JAIME BERNARDES GOLFE DICAS & SEGREDOS

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2 JAIME BERNARDES GOLFE DICAS & SEGREDOS miolo_golfe.indd 5 2/5/ :56:33

3 7 SUMÁRIO Introdução / Um pouco de história / A competição / 19 handicap / 20 os campos / 21 os tacos / As regras do golfe / 23 as regras básicas / 23 água / 23 azar / 24 azar aquático / 24 azar lateral aquático / 24 banca / 24 bola provisória / 24 corpo estranho / 24 fairway / 24 green / 25 limites do campo / 25 obstáculos soltos / 25 obstrução artificial / 25 ordem de tacar primeiro / 26 postura / 26 preparando a tacada / 26 privilégio / 26 solo em reparação / 26 tacada / 26 tee de saída / 26 algumas regras específicas / 27 best-ball / 27 bola a identificar / 27 bola bate em outra bola no green / 27 bola bate em outro objeto no green / 27 miolo_golfe.indd 7 2/5/ :56:34

4 8 bola bate na bandeira / 28 bola batida com o putter de fora do green / 28 bola batida contra carro / 28 bola cai do tee / 28 bola completamente enterrada na banca / 28 bola em buraco / 29 bola em buraco de divot / 29 bola em posição injogável / 29 bola encostada na bandeira / 29 bola enterrada / 29 bola errada / 30 bola errada batida por outro participante / 30 bola na árvore / 30 bola na beirada de um azar aquático / 30 bola na estrada / 30 bola na grama alta (rough)/ 31 bola no green errado / 31 bola obstruída pelo ancinho / 31 bola parada perto de estaca / 31 bola se mexe / 31 bola suspensa na beirada do buraco / 32 bola tacada para azar aquático / 32 bola tacada para fora do campo / 32 bola tocada, acidentalmente, durante o ensaio / 32 bolas / 32 bolas impróprias para jogar / 32 conselhos, dar ou pedir / 33 contra o campo, disputa / 33 disputas / 34 dropar a bola / 34 limpar a bola / 34 marcar a bola / 34 marcas de pregos de sapatos no green / 34 marcas do tee, deslocar as / 35 melhorar a posição da bola / 35 obstáculos soltos impedindo o swing / 35 obstáculos soltos na banca / 35 obstáculos soltos no green / 35 par-point / 36 miolo_golfe.indd 8 2/5/ :56:34

5 9 regimento dos azares aquáticos / 36 skin / 37 swing obstruído por obstáculos soltos / 37 swing, parar o / 37 tacada falha (air shot) / 37 taco na areia da banca / 37 resumo das infrações mais comuns / Etiqueta no golfe / Elementos básicos do golfe / 45 o grip / 45 a postura / 47 posição da bola / 48 alinhamento da cabeça do taco / 49 trajetória do swing / Tacadas elementares / 51 o drive / 51 tacadas no fairway / 52 tacadas de aproximação / 52 ferros médios / 54 ferros curtos / 54 pitch-wedge / 56 pitch por baixo / 56 chip / 57 sand-wedge / 57 putter / Tacadas controladas / 59 cobra / 59 draw / 60 fade / Tacadas especiais / 63 solo duro / 63 terreno inclinado, descendente / 63 terreno inclinado, ascendente / 64 terreno inclinado, lateral, acima dos pés / 65 terreno inclinado, lateral, abaixo dos pés / 65 plano muito inclinado: saída com um chip / 65 bola atolada em agulhas de pinheiro / 65 bola no divot / 66 bola encostada no limite entre o fairway e a grama alta / 67 miolo_golfe.indd 9 2/5/ :56:34

6 10 bola quase escondida no meio da grama alta / 68 ventos pela frente (contrários) / 68 ventos por trás (a favor) / 68 ventos da esquerda para a direita / 68 ventos da direita para a esquerda / 69 fairway molhado / 69 bola em poça de água / 69 green rápido / 69 green lento / 69 green molhado / Tacadas problemáticas / 71 tacada por baixo das árvores / 71 bola na grama alta (no rough) / 72 tacada por cima das árvores / 73 bola na grama alta molhada / 73 bola na banca, os pés fora dela / 74 banca de areia fofa / 75 banca de areia dura / 75 bola enterrada na areia / 75 bola na areia tipo ovo frito / 75 bola na banca lateral do fairway I / 76 bola na banca lateral do fairway II / 76 bola na banca de borda baixa / 77 bola embaixo de arbusto / 77 bola atrás de árvore / 78 bola de aproximação por baixo / 79 bola meio submersa / Correções rápidas para tacadas ruins / 81 o slice / 81 o hook / 82 bola alta demais / 83 olhar a bola / 83 dar um top na bola / Dicas e segredos / 85 de olhos fechados /87 reduza a velocidade para ganhar confiança / 89 quanto mais alta a grama... / 91 na hora de trocar de tacos... / 93 miolo_golfe.indd 10 2/5/ :56:34

7 11 termine o swing direito / 95 instinto e intuição / 97 deixe a ansiedade de lado / 99 contra o vento, um ou dois tacos a mais / 101 o grip / 103 taco na mão esquerda / 105 o chicote final / 107 a empunhadura correta / 109 postura: concentração inicial / 111 hora de abrir e de fechar a postura / 113 o ipsílon perfeito / 115 dobre os joelhos, mas não fique agachado / 117 mais controle nos chips / 119 queixo para cima na hora do chip / 121 levantar a bola numa almofada de areia / 123 green: decida direção e distância em separado / 125 não exagere a movimentação da cabeça / 127 exercícios para segurar a cabeça / Microdicionário de golfe / Entidades do golfe brasileiro / Histórias velhas e novas / Bibliografia / 159 miolo_golfe.indd 11 2/5/ :56:34

8 13 GOLFE DICAS E SEGREDOS Introdução O golfe é mais do que um esporte, é uma festa. Para quem vê jogar golfe, seja no campo ou na televisão, sentese atraído. São belas as paisagens, os golfistas se vestem com estilo esportivo, bem alinhado, as caminhadas são saudáveis, aparentemente é um jogo fácil. Difícil, é seguir a competição, saber quem está ganhando ou perdendo. Este é um livro para quem vê, para quem pretende jogar e para quem joga golfe. Mas inclui apenas as noções básicas do esporte, aliás, como não podia deixar de ser. O golfe é um jogo complexo. Para jogar bem, é preciso estudar, ouvir um bom profissional, praticar muito. E mesmo assim você ainda vai esquecer aquele detalhe essencial para aquela tacada que vai precisar realizar. Então, rapidamente, você consulta o livrinho, relembra tudo e parte para a tacada com total convicção. O essencial do golfe está aqui. E, além disso, aquelas dicas e segredos que só os grandes mestres conhecem... E, tal como é da praxe entre golfistas, a saudação clássica: Bom jogo! miolo_golfe.indd 13 2/5/ :56:34

9 15 1. UM POUCO DE HISTÓRIA Quase todo o mundo que de qualquer modo teve algum contato com o golfe, até por comentários de amigos golfistas, acha que o jogo nasceu na Escócia, mas, na realidade, não é bem assim. Realmente, foi na Escócia, em Leith e em 1744, que foram escritas as primeiras regras do golfe, substantivadas, no dia 17 de maio de 1754, em St. Andrews, pelo Royal and Ancient Golf Club, hoje considerado a Meca do golfe mundial. E daí se reconhece que a história do golfe começou. No entanto, para não falar de outros jogos de bola e taco, como o paganica dos romanos, jogos reconhecidos como uma espécie de golfe, existe, sim, aquilo que podemos chamar de pré-história que começou em 1360 na Holanda. Foram os holandeses os inventores do golfe. Na época, o jogo era conhecido como colf, uma palavra derivada, certamente, de outra, alemã, kolbe que significa taco. O dito colf tornou-se bastante popular entre os holandeses que o jogavam nas ruas, em percursos que iam de um ponto inicial e terminavam longe, por exemplo, na porta de uma igreja, sendo vencedores aqueles que realizassem o percurso em menos tacadas. Mas logo depois, o colf foi proibido pelas autoridades em função dos estragos provocados nas residências e em edifícios públicos e dos acidentes pessoais: as bolas eram de madeira ou de couro recheado de penas e a pontaria dos jogadores, nem sempre a melhor... A multa era de 20 shillings. miolo_golfe.indd 15 2/5/ :56:34

10 16 A proibição, porém, décadas mais tarde, foi anulada em parte. O colf passou a ser permitido, mas só em campos abertos ou na superfície gelada de lagos e lagoas dos condados holandeses. Historicamente, as relações entre holandeses e escoceses sempre foram muito fortes e amistosas, principalmente, entre o leste escocês virado para o Mar do Norte e o litoral holandês. E foi no leste escocês que se criaram os primeiros campos de golfe, muito antes de o jogo passar para o lado ocidental da Escócia, na costa atlântica. Além disso, durante muito tempo, os holandeses foram os únicos fabricantes de bolas de golfe, exportando-as para a Escócia. Mas, por motivos quase inexplicáveis, no século 17, o jogo saiu de moda na Holanda e o bastão da história golfista ficou, então, nas mãos escocesas. The Old Course, de St. Andrews, é uma espécie de catedral, lugar de peregrinação de golfistas de todo o mundo e onde poucos podem jogar. Desse lugar que alguns consideram divino, surgiram não só as primeiras regras como todas as muitas interpretações obedecidas em todos os países. A entidade que superintende o golfe nos Estados Unidos da América, a Usga, fundada em 1894, apresentou de início algumas regras divergentes, mas em 1950 foi estabelecido um acordo entre as duas federações, a escocesa e a norte-americana, unificando os itens que regem o jogo. Aliás, não existe confederação internacional de golfe, não esquecendo, também, que em cada campo no mundo inteiro prevalecem as regras locais, decorrentes da sua configuração. A evolução histórica do golfe, tanto na Europa quanto na América do Norte, sempre foi marcada pelo surgimento de grandes golfistas, permanecendo o jogo como um esporte de elites, as que podiam pagar caro por tacos e bolas. Só recentemente, há uns vinte anos, o esporte começou a se popularizar entre os americanos. A expansão foi fenomenal não só nos Estados Unidos como na Europa e na Ásia, principalmente no Japão. Os custos baixaram extraordinariamente, ficando ao alcance das classes médias. Milhares de campos foram construídos miolo_golfe.indd 16 2/5/ :56:35

11 17 por toda a parte, não apenas por clubes, mas também pelas autoridades públicas. Um exemplo: em Portugal, em 1990, existiam apenas cinco campos de golfe. Dez anos mais tarde, passaram a existir 72! No Brasil, o golfe ainda tem um longo caminho pela frente para atingir os níveis de popularidade dos Estados Unidos, da Europa ou da Ásia. Nem mesmo na América Latina, estamos bem. O número de campos em todo o país não passa de um pouco mais de 100! É preciso que surjam uns três Gugas no golfe brasileiro para que o esporte se desenvolva e se expanda de forma coerente com os níveis internacionais. O golfe no Brasil, digamos, veio na bagagem de ingleses e escoceses e na seqüência dos muitos investimentos feitos, privilegiadamente, pela Grã-Bretanha no nosso país, a partir da chegada ao Rio de Janeiro de D. João VI. Foram, justamente, os ingleses e escoceses da Cia. São Paulo Railway os pioneiros do golfe no Brasil com a construção do São Paulo Golf Club em 1901, seguido do Santos Golf Club, em S. Vicente, em 1915, e do atual Clube Campestre, em Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul, em No Rio de Janeiro, o Gávea Golf & Country Club foi oficialmente criado em Na década de 1930, foram fundados o Itanhangá e o Teresópolis Golf Club. No início, o Itanhangá foi construído com um campo plano que não lembra o atual, tudo para facilitar o jogo do presidente Getúlio Vargas, que não conseguia bons resultados no Gávea. Na mesma época foram construídos o Porto Alegre Country Club, no Rio Grande do Sul, e o Graciosa Country Club, no Paraná. Em 1939, apareceu Mário Gonzalez, um golfista de Santana do Livramento, cujas conquistas ficam ilustrando para sempre a história do esporte no Brasil. Em 1957, representantes do St. Andrews e da Usga, reuniramse em Washington para organizar o primeiro campeonato mundial por equipes. O Brasil foi convidado a participar através de Seymour G. Marvin, na época único brasileiro sócio de St. Andrews. Nesse ano, para participar, Marvin criou no Rio de Janeiro a ABG (Associação Brasileira de Golfe). miolo_golfe.indd 17 2/5/ :56:35

12 18 O Brasil compareceu ao torneio World Amateur Team Championship, em St. Andrews, na Escócia, com uma equipe constituída por Humberto de Almeida, Raul Borges, Sylvio Pinto Freire Jr. e João Barbosa Correa, e chefiada por Seymour Marvin, que conquistou a competição paralela para delegados e capitães, a Duffers and Delegate Cup. Até agora, o Brasil é o único país, além dos Estados Unidos, que participou de todos os campeonatos mundiais. Em 1960, a ABG mudou-se para São Paulo, sendo presidida por Júlio da Cruz Lima. Além de cuidar das equipes representantes do país, a instituição conseguia importar tacos e bolas de golfe com isenção alfandegária, conforme a legislação vigente, para distribuição aos clubes filiados. Após Júlio da Cruz Lima, a entidade foi presidida por Seymour Marvin, sucedido por Jesse Rinehart Jr., que, em 1969, criou a atual CBG Confederação Brasileira de Golfe. Isso foi possível devido à fundação da terceira Federação Estadual, no Rio de Janeiro. A CBG passou, então, a agregar as federações Paulista, Sul-Rio-grandense e do Rio de Janeiro. miolo_golfe.indd 18 2/5/ :56:35

13 19 2. A COMPETIÇÃO Em competição, o golfista deve procurar realizar o menor número possível de tacadas entre a área de saída, o tee, e o buraco na área de chegada, o green. Em geral, os campos de golfe têm 18 buracos que, conforme a distância, são de par 3, 4 e 5, sendo estes os números ideais de tacadas a realizar. Se o golfista, por exemplo, fizer um buraco de par 5 em quatro tacadas, ele estará uma tacada abaixo do número ideal. Se fizer o buraco em seis tacadas, estará uma tacada acima do ideal. Nas grandes competições transmitidas pela televisão, os grandes craques do golfe, em geral, vão cumprindo suas atuações abaixo do par. Isto é, Tiger Woods, por exemplo, considerado atualmente o maior golfista de todos os tempos, vence a competição com várias tacadas abaixo do par. Isto significa que ele cumpriu a tabela da competição com X tacadas abaixo do número ideal do campo. E cumpriu essa tabela com menos tacadas que os seus adversários. Em golfe, a competição realiza-se sob duas formas: por tacadas (stroke-play) e por buracos (match-play). No primeiro caso, a competição se estabelece como se fosse um exame. O jogador tem que cumprir todos os buracos do campo no menor número de tacadas possível e todos os jogadores estão sujeitos às mesmas regras, no mesmo ambiente. Isto significa que não existe um confronto direto entre os golfistas participantes. Só no fim da competição se saberá quem ganhou, embora se possa acompanhar e comparar o desempenho de cada um. miolo_golfe.indd 19 2/5/ :56:35

14 20 Já no segundo caso, os jogadores são colocados em parcerias e disputam a classificação buraco-a-buraco, em confronto direto. O que ganhar o maior número de buracos passará à fase seguinte, por eliminatórias, até se chegar ao vencedor final. HANDICAP Em geral, no início, o golfista não tem handicap. Após a entrega de 20 cartões com os resultados obtidos, o capitão de golfe lhe atribui um handicap, normalmente, handicap 36, isto é, o golfista poderá jogar contra qualquer outro em igualdade de condições. Digamos que dois golfistas entram em campo para disputar uma partida. Um é handicap zero e o outro é handicap 36. É como se dois atletas disputassem uma corrida de 100 metros rasos. Aquele de handicap zero parte da marca dos 100 metros e aquele de handicap 36 já parte 36 metros à frente. E vamos ver quem chega primeiro à meta. No golfe, se o par do campo é 71 tacadas e o golfista de handicap zero conta 71 tacadas para completar os 18 buracos do campo, mas o golfista de handicap 36 conta 100 tacadas para completar o campo, quem ganha? O golfista de handicap 36, visto que ele tem direito a abater 36 tacadas às suas 100 gross (brutas), ficando com 64 tacadas net (líquidas). Ele fez 64 tacadas net e ganhou do seu adversário que fez 71 tacadas net. Por isso, o golfe é um esporte em que adversários de diferentes níveis técnicos podem competir entre si graças aos diferentes handicaps definidos para cada um. Ao número de tacadas brutas de cada um, sempre deve ser subtraído o handicap do golfista para determinar o número de tacadas líquidas que serve de comparação entre os golfistas e suas atuações, definindo assim a classificação entre todos. O handicap é determinado, de início, pelo clube a que o jogador está associado. Em geral, espera-se que o golfista entregue 20 cartões assinados por duas pessoas que acompanharam o golfista no campo. Depois, o golfista passará a estar inscrito na Federação da área e a partir daí ele terá um handicap oficial que lhe permite disputar torneios. miolo_golfe.indd 20 2/5/ :56:35