COMISSÃO PERMANENTE DE FINANÇAS, PATRIMÓNIO E RECURSOS HUMANOS PARECER. PROPOSTA n.º 648/2014

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1 COMISSÃO PERMANENTE DE FINANÇAS, PATRIMÓNIO E RECURSOS HUMANOS PARECER PROPOSTA n.º 648/2014 SUBMETER À APRECIAÇÃO E DELIBERAÇÃO DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA A ALIENAÇÃO EM HASTA PÚBLICA DO PRÉDIO SITO NA RUA DO JASMIM N.º 11 E 11A E DA PARCELA DE TERRENO DESTINADA A CONSTRUÇÃO COM A ÁREA DE ,48 m2, SITA NA AV. 24 DE JULHO, CONDICIONADA ESTA À PRÉVIA APROVAÇÃO PELA ASSEMBLEIA DO PLANO DE URBANIZAÇÃO DE ALCÂNTARA, ASSIM COMO APROVAR OS VALORES DE LICITAÇÃO PROPOSTOS, APROVAR AS PEÇAS ESCRITAS E DESENHADAS, CONCRETAMENTE O PROGRAMA DE CONCURSO E O CADERNO DE ENCARGOS E ADMITIR O PAGAMENTO DO PREÇO RESULTANTE DA ARREMATAÇÃO EM DUAS MODALIDADES À ESCOLHA DO ADJUDICATÁRIO E APROVAR A CONSTITUIÇÃO DA COMISSÃO DA HASTA PÚBLICA E DELEGAÇÃO DE PODERES, NOS TERMOS DA PROPOSTA A Comissão Permanente Municipal de Finanças, Património e Recursos Humanos, reunida em 01 de Dezembro de 2014, deliberou produzir o seguinte Parecer relativamente à Proposta n.º 648/2014, na parte que corresponde à competência exclusiva da Assembleia Municipal de Lisboa, como disposto na alínea i) do n.º 1 do art.º25.º da Lei n.º 75/2013 de 12SET. Parte I 1. A Proposta em apreço consiste na inclusão na Hasta Pública a ter lugar até ao final de 2014 (cf. n.º 12 dos Considerandos da Proposta) dos activos imobiliários não estratégicos que se concretizam no prédio sito na Rua do Jasmim n.º 11 e 11A e na parcela de terreno destinada a construção com a área de ,48 m2, sita na Av. 24 de Julho, condicionada esta à prévia aprovação pela Assembleia do Plano de Urbanização de Alcântara (cf. al.ª a) do n.º 2 das Deliberações da Proposta).

2 2. Consiste também na aprovação dos valores de licitação propostos, das peças escritas e desenhadas, concretamente o Programa de Concurso e o Caderno de Encargos e em admitir o pagamento do preço resultante da arrematação em duas modalidades à escolha do adjudicatário (cf. al.ª c) e subalíneas i) e ii) da al.ª d) do n.º 2 das Deliberações da Proposta) e bem assim, em aprovar a constituição da Comissão da Hasta Pública (cf. n.º 3 das Deliberações da Proposta) e delegação de poderes na mesma Comissão para: (i) Promover a rectificação de todos os erros e omissões; (ii) (iii) Realizar esclarecimentos; Prorrogar os prazos de entrega dos documentos que habilitam os candidatos a participar na Hasta Pública sempre que tal seja necessário. 3. A Comissão Permanente Municipal de Finanças, Património e Recursos Humanos, verificou serem os valores base de licitação respectivamente de ,00 (um milhão, duzentos e cinquenta mil Euros) para o prédio da R. do Jasmim n.ºs 11 e 11A e de ,00 (vinte milhões, trezentos e cinquenta mil Euros) para o terreno na Av. 24 de Julho, montantes estes que, nos termos da já referida Lei n.º 75/2013, obrigam a uma apreciação e aprovação da alienação pela Assembleia Municipal de Lisboa, prévia à concretização dos seus efeitos. 4. Estes valores base são o resultado da média aritmética arredondada das 2 (duas) avaliações efectuadas para o prédio da Rua do Jasmim n.º 11 e 11A, sendo notável que em sede de discussão em Câmara foi referenciada, eventualmente por lapso, a existência não de 2 mas de 3 (três) avaliações (cf. linha 19 da pag. 4) e das 4 (quatro) avaliações efectuadas para os terrenos da Av. 24 de Julho. 5. A alienação, em hasta pública, dos terrenos da Av. 24 de Julho com a área de ,48 m2 está condicionada à prévia aprovação pela Assembleia Municipal do Plano de Urbanização de Alcântara (cf. al.ª a) do n.º 2 das Deliberações da Proposta). 6. Verifica-se também que a série de aprovações da Proposta em sede de Câmara, (cf. linhas 1 a 9 e linhas 13 a 25 da pag. 23), deixou, aparentemente por votar e aprovar, o disposto na al.ª e) que se segue ao n.º 3 das Deliberações da Proposta, como se contém nas al.ªs (i), (ii) e (iii) do n.º 2 da Parte I deste Parecer. 7. A esta 1.ª Comissão Permanente compete, a análise das questões de índole financeira, patrimonial e de recursos humanos, pelo que cabe neste Parecer sublinhar os seguintes pontos: 2

3 a. A verba aprovada em Orçamento e Plano de Actividades para 2014 no que concerne a alienação de activos patrimoniais não estratégicos, segundo o Quadro 4A- Alienação de património 2014 desse Orçamento, é da ordem de ,00 que está ainda muito longe de ser alcançada, sendo certo que faltam apenas 30 dias para a conclusão do ano orçamental. b. O histórico das previsões orçamentais nesse âmbito tem representado aliás a sua sistemática sobreavaliação, com taxas de execução ínfimas, resultando em aprovisionamento muito insuficiente das rubricas alvo de despesas, nomeadamente a do serviço da dívida. c. Encontra-se na transcrição do registo magnético da discussão em Câmara, a informação não inclusa nos Considerandos nem nas Deliberações da Proposta que a Câmara só disponibilizará ao adjudicatário os terrenos alienados no prazo de cerca de 1 (um) ano (cf. linhas 19 a 23 da pag. 13), continuando porém por definir com precisão o destino do material aí depositado e muito principalmente os procedimentos quanto às centenas de trabalhadores que aí prestam agora serviço. Nem sequer se quantificam os gastos e custas inerentes a tão complexa e demorada operação a deduzir, portanto, das verbas obteníveis em Hasta Pública, custas estas ainda mais empoladas se enquadradas num movimento global de concentração dos serviços camarários em 3 polos. (cf. linhas 7 a 10 da pag. 20) d. Na discussão em Câmara o Sr. Vice-Presidente declara que a prioridade do ponto de vista da política financeira do Município é a alienação de activos que se consideram não estratégicos, para fazer face aos encargos da dívida ou do serviço da dívida provenientes quer da extinção da EPUL quer do processo Bragaparques (cf. linhas 26 a 37 da pag. 10 e linhas 1 a 3 da pag. 12). Ocorre relevar que ambas essas obrigações são directamente provenientes de opções da própria Câmara Municipal e que em súmula, a operação mais não representa do que uma troca de activos, onerada por pesados encargos financeiros e de funcionamento que só para o terreno da antiga Feira Popular são 17 M de serviço da dívida, em ano de cruzeiro (cf. linhas 33 a 36 da pag 20). e. Finalmente de sublinhar que a questão de fundo dessa condicionante imperativa suspensiva que é esperar que se torne eficaz o Plano de Urbanização de Alcântara antes de lançar e publicitar a Hasta Pública (cf. n.º 20 dos Considerandos da Proposta), se destina a assegurar a maior valorização possível desses terrenos. Aliás as avaliações efectuadas já prevêem essa valorização, por via do alargamento dos usos e do índice de edificabilidade definido no Plano Director Municipal, chegando ao índice de 2,0 em parte da parcela, por se considerar tratar-se de uma nova polaridade urbana, numa operação com impacto 3

4 semelhante a loteamento (cf. penúltima e última linha da pag. 14 e linhas 1 a 3 da pag. 15 conjugadas com o n.º 16 dos Considerandos da Proposta) Parte II Não considerou o Relator útil ou necessário acrescentar qualquer facto em termos de opinião própria, nem lhe foram comunicadas quaisquer intenções por parte das forças políticas representadas na Comissão, de apresentar opiniões específicas quanto a esta Proposta. Parte III Conclusões 1. Será necessário clarificar se é lapso a referência a 3 (três) avaliações do prédio da Rua do Jasmim n.ºs 11 e 11A. 2. Há que confirmar se foi votado e aprovado em sede de Câmara Municipal o conteúdo da alínea e) do n.º 2 (ou do n.º 3) das Deliberações da Proposta. 3. É relevante saber-se quando e em que circunstâncias ficará definido o destino dos trabalhadores ora em serviço nas instalações camarárias implantadas no terreno acima referido, assim como dos materiais e equipamentos que aí se guardam ou recolhem. 4. Representando o edificado que venha a implantar-se no terreno em causa, a primeira linha construtiva a partir da margem do Rio, considera-se que poderá ser excessiva a altura de fachada implícita na Proposta, adveniente dos termos de referência do Plano de Urbanização de Alcântara em resultado do elevado índice construtivo permitido, superior ao determinado no Plano Director Municipal de Lisboa. Recomendação Recomenda-se á Camara Municipal de Lisboa que seja especialmente acautelada a apreciação de qualquer projeto urbanístico que seja proposto para este local dado que a rentabilização e valorização dos activos imobiliários da Câmara não podem nem devem ser obtidas à custa da descaracterização da cidade de Lisboa. Neste contexto, os Agrupamentos Municipais e Deputados Independentes subscritores do presente Parecer, declaram reservar para o Plenário a expressão do seu sentido de voto. 4

5 Este Parecer foi APROVADO por UNANIMIDADE dos membros presentes da Comissão. Assembleia Municipal de Lisboa, 1 de Dezembro de 2014 A Presidente da Comissão O Deputado-Relator (Irene Lopes) (João de Magalhães Pereira) 5