ANATOMIA RADICULAR DE CAESALPINEA FERREA MART. SUBMETIDAS A ESTRESSE SALINO
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1 BETONI R; SCALON SPQ; MUSSURY Anatomia radicular RM; MATOS de Caesalpinea DSC; MOTA LHS. ferrea Mart. Anatomia submetidas radicular a estresse de Caesalpinea salino ferrea Mart. submetidas a estresse salino. Horticultura Brasileira 26: S5493-S5498. ANATOMIA RADICULAR DE CAESALPINEA FERREA MART. SUBMETIDAS A ESTRESSE SALINO Roseli Betoni 1 ; Silvana de P. Q. Scalon 2 Rosilda Mara Mussury 2 ; Daiany Sampaio Carnaúba de Matos 3 ; Leandro Henrique de Souza Mota 4. 1 Bióloga, Mestranda em Produção Vegetal. UFGD Universidade Federal da Grande Dourados Faculdade de Ciências Agrárias roselibetoni@yahoo.com.br; 2 Docente da Universidade Federal da Grande Dourados ; 3Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas-UFGD; 4 Acadêmico do Curso de Agronomia UFGD Faculdade de Ciências Agrárias- Rodovia Dourados-Itahum, Km12, CEP: , Dourados-MS RESUMO Caesalpinea ferrea Mart. Leguminosae pertence a subfamília Caesalpinioideae sendo conhecida como Jucá e Pau-ferro. Os experimentos foram realizados no Laboratório de Sementes da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). As sementes foram escarificadas com ácido sulfúrico durante 30 minutos para quebra de dormência e após serem lavadas com água corrente foram embebidas em solução de KCl para simular estresse salino, nas concentrações de 0,0 (controle) e -2,0 MPa segundo colocadas para germinar em caixas gerbox em BOD a 20 o C. Conforme a necessidade as plântulas foram molhadas com as soluções acima. A observação anatômica seguiu as técnicas usuais. O sistema dérmico é constituído por epiderme unisseriada com parede periclinal externa mais espessa que a periclinal interna, a região cortical é constituída por oito camadas de células parenquimáticas de diferentes tamanhos, sendo o córtex limitado por células endodérmicas com estrias de Caspary bem nítidas. Não foram observadas diferenças anatômicas na raiz primária nos tratamentos estudados. PALAVRAS-CHAVES: Caesalpinea ferrea, Pau Ferro, Poliaminas. ABSTRACT Radicular Anatomy of Caesalpinea ferrea mart. Submitted the saline stress. Caesalpinea ferrea Mart Pertaining Leguminosae subfamily Caesalpinioideae, known as Juca and Wood- Iron. The experiments had been carried through in the Laboratory of seeds of the College of Science Agrary of the Federal University of Grande Dourados (UFGD). The seeds had been escarified with sulfuric Acid during 30 minutes for break dormancy in addition and after it had been washed with current water had been absorbed in solution of KCl to simulate it stress saline, in concentrations of 0,0 (control) and -2,0 MPa, and placed to germinate in gerbox in BOD 20ºC. As the necessity plants had been wet with solutions above. It observes its anatomics followed the usual tecnics. The dermic system constitute for epidermis unisseriada with external periclinal wall thicker than the internal periclinal, the cortical region it is for eight layers of parenquimatic cells of different sizes, being cortex limited by endodermic cells with estrias of Caspary well. Any anatomic different hadn t been observed in the primary root in the treatments studied. KEYWORDS: Caesalpinea ferrea, Woodiron, Poliamines. Hortic. bras., v. 26, n. 2 (Suplemento - CD Rom), jul-ago S5493
2 INTRODUÇÃO Caesalpinea ferrea Mart. Leguminosae pertencente à subfamília Caesalpinioideae (Cronquist, 1981), conhecida como Jucá e Pau-ferro, apresenta manchas claras no tronco, folíolos pequenos, flores amarelas, legumes lisos, duros e aromáticos (Rizzini & Mors, 1995). É uma espécie muito utilizada na arborização e paisagismo urbano, em função de suas características estéticas, além de ser economicamente importante onde as folhas servem para forragem; a madeira, de cerne duro, é utilizada na construção civil como vigas, esteios, estacas e como lenho. Na medicina popular a decocção da madeira é cicatrizante e mucolítica (ajuda na secreções da árvore respiratória); a casca é desobstruente; as raízes são febrífugas e antidiarréicas; o fruto tem propriedades béquicas e antidiabéticas (Penna, 1946; Pio Corrêa, 1984; Lewis, 1987). De acordo com Braga, (1976) sua casca, sementes, frutos e raízes são usados na medicina popular para emagrecer, como depurativo, no combate a anemia e afecções pulmonares. Como a planta é tolerante ao plantio em áreas abertas e de rápido crescimento, é excelente para reflorestamentos mistos destinados à recomposição de áreas degradadas de preservação permanente sendo, portanto importante o conhecimento das condições de campo na qual as espécies possam estar submetidas. O estresse salino representa um dos mais sérios fatores que limitam o crescimento e a produção das plantas, induzindo a modificações morfológicas, estruturais e metabólicas nas plantas superiores (Izzo et al., 1991), transformando terras férteis e produtivas em terras impróprias para a agricultura aumentando a proporção de solos salinizados através do emprego incorreto de técnicas agrícolas, como adubação excessiva e irrigação com água inapropriada para tal finalidade (Agboola, 1998; Freire, 2000). Dessa forma o objetivo da presente pesquisa foi avaliar modificações anatômicas na raiz primária de plântulas de C. ferrea em diferentes etapas de desenvolvimento submetidas a estresse salino com e sem o uso de espermidina visando fornecer dados sobre possíveis mecanismos de tolerância a essa condição. MATERIAL E MÉTODOS As sementes foram obtidas a partir de frutos colhidos de diversas matrizes na área urbana da cidade de Dourados, MS. As sementes foram retiradas manualmente das vagens e separadas. Os experimentos foram realizados no Laboratório de Sementes da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). As sementes foram escarificadas com ácido sulfúrico durante 30 minutos para quebra de dormência. O tratamento com espermidina foi realizado com imersão das sementes em solução (100ppm) durante 3 horas. Após serem lavadas com água corrente todas as sementes (com e sem espermidina) foram embebidas em solução de KCl para simular estresse salino, nas concentrações de 0,0 (controle) e -2,0 MPa segundo Villela (1991), e colocadas para germinar em caixas gerbox em câmara de germinação a 20 o C. Conforme a necessidade as plântulas foram molhadas com as soluções acima. Hortic. bras., v. 26, n. 2 (Suplemento - CD Rom), jul-ago S5494
3 A raiz primária de C. ferrea foi seccionada transversalmente à mão livre em diferentes alturas na raiz. Posteriormente as secções foram clarificadas com hipoclorito de sódio a 20% e, após serem lavadas em água acética 2%, foram submetidas à dupla coloração com azul de astra e safranina (Bukatsch, 1972) e montadas em gelatina glicerinada (Dop & Gautié, 1928). Após análise do laminário, o material vegetal foi documentado por meio de fotomicrografias, em microscópico binocular com câmara fotográfica acplada e programa de captura de imagem Moticam MP live Resolution. RESULTADOS E DISCUSSÃO Em secção transversal a raiz de plântulas de pau ferro sem tratamento (Figura 1) observou-se o sistema dérmico constituído por epiderme unisseriada sendo, a parede periclinal externa mais espessada que a parede periclinal interna (Figura 2); a região cortical é constituída por oito camadas de células parenquimáticas de diferentes tamanhos sendo o córtex limitado por células endodérmicas com estrias de Caspary bem nítidas (Figura 3). As estrias de Caspary são impermeáveis a água e íons, todas as substâncias que entram e saem do cilindro vascular devem passar pelos protoplastos da célula da endoderme e, portanto a endoderme tem uma função extremamente importante na raiz que é desviar o fluxo de solutos do apoplasto para o simplasto. (Apezzato-da-Glória, 2004). O cilindro vascular é delimitado pelo periciclo constituído por uma camada de células. A raiz é tetrarca (Figura 1). Os elementos do xilema estão alternados com o do floema, e no centro do órgão observa-se uma medula formada por células parenquimáticas. Em torno de 15 dias o início da implantação da estrutura secundária observa-se o câmbio característico produzindo tecidos condutores secundários (Figura 4). Os tratamentos com espermidina não mostram diferenças em relação a testemunha (Figuras 5 e 6). Conforme mostram as Figuras 7 a 14 não foram observadas diferenças anatômicas na raiz primária nos tratamentos estudados. Reinoso et al, (2004), observou que a salinidade causada por NaCl induziu mudanças anatômicas na raiz na zona jovem e de maturação. O diâmetro da zona jovem da raiz foi menor do que a planta controle com redução no número de camadas corticais e do sistema vascular. A raiz de plantas tolerantes mostram precoce suberização e lignificação das células da endoderme e atividade pericíclica. REFERÊNCIAS AGBOOLA DA Effect of saline solutions and salt stress on seed germination of some tropical forest tree species. Revista de Biologia Tropical 46: APPEZZATO-DA-GLÓRIA B; CARMELLO-GUERREIRO SM Anatomia vegetal. Viçosa: UFV. 438p. BRAGA R Plantas Medicinais do Nordeste, Especialmente do Ceará. Mossoró: ESAM. 540 p. BUKATSCH F Bemerkungen zur Doppelfärbung Astrablau Safranin. Mikrokosmos 61:225. Hortic. bras., v. 26, n. 2 (Suplemento - CD Rom), jul-ago S5495
4 CRONQUIST A An integrated system of classification of flowering plants. New York: Columbia University Press p. DOP P; GAUTIÉ A Manual de technique botanique. Paris: J. Lamare. 594p. FREIRE AL de O Fixação do nitrogênio, crescimento e nutrição mineral de leucena sob condições de salinidade. Jaboticabal: Unesp. 92p. (Tese Doutorado). IZZO R; NAVARI-IZZO F; QUARTACCI F Growth and mineral absorption in maize seedlings as affected by increasing NaCl concentrations. Journal of Plant Nutrition 14: LEWIS GP Legumes of Bahia. London: Royal Botanic Gardens Kew. 369p. PENNA JFM Dicionário brasileiro de plantas medicinais. São Paulo: Kosmos. 409p. PIO-CORRÊA M Dicionário de plantas úteis do Brasil e exóticas cultivadas. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional. p REINOSO H; SOSA L; RAMÍREZ L; LUNA V Salt-induced changes in the vegetative anatomy of Prosopis strombulifera (Leguminosae). Can. J. Bot. 82(5): RIZZINI CT; MORS WB Botânica Econômica Brasileira. Rio de Janeiro: Âmbito Cultural Edições LTDA. 241p. VILLELA FA; FILHO LD; SEQUEIRA EL Tabela de potencial osmótico em função da concentração de polietileno glicol 6000 e da temperatura. Pesquisa Agropecuária Brasileira 26: Hortic. bras., v. 26, n. 2 (Suplemento - CD Rom), jul-ago S5496
5 Figuras 1-6. Raiz primária de Caesalpinia ferrea sem tratamento de KCl;1-4. Testemunhas sem espermidina. 1A.Visão geral de Raiz em estágio inicial (tetrarca) ;1B. Diferenciação cambial; 2.Detalhe da epiderme; 3.Detalhe das estrias de Caspary (seta) na endoderme; 4.Cambio vascular; 5-6. Testemunhas tratadas com Espermidina; 5.visão geral de Raiz com formação de câmbio; 6.Detalhe de Estrias de Caspary. Figuras 1A e 1B - Barra de Escala-50 μm; Figuras 2, 3 e 4-20 μm, Figuras 5 e 6-Barra de Escala 100 μm. Figures 1-6: Primary root of Caesalpinia ferrea without treatment of KCl; 1-4. Witnesses without espermidin. 1A. General vision of root in initial period of training (tetrarca); 1B. Exchange differentiation; 2.Detail of the epidermis; 3.Detail of the estrias of Caspary (arrow) in the endoderm; vascular 4.Cambio; 5-6. Witnesses dealt with Espermidin; general 5.vision of root with exchange formation; 6.Detail of Estrias of Caspary. Figures 1A and 1B - Bar of Scale μm; Figures 2, 3 and 4-20 μm, 5 Figures and 6-Bar de 100 Escala μm Hortic. bras., v. 26, n. 2 (Suplemento - CD Rom), jul-ago S5497
6 Figuras Raiz primária de Caesalpinia ferrea; 7 e 8. Testemunha sem espermidina; 9 e 10. Testemunha com espermidina; 11 e 12. Com tratamento de KCl -2,0 MPa sem espermidina; 13 e 14. Com tratamento de KCl -2,0 MPa com espermidina. Barras de escala- 100μm. Figures 7-14: Primary root of Caesalpinia ferrea; 7 and 8. Witness without espermidin; 9 and 10. Witness with espermidin; 11 and 12. With treatment of KCl -2,0 MPa without espermidin; 13 and 14. With treatment of KCl -2,0 MPa with espermidin. Bars of scale 100μm. Hortic. bras., v. 26, n. 2 (Suplemento - CD Rom), jul-ago S5498
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