DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS. O legado de Aziz Ab Saber ao estudo do Relevo, Clima e Biodiversidade. Prof Robert ROC

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Sofia Lameira Antas
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1 DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS O legado de Aziz Ab Saber ao estudo do Relevo, Clima e Biodiversidade

2 OS DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS O Brasil possui 6 domínios morfoclimáticos, sendo 4 deles específicos da zona intertropical, representando aproximadamente 7 milhões de Km2. Os domínios que se encontram na zona intertropical são: I- Amazônico - Terras baixas florestadas equatoriais. II- Cerrado - Chapadões tropicais interiores com cerrado e florestas-galeria. III- Mares de Morros - Áreas Mamelonares tropical-atlânticas florestadas. IV- Caatingas - Depressões intermontanas e interplanálticas semi-áridas. Os outros dois domínios que se encontram na zona subtropical representam aproximadamente 500 mil Km2. São eles: V- Araucárias - Planaltos subtropicais com araucárias. VI- Pradarias - Coxilhas subtropicais com pradarias

3 Importante ressaltar a faixa de transição, representando 1 milhão de Km2, aproximadamente. Para Aziz Ab Saber o Pantanal configura uma parte da zona de transição.

4 DOMÍNIO AMAZÔNICO

5 Amazônico Terras baixas florestadas equatoriais. Representa o maior domínio morfoclimático do território brasileiro. Sua amplitude abarca outros países da América do Sul (Venezuela, Equador, Peru, Guiana, Colômbia). Ambiente extremamente úmido, visto a Convergência Intertropical (ZCIT). A alta pluviosidade e reduzida velocidade de vazão dos rios possibilita que a região seja um labirinto hidrográfico, formando verdadeiros mares de água doce. A região encontra-se marcada por relevos em terras baixas com grande quantidade de rios com pequenas elevações de tabuleiros e seus terraços. Tendo como exceção altimétrica, notamos as altas encostas montanhosas florestadas, próximas das Guianas e na região de Carajás.

6 DOMÍNIO DO CERRADO

7 O Domínio Cerrado

8 Cerrado Chapadões tropicais interiores com cerrado e florestas-galeria Representa o segundo maior domínio morfoclimático do país(entre 1,7 e 2 milhões de quilômetros quadrados), abrangendo as áreas interioranas entre as regiões norte, nordeste, centro-oeste e sudeste. Esta região caracteriza-se, geomorfologicamente, como uma área marcada pelos planaltos de estrutura complexa e planaltos sedimentares ligeiramente compartimentados. As cabeceiras de drenagem tem estrutura de anfiteatros pantanosos pontilhados por buritis. Predomínio dos latossolos promovem uma baixa fertilidade primária. A a característica climática da região baseia-se em duas estações bem definidas: Verão úmido e inverno seco. Os rios caracterizam-se pelo volume de vazão médio, impossibilitando os meandros, assim como a característica perene para os rios primários e secundários. Domínio paisagístico monótono (sem muitas variações) tanto do ponto de vista geomorfológico como fitogeográfico.

9 DOMÍNIO DOS MARES DE MORROS

10 Mares de Morros Áreas Mamelonares tropical-atlânticas florestadas Representa o meio físico, ecológico e paisagístico mais complexo e difícil do país em função das ações antrópicas. O avanço dos grandes centros urbano-industriais na faixa litorânea do país tem provocado uma intensa degradação da cobertura vegetal. Este processo torna-se mais grave visto a alta pluviosidade na região, acentuando a erosão e o movimento de solo em encosta onde a cobertura vegetal foi degradada (Serra do Mar, maciços litorâneos e região da serra da Mantiqueira) para a fixação da habitações e cidades serranas. Grande parte das estradas que cortam as serras e morros encontram-se fortemente impactadas pelos processos erosivos (escorregamento). Representa o bioma que possui a maior biodiversidade por hectare, contudo encontra-se entre os mais degradados do país.

11 ESCORREGAMENTO (EROSÃO PLUVIAL EM ENCOSTA)

12 DOMÍNIO DA CAATINGA

13 Caatingas Depressões intermontanas e interplanálticas semi-áridas. Representa uma espaço semi-árido onde notamos uma grande escassez de chuvas e rios intermitentes na região, contrastando com a riqueza pluvial e fluvial do subcontinente. Devemos lembrar que a baixa pluviosidade na região encontra-se associada a baixa penetração da MTA (alísio) durante o período de outono, inverno e primavera. Esta contenção da umidade trazida pela MTA é feita, em parte, pelo planalto da Borborema. A Borborema é um Hog Back de quartzito (rocha cristalina) recortado por curtos boqueirões. O período úmido é restrito ao verão, onde notamos uma maior atuação da MEC sobre as depressões interplanálticas nordestinas (268mm a 800mm anuais). Em algumas partes da região a semelhança com os desertos se deve a estrutura geológico-litológica de certas áreas, visto a presença de colinas desnudas recobertas por fragmentos dispersos de quartzo com a presença de uma rocha metamórfica argilosa (filitos), impossibilitando a formação de solos evoluídos. Nestas áreas específicas temos litossolos (ou solos litólicos).

14 DOMÍNIO DAS ARAUCÁRIAS

15 Araucárias Planaltos subtropicais com araucárias. Representa uma das poucas regiões fora da majoritária tropicalidade do território brasileiro, onde as temperaturas médias são inferiores a 24 C. Em momentos anteriores, segundo estudos paleoclimáticos notamos a presença de estepes geradas em condições muito mais secas e frias. Estas características eram inerentes a região entre 23 mil e 13 mil anos atrás, lembrando que o nível do mar neste período estava 100 metros abaixo do nível atual, onde as correntes marítimas frias (Falklands) passavam pela costa da região sul e sudeste chegando ao litoral sul da Bahia. Notamos uma forte exploração dos recursos da região, sendo uma das principais coberturas vegetais exploradas/degradadas, visto a expansão da fronteira agrícola a partir da década de 1960/70 e a retirada de madeira pela industria moveleira (móveis coloniais). A composição do solo encontra-se fortemente vinculado ao derrame basáltico ocorrido na região, possibilitando a formação, em boa parte, do nitossolo vermelho (terra roxa).

16 DOMÍNIO DAS PRADARIAS

17 Pradarias Coxilhas subtropicais com pradarias Este domínio encontra-se na faixa subtropical, onde notamos temperaturas médias anuais inferiores a 20 C. Os solos desta região são variados: em Bagé encontramos um solo escuro, rico em matéria orgânica (Chernossolo/podzólico) e solos areníticos na região sul/sudoeste do município de Alegrete. Porém no mesmo município (Alegrete) encontramos solos derivados da decomposição do basalto (oeste e nordeste do município). A latitude possibilita a formação da alta pressão atmosférica na região e parte da geração dos ventos alísios, representados pelo vento Minuano

18 FAIXAS OU ZONAS DE TRANSIÇÃO A transposição de um domínio para outro é um processo não abrupto, caracterizado como faixa ou zona de transição. Estas faixas possuem vegetações que se adaptaram as condições de relevo, clima e solo deste zoneamento, mesclando em alguns pontos vegetações dos domínios próximos. Na zona de transição entre o domínio amazônico e o sertão temos a mata de cocais, representando uma região onde a umidade não é tão elevada e os solos não possuem as mesmas características dos domínios laterais. A expansão do plantio da soja na região assim como outras atividades agrícolas mecanizadas tem potencializado a erosão eólica na região, possibilitando o soerguimento de areias e a formação de dunas (desertificação).

19 RELICTOS, REDUTOS E REFÚGIOS: ENCLAVES FITOGEOGRÁFICOS Em função da diferença de solos, oferta de umidade e resquícios derivados do último período glacial, notamos a existência de ilhas de biodiversidade distintas do domínio no qual se encontram. Este processo, ainda em estudo em muitas partes do país, pode ser observado em diversos pontos do cerrado (resquícios de Mata Atlântica e caatinga), mata atlântica (resquícios de caatinga) e Amazônia (resquícios de cerrado).

20 EXEMPLO DE REDUTOS: CABO FRIO (RJ) P o r R f b o t r e C O R

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