Vila Nova de Famalicão - Tribunal Judicial da Comarca de Braga Juízo de Comércio de Vila Nova de Famalicão - Juiz 3

Transcrição

1 Peça Processual entregue por via electrónica na data e hora indicadas junto da assinatura electrónica do subscritor (cfr. última página), aposta nos termos previstos na Portaria n.º 280/2013, de 26 de Agosto REFª: RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR - 155º CIRE CARACTERIZAÇÃO Finalidade: Juntar a Processo Existente Ref. de autoliquidação: Tribunal Competente: Unidade Orgânica: Vila Nova de Famalicão - Tribunal Judicial da Comarca de Braga Juízo de Comércio de Vila Nova de Famalicão - Juiz 3 Nº Processo: 4690/16.4T8VNF ADMINISTRADOR JUDICIAL SUBSCRITOR Nome: Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva Morada: Quinta do Agrelo, Rua do Agrelo, 236 Localidade: Código Postal: Castelões Vnf Telefone: Fax: Nº Registo: 366 NIF: /8 Documento processado por computador Relatório do Administrador - 155º CIRE REFª Pág. 1/1

2 Administrador Judicial Economista Contabilista Certificado Escritório: Correspondência: Telefone: Quinta do Agrelo Apartado 6042 Rua do Agrelo, Pousada de Saramagos Fax: Castelões VNF Exmo.(a). Senhor(a) Doutor(a) Juiz de Direito da Comarca de Braga Juízo de Comércio de Vila Nova de Famalicão Juiz 3 Processo nº 4690/16.4T8VNF Insolvência de José Miguel Azevedo de Brito V/Referência: Data: Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão, contribuinte nº , Administrador da Insolvência nomeado no processo à margem identificado, vem requerer a junção aos autos do relatório a que se refere o artigo 155º do C.I.R.E.. Mais informo que não foi elaborada a lista provisória de créditos prevista no artigo 154º do CIRE, uma vez que nesta data é junto aos autos a relação de credores a que alude o artigo 129º do CIRE. P.E.D. O Administrador da Insolvência Nuno Oliveira da Silva Castelões, 19 de abril de /8 Página 1 de 1

3 I Identificação do Devedor José Miguel de Azevedo de Brito, N.I.F , residente na Rua Dr. Justino Cruz, nº 90, 7º Direito, freguesia de São José de São Lázaro, concelho de Braga ( ). II Situação profissional e familiar do devedor Enquanto profissional liberal, o devedor exerce advocacia, tendo inscrição activa na Ordem dos Advogados desde 25 de Outubro de O devedor foi casado com Maria Luisa de Sousa Lima entre 22 de Abril de 1995 e 30 de Julho de Apesar de solicitado ao mandatário do devedor, por mensagem de correio electrónica 2, o signatário não recebeu quaisquer elementos a que alude o artigo 24º do CIRE, nem demais informações quanto à situação profissional e familiar do devedor. III Actividade do devedor nos últimos três anos e os seus estabelecimentos (alínea c) do nº 1 do artigo 24º do C.I.R.E.) Na constância do seu casamento, em Julho de 2007, o devedor (conjuntamente com a sua ex-esposa) celebrou dois contractos de mútuo com hipoteca junto da Caixa Geral de Depósitos, S.A. (adiante CGD, S.A.), no valor total de Euros ,56 3, os quais deixaram de ser cumpridos em Dezembro de A estes contratos somaram-se ainda os seguintes negócios: 1 Informação disponível através do site 2 A primeira remetida no dia 10 de Março de 2017 e a segunda no dia 13 de Abril de O contrato de mútuo outorgado pelo valor de Euros ,56 visou a transferência do financiamento concedido pelo BPI, S.A. para aquisição e obras de beneficiação de habitação própria e permanente. Este contrato foi garantido com hipoteca sobre a fracção autónoma designada pela Letra L e que é parte integrante do imóvel descrito na 2ª Conservatória do Registo Predial de Braga sob o nº 765 L e inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 2139º. O outro contrato foi outorgado pelo valor de Euros ,00 destinando-se a obras de beneficiação de habitação própria e permanente. Este contrato foi garantido com hipoteca sobre o prédio urbano sito no Lugar de Eirinhas, descrito na Conservatória do Registo Predial de Arcos de Valdevez sob o nº 2067 e inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 926º. 3/8 Página 1 de 5

4 a) Contrato de compra e venda com mútuo e hipoteca que o devedor (e a sua exesposa) outorgou junto desta mesma entidade para aquisição de um imóvel, em regime de compropriedade 4, no valor de Euros ,00; b) O direito de ¼ sobre o imóvel adquirido no âmbito da alínea anterior foi vendido em 2009, contudo o devedor manteve o passivo, não tendo sido exonerado deste crédito; c) Financiamento por livrança de 14 de Julho de 2008, subscrito pelo devedor (e pela sua ex-esposa), no valor de Euros ,00, em incumprimento desde 7 de Setembro de Para além dos negócios supra descritos, o insolvente confessou-se ainda devedor junto de entes particulares: 1. Por documento escrito datado de 16 de Março de 2007 o devedor (conjuntamente com a sua mulher) confessou estar em dívida o valor de Euros ,00 por mútuo de Juan Marín Paniagua 5. Pelo incumprimento do determinado no referido documento, foi o devedor demandado no âmbito do processo de execução nº 5513/13.1TBBRG 6 ; 2. Datado de 1 de Julho de 2015, por documento particular autenticado, o devedor assumiu o pagamento de Euros ,00 por empréstimo de António José Gonçalves Gomes e Maria Nazaré Alves Pereira Gomes. Por valores referentes a Imposto Municipal sobre Imóveis e Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares vencidos entre 2011 e 2015, o insolvente constituiuse ainda devedor junto da Fazenda Nacional num passivo que ascende a cerca de Euros ,00 4 Conjuntamente com mais três casais, pelo que o devedor e a sua esposa possuíam o direito de ¼ sobre o prédio urbano sito na Avenida da Imaculada Conceição, nº 183, descrito na 2ª Conservatória do Registo Predial de Braga sob o nº 1156 e inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 480º. 5 Pelo óbito deste credor, vieram os seus filhos, Rodrigo Paniagua Rodriguez e Maria Paniagua Rodriguez, na qualidade de herdeiro, reclamar este crédito. 6 Que corre termos no Tribunal Judicial da Comarca de Braga Juízo de Execução de Vila Nova de Famalicão Juiz 2. 4/8 Página 2 de 5

5 Pelo incumprimento das obrigações a que se vinculara, foi o devedor demandado em diversas acções de índole executiva, no âmbito das quais foram já adjudicados os imóveis dados como garantia à CGD, S.A. pelos contratos de mútuo outorgados em Julho de Apesar de vendida em processo de execução fiscal, em 30 de Abril de 2015 as filhas do devedor, ambas menores à data, adquiriram a fracção autónoma designada pela Letra L e que é parte integrante do imóvel descrito na 2ª Conservatória do Registo Predial de Braga sob o nº 765 L e inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 2139º, que outrora foi propriedade do devedor e da sua ex-esposa. Com a venda destes imóveis, o activo do devedor resume-se aos rendimentos por si auferidos, os quais o signatário nesta data desconhece. Apesar de o devedor indicar que a sua situação de insolvência se deve ao período de tempestade que viveu aquando do seu divórcio e da separação das suas filhas, quando estas passaram a residir na Madeira, verdade é que isso não é, salvo devido respeito por opinião contrária, motivo atendível para o incumprimento das obrigações a que se vinculou. Mais importa informar, e ao contrario do indicado pelo devedor na alínea d) do artigo 66º da contestação 7, que o passivo acumulado junto da Fazenda Nacional verificou-se, pelo menos entre 2009 e 2015, o que reflecte um incumprimento constante do devedor quanto ás suas obrigações fiscais. Enquanto credora do insolvente por diversos serviços prestados - viagens efectuadas pelo mesmo - e pretendendo ser ressarcida do seu crédito, a sociedade Caravela 2000 Agência de Viagens e Turismo, Lda. intentou o processo de execução 7 o requerido não se apresentou á insolvência entre 2010 e 2012, mas fê-lo sem qualquer prejuízo para os credores, e orientado por uma perspectiva séria de melhoria da sua situação económica, o que tem vindo a verificar-se. 5/8 Página 3 de 5

6 nº 8587/11.6TBBRG 8, contudo, não viu satisfeita a sua pretensão, pelo que em Julho de 2016 requereu que fosse declarada a insolvência do devedor. IV Estado da contabilidade do devedor (alínea b) do nº 1 do artigo 155º do C.I.R.E.) Não aplicável. V Perspectivas futuras (alínea c) do nº 1 do artigo 155º do C.I.R.E.) O devedor apresentou o pedido de exoneração do passivo restante, nos termos do artigo 235º e seguintes do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas. Estabelece o nº 4 do artigo 236º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas que na assembleia de apreciação do relatório é dada aos credores e ao administrador da insolvência a possibilidade de se pronunciarem sobre o requerimento do pedido de exoneração do passivo. Por sua vez, o artigo 238º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas enumera as situações em que o pedido de exoneração do passivo é liminarmente indeferido. A aceitação do pedido de exoneração do passivo determina que durante um período de 5 anos o rendimento disponível que o devedor venha a auferir se considere cedido a um fiduciário. Integram o rendimento disponível todos os rendimentos que advenham a qualquer título o devedor com exclusão do que seja razoavelmente necessário para o sustento minimamente digno dos devedores e do seu agregado familiar, não podendo exceder três vezes o salário mínimo nacional (subalínea i da alínea b) do nº 3 do artigo 239º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas). Apesar de o signatário ter diligenciado insistentemente junto do mandatário do insolvente para recolher a informação que considera pertinente para se pronunciar 8 Que corre termos no Tribunal Judicial da Comarca de Braga Juízo de Execução de Vila Nova de Famalicão Juiz 2. 6/8 Página 4 de 5

7 quanto ao pedido de exoneração do passivo restante, não lhe foi facultada qualquer informação. Deste modo, o signatário não dispõe de informação que lhe permita avaliar de forma consciente e rigorosa o pedido de exoneração do passivo restante pelo que, de momento, não se encontra em condições para, de forma objectiva e conscienciosa, emitir o respectivo parecer. Considerando que a massa insolvente se encontra numa situação de insuficiência patrimonial, nos termos do disposto no artigo 232º do CIRE, face à inexistência de bens passíveis de ser apreendidos nos autos, deverão os credores deliberar no sentido do encerramento do processo nos termos da alínea e) do nº 1 do artigo 230º do CIRE, caso venha a ser proferido despacho inicial de exoneração do passivo restante, ou nos termos da alínea d) do mesmo artigo, caso venha a ser indeferido o pedido de exoneração formulado pelo devedor. Castelões, 19 de Abril de 2017 O Administrador da Insolvência Nuno Oliveira da Silva 7/8 Página 5 de 5

8 Índice da Peça Processual Anexo nº 1 - Requerimento Documento assinado electronicamente. Esta assinatura electrónica substitui a assinatura autógrafa. Quarta-feira, 19 de Abril de :04:19 GMT /8