Para Ouvir e Anunciar a Palavra de Deus A INTERPRETAÇÃO DA PARÁBOLA DO SEMEADOR

Transcrição

1 Para Ouvir e Anunciar a Palavra de Deus A parábola em questão é de suma importância para que possamos entender um conjunto de outras parábolas acerca do reino. A mensagem da parábola do Semeador é muito rica, e trazem elementos que nos ensinam muito acerca da mensagem de Cristo. Neste comentário abordaremos acerca do conteúdo e significado desta maravilhosa parábola, do significado de seus elementos e da missão a nós recebida com o ide do Senhor. Que Deus nos ajude no decorrer desta maravilhosa lição. A INTERPRETAÇÃO DA PARÁBOLA DO SEMEADOR Compreender a parábola do semeador é de fundamental importância para o entendimento das demais parábolas. Neste episódio, Cristo estava ensinando junto ao mar, onde podemos observar que não havia um lugar determinado para a propagação do seu ensino, pois ele ensinava tanto na sinagoga para os mais letrados, como junto ao mar para atingir algumas classes que não podiam ir, por algum motivo, às sinagogas. Para compreendermos esta parábola, devemos partir de sua análise geral, e logo após entender os seus elementos particulares para então termos uma aplicação da mesma para os nossos dias. Numa visão geral, podemos encontrar no próprio texto sagrado a interpretação desta parábola. Em Mt , o próprio Jesus nos dá a interpretação da parábola, como Champlin nos resume dizendo: A semente é a palavra, isto é, a pregação do reino. O semeador é Jesus, mas também pode ser aplicado a qualquer discípulo que prega o reino. O maligno é Satanás (interpretação primária) ou qualquer agência satânica, como a atração exercida pelo mundo, a falta de fé, o fascínio das riquezas etc. Os diversos lugares onde pode cair a semente significam a personalidade ou características dos que recebem a semente, bem como o uso que fazem dela, ou então como a semente germina ou não na vida desses indivíduos. (CHAMPLIN 2014, p. 424) Note que os ensinos de Jesus por parábolas eram tirados de coisas cotidianas e comuns aos ouvintes, jamais ele utilizava termos filosóficos de difíceis compreensão. Ele assim o fez para que aqueles que tivessem atentos à sua palavra, pudessem através da fé chegar ao entendimento de Sua mensagem. Nesta parábola, observamos alguns elementos que através de sua análise particular, formares um excelente conjunto para a sua aplicação: A Semente semeada: Esta semente é a Palavra de Deus, ou seja, a mensagem do reino trazida por Jesus. O Evangelho é a Palavra do reino, onde quando semeada pode até parecer algo sem efeito, contudo ela pode produzir algo muito rico dentro de nós. O Evangelho

2 quando recebido e compreendido, gera muitos frutos na vida de quem o recebem e esses frutos produzem muitos outros por intermédio da propagação deste (Cl 1.5,6). O Semeador: O Semeador que lança a semente é Jesus, porém podemos aplicar também a todo aquele que transmite a verdade do Evangelho (1 Co 3.6-9). Devemos ter em mente que somos trabalhadores a disposição da seara (Lc 10.2), de modo que Cristo, através do Espírito Santo, é quem nos capacita a semear neste campo (no mundo) a semente do Seu Evangelho. O Solo: O solo que a semente foi lançada são os corações daqueles que recebem a Palavra do Evangelho, cujos quais apresentam diferentes qualidades de recebimento desta pregação. Stamps nos traz uma aplicação interessante a cerca disso: (1) A conversão e a frutificação espiritual dependem de como a pessoa se porta ante a Palavra de Deus. (2) Haverá diferentes reações ante o evangelho, da parte do mundo. Uns ouvirão, mas não entenderão (Mc 4.15; Mt 13.19). Uns crerão, mas depois se desviarão (Mc ). Uns perseverarão e frutificarão em diferentes proporções (Mc 4.20). (3) Os inimigos da Palavra de Deus são: Satanás, os cuidados deste mundo, as riquezas e os prazeres pecaminosos desta vida (Mc 4.15,19; Lc 8.14). (STAMPS 1995, p. 1468) A IMPORTÂNCIA DE OUVIR O EVANGELHO Devemos analisar que o fator preponderante nesta parábola é a questão de querer ouvir a mensagem do Evangelho e como recebê-la para que assim possa obedecê-la. Note o seguinte, Jesus inicia a sua mensagem dizendo Ouvi (Mc 4.3) e a termina dizendo Quem tem ouvidos para ouvir, que ouça (Mc 4.9). O termo OUVIR era usado para chamar a atenção para a importância do ensino apresentado, o sentido oculto do ensino, e a total compreensão do que fica subentendido no ensino. Jesus quis dizer que os seus ensinos deveriam ser ouvidos com atenção e diligência, e que, por ausência disso, muitos não poderiam compreendê-los (CHAMPLIN 2014, p. 427). Através desta análise, podemos então compreender o motivo pelo qual utilizou como comparação dos diversos tipos de ouvintes o solo, pois ele nos remete a entender o que a palavra produz na vida daqueles que a recebem com a devida atenção e daqueles que só a ouvem por questões quaisquer.

3 Vejamos então uma rápida análise dos tipos de ouvintes (solos) relatados por Jesus aqui: O solo de junto ao caminho Estradas e trilhas cruzavam muitos campos (Bíblia de Estudo Arqueológica NVI), por este modo as sementes que caíram nestas estradas e trilhas não encontraram um bom solo. A cerca deste solo, Henry fala o seguinte: Observe, em primeiro lugar, que tipo de ouvintes é comparado com o solo do caminho; os que ouvem a Palavra e não a compreendem. Eles são os únicos culpados por esta situação. Eles não a levam em consideração, não a retém; eles não se comportam como desejassem receber o bem. São como a estrada; nunca houve a intenção de semeá-la. Eles vêm a presença de Deus como os seus filhos vêm, e se sentam diante dele como os seus filhos se sentam, mas o fazem simplesmente por costume, ou ainda para verem e serem vistos. Eles não se importam com o que é dito; as palavras entram por um ouvido e saem pelo outro, e não deixa neles nenhuma interpretação duradoura. (HENRY 2008, p. 165) Deste modo, como são apenas ouvintes que não desejam produzir efeitos com aquilo que recebem, se tornam uma presa fácil para que Satanás ou os prazeres deste mundo venham arrebatar aquilo que ouviram. Por isto cabe a importância de não só apenas sermos meros ouvintes, Também precisamos dar atenção, com dedicação, às coisas que ouvimos (HENRY 2008, p. 165). O solo rochoso Estes tipos de ouvintes se portam de modo diferente aos anteriores, de modo que atém recebem a palavra, contudo nela não permanecem. Eles não rejeitam a palavra nem se fazer como não a escutam. Podemos comparar estes ouvintes àqueles que leem a palavra, estudam a palavra, contudo ainda não a entenderam completamente. De um modo mais claro, estes são aqueles que recebem a palavra, tem um bom início na fé cristã, mostram-se empolgados com o Evangelho, porém ainda não compreenderam a mensagem que receberam, de modo que ao acontecer a primeira situação adversa, abandonam a fé cristã, por não ter raízes fundamentadas no bom solo. Os tempos de adversidade sempre chegam, e então aqueles que foram semeados entre as pedras não são bem-sucedidos. Quando a tribulação e a perseguição começam por causa do mundo, eles se sentem ofendidos. Essa é uma pedra de tropeço no caminho que eles não conseguem transpor; e assim o abandonam. É nisto que resulta a profissão de fé dessas pessoas. (HENRY 2008, p. 166) O solo espinhoso Note que a mensagem de Cristo vem em caráter evolutivo nesta parábola. Ele inicia com uma mensagem sobre aqueles que não possuem raiz, depois passa a trazer sobre aqueles que têm suas raízes, porém não fundamentadas em um solo, e agora Jesus trata daqueles que possuem raiz, contudo em meio ao espinhal. Estes aqui, são aqueles que recebem a palavra, e ela chega até a germinar em si,

4 contudo as preocupações deste mundo a sufocam os tornando infrutíferos. As preocupações mundanas são adequadamente comparadas aos espinhos, pois elas vêm como o pecado, e são fruto da maldição. Elas são boas até certo ponto, para preencher uma lacuna, no sentido de precaução; mas o homem que lida muito com elas deve estar bem prevenido (HENRY 2008, p. 166). O solo bom Este aqui representa o tipo ideal de ouvinte da Palavra de Deus. Veja que as características quanto a este solo são omitidas, o que não nos garante que seja um solo livre das intempéries anteriores, o que representa que estamos sujeitos a quedas e tropeços na fé, contudo temos firmeza para permanecemos de pé ante as adversidades da vida (Mt 7.24,25). Em primeiro lugar, ouvintes inteligentes; eles ouvem a Palavra e a entendem, eles entendem não só o seu sentido e significado, mas o seu próprio envolvimento com a Palavra [ ] Em segundo lugar, ouvintes que frutificam, o que é uma evidência de sua boa compreensão; e esta também produz frutos [ ] Nós, então, damos frutos quando agimos de acordo com a Palavra; quando o temperamento de nossas mentes e o senso de nossas vidas estão de acordo com o Evangelho que recebemos, e nós agimos conforme aquilo que nos é ensinado [ ] Em terceiro lugar, nem todos frutificam igualmente [ ] Onde existe a verdadeira graça, também existem os graus; alguns alcançam maiores realizações em conhecimento e ações que os outros; nem todos aqueles que se dedicam a estudar a vida e o Evangelho do Senhor Jesus Cristo estão no mesmo nível. (HENRY 2008, p. 167) Em resumo, está parábola nos convida a entendermos a importância do ouvir a mensagem do Evangelho e a entendê-la, de modo que possamos firmar nossos fundamentos em terrenos firmes e frutíferos, para que assim alcancemos bons frutos através da verdade do Evangelho. O CHAMADO PARA ANUNCIAR O EVANGELHO Como bons ouvintes da Palavra de Deus, entendemos então a nossa responsabilidade como semeadores na grande seara, de modo que a mensagem do reino alcance a muitos que ainda estão com suas visões encobertas pelo pecado, e escravos dele. As boas novas de salvação devem ser anunciadas a toda criatura (Mc 16.15,16). Ela fora de início dada como missão aos apóstolos, e posteriormente passada para todos que foram alcançados pelo Evangelho da cruz (Rm ; 1 Pe 2.9). Apresentem ao mundo a vida e a morte, o bem e o mal. Digam aos filhos dos homens que todos eles estão em uma condição de infelicidade e perigo, condenados pelo seu príncipe, e derrotados e escravizados pelos seus inimigos [ ] Vão e digam a eles [ ] Que, se eles crerem no Evangelho, e se entregarem para ser discípulos de Jesus Cristo; se eles renunciarem ao demônio,

5 ao mundo e à carne, e forem devotados a Jesus Cristo, como seu Deus em concerto, evidenciando, pela sua constante adesão a este concerto, a sua sinceridade, eles serão salvos da culpa e do poder do pecado. O pecado não os governará mais; ele não os destruirá. Aquele que for um verdadeiro cristão será salvo, através de Cristo. (HENRY 2008, p. 505) Hoje temos com maior importância não a construção de belos templos, ou o aumento da arrecadação da igreja, mas sim a proclamação do Evangelho enquanto a porta da graça ainda está aberta. Não podemos reter esta palavra somente para nós, ela deve ser proclamada a todos que ainda não a ouviram. Porém infelizmente temos hoje apenas aqueles que pensam em pregar para terem agendas cheias de convites, e não se importam com o verdadeiro sentido da mensagem do reino. Portanto não devemos ficar parados, e sim, enquanto for tempo, anunciar as boas novas daquele que nos chamou das trevas, para a Sua maravilhosa luz (1 Pe 2.9). Esperando Jesus voltar hoje! Dc. Antonio Vitor de Lima Borba IEADERN Mário Lira I Setor 38 Referências: - CHAMPLIN, Russel Normam. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo, volume 01. Hagnos, 2014; - STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD, 1995; - HENRY, Matthew. Comentário Bíblico do Novo Testamento, Mateus a João, Edição Completa. CPAD, ACESSE AGORA O EBD EM FOCO E FAÇA O DOWNLOAD DOS SLIDES EM POWERPOINT