UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS SINOP INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS CURSO DE AGRONOMIA

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS SINOP INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS CURSO DE AGRONOMIA ABELHAS SEM FERRÃO CAPTURADAS E RESGATADAS NA AMAZÔNIA MERIDIONAL E IMPLANTAÇÃO DE MELIPONÁRIO DE PESQUISA ADILSON HEIDMANN SINOP MATO GROSSO - BRASIL

2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS SINOP INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS CURSO DE AGRONOMIA ABELHAS SEM FERRÃO CAPTURADAS E RESGATADAS NA AMAZÔNIA MERIDIONAL E IMPLANTAÇÃO DE MELIPONÁRIO DE PESQUISA ADILSON HEIDMANN CARMEM WOBETO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal do Mato Grosso, Câmpus de Sinop, como parte das exigências do Curso para obtenção do título de Bacharel em Agronomia. Orientadora: Professora Dra. Carmen Wobeto Sinop MATO GROSSO - BRASIL

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5 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a Deus, meus pais, irmãos e esposa e a toda minha família, que torceram para que eu chegasse a essa etapa tão importante da minha vida. 5

6 AGRADECIMENTOS À Professora Carmen Wobeto, pela oportunidade dada a minha pessoa para atuar em seu projeto de extensão, do qual resultou este trabalho. Agradeço pela paciente orientação, compartilhamento de conhecimento e confiança. À minha família, pais, irmãos, cunhados e sogros pela torcida constante para que eu continuasse firme nos estudos. À minha esposa Grasiela Veloso dos Santos Heidmann, pelo apoio, amor e companheirismo em todas as horas. Aos amigos e colegas de curso Eldislei Merlin, Donicleiton Alves Ferreira, Luiz Carlos Maurina, Lucas Rafael Lindenberg, Jeferson Martins, Fernando Poltronieri e Diego Ortega pelo incentivo e companheirismo, pois não negaram esforços ao ajudar na construção do Meliponário Experimental da UFMT. Ao Donato Amaral, pela presença e colaboração constante na construção do meliponário e outras atividades. Aos colaboradores deste trabalho que doaram enxames para compor o acervo do Meliponário Experimental da UFMT: à equipe de resgate da UHE Colíder, Meliponários de Alta Floresta representados por Edson Francisco e José Alesando Rodrigues, ao produtor rural de Juara, Nestor Volpato, ao senhor Sergio Lourenço Versari, pai do acadêmico de Agronomia Lucas Rodrigues Versari e aos funcionários da Madeireira V.S. de Sinop. Ao Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais, pelo apoio durante a pesquisa, bem como aos técnicos da UFMT pela atenção durante a construção do meliponário. Ao professor da disciplina de Apicultura e parceiro da Meliponicultura, Jefferson Banderó. Ao apicultor e meliponicultor Expedito Steffanello Chico, pelas preciosas dicas e formação técnica. A dona Sueli e seu Bernardino, pela troca de conhecimentos e amor compartilhado pelas abelhas sem ferrão. Ao meu cunhado Ostenildo Ribeiro Campos e sua irmã Zeneide Ribeiro Campos (in Memoriam), pelo incentivo constante, empréstimo e doação de materiais para meus estudos. Ao professor Gabriel Augusto Rodrigues de Melo, da Universidade Federal do Paraná pela ajuda na identificação das espécies. Aos professores componentes da banca, pela leitura e preciosas contribuições neste trabalho, Leandro Dênis Battirola e Jefferson Luiz Banderó. Enfim, a todos que direta ou indiretamente estiveram envolvidos na minha formação, o meu muito obrigado! 6

7 O Brasil será mais feliz quando em cada escola, em cada universidade, houver um grupo de pesquisadores estudando colônias de abelhas, do próprio lugar (KERR et al., 2005). 7

8 SUMÁRIO RESUMO... 9 ABSTRACT INTRODUÇÃO REFERENCIAL TEÓRICO Diversidade, importância e declínio de abelhas sem ferrão Legislação de proteção ambiental para abelhas nativas Instalação do Meliponário Técnicas de manejo de enxames de ASF MATERIAL E MÉTODOS Captura, resgate e obtenção das colônias de abelhas sem ferrão Instalação do Meliponário Experimental da UFMT Identificação das espécies de abelhas coletadas RESULTADOS E DISCUSSÃO As colônias de abelhas sem ferrão obtidas por resgate Captura de enxames com iscas Enxames doados para o Meliponário Experimental da UFMT / Câmpus de Sinop Identificação de espécies de abelhas sem ferrão de meliponários da região e em ambiente natural Atividades de manejo, multiplicação dos enxames e descrição do acervo do meliponário experimental da UFMT Câmpus de Sinop CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS REFERÊNCIAS

9 RESUMO As abelhas sem ferrão (Hymenoptera, Apidae, Meliponinae) são elementos importantes para o equilíbrio do ecossistema, pois fazem a polinização de plantas naturais e cultiváveis. Vários estudos têm apontado o declínio dos polinizadores, em função dos desmatamentos, uso de pesticidas e outras ações antrópicas. Os objetivos deste trabalho foram o resgate de abelhas sem ferrão (ASF), identificação das espécies, construção de meliponário experimental na UFMT, Campus de Sinop e o manejo das espécies resgatadas. Para captura de enxames foram utilizadas iscas de garrafa PET em áreas de mata em Sinop, Mato Grosso. Já os resgates foram realizados em Cláudia e Sinop, em áreas desmatadas e em uma madeireira. Outros enxames foram recebidos de resgates de terceiros, ou seja, da Usina Hidroelétrica (UHE) de Colíder e de um produtor rural de Juara, MT. Além da doação de cinco ninhos de Melipona pernigra pela Secretaria do Meio Ambiente de Alta Floresta. Para identificação das espécies foram coletadas dez exemplares de cada ninho, montados e enviados para identificação taxonômica no Laboratório de Biologia Comparada de Hymenoptera LBCH, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Foram regatas as seguintes espécies em Cláudia: Tetragonisca angustula e de Sinop: Scaptotrigona sp., Melipona seminigra, Tetragonisca angustula, Partamona combinata, Frieseomelitta trichocerata, Leurotrigona muellari e Melipona fasciculata. A UHE Colíder doou cinco espécies (Tetragonisca angustula, Scaptotrigona sp., Scaptotrigona polysticta, Melipona abunensis, Nannotrigona punctata), além de três espécies resgatadas em Juara (Melipona pernigra, Scaura tenuis, Tetragonisca weyrauchi). O meliponário experimental da UFMT está composto de cinquenta e dois enxames de treze espécies, com destaque para Tetragonisca angustula e Scaptotrigona polysticta, respectivamente com dezesseis e dez colmeias. Algumas espécies não são endêmicas do Mato Grosso, como o caso da Melipona pernigra, Melipona seminigra e Frieseomelitta trichocerata, este fato é preocupante, visto que poderá comprometer a diversidade genética e a sobrevivência no ambiente exótico. Além disso, a baixa riqueza de espécies de ASF resgatadas pode ser um indicativo da redução da biodiversidade na região deste estudo. Palavras-chave: Resgate de abelhas sem ferrão. Identificação Taxonômica. Meliponário. Manejo 9

10 ABSTRACT The stingless bees (Hymenoptera, Apidae, Meliponinae) are important elements to the balance of the ecosystem, because they pollinate natural and cultivable plants. Several studies have been pointing the decline of the pollinators, due to deforestation, use of pesticides and other anthropogenic actions. The aims of this work were the rescue of stingless bees (SB), the identification of species, the construction of experimental Meliponary at UFMT, Campus of Sinop, and the management of rescued species. To capture the swarms baits were set in pet bottle in forest areas in Sinop, Mato Grosso. The rescues were made in Cláudia and Sinop, in deforested areas in a lumberyard. Other swarms were received by rescues of other people, i.e., of Hydroelectric Power Plant (HPP) of Colíder and of a rural producer of Juara/MT. Besides the donation of five nests of Melipona pernigra by the Secretary of Environment of Alta Floresta. To the identification of the species ten exemplaries were collected of each nest, mounted and shipped to taxonomic identification in the Hymenoptera Comparative Biology Laboratory LBCH, of the Federal University of Paraná (hereby UFPR). The following species were rescued in Cláudia: Tetragonisca angustulae, in Sinop: Scaptotrigona sp., Melipona seminigra, Tetragonisca angustula, Partamona combinata, Frieseomelitta trichocerata, Leurotrigona muellari, Melipona fasciculata. The HPP Colíder donated five species (Tetragonisca angustula, Scaptotrigona sp., Scaptotrigona polysticta, Melipona abunensis, Nannotrigona punctata), besides three species rescued in Juara (Melipona pernigra, Scaura tenuis, Tetragonisca weyrauchi). The experimental meliponary of UFMT is composed of fifty two swarms and thirteen species, highlighting Tetragonisca angustula and Scaptotrigona polysticta, respectively with sixteen and ten hives. Some species are not endemic of Mato Grosso, such as Melipona pernigra, Melipona seminigra and Frieseomelitta trichocerata, which is a worrying factor, since it can compromise the genetic diversity and survival in exotic environment. Beyond that the low wealth of SB species rescued may be an indicative of the reduction of biodiversity in the region of this study. Keywords: Rescue of stingless bees. Taxonomic Identification. Meliponary. Management. 10

11 1. INTRODUÇÃO As abelhas sem ferrão (Hymenoptera, Apidae, Meliponinae) são elementos importantes para o equilíbrio dos ecossistemas, pois fazem a polinização de plantas naturais e cultiváveis. As constantes ações antrópicas no meio ambiente têm gerado consequências negativas e contribuído para seu declínio (IMPERATRIZ-FONSECA e NUNES-SILVA, 2010; ARENA et al., 2018; MORAIS et al., 2018). Kerr et al. (2001) ilustraram que antes da introdução da Apis melífera (Linnaeus, 1758) no Brasil, pelo Padre Manoel Severiano, estes meliponíneos eram os únicos produtores de mel e principais polinizadores da flora nativa no Brasil. Essa realidade era tão abundante que os portugueses chamavam muitas águas fluviais de rio das abelhas. Infelizmente essa não é mais a realidade do Brasil, pois o crescimento populacional e econômico tem gerado ações que repercutem na destruição dos ninhos dessas abelhas sem ferrão (ASF). No mundo, cerca de 400 espécies de ASF são conhecidas e estão classificadas como Meliponíneos, dessas, cerca de 200 espécies são encontradas no Brasil, com particularidades gerais para nidificação, coloração, tamanho, sabor do mel, defensividade (CARVALHO-ZILSE, 2012; PEREIRA, 2005). Muitas delas se adaptam para manejo em caixas racionais, fora de seu ambiente natural, o que possibilita, de certa forma, aumentar o consumo do mel, bem como o resguardo das espécies, no caso de projetos de conservação da biodiversidade (KERR et al., 1996; NOGUEIRA-NETO,1997). Mesmo com a grande diversidade de espécies nacionais registradas em catálogos reconhecidos mundialmente, por exemplo o Catálogo Moure no Brasil, o uso dessas espécies silvestres na produção de mel e polinização de cultivares ainda recebe pouca atenção (CAMARGO & PEDRO, 2013). Além disso, é possível que muitas das espécies de ASF, que estão passando por processo de sobrevivência em condições de degradação de seu habitat natural sofram risco de extinção (KERR et al., 2005). Desse modo, as espécies nativas são fundamentais na conjuntura do ecossistema e seu declínio pode resultar em perdas econômicas, culturais e ecológicas (KERR et al., 2001). Sem polinização não ocorre produção de frutos, grãos e sementes, interferindo também na manutenção da biodiversidade e na sobrevivência de espécies vegetais e animais (IMPERATRIZ-FONSECA e NUNES-SILVA, 2010; VIANA et al., 2014). Sabe-se que o crescente desmatamento e o avanço das fronteiras agrícolas no estado de Mato Grosso e também em outras regiões, bem como a expansão da urbanização em cidades de constante crescimento como Sinop e outros municípios, tem resultados negativos na 11

12 perpetuação da biodiversidade, contribuindo para o declínio de várias espécies, bem como fragmentação dos habitats naturais das ASF (KERR et al., 1996; OLIVEIRA, 2015; ARENA et al., 2018). A expansão das usinas hidroelétricas em Mato Grosso também é um fato a se destacar, pois com a implantação pode ocorrer o declínio de várias espécies da flora e da fauna (SANTOS, 2015). Por isso, a importância de manter as espécies regatadas durante a construção do empreendimento e o encaminhamento das espécies com ninhos afetados durante o resgate para meliponários da região. Outro fator negativo para diminuição das abelhas é o uso de pesticidas para controle de pragas agrícolas e urbanas, que tem aumentado com o passar dos anos. Por exemplo, os neonicotinoides, apontados em estudos como um dos responsáveis na redução da capacidade reprodutiva de colônias Appis mellifera e abelhas nativas (WOODCOK et al., 2017, PIRES et al., 2016), ou seja, efeitos subletais a longo prazo nas colônias de abelhas. Desse modo, em meio às transformações que a natureza sofre (desmatamento) para ceder lugar aos espaços urbanos, expansão agrícola, implantação de usinas hidroelétricas e a exploração madeireira, podem afetar a sobrevivência de várias espécies da fauna e da flora. As ASF fazem parte desse ecossistema e apresentam dificuldade de sobrevivência num espaço de pouca vegetação e, consequentemente, pouco alimento. Segundo Kerr et al. (1996), uma floresta necessita ter uma área, onde comporte no mínimo 44 enxames, para que possibilite uma diversidade genética e manutenção da espécie. Nesse viés, a escassez de árvores e a fragmentação do habitat das ASF representam um risco à sobrevivência destas abelhas. Devido a preocupação com o declínio das abelhas (POTTS et al., 2010; GONÇALVES, 2012; PIRES et al., 2016), justifica-se a importância deste trabalho, que se soma a tantos outros que procuram agregar a preservação das espécies e conscientização das pessoas para a biodiversidade e manutenção da vida no planeta (IMPERATRIZ-FONSECA et al., 2012; IPBES, 2016). Assim, relacionado fundamentalmente aos fatores negativos que contribuem com o declínio das ASF citados anteriormente, é que se decidiu por implantar um Meliponário no Câmpus da UFMT de Sinop, justamente para aumentar a visibilidade dessas espécies, que muitas vezes são negligenciadas por falta de conhecimento e permitir uma convivência harmônica entre os transeuntes. Além disso, a implantação do Meliponário se justifica pela caracterização atual, que reveste o espaço urbano da cidade de Sinop, construída e modelada em meio a um processo intenso de desmatamento. Desde seus princípios populacionais ainda na década de 1970, quando fez parte de um projeto de política governamental de ocupação da 12

13 Amazônia (SOUZA, 2015), ação que propulsionou um grande fluxo migratório, com povoadores oriundos, principalmente da região sul do Brasil. Em Mato Grosso, ainda não há um levantamento geral e sistemático das espécies de ASF que habitam os biomas mato-grossenses. Somada a essa incipiência, este trabalho nasce da preocupação com tais fatores, por meio do apontamento de algumas espécies presentes em região da Amazônica Meridional, mais especificamente nas cidades de Sinop, Santa Carmem, Claudia, Colíder, Juara e Alta Floresta. Estas cidades além de Sinop, relacionam-se ao trabalho devido a cooperação de pessoas e instituições parceiras que resgataram e até mesmo doaram enxames para compor o acervo do meliponário experimental da UFMT - Sinop. Dessa forma, em função da importância ecológica e econômica das ASF este trabalho teve por objetivos: (i) realização de resgate de enxames de ASF em áreas de desmatamento, (ii) instalação de iscas para captura de colônias de meliponíneos, (iii) identificação das espécies; (iv) instalação de meliponário no Câmpus da UFMT Sinop, a fim de alocar as colônias resgatadas ou capturadas e (v) descrição do manejo para manutenção e multiplicação dos enxames no meliponário. 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Diversidade, importância e declínio de abelhas sem ferrão As abelhas nativas, abelhas indígenas ou abelhas sem ferrão (ASF), compõem um vasto campo de espécies que povoam as regiões tropicais e subtropicais (NOGUEIRA-NETO, 1997). Estes insetos, também chamados de meliponíneos se encontram no mundo em número superior a 600 espécies, com aproximadamente 61 gêneros (RASMUSSEN e CAMERON, 2010). Na região neotropical foram identificadas 417 espécies, agrupadas em 33 gêneros, sendo uma extinta a Proplebeia Michener, 1982 (CAMARGO e PEDRO, 2013). Em outra região tropical, novas descobertas foram catalogadas recentemente por Engel, Michener, Boontop (2017) do gênero Tetragonula, na Tailândia. Em relação ao Brasil, Pedro (2014) cita a presença de 244 espécies distribuídas em 29 gêneros, porém o número de espécies é considerado aproximado. Em estudo recente na América Latina, especificamente na Bolívia e Peru, Melo (2016) catalogou novo gênero (Plectoplebeia). Também novas espécies cleptobióticas (abelhas que roubam alimentos ou materiais de outras espécies), do gênero Lestrimelitta Friese, 1903 foram catalogadas na Colômbia e Venezuela por González e Griswold (2012). 13

14 As ASF são divididas em duas tribos, as Meliponini e Trigonini. As diferenças entre elas estão basicamente na construção das células reais, o local onde se desenvolvem as crias, pois as Meliponini se caracterizam pela ausência de células reais e as Trigonini, pela construção de células maiores, as chamadas realeiras, na qual se despontam o surgimento das futuras rainhas (NOGUEIRA-NETO, 1997). Há diferenças também na composição do tamanho das abelhas, as do grupo Melipona são abelhas grandes, que chegam a medir 1,5 cm e a maioria constroem seus ninhos com uma mistura de barro e própolis (geoprópolis). As do grupo Trigonas são menores e mais defensivas, as conhecidas abelhas enrola cabelos, constroem a entrada dos ninho geralmente com cera ou mistura de cera com própolis, formando o cerume (CARVALHO-ZILSE et al., 2012). As ASF são responsáveis, a depender do ecossistema, por 30 a 90% da polinização das árvores nativas, portanto são fundamentais na manutenção do ciclo da flora e da fauna, pois sem o processo de polinização, outros animais perecem por falta de alimentos, assim como, o próprio homem (KERR et al.,1996; KERR et al., 2001; SLAA et al., 2006; FREITAS e SILVA, 2015). As abelhas silvestres contribuem para a polinização de culturas agrícolas e consequentemente, aumentam o lucro do agricultor. Sendo que, algumas culturas do Brasil dependem da polinização biótica, entre elas, o açaizeiro, a aceroleira, o maracujazeiro, a castanha do Brasil (IMPERATRIZ-FONSECA & JOLY, 2017). Além disso, é relatado que oitenta e cinco culturas agrícolas apresentaram algum grau de dependência por polinização de abelhas e, destas, um terço apresentam dependência essencial (GIANNINI et al., 2015). Outras culturas frutíferas apresentam alto grau de dependência de polinizadores, tais como a melância (BOMFIM et al., 2014), a maçã (VIANA et al., 2014) e pepino (AZMI et al., 2017). Já outras culturas, como o pimentão (CRUZ et al., 2005) apresentam menor grau de dependência de polinizadores. Kerr et al. (1996; 2001) citam alguns fatores que diminuem a taxa populacional dessas abelhas, dentre estas a destruição das florestas, a atividade de meleiros que retiram o mel e destroem os ninhos, fragmentação de reservas florestais, monocultura agrícola e florestal, expansão da área urbana, uso de defensivos agrícolas e para o controle de pragas urbanas, atividade de extração da madeira. Mais recentemente, verifica-se a expansão de áreas hidroelétricas em várias regiões do Brasil, o que também tem influência para a sobrevivência das abelhas nativas (SANTOS, 2015). A sobrevivência destes insetos sociais está relacionada com a sua diversidade genética, Kerr et al. (1996) apontam que populações menores do que 44 colônias de Meliponíneos 14

15 apresentarão declínio em função da homogeneidade genética, a qual afeta os mecanismo de defesa ambiental e de reprodução das colmeias. Portanto, para que as atividades de resgate das ASF e a implantação de meliponários de pesquisa ou mesmo meliponários urbanos tenham êxito, são necessárias ações de troca de zangões ou de colmeias entre os parceiros, afim de garantir a diversidade genética. Salienta-se também, que a omissão de ações antrópicas de preservação, também tem comprometido a sobrevivência das colmeias, uma vez que mesmo que as áreas urbanas, por exemplo Sinop/MT, loco principal deste estudo, apresentem áreas de conservação ambiental, no entanto com dimensões físicas reduzidas, inviabilizam o abrigo de no mínimo de 44 colmeias por espécie de abelha (KERR et al., 1996). Com relação aos riscos de extinção de ASF destaca-se o alerta mundial sobre o declínio dos polinizadores, como descrito no relatório para as Nações Unidas na Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (Intergovernmental Science-Policy Platform on Biodiversity and Ecosystem Services - IPBES) (SCHMELLER, et al.; 2017). Sendo o primeiro resultado substancial da plataforma uma avaliação sobre polinizadores, polinização e produção de alimentos, apresentada no 4º Plenário em Kuala Lumpur (IMPERATRIZ-FONSECA et al., 2016). Há alguns estudos sobre o declínio de abelhas, especificamente Apis mellifera (OLDROYD, 2007; ENGELSDORP et al., 2008; AIZEN et al., 2009; POTTS et al., 2010; PIRES et al., 2016). Já para ASF, cita-se o trabalho de Macedo (2016), que apontou um risco considerável na sobrevivência de ASF da espécie Scaptotrigona postica (Latreille, 1807) devido a aplicações de micro doses de produtos fitossanitários, tais como o Acetamiprido e Dimetoato. Tais produtos se usados indiscriminadamente, podem representar um risco na sobrevivência desta espécie. Em revisão, Nocelli et al. (2012) apontam vários estudos sobre as ações de defensivos agrícolas em polinizadores, para avaliar efeitos letais e subletais do grupo dos Organoclorados, Organofosforados, Carbamatos, Piretroides, Neonicotinoides, Fenilpirazois e outros. A revisão mostra que cada inseticida possui potencialidade deletéria, uns em maior e outros em menor grau a depender da dose e do tempo de exposição ao produto. Woodcock et al. (2017) concluíram que os Neonicotinoides (clothianidin e thiamethoxam) provocaram a redução na capacidade reprodutiva de colônias de Apis mellifera e de abelhas nativas em anos seguidos de exposição aos produtos. Tal preocupação é mundial, pois o fenômeno denominado Colony Collapse Disorder (CCD), ocorrido nos Estados Unidos, em que apicultores chegaram a perder 90% de suas colmeias é um dos primeiros relatos de declínio em 15

16 massa das abelhas (NOCELLI et al., 2012), que pode ou não estar relacionado ao uso de defensivos agrícolas (MALASPINA et al., 2008). Localmente, há relato pessoal de um apicultor da cidade de Santa Carmem, que referiu mortandade de Apis mellifera em grande quantidade em seu apiário, sem saber as causas. Goulson et al. (2015) salientam que ainda são lacunares e escassos os estudos sistematizados sobre declínio das abelhas, no que diz respeito a extensão e causas do declínio. Apesar da grande diversidade de ASF em Mato Grosso e da presença de três biomas distintos, Cerrado, Pantanal e Amazônia, os estudos sobre as ASF, ainda se mostram incipientes. Nesse sentido, contribuem para o repositório científico mato-grossense o trabalho de inventário elaborado por Fernandes et al. (2012), na região sudoeste do estado, especificamente na cidade de Tangará da Serra, no Planalto do Parecis. Nesse estudo, os autores destacam a presença com maior abundância as espécies: Tetragonisca fiebrigi (Schwarz, 1938), Tetragonisca angustula (Latreille, 1811), Frieseomelitta sp (Ihering, 1912) e Trigona sp (Jurine, 1807). Ballester (2006) em estudo etnocientífico aponta o registro de 27 etnoespécies de ASF reconhecidas pelo povo Kaiabi no Parque Indígena do Xingu, localizado no norte do Mato Grosso, com nomes correspondentes na língua dessa etnia e algumas identificadas cientificamente: Melipona (michmelia) oblitescens, Tetragona clavipes, Tetragonisca angustula, Frieseomelitta varia, Scaptotrigona postiça, Oxytrigona flaveola e Tetragona truncata. Em relação a cidade de Sinop, apesar de já se destacar em vários aspectos socioeconômicos e culturais, ainda não há estudos dessa natureza, com foco no resgate e identificação de espécies presentes na cidade e municípios próximos. Os demais municípios envolvidos neste trabalho, tanto em trabalho de resgate, identificação de espécies em ambiente natural ou recebimento por doação de enxames são as cidades de Santa Carmem, Juara e Alta Floresta. Sobre esta última, houve o recebimento de alguns enxames, além da identificação de algumas espécies em meliponário comercial. Dessa forma, destacamos a importância do trabalho como pioneiro na região. 2.2 Legislação de proteção ambiental para abelhas nativas Os animais silvestres da fauna brasileira possuem legislação específica para seu manejo, não diferente ocorre com as abelhas nativas que estão descritas nas leis CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente), na Resolução nº 346/2004, que disciplina sobre proteção das abelhas nativas silvestres e a implantação de meliponários. A Resolução considera 16

17 que as abelhas silvestres nativas constituem parte da fauna brasileira, seja qual for a fase de seu desenvolvimento, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais são de uso comum do povo. Ressalta ainda, a importância da meliponicultura para a economia local e regional e a polinização como meio de gerar estabilidade no ecossistema e sustentabilidade na agricultura (BRASIL, 2004). Nesse sentido, a resolução regulamenta as condições para a utilização e o comércio de abelhas nativas, bem como seus produtos: (...) 3º: É permitida a utilização e o comércio de abelhas e seus produtos, procedentes dos criadouros autorizados pelo órgão ambiental competente, na forma de meliponários, bem como a captura de colônias e espécimes a eles destinados por meio da utilização de ninhos-isca (BRASIL, 2004). Art. 4º - Será permitida a comercialização de colônias ou parte delas desde que sejam resultado de métodos de multiplicação artificial ou de captura por meio da utilização de ninhos-isca. (...). Dessa forma, compreende-se da legislação que não é permitido que as pessoas retirem do ambiente natural os ninhos das abelhas. Quando do interesse, devem obter por meio de meliponários autorizados, que utilizam métodos de multiplicação artificial. Outra forma, seria a captura por meio de ninhos-isca, que dependeria da necessidade dos enxames de ocupar esse espaço atraído por loções específicas e colocado em locais estratégicos. Outro ponto importante da resolução está relacionado ao resgate dos ninhos em locais de impacto ambiental: Art. 7º Os desmatamentos e empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental deverão facilitar a coleta de colônias em sua área de impacto ou enviá-las para os meliponários cadastrados mais próximos (BRASIL, 2004). Nesse viés, cabe destacar o exemplo das aberturas de novos loteamentos urbanos na cidade de Sinop, pois percebe-se que ainda não há uma preocupação do poder público com o resgate desses animais, talvez porque falte informações, fiscalizações e logística para retirar esses enxames e a destinação para meliponários. Nesse contexto, o meliponário da UFMT precisa continuar sendo divulgado para que ações maiores possam ser realizados no sentido de resguardar esses enxames em risco. Destaca-se também, o caso das usinas instaladas no estado, áreas de grande impacto ambiental que afetam a biodiversidade. E por esse motivo, foram doados ao meliponário da UFMT alguns enxames advindos desse contexto, conforme se verá mais adiante. 17

18 No Art. 8º a resolução prevê controle de floradas que possam causar danos às colmeias: Art. 8º O IBAMA ou o órgão ambiental competente, mediante justificativa técnica, poderá autorizar que seja feito o controle da florada das espécies vegetais ou de animais que representam ameaça às colônias de abelhas nativas, nas propriedades que manejam os meliponários (BRASIL, 2004). Sobre as floradas de espécies vegetais exemplifica-se um caso bastante citado na literatura, que são os efeitos tóxicos nas abelhas pela visitação de flores do Neem Indiano, a Azadirachta indica A. Juss (Meliaceae) (NAUMANN & ISMAN, 1996). Sobre esse fato, destaca-se por meio da observação geral da composição paisagística urbana na cidade de Sinop, que tem plantado muitas árvores dessa espécie, o que gera preocupação. 2.3 Instalação do Meliponário O meliponário deve ser instalado preferencialmente em zona rural (CARVALHO-ZILSE et al., 2012). No entanto, percebe-se que há cada vez mais meliponários urbanos, pois as ASF por sua característica dócil, podem ser criadas nos dois espaços, desde que haja pasto meliponícola (floração) suficiente (PEREIRA et al., 2010; CARVALHO-ZILSE et al., 2012) O meliponário pode ser construído de diversas maneiras, podendo assemelhar-se a quiosques, casas, ou apenas ao ar livre, com telhadinhos nas caixas para evitar entrada da chuva e proteção solar. Como se observa na Figura 1, no meliponário da Prefeitura Municipal de Alta Floresta. Para Carvalho-Zilse et al. (2012) o meliponário deve estar relacionado com o objetivo da criação, isto é, antes de selecionar as espécies que comporão o acervo, deve ser definida a vocação do Meliponário, ou seja, produção de mel, pólen, própolis ou polinização. No caso da implantação do Meliponário Experimental da UFMT a vocação é a preservação das espécies advindas do resgate de ninhos em risco, disponibilizar material para futuros estudos sobre ASF e uma ferramenta educativa para a comunidade acadêmica e externa, visando a sensibilização para a necessidade de preservar as ASF. Sinop, como polo universitário de destaque, dentre elas a Universidade Federal de Mato Grosso, possui como uma de suas responsabilidades a aplicabilidade dos conhecimentos produzidos, entre elas às relacionadas às atividades de extensão, que envolvem a comunidade em geral e almeja, consequentemente a promoção da transformação social. Neste sentido, com a implantação de um meliponário no campus da UFMT objetiva-se alertar a população regional 18

19 da necessidade de preservação das ASF. Figura 1: Meliponário da Prefeitura Municipal de Alta Floresta. Crédito: Adilson Heidmann 2.4 Técnicas de manejo de enxames de ASF O resgate de ninhos de abelhas em situação de risco consiste em retirá-los do local que oferece perigo e realocá-los em caixas racionais, permitindo-se que o enxame continue seu progresso natural, mesmo que em espaço adaptado. Sabe-se que o habitat das ASF é em sua maioria, em troncos de árvores que apresentam algum oco que permite a sua nidificação. No entanto, com o processo de urbanização e expansão das fronteiras agrícolas esses espaços naturais diminuem e consequentemente, o número das abelhas nativas também (KERR et al., 1996; NOGUEIRA-NETO, 1997). Além da atividade de resgate por meio de observação de possíveis enxames nos tocos de árvores nos locais citados, também é possível adquiri-los por meio artificial, ou seja, atrair novos enxames por meio de iscas artificiais ou ninhos-isca (ou Ninhos-armadilha). Essas iscas são assim denominadas por tratarem-se de ninhos-isca os recipientes, caixas, colmeias ou objetos deixados na natureza com a finalidade específica de capturar uma colônia de abelhas (VILLAS-BÔAS, 2012). Trata-se de uma estratégia para aquisição de colônias por meio do processo natural de enxameagem das abelhas que procuram um novo lugar para se 19

20 estabelecer, sendo a isca um local que pode atraí-las, para isso é necessário que se pareçam com cavidades já ocupadas. Indica-se impregnar as iscas com cerume ou própolis para maior eficiência. Nogueira-Neto (1997) aponta que pesquisadores da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto criaram um modelo de ninho-isca, construído a partir de garrafas plásticas pretas e as do tipo PET, também são usadas. Recomendam nesses manuais que se envolva a garrafa, que pode ser de diferentes tamanhos, com lona, papelão, fitas ou outros materiais que não as deixem transparente e bloqueie a entrada de luz (VILLAS-BÔAS, 2012). Nogueira-Neto (1997) também descreve as colmeias-iscas, que são colmeias desocupadas que antes abrigavam uma colônia e que podem ser reutilizadas para obtenção de novos enxames. Essa e as ninho-iscas artificiais são alternativas para quem quer criar as abelhas ou aumentar o meliponário. Passado o processo de resgate, necessita-se realizar o manejo, que é uma atividade essencial para manutenção dos enxames nas caixas racionais, sem esta atenção, as colmeias ficam sujeitas aos ataques de invasores naturais (formigas, aranhas, forídeos etc.), a falta de alimentação e a necessidade de divisão de enxames. Segundo Nogueira-Neto (1997) o manejo das colônias de Meliponíneos compreende a transferência de colmeia, as inspeções, as divisões de colônias e muitas coisas mais. Conforme se descreve a seguir. Alimentação dos enxames: feita após uma transferência, divisão de enxames e escassez de alimento, tendo como matéria-prima o próprio mel da espécie em que os potes de mel foram rompidos, ou mel de Apis mellifera (Linnaeus, 1758) e/ou açúcar, ambos dissolvidos em água 1/1, ou seja, um xarope (NOGUEIRA-NETO, 1997), atuando como uma fonte energética. Para alimentação protéica é utilizado o próprio pólen da espécie ou pólen de Apis, da qual é feita um bombom com o objetivo de envelopar o pólen para evitar que inimigos naturais possam tirar vantagem. A alimentação das colmeias é necessária, principalmente quando há falta de plantas fornecedoras de néctar e pólen, que podem ocorrer devido ao desmate e também de acordo com a estação do ano. Já no caso de uma transferência e divisão, a alimentação artificial evita assim um gasto de energia que poderá ser aproveitado dentro da colmeia na sua reestruturação (KERR et al., 1996). Limpeza das colmeias: a limpeza é necessária na pós-transferência e na pós-divisão, pois a colmeia fica desorganizada e propícia aos ataques de forídeos e outros inimigos naturais. O material utilizado comporta basicamente uma espátula e papel para retirada de lixos que as abelhas depositam no fundo da caixa (excrementos e resíduos). 20

21 Inserção de iscas para captura de Forídeos: Os Forídeos são da ordem dos dípteros e depositam seus ovos nos potes de pólen e nos discos de cria, dos quais as larvas se alimentam, além do mel, causando a destruição do ninho (OLIVEIRA et al., 2013). Segundo Nogueira-Neto (1997, p. 373) há diversos gêneros de Forídeos que podem frequentar as colônias de Meliponíneos: Pseudohypocera, Aphiochaeta, Melitophora e Melalonchinagra. As iscas para captura, geralmente são feitas com a inserção de potinhos nos ninhos e fora dele, com vinagre de maçã, modelo Vera Imperatriz Fonseca, que atraem os forídeos e os eliminam por afogamento (NOGUEIRA-NETO, 1997). Transferência: Muitas dessas espécies de ASF podem ser criadas fora do ninho natural, a exemplo da inserção das colônias em caixas racionais (NOGUEIRA-NETO, 1997), que consiste na transferência de enxames dos ambientes naturais, para caixas de madeira que facilitam o manejo e manutenção destes. Nesse sentido, os troncos, por exemplo, são cortados e transportados para o meliponário onde será cortado com o cuidado necessário e o enxame transposto para a caixa. Quando isso não é possível, se mantém o tronco inteiro, nesse caso, também chamado de cortiço na meliponicultura tradicional brasileira, para possível enxameação, ou seja, reprodução de novos enxames de modo natural pela colmeia (VILLAS BÔAS, 2012; NOGUEIRA-NET0, 1997). No transporte do tronco, toma-se o devido cuidado de fechar a entrada das abelhas no período noturno, evitando assim, a perda das operárias que estão no campo. Na Figura 2 está ilustrado a caixa racional, modelo INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), utilizado neste estudo. As fitas no entorno da caixa são para proteção, pois esta caixa recebeu uma colmeia resultante da divisão de enxame da espécie Mandaguari (Scaptotrigona sp. Moure, 1942). Tão logo as abelhas se estabilizem, as frestas tampadas pelas fitas, serão preenchidas com cerume produzido pelas abelhas. O cerume, diferentemente da cera, consiste numa mistura de cera pura e branca, secretada pelas abelhas, com a própolis que elas retiram dos eventuais ferimentos que algum acidente ou corte causou a uma árvore ou arbusto (NOGUEIRA-NETO, 1997, p. 35). Já a cera, é uma placa branca secretada pelos meliponíneos jovens pelas glândulas presentes no dorso do abdome. 21

22 Figura 2. Caixa racional, modelo INPA, utilizado neste estudo. Crédito: Adilson Heidmann As caixas utilizadas para colocar os enxames podem ser de diversos tipos e tamanhos, mas no geral, conforme descrito em manuais e tutoriais em geral, tal como da EMBRAPA (PEREIRA et al., 2010), o importante é que se leve em consideração a biologia das abelhas, a arquitetura do ninho e que facilite o manejo. Muitos meliponicultores trabalham com colmeias moduláveis, ou seja, que tenham essas divisões: ninho, sobre ninho e melgueiras. Essa divisão facilita a organização das abelhas e seu trabalho, bem como da pessoa responsável pelo manejo. Divisão artificial das famílias: a divisão de famílias de um enxame é necessária quando acontece uma superlotação nas colmeias, o espaço fica pequeno e a família tende a se dividir (KERR et al. 1996). Esse procedimento consiste na multiplicação de enxames por meio da retirada de crias nascentes para o ninho-filho, ou seja, local onde a rainha não fica. Sendo que as Meliponas, por não produzirem realeiras, apresentam possibilidade de 20 a 30% das abelhas de um enxame uma delas tornar-se rainha. Na divisão das Trigonas, segue-se o mesmo procedimento, porém com a observação de realeiras no ninho-filho para produzir uma nova rainha. 22

23 3. MATERIAL E MÉTODOS Este estudo foi desenvolvido em concomitância com as atividades de projetos de extensão e de pesquisa desenvolvidos pela UFMT envolvendo parcerias com o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Dentre as atividades, citam-se os cursos de formação de multiplicadores, voltados aos professores da rede municipal de ensino e aos acadêmicos dos cursos de Ciências Agrárias da UFMT, no qual foram demonstradas técnicas de captura de ninhos, resgate de ASF e manejo de colmeias. A seguir são descritas as metodologias de captura, resgate ou obtenção de colônias de ASF realizados nas seguintes cidades da região norte de Mato Grosso: Sinop, Santa Carmem, Cláudia, Juara, Colíder e Alta Floresta e estão em uma área denominada de bioma amazônico (IBGE, 2004a). Essa caracterização, segundo o órgão oficial, abrange de maneira geral o centro para o norte do Mato Grosso (Figura 3). Figura 3. Pontos da região de estudo. Elaborado por Adilson Heidmann. Os municípios de Sinop, Santa Carmem, Cláudia estão em áreas de tensão ecológica, ou seja, áreas de fronteira Amazônia-Cerrado, nas quais as florestas são Ombrófilas/Estacionais. Já Alta Floresta e Colíder, apresentam vegetação Ombrófila Aberta (IBGE, 2004b). Estas cidades são banhadas pelas sub-bacias do Rio Teles Pires (Sinop, Cláudia, Colíder e Alta Floresta) e do Rio Xingu (Sinop, Cláudia e Santa Carmem). Já a cidade de Juara, é banhada pela sub-bacia do Rio Arinos, conforme a Agência Nacional de Águas (ANA, 2015). No entanto, em relação aos biomas, Marques (2016) contrapõe a divisão abrupta 23

24 mapeada pelo IBGE (2004a), para caracterizar as áreas de transição Amazônia-Cerrado. Segundo o pesquisador, trata-se, na verdade, de uma faixa muito mais ampla, sem limites claros ou homogêneos de vegetação. Isso significa que há presença de porções de um ou outro desses biomas esparsos entre os limites estabelecidos pelos órgãos oficiais. Segundo Marques (2016), esta divisão tradicional implicou em maior desmatamento, pois faz parte do conhecido Arco do Desmatamento, pois o Código Florestal Brasileiro, Lei Nº , de 25 de maio 2012, exige que se preserve 80% de reservas florestais na Amazônia Legal e 35% de florestas de Cerrado (BRASIL, 2012). 3.1 Captura, resgate e obtenção das colônias de abelhas sem ferrão Os procedimentos de obtenção das colmeias foram realizados de 23 de agosto de 2016 a julho de 2018, e incluem: a captura (por meio de iscas), o resgate e a obtenção por doação de terceiros. A captura de colmeias durante o processo natural de enxameagem é o único método permitido para a obtenção de colônias na natureza (BRASIL, 2004). Desse modo, o procedimento consistiu na elaboração e alocação de iscas confeccionadas em garrafas plásticas PET de 2L (NOGUEIRA-NETO, 1997; VILLAS-BÔAS, 2012), envolvidas com loção atrativa composta de cera, própolis e cerume de diversas abelhas. As garrafas-isca e caixas-isca foram alocadas em reservas de mata de Sinop, na MT 140, km 5 (Latitude: 11º55 09 S, Longitude: 55º27 43 W); na MT 140, KM 2,5 (Latitude11º54 43 S), Longitude: 55º28 57W) e, no entorno do rio Teles Pires (Latitude 11º52 42S, Longitude: 55º41 55 W).Também foram colocadas caixas-isca na reserva de mata no campus da UFMT (Latitude 11º52 01 S, Longitude: 55º28 59 W). Para os resgates foram investigados os locais de desmatamento em loteamentos urbanos, áreas rurais e madeireiras de Sinop/MT e municípios vizinhos. O método utilizado para encontrar os ninhos foi a procura aleatória, por meio da percepção de movimento de voo e de possíveis entradas (pitos) de abelhas, no entorno dos locais citados. Para localizar os enxames observou-se cautelosamente em possíveis locais de abrigo de ASF, tais como árvores derrubadas, troncos, tocos, madeira em leira, entulhos com madeira, caixas de energia, postes e outros locais de possíveis abrigos. Também foram recebidas colmeias por doação: ninhos resgatados por equipe especializada da Usina Hidroelétrica de Colíder (UHE- Colíder) e; 5 enxames de Melipona pernigra (Moure & Kerr, 1950) da Secretaria do meio ambiente de Alta Floresta MT, como uma ação do projeto Olhos d Água da Amazônia, desenvolvido por esta instituição. 24

25 3.2 Instalação do Meliponário Experimental da UFMT Devido a preocupação com a conservação e o interesse pela pesquisa com as espécies de ASF obtidas, projetou-se o meliponário num lugar estratégico na UFMT, Campus de Sinop, para facilitar a observação da comunidade acadêmica em geral e também o manejo das colmeias. O ponto escolhido foi acordado com a administração do Campus, situando-se em frente ao prédio da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Latitude 11º S, Longitude: 55º W), registro IDEA n o Sendo assim, para a construção do meliponário foram utilizadas madeiras apreendidas pelo IBAMA, que foram doadas para a UFMT, que consistiam em itaúba e garapeira. Bem como alguns recursos próprios dos envolvidos no projeto. O meliponário apresenta as seguintes dimensões: 2,5 m de largura por 2,5 m de comprimento e 3 m de altura. A cobertura oitavada contou com os telhados da sobra de reforma na biblioteca do campus (Figura 4).. Assim sendo, o início da construção do meliponário se deu no ano de 2016 e foi realizado aos finais de semana, contando, para essa empreitada, com a mão de obra voluntária de participantes do projeto de extensão e alguns acadêmicos do curso de Agronomia. Na Tabela 1 descrevem-se os materiais utilizados, bem como medidas e quantidades para a construção do meliponário. Tabela 1 Descrição dos materiais utilizados para a construção de cada item da estruturara física do Meliponário Experimental da UFMT Campus de Sinop. Estrutura Pé direito Tesoura Suporte da Tesoura Suporte do pontalete Pontalete Suporte da tela Prateleiras Cobertura Materiais 04 Madeiras roliças de itaúba com 3,5 m de comprimento de 30 x 15 cm de diâmetro 8 vigas de garapeira com 3m de comprimento por 12 cm de largura por 5 cm de espessura. 4 vigas de garapeira com 2,5m de comprimento por 12 cm de largura por 5 cm de espessura. 2 vigas de garapeira de 4m de comprimento por 16 cm de largura por 5 cm de espessura. 30 x 30 diâmetro por 1,2 m comprimento. 8 vigas de garapeira 3,5m de comprimento por 16 cm de largura por 5 cm de espessura. 22 pranchas de angelim de 1,5m x 20 cm x 3 cm 8 caibros de 5 m x 5 cm x 5 cm 25

26 Tela de proteção Cobertura Goivos De arame quadriculado de 15 m x 2 m 10 telhas de 5 mm de 2,44m x 1 m 56 peças Figura 4. Estrutura do meliponário com as dimensões entre os pés-direitos 2,5m x 2,5m e 3m de altura e cobertura oitavada. Crédito: Adilson Heidmann. 3.3 Identificação das espécies de abelhas coletadas Para a identificação das espécies de ASF foram coletados dez indivíduos de cada enxame, sacrificados em álcool 70%, após alfinetados e submetidos a desidratação em estufa a 35ºC, durante 48 horas. Em seguida, foram acondicionados em caixas entomológicas com cravo e naftalina, embalados e encaminhados para a identificação taxonômica, realizadas na Universidade Federal do Paraná, Laboratório de Biologia Comparada de Hymenoptera LBCH,. Finalmente, as espécies identificadas foram incorporadas na Coleção Entomológica do Acervo Biológico da Amazônia Meridional (ABAM), Universidade Federal de Mato Grosso, Campus de Sinop. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 As colônias de abelhas sem ferrão obtidas por resgate As áreas dos resgates abrangeram, zonas urbanas, periurbanas e de mata, nos municípios de Sinop, Cláudia, Colíder e Juara, MT. Os enxames resgatados foram mantidos em 26

27 quarentena no Meliponário de apoio (Latitude: 11º53 51 S, Longitude: 55º27 36 W), onde foi realizado os seguintes manejos: transferência para caixa racional, alimentação, observação de doenças, controle dos inimigos naturais. Posteriormente, as colmeias foram transportadas até o Meliponário Experimental da UFMT. Os ninhos regatados estão descritos na Tabela 2, com as informações sobre sua origem e identificação. Foram resgatadas nove espécies: Tetragonisca angustula (Latreille, 1811), Melipona seminigra (Friese, 1903), Scaptotrigona sp, Tetragonisca aff weyrauchi (Schwarz, 1943), Scaura tenuis (Ducke, 1916), Melipona pernigra (Moure & Kerr, 1950), Frieseomelita aff trichocerata (Moure, 1990), Leurotrigona aff muelleri (Friese, 1900), Melipona aff fasciculata (Smith, 1854). O maior número de resgates foi realizado na cidade de Sinop (Tabela 2), no entorno da MT Rodovia João Adão Scherer (Latitude: 11º S, Longitude: 55º27 44 W), em áreas desmatadas com perspectivas de construção de loteamentos urbanos, pastagens/áreas de agricultura e uma madeireira também nesta mesma área. No município de Cláudia, os resgates foram realizados no assentamento rural Zumbi dos Palmares (Latitude:11º21 26,9 S, Longitude:55º13 37,9 W), distante cerca de 100 Km de Sinop. Os ninhos localizados estavam em tocos de árvores, em áreas desmatadas para composição de pastagens. Estes tocos estavam em processo de enleiramento, para futura incineração, o que se previa como uma certeza da perda dos enxames nesse local. Os enxames resgatados nesse local constituíram-se apenas da espécie Tetragonisca angustula (Tabela 2). Ademais, os outros resgates foram efetuados por terceiros que colaboraram com o trabalho, como os enxames doados pela UHE- Colíder (Tabela 3), resgatados nos espaços de implantação da usina hidroelétrica, por equipe especializada. Como no Meliponário de apoio já estavam as colmeias resgatadas, estas da Usina foram as primeiras alocadas no Meliponário Experimental da UFMT e realizados os procedimentos de manejo necessários. Além desses espaços de resgate, citam-se também outros espaços urbanos, como caixas de fiação elétrica na Universidade Federal de Mato Grosso, Campus de Sinop, de onde foram resgatas colônias de Tetragonisca angustula (Tabela 2). 27

28 Tabela 2 - Abelhas resgatadas e alocadas no Meliponário Experimental da UFMT - Campus de Sinop. Origem da colônia Sinop Coordenadas geográficas Latitude: 11º S, Longitude: 55º27 44 W Cláudia Latitude: 11º25 0,5 S Longitude: 55º11 59 W Sinop Latitude: 11º53 45 S, Longitude: 55º26 46 W Sinop Juara Juara Juara Sinop Sinop Latitude: 11º S, Longitude: 55º28 50 W Latitude: 10º47 42,24 S, Longitude: 57º05 02,78 W Latitude: 10º47 42,24 S, Longitude: 57º05 02,78 W Latitude: 10º47 42,24 S, Longitude: 57º05 02,78 W Latitude 11º S, Longitude: 55º W Latitude: 11º S, Longitude: 55º W Quantidade Nome comum Nome científico 6 Jataí Tetragonisca angustula 4 Jataí Tetragonisca angustula 1 Uruçu boca de renda Melipona seminigra 2 Mandaguari Scaptotrigona sp 1 Jataí acreana Tetragonisca aff weyrauchi Observação Colônias resgatada em leiras Colônias resgatadas em pastagem Colônia resgatada em uma madeireira Colônias resgatadas em leiras Resgate feito por um produtor rural 1 Jataí preta Scaura tenuis Resgate feito por um produtor rural 1 Uruçu boca de renda Melipona pernigra 4 Marmelada Frieseomelitta aff trichocerata 1 Lambe olho Leurotrigona aff muellari Resgate feito por um produtor rural Colônias resgatadas em pastagem Colônia resgatada em pastagem Sinop Latitude: 11º S, Longitude: 55º W 1 Uruçu gigante Melipona aff fasciculata Colônia resgatada em tora Sinop/UF MT Latitude: 11º S, Longitude: 55º W 7 Jataí Tetragonisca angustula Colônia resgatada em caixa de fiação elétrica Além destes, também foram recebidos 03 enxames resgatados (Melipona pernigra, Scaura tenuis e Tetragonisca weyrauchi) por um produtor rural numa fazenda do município de Juara (Latitude: 10º47 42,24 S, Longitude: 57º05 02,78 W). Os enxames foram recebido em 28

29 caixas de madeira não padronizadas e de imediato foram transferidas para caixas racionais (modelo INPA) e mantidas em quarentena no Meliponário de apoio (Tabela 2). Todos os enxames resgatados sobreviveram e tiveram boa adaptação. A maioria das espécies de ASF resgatadas são endêmicas da região norte mato-grossense, exceto Frieseomelitta aff trichocerata e Melipona seminigra. Os 4 enxames de Frieseomelitta trichocerata foram resgatados em área desmatada para pastagem. Porém, está espécie também foi descrita (2 amostras), no inventário elaborado por Fernandes et al. (2012), na região sudoeste de Mato Grosso. Contudo, em consulta ao catálogo Moure, verificou-se que esta espécie não tem sua presença catalogada no estado de Mato Grosso e sim nos estados do Amapá, Pará, Rondônia e Amazonas (CAMARGO & PEDRO, 2013). Já a Melipona seminigra é conhecida a presença no estado do Pará e Amazonas (CAMARGO & PEDRO, 2013). No entanto, como o resgate desta colônia foi realizado em uma madeireira (Tabela 2), isto pode revelar a inclusão de uma espécie exótica para este habitat, pois as toras de árvores provém de várias regiões e, por isso, não se sabe ao certo a origem deste enxame. Esse fato é preocupante, pois se não há presença dessa espécie no Mato Grosso, há um sério risco de perda do enxame, devido a falta de variabilidade genética, o que possivelmente afeta os mecanismo de defesa ambiental e a reprodução das colmeias (KERR et al., 1996). A distribuição da jataí acreana (Tetragonisca weyrauchi) é descrita por Camargo & Pedro (2013) em todo o estado do Mato Grosso, contudo, nos resgates realizados não foi observado esta espécie nas cidades de Sinop e Cláudia. De acordo com a Tabela 2, as espécies que apresentaram maior quantidade no resgate são as Tetragonisca angustula, em segundo a Frieseomelita trichocerata e terceiro, a Scaptotrigona sp. As demais constituem-se de apenas de 1 enxame para cada espécie, estas observações podem apontar uma redução da biodiversidade na área deste estudo. A redução da biodiversidade das ASF pode estar relacionada, fundamentalmente, ao processo de desmatamento que a região sofreu. A exemplo da Tetragonisca weyrauchi que necessita de árvores, pois constrói ninhos aéreos frequentemente em forquilhas inclinadas de árvores (CORTOPASSI-LAURINO & NOGUEIRA-NETO, 2003). As demais espécies também podem ter sua baixa presença devido a escassez de mata nativa (KERR et al. 1996; 2001). Destacando que, para comprovar esta afirmação seria necessário um levantamento minucioso de vários pontos da região, o que foge ao alcance deste trabalho. A ocupação do espaço que constitui a cidade de Sinop foi caracterizada por fortes interferências no meio natural, na qual a selva inicial perdeu seu aspecto original 29

30 progressivamente, conforme as ações do homem e suas atividades de sobrevivência e geração de lucros. O setor extrativista (madeira) teve seu auge na década de 1990 e mais tarde cedeu lugar para o agronegócio e outras atividades de bens e serviços (SOUZA, 2017). Dessa maneira, a cidade possui características de um polo regional de destaque no norte de Mato Grosso, com população estimada em 2017 de hab. (IBGE, 2017). Também é destaque como centro universitário no norte de Mato Grosso, atraindo estudantes de várias regiões do país. No entanto, já reflete as consequências do desmatamento na vida das ASF. É importante destacar o número mais elevado da espécie Jataí (Tetragonisca angustula), o que comprova sua abundância na região de Sinop e cidades vizinhas. No Campus da UFMT/Sinop, os ninhos desta espécie foram resgatadas nas entradas dos distribuidores de energia subterrâneos, ao longo das calçadas. A reserva florestal ao fundo da Universidade possivelmente permitiu a presença natural dessas abelhas. A jataí é uma abelha com características adaptáveis, daí a facilidade de encontrá-las em espaços urbanos e com distribuição em toda a região tropical e neotropical (CAMARGO E PEDRO, 2013). Produz um mel excelente, é bem rústica, visita muitas flores e tem hábitos higiênicos (NOGUEIRA-NETO,1997). A Figura 5 apresenta os enxames que foram resgatados em loteamento no perímetro urbano de Sinop, sendo A e B Tetragonisca angustula e C Scaptotrigona sp. As Figuras mostram a entrada dos ninhos em restos de árvores, que estavam amontoados para posterior incineração. Figura 5. Tocos de árvores com ninhos resgatados ( A e B Tetragonisca angustula e C Scaptotrigona sp.) em áreas abertas para loteamentos urbanos em Sinop/MT. Crédito: Adilson Heidmann 4.2 Captura de enxames com iscas Para capturar enxames, durante o processo de enxameação, foram confeccionadas iscas 30

31 com garrafas pet, envelopadas com papelão e plástico, com parte interna composta de uma loção atrativa à base de cera, própolis e cerume de variadas espécies (Figura 6). O método de confecção foi baseado em procedimento relatado na literatura (NOGUEIRA-NETO (1997). Figura 6. Isca PET para captura de enxames de abelhas sem ferrão. Crédito: Adilson Heidmann As iscas instaladas em reserva de mata no Km 5 da MT140, no entorno do rio Teles Pires e na reserva de mata da UFMT/Campus de Sinop não atraíram enxames, talvez porque os locais apresentavam esconderijos naturais para a nidificação de novos ninhos, possivelmente mais adequados do que as iscas instaladas. Porém, foram capturadas 03 colmeias de Tetragonisca angustula, em iscas de garrafa PET colocadas em três espaços diferentes em Sinop/MT: no centro da cidade (Latitude: 11º S; Longitude: 55º30 37,8 W), no bairro Jardim Europa (Latitude: Longitude: ) e Jardim Celeste (Latitude: 11º53 03 S; Longitude: 55º W). Estas capturas foram realizadas por populares parceiros do projeto, ou seja, pessoas que participaram dos cursos oferecidos pelo SEBRAE e EMBRAPA em parceria com a UFMT. Os enxames capturados permaneceram aos cuidados das pessoas que os adquiriram. Contudo, a equipe da UFMT auxiliou no processo de transferência desta colmeias para caixas racionais. 4.3 Enxames doados para o Meliponário Experimental da UFMT / Câmpus de Sinop Alguns enxames foram recebidos por meio de doação da equipe de resgate da Usina Hidrelétrica de Colíder (UHE) Colíder (Latitude: 10º57 54 S, Longitude: 55º32 25 W). Estes enxames, 17 ninhos, entre meliponas e trigonas, foram retirados de áreas de risco de 31

32 alagamento, pois com a implantação da usina hidroelétrica, várias árvores foram retiradas, impossibilitando que os enxames permanecessem em ambiente natural (Tabela 3). Outra instituição que colaborou com o projeto foi a prefeitura de Alta Floresta MT, por meio do projeto Olhos d Água da Amazônia, que capacita e incentiva a criação de abelhas nativas por pequenos produtores da região, especificamente a Melipona pernigra. A instituição doou 5 enxames do Meliponário Municipal de Alta Floresta (Latitude: 9º 52 16,6 S, Longitude: 56º03 19,6 W) para a UFMT, Campus de Sinop, com intuito de colaborar com as pesquisas e conscientização sobre a importância das ASF em nossas vidas. Os enxames doados pela UHE e pela prefeitura de Alta Floresta constam na Tabela 3. Tabela 3- Enxames doados para o Meliponário da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus de Sinop. Quantidade Nome cientifico Nome comum Origem 4 Tetragonisca angustula Jataí UHE, Colíder 2 Scaptotrigona sp Mandaguari UHE, Colíder 7 Scaptotrigona polysticta Benjoí UHE, Colíder 3 Melipona abunensis (Cockerell, 1912) 1 Nannotrigona punctata (Smith,1854) Uruçu Iraí 5 Melipona pernigra Uruçu boca de renda UHE, Colíder UHE, Colíder Prefeitura de Alta Floresta 4.4 Identificação de espécies de abelhas sem ferrão de meliponários da região e em ambiente natural Nesta seção são apresentados os dados de identificação de abelhas coletadas em ambiente natural e em meliponários da região. Em Sinop foram coletadas 11 espécies para identificação, sendo 4 em ambiente natural nas proximidades do ponto de Latitude: 11º55 08 S; Longitude: 55º W e 1 amostra em área urbana (poste de energia) na coordenada de Latitude: 11º S e Longitude: 55º W. As outras 6 amostras são pertencentes ao meliponário urbano do Engenheiro Agrônomo Expedito Steffanello (Latitude: 11º S; Longitude: 55º30 37,8 W). Já em Santa Carmem, foi coletada 1 amostra em ambiente natural urbano, na residência do acadêmico Luiz Maurina (Latitude: 11º S; Longitude: 55º W). Além destas, mais 8 amostras advindas de um Meliponário rural em Alta Floresta, na 32

33 propriedade do Sr. Edson Francisco (Latitude: 9º53 22,5 S; Longitude: 56º W), e 1 amostra em ambiente natural próximo ao Meliponário da Prefeitura de Alta Floresta (Latitude: 9º 52 16,6 S; Longitude: 56º03 19,6 W ). A Tabela 4 apresenta a descrição das espécies obtidas em meliponários e no ambiente natural. Assim, os objetivos desta atividade foi fornecer informações sobre as espécies aos meliponicultores, fazer o levantamento da diversidade na região e verificar quais espécies estão sendo utilizadas para exploração comercial em meliponários regionais. Porém, verificou-se a introdução de espécies exóticas em meliponário comercial, tal como a Melipona quadrifasciata (Lepeletier, 1836) Tabela 4, comum nas regiões sul e sudeste do Brasil (CAMARGO & PEDRO, 2013). Em Alta Floresta e cidades próximas já há o comércio de mel de Uruçu boca de renda nas feiras livres. Ressalta-se considerações para algumas dessas abelhas, visto que nem todas essas espécies estão disponíveis no meliponário da UFMT. É importante destacar que parte dessas abelhas não se adequam para a produção de mel ou pólen, é o caso das Tetragona truncata (Moure, 1971) e Tetragona clavipes (Fabricius, 1804), pois no processo de transferência e manejo são muito suscetíveis ao ataque de forídeos, dificultando a sua estruturação e exigindo do meliponicultor um cuidado extremo (DUARTE, 2012). Já o gênero Partamona (Schwarz, 1939), em sua maioria, são termitófilas obrigatórias, ou seja, fazem ninho em cupinzeiros (CAMARGO, 1980). Por isso, a impossibilidade de alocá-las em caixa racional, mostrando que essa espécie deve ficar em ambiente natural. Em relação a construção do ninho, caso semelhante ocorre com a Trigona amazonensis (Ducke, 1916), porém são feitos com geoprópolis que são parecidos com os cupinzeiros que as Partamonas habitam, sendo edificados externamente, normalmente em troncos de árvores altas e paredes (OLIVEIRA et al., 2013). No entanto, não é muito visada para criação pelos meliponicultores, pois há relato na literatura que estas prejudicam os botões florais de algumas plantas, a exemplo do maracujazeiro (Passiflora sp.) (SILVA, 2016). Outra abelha que apresenta particularidades de comportamento é a Lestremelitta (Friese, 1903), pois é um gênero de abelhas que são cleptobióticas, por isso não devem ser introduzidas em meliponários (MARCHI & MELO, 2006). Cabe ainda destacar, a do gênero Oxytrigona (Cockerell, 1917), pois é uma espécie de grande ocorrência na região e que se adapta bem em caixa racional, no entanto, o fato de ser muito defensiva e produzir uma substância cáustica que causa queimaduras afastam a possibilidade de criá-las em meliponários onde há visitação ou circulação de pessoas, pois oferecem perigo aos que se aproximam da colmeia (SOUZA et al., 2007). 33

34 As demais espécies citadas na Tabela 4 possuem exemplares no meliponário da UFMT e podem ser utilizadas no setor produtivo. Tabela 4: Identificação das espécies de outros meliponicultores e exemplares de ambiente natural. Nome científico Nome comum Coletor Localidade Observação Tetragona truncata Abelha canudo Heidmann, A. Sinop Enxame em reserva ( Moure, 1971) ambiental Tetragona clavipes Borá Heidmann, A. Sinop Enxame em área urbana (Fabricius, 1804) (poste de energia) Partamonacombinata (Pedro & Camargo, 2003) Abelha cupim Heidmann, A. Sinop Enxame em residência Partamona vicina Abelha olho de vidro Heidmann, A. Sinop Enxame em reserva (Camargo, 1980) ambiental Trigona amazonensis Irapuá Heidmann, A. Sinop Enxame em residência (Ducke, 1916) Lestrimelita ciliata Limão Maurina, L. Santa Enxame em residência (Marchi & Melo, 2006) Carmem Melípona pernigra Uruçu boca de renda Steffanello, E. Sinop Enxame em caixa (Moure & Kerr, 1950) racional Melípona fasciculata Uruçu preta Steffanello, E. Sinop Enxame em caixa (Smith, 1854) racional Frieseomelita trichucerata Marmelada Steffanello, E. Sinop Enxame em caixa (Moure, 1990) racional Scaptotrigona polystcta Benjoí Steffanello, E. Sinop Enxame em caixa (Moure, 1950) racional Tretragonista angustula Jataí Steffanello, E. Sinop Enxame em caixa (Latreille, 1811) racional Tretragonista fiebrigi Mirím Steffanello, E. Sinop Enxame em caixa (Schwarz, 1938) racional Trigona williana Irapuá amarela Francisco, E. Alta Floresta Enxame em reserva (Friese, 1900) ambiental Scaura longula (Lepeletier, Jataí preta Francisco, E. Alta Floresta Enxame em caixa 1836) racional Melipona quadrifasciata Mandaçaia Francisco, E. Alta Floresta Enxame em caixa (Lepeletier, 1836) racional Frieseomelitta varia Marmelada Francisco, E. Alta Floresta Enxame em caixa (Lepeletier, 1836) racional Tetragona clavipes Borá Francisco, E. Alta Floresta Enxame em caixa (Fabricius, 1804) racional Oxytrigona tataira (Smith, Caga fogo Francisco, E. Alta Floresta Enxame em caixa 1863) racional Melipona fasciculata Uruçu gigante Francisco, E. Alta Floresta Enxame em caixa (Smith, 1854) racional Scaptotrigona polysticta Benjoí Francisco, E. Alta Floresta Enxame em caixa (Moure, 1950) racional Scaptotrigona. Sp. (Moure, 1942) Mandaguari Francisco, E. Alta Floresta Enxame racional em caixa 34

35 4.5 Atividades de manejo, multiplicação dos enxames e descrição do acervo do meliponário experimental da UFMT Câmpus de Sinop O processo de transferência dos enxames para caixas racionais geralmente exige a alimentação artificial das colmeias, conforme a necessidade, pela observação da quantidade de potes de alimento em cada colmeia (Figura 6 B). Assim sendo, o manejo das caixas racionais consistiu-se não só na alimentação dos ninhos, mas também na limpeza, com a elaboração de armadilhas para captura de inimigos naturais, principalmente o Forídeo (Pseudohypocera sp.), bem como divisão e transferência de enxames. Essas atividades realizaram-se desde a aquisição dos primeiros enxames, sendo constantes e de suma importância para resguardar essas espécies (NOGUEIRA-NETO, 1997; VILLAS-BÔAS, 2012; CARVALHO-ZILSE et al., 2012). Para alimentação artificial foi utilizado mel da própria espécie ou xarope de mel de Apis mellifera (50%), colocados no interior das caixas racionais em tampas de garrafa pet, para as abelhas pequenas como as Jataís. Já para as abelhas maiores, como as Uruçus, os potes usados eram de aproximadamente 100 ML, nos quais foram inseridos pequenos palitos ou gravetos, para evitar que as abelhas se afogassem, conforme observado na Figura 7. Figura 7. Melipona fasciculata (A) e Tetragonisca angustula (B) com os potes para alimentação artificial. Crédito: Adilson Heidmann Em relação ao processo de limpeza, a espécie que mais exigiu esse procedimento foram as Meliponas, possivelmente por apresentar maior quantidade de material residual e liberarem um odor semelhante ao ácido acético, que atraem dípteros para posturas de ovos e consequentemente formação de larvas que destroem os ninhos (PEREIRA et al., 2012). Para controlar a quantidade de elementos endógenos nas colmeias, nesse caso, os 35

36 forídeos, elaborou-se uma isca com potinhos perfurados na tampa e com conteúdo composto de vinagre de maçã (atrativo) para captura (NOGUEIRA-NETO, 1997), pois seu cheiro é semelhante ao do pólen, atraindo os forídeos (KERR et al. 1996). O enxame que apresentou maior dificuldade de controle de Forídeo foi a Melipona seminigra, pois foi resgatado em uma madeireira e estava em estado crítico, com o ninho muito fragilizado. A limpeza de retirada das larvas foi realizada diariamente, durante aproximadamente 40 dias, até que o ninho se fortaleceu e não necessitou mais desse cuidado. A armadilha com o uso de vinagre também foi muito utilizada para este enxame. Para controle de inimigos exógenos, como as formigas e cupins, foi aplicado óleo lubrificante usado nos pés-direitos do meliponário, para evitar que subissem nas colmeias (CARVALHO-ZILSE et al., 2012). Os enxames de resgate (Tabela 2) foram todos transferidos para caixas racionais e alocados de acordo com o tamanho da caixa e a espécie. Já os enxames doados pela UHE de Colíder (Tabela 3) estavam em caixas de madeira em bloco único, sem as divisões que facilitam o manejo (CARVALHO-ZILSE et al., 2012), por isso todos os ninhos foram transferidos para caixas racionais modelo INPA. A divisão artificial das famílias está representada na Tabela 5, na qual consta a data, a espécie dividida, o código da colmeia-mãe e, para a colmeia-filha o mesmo código, porém acrescido da letra A. Neste código, os dois primeiros números representam o tamanho da caixa e os dois últimos, o número do enxame. Sendo que para a divisão, se mantém os números da colmeia-mãe na colmeia-filha, acrescentando-se apenas uma letra nesta última. Tabela 5 Descrição da divisão das colmeias Data Espécie Código da colmeia mãe Código da colmeia filha 22/03/2018 Melipona pernigra A 12/06/2018 Scaptotrigona polysticta A 12/06/2018 Scaptotrigona polysticta A 12/06/2018 Scaptotrigona.sp A 14/06/2018 Melipona pernigra A 16/06/2018 Melipona pernigra A 16/06/2018 Scaptotrigona polysticta A 30/06/2018 Scaptotrigona polysticta A O acervo atual do meliponário da UFMT, Campus de Sinop é composto pelas colmeias resgatadas (Tabela 2) e doadas (Tabela 3) e está descrito na Tabela 6. Na Figura 7 consta o Meliponário com as colmeias em caixas racionais distribuídas nas prateleiras. 36

37 Tabela 6 - Diversidade de abelhas sem ferrão do acervo do meliponário da UFMT/Campus de Sinop. Número Nome científico Nome popular Origem de colmeias 16 Tetragonisca angustula Jataí Resgate pastagem, loteamentos urbanos e UHE (Sinop, Cláudia e Colíder) 1 Partamona combinata Abelha Cupim Resgate (Sinop) 8 Melipona pernigra Uruçu boca de Doação (Alta Floresta e renda Juara) 1 Melipona seminigra Uruçu boca de Resgate Madeireira (Sinop) renda 3 Melipona abunensis Uruçu Resgate UHE - Colíder 1 Melipona fasciculata Uruçu Resgate (Sinop) 4 Scaptotrigona.sp Mandaguari Resgate (Sinop) 10 Scaptotrigona polysticta Benjoí Resgate UHE - Colíder 1 Leurotrigona muelleri Lambe olhos Resgate pastagem (Sinop) 1 Nannotrigona punctata Iraí Resgate UHE - Colíder 1 Scaura tenuis Jataí preta Resgate (Juara) 1 Tretragonisca weyrauchi Jataí acreana Resgate (Juara) 4 Frieseomelita trichocerata Marmelada Resgate Loteamento urbano e pastagem (Sinop) Total= 52 As ASF da tribo Trigonini apresentam maior número de ocorrência no meliponário pelo fato de ser uma tribo com maior diversidade de espécies (CAMARGO & PEDRO, 2013). Compreendem este grupo: Tetragonisca angustula, Partamona combinata (Pedro & Camargo, 2003), Scaptotrigona.sp, Leurotrigona muelleri, Nannotrigona punctata, Scaura tenuis, Tretragonisca weyrauchi e Frieseomelita trichocerata. As demais pertencem a tribo Meliponini. As Meliponini também apresentam uma boa quantidade no acervo, apesar de se verificar que o catálogo Moure não aponta como distribuída as espécies Melíponas pernigras e seminigras em Mato Grosso. O não registro no catálogo coincide com a descrição de Fernandes et al. (2012), que não relata amostras dessa espécie na região sudoeste de Mato Grosso, apenas uma amostra de Melipona quinquefasciata (Lepeletier, 1836). No entanto, a Melipona abunensis (Cockerell, 1912) presente na tabela, é descrita como ocorrente no estado (CAMARGO & PEDRO, 2013). O que se tem observado durante o manejo, é que as Meliponas possuem um crescimento 37

38 relativamente rápido, ou seja, formação e estruturação dos ninhos após multiplicação artificial (NOGUEIRA-NETO, 1997). O grupo Melipona está entre os principais enxames criados no Amazonas (CARVALHO-ZILSE et al., 2012), indicando ser uma espécie de boa adequação para iniciantes na meliponicultura, juntamente com as Trigonas da espécie Tetragonisca angustula, que possui excelente adaptação em diversos espaços (NOGUEIRA-NETO, 1997). Figura 8. Meliponário finalizado com o acervo atual. Crédito: Adilson Heidmann CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS Esta pesquisa teve como tema o resgate e a identificação das abelhas sem ferrão no norte de Mato Grosso, principalmente na cidade de Sinop e a construção do meliponário no campus da UFMT de Sinop, que foi uma consequência do resgate. Essas atividades nasceram da preocupação com a realidade ambiental da região, que tem refletido na sobrevivência das ASF em contexto urbano e rural. Diante do exposto, chega-se a resultados positivos para atender os objetivos propostos para este trabalho, uma vez que o meliponário da UFMT está instalado e composto de 52 enxames em caixas racionais, com diversidade de 13 espécies diferentes e 9 gêneros. A espécie com maior número de colônias é a Tetragonisca angustula, com 16 colônias. A baixa riqueza de espécies de ASF resgatadas pode ser um indicativo da redução da biodiversidade na região deste estudo. 38

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