Uma avaliação sobre o futuro do mercado do futebol no Brasil e a gestão dos clubes brasileiros

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Henrique Canejo Schmidt
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1 Uma avaliação sobre o futuro do mercado do futebol no Brasil e a gestão dos clubes brasileiros Instituto Brasileiro de Governança Coorporativa São Paulo (28 de julho de 2011) Aod Cunha

2 Um panorama geral sobre a apresentação 1. O ambiente macroeconômico para o mercado do futebol no Brasil nas próximas duas décadas 1.1 O crescimento do business do Futebol 1.2 A perspectiva da concentração econômica 1.3 Nacionalização e internacionalização dos clubes brasileiros 2. Desafios para uma gestão mais moderna dos clubes brasileiros 2.1 Ambiente regulatório 2.2 Modelo de governança 2.3 Gestão dos clubes 3. Conclusões

3 O ambiente macroeconômico para o mercado do futebol no Brasil nas próximas duas décadas 1.1 O crescimento do business futebol no Brasil Há um conjunto de janelas simultâneas de oportunidades no Brasil que aumentarão a renda total da indústria: - Crescimento da renda per capita e do PIB total agregado do País nos últimos anos ( tamanho de mercado ) - Preferência do consumidor brasileiro pelo futebol vis-à-vis a preferência relativa de consumidores de outros mercados nacionais de futebol - Crescimento da organização e do poder de compra das mídias esportivas locais (tv aberta, cabo, pay-per-view, internet...) - Copa de 2014

4 O ambiente macroeconômico para o mercado do futebol no Brasil nas próximas duas décadas 1.2 A perspectiva da concentração econômica: - A tendência dominante é que o Brasil vivencie nos próximos anos um processo de concentração econômica entre poucos clubes brasileiros semelhante ao que ocorreu nas principais ligas europeias. - O grau de concentração deve variar dependendo ou não de medidas regulatórias e de coordenação entre os próprios clubes brasileiros. Há um range de opções entre o modelo de futebol espanhol até a Bundesliga ou até mesmo o modelo da NBA.

5 O ambiente macroeconômico para o mercado do futebol no Brasil nas próximas duas décadas 1.3 Nacionalização e internacionalização dos clubes brasileiros - Apenas Flamengo e Corinthians tem torcidas locais de tamanho suficiente para terem orçamentos de players globais (paradoxalmente são os clubes com maior facilidade para um eventual projeto de internacionalização) -Terão orçamentos competitivos os clubes que forem capazes de terem uma base nacional e internacional de torcedores/ consumidores simpatizantes. - Clubes altamente dependentes da venda dos seus melhores jogadores não estarão entre os principais players nacionais. A demanda pelo produto final mudará e exigirá uma outra mentalidade comercial dos clubes brasileiros.

6 O ambiente macroeconômico para o mercado do futebol no Brasil nas próximas duas décadas 1.3 Nacionalização e internacionalização dos clubes brasileiros (continuação...) - Quem retiver seus talentos por mais tempo terá prêmios de remuneração comercial significativamente maiores. Será o tempo do futebol como grande show e entretenimento de massas de consumo com poder aquisitivo mais elevado e mais exigentes. - Este cenário exigirá mudanças nas atuais relações entre empresários/investidores com os clubes de futebol.

7 Desafios para uma gestão mais moderna dos clubes brasileiros 2.1 Ambiente regulatório: - Os grandes clubes brasileiros precisam construir uma entidade que coordene de maneira eficiente os seus interesses. O caso do futebol brasileiro é um caso clássico de um modelo de teoria dos jogos onde há um valor maior para a coordenação de interesses dos participantes do que a competição individual. Esta deve ocorrer apenas dentro do campo. - A legislação brasileira deve avançar em termos de proteção dos direitos de formação de atletas para os clubes e da responsabilização legal individual de más gestões administrativas e financeiras nos mesmos (transformando ou não efetivamente os clubes em sociedades com fins lucrativos).

8 Desafios para uma gestão mais moderna dos clubes brasileiros 2.2 Modelo de governança e gestão dos clubes - A definição de atribuições do staff profissional e dos dirigentes políticos precisa estar prevista nos estatutos dos clubes, com segregação de funções e relativa autonomia para o staff profissional. - O staff profissional deve responder preponderantemente ao Conselho do Clube ou a um Conselho de Gestão (que não pode ser confundido com a diretoria política eleita). - O Clube deve apresentar e aprovar planejamentos estratégicos. Conselho e diretoria eleita têm papel preponderante na construção e definição dos planos estratégicos. O staff profissional deve ter papel preponderante na execução operacional desses planos.

9 Conclusões - O mercado de futebol no Brasil será um dos mercados com maior taxa de crescimento nos próximos anos por uma reunião de fatores conjugados ao mesmo tempo. - Como em toda grande indústria, esse mercado sofrerá uma tendência de concentração em poucos grandes players. Essa tendência pode ser reforçada ou diminuída dependendo do tipo de governança e regulação do mercado. - O valor crescente desse mercado exigirá um outro tipo de visão de negócios dos seus dirigentes. Os pay-offs para os modelos de gestão vencedores e perdedores ficarão mais distantes. O custo da não profissionalização da gestão será cada vez maior. - Efetivos avanços na gestão profissional dos clubes brasileiros só podem ocorrer se embasados em avanços institucionais dos mesmos.

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