CASA DE FARINHA E PLANTIO DE MANDIOCA ICA

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1 CASA DE FARINHA E PLANTIO DE MANDIOCA ICA Identificação Interessado Universidade Federal Rural da Amazônia Setor Casa de Farinha e Plantio de Mandioca ICA Localização Instituto de Ciências Agrárias, Campus Belém Belém/PA Data da Inspeção 30/09/14 Descrição do ambiente Área do ambiente de aproximadamente 44m 2, portas de madeira tipo abrir, paredes em madeira e alvenaria rebocada e pintada, piso de cimento grosso e pé-direito de 3,73m. A ventilação é natural/artificial através de ventilador de teto. A iluminação é natural/artificial composta por lâmpada fluorescente, no local há janelas de madeira do tipo abrir. Este ambiente encontra-se em péssimas condições de trabalho e necessita de reforma geral e. Mobiliário/Equipamentos Mesa, armário de madeira, cadeiras de madeira, baldes, pulverizadores, ferramentas manuais (facão, pá, entre outras), carro de mão, etc. Tipo de trabalho realizado /Atividades desenvolvidas Auxiliar Agropecuário Limpeza da Casa de Farinha e área de plantio de mandioca, preparando áreas de campo (capina). Preparo e aplicação de inseticidas, herbicidas, fungicidas, acaricidas e outros defensivos agrícolas. Neste preparo e aplicação, os servidores utilizam produtos tipo DMA, Tordon, (2,4 D), Manzate, Tropotox, Fungitol Azul, Roundup, Dithane, Mirex, Malation, entre outros. Além disso, prepara a terra com adubo orgânico (contendo esterco de animais) e químicos (a base de ureia, calcário, ferro, NPK, superfosfato simples e triplo). Utilizam EPI s como botas, luvas, máscaras, óculos de proteção, porém inadequados ao risco. 1

2 Registro Fotográfico Identificação da casa de farinha Área interna do local Fiação elétrica exposta e agrotóxicos armazenados de forma incorreta Instalações sanitárias em desconformidade com a NR- 24 Equipamentos armazenados indevidamente Botas necessitando de limpeza Agentes nocivos à saúde ou Identificador do risco e Grau de agressividade ao Homem Avaliação qualitativa dos riscos ambientais e operacionais Risco Químico: Emprego de defensivos organoclorados e organofosforados sem proteção adequada. Risco Físico: Conforme avaliação realizada no ambiente de trabalho, constatou-se que não existem agentes físicos que atinjam os limites máximos de exposição. 2

3 Risco Biológico: Não evidenciado. Risco de Acidentes: Arranjo físico inadequado; Iluminação inadequada; Armazenamento inadequado; Animais peçonhentos; Ferramentas inadequadas; Risco Ergonômico: Esforço físico intenso; Postura inadequada. Agente / Grandeza Fonte Geradora Trajetória Avaliação quantitativa Valor Encontrado Limite de Tolerância Tempo Exp. Dia/Min Nível Mín. Permissível Exposição E H P Ruído 1 Ambiente Aérea 54,4dB (A) 85 db (A) 480 (8h) -- X Iluminância 1 Artificial + Natural NA 109 lx NA NA 500 lx X Iluminância 2 Artificial + Natural NA 60,2 lx NA NA 500 lx X Umidade Relativa % % X Obs.: Iluminação insuficiente neste local. Conclusão Fundamento científico: A aplicação inadequada e indiscriminada de defensivos agrícolas é prejudicial ao meio ambiente e à saúde humana. Os seres humanos podem ser afetados de maneira direta, pelo contato com estas substâncias, ou indiretamente, a partir da contaminação de áreas próximas aos locais de cultivo (PERES et al., 2005). O Homem absorve defensivos agrícolas por meio de ingestão, inalação, ou contato com pele e mucosas. Tal fato pode ocorrer por contato direto, na hora do preparo, manuseio ou aplicação do defensivo; ou indireto, através da ingestão de água e alimentos contaminados. A partir daí os danos podem ocorrer por meio de intoxicação aguda e crônica. Intoxicação aguda ocorre quando a vítima é exposta a doses altas; neste caso, os sintomas aparecem rapidamente, de minutos a horas após a exposição. Os sintomas variam entre os vários tipos de defensivos, mas incluem, no caso da saúde humana: dor de cabeça, dor abdominal, diarreia, náusea, vômito, irritação de olhos e pele, visão turva, opressão torácica, dificuldade respiratória, sudorese intensa, cãibras, tremores, arritmias cardíacas, convulsões, coma e morte. Por sua vez, a intoxicação crônica ocorre quando a vítima é exposta a doses menores, mas por muito tempo, como meses ou anos e pode ter consequências graves para a saúde humana, incluindo paralisia, esterilidade, abortos e danos ao desenvolvimento dos fetos e câncer, entre outros. Fundamento Legal: Após avaliação no local de trabalho, dos processos das atividades desenvolvidas: posto de trabalho, função do trabalhador, tempo de exposição, forma de contato com o agente nocivo à saúde, tipo de proteção utilizada e do fundamento legal sobre o assunto, concluímos que: 1 - Os servidores que desenvolvem suas atividades em caráter permanente ou habitual com emprego de defensivos organoclorados, organofosforados e derivados do ácido carbônico (risco químico) na CASA DE FARINHA E PLANTIO DE MANDIOCA/ICA fazem jus ao adicional de 3

4 insalubridade de grau médio (10% sobre o vencimento do cargo efetivo), conforme preconiza o Anexo 13 ( Agentes químicos) da NR15 (Portaria nº 3.214/78- MTE) e como estabelece a Orientação Normativa nº 4 de 14/02/2017 SEGRT/MPDG e os Artigos 68 a 72 da Lei nº 8.112/90. 2 Não fazem jus ao adicional de insalubridade os servidores que desenvolvem suas atividades na Casa de Farinha e Plantio de Mandioca com exposição eventual ou esporádica ao risco. 3 - No ambiente periciado não foram encontradas atividades para a caracterização e justificativa para a concessão de periculosidade, irradiação ionizante e gratificação por trabalhos com raios-x ou substâncias radioativas, conforme determinação expressa na Orientação Normativa nº 4 de 14/02/2017 SEGRT/MPOG, e nas demais legislações vigentes. Portanto, os percentuais aplicáveis para o ambiente periciado são: Grau de Insalubridade: Grau Médio 10% - Químico Grau de Periculosidade: Grau 0% Grau de Irradiação Ionizante: Grau 0% Trabalhos com Raios-X ou Substâncias Radioativas: Grau 0% OBS: A atividade exercida no laboratório avaliado é considerada insalubre conforme enquadramento acima, mas o servidor para fazer jus ao adicional de insalubridade, deverá atender ao disposto no Art. 9 I, II e III da Orientação Normativa n 4, de 14 de fevereiro de 2017, que tratam de exposição eventual ou esporádica, habitual e permanente, respectivamente, informando a carga horária mensal da sua atividade quando da solicitação do seu pedido. Medidas Corretivas e Preventivas Administrativa 1 - Organização do ambiente e limpeza do local. De preferência realizar uma reforma na Casa de Farinha, pois a edificação não possui condições adequadas de trabalho; 2 - Em relação às instalações sanitárias usadas pelos servidores, sugerimos, conforme estabelece a NR 24 Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho: a) Implantação de cestos de lixo com tampa e disponibilidade de sabão para lavar as mãos; b) Higienização adequada das instalações sanitárias utilizadas pelos servidores. c) Implantação de toalheiros ou outro dispositivo para enxugar as mãos. 3 - Iluminar adequadamente a Casa de Farinha, pois a iluminação atual (vide tabela de avaliação quantitativa) é insuficiente, a fim de adequação a NBR ISO/CIE e a NR 17 Ergonomia: a) Item Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade; b) Item A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos; 4 Instalação/Sinalização na Casa de Farinha de pelo menos 01 extintor de 6kg do Tipo Pó ABC (a base de monofosfato de amônia), conforme normas técnicas (NBR Sistemas e 4

5 Proteção por Extintores de Incêndio e NBR Sinalização de Segurança contra incêndio e Pânico) e Adequação à NR-23 Proteção Contra Incêndio - da portaria 3.214/78 do MTE. 5- Armazenar os defensivos agrícolas em local apropriado. O local deve ser seco, bem ventilado e sem incidência direta e indireta de calor. Não armazenar junto com substâncias incompatíveis; 6- Realização de exames médicos periódicos para os servidores expostos aos riscos químicos. 7 Trocar lâmpadas queimadas na Casa de Farinha; 8 Realizar manutenção periódica da instalação elétrica, conforme determina NR 10 Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade (item As instalações elétricas devem ser mantidas em condições seguras de funcionamento e seus sistemas de proteção devem ser inspecionados e controlados periodicamente, de acordo com as regulamentações existentes e definições de projetos); 9 Dedetização periódica do ambiente periciado; 10 Realizar serviços de capina periodicamente para evitar proliferação de insetos, animais, etc. Equipamentos de Proteção Individual EPI Em atividades de aplicação de defensivos agrícolas utilizar os seguintes EPI s: 1-Luvas de Borracha Nitrílica ou PVC; 2 Máscara (respirador) facial com filtro e Touca árabe; 3 Viseira ou Óculos de segurança tipo ampla visão; 4- Avental, perneiras e botas impermeáveis; 5- Jaleco e calça (tecido hidro-repelente). Nota: Este laudo poderá ser modificado em função de: Mudança no ambiente de trabalho que venha a interferir no local/atividade periciado; Modificações consideráveis nas estruturas físicas avaliada; Qualquer mudança que venha neutralizar ou diminuir os efeitos dos agentes ambientais avaliados neste laudo; Aparecimento de legislação que por ventura venha influir no setor periciado; Ocorrendo quaisquer das situações acima citadas, deverá ser feita nova avaliação. Belém (Pa), 28 de maio de Anderson dos Santos Vieira Eng. de Segurança do Trabalho CREA nº D-PA SIAPE