Relatório do Programa NOCTUA Portugal 2009/10 a 2012/13

Transcrição

1 Relatório do Programa NOCTUA Portugal 29/1 a 212/13 GTAN Grupo de Trabalho sobre Aves Noturnas Lisboa, Outubro, 213

2 Relatório do NOCTUA Portugal (29/1 212/13) Programa NOCTUA Portugal Monitorização de aves noturnas Lisboa, Outubro, 213 Joana Figueiredo, 212 GTAN Grupo de Trabalho sobre Aves Noturnas 1_Relatório NOCTUA Portugal (29/1 212/13)

3 Trabalhar para o estudo e conservação das aves e seus habitats, promovendo um desenvolvimento que garanta a viabilidade do património natural para usufruto das gerações futuras. A SPEA Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves é uma organização não governamental de ambiente que trabalha para a conservação das aves e dos seus habitats em Portugal. Como associação sem fins lucrativos, depende do apoio dos sócios e de diversas entidades para concretizar as suas ações. Faz parte de uma rede mundial de organizações de ambiente, a BirdLife International, que atua em mais de 1 países e tem como objetivo a preservação da diversidade biológica através da conservação das aves, dos seus habitats e da promoção do uso sustentável dos recursos naturais Relatório do Programa NOCTUA Portugal GTAN Grupo de Trabalho sobre Aves Noturnas Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, 213 Direção Nacional: Maria Clara de Lemos Casanova Ferreira, José Manuel Monteiro, Michael Armelin, Adelino Gouveia, Vanda Santos Coutinho, José Paulo Oliveira Monteiro, Manuel Trindade Direção Executiva: Luís Costa Coordenação do projeto: Rui Lourenço, Inês Roque, Ricardo Tomé Citação: GTAN-SPEA, 213. Relatório do Programa NOCTUA Portugal (29/1-212/13). Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, Lisboa (relatório não publicado). 2_Relatório NOCTUA Portugal (29/1 212/13)

4 1. ENQUADRAMENTO DO NOCTUA PORTUGAL O NOCTUA Portugal Programa de Monitorização de Aves Noturnas em Portugal surgiu no âmbito do GTAN Grupo de Trabalho sobre Aves Noturnas da SPEA e tem como principal objetivo realizar censos de aves noturnas em Portugal, de forma a assegurar o estudo (1) da frequência de ocorrência das diferentes espécies no nosso país (presença e número de territórios); (2) da variação espacial da sua distribuição; (3) das tendências populacionais das suas populações; e (4) da relação destas tendências com alterações do habitat. Pretende-se, em última instância, avaliar a utilidade das aves noturnas como indicadoras do estado de conservação dos habitats em Portugal. A primeira fase dos censos (29/21) consistiu inicialmente num ensaio, inserido nos trabalhos preparatórios para um programa de monitorização a longo prazo, com o objetivo de avaliar a adesão de voluntários, a necessidade de ajustes metodológicos e a necessidade de metodologias complementares. Após avaliação dos resultados, verificou-se que a metodologia era adequada, pelo que não foram feitas alterações. Desta forma, considerou-se 29/21 como a primeira época do NOCTUA Portugal. Na época seguinte (21/11), procurou-se consolidar o programa de monitorização atraindo mais colaboradores por forma a garantir a cobertura de um maior número de quadrículas. A terceira e quarta épocas (211/12; 212/12) representaram mais um passo para um programa de monitorização que se pretende com continuidade e longevidade, de forma a ser em breve possível ter um conhecimento mais sólido das populações de aves noturnas em Portugal. A metodologia proposta foi apresentada e discutida durante o VI Congresso de Ornitologia da SPEA (Elvas, 29), e teve por base os seguintes critérios: (1) um período de permanência curto em cada ponto e em cada noite, (2) a utilização exclusiva de escutas passivas (ausência do potencial efeito inibidor de playback sobre algumas espécies e de forma a garantir uma uniformidade metodológica), (3) uma abrangência temporal que conciliasse os melhores períodos de censo para as diversas espécies, (4) a acessibilidade dos locais de amostragem e (5) a possibilidade de comparação com o Programa Noctua (Espanha) e a futura análise conjunta dos dados ibéricos. 3_Relatório NOCTUA Portugal (29/1 212/13)

5 2. METODOLOGIA A amostragem compreende três períodos: de 1 Dezembro a 31 Janeiro, de 1 Março a 3 Abril e de 1 Maio a 15 Junho (Tabela 1), incidindo nas seguintes espécies: Coruja-das-torres Tyto alba, Mocho-d'orelhas Otus scops, Bufo-real Bubo bubo, Mocho-galego Athene noctua, Coruja-domato Strix aluco, Bufo-pequeno Asio otus, Coruja-do-nabal Asio flammeus, Noitibó-cinzento Caprimulgus europaeus, Noitibó-de-nuca-vermelha Caprimulgus ruficollis, Alcaravão Burhinus oedicnemus. Em cada quadrícula são definidos cinco pontos de amostragem, tendo em conta a representatividade dos habitats, critérios de acessibilidade e de audibilidade (i.e. locais de acesso público com acesso rápido em viatura, evitando locais com muito ruído como estradas principais e ribeiras com bastante caudal). Os pontos devem distar entre si pelo menos 1,5 km e ser amostrados sempre que possível nas três visitas, e sempre pela mesma ordem. Cada ponto de censo consiste em 1 minutos de escuta passiva, durante a qual são registados todos os indivíduos escutados ou observados. Em cada ponto, o objetivo é determinar quantos indivíduos de cada espécie estarão presentes, identificando sempre que possível o sexo dos mesmos (ex.: Figura 1). Devem ser também considerados os movimentos efetuados pelos indivíduos durante o período de escuta, de forma a não duplicar registos. As escutas devem ser realizadas, preferencialmente, no período compreendido entre os 15 minutos e as 2 horas após o ocaso. As visitas devem ser realizadas em noites com condições meteorológicas favoráveis, sem chuva ou vento moderado ou forte. Em cada ponto é registado a hora, fase da lua, luminosidade, nebulosidade e intensidade do vento. Tabela 1. Períodos de realização das três visitas do NOCTUA-Portugal, tendo em conta a latitude. Norte de Portugal Sul de Portugal 1ª visita 15 Dez 31 Jan 1 Dez 15 Jan 2ª visita 15 Mar 3 Abr 1 Mar 15 Abr 3ª visita 15 Mai 15 Jun 1 Mai 31 Mai Figura 1. Exemplo de esboço de campo ilustrativo da representação dos indivíduos detetados. 4_Relatório NOCTUA Portugal (29/1 212/13)

6 3. RESULTADOS DAS ÉPOCAS 29/1 a 212/ INFORMAÇÃO GERAL SOBRE A AMOSTRAGEM Entre as duas primeiras épocas de amostragem, houve um incremento em 53% no número de quadrículas atribuídas a colaboradores, que se traduziu num aumento de 25% no número de visitas efetuadas (Tabela 2). Na terceira época registou-se um decréscimo no número de quadrículas atribuídas para valores próximos da primeira época, tendo sido semelhante na quarta época. Na primeira época foram recebidos dados relativamente a 53% das quadrículas atribuídas, sendo este valor de 44% na segunda época. Na terceira época recebemos dados de 6% das quadrículas atribuídas e na quarta época recebemos dados de 56% das quadrículas atribuídas. Tabela 2. Informação geral relativa às quatro épocas de amostragem do NOCTUA Portugal. 29/1 21/11 211/12 212/13 Nº de quadrículas atribuídas a colaboradores Nº de quadrículas com resultados recebidos Nº de quadrículas com 3 visitas Nº de quadrículas com 2 visitas Nº de quadrículas com 1 visita Nº total de visitas Nº total de pontos Os resultados do presente relatório baseiam-se na informação de 1354 pontos de escuta realizados em 54 quadrículas diferentes por mais de 7 colaboradores voluntários. Das quadrículas cujos resultados foram recebidos até à data, 7 foram amostradas nas quatro épocas 29/1 a 212/13, 13 quadrículas foram visitadas em três épocas, 9 quadrículas foram visitadas em duas épocas e 25 em apenas uma época (Figura 2). No total foram realizadas 11 amostragens no período da 1ª visita, 92 amostragens no período da 2ª visita e 77 amostragens no período da 3ª visita, apresentando um padrão razoavelmente equilibrado e coerente nas quatro épocas. No total registaram-se 164 indivíduos pertencentes às espécies de aves noturnas. 5_Relatório NOCTUA Portugal (29/1 212/13)

7 Figura 2. Localização das quadrículas amostradas nas quatro épocas de censo (29/1 a 212/13). A vermelho escuro estão representadas as quadrículas amostradas nas 4 épocas, a laranja escuro as amostradas em 3 épocas, a laranja claro as amostradas em 2 épocas e a amarelo as amostradas numa época. 6_Relatório NOCTUA Portugal (29/1 212/13)

8 3.2. VARIAÇÕES INTER-ANUAIS À semelhança de outros programas de monitorização a longo-termo, o programa NOCTUAPortugal irá ao longo dos anos ganhando progressivamente mais informação. Isto permitirá no futuro análises cada vez mais robustas da variação temporal da abundância de aves noturnas em Portugal. De momento, os dados disponíveis para as quatro épocas realizadas parecem mostrar alguma estabilidade das populações de aves noturnas no geral face ao ponto de partida da informação, ou seja, a época de 29/1 (Tabela 3, Figura 4). Tabela 3. Variação inter-anual dos parâmetros globais das aves noturnas em Portugal. Nº médio de inds de aves noturnas por visita ± desvio-padrão Nº médio de espécies por visita ± desvio-padrão Nº médio de inds de aves noturnas por ponto ± desvio-padrão (Nº total de indivíduos) 29/1 21/11 211/12 212/13 3,82 ± 3,25 3,99 ± 3,63 3,94 ± 4,17 3,89 ± 3,92 1,61 ± 1, 1,74 ± 1,18 1,67 ± 1,13 1,8 ± 1,21,77 ± 1,28,8 ± 1,22,8 ± 1,33,78 ± 1,26 (235) (34) (267) (258) Figura 3. Variação anual dos parâmetros globais das aves noturnas em Portugal: a) esquerda número médio de indivíduos obtido por visita; b) esquerda número médio de espécies obtido por visita. Representação da média e dos intervalos de confiança de 95% superior e inferior. 7_Relatório NOCTUA Portugal (29/1 212/13)

9 Devido ao ainda reduzido número de anos de amostragem, a análise de tendências populacionais das diferentes espécies de aves noturnas deve ser feita com cautela, sobretudo para aquelas com menor número de registos. Por estas razões consideramos as seguintes tendências como indicativas: a) estável para a coruja-das-torres e coruja-do-mato; b) positiva para o bufo-real; c) moderadamente negativa para o mocho-d'orelhas e mocho-galego; d) variável ou indeterminada para o bufo-pequeno, coruja-do-nabal, os dois noitibós e o alcaravão. Tabela 4. Variação anual dos parâmetros por espécie de aves noturnas em Portugal. 29/1 21/11 211/12 212/13,9 ±,36,7 ±,26,9 ±,37,9 ±,32 (29) (28) (31) (29) Nº médio de inds de coruja-das-torres por visita ± desvio-padrão,48 ±,94,37 ±,65,43 ± 1,,44 ±,79 Nº médio de inds de mocho-d'orelhas por ponto ± desvio-padrão,4 ±,25,4 ±,23,4 ±,22,2 ±,21 (13) (15) (13) (6),21 ±,66,2 ±,85,19 ±,76,9 ±,63,2 ±,14,2 ±,19,3 ±,16 (6) (8) (9),8 ±,36,12 ±,41,14 ±,35,36 ±,88,35 ±,87,32 ±,84,31 ±,88 (11) (134) (16) (12) Nº médio de inds de mocho-galego por visita ± desvio-padrão 1,8 ± 2,34 1,76 ± 2,55 1,58 ± 2,36 1,55 ± 2,69 Nº médio de inds de coruja-do-mato por ponto ± desvio-padrão,19 ±,54,21 ±,5,21 ±,54,22 ±,6 (58) (79) (7) (74) Nº médio de inds de coruja-do-mato por visita ± desvio-padrão,93 ± 1,3 1,3 ± 1,51 1,3 ± 1,52 1,12 ± 1,74 Nº médio de inds de bufo-pequeno por ponto ± desvio-padrão,1 ±,8,2 ±,18,1 ±,12 (2) (7) (3),3 ±,18,9 ±,49,4 ±,27 Nº médio de inds de coruja-do-nabal por visita ± desvio-padrão Nº médio de inds de noitibó-cinzento por ponto ± desvio-padrão,1 ±,13,2 ±,16,1 ±,11,4 ±,27 (3) (8) (4) (13) Nº médio de inds de noitibó-cinzento por visita ± desvio-padrão,5 ±,38,11 ±,42,6 ±,24,2 ±,83 Nº médio de inds de noitibó-de-nuca-vermelha por ponto ±,1 ±,14, ±,5,1 ±,13,2 ±,12 (4) (1) (4) (5),7 ±,4,1 ±,11,6 ±,38,8 ±,32,5 ±,32,7 ±,36,8 ±,39,6 ±,3 (15) (26) (28) (2),25 ±,77,34 ± 1,1,42 ± 1,14,3 ±,89 Nº médio de inds de coruja-das-torres por ponto ± desvio-padrão (nº total inds) (nº total inds) Nº médio de inds de mocho-d'orelhas por visita ± desvio-padrão Nº médio de inds de bufo-real por ponto ± desvio-padrão (nº total inds) Nº médio de inds de bufo-real por visita ± desvio-padrão Nº médio de inds de mocho-galego por ponto ± desvio-padrão (nº total inds) (nº total inds) (nº total inds) Nº médio de inds de bufo-pequeno por visita ± desvio-padrão Nº médio de inds de coruja-do-nabal por ponto ± desvio-padrão (nº total inds) (nº total inds) desvio-padrão (nº total inds) Nº médio de inds de noitibó-de-nuca-vermelha por visita ± desvio-padrão Nº médio de inds de alcaravão por ponto ± desvio-padrão (nº total inds) Nº médio de inds de alcaravão por visita ± desvio-padrão 8_Relatório NOCTUA Portugal (29/1 212/13)

10 3.3. INFORMAÇÃO GERAL SOBRE OBSERVAÇÕES ADICIONAIS As observações adicionais recebidas no âmbito do NOCTUA Portugal são particularmente importantes para obter uma ideia mais precisa da distribuição das espécies de aves noturnas e eventualmente detetar alterações a longo termo da sua área de ocorrência. Esta compilação foi efetuada considerando apenas informação recolhida a partir de 25 (inclusive), uma vez que o Atlas das Aves Nidificantes em Portugal (Equipa Atlas 28) representa uma imagem bastante fiel da distribuição para o período Consequentemente, foram reunidos 255 registos de aves noturnas para o período entre 25 e 213, aos quais foram adicionados 1437 registos incluídos no website PortugalAves (Figura 4). Embora a cobertura em Portugal Continental seja bastante razoável, subsistem algumas áreas sem qualquer informação sobre aves noturnas, caso do extremo norte e algumas áreas na região centro (Beira-Baixa). Figura 4. Distribuição dos registos adicionais pelo território de Portugal Continental. 9_Relatório NOCTUA Portugal (29/1 212/13)

11 3.4. MAPAS DE DISTRIBUIÇÃO DAS AVES NOCTURNAS Os mapas de distribuição foram desenhados tendo em consideração a informação obtida de forma sistemática através dos censos realizados durante as épocas 29/1 a 212/13, bem como a informação obtida não sistematicamente registos adicionais entre 25 e 213. Optou-se por não distinguir graficamente os tipos de informação. Algumas das observações obtidas para o mochod'orelhas, bufo-pequeno, coruja-do-nabal e noitibós correspondem a localizações obtidas durante o período de passagem migratória. Para cada espécie apresenta-se o gráfico relativamente à variação anual do número de indivíduos dessa espécie por visita (cinco pontos de escuta), informação indicativa da tendência populacional (média e intervalos de confiança 95% superior e inferior). Não existe estimativa da tendência populacional para a coruja-do-nabal uma vez que a espécie não foi detetada nos pontos de escuta. 1_Relatório NOCTUA Portugal (29/1 212/13)

12 Coruja-das-torres Tyto alba 11_Relatório NOCTUA Portugal (29/1 212/13)

13 Mocho-d'orelhas Otus scops 12_Relatório NOCTUA Portugal (29/1 212/13)

14 3.4.3 Bufo-real Bubo bubo 13_Relatório NOCTUA Portugal (29/1 212/13)

15 Mocho-galego Athene noctua 14_Relatório NOCTUA Portugal (29/1 212/13)

16 Coruja-do-mato Strix aluco 15_Relatório NOCTUA Portugal (29/1 212/13)

17 Bufo-pequeno Asio otus 16_Relatório NOCTUA Portugal (29/1 212/13)

18 Coruja-do-nabal Asio flammeus 17_Relatório NOCTUA Portugal (29/1 212/13)

19 Noitibó-cinzento Caprimulgus europaeus 18_Relatório NOCTUA Portugal (29/1 212/13)

20 Noitibó-de-nuca-vermelha Caprimulgus ruficollis 19_Relatório NOCTUA Portugal (29/1 212/13)

21 Alcaravão Burhinus oedicnemus 2_Relatório NOCTUA Portugal (29/1 212/13)

22 4. CONCLUSÕES A participação regular dos colaboradores no programa NOCTUA Portugal nestas quatro épocas já permitiu reunir um número relevante de dados sobre a presença e tendência populacional das espécies de aves noturnas. A continuidade do atual esforço de monitorização permitirá no futuro melhorar as estimativas da tendência populacional destas espécies em Portugal. A amostragem parece ser eficiente para as espécies mais comuns ou conspícuas, como é o caso da coruja-das-torres, mocho-d'orelhas, mocho-galego, coruja-do-mato e alcaravão. No entanto, a metodologia empregue garantiu também a deteção de espécies menos comuns como o bufo-real, o bufo-pequeno e os noitibós, em alguns locais das suas áreas potenciais de ocorrência. A corujado-nabal, devido à especificidade do habitat, ocorrência apenas durante o período não reprodutor e atividade vocal muito reduzida, é a espécie para a qual a metodologia não se revela adequada. Para esta espécie será no futuro necessário realizar censos dirigidos nos habitats potenciais. Sendo as aves noturnas, no geral, caracterizadas por uma baixa detetabilidade, a informação adicional revela-se crucial para o conhecimento da sua distribuição. Os mapas de distribuição em Portugal Continental obtidos para as aves noturnas são no geral concordantes com os mapas publicados no Atlas das Aves Nidificantes (Equipa Atlas 28). Será necessário ainda acumular mais informação espacial de modo a no futuro analisar possíveis alterações ao nível da distribuição. Embora as tendências populacionais apresentadas por cada espécie ainda estejam sujeitas a uma considerável margem de erro, para algumas espécies são já indicativas. A coruja-das-torres e a coruja-do-mato, duas espécies comuns parecem estar estáveis, podendo no entanto a coruja-domato apresentar uma tendência positiva ligeira, que deverá ser confirmada com mais anos de amostragem. O bufo-real parece apresentar uma tendência positiva, embora tendo em consideração o número reduzido de indivíduos detetados por visita, será prudente aguardar por mais épocas de amostragem que possam confirmar a tendência. O mocho-galego e o mocho-d'orelhas parecem apresentar uma tendência negativa ligeira, embora o número de registos para o mocho-d'orelhas seja reduzido. As espécies menos comuns, como o bufo-pequeno, os dois noitibós e o alcaravão são propensas a apresentar grandes oscilações nos parâmetros devido a serem registadas menos frequentemente nos pontos de escuta. Por esta razão não é possível determinar uma possível tendência. No entanto o acumular de mais anos poderá permitir definir a sua tendência populacional. Por fim, devido ao método ser menos adequado para o censo da coruja-do-nabal, não é possível estimar a sua tendência populacional. 21_Relatório NOCTUA Portugal (29/1 212/13)

23 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Equipa Atlas 28. Atlas das Aves Nidificantes em Portugal ( ). Assírio & Alvim, Lisboa 6. AGRADECIMENTOS MUITO OBRIGADO A TODOS OS COLABORADORES DO NOCTUA PORTUGAL E DO GTAN QUE VOLUNTARIAMENTE REALIZARAM QUADRÍCULAS E/OU ENVIARAM REGISTOS ADICIONAIS: Agostinho Tomás, Alexandra Fonseca, Alexandre H. Leitão, Ana Cordeiro, Ana Margarida Fonseca, Ana Jones, Ana Laborda, Ana Marques, Ana Meirinho, Ana Teresa Marques, André Aguiar, Andreia Dias, António Folgado, Artur Oliveira, Carlos Carrapato, Carlos Godinho, Carlos Moreira, Carlos Pacheco, Carolina Bloise, Célia Gomes, CERVAS/ALDEIA, Clara Silva, Cláudio Luzio Dias, David Rodrigues, Domingos Francisco, Dyana Reto, Edgar Gomes, Eduardo Barrento, Eduardo Realinho, Elsa Mourão, Fábia Azevedo, Filipa Alves, Filipa Machado, Filipe Canário, Filipe Gomes, Francisco Azevedo, Francisco Morinha, Gil Costa, Gonçalo Rosa, Guillaume Réthoré, Hany Alonso, Helena Batalha, Hélia Gonçalves, Hélder Soares, Hugo Laborda Sampaio, Hugo Lousa, Hugo Zina, Inés Alameda, Inês Henriques, Inês Roque, Irina Oliveira, Jaime Sousa, Joana Andrade, Joana Araújo, Joana Domingues, Joana Figueiredo, João Adrião, João Guilherme, João Luís Almeida, João Quadrado, João Rabaça, João Rodrigues, João Tiago Marques, João Tiago Tavares, Jorge Henriques, Jorge Vicente, Jose Antonio García-Pérez, José Carlos Morais, José Infante, Julieta Costa, Lígia Batalha, Lourenço Marques, Lúcia Lopes, Luís Novo, Luís Rosa, Luís Rui Custódia, Luís Venâncio, Luísa Catarino, Magnus Robb, Manuel Matos, Manuel Santos, Marco Nunes Correia, Marco Mirinha, Mariana Marques, Mário Carmo, Mário Estevens, Marisa Arosa, Michal Puchir, Miguel Mendes, Nadine Pires, Napoleão Ribeiro, Neide Margarido, Nélia Penteado, Normando Ferreira, Nuno Barros, Nuno Faria, Nuno Mota, Nuno Oliveira, Paulo Alves, Paulo Cardoso, Paulo Catry, Pedro Salgueiro, Pedro Costa, Pedro Moreira, Pedro Pereira, RIAS, Ricardo Brandão, Ricardo Ceia, Ricardo Correia, Ricardo Monteiro, Ricardo Nabais, Ricardo Tomé, Rita Ferreira, Rodrigo Saldanha de Almeida, Roger Holtum, Rui Caratão, Rui Lourenço, Sara Araújo, Sara Santos, Sérgio Correia, Sérgio Fernandes, Sérgio Godinho, Soraia Barbosa, Susana Costa, Tatiana Leal, Thijs Valkenburg, Tiago Rodrigues, Vanessa Oliveira, Vicente Albuquerque, Vítor Nascimento. E ainda a todos os observadores que enviaram registos para o Noticiário Ornitológico da SPEA e disponibilizaram os seus dados no Portugal Aves. 22_Relatório NOCTUA Portugal (29/1 212/13)