ALTERAÇÃO AO SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS
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- Augusto Gameiro Canela
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1 NEWSLETTER 4 Setembro de 2015 ALTERAÇÃO AO SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DE Foi publicada em Diário da República a Portaria n.º 309/2015, de 25 de Setembro, que vem alterar o sistema de classificação de empreendimentos turísticos. A nova Portaria faz uma revisão e actualização do sistema de classificação de empreendimentos turísticos, em particular, do sistema de atribuição e dispensa da atribuição da categoria. De acordo com a Portaria agora publicada o legislador pretendeu fazer uma revisão e actualização do sistema de classificação de empreendimentos turísticos, com vista a consolidar o seu valor enquanto referência de qualidade. Assim, a revisão deste sistema de classificação, em particular, do sistema de atribuição da categoria visa promover, por um lado, a necessária actualização dos requisitos relativos às instalações, aos equipamentos, aos serviços e aos produtos de lazer e negócios, bem como, por outro, o reforço da valorização da qualidade da oferta, no que respeita não só à qualidade de serviço em geral como também às suas componentes ambiental, energética e urbanística. 1. TIPOS DE Em matéria de tipos de empreendimentos turísticos, a Portaria agora publicada veio incluir os hotéis rurais aos tipos de empreendimentos turísticos já previstos e que são objecto do sistema de classificação. Assim, com a presente Portaria, o sistema de classificação aplica-se aos seguintes tipos de empreendimentos turísticos: Estabelecimentos Hoteleiros; Aldeamentos Turísticos; Apartamentos Turísticos; Hotéis Rurais.
2 2. CLASSIFICAÇÃO DOS Uma das alterações decorrente da entrada em vigor da Portaria n.º 309/2015, de 25 de Setembro, respeita à classificação dos empreendimentos turísticos. Isto porque, anteriormente os empreendimentos turísticos eram classificados apenas em função da categoria, sendo que para efeito de atribuição era necessário o cumprimento de requisitos obrigatórios, bem como a obtenção da pontuação em requisitos opcionais. turísticos passam a ser classificados mediante a atribuição: a) Da tipologia e do grupo; b) Da categoria. Ora, com a presente alteração legislativa, os empreendimentos turísticos passam a ser classificados mediante a atribuição: a) Da tipologia e, quando aplicável, do grupo; b) Da categoria. No entanto, incumbe realçar que a classificação dos empreendimentos turísticos fica sempre dependente do cumprimento dos requisitos obrigatórios comuns de classificação tais como: a) Apresentar adequadas condições de higiene e limpeza, conservação e funcionamento das instalações e equipamentos; b) Insonorização de toda a maquinaria geradora de ruídos em zonas de clientes, em especial ascensores e sistemas de ar condicionado; c) Sistema de armazenamento de lixos quando não exista serviço público de recolha; d) Sistema de iluminação de segurança; e) Sistema de prevenção de riscos de incêndio; f) Água corrente quente e fria; g) Telefone ligado à rede exterior, quando estiver disponível o respectivo serviço público.
3 3. CATEGORIAS DOS Tendo em consideração o aditamento dos hotéis rurais aos tipos de empreendimentos turísticos, passam a ser estabelecidas as seguintes categorias para cada um dos tipos de empreendimentos turísticos: i. Aos estabelecimentos hoteleiros é atribuída uma categoria de 1 a 5 estrelas; ii. iii. Aos aldeamentos turísticos e aos apartamentos turísticos é atribuída uma categoria de 3 a 5 estrelas; Aos hotéis rurais é atribuída uma categoria de 3 a 5 estrelas. 4. ATRIBUIÇÃO DE CATEGORIAS DOS EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS Para a atribuição de uma determinada categoria a um empreendimento turístico é necessário o cumprimento cumulativo (i) de requisitos mínimos obrigatórios e ainda (ii) de requisitos opcionais que permita a obtenção da pontuação mínima obrigatória fixada para a categoria. Naturalmente que para cada categoria são fixados os requisitos mínimos obrigatórios e os requisitos opcionais. Os requisitos mínimos obrigatórios podem ser dispensados: i. Pelo Turismo de Portugal, I.P.; ii. Pela Câmara Municipal. Saliente-se que os requisitos mínimos obrigatórios podem ser dispensados: i. pelo Turismo de Portugal, I. P., no caso dos empreendimentos turísticos que sejam classificados como estabelecimentos hoteleiros; aldeamentos turísticos; apartamentos turísticos; conjuntos turísticos (resorts); ou hotéis rurais; ii. pela Câmara Municipal nos demais casos. Tal como se encontrava anteriormente previsto, após a fixação da classificação podem ser alterados os requisitos opcionais escolhidos para a obtenção da pontuação mínima obrigatória mediante comunicação ao Turismo de Portugal, I. P.
4 5. DISPENSA DA ATRIBUIÇÃO DE CATEGORIAS DOS A alteração ao regime jurídico da instalação, exploração e funcionamento dos empreendimentos turísticos determinada pelo Decreto-Lei n.º 15/2014, de 23 de Janeiro, veio consagrar, entre outros, a possibilidade de dispensa da atribuição da categoria. Com esta possibilidade, o legislado pretendeu criar uma alternativa para os interessados cujo projecto ou empreendimento não se adeqúe às exigências do actual sistema de classificação por categoria, como também abrir um espaço de maior flexibilidade dentro do qual um determinado projecto ou empreendimento possa direccionar-se às características da procura. turísticos podem solicitar expressamente ao Turismo de Portugal, I.P. a dispensa de atribuição de categoria. Nessa medida, a presente Portaria veio regulamentar os requisitos que um determinado tipo de empreendimento turístico tem de cumprir para poder solicitar expressamente a dispensa da atribuição de categoria. Assim, no caso dos estabelecimentos hoteleiros e dos hotéis rurais estes devem cumprir os requisitos para a atribuição da categoria de 3, 4 ou 5 estrelas, devendo 20 % da pontuação obtida por via de requisitos opcionais resultar do cumprimento de requisitos constantes da secção qualidade e sustentabilidade. Relativamente aos aldeamentos turísticos estes devem cumprir os requisitos para a atribuição da categoria de 4 ou 5 estrelas, devendo 20 % da pontuação obtida por via de requisitos opcionais também resultar do cumprimento de requisitos constantes da secção qualidade e sustentabilidade. Por fim, os apartamentos turísticos devem cumprir os requisitos para a atribuição da categoria de 4 ou 5 estrelas, devendo 20 % da pontuação obtida por via de requisitos opcionais resultar igualmente do cumprimento de requisitos constantes da secção qualidade e sustentabilidade. A dispensa da atribuição da categoria é concedida pelo Turismo de Portugal, I. P. em sede de fixação da classificação.
5 6. EFEITOS DA DISPENSA DA ATRIBUIÇÃO DE CATEGORIAS DOS turísticos dispensados de atribuição de categoria ficam isentos de comunicar qualquer categoria, sem prejuízo de serem equiparados a uma. A dispensa da atribuição da categoria isenta o empreendimento turístico de publicitar, comunicar ou ostentar qualquer categoria para todos os efeitos que tiver por convenientes, bem como proíbe terceiros de utilizarem qualquer categoria sem o seu consentimento expresso. Por outro lado, o empreendimento turístico a quem foi concedida a dispensa da atribuição da categoria é equiparado à categoria de 3, 4 ou 5 estrelas que permitiu essa dispensa. Para este efeito, a equiparação consta do Registo Nacional dos Empreendimentos Turísticos com a expressa indicação de que se trata de mera equiparação e de que a mesma não equivale à atribuição de qualquer categoria. Por fim, em caso de dispensa de atribuição de categoria o empreendimento turístico pode invocar essa equiparação sempre que tal lhe for solicitado por terceiros e este pretenda dar resposta a tal solicitação. Luís Pinto luis.pinto@luispintoadvogados.com
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