MERCADO DE TRABALHO: APOSENTADOS E JOVENS PERMANENTEMENTE NA LUTA

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1 MERCADO DE TRABALHO: APOSENTADOS E JOVENS PERMANENTEMENTE NA LUTA * 1Manuela Oliveira Peixoto E.E.E.M. Patrulhense * 2Mara Lúcia Pereira Rocha E.E.E.M. Patrulhense * 3Maria Bernadete Muniz de Borba E.E.E.M. Patrulhense RESUMO Compreender o mercado de trabalho hoje é tarefa complicada, pois em muitos momentos os critérios pré estabelecidos acabam por confundir o trabalhador.. Os alunos do 1º ano, turma 107, do Ensino Médio da Escola Patrulhense de Santo Antônio da Patrulha, participaram do Projeto Nossa Escola Pesquisa sua Opinião, com o objetivo de investigar o mercado de trabalho no município, a fim de identificar as inquietações dos jovens com relação ao 1º emprego e qual o perfil de trabalhadores exigido pelos empregadores na conquista de uma vaga de emprego; e também o motivo do aposentado continuar no mercado de trabalho. Realizou-se a pesquisa com 30 jovens, de 16 a 25 anos, 30 empregadores e 30 aposentados acima de 50 anos. Os resultados da pesquisa apresentaram que os aposentados que permanecem no mercado de trabalho são aqueles que já faziam parte do quadro da empresa e que as empresas querem funcionários com experiência, mas dão preferência para jovens. Os resultados surpreenderam, pois se esperava que os empregadores preferissem os aposentados, no entanto o jovem qualificado tem seu lugar garantido no mercado de trabalho. Os resultados desta pesquisa foram apresentados a nível municipal, através de uma reunião na escola com a participação da comunidade, associação comercial e administração municipal. Palavras-chave: mercado de trabalho jovem aposentado - empregador INTRODUÇÃO Em uma conversa informal em sala de aula, onde uma aluna apresenta a 1 Licenciatura Plena em Matemática., Especialista em Formação do Professor de Matemática e Especialista em Informática na Educação. Professora da rede pública estadual e municipal de Santo Antônio da Patrulha. 2 Licenciatura Plena em Geografia. Professora da rede pública estadual de Santo Antônio da Patrulha e municipal de Cachoeirinha. 3 Licenciatura Plena em Letras e Especialização em Letras. Professora da rede pública estadual de Santo Antônio da Patrulha

2 situação da não conquista da vaga de um emprego em função da falta de experiência, é que surgiu o tema da pesquisa. A pesquisa tem como objetivo pesquisar sobre a situação do mercado de trabalho em nosso Município, tendo a visão do jovem, do empregador e do aposentado e identificar o motivo que fazem os aposentados permanecerem no mercado de trabalho. Também, conhecer a opinião dos empresários sobre o perfil do candidato na conquista de emprego e saber a opinião do jovem sobre o aposentado continuar trabalhando. DESENVOLVIMENTO A Escola Estadual de Ensino Médio Patrulhense, é parceira do Projeto NEPSO, desde Durante o desenvolvimento do trabalho, as disciplinas envolvidas foram matemática, português e geografia. A pesquisa envolvendo jovens, empresários e aposentados visa responder a questão se o aposentado ocupa o mercado de trabalho do jovens. Para tanto, fez-se necessário análise deste três seguimentos, elaborando três questionários. A discussão do tema e a elaboração do questionário ocorreu durante as aulas. A turma que realizou o projeto contou com a ajuda da direção, da supervisão e outros professores da escola, que participaram do curso de Formação na FACOS em Osório. Os alunos multiplicadores e professores que participam do curso e das oficinas contribuíram para que o andamento do projeto ocorresse respeitando todos os seus momentos e fazes. Ilustração 1: Aluna Daiane e Cristiana, juntamente com a Professora Mara em Oficina em Osório

3 Na entrevista de jovens e aposentados, a turma se dividiu e aplicaram os questionários no centro da cidade e bairro onde moram. Um grupo de alunas da turma, em turno inverso, realizou a tabulação dos dados. Somaram os questionários dos jovens, dos empregadores e dos aposentados. Converteram os resultados para porcentagem e apresentaram os resultados aos seus colegas para fazerem a conclusão dos dados. Ilustração 2: Alunas Daiane, Camila, Débora e Bianca realizando a tabulação. Dos jovens entrevistados, 76,7% trabalham e 60% considera a falta de experiência a maior dificuldade na conquista de um emprego, e todos afirmam que as empresas devem dar mais oportunidades para os jovens, independente do conhecimento, pois só assim, o jovem poderá mostrar que é capaz. A maioria dos jovens está procurando se qualificar, mantendo-se informados e dizem que o jovem deve ser considerado o melhor empregado. Quanto a valorização, 53,3% afirmam que o aposentado é mais valorizado pelo empregador, por ter experiência. Na entrevista com os aposentados, verificou-se que 53,3% continuam trabalhando, e destes, 62,5% permanecem no mercado de trabalho para ter mais uma renda. Quanto a chance no mercado de trabalho, o aposentado diz não ter mais chance na conquista de emprego que o jovem. Para 70% do aposentados entrevistados, um cidadão deve trabalhar enquanto se sentir capaz, sem limite de idade. Fazendo referência a contribuição para aposentadoria, 46,7% considera que um cidadão deve contribuir até 30 anos de serviço,

4 independente da idade. A saída a campo, para entrevistar as empresas do município, deu-se através de agendamento prévio. Sempre acompanhados por uma professora da escola, trinta estabelecimentos comerciais foram entrevistados pelos alunos, para constatar o perfil de profissional exigido no mercado de trabalho do Município. Verificou-se que, aposentados que permanecem no mercado de trabalho, são aqueles que se aposentaram na própria empresa. Que 76,7% dos empregadores responderam que tem mais vaga de emprego para o jovem recém formado e 73,3% responderam que os funcionários mais jovens e ágeis geram mais lucros para empresa. O argumento mais forte, na decisão de uma vaga entre um jovem e o aposentado é a responsabilidade, fazendo assim a opção pelo aposentado, e segundo critério a experiência profissional. Apenas 16,7% das empresas entrevistadas têm aposentados trabalhando, e este já pertenciam ao quadro funcional da empresa. Para os entrevistados, 90% deles, disseram que a vaga de emprego do seu estabelecimento é para jovens de 16 a 25 anos. Ilustração 3: Alunas Camila, Daiane, Bianca e Débora visitando a Empresa de Ônibus Sudeste

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A aplicação dos questionários envolvendo os três seguimentos possibilitou analisar a questão do jovem e o aposentado disputando a mesma vaga de emprego. Conforme a pesquisa, ficou claro que a maior oportunidade de emprego é para o jovem, mas que este deve qualificar-se para garantir e assegurar sua vaga. Que os aposentados são vistos como funcionários confiáveis e de responsabilidade, mas não rentável e de serviço ágil para as empresas. O próprio aposentado relata que continua trabalhando por dois principais motivos, mais uma renda e por se sentir capaz, sugerindo até que seja estabelecido 30 anos ou mais de contribuição. Uma pergunta foi realizada nos três questionários: Você acha que o governo deveria criar uma lei que impedisse que aposentados voltassem ao mercado de trabalho? Jovem 10,00% sim 46,67% não não quis responder 43,33% Conforme o gráfico acima, para o jovens, 47% consideram que o governo deveria impedir que o aposentado retornasse ao trabalho, pois de alguma forma, o jovem se sente ameaçado pela experiência que o aposentado proporciona.

6 Empregador 30,00% 6,67% sim não não quis responder 63,33% Aposentados 0,00% 30,00% sim não não quis responder 70,00% Para o empregador e o aposentado, 30% concordam que o governo deveria criar uma lei que impedisse o aposentado a voltar ao mercado de trabalho. Conforme a análise de todos os resultados, conclui-se que o aposentado não está tirando a vaga do mercado de trabalho do jovem. Que o jovem deve buscar a qualificação e que a vida profissional deve ser de no mínimo trinta anos. Todos este dados foram apresentados a comunidade patrulhense em uma reunião realizada na escola, com o intuito de possibilitar a oferta de ensino técnico para jovens patrulhense. A explanação destes dados contribui para tomada de decisões quanto a necessidade de mudanças no currículo da escola para qualificar o jovem do Município.