Modelagem Numérica do Perfil de Sucção para Diferentes Taxas de precipitação da cidade de Goiânia e Brasília

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Modelagem Numérica do Perfil de Sucção para Diferentes Taxas de precipitação da cidade de Goiânia e Brasília"

Transcrição

1 Modelagem Numérica do de Sucção para Diferentes Taxas de precipitação da cidade de Goiânia e Brasília Melina Freitas Rocha Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil, melinafreitas@hotmail.com Carlos Alberto Lauro Vargas Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil, carloslauro@hotmail.com Gilson de F. N. Gitirana Jr. Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil, gilsongitirana@gmail.com RESUMO: Solos de regiões de clima tropical estão sujeito às sazonalidades das estações do ano. O nível do lençol freático desses solos tende a subir na época chuvosa e a descer na época seca. Assim, a resistência e a compressibilidade do material tendem a variar sazonalmente. A variação de umidade e sucção ao longo de um perfil pode ser obtida utilizando abordagens mecanísticas. Entretanto, a eficiência do método depende principalmente da acurácia dos dados meteorológicos e das propriedades do solo. A previsão da propagação de uma frente de molhagem no solo não saturado submetido à infiltração superficial é de importância na prática para muitos problemas geotécnicos e geoambientais. Muitos engenheiros acreditam que a poropressão negativa dos poros irá dissipar com a infiltração da chuva e consequetemente atingindo a saturação do solo e por isso são desconsideradas nos projetos. O presente trabalho ilustra que sob certas condições, a sucção do solo pode ser mantida. No intuito de avaliar o comportamento do perfil de sucção, utilizou-se a modelagem com elementos finitos para obtenção dos perfis utilizando a ferramenta numérica FlexPDE. Os dados meteorológicos e o solo utilizado foram da cidade de Goiânia e Brasília utilizando os valores de precipitação média máxima com intervalos de duração de dia (chuva máxima de um dia em cada ano medido) e dias (chuva máxima de dias em cada ano medido) para períodos de retorno de anos. A duração da precipitação e a intensidade de chuva relativa à permeabilidade saturada têm grande influência na profundidade da frente de molhagem e a intensidade da chuva com relação à permeabilidade saturada afeta a sucção mantida na superfície. Sendo que se observou que quanto maior a duração da chuva mais profunda a frente de molhagem. PALAVRAS-CHAVE: Solos não saturados. de sucção. Infiltração. INTRODUÇÃO A infiltração da água nos solos não saturados tem-se tornado um assunto mais frenquente na engenharia geotécnia e ciências hidrológicas. Vários estudos teem mostrado que o processo de infiltração é complexo, devido a alta não linearidade da curva característica solo água, permeabilidade do solo e as condiçãoes iniciais e de contorno, conforme os estudos de Dane e Wierenga (9); Serrano (99); Fok (9), Samani et al. (99). Regiões de clima árido e semiárido se caracterizam por possuírem taxa de evaporação superior a de infiltração e grande parte dos solos dessas regiões não atingem a condição de saturação durante a vida útil de diversas obras nelas construídas. Então, as condições microclimáticas são os fatores principais para que um depósito geológico seja não saturado e apresente poropressão negativa. Nessas regiões os períodos secos e chuvosos são bem definidos, sendo que no período seco a poropressão de água se torna bastante negativa e no chuvoso tende a uma redução da sucção, principalmente nas camadas mais rasas do

2 perfil. Este fenômeno indica uma condição favorável para o uso do comportamento mecânico dos solos não saturados em obras temporárias no período de seca, aproveitando o aumento da poropressão negativa (FREDLUND; RAHARDJO, 99). A compreensão da interação solo-atmosfera é um dos fatores essenciais para o estudo dos solos não saturados. As condições atmosféricas são responsáveis por constantes variações no teor de água dos poros do solo, com isso a sucção matricial está intimamente relacionada com as mudanças do meio. O perfil de sucção in situ pode variar de forma dinâmica. Muitos engenheiros acreditam que a poropressão negativa dos poros irá dissipar com a infiltração da chuva e consequetemente atingindo a saturação do solo e por isso são desconsideradas nos projetos. O presente trabalho ilustra que sob certas condições, a sucção do solo pode ser mantida. No intuito de avaliar o comportamento do perfil de sucção, utilizou-se a modelagem com elementos finitos para obtenção dos perfis utilizando a ferramenta numérica FlexPDE. Vários pesquisadores veem observando a influência da análise do perfil de sucção em muitos problemas da engenharia geotécnica, O modelo de infiltração simples proposto por Green e Ampt (9) indica que a profundidade da frente de molhagem durante a infiltração da chuva é proporcional ao coeficiente de permeabilidade saturado (ksat), mas inversamente proporcional ao escoamento no solo. Kasim, Fredlund e Gan (99) realizaram uma simulação numérica para investigar a influência do coeficiente de permeabilidade sobre a condição estacionária do perfil de poropressão numa camada de solo não saturado horizontal e inclinado. O estudo comprovou que a razão da taxa de infiltração com o ksat (i. e., q/ksat) e o valor de entrada de ar do solo são fatores dominantes que afetam a distribuição do perfil de sucção. No trabalho de Lu e Griffiths (), foi apresentada uma teoria geral para prever perfis de sucção em solos não saturados, levando em conta o tipo de solo e as taxas de evaporação e infiltração quando a CCSA é conhecida. Zhang et al. () ilustraram que sob certas condições a sucção do solo pode ser mantida. Basearam-se na teoria da infiltração e fluxo através de solos saturados e não saturados, no estado transiente e estacionário utilizando o SEEP/W (GeoStudio, ) e análises pelo método dos elementos finitos. PROPRIEDADES DO SOLO Os solos selecionados para as análises foi o estudado por Angelim () solo Goiânia e Santos () solo Brasília. O solo Goiânia trata-se de um solo compactado com baixa compressibilidade (Tabela ) situado no aterro da ombreira esquerda da barragem do Ribeirão João Leite, Goiânia-GO. O solo Brasília é um silte de alta compressibilidade colapsível (Tabela ) localizado no Setor de Transporte Rodoviário e Carga Sul, trecho, Conjunto A, Guará-DF. Tabela. Índicies físicos. Solo IP (%) γ s (kn/m ) k sat C (m/s) SUCS Goiânia,, - ML, Brasília,, - MH, A Curva Característica Solo Água foi determinada segundo a técnica do papel filtro, Rocha (). Os ajustes da CCSA e a previsão da condutividade hidráulica foram realizados segundo o modelo proposto por Gitirana Jr. e Fredlund () e Brook e Corey (9). A Tabela apresenta os parâmetros de ajustes da CCSA e a Figura e Figura o comportamento das curvas obtidas. Tabela. Parâmetros de ajuste da CCSA. Solo Goiânia Brasília Ψ b (kpa),, Ψ res (kpa) S res (kpa) Ψ b (kpa) S b Ψ res (kpa) S res (kpa) OBS: Ψ b = primeiro valor de entrada de ar-vea- (macroporos); Ψ res = primeiro valor de sucção residual; S res = primeiro grau de saturação residual; Ψ b = segundo VEA (microporos); Ψ res = segundo valor de sucção residual; S res = segundo grau de saturação residual. e

3 Grau de saturação, %, 9,,,,,,,,,,, Sucção matricial, kpa Figura. Ajuste da CCSA em função do grau de saturação. Solo Brasília Solo Goiânia precipitação foram selecionadas, a fim de produzir diferentes quantidades de infiltração e de escoamento (caso houver). Como mostra a Figura. Tabela. Análises realizadas, para o solo Goiânia e Brasília. Período Prof. Duração de Profundidade Escavação chuva retorno do NA wt (m) D (m) t (dias) T (anos),e-,e- Solo Brasília Solo Goiânia Permeabilidade, m/s,e-9,e-,e-,e-,e-,e-9 Sucção matricial, kpa Figura. Previsão da condutividade hidráulica não saturada. PROGRAMA FlexPDE Para obtenção dos perfis de sucção utilizou-se a ferramenta numérica FlexPDE Version (PDE Solutions, ). Para a definição dos casos a serem analisados, foi considerado a variação do nível do lençol freático, o tempo de duração da chuva e o período de retorno. A Tabela. mostra as análises realizadas. Quanto às condições de contorno buscou-se o conservadorismo aplicando nas laterais e na parte inferior do problema o fluxo zero (i.e. toda água que chegar ao N.A será absorvida, como se não houvesse capacidade para escoar e irá armazená-la, dando a condição de flutuação do N.A). Já no limite superior a condição aplicada foi de precipitação. Diferentes quantidades de Figura. Condições de contorno e malha adotada. Baseado nas equações de continuidade e na Lei de Darcy, a equação diferencial parcial que governa o fluxo transiente bidimensional através dos solos não saturados pode ser formulado conforme a Equação. k x x h x + k y y h θ w = y t ()

4 Onde segundo a relação constitutiva proposto por Fredlund e Morgenstern (9) tem-se a Equação, que foi aplicada no programa. k x x h x + k y y h w h = m ρ wg () y t. Determinação da Precipitação Os dados foram obtidos com consulta na ANA (). A análise de frequência dos dados foi feita considerando a série anual (i.e constituída por alturas pluviométricas máximas de cada ano) com os valores de precipitação média máxima com intervalos de duração de dia (chuva máxima de um dia em cada ano medido) e dias (chuva máxima de dias em cada ano medido), segundo Rocha (). Na construção da curva i-d-f (intensidadeduração-frequência) foi necessário ajustar a distribuição estatística aos maiores valores anuais de precipitação para cada duração escolhida; a) para cada duração foi obtido às precipitações máximas anuais com base nos dados pluviométricos; b) para cada duração mencionada foi ajustada uma distribuição estatística; c) dividindo a precipitação pela sua duração obteve-se a intensidade; d) as curvas resultantes são a relação i-d-f (TUCCI, 99). Tabela. Duração e precipitações adotadas. Solo Goiânia Brasília Duração dia dias dia dias Precipitação (mm/dia),,,, Precipitação (m/s), -, -, -, - Intensidade máxima em mm/dia 9 Curva i-d-f Goiânia Duração da chuva em dias T.R = anos T.R = anos T.R = anos T.R = anos T.R = anos Figura. Curva intensidade-duração-frequência de precipitação de Goiânia. Intensidade máxima em mm/dia 9 Curva i-d-f Brasília Duração da chuva em dias T.R = anos T.R = anos T.R = anos T.R = anos T.R = anos Figura. Curva intensidade-duração-frequência de precipitação de Brasília. CONCLUSÕES E ANÁLISE DE RESULTADOS Pode-se classificar os perfis com duas fases ou regiões de molhagem: uma considerada como a parte de avanço da frente de molhagem em que a poropressão de água vai em busca de um valor sucção de equilíbrio (i.e., em alguns casos próximo ou um pouco antes ao VEA), esta região pode ser representada do ponto ao (Figura ); e outra região a partir do momento que atinge o valor de equilíbrio de sucção

5 constante, podendo este diminuir o seu valor, chegando a zero. O ponto foi definido como a coordenada correspondente à variação de poropressão, onde o perfil começa a sair do hidrostático; o ponto é a coordenada até a qual o solo conclui transição do estado original para o estado molhado até o limite do valor de equilíbrio, correspondente a uma precipitação; o ponto e trata-se da representação do perfil médio linear (média esta que equivale a áreas iguais). Com isso e fica representado como a espessura média de molhagem do perfil e em como a espessura da frente de molhagem, obtida pelo programa, definindo como região de influência. Figura. Pontos definidos nos perfis. O estado inicial, para todos os perfis foi tomado como sendo o hidrostático.. Solo Goiânia Analisando a Figura (a), que trata-se de uma escavação de m e N.A a m (i.e., D, wt), para chuva com duração de dia em que a taxa de precipitação é maior que o coeficiente de permeabilidade saturado do material o N.A continua na altura correspondente a m e quanto à frente de molhagem (em) obteve-se, m, chegando a valores máximos de poropressões (uw) de -, kpa. Para este caso foi observado que o perfil não teve o comportamento de um valor de equilíbrio de sucção (uw) estando este sempre em ascensão até buscar o valor de poropressão, kpa, atingindo esse valor na superfície. Em se tratando de uma precipitação com duração de dias observa-se que há um maior avanço na frente de molhagem, Figura (b) obtendo em =, m, podendo afirmar que a espessura de em está correlacionado com o período de infiltração da chuva. A análise para o lado passivo no caso de N.A raso ao final da escavação não foi representado devido ao comportamento hidrostático do perfil. Lado Ativo - D, wt, t, T uw uw - - (a) Lado Ativo - D, wt, t, T uw uw - - (b) Figura. Perfis obtidos, escavação de m e N.A no fundo da escavação. Quanto à evolução da frente de molhagem, para t, conforme a Figura 9, que corresponde a uma precipitação bem maior que o ksat. Desde as primeiras horas de chuva já percebe-se uma dissipação total da poropressão. Analisando o avanço da frente de molhagem, para t, conforme a Figura consegue-se avaliar a importância do tempo de infiltração quanto à frente de molhagem. Com dias de duração a em avança, m e no final de dias obtém-se em =, m.

6 Lado Ativo - D, wt, t,,,, Inicio=uw, horas, horas, horas 9, horas, horas, horas, horas 9, horas, horas horas Figura 9. Evolução do perfil de sucção com o tempo, t. Lado Ativo - D, wt, t,,,, - - Inicio=uw dias dias 9 dias dias dias dias dias dias dias dias Figura. Evolução do perfil de sucção com o tempo, t. Partindo-se para o caso de N.A profundo, (wt) em que a taxa de precipitação é bem maior que o ksat, Figura, os perfis do lado ativo e passivo possuem o mesmo desempenho. Quanto às frentes de molhagens do lado ativo obteve-se, m conforme a Figura (a) e grau de saturação equivalente a 99% e do lado passivo uma frente um pouco maior equivalente a, m. As frentes se diferem devido a profundidade do N.A em relação a cada lado, no lado ativo encontra-se mais profundo, então necessita-se de uma precipitação maior para ter a mesma frente de molhagem do lado passivo, que encontra-se mais perto do N.A. A sucção matricial na superfície do solo em ambos os lados reduziu-se a zero, o que já era esperado, devido a taxa de precipitação ser maior que o ksat. Lado Ativo - D, wt, t, T uw uw (a) Lado Passivo - D, wt, t, T uw uw - - (b) Figura. Perfis obtidos para o N.A profundo, chuva de dia. Para a precipitação com dias de duração o comportamento do perfil foi conforme o anterior, mas com frente de molhagem no caso ativo de, m, conforme a Figura (a) e para o caso passivo de,99 m segundo a Figura (b). Com essas taxas de precipitações a frente de molhagem avança, devido ao aumento da duração da precipitação, oferecendo um aumento no processo de infiltração com redução de poropressão até atingir o valor de, kpa.

7 Lado Ativo - D, wt, t, T uw uw (a) Lado Passivo - D, wt, t, T uw uw (b) Figura. Perfis obtidos para o N.A profundo, chuva de dias.. Solo Brasília Analisando a Figura, (D, wt), percebe-se que à medida que a precipitação aumenta a frente de molhagem avança. Para duração de dia e com taxa de precipitação menor que o coeficiente de permeabilidade saturado do material, o N.A continua na altura correspondente a m e a frente de molhagem (em) avança com em =, m chegando a valores máximos de poropressões (uw) -, kpa e obtendo um valor de equilíbrio de sucção (uw) de -, kpa em, m, concluindo que para a taxa de precipitação igual ou menor que o ksat a sucção matricial na superfície do solo se mantém próximo ao VEA (i.e.,, kpa). Em se tratando de uma precipitação com duração de dias observa-se que o N.A desloca-se, Figura (b), para a cota, m, tendo uma elevação de, m, atingindo um valor de equilíbrio de sucção correspondente a -, kpa. Indicando que uma chuva de menor intensidade, mas de longa duração ocasiona maior alteração no perfil de sucção do que uma chuva de alta intensidade e menor duração. Observa-se que quanto maior a duração da precipitação, mais infiltração tem-se no solo. Quando se tem elevação do N.A, não consegue identificar a frente de molhagem (i.e., capa de solo que foi umedecida) percebendo que todo o solo foi molhado até o nível do lençol freático, portanto nesses casos, considerando que a camada de solo está próximo da saturação. Lado Ativo - D, wt, t, T uw uw (a) Lado Ativo - D, wt, t, T uw uw - (b) Figura. Perfis obtidos, escavação de m e N.A no fundo da escavação. Quanto à evolução da frente de molhagem, para t, conforme a Figura, desde as primeiras horas de chuva já percebe-se a frente de molhagem que com o tempo vai evoluindo até alcançar em =, m. Observa-se também que a sucção matricial vai diminuindo e com, horas de chuva alcança-se um valor que se mantém constante com o tempo, próximo ao

8 VEA, perto da saturação do material. Analisando o avanço da frente de molhagem, para t, conforme a Figura, observa-se que nos três primeiros dias de chuva (i.e., Qtotal = mm) o perfil continua no hidrostático e começa a ter redução de poropressão a mais ou menos m da superfície. Sabendo-se que essa precipitação não supera ksat e que o período de infiltração foi de dias, a frente de molhagem avança ao comparar com uma chuva de maior intensidade, mas com o período de duração curto (i.e. t). Com dias de chuva percebe-se que o N.A começa a elevar-se chegando ao final de dias com uma elevação correspondente a, m. Portanto observa-se que a frente de molhagem encontrou-se com o N.A e se este não elevasse, a frente de molhagem continuaria avançando. Portanto para os casos em que ocorreu elevação do N.A, não foi identificado frente de molhagem. Lado Ativo - D, wt, t,,,, - - Inicio=uw dias dias 9 dias dias dias dias dias dias dias dias Figura. Evolução do perfil de sucção com o tempo, t. Lado Ativo - D, wt, t,,,, - - Inicio=uw dias dias 9 dias dias dias dias dias dias dias dias Figura. Evolução do perfil de sucção com o tempo, t. Partindo-se para o caso de N.A profundo em que a taxa de precipitação é menor que o ksat, Figura os perfis do lado ativo e passivo possuem o mesmo desempenho, no caso ativo a frente de molhagem atingiu,9 m e no caso passivo, m, atingindo valores de sucção com Sr = 9%. A sucção matricial na superfície do solo se manteve próximo ao VEA (i.e.,, kpa). No perfil da Figura (a) percebe-se uma não linearidade na cota de m (i. e., final da escavação), este fato é justificado devido ao fluxo gerado abaixo da ficha com o lado passivo para o ativo. Lado Ativo - D, wt, t, T uw uw (a) - - Lado Passivo - D, wt, t, T uw uw (b) Figura. Perfis obtidos para o N.A profundo, chuva de dia. Para a precipitação com dias de duração, Figura, o comportamento do perfil foi semelhante ao apresentado na Figura (b) devido a grande elevação do N.A torna-se inviável delimitar a profundidade da frente de molhagem. Com essas taxas de precipitações o perfil de sucção atinge um valor constante de uw = -, kpa no lado ativo e uw = -, kpa para o lado passivo. Em ambas as análises houve levantamento do N.A em média de m, levando em consideração que grande parte da

9 água infiltrada foi absorvida pelo N.A. Lado Ativo - D, wt, t uw uw (a) - - Lado Passivo - D, wt, t uw uw (b) Figura. Perfis obtidos para o N.A profundo, chuva de dias. As simulações com diferentes coeficientes de permeabilidade saturados mostrou que este é um parâmetro que controla significativamente o processo de infiltração no solo. No solo com permeabilidade ksat =, - m/s, solo Brasília, a infiltração no solo foi mais fácil, atingindo profundidades maiores de frentes de molhagem ocasionando melhor redução da sucção na superfície do solo. O solo Goiânia ksat =, - m/s o perfil de sucção passa a diminuir lentamente ocasionando mudanças no mesmo só em profundidades rasas, perto da superfície do solo. O que implica em frentes de molhagem menores, mas podendo atingir a saturação na superfície. Portanto, pode-se afirmar que quanto menor a permeabilidade do solo menor a frente de molhagem, e quanto maior a permeabilidade do solo mais profunda será à frente de molhagem. A intensidade da precipitação relativa com o ksat é outro fator importante e conclui-se que para valores de precipitação relativa acima do ksat o comportamento do perfil atinge a saturação na superfície, logo no início. Portanto quando I > ksat a abundância de água na superfície forma uma frente de saturação e ocorre run-off. Caso contrário onde I < ksat o perfis se mantém não saturado e não ocorre runoff. A duração da precipitação e a intensidade de chuva relativa à permeabilidade saturada têm grande influência na profundidade da frente de molhagem e a intensidade da chuva com relação à permeabilidade saturada afeta a sucção mantida na superfície. Sendo observado que quanto maior a duração da chuva maior a frente de molhagem e em alguns casos, como no solo Brasília, a água infiltrada pode atingir o N.A ocasionando levantamento do nível do lençol freático, reduzindo ainda mais o perfil de sucção. Para o solo Goiânia, quanto maior a duração da precipitação mais chance tem-se de chegar à dissipação total da poropressão na superfície. O nível do lençol freático teve um papel relativamente importante na variação da poropressão obtida na superfície devido à condição inicial do problema estar intimamente relacionado com o N.A. AGRADECIMENTOS Agradeço a CAPES, aos meus professores pelo apoio e a Universidade Federal de Goiás pela concretização desse trabalho. REFERÊNCIAS Angelim, R. R. (). Desempenho de Ensaios Pressiométricos em Aterros Compactados de Barragens de Terra na Estimativa de Parâmetros Geotécnicos. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) Universidade de Brasília. Faculdade de Tecnologia. Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Brasília, 9p. Brooks, R. H.; Corey, A. T. (9) Hydraulic properties of porous medium. Hydrology Paper, Colorado State University (Fort Collins) trd ed, p. Dane, J. H. e Wierenga, P. J. (9) Effect of hysteresis

10 on the prediction of infiltration, redistribution and drainage of water in a layered soil. Journal Hydrology, Vol, p. 9. Fok, Y. S. (9) One-dimensional infiltration into layered soils. Journal Irrigation Drainage Division, Vol. 9(), p. 9. Fredlund, D. G.; Morfestern, N. R. (9), Stress state variables for unsaturated soil. Journal of the Geotechnical Engineering Division. Vol., p. -. Fredlund, D. G.; Rahardjo, H. Soil Mechanics for Unsaturated Soil. John Wiley & Sons, Inc. New York, USA, 99. p. Gitirana JR., G. F. N.; Fredlund, D. G. () Soil water characteristic curve equation with independent properties. Journal of Geotechnical and Geoenvironmental Engineering. Vol., p. 9. Green, W. H.; Ampt, G. A. (9) Study on soil physics: I Flow of air and water in soils. Journal Agricultural Science. Vol., p.. Kasim, F. B.; Fredlund, D. G.; Gan, J. K. M. (99) Effect of steady state rainfall on long term matric suction conditions in slopes. nd International Conference on Unsaturated Soils. Vol., p. -. Lu, N.; Griffiths, D. V. () Profiles as steady-state suction stress in unsaturated soils. Journal of Geotechnical and Geoenvironmental Engineering (ASCE), Vol., n., p. -. Rocha, M.F. () Influência do de Sucção em Obras de Contenção em Solos não Saturados, Dissertação de Mestrado, Programa de Pós- Graduação em Geotecnia, Estruturas e Construção Civil, Universidade Federal de Goiás, p. Samani, Z., Cheraghi, A., Willardson, L. (99) Water movement in horizontally layered soils. Journal. Irrigation. Drainage. Division, Vol. (), p. 9-. Santos, M. A. A. () Influência das condições tridimensionais de tensão e fluxo na estabilidade de um talude em solo não saturado. Dissertação (Mestrado) Universidade de Brasília. Faculdade de Tecnologia. Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Brasília, p. Serrano, S. E. (99). Modeling infiltration in hysteretic soils. Adv. Water Resource, Vol. (), p.. Tucci, C. E. M. Hidrologia: Ciência e Aplicação. EDUSP. Edt. da UFRGS, ABRH, 99, 9 p. Zhang, L. L.; Fredlund, D. G.; Zhang, L. M.; Tang, W. H., () Numerical study of soil conditions under which matrica suction can be maintained. Canadian Geotechnical Jounal, Vol., p. 9-.

3.2 FORMULAÇÃO ANALÍTICA PARA O DIMENSIONAMENTO DE CONTENÇÃO EM SOLOS NÃO SATURADOS

3.2 FORMULAÇÃO ANALÍTICA PARA O DIMENSIONAMENTO DE CONTENÇÃO EM SOLOS NÃO SATURADOS D0076G13: Influência do perfil de sucção em obras de contenção em solos não saturados 111 3.2 FORMULAÇÃO ANALÍTICA PARA O DIMENSIONAMENTO DE CONTENÇÃO EM SOLOS NÃO SATURADOS As formulações foram desenvolvidas

Leia mais

6 Exemplos de Aplicação

6 Exemplos de Aplicação 6 Exemplos de Aplicação Neste capítulo são apresentados exemplos elaborados para que todas as propostas teóricas descritas nos capítulos 2, 3 e 4 sejam validadas. Programas em linguagem MATLAB foram desenvolvidos

Leia mais

ESTUDO DA CURVA CARACTERÍSTICA DE SOLOS COMPACTADOS

ESTUDO DA CURVA CARACTERÍSTICA DE SOLOS COMPACTADOS ESTUDO DA CURVA CARACTERÍSTICA DE SOLOS COMPACTADOS Larissa Andrade de Aguiar 1 ; Fernando Rodrigo de Aquino 1 ; Renato Cabral Guimarães 2 ; Gilson de Farias Neves Gitirana Junior 3 1 Acadêmicos PVIC/UEG,

Leia mais

Estudo da variação da sucção ao longo do ano de um talude de solo residual.

Estudo da variação da sucção ao longo do ano de um talude de solo residual. Estudo da variação da sucção ao longo do ano de um talude de solo residual. Cardoso Jr., C. R. Geotec Consultoria e Serviços Ltda., Aracaju, SE, Brasil, geotec.projetos@uol.com.br Futai, M. M. Escola Politécnica

Leia mais

4 Fluxo na barragem de terra de Macusani - Peru

4 Fluxo na barragem de terra de Macusani - Peru 78 4 Fluxo na barragem de terra de Macusani - Peru 4.1. Introdução Neste capítulo são feitas previsões de fluxo permanente e transiente na barragem de terra Macusani (Peru) utilizando como ferramentas

Leia mais

Simulação do efeito de um fluxo transiente na estabilidade dos taludes

Simulação do efeito de um fluxo transiente na estabilidade dos taludes Simulação do efeito de um fluxo transiente na estabilidade dos taludes Cardoso Jr., C. R. Escola Politécnica - USP, São-Paulo, SP, Brasil, carlos.rezende@poli.usp.br Futai, M. M. Escola Politécnica - USP,

Leia mais

Um Estudo Preliminar Sobre a Infiltrabilidade Vertical de Alguns Solos da Cidade de Salvador-BA

Um Estudo Preliminar Sobre a Infiltrabilidade Vertical de Alguns Solos da Cidade de Salvador-BA Um Estudo Preliminar Sobre a Infiltrabilidade Vertical de Alguns Solos da Cidade de Salvador-BA Luis Edmundo Prado de Campos Universidade Federal da Bahia Paulo Cesar Burgos Universidade Federal da Bahia

Leia mais

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

EXERCÍCIOS PROPOSTOS FLUXO UNIDIMENSIONAL EXERCÍCIOS PROPOSTOS QUESTÕES TEÓRICAS 1) Porque no líquido a carga total é constante. Nos solos acontece a mesma coisa? Por que? 2) As poro-pressões são calculadas multiplicando-se

Leia mais

UM MODELO COMPUTACIONAL PARA SIMULAÇÃO DA PERCOLAÇÃO DO CHORUME EM UM ATERRO SANITÁRIO

UM MODELO COMPUTACIONAL PARA SIMULAÇÃO DA PERCOLAÇÃO DO CHORUME EM UM ATERRO SANITÁRIO UM MODELO COMPUTACIONAL PARA SIMULAÇÃO DA PERCOLAÇÃO DO CHORUME EM UM ATERRO SANITÁRIO Marco Aurelio Holanda de Castro (1) Professor Adunto do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Universidade

Leia mais

EMPUXOS DE TERRA E ESTEDO DE TENCOES EM MACISSOS TERROSOS

EMPUXOS DE TERRA E ESTEDO DE TENCOES EM MACISSOS TERROSOS EMPUXOS DE TERRA E ESTEDO DE TENCOES EM MACISSOS TERROSOS Algumas vezes, na engenharia civil, não dispomos de espaço suficiente para fazer uma transição gradual das elevações do terreno onde queremos implantar

Leia mais

ANÁLISES DE FLUXO E ESTABILIDADE EM BARRAGEM DE TERRA E COMPARAÇÃO ENTRE DADOS PIEZOMÉTRICOS DE CAMPO E PRESSÕES OBTIDAS EM MODELAGEM NUMÉRICA

ANÁLISES DE FLUXO E ESTABILIDADE EM BARRAGEM DE TERRA E COMPARAÇÃO ENTRE DADOS PIEZOMÉTRICOS DE CAMPO E PRESSÕES OBTIDAS EM MODELAGEM NUMÉRICA COMITÊ BRASILEIRO DE BARRAGENS XXVII SEMINÁRIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENS BELÉM PA, 03 A 07 DE JUNHO DE 2007 CT A02 ANÁLISES DE FLUXO E ESTABILIDADE EM BARRAGEM DE TERRA E COMPARAÇÃO ENTRE DADOS PIEZOMÉTRICOS

Leia mais

4 Desenvolvimento do programa

4 Desenvolvimento do programa 4 Desenvolvimento do programa O programa de susceptibilidade desenvolvido neste trabalho foi implantado em ambiente MATLAB. A seguir são apresentadas as formulações e teorias utilizadas na análise de susceptibilidade

Leia mais

ANÁLISE DE SISTEMAS DE COBERTURA COMPOSTOS POR SOLOS TROPICAIS PARA PILHAS DE REJEITOS DE MINERAÇÃO

ANÁLISE DE SISTEMAS DE COBERTURA COMPOSTOS POR SOLOS TROPICAIS PARA PILHAS DE REJEITOS DE MINERAÇÃO Página 1 de 17 ANÁLISE DE SISTEMAS DE COBERTURA COMPOSTOS POR SOLOS TROPICAIS PARA PILHAS DE REJEITOS DE MINERAÇÃO Deborah Amoroso 1 Gilson Gitirana Jr. 2 Resumo: O fluxo de água no interior de rejeitos

Leia mais

INFLUÊNCIA DA TEXTURA DO SOLO SOBRE OS PARÂMETROS DOS MODELOS DE VAN GENUCHTEN E BROOCKS E COREY. Donizete dos Reis Pereira, Danilo Pereira Ribeiro

INFLUÊNCIA DA TEXTURA DO SOLO SOBRE OS PARÂMETROS DOS MODELOS DE VAN GENUCHTEN E BROOCKS E COREY. Donizete dos Reis Pereira, Danilo Pereira Ribeiro INFLUÊNCIA DA TEXTURA DO SOLO SOBRE OS PARÂMETROS DOS MODELOS DE VAN GENUCHTEN E BROOCKS E COREY Donizete dos Reis Pereira, Danilo Pereira Ribeiro Universidade Federal de Viçosa/DEA, Campus Universitário,

Leia mais

4 Exemplos de verificação

4 Exemplos de verificação Exemplos de Verificação 66 4 Exemplos de verificação Neste capitulo são apresentados exemplos para verificar o programa computacional desenvolvido para fluxo 3D em meios porosos saturados ou nãosaturados,

Leia mais

Uso do ensaio de compressão diametral para determinação dos parâmetros de resistência de solos não saturados.

Uso do ensaio de compressão diametral para determinação dos parâmetros de resistência de solos não saturados. Uso do ensaio de compressão diametral para determinação dos parâmetros de resistência de solos não saturados. Marcos Aires Albuquerque Santos, Yamile Valencia González e Márcio Muniz de Farias Universidade

Leia mais

BARRAGENS DE TERRA E DE ENROCAMENTO AULA 3. Prof. Romero César Gomes - Departamento de Engenharia Civil / UFOP

BARRAGENS DE TERRA E DE ENROCAMENTO AULA 3. Prof. Romero César Gomes - Departamento de Engenharia Civil / UFOP BARRAGENS DE TERRA E DE ENROCAMENTO AULA 3 Prof. Romero César Gomes - Departamento de Engenharia Civil / UFOP Análises da Estabilidade de Taludes de Barragens Escolha das Seções Críticas seção de altura

Leia mais

5 Estimativa de Parâmetros e Análise Direta

5 Estimativa de Parâmetros e Análise Direta 5 Estimativa de Parâmetros e Análise Direta 5.1 Introdução O programa utilizado para a modelagem numérica e para a avaliação de parâmetros foi o HYDRUS 2D-3D (Simunek et al., 2006). Este programa resolve

Leia mais

XVI ENCONTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA Universidade de Fortaleza 17 a 20 de outubro de 2016

XVI ENCONTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA Universidade de Fortaleza 17 a 20 de outubro de 2016 XVI ENCONTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA Universidade de Fortaleza 17 a 20 de outubro de 2016 Análise Numérica de Fluxo Transiente em uma Barragem de Terra no Estado do Ceará Leila Maria Coelho de Carvalho

Leia mais

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS DE SINOP FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGIAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL GEOTECNIA III

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS DE SINOP FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGIAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL GEOTECNIA III UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS DE SINOP FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGIAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL GEOTECNIA III Aula 01 Fluxo no Solo Introdução Eng. Civil Augusto Romanini (FACET

Leia mais

6 Análise numérica de sistemas de barreiras capilares

6 Análise numérica de sistemas de barreiras capilares 54 6 Análise numérica de sistemas de barreiras capilares 6.1. Introdução Neste capítulo apresenta-se uma simulação numérica de fluxo usando o programa VADOSE/W 27 para sistemas de barreiras capilares inclinadas,

Leia mais

6 Ensaios de Resistencia

6 Ensaios de Resistencia 6 Ensaios de Resistencia Prévio, ao inicio da execução dos ensaios de resistência, foi necessário a determinação das velocidades ao qual seriam cisalhadas as amostras avaliadas, tanto para a condição saturada

Leia mais

Água nos Solos Princípio das Tensões Efetivas

Água nos Solos Princípio das Tensões Efetivas Mecânica dos Solos Água nos Solos Princípio das Tensões Efetivas Prof. Fernando A. M. Marinho O ciclo da água Retenção de água pelo solo http://guernseysoil.blogspot.com.br/2012/07/your-backyard-woods-water-cycle.html

Leia mais

Capítulo 5 Validação Numérica. 5 Validação Numérica

Capítulo 5 Validação Numérica. 5 Validação Numérica Capítulo 5 Validação Numérica 5 Validação Numérica Neste capítulo são mostradas as comparações das respostas numéricas e analíticas para várias condições de contorno, com o objetivo de validar numericamente

Leia mais

Aplicação dos Conceitos de Solos Não Saturados na Engenharia Geotécnica

Aplicação dos Conceitos de Solos Não Saturados na Engenharia Geotécnica Aplicação dos Conceitos de Solos Não Saturados na Engenharia Geotécnica Fernando A. M. Marinho Data: 20 e 21 de Julho de 2011 Local: Laboratório de Geotecnia Ambiental Grupo de Resíduos Sólidos da UFPE

Leia mais

Lista de Exercícios de Adensamento

Lista de Exercícios de Adensamento UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas Departamento de Engenharia Civil Setor de Geotecnia CIV 333 - Mecânica dos Solos II Prof. Paulo Sérgio de Almeida Barbosa Lista de

Leia mais

3 Fluxo Permanente Não Confinado 3.1. Introdução

3 Fluxo Permanente Não Confinado 3.1. Introdução 51 3 Fluxo Permanente Não Confinado 3.1. Introdução O fenômeno da percolação de fluidos em meios porosos é estudado em várias áreas da engenharia. Na engenharia geotécnica, em particular, o conhecimento

Leia mais

Compactação dos Solos. Fernando A. M. Marinho 2012

Compactação dos Solos. Fernando A. M. Marinho 2012 Compactação dos Solos Fernando A. M. Marinho 2012 Por que Compactar os Solos? Objetivos da Compactação Aumentar a capacidade suporte do solo. Diminuir os recalques indesejados nas estruturas. Controlar

Leia mais

4 Análise Probabilística de Ruptura da Barragem de Curuá- Una para Diversos Níveis do Reservatório.

4 Análise Probabilística de Ruptura da Barragem de Curuá- Una para Diversos Níveis do Reservatório. 4 Análise Probabilística de Ruptura da Barragem de Curuá- Una para Diversos Níveis do Reservatório. Neste capítulo, será apresentado o estudo probabilístico de estabilidade da Barragem de Curuá-Una, para

Leia mais

Projeto: Modelagem de Coberturas Secas em Rejeitos de Carvão Grupo 25

Projeto: Modelagem de Coberturas Secas em Rejeitos de Carvão Grupo 25 SEMINÁRIO DA REDE DE P&D&I EM CARVÃO MINERAL Projeto: Modelagem de Coberturas Secas em Rejeitos de Carvão Grupo 25 Anderson Borghetti Soares Vicente Paulo de Souza Mario Valente Possa Paulo Sérgio Moreira

Leia mais

6 Análise de Aterros Via MEF

6 Análise de Aterros Via MEF 101 6 Análise de Aterros Via MEF Geometricamente os aterros são estruturas muito simples. No entanto, o material envolvido pode variar amplamente, variando de argilas moles, argilas compactadas ou rochas

Leia mais

Julgue o próximo item, relativo a noções de sistema cartográfico.

Julgue o próximo item, relativo a noções de sistema cartográfico. Julgue o próximo item, relativo a noções de sistema cartográfico. 95.(FUB/CEPE/2016) As curvas de nível, método utilizado para representar o relevo terrestre, nunca se cruzam, apenas se tocam quando representam

Leia mais

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS DE SINOP FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGIAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL GEOTECNIA I

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS DE SINOP FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGIAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL GEOTECNIA I UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS DE SINOP FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGIAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL GEOTECNIA I Aula 08 Augusto Romanini Sinop - MT 2017/2 AULAS Aula 00 Apresentação

Leia mais

5 Modelo em Elementos Finitos

5 Modelo em Elementos Finitos 5 Modelo em Elementos Finitos A maneira clássica de avaliar problemas de fluxo é através do traçado de redes de fluxo. Contudo, segundo Victor de Mello, citado por Cruz (1996), Traçar redes de fluxo em

Leia mais

Desenvolvimento de um modelo matemático transiente para previsão de escorregamentos planares em encostas

Desenvolvimento de um modelo matemático transiente para previsão de escorregamentos planares em encostas Alexandre Conti Desenvolvimento de um modelo matemático transiente para previsão de escorregamentos planares em encostas Dissertação de Mestrado Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em

Leia mais

Resistência ao cisalhamento de um solo coluvionar não saturado da Cidade do Rio de Janeiro

Resistência ao cisalhamento de um solo coluvionar não saturado da Cidade do Rio de Janeiro Resistência ao cisalhamento de um solo coluvionar não saturado da Cidade do Rio de Janeiro Soares, R. M. Departamento de Engenharia Civil, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC- Rio,

Leia mais

APLICAÇÃO DE UM SOLUCIONADOR DE EDPS NA ANÁLISE NUMÉRICA DE PROBLEMAS DE PERCOLAÇÃO EM APLICAÇÕES GEOTÉCNICAS

APLICAÇÃO DE UM SOLUCIONADOR DE EDPS NA ANÁLISE NUMÉRICA DE PROBLEMAS DE PERCOLAÇÃO EM APLICAÇÕES GEOTÉCNICAS UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL APLICAÇÃO DE UM SOLUCIONADOR DE EDPS NA ANÁLISE NUMÉRICA DE PROBLEMAS DE PERCOLAÇÃO EM APLICAÇÕES GEOTÉCNICAS

Leia mais

Faculdade de Engenharia Departamento de Estruturas e Fundações. Lista de Exercicios

Faculdade de Engenharia Departamento de Estruturas e Fundações. Lista de Exercicios Lista de Exercicios 1. QUESTÕES TEÓRICAS 1) No que consiste a tecnica de equilíbrio limite para analise de estabilidade de massas de solo? Quais as hipóteses mais importantes assumidas? 2) Descreva suscintamente

Leia mais

6 Análise Numérica. 6.1. Geometria do Problema

6 Análise Numérica. 6.1. Geometria do Problema 6 Análise Numérica Este capítulo tem como objetivo apresentar os dados de entrada e as simulações numéricas realizadas com o auxílio do programa Vadose/W e GeoSlope/W, ambos contidos no pacote GEOSTUDIO

Leia mais

Compressibilidade e Teoria do adensamento. Mecânica de Solos Prof. Fabio Tonin

Compressibilidade e Teoria do adensamento. Mecânica de Solos Prof. Fabio Tonin Compressibilidade e Teoria do adensamento Mecânica de Solos Prof. Fabio Tonin Compressibilidade É a diminuição do volume sob a ação de cargas aplicadas. É uma característica que todos os materiais possuem

Leia mais

Uso de um novo modelo computacional para estudo do alteamento de barragens em condições não drenadas

Uso de um novo modelo computacional para estudo do alteamento de barragens em condições não drenadas Uso de um novo modelo computacional para estudo do alteamento de barragens em condições não drenadas Ribeiro, S. G. S. UFOP, Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil, geostudio2007@yahoo.com.br Marcondes, A. UFOP,

Leia mais

5.1. Fluxo através da barragem de enrocamento Gouhou (China) com face de concreto

5.1. Fluxo através da barragem de enrocamento Gouhou (China) com face de concreto Estudo de casos 79 5 Estudo de casos 5.1. Fluxo através da barragem de enrocamento Gouhou (China) com face de concreto A barragem Gouhou estava localizada em Gonghe, na província de Qinghai, China, como

Leia mais

3 Provas de Carga Instrumentadas

3 Provas de Carga Instrumentadas 62 3 Provas de Carga Instrumentadas Para análise comparativa da previsão de capacidade de suporte de estacas empregando-se alguns dos diferentes métodos mencionados no capítulo 2, além da simulação numérica

Leia mais

Universidade Tecnológica Federal do Paraná. CC54Z - Hidrologia. Infiltração e água no solo. Prof. Fernando Andrade Curitiba, 2014

Universidade Tecnológica Federal do Paraná. CC54Z - Hidrologia. Infiltração e água no solo. Prof. Fernando Andrade Curitiba, 2014 Universidade Tecnológica Federal do Paraná CC54Z - Hidrologia Infiltração e água no solo Prof. Fernando Andrade Curitiba, 2014 Objetivos da aula Definir as grandezas características e a importância da

Leia mais

INFILTRAÇÃO* E ARMAZENAMENTO NO SOLO. Prof. José Carlos Mendonça

INFILTRAÇÃO* E ARMAZENAMENTO NO SOLO. Prof. José Carlos Mendonça INFILTRAÇÃO* E ARMAZENAMENTO NO SOLO Prof. José Carlos Mendonça ÁGUA NO SOLO As propriedades do solo, estão associadas ao funcionamento hidrológico do solo. Causa a destruição da estrutura do solo Excesso

Leia mais

Caderno de questões. Processo seletivo de ingresso para o 1º. Semestre de 2018 CONHECIMENTOS ESPECIFICOS GEOTECNIA Mestrado e Doutorado

Caderno de questões. Processo seletivo de ingresso para o 1º. Semestre de 2018 CONHECIMENTOS ESPECIFICOS GEOTECNIA Mestrado e Doutorado Caderno de questões Processo seletivo de ingresso para o 1º. Semestre de 018 CONHECIMENTOS ESPECIFICOS GEOTECNIA Mestrado e Doutorado ORIENTAÇÃO PARA ESSA PROVA Esta prova possui 0 (vinte) questões, todas

Leia mais

HIDROLOGIA AULA 06 e semestre - Engenharia Civil INFILTRAÇÃO. Profª. Priscila Pini

HIDROLOGIA AULA 06 e semestre - Engenharia Civil INFILTRAÇÃO. Profª. Priscila Pini HIDROLOGIA AULA 06 e 07 5 semestre - Engenharia Civil INFILTRAÇÃO Profª. Priscila Pini prof.priscila@feitep.edu.br INTERCEPTAÇÃO DE ÁGUA DA CHUVA Retenção de água da chuva antes que ela atinja o solo.

Leia mais

CURSO DE CAPACITAÇÃO EM ESTRUTURAS DE BARRAGENS: TERRA, ENROCAMENTO E REJEITOS. Análises de percolação

CURSO DE CAPACITAÇÃO EM ESTRUTURAS DE BARRAGENS: TERRA, ENROCAMENTO E REJEITOS. Análises de percolação CURSO DE CAPACITAÇÃO EM ESTRUTURAS DE BARRAGENS: TERRA, ENROCAMENTO E REJEITOS Análises de percolação PROFESSOR: Dr. Sidnei Helder Cardoso Teixeira Curitiba, 07 de Abril de 2017 Análise de percolação Estimar

Leia mais

4 Modelagens numéricas de aferição

4 Modelagens numéricas de aferição 4 Modelagens numéricas de aferição Neste capítulo apresentam-se duas análises numéricas pelo método dos elementos finitos, utilizando o programa Plaxis 2D/3D, de casos de rebaixamento temporário do lençol

Leia mais

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO MECÂNICO DE ATERRO REFORÇADO EM SOLO MOLE: ESTUDO DE CASO

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO MECÂNICO DE ATERRO REFORÇADO EM SOLO MOLE: ESTUDO DE CASO AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO MECÂNICO DE ATERRO REFORÇADO EM SOLO MOLE: ESTUDO DE CASO Murillo Pachêco CABRAL, Escola de Engenharia Civil, Universidade Federal Goiás, murillopc@gmail.com Carlos Alberto Lauro

Leia mais

OBRAS DE TERRA BARRAGENS DE REJEITO OTIMIZAÇÃO DA DEPOSIÇÃO DE REJEITOS DE MINERAÇÃO

OBRAS DE TERRA BARRAGENS DE REJEITO OTIMIZAÇÃO DA DEPOSIÇÃO DE REJEITOS DE MINERAÇÃO OBRAS DE TERRA BARRAGENS DE REJEITO OTIMIZAÇÃO DA DEPOSIÇÃO DE REJEITOS DE MINERAÇÃO Barragens de Rejeitos Método de Montante Barragens de Rejeito Método de Jusante Barragens de Rejeito Método da Linha

Leia mais

As forças que atuam em um meio contínuo: Forças de massa ou de corpo: todo o corpo peso e centrífuga Forças de superfície: sobre certas superfícies

As forças que atuam em um meio contínuo: Forças de massa ou de corpo: todo o corpo peso e centrífuga Forças de superfície: sobre certas superfícies Hidráulica Revisão de alguns conceitos Propriedades Físicas dos Fluidos Forças, esforços e pressão (tensão) As forças que atuam em um meio contínuo: Forças de massa ou de corpo: distribuídas de maneira

Leia mais

ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE

ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Hidrologia Cálculo de vazões Método Racional

Leia mais

TC MECÂNICA DOS SOLOS PERMEABILIDADE E FLUXO PARTE I

TC MECÂNICA DOS SOLOS PERMEABILIDADE E FLUXO PARTE I PERMEABILIDADE E FLUXO PARTE I ÁGUA NO SOLO - A água ocupa a maior parte ou a totalidade dos vazios do solo; - Quando submetida a diferença de potenciais, a água se desloca no seu interior; ÁGUA NO SOLO

Leia mais

PRECIPITAÇÕES EXTREMAS

PRECIPITAÇÕES EXTREMAS GPA CIÊNCIAS AGRÁRIAS, BIOLÓGICAS E ENGENHARIAS PRECIPITAÇÕES EXTREMAS Eng. Walter Corrêa Carvalho Junior, Esp. Cálculos Pluviométricos; Conteúdo da Aula Cálculo de Chuvas Máximas (Eventos Extremos). Com

Leia mais

4 Caracterização Física, Química, Mineralógica e Hidráulica

4 Caracterização Física, Química, Mineralógica e Hidráulica 4 Caracterização Física, Química, Mineralógica e Hidráulica Neste capítulo serão apresentados os resultados, análises e interpretação dos ensaios de caracterização física química e mineralógica para cada

Leia mais

FLUXO DE ÁGUA EM SOLOS NÃO SATURADOS

FLUXO DE ÁGUA EM SOLOS NÃO SATURADOS Escola Politécnica da Universidade de São Paulo FLUXO DE ÁGUA EM SOLOS NÃO SATURADOS PEF3304 POLUIÇÃO DO SOLO Maria Eugenia Gimenez Boscov Importância para a Geotecnia Ambiental Determinação da recarga

Leia mais

7 Simulação numérica de prova de carga em placa sobre solo residual

7 Simulação numérica de prova de carga em placa sobre solo residual 7 Simulação numérica de prova de carga em placa sobre solo residual As análises feitas no capítulo 6 permitiram uma avaliação geral da capacidade de representação do comportamento mecânico de solos não

Leia mais

Barragem de Terra Análise de Percolação em Estado Constante

Barragem de Terra Análise de Percolação em Estado Constante Manual de engenharia No. 32 Atualização 3/2016 Barragem de Terra Análise de Percolação em Estado Constante Programa: MEF Percolação Arquivo: Demo_manual_32.gmk Introdução Este exemplo mostra aplicar o

Leia mais

DETERMINAÇÃO DO VOLUME DE ÁGUA NO SOLO EM FUNÇÃO DA POSIÇÃO DO LENÇOL FREÁTICO, UTILIZANDO MODELOS NUMÉRICOS

DETERMINAÇÃO DO VOLUME DE ÁGUA NO SOLO EM FUNÇÃO DA POSIÇÃO DO LENÇOL FREÁTICO, UTILIZANDO MODELOS NUMÉRICOS DETERMINAÇÃO DO VOLUME DE ÁGUA NO SOLO EM FUNÇÃO DA POSIÇÃO DO LENÇOL FREÁTICO, UTILIZANDO MODELOS NUMÉRICOS Leandro Andrade Email: landrade@lavras.br Vínculo: Mestrando em Engenharia Agrícola (Irrigação

Leia mais

Departamento de Engenharia Civil UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO. ESTABILIDADE DE TALUDES E ENCOSTAS Aula 4. Prof: Leonardo Guimarães

Departamento de Engenharia Civil UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO. ESTABILIDADE DE TALUDES E ENCOSTAS Aula 4. Prof: Leonardo Guimarães Departamento de Engenharia Civil UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO ESTABILIDADE DE TALUDES E ENCOSTAS Aula 4 Prof: Leonardo Guimarães Método das Fatias das Análises de Estabilidade Método das Fatias das

Leia mais

Água nos Solos Princípio das Tensões Efetivas. Fernando A. M. Marinho 2017

Água nos Solos Princípio das Tensões Efetivas. Fernando A. M. Marinho 2017 Água nos Solos Princípio das Tensões Efetivas Fernando A. M. Marinho 2017 Água nos Solos A evaporação não acontece somente nos oceanos. Ela ocorre no próprio solo também O solo armazena água e a pressão

Leia mais

5 Estudo de casos Shopping Brooklin Descrição da obra

5 Estudo de casos Shopping Brooklin Descrição da obra 5 Estudo de casos 5.1. Shopping Brooklin 5.1.1. Descrição da obra O Shopping Brooklin foi construído na cidade de São Paulo, localizado na Rua Califórnia em um terreno com as seguintes dimensões: comprimento

Leia mais

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL INFLUÊNCIA DAS CONDIÇÕES TRIDIMENSIONAIS DE TENSÃO E FLUXO NA ESTABILIDADE DE UM TALUDE EM SOLO NÃO SATURADO. MARCOS AIRES

Leia mais

UTILIZAÇÃO DE PARÂMETROS DE SOLOS NÃO SATURADOS EM ENCOSTAS

UTILIZAÇÃO DE PARÂMETROS DE SOLOS NÃO SATURADOS EM ENCOSTAS UTILIZAÇÃO DE PARÂMETROS DE SOLOS NÃO SATURADOS EM ENCOSTAS Luis Edmundo Prado de Campos (1) Sumário A Cidade de Salvador, como diversas outras cidades localizadas em regiões de topografia acidentada,

Leia mais

5 Resultados e discussões

5 Resultados e discussões 5 Resultados e discussões A fim de se aplicar e testar o código computacional apresentado nessa dissertação, comparações do modelo hidrológico e mapeamento de susceptibilidade aqui gerados, para mais de

Leia mais

Compactação Exercícios

Compactação Exercícios Compactação Exercícios 1. Num ensaio de compactação foram obtidos os dados listados na tabela abaixo Identificação 1 2 3 4 5 Teor de umidade, w (%) 5,2 6,8 8,7 11,0 13,0 Massa do cilindro + solo (g) 9810

Leia mais

8. Hidrologia dos Solos

8. Hidrologia dos Solos 8.1. Definição < FIGURA REPRESENTANDO SEÇÃO TRANSVERSAL DA BACIA HIDROGRÁFICA > < FIGURA REPRESENTANDO PERFIL DAS REGIÕES DO SOLO NA BACIA HIDROGRÁFICA > Os processos físicos relacionados ao fluxo de água

Leia mais

Laboratório de Mecânica dos Solos. Primeiro Semestre de 2017

Laboratório de Mecânica dos Solos. Primeiro Semestre de 2017 Laboratório de Mecânica dos Solos Primeiro Semestre de 2017 Aula 3 Compactação dos solos 1. Razões e histórico da compactação A compactação é a densificação do solo por meio de energia gerada por equipamentos

Leia mais

5. Exemplo de aplicação

5. Exemplo de aplicação 5. Exemplo de aplicação Este capítulo tem como objetivo demonstrar o potencial da ferramenta numérica desenvolvida neste trabalho na geração de mapas de susceptibilidade a escorregamentos translacionais

Leia mais

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL ABORDAGEM RÍTMICA PROBABILÍSTICA APLICADA EM ANÁLISES DE FLUXO E ESTABILIDADE DE TALUDES ARLAM CARNEIRO SILVA

Leia mais

Capítulo 3 - COMPRESSIBILIDADE E ADENSAMENTO DOS SOLOS

Capítulo 3 - COMPRESSIBILIDADE E ADENSAMENTO DOS SOLOS Capítulo 3-3.1 - Introdução Compressibilidade é uma característica de todos os materiais de quando submetidos a forças externas (carregamentos) se deformarem. O que difere o solo dos outros materiais é

Leia mais

EVAPORAÇÃO NA SUPERFÍCIE DO SOLO PROPOSTA POR MODELOS MATEMÁTICOS

EVAPORAÇÃO NA SUPERFÍCIE DO SOLO PROPOSTA POR MODELOS MATEMÁTICOS Anais do CNMAC v. ISSN 984-8X EVAPORAÇÃO NA SUPERFÍCIE DO SOLO PROPOSTA POR MODELOS MATEMÁTICOS Pedro A. P. Borges Departamento de Física, Estatística e Matemática, DeFEM Universidade Regional do Noroeste

Leia mais

5. Evaporação e Transpiração

5. Evaporação e Transpiração Transpiração 5.1. Definição Na fase terrestre do ciclo hidrológico, a evaporação e a transpiração são os processos físicos responsáveis pelas perdas de água da superfície para a atmosfera. Aos processos

Leia mais

COMPARAÇÃO ENTRE A EQUAÇÃO DE CHUVA INTENSA DO MUNICÍPIO DO RECIFE COM AS METODOLOGIAS DE BELL E DAS RELAÇÕES ENTRE DURAÇÕES

COMPARAÇÃO ENTRE A EQUAÇÃO DE CHUVA INTENSA DO MUNICÍPIO DO RECIFE COM AS METODOLOGIAS DE BELL E DAS RELAÇÕES ENTRE DURAÇÕES UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO UFPE CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS CTG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL DEC GRUPO DE RECURSOS HÍDRICOS - GRH COMPARAÇÃO ENTRE A EQUAÇÃO DE CHUVA INTENSA DO MUNICÍPIO

Leia mais

Referências Bibliográficas

Referências Bibliográficas Referências Bibliográficas Arora, J.S., ntroduction to optimun design. McGraw-Hill, Inc., 1989. Bard, Y., Nonlinear Parameter Estimation, Academic Presss, Inc., San Diego, Ca., 1974. Barros Filho, G.,

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM IRRIGAÇÃO E DRENAGEM

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM IRRIGAÇÃO E DRENAGEM PROGRAMA ANALÍTICO DE DISCIPLINA IDENTIFICAÇÃO DA DISCIPLINA CÓDIGO NOME NATUREZA PID0002 DRENAGEM AGRÍCOLA [ X ] Obrigatória [ ] Optativa PROFESSOR(ES): Francisco de Queiroz Porto Filho/Indalécio Dutra/Luis

Leia mais

Análise da estabilidade de talude coluvionar da Serra do Mar do Paraná considerando diferentes condições de fluxo no subsolo

Análise da estabilidade de talude coluvionar da Serra do Mar do Paraná considerando diferentes condições de fluxo no subsolo Análise da estabilidade de talude coluvionar da Serra do Mar do Paraná considerando diferentes condições de fluxo no subsolo Yomura, D. M. Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Paraná, Brasil Dyminski,

Leia mais

Aterro Assentamentos ao longo do tempo (consolidação) Programa: MEF Consolidação

Aterro Assentamentos ao longo do tempo (consolidação) Programa: MEF Consolidação Manual de engenharia No. 37 Aterro Assentamentos ao longo do tempo (consolidação) Programa: MEF Consolidação Atualização: 01/2019 Arquivo: Demo_manual_37.gmk Introdução Este exemplo mostra a aplicação

Leia mais

5 Regime de Fluxo Programa Flow 3D

5 Regime de Fluxo Programa Flow 3D 5 Regime de Fluxo O presente capítulo apresenta as simulações das condições de fluxo bidimensional no corpo e na fundação da barragem de Curuá-Una. As análises foram feitas com a utilização do programa

Leia mais

PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CURSOS DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL HIDROLOGIA APLICADA.

PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CURSOS DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL HIDROLOGIA APLICADA. PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CURSOS DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL HIDROLOGIA APLICADA Água no solo Prof: Dr. Felipe Corrêa V. dos Santos INFILTRAÇÃO DE ÁGUA NO

Leia mais

INFILTRÔMETRO DE CARGA CONSTANTE NA DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES HIDROLÓGICAS DO SOLO

INFILTRÔMETRO DE CARGA CONSTANTE NA DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES HIDROLÓGICAS DO SOLO INFILTRÔMETRO DE CARGA CONSTANTE NA DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES HIDROLÓGICAS DO SOLO Lúcio Flávio Ferreira Moreira; Antonio Marozzi Righetto; Victor Moisés de Araújo Medeiros Universidade Federal do

Leia mais

Mecânica dos Solos Não Saturados: Na Prática da Engenharia

Mecânica dos Solos Não Saturados: Na Prática da Engenharia Mecânica dos Solos Não Saturados: Na Prática da Engenharia Fernando A. M. Marinho Universidade de São Paulo Outubro 2014 Efeito da tensão aplicada e da sucção Areia Sucção Sucção ' ' u ( u u ) u w a a

Leia mais

Hidráulica e Hidrologia

Hidráulica e Hidrologia 86 VIII. ESCOAMENTO SUPERFICIAL 8.1. Introdução Das fases básicas do ciclo hidrológico, talvez a mais importante para o engenheiro seja a do escoamento superficial, que é a fase que trata da ocorrência

Leia mais

Capitulo 120. Infiltração com Green e Ampt, 1911

Capitulo 120. Infiltração com Green e Ampt, 1911 Capitulo 120 Infiltração com Green e Ampt, 1911 120-1 120. Infiltração com Green e Ampt, 1911 120.1 Introdução Objetivo é mostrar como funciona a equação de Green e Ampt, 1911 em um reservatório de infiltração

Leia mais

Capítulo 4 - MATERIAIS DE ESTUDO

Capítulo 4 - MATERIAIS DE ESTUDO Capítulo 4 - MATERIAIS DE ESTUDO 4.1. Introdução A redução da resistência mecânica é um aspecto de grande preocupação na aplicação de rochas em engenharia civil e, por isso, constitui tema de vários relatos

Leia mais

6. Análise de Estabilidade

6. Análise de Estabilidade . Análise de Estabilidade As análises de estabilidade de aterros sobre solos moles podem ser realizadas em termos de tensões totais (φ = ) ou em termos de tensões efetivas (c, φ e u ). A condição não drenada

Leia mais

CARACTERÍSTICAS DA PRECIPITAÇÃO NO SERTÃO DE PERNAMBUCO E SUA RELAÇÃO COM EL NIÑO E LA NIÑA

CARACTERÍSTICAS DA PRECIPITAÇÃO NO SERTÃO DE PERNAMBUCO E SUA RELAÇÃO COM EL NIÑO E LA NIÑA CARACTERÍSTICAS DA PRECIPITAÇÃO NO SERTÃO DE PERNAMBUCO E SUA RELAÇÃO COM EL NIÑO E LA NIÑA Alaerte da Silva Germano 1, Heliofabio Barros Gomes 2, Ricardo Ferreira Carlos de Amorim 3, Maurílio Neemias

Leia mais

RELAÇÃO FUNCIONAL DE DIFUSIVIDADE E CONDUTIVIDADE COM A UMIDADE DO SOLO NA CAPTAÇÃO DE CHUVAS

RELAÇÃO FUNCIONAL DE DIFUSIVIDADE E CONDUTIVIDADE COM A UMIDADE DO SOLO NA CAPTAÇÃO DE CHUVAS RELAÇÃO FUNCIONAL DE DIFUSIVIDADE E CONDUTIVIDADE COM A UMIDADE DO SOLO NA CAPTAÇÃO DE CHUVAS Elton Silva Cruz Engenheiro Civil, Sarma K. Venkata Seemanapalli Ph.D. Professor, Departamento de Engenharia

Leia mais

Departamento de Engenharia de Biossistemas - ESALQ/USP LCE Física do Ambiente Agrícola Prova Final 2010/II NOME:

Departamento de Engenharia de Biossistemas - ESALQ/USP LCE Física do Ambiente Agrícola Prova Final 2010/II NOME: Departamento de Engenharia de Biossistemas - ESALQ/USP LCE000 - Física do Ambiente Agrícola Prova Final 00/II NOME:. Um sistema com ar à pressão de 0 5 Pa passa por um processo em que se alteram sua temperatura

Leia mais

Notas de aulas de Mecânica dos Solos I (parte 14)

Notas de aulas de Mecânica dos Solos I (parte 14) 1 Notas de aulas de Mecânica dos Solos I (parte 14) Helio Marcos Fernandes Viana Tema: Percolação e fluxo bidimensional Conteúdo da parte 14 1 Equação geral do fluxo bidimensional 2 Resolução da equação

Leia mais

Determinação das Propriedades Geotécnicas dos Sedimentos Eólicos da Cidade de Natal-RN

Determinação das Propriedades Geotécnicas dos Sedimentos Eólicos da Cidade de Natal-RN Determinação das Propriedades Geotécnicas dos Sedimentos Eólicos da Cidade de Natal-RN Freitas Neto, O. Departamento de Geotecnia, Escola de Engenharia de São Carlos, São Paulo. Costa, F. A. A., Lima,

Leia mais

5 CURVAS CARACTERÍSTICAS OU DE SUCÇÃO

5 CURVAS CARACTERÍSTICAS OU DE SUCÇÃO CURVAS CARACTERÍSTICAS OU DE SUCÇÃO. Considerações Iniciais Segundo Campos (984), a relação entre o teor de umidade de um solo e a sucção é uma função contínua, gradativa, na qual a sucção varia inversamente

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇAO EM MANEJO DE SOLO E ÁGUA

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇAO EM MANEJO DE SOLO E ÁGUA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇAO EM MANEJO DE SOLO E ÁGUA PROGRAMA ANALÍTICO DE DISCIPLINA IDENTIFICAÇÃO DA DISCIPLINA CÓDIGO NOME NATUREZA PMS0012 DRENAGEM AGRÍCOLA [ ] Obrigatória [ X ] Optativa PROFESSOR(ES):

Leia mais

1. DEFINIÇÕES 1. DISTRIBUIÇÃO VERTICAL DA ÁGUA

1. DEFINIÇÕES 1. DISTRIBUIÇÃO VERTICAL DA ÁGUA Capítulo Infiltração 6 1. DEFINIÇÕES A infiltração é o processo pelo qual a água penetra nas camadas superficiais do solo, se move para baixo através dos vazios pela ação da gravidade, até atingir uma

Leia mais

VIII-Castro-Brasil-1 COMPARAÇÃO ENTRE O TEMPO DE RETORNO DA PRECIPITAÇÃO MÁXIMA E O TEMPO DE RETORNO DA VAZÃO GERADA PELO EVENTO

VIII-Castro-Brasil-1 COMPARAÇÃO ENTRE O TEMPO DE RETORNO DA PRECIPITAÇÃO MÁXIMA E O TEMPO DE RETORNO DA VAZÃO GERADA PELO EVENTO VIII-Castro-Brasil-1 COMPARAÇÃO ENTRE O TEMPO DE RETORNO DA PRECIPITAÇÃO MÁXIMA E O TEMPO DE RETORNO DA VAZÃO GERADA PELO EVENTO Andréa Souza Castro (1) - Aluna de Doutorado do Programa de Pós-Graduação

Leia mais

Estimativa da infiltração de água no solo através de pedofunções em área de floresta plantada

Estimativa da infiltração de água no solo através de pedofunções em área de floresta plantada Estimativa da infiltração de água no solo através de pedofunções em área de floresta plantada Schreiner, D. T. 1 ; Vogelmann, E. S. 2 ; Prevedello, J. 2 ; Reichert, J. M. 2 ; Reinert, D. J. 2 ; Consensa,

Leia mais