CONSULTA AOS INTERESSADOS SOBRE ATRIBUIÇÃO DE CAPACIDADE NO PONTO VIRTUAL DE INTERLIGAÇÃO
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- Sarah Festas Gusmão
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1 CONSULTA AOS INTERESSADOS SOBRE ATRIBUIÇÃO DE CAPACIDADE NO PONTO VIRTUAL DE Janeiro 2014 ENTIDADE REGULADORA DOS SERVIÇOS ENERGÉTICOS
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3 Índices ÍNDICE 1 ENQUADRAMENTO LEGAL REGRAS DE ATRIBUIÇÃO DE CAPACIDADE NO PONTO VIRTUAL DE Produtos de capacidade disponíveis Leilões disponíveis no ano de atribuição de capacidade VIP Gestão da capacidade reservada antes da entrada em vigor do leilão Capacidade harmonizada Capacidade não harmonizada Produtos firmes e Interruptíveis Unidades de medida e condições de referência Requisitos de participação nos leilões Cálculo das capacidades disponíveis Calendário Preços e tarifas Transferência da capacidade para o mercado secundário Procedimentos de congestionamento da rede de transporte Renúncia de capacidade contratada Outros assuntos i
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5 Enquadramento Legal 1 ENQUADRAMENTO LEGAL Nos termos do Decreto-lei n.º 230/2012 e do Decreto-lei n.º 231/2012, ambos de 26 de outubro que alteram os Decreto-lei n.º 30/2006, de 15 de fevereiro e 140/2006, de 26 de julho, respetivamente, e procedem à aprovação do quadro organizativo do sistema de gás natural cabe ao operador da rede de transporte de gás natural (RNTGN) o desenvolvimento, exploração e manutenção da rede de transporte e das suas interligações com outras redes, bem como assegurar a garantia de capacidade da rede a longo prazo. A gestão técnica consiste na coordenação sistémica das infraestruturas que constituem o SNGN, de modo a assegurar o seu funcionamento integrado e harmonizado, bem como assegurar a segurança e a continuidade de abastecimento no curto, médio e longo prazo. Para o efeito, a gestão técnica do sistema implica a programação e monitorização permanente entre a oferta e a procura, o seguimento da utilização da capacidade oferecida e a realização dos serviços de sistema necessários à operacionalização do acesso de terceiros às infraestruturas. Constituem obrigações do operador da RNTGN promover o funcionamento harmonioso do sistema ibérico de gás natural em conjunto com o operador da rede de transporte interligada, maximizando a capacidade disponível nos pontos de interligação entre sistemas e facilitando o funcionamento do mercado de forma transparente e não discriminatória. É atribuição da ERSE, nos termos dos seus Estatutos 1, promover a criação de mecanismos operacionais tendentes a permitir uma gestão ótima da rede, promover intercâmbios conjuntos de eletricidade e gás e a atribuição da capacidade transfronteiriça, permitindo um adequado nível de capacidade de interligação, por forma a promover, no mercado ibérico e interno europeu, uma concorrência efetiva e a melhoria da segurança de abastecimento, sem discriminações entre comercializadores dos diferentes Estados membros. A atividade regulatória da ERSE, visando a concretização do mercado interno europeu, deve garantir a implementação do Código de Rede para os Mecanismos de Atribuição de Capacidade em redes de transporte de gás (doravante designado por CAM) 2, aprovado pelo Regulamento (UE) n.º 984/2013, de 14 de outubro de 2013, que completa o Regulamento (CE) n.º 715/2009 do Parlamento Europeu e do Conselho. Este Regulamento Europeu é aplicável, em todos os Estados-membros, a partir de 15 de novembro de Portugal e Espanha, partes integrantes da Iniciativa Regional de Gás dos países do Sul (SGRI) estabeleceram no seu plano de trabalho de , a implementação antecipada do CAM (março de 1 Aprovados em anexo ao Decreto-Lei n.º 97/2002, de 12 de abril, na redação do Decreto-Lei n.º 84/2013, de 25 de junho. 2 Em língua inglesa é referido como Network Code on Capacity Allocation Mechanisms in Gas Transmission Systems (CAM Network Code ou CAM). 1
6 Enquadramento Legal 2014), acordando na atribuição de capacidade transfronteiriça (harmonizada e não harmonizada), através de leilões. As iniciativas regionais integram-se na atividade da Agência para a Cooperação de Reguladores de Energia 3 (doravante designado por ACER). O Regulamento do Acesso às Redes, às Infraestruturas e às Interligações (RARII) estabelece, segundo critérios objetivos, transparentes e não discriminatórios, as condições técnicas e comerciais segundo as quais se processa o acesso às redes de transporte e demais infraestruturas da rede 4. O RARII, aprovado pela ERSE através do Regulamento 139-C/2013, de 16 de abril, estabelece os princípios gerais do mecanismo de atribuição coordenada da capacidade nos pontos de interligação da RNTGN. Nos termos estipulados pelo RARII, a atribuição conjunta de capacidade ocorre para um ponto virtual de interligação que agrega as interligações físicas entre Portugal e Espanha, resultando de, no mínimo, um leilão anual de capacidade na interligação, organizado de forma coordenada entre os dois operadores das redes interligadas com a supervisão das entidades reguladoras dos dois países, Portugal e Espanha. Nos termos do Procedimento n.º 4, do Manual de Procedimentos do Acesso às Infraestruturas 5,6 (MPAI), os dois operadores das redes de transporte interligadas definem, coordenadamente, através de procedimento dedicado a cada período de atribuição a capacidade total associada a um ponto virtual (VIP), os procedimentos de atribuição e os respetivos prazos. Podem participar no leilão todos os agentes de mercado que estejam reconhecidos em ambos os países, estando a sua participação sujeita ao compromisso de aceitação das regras do leilão de atribuição de capacidade. O presente documento apresenta as regras do leilão de atribuição de capacidade, para o ano , as quais estão em consulta dos interessados, nos termos dos Estatutos da ERSE, pelo prazo de 8 dias contínuos. Face ao exposto, apresenta-se para consulta dos diretamente interessados nesta matéria, nos termos dos artigos 38.º e 47.º do Regulamento de Acesso às Redes e Infraestruturas, aprovado pelo Regulamento n.º 139-C/2012, de 16 de Abril, Procedimento n.º 4 do Manual de Procedimento de Acesso às Redes e Infraestruturas, aprovado pela Diretiva n.º 15/2013, de 3 de setembro e n.º 3 do Artigo 9.º dos Estatutos da ERSE, a proposta das condições gerais e particulares referentes ao procedimento de 3 Referido em língua inglesa como Agency for the Cooperation of Energy Regulators (ACER). 4 Nos termos da sua norma habilitante Artigo 55.º do Decreto-Lei n.º 231/2012, de 26 de outubro. 5 Nos termos do artigo 47.º do RARII. 6 Na redação aprovada pela Diretiva n.º 15/2013, de 3 de setembro, publicada em Diário da República, n.º 169, 2ª série. 2
7 Enquadramento Legal atribuição de capacidade, associada ao ponto virtual de interligação, para o ano de atribuição de capacidade
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9 2 REGRAS DE ATRIBUIÇÃO DE CAPACIDADE NO PONTO VIRTUAL DE Nos termos do RARII e MPAI, a REN submeteu à ERSE, o presente documento o Coordinated implementation of the Network Code on Capacity Allocation Mechanisms Information Memorandum, estabelecido por acordo entre a REN e a Enagás, que prevê explicitamente, os contratos tipo e as demais regras de atribuição de capacidade a utilizar no VIP. Considerando que o documento é disponibilizado em língua inglesa, este capítulo apresenta um resumo dos elementos mais importantes, facilitando a compreensão das questões associadas, para efeitos da consulta aos diretamente interessados. Como anteriormente referido, a atribuição de capacidade na interligação, através do VIP, no ano é uma antecipação da aplicação obrigatória para todos os Estados-membros do Código de Rede de Mecanismos de Atribuição de Capacidade (CAM) determinada pelo Regulamento (UE) n.º 984/2013, de 14 de outubro, assumida por Portugal e Espanha, no âmbito da Iniciativa Regional de Gás dos países do Sul, através da ACER. 2.1 PRODUTOS DE CAPACIDADE DISPONÍVEIS A partir de 1 de novembro de 2015, de acordo com CAM os leilões deverão disponibilizar produtos firmes e interruptíveis, bem como produtos harmonizados e não harmonizados entre os Estados-membros interligados. Os leilões previstos no Código de Rede CAM são: Leilões anuais de capacidade (artigo 11.º) Leilões anuais de capacidade trimestral (artigo 12.º) Leilões de capacidade mensal (artigo 13.º) Leilões de capacidade do dia anterior (artigo 14.º) Leilões de capacidade intra-diária (artigo 15.º) 2.2 LEILÕES DISPONÍVEIS NO ANO DE ATRIBUIÇÃO DE CAPACIDADE Até à entrada em vigor do Código de Rede CAM, estão disponíveis para os produtos harmonizados e não harmonizados, os seguintes leilões: Leilões anuais de capacidade 5
10 Leilões anuais de capacidade trimestral Leilões de capacidade mensal Até novembro de 2015, os produtos diários, harmonizados ou não harmonizados, em ambos os lados do VIP são transacionados de acordo com a regra do First Come First Served (FCFS). Esta regra servirá também as ofertas de leilão de capacidade de dia anterior, relativas a capacidade interruptível não harmonizada, quando aplicáveis. Todos os leilões deverão ser realizados através da plataforma eletrónica PRISMA. Para os leilões anuais, anuais trimestrais e mensais é aplicável o algoritmo ascendente previsto no artigo 17.º do Código de Rede CAM. 2.3 VIP O VIP (ponto virtual de interligação) é um ponto virtual, de natureza comercial, onde a capacidade de interligação de Portugal e Espanha é oferecida. A capacidade disponível nas atuais interligações físicas entre Portugal e Espanha (Valença do Minho Tuy e Badajoz-Campo Maior) serão oferecidas num único ponto virtual (VIP). Esta regra implica que, a partir de outubro de 2014, as nomeações e as propostas comerciais deixam de poder ser realizadas para cada ponto físico (IPs). Estão previstos dois tipos de produtos, a transacionar no VIP, capacidade firme e capacidade interruptível. Para assegurar a necessária firmeza das capacidades nomeadas no VIP, ambos os operadores da rede garantirão a existência de uma Conta de Balanço Operacional 7 (OBA) no VIP. A partir de fevereiro de 2014, os operadores das redes publicarão nas suas páginas na internet a capacidade disponível, considerando no cálculo a capacidade técnica disponível e a agregação dos pontos de físicos de interligação, entre Portugal e Espanha. 2.4 GESTÃO DA CAPACIDADE RESERVADA ANTES DA ENTRADA EM VIGOR DO LEILÃO A partir de 1 de outubro de 2014 todos os contratos existentes nos pontos físicos de interligação, serão transferidos para o VIP. 7 Referido em língua inglesa como Operational Balancing Account (OBA). 6
11 Esta situação não implica a aplicação da cláusula do melhor esforço prevista no artigo 20.º do CAM. Ou seja, os agentes de mercado não serão forçados, sem prejuízo da aplicação de legislação nacional que o preveja, a agrupar os seus contratos em ambos os lados dos IPs. Em Espanha, a capacidade reservada anterior a 1 de outubro de 2014 manterá os termos e as condições incluídas nos contratos. Contudo, se através da aplicação das regras do mecanismo de congestionamento nas interligações (CMP) haja a libertação de capacidade, esta será atribuída de acordo com as regras e procedimentos deste documento. Em Portugal, considerando que não há contratos a longo prazo para além de setembro de 2014, cada novo contrato de reserva de capacidade, para qualquer período após 1 de outubro de 2014 será incluído no VIP. 2.5 CAPACIDADE HARMONIZADA Ambos os operadores da rede de transporte disponibilizarão o máximo de capacidade harmonizada possível entre Portugal e Espanha, em ambos os sentidos. A capacidade harmonizada obedece às definições do Código de Rede CAM. As transações realizadas no mercado secundário não podem transformar capacidade não harmonizada quando inicialmente foram oferecidas e distribuídas como harmonizadas. Os agentes de mercado têm de celebrar dois contratos, um com cada operador da rede de transporte, para participar no leilão de capacidade harmonizada. Até Novembro de 2015, a troca automática de dados da nomeação e os procedimentos de acerto, serão baseados nas práticas correntes. No lado Português deverão seguir as regras previstas no Manual de Procedimentos de Gestão Técnica do SNGN (MPGT SNGN). A capacidade harmonizada disponível, a identificar pelos ORT, serão publicitadas no PRISMA. Os valores publicitados por cada ORT não têm de ser necessariamente os mesmos. No caso de não serem as mesmas quantidades, o PRISMA automaticamente considerará o valor mais baixo de capacidade harmonizada indicado pelo ORT e a firmeza dessa capacidade. Cada ORT decidirá se a diferença entre os valores das capacidades harmonizadas indicadas poderá ser oferecida como capacidade não harmonizada. 7
12 2.6 CAPACIDADE NÃO HARMONIZADA O leilão de capacidade firme harmonizada e não harmonizada, para o mesmo tipo de produto, será realizada simultaneamente no PRISMA, no mesmo slot. Os procedimentos para oferta de capacidade firme não casadas obedecem ao disposto no artigo 19.º do Código de Rede CAM. Se a capacidade oferecida no VIP de um lado da interligação é firme e do outro é interruptível, a capacidade a oferecer será não harmonizada. Se existirem produtos interruptíveis e as condições para a interrupção forem diferentes em ambos os lados, a capacidade será oferecida como capacidade não harmonizada. 2.7 PRODUTOS FIRMES E INTERRUPTÍVEIS Todos os produtos serão firmes exceto se expressamente previrem o contrário. No ano de atribuição de capacidade , nos leilões anuais, trimestrais ou mensais, não está disponível a capacidade interruptível. Nos leilões do dia seguinte só será oferecida capacidade interruptível se 98% da capacidade técnica firme estiver previamente atribuída. Se existir capacidade interruptível no intra-diário, ela será atribuída por procedimentos de sobre nomeação. Para os próximos anos-gás só será oferecida capacidade interruptível se 98% da capacidade técnica firme estiver previamente atribuída. Os produtos de capacidade interruptíveis poderão ser transacionados sobre a forma de produtos harmonizados mediante decisão das respetivas entidades reguladoras. 8
13 2.8 UNIDADES DE MEDIDA E CONDIÇÕES DE REFERÊNCIA Os parâmetros de pressão, temperatura, volume, poder calorífico superior, energia e índice de Wobbe são: pressão: Temperatura: Volume: Poder calorífico superior (GCV): Energia: Índice de Wobbe: bar C (degree Celsius) m3 (normal) kwh/m3 kwh (baseado no GCV) kwh/m3 (baseado no GCV) Na pressão, os operadores da rede de transporte devem indicar se se referem a valores absolutos (bar(a)) ou relativos (bar(g)). As condições de referência para o volume deverão ser 0 C e bar(a). Para GCV, energia e índice de Wobbe o valor de temperatura de referência de combustão por defeito será 25 C. A capacidade será oferecida no PRISMA em kwh/h a 25ºC. Os contratos serão assinados em kwh/dia a 0ºC com a Enagás e em kwh/dia a 25ºC com a REN. Considerando esta diferença, serão utilizados no carregamento no PRISMA fatores de conversão para oferecer capacidade, nestes casos a capacidade em kwh/dia a 0ºC e em kwh/d a 25ºC será convertida em capacidade em kwh/h a 25ºC por aplicação das seguintes fórmulas: Pela Enagás: INT (kwh/d (0ºC) / 1,0026 / 24) = kwh/h (25ºC) Pela REN: INT (kwh/d (25ºC) / 24) = kwh/h (25ºC) Acresce que, deverão ser utilizados fatores de conversão para descarregar do PRISMA a capacidade atribuída nos leilões. Nestes casos, a capacidade em kwh/h a 25ºC será convertida em capacidade em kwh/dia a 0ºC e em capacidade em kwh/d a 25ºC por aplicação das seguintes fórmulas: Pela Enagás: INT (kwh/h (25ºC) * 1,0026 * 24) = kwh/d (0ºC) Pela REN: INT (kwh/h (25ºC) * 24) = kwh/d (25ºC) 9
14 2.9 REQUISITOS DE PARTICIPAÇÃO NOS LEILÕES Para participar nos leilões de capacidade, os agentes de mercado licenciados em Portugal e Espanha, têm de se registar no PRISMA. A secção 4 do documento em consulta estabelece os procedimentos necessários ao registo no PRISMA e junto de cada ORT, separadamente. A participação nos leilões exige, em ambos os países interligados, o registo junto das entidades administrativas competentes, designadamente junto do Ministério da Indústria, Energia e Turismo (MINETUR) em Espanha e Direção Geral de Energia e Geologia em Portugal. A participação nos leilões está isenta de custos. As garantias exigidas aos agentes de mercado são as referentes aos contratos de transporte nos termos da legislação aplicável, em cada um dos países interligados CÁLCULO DAS CAPACIDADES DISPONÍVEIS As capacidades já contratadas por cada ORT, anteriormente ao anúncio da liberalização e a divulgação da intenção da concretização antecipada do Código de Rede CAM a partir de março de 2014, entre Portugal e Espanha, serão respeitadas nos termos dos contratos existentes. A capacidade adicional libertada, através da aplicação dos procedimentos de Congestionamento da Rede, incluídos na Decisão da Comissão de 24 de agosto de 2012 no I do Regulamento 715/2009 (CMP Guidelines), será atribuída conforme previsto no documento em consulta. A capacidade harmonizada será determinada pela regra do menor valor de capacidade indicada e publicitada no PRISMA, por cada TSO. Para o cálculo da capacidade no VIP entre Portugal e Espanha, será considerada a totalidade da capacidade técnica existente em cada um dos dois pontos de interligação entre Portugal e Espanha, de forma agregada. A capacidade considerada por cada ORT resulta da seguinte fórmula: Capacidade disponível = capacidade técnica capacidade contratada nos contratos existentes + capacidade adicional, se existente. Considerando que a regulamentação portuguesa não permite a realização de contratos de capacidade com horizontes temporais superiores a 1 ano, isto é, entre outubro e setembro do ano seguinte, com 10
15 vista a maximizar a capacidade harmonizada, a Enagás e a REN decidiram realizar o leilão anual de capacidade trimestral apenas para o ano de atribuição de capacidade , podendo esta regra alterar-se no futuro. As capacidades disponíveis para o ano de atribuição de capacidade são as identificadas no documento em consulta CALENDÁRIO Os calendários dos leilões, a informação relevante, as datas de início e a capacidade de base serão publicados pelo ENTSOG em janeiro de cada ano, realizando-se os leilões entre março e fevereiro do ano seguinte. O calendário dos leilões está disponível na plataforma do PRISMA PREÇOS E TARIFAS Os participantes nos leilões pagarão a tarifa de acesso à rede de transporte que esteja vigente em Portugal e em Espanha pelo tempo de capacidade usado e um prémio resultante do leilão, de acordo com a capacidade atribuída. As tarifas reguladas em Espanha, para os produtos firmes estão estabelecidas na Ordem Ministerial vigente no momento da utilização da capacidade, as tarifas dos produtos anuais são as estabelecidas nos contratos a longo prazo, as tarifas dos produtos trimestrais e mensais serão as estabelecidas nos contratos a curto prazo definidas como tarifas mensais, as tarifas para os produtos diários e intra-diários serão as estabelecidas para os contratos a curto prazo definidas como tarifas diárias. As tarifas de acesso à rede de transporte para os produtos interruptíveis serão as estabelecidas na Resolução, ou legislação que a altere, referente ao regime de interrupção no sistema espanhol, designadamente no regime legal referente às interligações. As tarifas reguladas em Portugal para os produtos firmes e interruptíveis serão as estabelecidas pela ERSE e que estejam em vigor no momento em que a capacidade é utilizada. As tarifas reguladas são aprovadas anualmente para cada ano gás. O preço de referência da capacidade para os produtos de duração inferior à anual poderá ser aplicável um fator multiplicativo superior a 1, enquanto as tarifas de produtos de capacidade interruptível são calculadas com base nos produtos firmes equivalentes, 11
16 multiplicados por uma percentagem que refletirá a probabilidade de interrupção. Os fatores multiplicativos, bem como a percentagem de interrupção são publicados pela ERSE 8. Os patamares de preços aplicáveis são os previstos no Código de Rede CAM, artigo 17.º, n.º 10 e 11. Os acréscimos de preço serão os mesmos em cada um dos lados da interligação. O patamar do preço largo será a soma de 5% da tarifa regulada correspondente para cada ORT (arredondado, em cada caso, a 1 décimo de um cêntimo de Euro). O patamar do preço estreito será 1/5 do patamar do preço largo (arredondado, em cada caso, a 1 décimo de um cêntimo de Euro). Por comum acordo, ENAGÁS e REN podem informar as autoridades reguladoras da aplicação de diferentes acréscimos de preço face aos previstos no último mês antes do início dos leilões. As entidades reguladoras terão uma semana para se opor às propostas do ORTs. Em resultado do leilão é devido o pagamento de um prémio, pelos agentes de mercado a quem foi atribuída capacidade, calculado sobre a tarifa de acesso à rede de transporte nos termos do artigo 26.º do Código de Rede do CAM. O prémio será distribuído 50/50 por cada sistema. Neste contexto, os ORTs farão a faturação desse valor conjuntamente com as tarifas de acesso às redes de transporte. Os valores de conversão das unidades das tarifas constarão da plataforma do PRISMA. Pela REN serão utilizados os seguintes fatores de conversão de tarifas: Tarifas anuais: [EUR / (kwh / dia) / mês] * 12 * 24 * 100 = [EUR / (kwh / h) / runtime] Tarifas trimestrais: [EUR / (kwh / dia) / mês] * 3 * 24* 100 = [EUR / (kwh / h) / runtime] Tarifas mensais: [EUR / (kwh / dia) / mês] * 24 / 100 = [EUR / (kwh / h) / runtime] Temperatura de referência de combustão é 25ºC, no PRISMA e em Portugal TRANSFERÊNCIA DA CAPACIDADE PARA O MERCADO SECUNDÁRIO Os ORTs colocarão à disposição dos agentes de mercado um procedimento que permitirá a transação da capacidade harmonizada no mercado secundário, podendo os agentes de mercado que adquiriram a 8 Aprovados pela Diretiva n.º 10/2013 disponível em 12
17 capacidade no leilão revende-la a outros agentes de mercado, no mercado secundário. Os agentes de mercado originários poderão transferir a totalidade ou parte da capacidade atribuída, bem como manter ou alterar a duração do período da capacidade que lhe foi atribuída no leilão, a iniciar no primeiro dia do mês de calendário e para o número total de meses do calendário. O volume mínimo a transferir é 100 MWh/d por mês. A firmeza da capacidade atribuída manter-se-á após a transferência, independentemente do período da transferência. A capacidade transacionada no mercado secundário tem de manter-se harmonizada e atribuída ao VIP. Assim, a negociação de capacidade no mercado secundário só é permitida pelos ORTs se se negociar em ambos os sistemas dos países interligados, ao mesmo tempo, para a mesma quantidade de capacidade e período, publicitada no VIP e transferida pelo mesmo agente de mercado. As notificações de transferências são válidas após comunicação individual aos licitantes com os resultados enviados aos agentes de mercado. A notificação da transferência é realizada por via eletrónica. A notificação da transferência para a REN ou ENAGÁS deverá incluir, entre outras, as seguintes informações: Nome da Empresa Cedente; Nome da Empresa Beneficiária; Período da transferência i.e., as datas relativas à transferência, incluindo o início e o fim; O volume de capacidade transferida. Para a notificação de transferência ser considerada válida, tem de ser enviada pelo Cedente para a REN e ENAGÁS e tem de ser confirmada pelo Beneficiário através de notificação de aceitação enviada para a REN e a ENAGÀS, por via eletrónica, incluindo a informação supra referida. Para permitir ao ORT a gestão do pedido de capacidade em devido tempo e assim permitir aos agentes de mercado realizar as correspondentes programações e nomeações, o Cedente e o Beneficiário têm de enviar a notificação da transferência no prazo máximo de 10 (dez) dias úteis antes do primeiro dia do período de capacidade. 13
18 Na receção pela REN e a ENAGÁS da notificação de transferência, será verificado: Se o Cedente e o Beneficiário têm direito até ao final do período da transferência; Se o Cedente tem a capacidade que pretende transferir no momento em que efetua a notificação dessa transferência; Se o Beneficiário detém as necessárias garantias financeiras relativas à capacidade transferida (de acordo com os Contratos de Uso das Redes de Transporte em Portugal e RD 949/2001 em Espanha). A resposta enviada pela REN e ENAGÁS ao Cedente e ao Beneficiário após a receção da notificação de transferência inclui: Uma mensagem de aceitação da transferência se a notificação inclui as informações supra referidas; Uma mensagem de rejeição da transferência identificando as razões da transferência. Se a transferência for aceite pela REN e pela ENAGÁS, a capacidade do Cedente é reduzida e atribuída ao Beneficiário. A partir do momento da aceitação da transferência por ambos os ORTs, o Beneficiário da capacidade transferida assumirá todas as obrigações financeiras para com a REN e ENAGÁS para a quantidade correspondente de capacidade transferida, libertando-se em simultâneo o Cedente dessas responsabilidades. Este processo não liberta os agentes de mercado, Cedente e Beneficiário, de quaisquer outras obrigações relativas aos procedimentos e prazos estabelecidos a nível nacional em cada país, relativas ao mercado secundário. Para o ano apenas estão previstas transferências completas de capacidade, ou seja, em conjunto com todos os direitos e obrigações associadas à transferência. A transferência de utilização de direitos poderá ser prevista para o futuro, dependendo da aprovação pelas Entidades Reguladoras e ORTs e de aviso prévio ao mercado, acompanhado da informação detalhada sobre as regras e obrigações das partes. Para a capacidade não harmonizada, as mesmas regras serão aplicáveis, contudo apenas o ORT correspondente, cujo lado a capacidade negociada se refere, confirmará a troca de informações com o Beneficiário e o Cedente. 14
19 2.14 PROCEDIMENTOS DE CONGESTIONAMENTO DA REDE DE TRANSPORTE Os procedimentos de congestionamento da rede de transporte estão estabelecidos na legislação de cada entidade reguladora. No caso de Portugal, os procedimentos estão disponíveis na página na internet da ERSE RENÚNCIA DE CAPACIDADE CONTRATADA Em linha com o ponto 2.24 do CMP Guidelines, ENAGÁS e a REN aceitarão qualquer renúncia de capacidade firme que seja contratada pelos utilizadores no VIP, com exceção dos produtos de capacidade com a duração de um dia ou inferior. ENAGÁS e a REN aceitarão as seguintes renúncias: Produtos trimestrais firmes desde 1 de outubro de X a 30 de setembro de X+1 e; Produtos trimestrais firmes desde 1 outubro de X a 30 de setembro de X+1. A capacidade renunciada será re-oferecida no mercado como um produto trimestral firme padrão (4 produtos consecutivos) e um produto de capacidade mensal firme durante os leilões relevantes. PRAZOS DE RENÚNCIA DE CAPACIDADE Os operadores de mercado podem renunciar a capacidade harmonizada e não harmonizada, sendo que no último caso deverá ser combinada, se possível, com capacidade não harmonizada disponível no outro lado da interligação, antes de estar reatribuída. Os ORTs aceitarão solicitações de renúncia de produtos anuais de capacidade (1 outubro X a 30 de setembro X+1) para: Serem re-oferecidos, no mercado primário de capacidade, como produto trimestral a partir do dia seguinte após o fim do leilão anual de capacidade até 15 dias antes do leilão trimestral ter início e; Serem re-oferecidos, no mercado primário, como produtos mensais a partir do dia seguinte após o final do leilão anual de capacidade até 10 dias antes do leilão mensal de capacidade ter início. 9 Disponível em 15
20 No que respeita aos produtos trimestrais, ENAGÁS e a REN aceitam pedidos de renúncia de capacidade a partir do dia seguinte à atribuição anual dos produtos trimestrais até 10 dias antes do leilão mensal de capacidade ter início OUTROS ASSUNTOS Caso os agentes de mercado façam nomeações/renomeações acima dos direitos de capacidade adquiridos, compete ao ORT verificar a viabilidade conjunta das nomeações/renomeações atribuindo as respetivas solicitações sempre que estas, em agregado, sejam inferiores à capacidade disponível. Caso as nomeações/renomeações em agregado superem a capacidade disponível, aplica-se um mecanismo pro-rata às solicitações de capacidade. 16
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