Autogás em Portugal José Pedro
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- Iago Nobre Mendes
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1 Autogás em Portugal José Pedro
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3 À minha mulher e família, pelas horas que abdiquei da sua companhia.
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5 Sumário Executivo Nas últimas décadas foram vários os factores que proporcionaram uma tendência crescente de subida dos preços e consumos dos derivados do petróleo. O abuso na sua utilização, guerras travadas em zonas francas, especulação, alterações climáticas e a própria saúde humana tornam urgente o desenvolvimento de novas fontes de energia. Embora existam projectos para veículos movidos por energias renováveis (solar, eólica, etc.), o sector automóvel não consegue fazer-se desligar da sua dependência do ouro negro. É neste quadro que surge o GPL Auto, como alternativa imediata aos tradicionais gasolina e gasóleo. Embora seja um derivado do petróleo, o Autogás apresenta dois pontos fortes que mexem com a sociedade portuguesa: é barato e menos poluente. Contudo, o mercado do GPL apresenta outras características que serão também abordadas neste livro. A legislação, a segurança e os próprios aspectos mecânicos merecem ser tratados em rigor dando uma perspectiva global deste combustível amigo do ambiente. Através da experiência que possuo no sector, nomeadamente na sua instalação e manutenção ao serviço da empresa instaladora C.M.Pedro Auto Reparadora Lda, tentarei esclarecer os pontos fortes e os pontos fracos do GPL.
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7 Conteúdos Sumário Executivo 7 Parte 1 Abordagem aos GPL 17 Parte 2 Sistema GPL nos automóveis 35 Parte 3 Ambiente 59 Parte 4 Legislação e Segurança 71 Parte 5 Economia 97
8 Índice Parte 1 Abordagem aos GPL 1.1. História Obtenção do GPL Constituição química Combustão do GPL vs Gasolina Breves constatações 32 Parte 2 Sistema GPL nos automóveis 2.1. Componentes Sistemas de alimentação de GPL Utilização e manutenção 55 Parte 3 Ambiente 3.1. Introdução Efeito de estufa Emissão de poluentes Situação mundial Legislação Europeia GPL Combustível ecológico 69
9 Parte 4 Legislação e Segurança 4.1. Introdução Principais leis em vigor Síntese de restrições Comparação Portugal vs Europa Homologação de equipamentos Segurança e testes Processo de legalização do veículo 93 Parte 5 Economia 5.1. Introdução Investimento e retorno Carga fiscal sobre o GPL Incentivos fiscais 106
10 Lista de acrónimos e abreviaturas AEGPL Associação Europeia de Gases do Petróleo Liquefeitos APETRO Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas CEO Chief and Executive Officer CO Monóxido de carbono CO 2 Dióxido de carbono DGEG Direcção Geral de Energia e Geologia DGV Direcção Geral de Viação EEC European Economic Community EC European Community EETP European Emission Test Programme EUA Estados Unidos da América GPL Gases do petróleo liquefeitos HC Hidrocarbonetos não queimados IMTT Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres IMV Imposto municipal sobre veículos IRS Imposto rendimentos singulares ISP Imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos IVA Imposto sobre o valor acrescentado LED Díodo emissor de luz (Light Emitting Diode) NO X Óxido nitroso OMS Organização Mundial de Saúde OPEP Organização dos países exportadores de petróleo PPM Partículas por milhão PVP Preço de venda ao público RON Denominação do método utilizado para determinação das octanas UCE Unidade de comando electrónica UE União Europeia
11 Lista de Figuras Figura 1.1 Destilação do petróleo bruto Figura 1.2 Princípio geral da combustão Figura 2.1 Reservatório tórico Figura 2.2 Reservatório cilíndrico Figura 2.3 Multiválvula instalada no reservatório Figura 2.4 Esquema de funcionamento da multiválvula Figura 2.5 Electroválvula de GPL em corte Figura 2.6 Aspecto exterior de uma electroválvula Figura 2.7 Comutador de GPL Figura 2.8 Filtro de GPL Figura 2.9 Redutor de GPL em corte Figura 2.10 Aspecto exterior de um redutor de três estágios Figura 2.11 Misturador Figura 2.12 Electroválvula de corte de gasolina Figura 2.13 Esquema de funcionamento do sistema de aspiração Figura 2.14 Componentes do sistema de gestão electrónica Figura 2.15 Esquema de funcionamento do sistema de gestão electrónica Figura 2.16 Esquema de funcionamento da injecção sequencial Figura 2.17 Funcionamento do comutador de GPL Figura 2.18 Plano de manutenção Figura 3.1 Efeito de estufa Figura 3.2 Adesão ao Protocolo de Kyoto Figura 3.3 Objectivos europeus para emissão de GHG Figura 3.4 Método de triagem do EETP
12 Figura 3.5 Emissões de NO X Figura 3.6 Emissões de partículas Figura 3.7 Emissões de CO Figura 3.8 Emissões de HC Figura 3.9 Emissões de CO 2 Figura 3.10 Potencial de formação de ozono Figura 3.11 Potencial de acidificação global Figura 3.12 Potencial de aquecimento global Figura 5.1 Retorno de investimento na gama baixa Figura 5.2 Retorno de investimento na gama alta Figura 5.3 Carga fiscal incidente sobre os combustíveis Lista de Tabelas Tabela 1.1 Principais produtores de petróleo Tabela 1.2 Características legais do GPL Tabela 1.3 Características físico químicas dos GPL Tabela 1.4 Consumos e emissões gasolina Tabela 1.5 Emissões dos três carburantes Tabela 2.1 Reservatórios tóricos da Atrama
13 Tabela 3.1 Poluentes e suas fontes Tabela 3.2 Regulamentação de emissões na EU Tabela 3.3 Quadro sinóptico dos resultados do EETP Tabela 4.1 Parâmetros a verificar na inspecção extraordinária Glossário Autogás Nome atribuído ao GPL automóvel Barril Medida de petróleo líquido cru, corresponde a 159,2 litros Cetano, Índice de Mede a capacidade de ignição do gasóleo Decreto Lei Diploma legal elaborado pelo Governo Embriogénico De embriología, a ciência que estuda os embriões Eurostat Gabinete de estatísticas da União Europeia Lei Diploma legal elaborado pela Assembleia da República Octano, Índice de Mede a capacidade anti detonante da gasolina Oxigénio, Sensor de Componente electrónico de um veículo que determina a razão entre o oxigénio presente nos gases de escape e o oxigénio do ar exterior Ozono fotoquímico Ozono que se forma localmente Ozono troposférico Ozono que se forma ao nível do solo Portaria Diploma legal elaborado por um ou mais ministérios
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15 1. Abordagem aos GPL 1.1.História Virgínia EUA Foi durante o processo de crescimento do mercado dos produtos petrolíferos que um engenheiro da Riverside Oil Company descobriu o Gás do Petróleo Liquefeito. A 24 de Dezembro de 1910, H. Stukeman obteve com êxito os primeiros 658 litros de gases do petróleo no estado líquido. Stukeman empreendeu os seus trabalhos sob o impulso do seu director geral, A.N. Kerr, CEO da Riverside Oil Company. Kerr encontrava-se há algum tempo confrontado com o problema da evaporação das gasolinas minerais (extraídas do gás natural associado aos jazigos de petróleo) que eram armazenadas em barcas a céu aberto. Para limitar as perdas, o engenheiro norte-americano teve a ideia de recuperar os vapores e de os tentar recondensar. Nascem assim os gases do petróleo liquefeitos Início da comercialização de GPL Em 1912, dois anos após a sua descoberta, foi testada com êxito a primeira instalação doméstica de GPL. No mesmo ano, a carburação automóvel GPL deu os seus primeiros passos.
16 Contudo, o desenvolvimento desta técnica fez-se apenas passados dez anos. Em 1922, as estatísticas oficiais registaram vendas de GPL na casa das 417 toneladas, apenas nos Estados Unidos. As companhias petrolíferas começaram a interessar-se pelo GPL e cinco anos mais tarde, em 1927, começaram a comercializá-lo em grande escala. No ano de 1930, vinte anos após a sua descoberta, os americanos consumiram toneladas de GPL. O GPL entrou na Europa em 1932, pela mão dos franceses e destinado ao uso doméstico. Apenas em 1979 foi autorizado o consumo automóvel de GPL neste país. Portugal mercado em crescimento À semelhança do que acontece na Europa Central e de Leste nos anos 80, o GPL vai crescendo de popularidade em Portugal. Contudo, apenas em 1991 é emitido um Decreto-Lei que regulamenta a utilização de GPL nos automóveis de matrícula nacional. Desde então, o mercado português tem mostrado receptividade ao combustível que se intitula alternativo e amigo do ambiente Actualmente, circulam no Planeta cerca de 5 milhões de veículos movidos a GPL, 40 mil dos quais no nosso país.
17 1.2.Obtenção do GPL Petróleo o ouro negro O petróleo, no sentido de petróleo bruto, é uma substância oleosa, inflamável, geralmente menos densa que a água, com um cheiro forte característico e coloração que pode variar desde o incolor ou castanho claro até ao preto. O petróleo bruto, também conhecido como crude, resulta de uma mistura de compostos, cujos principais constituintes são os hidrocarbonetos 1. Os restantes constituintes são compostos contendo elementos químicos como o nitrogénio, enxofre, oxigénio e metais (nomeadamente o níquel e o vanádio). O petróleo está associado a grandes estruturas que comunicam com a crosta e o manto terrestre, sobretudo nos limites entre placas tectónicas. Embora muitos geólogos acreditem que possa ser formado a partir de substâncias orgânicas procedentes da superfície terrestre (detritos orgânicos), esta não é a única teoria sobre a formação do petróleo. Os avanços tecnológicos permitem supor uma origem embriogénica do petróleo e a sua posterior contaminação por bactérias às quais serve de nutriente. 1 Hidrocarbonetos compostos químicos constituídos por átomos de carbono ( C) e hidrogénio (H), aos quais se podem juntar átomos de oxigénio (O), azoto (N) e enxofre(s)
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