novembro de º Os comerciantes populares de que trata esta Lei, cadastrados e licenciados pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SMDE), que exercem suas atividades especialmente na ZUC4 compreendendo as áreas do entorno da Estação Mathias Velho (frente a Leste a Via Arterial -Rua Guilherme Schell, laterais ao Sul Via Local -Rua Padre Réus; ao Norte Via de acesso local junto ao Viaduto de Transposição da Avenida Rio Grande do Sul); os que exercem suas atividades especialmente no quadrilátero formado pela Via Arterial (Rua Domingos Martins -lado leste -), Via Arterial (Rua Victor Barreto), Anel Viário Urbano (Avenida Inconfidência) e Via Arterial (Avenida Getúlio Vargas) da ZCU1; e os localizados no entorno da Praça da Bandeira (frente a Leste a Via Arterial Rua Guilherme Schell, laterais ao Sul Via Coletora -Rua Coronel Vicente -, ao Norte Via de acesso local Rua Farias de Brito e a Oeste Via de acesso local Rua Cônego José Hartmann), zoneamentos constantes no Anexo 1.4 -PLANTA DE ORDENAMENTO URBANO da Lei nº 5.341, de 22 de outubro 2008, passarão a exercê-las exclusivamente nos referidos Shopping s Populares, dentro de prazos estabelecidos por decreto regulamentar a ser expedido pelo Chefe do Poder Executivo. 2º Os demais comerciantes populares abrangidos por esta Lei também serão transferidos para os Shopping s Populares, com base em planejamento a ser estabelecido em decreto regulamentar a ser expedido pelo Chefe do Poder Executivo. Art. 3º As atividades nos Shopping s Populares dar-se-ão mediante Alvará de Autorização expedido pela SMDE válido por 1 (um) ano e renovável por iguais e sucessivos períodos. 1º Fica assegurada aos comerciantes populares, devidamente instalados nos Shopping s Populares, a participação de representante nas decisões que envolvam aumento de despesa para estes, tais como infra-estrutura, divulgação dos Shopping s Populares e propaganda em geral, conforme decreto regulamentar a ser expedido pelo Chefe do Poder Executivo 2º Para fins de aplicação do disposto no caput deste artigo, deverão ser atendidas as exigências da SMDE inerentes a este tipo de licenciamento, conforme previsão em decreto regulamentar a ser expedido pelo Chefe do Poder Executivo....

4 Cont. Projeto de Lei nº 10, de fl. 2 3º O Alvará de Autorização caracterizado nesta Lei é o documento fornecido pela Administração Municipal que autoriza, de forma intransferível, o exercício da atividade econômica nele expressa. Art. 4º Os Shopping s Populares funcionarão mediante a locação de espaços caracterizados por estandes ou módulos, a serem definidos em decreto regulamentar a ser expedido pelo Chefe do Poder Executivo. 1º Os comerciantes populares já cadastrados na SMDE na data de publicação desta Lei terão preferência na destinação dos espaços. 2º O atraso no pagamento do aluguel ensejará a revogação do alvará e a substituição do comerciante popular inadimplente por outro indicado pelo Poder Executivo, sem prejuízo de aplicação, por parte da concessionária, das normas contratuais que regulam a locação, firmada entre concessionária e o comerciante popular. Art. 5º Fica proibido aos comerciantes populares dos Shopping s Populares: I - comercializar mercadorias oriundas de falsificações, industrializadas ilegalmente ou comprovadas de receptação ilícita; II - vender, transferir, ceder, emprestar ou sublocar seu estande ou módulo. Parágrafo único. Constatada a prática do disposto nos incisos deste artigo e os definidos em decreto regulamentar a ser expedido pelo Chefe do Poder Executivo, ocorrerá a perda imediata do alvará. Art. 6º A constatação da prática do exercício da atividade de comércio ambulante, nas vias e logradouros públicos, em desacordo com o estabelecido nesta Lei, sujeitará o infrator à apreensão do(s) equipamento(s) e objeto(s) que constituírem a infração, combinada com a cominação da penalidade de multa de 600 (seiscentas) URM (Unidade de Referência Municipal), que dobrará a cada reincidência. 1º As mercadorias e equipamentos não reclamados no prazo de 15 (quinze) dias serão doados às entidades de assistência social do Município, conforme o parágrafo único do art. 11 da Lei nº 1.214, de º Ao infrator punido com a penalidade definida no caput deste artigo, será garantido o direito à ampla defesa, na forma definida pelo art. 7º desta Lei. 3º A verificação da reincidência no descumprimento do disposto no caput deste artigo, salvo a cominação da pena de multa referida no mesmo dispositivo, ensejará a doação do(s) equipamento(s) e objeto(s) que constituírem a infração para entidades de assistência social do Município, conforme o parágrafo único do art. 11 da Lei nº 1.214, de Art. 7º O infrator terá prazo de 10 (dez) dias, a contar da data de recebimento do auto de infração ou termo de apreensão, para protocolar pedido de Defesa Administrativa. Parágrafo único. A Defesa Administrativa aludida no caput deste artigo, em qualquer hipótese, não tem caráter suspensivo. Art. 8º Os demais ramos de atividade do comércio ambulante que não conflitarem com o disposto nesta Lei continuam regidos pela Lei nº 1.214, de 1968, e alterações posteriores, bem como por legislação específica....

5 Cont. Projeto de Lei nº 10, de fl. 3 Art. 9º Aplica-se no que couber aos comerciantes populares de que trata esta Lei, a Lei nº 1.214, de 1968, e alterações posteriores. Art.10. O Poder Público Municipal poderá firmar contratos de concessão com investidores privados ou públicos para execução de projetos, construção e/ou operação dos Shopping s Populares. Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos em relação aos comerciantes populares somente após a instalação dos Shopping s Populares. PREFEITURA MUNICIPAL DE CANOAS, em Jairo Jorge da Silva Prefeito Municipal