Latusa digital ano 1 N 5 maio de 2004

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1 Latusa digital ano 1 N 5 maio de 2004 A resposta de F. frente ao contemporâneo Vanda Assumpção Almeida * A partir de um fragmento clínico, retomo o objeto de nossas discussões no Cartel. Iniciamos um trabalho de pesquisa que visa pensar a clínica da depressão como sintoma do contemporâneo. Como ouvir o padecimento daqueles que chegam a nós dizendo-se deprimidos, gays, toxicômanos, etc? Freqüentemente eles chegam não porque tenham uma questão, mas porque alguém lhes disse que deveriam procurar um analista. Foi assim que essa moça, a quem chamarei de F., veio procurar-me. Sua namorada lhe dissera que devia procurar um analista, pois seria bom para ela. Pergunto-lhe se ela concorda. Responde-me que, na verdade, não acredita em nada disso, mas como a namorada é psicóloga e insistiu muito, resolveu me procurar. Inicia sua entrevista, dizendo-me: Sou lésbica, gay. Eu não tenho certeza de nada. F. não tem certeza se é homem ou se é mulher, mas isto não faz diferença. Diz apenas que não tem certeza sobre muitas coisas e considera este fato um pouco confuso. No início, as entrevistas preliminares marcavam uma dificuldade, encontrar o fio condutor. Seus relatos eram bastante confusos. Começava a falar de uma coisa e dali a pouco emendava com outro assunto. Isto durou algum tempo. Aos poucos, fui introduzindo cortes: Você estava falando sobre isto, continue. Estas pequenas intervenções tiveram efeito e permitiram que ela mesma fosse percebendo que já estava se desviando do assunto. Não havia nenhuma associação, nada que estabelecesse uma cadeia lógica, associativa. * Aderente da Escola Brasileira de Psicanálise (EBP). 1

2 Surge então algo novo em sua fala: a relação com sua mãe. Sabe, minha mãe é poderosa, diz ela. Porque ela é poderosa? O que a faz pensar assim? pergunto. Ela consegue tudo o que quer. Lá em casa tudo é com ela. E seu pai? Meu pai é confuso. Tem lá suas crises, não resolve nada, quem resolve é a minha mãe. Aliás, eu não conheço nenhum pai que seja uma figura forte. Todos os pais de minhas amigas são tão inexpressivos... O da minha namorada também é um horror. Vive às custas da mãe dele. F. começa a mostrar a sua reivindicação fálica. As mulheres nascem duplamente em desvantagem: além de não terem ela faz referência ao pênis, vivem num mundo machista. Os homens estão sempre levando a melhor. Ganham mais e tudo lhes é concedido. É diferente para as mulheres. F. me diz que ser gay é um forçamento. Acho que forcei ser gay. Não concordo com esse mundo machista. Já pensei sobre isso e acho que forcei mesmo. Isso continua sendo apenas uma constatação para ela. Decorrido algum tempo, seu projeto de casar-se com a namorada é realizado com a concordância da família. Segundo ela, sempre quis se casar e resolveu assumir a relação. Sua namorada sempre quis ter um filho, mas esta não é a sua preocupação. Ela sempre pensou em ser livre, ter liberdade para fazer o que quisesse. Quando sua mãe descobriu que ela era gay, falou coisas horríveis a respeito da sua opção sexual. Foi uma barra, mas ela não cedeu e hoje sua mãe aceita. Na verdade, sua namorada é uma pessoa muito legal e sua mãe gosta dela. As namoradas anteriores eram muito loucas e o convívio social ficava difícil. Apesar de casada, continua a dizer que não tem certeza de nada, o que deixa sua esposa triste. Ela não quer ficar falando sobre isso. Pode ser que um dia seja um problema. No momento, ela está bem com sua esposa. F. também não tem certeza sobre sua escolha profissional. Não gosta do seu trabalho, mas precisa de dinheiro. O relacionamento com a mãe sempre foi muito difícil porque ela lhe cobra tudo. Não sabe como uma mãe pode fazer isso. Ela não lhe dá nada. Com 2

3 relação a dinheiro é ainda pior. Indignada, relata que foram a um restaurante e a mãe lhe cobrou mais do que consumiram. Então, me diz com muita raiva: Não só ela não me dá, como ainda tira de mim. Como pode uma mãe fazer isso? Com relação à sua irmã, é bem diferente. A mãe dá tudo para ela e pelo visto vai continuar assim por muito tempo, na medida em que ela escolheu uma profissão que é onerosa e precisa de um tempo para que o profissional possa se estabilizar. Pergunto: O que você acha que sua mãe não lhe dá? Sua resposta é: Ela sempre exigiu muito de mim, sempre teve preocupação com o meu trabalho, com os meus estudos e quer que eu ganhe dinheiro. Eu queria que ela me desse um afago, mas ela não dá nada. Olha, de agora em diante eu fui filha dela, acabou. Quanto ao pai, F. diz que ele não faz nada, só faz o que a mãe quer. Ela tem certeza de que muitas vezes ele até lhe dá razão, mas para não contrariar a mãe, ele não diz nada. Esse recorte clínico tem o objetivo de introduzir nossa discussão, a clínica contemporânea. Após algumas leituras e discussões, uma questão se colocou para o Cartel. Será que podemos pensar os sintomas atuais como ainda referidos à lógica que animava a clínica do final do século XIX, quando do nascimento da psicanálise? Entre aquele momento e a clínica dos nossos dias se interpuseram as conquistas contemporâneas do universo feminino, como a liberdade sexual, o acesso ao mercado de trabalho, o declínio do patriarcado, os movimentos hippie, gay, etc. Tais referências não seriam suficientes para nos apontar uma nova direção? Seus efeitos não são observados nessa nova clínica? Isso nos ofereceu oportunidade de pensar sobre alguns pontos importantes, como a questão da lei, da primazia do simbólico e o seu declínio na cultura, com seus conseqüentes efeitos. Já em 1938, no texto sobre os Complexos Familiares, Lacan preconizava o declínio da instância paterna e as respostas do ser falante frente a isto. 3

4 Se no primeiro momento do seu ensino, Lacan fazia equivaler o inconsciente à estrutura da linguagem, pautado na lingüística de Levi- Strauss e conseqüentemente dava primazia ao simbólico, o que se sucedeu a ele foi a verificação de que o Nome-do-Pai, como metáfora paterna, já não dava conta de metaforizar o Desejo da Mãe. Já não funcionava como o significante que substituía o Desejo da Mãe, produzindo a identificação ao falo, no sentido de promover o sujeito como ser falante, justamente na medida em que essa substituição ocorre. Minha proposta é pensar esse fragmento clínico à luz da conceituação de Miller sobre o ensino de Lacan. Vou me servir do que ele desenvolve no curso O lugar e o laço, tomando como referência os textos A ex-sistência e O último ensino, nos quais ele aponta momentos de corte e ruptura nesse ensino. Inicio pelo texto A ex-sistência, pois nele encontrei relações importantes entre o ser falante e a cultura contemporânea. Miller destaca três momentos no ensino de Lacan e nos convida a pensar sobre o matema S( A ). Como decifrá-lo? Segundo Miller, é necessário decifrarmos a cifra desse matema se desejarmos introduzir nele a pulsação temporal que o anima. Então, vejamos. No primeiro tempo ele enfatiza, há o Outro. É um Outro consistente. É o Outro da primazia do simbólico, da lei paterna. No segundo tempo, vê-se que esse Outro não pode se sustentar. É um Outro inconsistente, que desmorona. Na verdade, o dito de Lacan: não há Outro do Outro, não é entendido adequadamente pela comunidade analítica. Segundo Miller, dizer que o Outro do Outro não existe significa que o Outro desmorona, que ele não se sustenta por si mesmo. Entretanto, pensou-se que o Outro, como consistência lógica, existia. A existência do Outro do Outro é o que permitiria ao Outro ex-sistir, diz Miller. Mas ele só pode existir como suposição, ele se reduz ao sujeito suposto saber. A suposição é um efeito da cadeia significante. Foi por isso que Lacan recomendou no começo de 4

5 seu ensino que, em psicanálise, se visasse o sujeito 1. O A escreve isto2. Deste modo, esse matema aponta para o fato que do desmoronamento do Outro subsiste um significante que não tem como se inscrever no lugar precedentemente designado 3. Assim, Miller reescreve o matema do S( A ) e o propõe como o significante da ex-sistência, a partir desse significante que resta, que se põe fora. O que se apresenta como resultado do que se anula. O S( A ) é a nova escritura de Miller para falar da ex-sistência, ou seja, daquilo de que se qualifica o real. O $ refere-se ao ser falante, diz Miller e, em lógica, o uso clássico desse significante, faz dele o significante que se afirma no enunciado como verdadeiro. 4 Deve-se notar, entretanto, que o $ já havia sido designado por Lacan, no Grafo do desejo, como o significante da falta no Outro, que comporta a lógica da fantasia. Dentro dessa perspectiva, temos uma experiência que visa um percurso da suposição de saber à ex-sistência. Miller propõe uma inversão de perspectiva em relação ao $, e sua inversão reside no fato de que o ser falante é colocado fora da significação. Saímos da lógica fálica para entrar no último ensino com o furo, o real na ponta da estrutura. Há, portanto, uma ruptura com o tempo precedente. No lugar do Outro consistente o furo no Outro, o que implica dizer que no Outro, uma vez que não existe, não há um significante com o qual o ser falante possa se identificar possa se nomear. Essa é a dimensão do real, o que fica fora, fora da lei, fora da determinação simbólica É essa orientação para o real que está presente no final do ensino de Lacan e Miller faz notar a inversão de paradigma aí presente. O último ensino de Lacan se apresenta pela figura dos nós, de um enlaçamento irredutível de estrutura. 1 MILLER, J.-A. Le lieu et le lien (2001), L orientation lacanienne III, aulas dos dias 03, 09 e 16 de maio de 2002, p Idem, ibidem, p Idem, ididem, Idem, ibidem. 5

6 A inversão de perspectiva coloca o real como o que se presentifica para o ser falante. É com essa dimensão do real que cada sujeito terá que se haver. Retomo então o ponto de partida do nosso cartel. É possível pensar os sintomas contemporâneos dentro da mesma perspectiva freudiana da era vitoriana? Que efeitos a inexistência do Outro traz para o ser falante? Não há como desatrelar os novos sintomas dos efeitos do contemporâneo. Na medida em que a lei não se sustenta como algo que possa barrar o gozo, o que se impõe é o desejo da mãe, desejo este que traz o pulsional, o gozo desmedido, sem limite. O contemporâneo padece dessa forma de gozar, padece de uma modalidade discursiva na qual o empuxo ao gozo é soberano. É a soberania da pulsão, dos objetos pulsionais. O que se observa é uma nova ordem, na qual o que vigora na prática é todos livres e iguais. É o culto ao individualismo. Cada um comparece com o seu gozo próprio, um gozo autista. Não há lei. Cada um advoga em causa própria. O discurso que toma por base um ideal não mais existe. Estamos diante de uma cultura na qual se goza livremente e em tempo integral. É o aqui e agora. A cada momento surge um novo objeto, que se oferece como objeto da fantasia a ser adquirido. Isto é o produto do discurso capitalista, do discurso da ciência que legisla uma nova ordem mundial. Lacan, em A Ciência e a Verdade (1966), chamava a atenção para o fato de que era preciso reintroduzir na consideração científica o Nome do-pai 5. Isto significa dizer que era preciso reintroduzir o mito, a fantasia. Do mesmo modo, ele chama a atenção, em O Seminário, livro 17: O Avesso da Psicanálise, para a relação do discurso capitalista com o mais-de-gozar, com essa nova aparelhagem de gozo. O contemporâneo traz em seu bojo um gozo desmedido, sem limite, devastador, que se apresenta nesta face ilimitada da pulsão. À inexistência do Outro se responde com a denegação da lei: somos todos livres e iguais. Há uma debilidade do mental, 5 LACAN, J. A ciência e a Verdade (1966). Em: Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor,

7 conforme assinala Miller no Último ensino, ou seja, o simbólico não dá conta dos registros imaginário e real. O ser falante se apresenta devastado. Nele não encontramos traços de uma história fincada no Édipo, na tradição o que não significa que estes não existam. Na verdade, essa é a aposta de Miller no Último ensino, quando ele coloca a questão do forçamento. Significa que há a crença do analista nessa direção. Hoje não se sabe de nada. É o que ouvimos na clínica, principalmente de adolescentes. Não há mais narrativa. Assim, escuto F., essa Jovem Homossexual dos nossos dias, como um ser falante que, na condição de mulher, se encontra numa posição de devastação frente ao feminino. Sabemos com Lacan que o Desejo da mãe não é todo saturado pelo significante fálico. Há um ponto de gozo enigmático observado na mãe devido à ausência de limite, justamente na medida em que a castração na mulher está posta desde a origem. Sua resposta à devastação parece encontrar um gancho na cultura que, denegando a lei, promove o empuxo a um gozo ilimitado, fora da lei. No entanto, esta denegação acaba por não lhe oferecer condições de se situar frente à sua pergunta sobre a diferença sexual. Essa denegação imposta pela cultura impossibilita a simbolização da diferença sexual, trazendo como conseqüência a debilidade do mental, segundo Miller. Sem a mediação do simbólico não há como saber sobre a diferença sexual. F. na sua demanda ilimitada de amor, devastada pela ausência de simbolização da castração, padece dos efeitos dessa nova ordem mundial, na qual todos são livres e iguais. Sua resposta faz coro com a cultura do tudo pode. Seu desafio se expressa por seu forçamento à homossexualidade, ou seja, ela está gay, pois não sabe e não quer saber se é gay. Dessa maneira, ela sabe, mas, mesmo assim..., sendo impossível simbolizar o desejo. No entanto, o que ela ainda não se deu conta é que, com esse acting, dirige ao Outro uma pergunta, que eu situaria deste modo: É tudo igual mesmo? 7

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