Plásticos. Desenho Técnico
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- Ronaldo Amorim Borba
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1 Plásticos Desenho Técnico
2 Curso Técnico Desenho Técnico SENAI-SP, 2005 Trabalho elaborado pelo Núcleo de Tecnologia em Plásticos, Escola SENAI Mario Amato, para o Departamento Regional, para curso CT Curso Técnico. Coordenação geral Coordenação Técnica Elaboração Organizador Revisão Versão preliminar Murilo Strazzer Fabio Renato Silva Lopes Heraldo Candido da Cruz Osvaldo Luis de Moraes Rogério Tadeu de Oliveira 09 Jul / 2009
3 SENAI Telefone Telefax SENAI on-line Home page Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Escola SENAI Mario Amato Av. José Odorizzi, 1555 Bairro Assunção São Bernardo do Campo SP CEP (0XX11) (0XX11)
4 Sumário Desenho Artístico e Desenho Técnico 07 Material de Desenho Técnico 11 Caligrafia Técnica 23 Construção Geométrica 25 Perspectiva Isométrica 43 Projeção Ortogonal 51 Cotagem 59 Escala 71 Desenho em corte 75 Supressão de vistas 87 Omissão de corte 93 Projeção ortogonal especial 95 Referências 99
5 Escola SENAI Mario Amato Desenho Técnico NTP Núcleo de Tecnologia do Plástico 6
6 Desenho artístico e desenho técnico O homem se comunica por vários meios. Os mais importantes são a fala, a escrita e o desenho. O desenho artístico é uma forma de representar as idéias e os pensamentos de quem desenhou. Por meio do desenho artístico é possível conhecer e mesmo reconstituir a história dos povos antigos. Ainda pelo desenho artístico é possível conhecer a técnica de representar desses povos. 7
7 Atualmente existem muitas formar de representar tecnicamente um objeto. Essas formas foram criadas com o correr do tempo, à medida que o homem desenvolvia seu modo de vida. Uma dessas formas é a perspectiva. Perspectiva é a técnica de representar objetos e situações como eles são vistos na realidade, de acordo com sua posição, forma e tamanho. Pela perspectiva pode-se também ter a idéia do comprimento, da largura e da altura daquilo que é representado. 8
8 Você deve ter notado que essas representações foram feitas de acordo com a posição de quem desenhou. Também foram resguardadas as formas e as proporções do que foi representado. O desenho técnico é assim chamado por ser um tipo de representação usado por profissionais de uma mesma área: mecânica, marcenaria, serralharia, etc. Ele surgiu da necessidade de representar com precisão máquinas, peças, ferramentas e outros instrumentos de trabalho. No decorrer da apostila, você aprenderá outras aplicações do desenho técnico. 9
9 10
10 Supressão de Vistas Até este momento, todos os desenhos de peças que estudamos foram apresentados em três vistas. Nem sempre isso é necessário, pois ao desenhar uma peça, é necessário fazer tantas vistas quantas forem suficientes para a compreensão de sua forma. Peça desenhada em três vistas 87
11 Peça desenhada em duas vistas Peça desenhada em vista única Indicativo de superfícies planas Superfícies planas são representadas por linhas contínuas estreitas, traçadas diagonalmente na indicação de partes, em peças arredondadas. 88
12 Indicativo de Quadrado ( ) 89
13 Desenho em vista única Nos desenhos em vista única são utilizadas a simbologia, as convenções e as notações adequadas. Aplicação 90
14 91
15 92
16 Omissão de Corte A omissão de corte indica as partes não-cortadas de uma peça representada em corte. A omissão de corte é representada pela ausência de hachuras e é usada para destacar certos elementos como: nervuras, chavetas, porcas, parafusos, eixos, etc. Nervura A nervura representada em corte no seu sentido longitudinal não é hachurada. 93
17 Quando o corte atinge duas ou mais peças montadas, inverte-se a posição das hachuras. Quando o corte atinge partes muito finas como chapas, guarnições, juntas e estruturas metálicas, as partes que seriam hachuradas são enegrecidas. 94
18 Projeção Ortogonal Especial Peças com partes inclinadas apresentam deformações quando representadas em projeções normais. Exemplo: Por essa razão utilizam-se outros recursos tais como a vista auxiliar, a vista especial com indicação, a rotação de elementos oblíquos e a vista simplificada. 95
19 Vista auxiliar São projeções parciais, representadas em planos auxiliares para evitar deformações e facilitar a interpretação. Rebatimento dos planos 96
20 Conclusão: Projeção ortogonal com utilização de vista auxiliar: Outros exemplos: Rotação de elementos oblíquos Peças com partes ou elementos oblíquos são representadas convencionalmente, fazendo-se a rotação dessas partes sobre o eixo principal e evitando-se assim, a projeção deformada desses elementos. 97
21 98
22 Material de desenho técnico O conhecimento do material de desenho técnico e os cuidados com ele são fundamentais para a execução de um bom trabalho. A maneira correta de utilizar esse material também, pois as qualidades e defeitos adquiridos pelo estudante, no primeiro momento em que começa a desenhar, poderão refletir-se em toda a sua vida profissional. Os principais materiais de desenho técnico são: O papel; O lápis; A borracha; A régua. O papel O papel é um dos componentes básicos do material de desenho. Ele tem formato básico, padronizado pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Esse formato é o A0 (A zero) do qual derivam outros formatos. Formatos da série A (Unidade: mm) Formato Dimensão Margem direita Margem esquerda A0 841 x A1 594 x A2 420 x A3 297 x A4 210 x
23 O formato básico A0 tem área de 1m 2 e seus lados medem 841mm x 1.189mm. Do formato básico derivam os demais formatos. Quando o formato do papel é maior que A4, é necessário fazer o dobramento para que o formato final seja A4. 12
24 Dobramento Efetua-se o dobramento a partir do lado d (direito), em dobras verticais de 185mm. A parte a é dobrada ao meio. O Lápis O lápis é um instrumento de desenho para traçar. Ele tem características especiais e não pode ser confundido com o lápis usado para fazer anotações costumeiras. 13
25 Características e denominações dos lápis Os lápis são classificados em macios, médios e duros conforme a dureza das grafitas. Eles são denominados por letras ou numerais e letras. A ponta do lápis deve ter entre 4 e 7mm de grafita descoberta e 18mm de madeira em forma de cone. A borracha A borracha é um instrumento de desenho que serve para apagar. Ela deve ser macia, flexível e ter as extremidades chanfradas para facilitar o trabalho de apagar. A maneira correta de apagar é fixar o papel com uma mão e com a outra esfregar a borracha nos dois sentidos sobre o que se quer apagar. 14
26 A régua A régua é um instrumento de desenho que serve para medir o modelo e transportar as medidas obtidas no papel. A unidade de medida utilizada em desenho técnico, em geral, é o milímetro. Régua-tê A régua-tê é um instrumento usado para traçar linhas retas horizontais. Fixação do papel na prancheta Para fixar o papel na prancheta é necessário usar a régua-tê e a fita adesiva. Durante o trabalho, a cabeça da régua-tê fica encostada no lado esquerdo da prancheta. A margem da extremidade superior do papel deve ficar paralela a haste da régua-tê. 15
27 Veja a figura: Esquadro O esquadro é um instrumento que tem a forma do triângulo retângulo e é usado para traçar linhas retas verticais e inclinadas. Os esquadros podem ser de 45 e de 60. O esquadro de 45º tem um ângulo de 90º e os outros dois ângulos de 45º O esquadro de 60º tem um ângulo de 90º, um de 60º e outro de 30º Os esquadros são adquiridos aos pares: um de 45 e outro de 60. Ao adquirir-se um par de esquadros deve-se observar que o lado oposto ao ângulo de 90 do esquadro de 45 seja igual ao lado oposto ao ângulo de 60 do esquadro de
28 Compasso O compasso é um instrumento usado para traçar circunferências e arcos de circunferência, tomar e transportar medidas. O compasso é composto de uma cabeça, hastes, um suporte para fixar a ponta-seca e um suporte para fixar a grafita. 17
29 Traçado de linhas com instrumentos Linhas horizontais traçadas com a régua-tê: Linhas inclinadas traçadas com a régua-tê e um esquadro: 18
30 Linhas inclinadas traçadas com a régua-tê e dois esquadros: 19
31 Projeções traçadas com instrumentos: 20
32 Linhas curvas traçadas com compasso Perspectiva isométrica traçada com instrumentos 21
33 22
34 Caligrafia Técnica Caligrafia técnica são caracteres usados para escrever em desenho. A caligrafia deve ser legível e facilmente desenhável. A caligrafia técnica normalizada são letras e algarismos inclinados para a direita, formando um ângulo de 75º com a linha horizontal. Exemplo de letras maiúsculas Exemplo de letras minúsculas Exemplo de algarismos Proporções 23
35 24
36 Construção Geométrica Estudadas as características dos instrumentos de desenho técnico, é possível executar os traçados, desenvolvendo as construções geométricas e planificação. Para aprender as construções geométricas é necessário estudar os conceitos de: Retas perpendiculares; Retas paralelas; Mediatriz; Bissetriz; Polígonos regulares; Linhas tangentes; Concordância. Duas retas são perpendiculares quando são concorrentes e formam quatro ângulos retos. 25
37 Duas retas são paralelas quando estão no mesmo plano e não se cruzam. Mediatriz é uma reta perpendicular a um segmento de reta que divide este segmento em duas partes iguais. A reta m é a mediatriz do segmento de reta AB. Os segmentos da reta AM e MB têm a mesma medida. O ponto M chama-se ponto médio do segmento de reta AB. 26
38 Bissetriz é uma semi-reta que tem origem no vértice de um ângulo e divide o ângulo em duas partes iguais. A semi-reta r é a bissetriz do ângulo A. Polígono é toda figura plana fechada. Os polígonos regulares têm todos os lados iguais e todos os ângulos iguais. O polígono regular é inscrito quando desenhado com os vértices numa circunferência. 27
39 Linhas tangentes são linhas que têm só um ponto em comum e não se cruzam. O ponto comum às duas linhas é chamado ponto de tangência. Os centros das duas circunferências e o ponto de tangência ficam numa mesma reta. O raio da circunferência e a reta são perpendiculares no ponto de tangência. 28
40 Concordância de duas linhas é a ligação dessas duas linhas com um arco de circunferência. A circunferência utilizada para fazer a ligação é tangente às duas linhas. 29
41 Construções geométricas fundamentais 1. Perpendicular (ponto sobre a reta) Dados a reta s e o ponto P. Determine os pontos A e B, com qualquer abertura do compasso e com centro em P. Determine o ponto C, com o compasso em uma abertura maior que AP e centro em A e B. Trace uma reta passando pelos pontos P e C. Essa reta é a perpendicular. 30
42 2. Perpendicular (ponto fora da reta) Dados a reta r e o ponto P. Determine os pontos A e B, com o compasso em uma abertura qualquer e centro em P. Determine o ponto C, com o compasso em uma abertura qualquer maior que a metade suur de AB e centro em A e B. Trace uma reta passando pelos pontos P e C. Essa reta é a perpendicular. 31
43 3. Perpendicular na extremidade do segmento Dado o segmento AB. Marque um ponto C, próximo à extremidade a ser traçada a perpendicular. Determine o ponto D, com abertura do suur compasso AC e centro em A e C. Trace um arco aposto ao ponto C, com abertura do compasso suur AC e centro em D. Trace uma reta passando pelos pontos C e D e obtenha o ponto E. A perpendicular é a reta que passa pelos pontos A e E. 32
44 4. Paralela (ponto dado) Dados a reta r e o ponto P, marque na reta r o ponto A deslocado de P e trace uma reta por P e A. Determine os pontos B e C, com uma abertura qualquer de compasso e centro em A. Determine o ponto D com a mesma abertura e centro em P. Marque o ponto E, com abertura do compasso BC e centro em D. Trace uma reta passando pelos pontos P e E. A reta que passa por P e E é paralela à reta r. 33
45 5. Paralela (distância dada) Dadas a reta r e a distância d, determine os pontos A e B sobre a reta r. Trace as perpendiculares t e s pelos pontos A e B. Marque a distância d nas perpendiculares t e s, com o compasso em A e B, e obtenha assim os pontos C e D. Trace uma reta que passe pelos pontos C e D. Essa reta é paralela à reta r na distância dada d. 34
46 6. Mediatriz Dado o segmento de reta AB, determine os pontos C e D, traçando arcos com o compasso em uma abertura maior que a metade do segmento AB e centro em A e B. Trace uma perpendicular que passe pelos pontos C e D. Essa perpendicular é a mediatriz. M é o ponto médio do segmento AB. 35
47 7. Bissetriz Dado o ângulo de vértice A, determine os pontos B e C, utilizando o compasso com abertura qualquer e centro em A. Determine o ponto D, utilizando o compasso para traçar arcos do mesmo raio com centro em B e C. Trace uma reta que passe pelos pontos A e D. Essa reta é a bissetriz do ângulo dado. 36
48 8. Divisão do ângulo reto em três partes iguais Dado o ângulo reto de vértice A, determine os pontos B e C, utilizando o compasso com qualquer abertura e centro em A. Com a mesma abertura e centro em C e B, determine os pontos D e E. Trace retas que passem por AD e AE. Essas retas dividem o ângulo em três partes iguais. 37
49 9. Concordância entre retas paralelas Dadas as retas r e s, paralelas e o ponto A, contido em s, trace uma perpendicular pelo ponto A, determinando o ponto B. Trace a mediatriz do segmento AB, obtendo o ponto O. Trace o arco de concordância entre as duas retas com suur abertura OA e centro em O. Os pontos de tangência são A e B. 38
50 10. Concordância entre retas concorrentes Dado o ângulo formado pelas retas t e s e o raio do arco de concordância r, determine o ponto A, traçando paralelas às retas t e s. Determine os pontos de tangência B e C, traçando a partir de A, linhas perpendiculares às retas t e s, respectivamente. Trace o arco que concordará com as retas dadas. Observação Este processo é válido para concordância entre retas concorrentes que formam qualquer ângulo. 39
51 11. Concordância no ângulo reto Dadas as retas concorrentes t e s formando um ângulo de 90 e o raio do arco de concordância r, trace um arco determinando os pontos B e C, com o compasso com abertura r e centro em A. Determine D com abertura r e centro em B e C. Trace a circunferência determinando a concordância com as retas t e s, abertura r e centro em D. 40
52 12. Concordância entre circunferências Dadas duas circunferências e o raio do arco de concordância r, determine os pontos C e D, traçando semiretas a partir de A e B. Em seguida, determine E e F, com abertura r e centro em C e D, respectivamente. Determine o ponto G traçando os arcos: com suur abertura AE e centro em A e com abertura suur BF e centro em B. Determine os pontos de tangência H e I, ligando A com G e B com G. Trace o arco de concordância entre suas circunferências com centro em G e abertura em r. 41
53 13. Concordância entre reta e circunferência Dados a reta s, a circunferência de centro A e o raio de concordância r, determine B na circunferência traçando uma semi-reta a partir de A. Determine o ponto C com abertura do compasso r e centro em B. Trace um arco com abertura AC e centro em A. Trace uma paralela à reta s na distância r, determinando o ponto D. Ligue D com A, obtendo o ponto E. Trace uma perpendicular à reta s partindo de D, determinando o ponto F. E e F são os pontos de tangência. Trace o arco que fará a concordância com abertura r e centro em D. 42
54 Perspectiva Isométrica Perspectiva é a maneira de representar objetos de acordo com sua posição, forma e tamanho. Existem vários tipos de perspectiva. Nesta apostila estudaremos apenas a perspectiva isométrica. A perspectiva isométrica mantém as mesmas medidas de comprimento, largura e altura do objeto. Para estudar a perspectiva isométrica é necessário conhecer ângulo e a maneira como ela é representado. Ângulo é a figura geométrica formada por duas semi-retas com a mesma origem. 43
55 O grau é cada uma das 360 partes em que a circunferência é dividida. A medida em graus é indicada por um numeral seguido do símbolo de grau. Veja alguns exemplos. 44
56 Nos desenhos em perspectiva isométrica, os três eixos isométricos (c, a, l) formam entre si ângulos de 120º. Os eixos oblíquos formam com a horizontal um ângulo de 30º. Qualquer linha paralela a um eixo isométrico é chamada linha isométrica. c, a, l: eixos isométricos d, e, f: linhas isométricas Traçados da perspectiva isométrica do prisma O prisma é usado como base para o traçado da perspectiva isométrica de qualquer modelo. 45
57 No início, até você adquirir firmeza, o traçado deve ser feito sobre o reticulado. Veja abaixo uma amostra de reticulado. Em primeiro lugar são traçados os eixos isométricos. Em seguida, são marcadas nesses eixos as medidas de comprimento, largura e altura do prisma; 46
58 Após isso, é traçada a face de frente do prisma, tomando-se como referência as medidas do comprimento e da altura, marcadas nos eixos isométricos. Depois traçamos a face de cima do prisma tomando como referência as medidas do comprimento e de largura, marcadas nos eixos isométricos. Em seguida traçamos a face do lado do prisma tomando como referência as medidas da largura e da altura marcada nos eixos isométricos. 47
59 E, por último, para finalizar o traçado da perspectiva isométrica, são apagadas as linha de construção e reforçado o contorno do modelo. Traçado de perspectiva isométrica com detalhes paralelos 48
60 Traçado da perspectiva isométrica com detalhes oblíquos As linhas que não são paralelas aos eixos isométricos são chamadas linhas nãoisométricas. 49
61 50
62 Projeção Ortogonal Em desenho técnico, projeção é a representação gráfica do modelo feita em um plano. Existem várias formas de projeção. A ABNT adota a projeção ortogonal, por ser a representação mais fiel à forma do modelo. Para entender como é feita a projeção ortogonal, é necessário conhecer os seguintes elementos: observador, modelo, e plano de projeção. Veja os exemplos a seguir: neles, o modelo é representado por um dado. 51
63 Observe a linha projetante. A linha projetante é a linha perpendicular ao plano de projeção que sai do modelo e o projeta no plano de projeção. 52
64 Projeção em três planos Unindo perpendicularmente três planos, temos a seguinte ilustração: Cada plano recebe um nome de acordo com sua posição. As projeções são chamadas vistas, conforme a ilustração a seguir. 53
65 Rebatimento de três planos de projeção Quando se tem a projeção ortogonal do modelo, o modelo não é mais necessário e assim é possível rebater os planos de projeção. Com o rebatimento, os planos de projeção, que estavam unidos perpendicularmente entre si, aparecem em um único plano de projeção. Na página seguinte pode-se ver o rebatimento dos planos de projeção, se imaginado os planos de projeção ligados por dobradiças. Agora imagine que o plano de projeção vertical fica fixo e que os outros planos de projeção giram um para baixo e outro para a direita. 54
66 O plano de projeção que gira para baixo é o plano de projeção horizontal e o plano de projeção que gira para a direita é plano de projeção lateral. Planos de projeção rebatidos: Agora é possível tirar os planos de projeção e deixar apenas o desenho das vistas do modelo. Na prática, as vistas do modelo aparecem sem os planos de projeção As linhas projetantes auxiliares indicam a relação entre as vistas do desenho técnico. 55
67 Observação As linhas projetantes auxiliares não aparecem no desenho técnico do modelo. São linhas imaginárias que auxiliam no estudo da teoria da projeção ortogonal. Outro exemplo: Dispondo as vistas alinhadas entre si, temos as projeções da peça formadas pela vista frontal, vista superior e vista lateral esquerda. 56
68 Observação Normalmente a vista frontal é a vista principal da peça. As distâncias entre as vistas ser iguais e proporcionais ao tamanho do desenho. 57
69 58
70 Cotagem Cotagem é a indicação das medidas da peça em seu desenho. Para a cotagem de um desenho são necessários três elementos: Linhas de cota são linhas contínuas estreitas, com setas nas extremidades; nessas linhas são colocadas as cotas que indicam as medidas da peça. A linha auxiliar é uma linha contínua estreita que limita as linhas de cota. 59
71 Cotas são numerais que indicam as medidas básicas da peça e as medidas de seus elementos. As medidas básicas são: comprimento, largura e altura. 50 = comprimento 25 = largura 15= altura Cuidados na cotagem Ao cotar um desenho é necessário observar o seguinte: 60
72 As cotas guardam uma pequena distância acima das linhas de cota. As linhas auxiliares também guardam uma pequena distância das vistas do desenho técnico. Em desenho mecânico, normalmente a unidade de medida usada é o milímetro (mm), e é dispensada a colocação do símbolo junto à cota. Quando se emprega outra distinta do milímetro (por exemplo, a polegada), coloca-se seu símbolo. Observação As cotas devem ser colocadas de modo que o desenho seja lido da esquerda para direita e de baixo para cima, paralelamente à dimensão cotada. Sempre que possível é bom evitar colocar cotas em linhas tracejadas. 61
73 Cotas que indicam tamanhos e cotas que indicam localização de elementos Exemplo de peças com elementos. Para fabricar peças como essas é necessário interpretar, além das cotas básicas, as cotas dos elementos. A cota 9 indica a localização do furo em relação à altura da peça. A cota 12 indica a localização do furo em relação ao comprimento da peça. As cotas 10 e 16 indicam o tamanho do furo. 62
74 Cotagem de peças simétricas A utilização de linha de simetria em peças simétricas facilita e simplifica a cotagem, conforme os exemplos abaixo. Sem linha de simetria Com linha de simetria Seqüência de cotagem 63
75 1º Passo 2º Passo 3º Passo 64
76 4º Passo Cotagem de diâmetro Cotagem de raios 65
77 Quando a linha de cota está na posição inclinada, a cota acompanha a inclinação para facilitar a leitura. Porém, é preciso evitar a disposição das linhas de cota entre os setores hachurados e inclinados de cerca de 30º. Cotagem de elementos esféricos Elementos esféricos são elementos em forma de esfera. A cotagem dos elementos esféricos é feita pela medida de seus diâmetros ou de seus raios. ESF= Esférico Ø= Diâmetro R= Raio 66
78 Cotagem de elementos angulares Existem peças que têm elementos angulares. Elementos angulares são formados por ângulos. O ângulo é medido com o goniômetro pela sua abertura em graus. O goniômetro é conhecido como transferidor. A cotagem da abertura do elemento angular é feita em linha de cota curva, cujo centro é vértice do ângulo cotado. Uso de goniômetro (transferidor) 67
79 Cotagem em ângulos de peças cilíndricas 68
80 Cotagem de chanfros Chanfro é a superfície oblíqua obtida pelo corte da aresta de duas superfícies que se encontram. Existem duas maneiras pelas quais os chanfros aparecem cotados: por meio de cotas lineares e por meio de cotas lineares e angulares. As cotas lineares indicam medidas de comprimento, largura e altura. As cotas angulares indicam medidas de abertura de ângulos. Cotas lineares Cotas lineares e cotas angulares 69
81 Em peças planas ou cilíndricas, quando o chanfro está a 45º é possível simplificar a cotagem. 70
82 Escala Escala é a relação entre as medidas da peça e do desenho. A escala é necessária porque nem sempre os desenhos industriais são do mesmo tamanho das peças a serem produzidas. Assim, quando se trata de uma peça muito grande, o desenho é feito em tamanho menor com redução igual em todas as suas medidas. Quando se trata de uma peça muito pequena, o desenho é feito em tamanho maior com ampliação igual em todas as suas medidas. Escalas usuais Natural... 1:1 (um por um) Redução...1:2-1:5-1:10-1:20 - etc. Ampliação... 2:1-5:1-10:1-20:1 - etc. Exemplos: Desenho de um punção de bico em tamanho natural. 71
83 Desenho de um rodeiro de vagão, vinte vezes menor que o seu tamanho verdadeiro. Desenho de uma agulha de injeção, duas vezes maior que o seu tamanho verdadeiro. Observação A redução ou a ampliação só tem efeito para o traçado do desenho. As cotas não sofrem alteração. 72
84 Escala de medidas angulares Em medidas angulares não existe a redução ou ampliação, seja qual for a escala utilizada. 73
85 Observação Os ângulos das peças permanecem sempre com as mesmas aberturas. 74
86 Desenho em Corte Corte Corte significa divisão, separação. Em desenho técnico, o corte de uma peça é sempre imaginário. Ele permite ver as partes internas da peça. Hachuras Na projeção em corte, a superfície imaginaria cortada é preenchida com hachuras. 75
87 Hachuras são linhas estreitas que, além de representarem a superfície imaginada cortada, mostram também os tipos de materiais. O hachurado é traçado com inclinação de 45 graus. Para desenhar uma projeção em corte, é necessário indicar antes onde a peça será imaginada cortada. Essa indicação é feita por meio de setas e letras que mostram a posição do observador. 76
88 Corte na vista frontal Corte na vista superior 77
89 Corte na vista lateral esquerda Observações: A expressão Corte AA é colocada embaixo da vista hachurada. As vistas não atingidas pelo corte permanecem com todas as linhas. Na vista hachuradas, as tracejadas podem ser omitidas, desde que isso não dificulte a leitura do desenho. Mais de um corte no desenho técnico Até aqui foi vista a representação de um só corte na mesma peça. Mas, às vezes, um só corte não mostra todos os elementos internos da peça. Nesses casos é necessário representar mais de um corte na mesma peça. 78
90 79
91 Exemplo de um desenho cotado. 80
92 Meio-corte O meio-corte é empregado no desenho de peças simétricas no qual aparece somente meia-vista em corte. O meio-corte apresenta a vantagem de indicar, em uma só vista, as partes internas e externas da peça. Em peças com a linha de simetria vertical, o meio-corte é representado à direita da linha de simetria, de acordo com a NBR Na projeção da peça com aplicação de meio-corte, as linhas tracejadas devem ser omitidas na parte não-cortada. 81
93 Meio-corte em vista única Em peças com linha de simetria horizontal, o meio-corte é representado na parte inferior da linha de simetria. Corte Composto (Corte em Desvio) Certos tipos de peças, como a representada abaixo, por apresentarem seus elementos internos fora de alinhamento, precisam de outra maneira de se imaginar o corte. O tipo de corte usado para mostrar elementos internos fora de alinhamento é o corte composto, também conhecido como corte em desvio. 82
94 Corte passando por furo retangular Imagine o modelo, apresentado anteriormente, sendo secionado por um plano de corte longitudinal vertical que atravessa o furo retangular e veja como fica sua representação ortográfica: Você deve ter observado que o modelo foi secionado por um plano que deixou visível o furo retangular. Os furos redondos, entretanto, não podem ser observados. Corte passando por furos cilíndricos Para poder analisar os furos redondos, você terá de imaginar outro plano de corte, paralelo ao anterior. Veja, a seguir, o modelo secionado pelo plano longitudinal vertical que atravessa os furos redondos e, ao lado, sua representação ortográfica. 83
95 Corte passando por furos cilíndricos e por furo retangular Em desenho técnico existe um modo de representar estes cortes reunidos: é o corte composto, ou em desvio. O corte composto torna possível analisar todos os elementos internos do modelo ou peça, ao mesmo tempo. Isso ocorre porque o corte composto permite representar, numa mesma vista, elementos situados em diferentes planos de corte. Você deve imaginar o plano de corte desviado de direção, para atingir todos os elementos da peça. Observe acima que o corte é indicado pela linha traço e ponto na vista superior. Os traços são largos nas extremidades e quando indicam mudanças de direção dos planos de corte. O nome do corte é indicado por duas letras maiúsculas, representadas nas extremidades da linha traço e ponto. As setas indicam a direção em que o observador imaginou o corte. 84
96 Corte parcial É o corte usado quando é necessário mostrar apenas determinados detalhes internos na projeção. Para limitar a parte cortada, usa-se a linha de ruptura (sinuosa estreita). 85
97 86
98 Escola SENAI Mario Amato Desenho Técnico Referências SENAI-SP. DMD. Iniciação ao Desenho. Por Antonio Ferro et all. 2ª ed. São Paulo, (Desenho I, 1) SENAI-SP. DMD. Desenho com Instrumentos. Por Antonio Ferro et all. 2ª ed. São Paulo, (Desenho II ) NTP - Núcleo de Tecnologia do Plástico 99
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