PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR

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1 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR PARA Angola ANGOLA A crescer CRESCER mais MAIS e A E distribuir DISTRIBUIR melhor MELHOR PROGRAMA DE GOVERNO DO MPLA PARA Friday, April 20, 12 ENERGIA / Água AGRICULTURA HABITAÇÃO ENSINO SAÚDE Programa de Governo

2 2 Programa de Governo

3 Friday, April 20, 12 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR PARA Angola ANGOLA A crescer CRESCER mais MAIS e A E distribuir DISTRIBUIR melhor MELHOR Vamos trabalhar juntos para o desenvolvimento. Todos somos necessários para erguer a nova Angola, moderna, próspera e democrática. Presidente José Eduardo dos Santos em 04/04/2012, durante as comemorações dos 10 Anos de Paz. Programa de Governo

4 PARA Angola ANGOLA A crescer CRESCER mais MAIS e A E distribuir DISTRIBUIR melhor MELHOR PROGRAMA DE GOVERNO DO MPLA PARA Índice O GRANDE COMPROMISSO DO MPLA PARA COM AS ASPIRAÇÕES DO POVO ANGOLANO...9 BREVE BALANÇO DA ACTIVIDADE GOVERNATIVA NO PERÍODO OBJECTIVOS GERAIS DA GOVERNAÇÃO PARA O PERÍODO CONSOLIDAR A PAZ, REFORÇAR A DEMOCRACIA E PRESERVAR A UNIDADE... E A COESÃO NACIONAL AUMENTAR A CREDIBILIDADE DO ESTADO E DO SISTEMA POLÍTICO NO DOMÍNIO DA JUSTIÇA NO DOMÍNIO DA REFORMA TRIBUTÁRIA NO DOMÍNIO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CONSOLIDAR A DESCONCENTRAÇÃO ADMINISTRATIVA E A DESCENTRALIZAÇÃO.... político ADMINISTRATIVA (AUTARQUIAS) FOMENTAR A EDUCAÇÃO PATRIÓTICA DOS CIDADÃOS, VALORIZAR A FAMÍLIA, PROMOVER.. A IGUALDADE DE GÉNERO E O RESPEITO PELOS VALORES MORAIS DA CIDADANIA NO DOMÍNIO DA EDUCAÇÃO PATRIÓTICA NO DOMÍNIO DA FAMÍLIA NO DOMÍNIO DA PROMOÇÃO DA IGUALDADE DE GÉNERO NO DOMÍNIO DA EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA NO DOMÍNIO DOS VALORES MORAIS E CULTURAIS GARANTIR O ACESSO DOS CIDADÃOS A UMA INFORMAÇÃO CADA VEZ MAIS OBJECTIVA, RIGOROSA E ISENTA NO DOMÍNIO DA COMUNICAÇÃO SOCIAL A NÍVEL INSTITUCIONAL A NÍVEL DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL A NÍVEL DOS ÓRGÃOS PRIVADOS E PARCEIROS SOCIAIS A NÍVEL DA FORMAÇÃO DE QUADROS A NÍVEL DA IMPRENSA COMUNITÁRIA A NÍVEL DA PROMOÇÃO NO PAÍS E EXTERIOR MELHORAR E MODERNIZAR O SISTEMA DE DEFESA E SEGURANÇA NACIONAL Programa de Governo

5 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR DEFESA NACIONAL DEFESA E FORÇAS ARMADAS INTERIOR GARANTIR OS PRESSUPOSTOS BÁSICOS NECESSÁRIOS AO DESENVOLVIMENTO PRESERVAR A ESTABILIDADE MACROECONÓMICA PROMOVER UMA POLÍTICA NACIONAL DE POPULAÇÃO PROMOVER UMA POLÍTICA ACTIVA DE EMPREGO E VALORIZAÇÃO DOS RECURSOS... HUMANOS NACIONAIS TRANSFORMAR, DIVERSIFICAR E MODERNIZAR A ESTRUTURA ECONÓMICA DO PAÍS AGRICULTURA, PECUÁRIA E SILVICULTURA PESCA E AQUICULTURA INDÚSTRIA TRANSFORMADORA INDÚSTRIA EXTRACTIVA NÃO PETROLÍFERA INDÚSTRIA PETROLÍFERA ENERGIA E ÁGUAS ENERGIA ÁGUAS CONSTRUÇÃO E HABITAÇÃO COMÉRCIO E OUTROS SERVIÇOS MERCANTIS COMÉRCIO TURISMO TRANSPORTES TELECOMUNICAÇÕES O DESENVOLVIMENTO DOS CLUSTERS PROMOVER O AVANÇO CIÊNTIFICO E TECNOLÓGICO PROMOVER O DESENVOLVIMENTO EQUILIBRADO DO TERRITÓRIO Programa de Governo

6 3. MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA DOS ANGOLANOS CONTINUAR A DESENVOLVER E CONSOLIDAR AS ACÇÕES QUE VISAM UMA MELHOR... REPARTIÇÃO DO RENDIMENTO NACIONAL APOIAR OS PROGRAMAS MUNICIPAIS DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO E COMBATE À POBREZA MELHORAR A IMPLEMENTAÇÃO DE FORMA INTEGRADA DOS PROGRAMAS DE RENDIMENTO. mínimo E OUTRAS FORMAS DE PROTECÇÃO SOCIAL AMPLIAR E MELHORAR SIGNIFICATIVAMENTE A QUALIDADE DOS SERVIÇOS DE SAÚDE PROMOVER ACÇÕES QUE VISEM À GESTÃO SUSTENTADA DOS RECURSOS NATURAIS.... E DO AMBIENTE CONTINUAR A EXPANDIR E MELHORAR SIGNIFICATIVAMENTE A QUALIDADE.... DO SISTEMA DE EDUCAÇÃO AMPLIAR E MELHORAR OS SERVIÇOS DE CULTURA CONTINUAR A PRESTAR UMA ATENÇÃO ESPECIAL AOS ANTIGOS COMBATENTES E VETERANOS DA PÁTRIA, BEM COMO A REINSERÇÃO SOCIAL DOS EX- MILITARES ELEVAR A INSERÇÃO DA JUVENTUDE NA VIDA ACTIVA NO DOMÍNIO DA JUVENTUDE PROMOÇÃO DE SOLUÇÕES PARA OS PRINCIPAIS PROBLEMAS DA JUVENTUDE E EFECTIVAÇÃO DOS GRANDES OBJECTIVOS DE DEMOCRACIA PARTICIPATIVA E DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL FORMAÇÃO DAS NOVAS GERAÇÕES, TRANSFORMANDO-AS EM ENTIDADES AUTÓNOMAS,... profissionalmente COMPETENTES, EMPREENDEDORAS E CAPAZES DE CONSTRIBUIR.... para O PROGRESSO SOCIAL IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS DE ESTADO PARA A JUVENTUDE INTEGRADAS NOS PLANOS DE DESENVOLVIMENTO GLOBAL A FIM DE FACILITAR A PARTICIPAÇÃO ACTIVA DOS JOVENS NO DOMÍNIO DO DESPORTO FOMENTAR A PRÁTICA DOS DESPORTOS NAS ESCOLAS E COMUNIDADES GARANTINDO... AS CONDIÇÕES NECESSÁRIAS (MATERIAIS, INFRAESTRUTURAIS E HUMANAS) PARA... O ACESSO DOS CIDADÃOS A UMA VIDA SAUDÁVEL APOIAR O EMPRESARIADO NACIONAL CARACTERIZAÇÃO GERAL DO ESTADO ACTUAL DO DESENVOLVIMENTO DO SECTOR... EMPRESARIAL PRIVADO NACIONAL A REFORMA DO CLIMA GERAL DO INVESTIMENTO PRIVADO EM ANGOLA OS PRESSUPOSTOS DA REFORMA Programa de Governo

7 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR POLÍTICA FISCAL POLÍTICA MONETÁRIA POLÍTICA CAMBIAL ELIMINAR PRÁTICAS COMERCIAIS NÃO EQUITATIVAS PROTECÇÃO AO DESENVOLVIMENTO E FORTALECIMENTO DA COMPETITIVIDADE DO SECTOR privado NACIONAL REFORÇAR A INSERÇÃO COMPETITIVA DE ANGOLA NO CONTEXTO INTERNACIONAL ESTRATÉGIA JUNTO DAS ORGANIZAÇÕES FINANCEIRAS INTERNACIONAIS (BANCO MUNDIAL, FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL, BANCO AFRICANO DE DESENVOLVIMENTO)... E ORGANIZAÇÕES MULTILATERAIS REFORÇO DO POSICIONAMENTO DE ANGOLA NO CONTEXTO INTERNACIONAL... E REGIONAL RELAÇÕES BILATERAIS REFORÇO DO PAPEL DE ANGOLA NAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS COMISSÃO DO GOLFO DA GUINÉ (CGG) CPLP COMUNIDADE DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA A COMUNIDADE ECONÓMICA DOS ESTADOS DA ÁFRICA OCIDENTAL (CEDEAO) IGAD INTERGOVERNAMENTAL AUTHORITY ON DEVELOPMENT ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU) UNCTAD E OMC ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS (OEA) E MERCOSUL Programa de Governo

8 PARA Angola ANGOLA A crescer CRESCER mais MAIS e A E distribuir DISTRIBUIR melhor MELHOR PROGRAMA DE GOVERNO DO MPLA PARA Friday, April 20, 12 8 Programa de Governo

9 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR O GRANDE COMPROMISSO DO MPLA PARA COM AS ASPIRAÇÕES DO POVO ANGOLANO O MPLA é um Partido Nacional, independente, progressista e moderno, ideologicamente assente no Socialismo Democrático. É o maior Partido de Angola com mais de 5 milhões de militantes e desde a sua fundação, a 10 de Dezembro de 1956, tem sido, indiscutivelmente, a força política nacional que mais tem marcado a história do País. Para além de ser o maior Partido nacional é também o que está melhor preparado e o que se tem apresentado com mais competência na interpretação e satisfação dos mais profundos anseios e aspirações do povo angolano ao longo dos 55 anos da sua existência. Aqui reside a essência da força, da glória e das vitórias deste grandioso Partido, que combina a sua vocação de Partido de massas com a integração e participação activa de quadros e intelectuais de todos os sectores da vida nacional que aceitem e cumpram o seu Programa e Estatutos. O MPLA é, por isso, um Partido dinâmico, um Partido em constante transformação, sempre no sentido de melhor se ajustar a evolução do País e do mundo. O MPLA- Movimento foi a forma organizativa adoptada na etapa da Luta de Libertação Nacional terminada com a conquista da independência nacional em Com o MPLA Partido do Trabalho vivemos a etapa pós-independência, de democracia popular e, presentemente, com o Partido MPLA estamos a desenvolver a etapa multipartidária. O MPLA é um Partido profundamente enraizado no seio do Povo. Foi com o povo que depois de 14 anos de luta armada, sob a condução do MPLA, os angolanos conquistaram a independência nacional num contexto interno e internacional adverso caracterizado pela Guerra fria entre os dois blocos ideológicos existentes na altura. Foi com o povo que o MPLA lutou contra a agressão de países estrangeiros e contra as forças internas ao seu serviço, defendendo a integridade das nossas fronteiras, preservando a soberania nacional e garantindo, mesmo em situação de guerra, as condições mínimas para o funcionamento das instituições do Estado e para o desenvolvimento da vida económica do País. Programa de Governo

10 A confiança do povo no MPLA manifestou-se novamente em 1992 com a clara vitória do nosso Partido nas eleições de Setembro de 1992 e o total envolvimento do povo angolano no enfrentamento das forças rebeldes apostadas na desestabilização do País, na sequência da rejeição pelos mesmos dos resultados eleitorais. A paz obtida em 2002 é seguramente o maior bem público que os angolanos conquistaram sob a condução do MPLA. Tem um valor que não pode ser quantificado e é o resultado, acima de tudo, da confiança do povo angolano no MPLA e no seu líder o Camarada Presidente José Eduardo dos Santos que, de modo inteligente, firme, equilibrado, com grande visão estratégica e também com muita serenidade, conduziu o povo angolano para a paz definitiva. Com a obtenção da Paz foram dados passos significativos no sentido da consolidação da estabilidade política, do reforço da democracia, da reconciliação e coesão nacionais, ao mesmo tempo que foram feitos avanços notáveis no sentido da consolidação da estabilidade macroeconómica e do estabelecimento das bases para um crescimento e desenvolvimento económico impetuoso e robusto. 10 Programa de Governo

11 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR Programa de Governo

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13 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR BREVE BALANÇO DA ACTIVIDADE GOVERNATIVA NO PERÍODO Nas eleições legislativas de Setembro de 2008 mais de 81% dos eleitores angolanos escolheram, de modo inequívoco, o MPLA como o caminho certo para uma Angola melhor. Esta vitória expressiva do nosso Partido constitui uma prova irrefutável da existência de uma relação de grande intimidade entre o MPLA e o povo. O Programa de Governo com que o MPLA se apresentou as eleições legislativas de 2008 foi elaborado tendo como base os grandes anseios e aspirações do povo angolano e a vitória expressiva obtida nessas eleições representa, mais uma vez, a grande confiança do povo angolano no MPLA e no seu líder, o Camarada Presidente José Eduardo dos Santos. A implementação deste Programa foi seriamente constrangido pela crise económica e financeira internacional que, em 2009, afectou severamente a economia nacional. Nesse ano caiu não só a demanda por petróleo dos principais parceiros internacionais, como também caiu de modo mais acentuado o preço deste produto. As receitas fiscais em 2009 sofreram, assim, uma redução de 45% face a No mesmo período a receita petrolífera contraiu-se 55.23%. Do lado da despesa houve uma redução global de 10.9%, com a despesa corrente a contrair-se 8%. As medidas tomadas pelo Executivo para fazer face à crise mostraram-se oportunas e eficazes, tendo permitido que os principais programas, projectos e promessas eleitorais do nosso Partido não fossem interrompidos, embora nem todas as metas tenham sido cumpridas na sua plenitude. Regista-se uma consolidação da reconciliação e coesão nacionais e da estabilidade política do País e Angola tem-se afirmado, cada vez mais, como um Estado democrático e de Direito, funcionando de acordo com a Constituição e demais leis ordinárias. Foi aprovada uma nova Constituição que adopta um sistema político e de Governo que confere não só maior estabilidade política e institucional ao País como também uma maior estabilidade ao seu processo de desenvolvimento. A estabilidade macroeconómica, mormente no que diz respeito à garantia da estabilidade monetária e cambial e à redução da inflação, bem como as acções do Executivo respeitantes ao crescimento económico através do relançamento da produção nacional e da diversificação da nossa economia, são factos assinaláveis no âmbito da implementação do Programa de Governo do Partido. A taxa de crescimento real do PIB em 2007 foi de 23.2%. Em 2008 esta taxa foi de 13.8%. Em 2009, como consequência da crise económica e financeira internacional, a taxa de crescimento real do PIB caiu significativamente para 2.41%. Em 2010 a Programa de Governo

14 mesma subiu ligeiramente para 3.41%. Em 2011 a taxa de crescimento do PIB foi de 3.4% e para 2012 prevê-se uma taxa de crescimento mais robusta de 8.9%. Numa altura em que o mundo inteiro vivia uma situação de recessão ou de forte retracção económica, nos anos universalmente difíceis de 2009 e 2010, Angola logrou alcançar taxas de crescimento não muito distantes da taxa anual de crescimento populacional do País que é de 3%, o que significa que, em termos per capita médios reais, o País não terá ficado mais pobre. É também importante assinalar que se tem mantido a tendência iniciada em 2006 em que o sector não petrolífero tem evidenciado taxas de crescimento superiores às do sector petrolífero, sendo este um indicador importante do sentido positivo do processo de diversificação da economia angolana. A taxa de inflação acumulada anual foi de 11.8% em 2008, 13.99% em 2009 e 15.31% em Em 2011 registou-se uma queda significativa deste indicador tendo a mesma se situado em 11.38%. Para 2012 prevê-se uma taxa de 10%. É notória a tendência decrescente da taxa de inflação em Angola, com efeitos positivos na economia do País e no aumento da confiança do público na moeda nacional e, por conseguinte, no aumento do poder aquisitivo do Kwanza. Como consequência desta importante evolução, tem sido significativo o aumento do papel da moeda nacional como meio de troca e também como reserva de valor, sendo estes dois indicadores relevantes do processo de desdolarização da economia nacional. Tendo consciência de que as causas da inflação em Angola não são apenas monetárias, têm sido adoptadas medidas tendentes a incidir sobre os factores não monetários que afectam a inflação no País, como as taxas alfandegárias e os custos portuários sobretudo sobre os produtos da cesta básica, bem como medidas tendentes a melhorar a organização dos circuitos de distribuição do País. Depois do ano difícil de 2008 em que as Reservas Internacionais Líquidas (RIL) atingiram a cifra de USD mil milhões, em 2010 iniciou-se um proceso de recuperação deste indicador de grande importância da posição externa do País. Com efeito, as RIL em 2010 situaram-se em USD mil milhões e em 2011 subiram significativamente para USD mil milhões e prevê-se que este indicador ultrapasse o montante de USD 30 mil milhões em Em consequência da crise económica e financeira internacional, o programa nacional de habitação foi revisto, tendo-se identificado acções concretas no domínio do realojamento das populações, das novas centralidades, da auto-construção e da edificação de casas sociais. Está em curso a edificação em todo o País de fogos de diferentes tipologias, que alojarão uma população estimada em habitantes. Estão concluídos apartamentos na nova centralidade do Kilamba em Luanda e até 2012 serão entregues apartamentos.estão em curso os grandes projectos de requalificação do Sambizanga e do Cazenga, bem como a edificação das novas centralidades de Malange, Dundo e Cabinda. Está igualmente em curso em Luanda a construção, no regime de casas evolutivas, de fogos e a edificação até ao ano de 2012 de mais fogos, numa área infraes- 14 Programa de Governo

15 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR truturada para fogos. Estas moradias destinam-se às famílias que ainda vivem em tendas nos bairros de Cacuaco, Viana e Zango e o mesmo estender-se-a às populações em situação idêntica das províncias da Huíla, Cunene, Huambo e Namibe. A meta geral do programa, contando com a auto-construção e com as parcerias público privadas, é a de assegurar o alojamento e promoção da habitação social para uma cifra de familias, o que corresponde a cerca de 3.3 milhões de pessoas. O Caminho de Ferro de Luanda está concluído. O troço Lobito-Bié do Caminho de Ferro de Benguela está igualmente concluído. Estima-se que o Caminho de Ferro de Benguela esteja completamente operacional em todo o seu percurso, isto é, de Benguela (Lobito) até ao Moxico em Os trabalhos do Caminho de Ferro de Moçâmedes estão também em curso e a sua conclusão está igualmente prevista para Foram reabilitados e modernizados os aeroportos de Luanda, Cabinda, Catumbela, Malange, Ondgiva, Lubango, Huambo, Benguela e Ndalatando e reabilitadas as pistas dos aeroportos de Saurimo, Luena e Kuito. Está em curso o processo de reabilitação dos aeroportos do Soyo, Dundo, Saurimo e Luena. Em 2012 será concluída a primeira fase do novo Aereoporto Internacional de Luanda que terá, depois de concluído, uma capacidade para 15 milhões de passageiros por ano. No período de 2002 a 2012 foram reconstruídas e construídas cerca de kms de estradas asfaltadas. Com isso mais de 80% das capitais de província estão ligadas entre si por estradas de alcatrão. A circulação de pessoas e bens tornou-se, assim, mais fácil, mais eficiente, mais rápida e, sobretudo, mais segura. Com isto, os custos de transacção inerentes à actividade económica no País tenderão a baixar, com implicações positivas nos níveis de produtividade e de competitividade da economia nacional. O programa Água para Todos tem sido desenvolvido com sucesso, beneficiando já cerca de de pessoas com água potável. Até ao ano de 2012 este programa assegurará o consumo de água potável a pelo menos 60% da população rural. Com vista a remover o deficit de energia eléctrica do País, está em curso a reabilirtação das barragens do Gove, Mabubas, Lomaum e Cambambe I, a concluir em 2012, e que aumentarão em megawats a capacidade de energia eléctrica de Angola. Estes projectos, conjugados com a implementação dos projectos estruturantes no Soyo, Cambambe, Laúca, Caculo Cabaça e Keve a serem concluídos em 2016, e que gerarão uma capacidade adicional de megawats, farão com que, a partir de 2013, o abastecimenbto de energia eléctrica melhore significativamente no País e que a partir de 2017 os principais problemas do sector estejam resolvidos. No domínio da agricultura, com vista a apoiar as explorações agrícolas familares, está em curso o Programa de Extensão e Desenvolvimento Rural (PEDR), cujo número de famílas assistidas variou de em 2005/2006 para em 2009/10 com destaque para o ano de 2007/8, onde se atingiu familias camponesas. O maior impacto do PEDR reside no facto do mesmo ter conseguido estabilizar a carência em meios de produção que existia no País para atender os 3 milhões de deslocados que estavam sendo assentados nas suas zonas de origem, logo após a conquista da Paz em Programa de Governo

16 De um modo geral, tanto as áreas cultivadas como as de produção aumentaram de, uma área cultivada de hectares e de produção de toneladas em 2005/2006, para uma área de hectares e produção total de toneladas em 2009/10. Em 2010/2011 a área cultivada foi hectares e a produção total foi de toneladas. Foi aberta uma linha especial de crédito para a agricultura com um montante equivalente em Kwanzas a USD 350 milhões, sendo USD 150 milhões para o crédito de campanha e o restante para o crédito de investimentos. O crédito agrícola tem contado com uma forte aderência dos camponeses, tendo já beneficiado de forma directa cerca 24 mil pequenos camponeses, residentes em 68 municípios de 17 das 18 províncias do País. O crédito agrícola de campanha já disponibilizou cerca de USD 47 milhões. Até ao ano de 2011 haviam sido criados mais de 700 mil novos empregos, sendo de destacar, por ordem decrescente, a constribuição dos sectores da Agricultura e Pescas, Urbanismo e Construção, Comércio, Energia e Águas e Hotelaria e Turismo. No âmbito dos rendimentos salariais, prosseguiram os ajustamentos dos salários da função pública em função da inflação anual esperada e o salário mínimo nacional foi aumentado de Kz ,00 para Kz ,00, valor este sujeito a isenção do imposto sobre o rendimento do trabalho (IRT). No domínio da educação há a realçar os grandes investimentos feitos no ensino secundário e técnico profissional que nos últimos 3 anos ascenderam a mais de USD ,00. Tais investimentos permitiram a construção de 53 instituições escolares para o ensino secundário e técnico profissional. O número de alunos nos vários níveis de ensino que precedem o ensino superior, aumentou de modo considerável. Em 2002 o efectivo escolar não universitário era de , em 2008 de e em 2010 de Em 2011 este efectivo foi de 6.7 milhões. O corpo docente também registou uma evolução assinalável, tendo passado de efectivos em 2002, para efectivos em 2008 e para efectivos em Em 2011 o efectivo docente não universitário foi de 218 mil. No domínio do ensino superior foram criadas 7 universidades públicas, sendo uma academia e 19 instituições públicas autónomas. As Universidades estão constituídas por 51 unidades orgânicas, integradas em 7 regiões académicas. O número de estudantes matriculados no ensino superior passou de em 2002 para em 2008, para em 2010 e para cerca de 150 mil em Este subsistema de ensino conta com mais de dois mil docentes e tem formado uma média anual de mil e duzentos licenciados. Foi inaugurada a I fase do campus universitário da Universidade Agostinho Neto e estão igualmente em conclusão as infraestruturas para os campus universitários da Universidade 11 de Novembro em Cabinda e da Universidade Kimpa Vita no Uíge. Existem presentemente 22 instituições de ensino superior privadas, sendo 10 universidades e 12 institutos superiores. 16 Programa de Governo

17 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR No domínio da saúde é de destacar a descentralização da gestão dos serviços de saúde a nível municipal. Esta medida tem permitido um maior foco das administrações e equipas de saúde municipais na melhoria da gestão da saúde e do funcionamento dos serviços. O resultado tem sido o aumento do acesso universal das populações a cuidados integrados de saúde no nível primário da atenção. No concernente ao género é de referir o aumentou da representação das mulheres no Parlamento que passou de 16.4% em 2008 para 38.6% em 2010 e a representação das mulheres no Executivo que passou de 13% em 2008 para 29.0% em Fruto do crescimento impetuoso que a economia nacional vem registando desde 2002, associado às políticas sociais do Executivo visando o aumento da qualidade de vida das populações, particularmenrte aquelas políticas que visam o combate à fome e à pobreza extrema, os níveis de incidência da pobreza em Angola conheceram uma queda drástica, tendo passado de 68% em 2002 para 36.6% em Trata-se de um indicador encorajador e que, de modo objectivo, constitui uma demonstração de que o MPLA está no caminho certo no que se refere a solução dos problemas do Povo. Os elementos referidos acima não constituem um balanço exaustivo da actividade governativa dos últimos 5 anos, mas tão somente uma ilustração do enorme esforço e trabalho realizado sob a condução do MPLA e do seu líder, o camarada Presidente JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS, no âmbito da reconstrução e desenvolvimento do País, sempre baseados na necessidade de se dar satisfação às aspirações mais profundas do povo angolano. Programa de Governo

18 OBJECTIVOS GERAIS DA GOVERNAÇÃO PARA O PERÍODO Muito ainda há a fazer e o foco do Programa de Governação do MPLA para o período continuará a ser o combate à fome e à pobreza extrema e o aumento da qualidade de vida do povo angolano de Cabinda ao Cunene, transformando a riqueza potencial que constituem os recursos naturais de Angola em riqueza real e tangível dos angolanos. Com efeito, o Programa de Governo do MPLA para o período assentará nos seguintes eixos fundamentais: Consolidar a Paz, Reforçar a Democracia e Preservar a Unidade e Coesão Nacional; Garantir os Pressupostos Básicos Necessários ao Desenvolvimento; Melhorar a Qualidade de Vida dos Angolanos; Elevar a Inserção da Juventude na Vida Activa; Apoiar o Empresariado Nacional; Reforçar a Inserção Competitiva de Angola no Contexto Internacional. O Programa de Governação do Partido para o quinquénio , estabelece que o centro da acção de governação é o Povo. Deste modo, desenvolve as formas de interacção entre o Executivo do MPLA com todas as forças vivas da nação, envolvendo os órgãos de soberania, as diversas confissões religiosas, os Partidos Políticos, as Organizações Não Governamentais, os Órgãos de Imprensa e de Informação, o Sector Privado e Cooperativo nacional, todas as estruturas da Sociedade Civil organizada, o cidadão a título individual e as comunidades para, em conjunto e com a participação de todos, serem alcançadas as aspirações nacionais de desenvolvimento material e espiritual dos angolanos. O MPLA defende que a remoção das assimetrias regionais do País deve ser traduzida no aumento do nível de empregos, e que tal objectivo não pode ser alcançado sem uma forte parceria do Estado com o sector privado, em particular com o estímulo às micro, pequenas e médias empresas. Deste modo, um capítulo especial é dedicado a este tema e são definidas as formas em que se deverá desenvolver essa parceria e que metas deverão ser alcançadas nos próximos cinco anos a este respeito. Uma outra iniciativa visando a remoção das assimetrias regionais é a promoção do crescimento económico do País em rede, por meio do desenvolvimento de agrupamentos industriais (clusters) e de redes empresariais (networks) que potenciarão não só a criação de externalidades positivas para a economia, como serão igualmente um factor de promoção de círculos virtuosos de produção de maior valor acrescentado. 18 Programa de Governo

19 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR Por este motivo, o Programa de Governação do MPLA, para além de detalhar as medidas de promoção do desenvolvimento económico dos vários sectores da economia nacional, apresenta igualmente medidas associadas ao início do processo de desenvolvimento dos clusters da água, da alimentação e agro-indústria, do habitat e dos transportes e logística. Tendo em conta a importância que o MPLA atribui à juventude angolana, que constitui a maioria da população economicamente activa do País e que é a maior riqueza potencial de Angola, um capítulo especial trata dos objectivos e metas a alcançar com vista a uma cada vez maior inserção da juventude na vida activa, visando a emancipação plena dos jovens, o desenvolvimento de todo o seu potencial de criatividade e empenho, para que possam assumir o papel de principal motor do desenvolvimento e do bem estar social. O Programa de Governação do MPLA reconhece que o principal ingrediente para melhorar a qualidade da governação é a transparência e o sentido de missão dos servidores públicos. Por este facto, no domínio do aumento da eficácia e eficiência da administração pública directa e indirecta, são desenvolvidos nos capítulos respectivos os aspectos centrais do combate à corrupção, ao desperdício de recursos públicos visando o aumento da produtividade nos serviços públicos e do papel fiscalizador da sociedade através dos mecanismos estabelecidos pela Constituição da República de Angola e pelas leis ordinárias em vigor no País. Angola está a viver profundas mudanças e rápidas alterações na sua estrutura económica e social. Tudo isto no meio de uma realidade internacional também envolta em profundas mudanças e também em alguma turbulência. Apesar disso, o MPLA e o povo angolano estão convictos de que no meio de todas estas mudanças internas e externas a aspiração do bem-estar social para todo o povo angolano será alcançada, com reflexos num aumento da qualidade dos serviços de educação e de saúde em todo o território nacional, num maior acesso das populações à energia eléctrica, à agua potável, à habitação social, a um emprego condigno e a uma melhor e maior aproximação dos serviços públicos aos cidadãos. O Programa de Governação do MPLA para os próximos cinco anos é uma componente indispensável para tornar realidade os anseios dos angolanos. Neste Programa encontra-se a visão, o espírito de missão, a capacidade de adaptação, a abertura para a cooperação e diálogo e a experiência de um Partido que não faz mais senão trabalhar para o bem do povo angolano, unindo há 55 anos de Cabinda ao Cunene um só Povo e uma só Nação. Temos a certeza que o MPLA, mais uma vez, irá corresponder às expectativas dos angolanos. Programa de Governo

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21 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR 1. CONSOLIDAR A PAZ, REFORÇAR A DEMOCRACIA E PRESERVAR A UNIDADE E A COESÃO NACIONAL O MPLA tem plena consciência de que o esforço para a reconstrução, para o desenvolvimento e para a modernização de Angola não deve ser apenas do Estado. Neste esforço o Estado tem de se fazer acompanhar pela iniciativa privada, pela sociedade civil e beneficiar da cooperação internacional, numa lógica de parceria, sendo, no entanto, sua a competência de orientação estratégica, de modo a evitar-se vazios e disfuncionalidades no proceso de desenvolvimento do País. Com vista a aumentar a capacidade do Governo em formular e implementar políticas de grande impacto, o MPLA considera que se deve trabalhar no sentido do incremento da performance governativa, através da elevação da eficiência na governação e da qualidade da sua actividade de coordenação e regulação. Ao mesmo tempo que à sociedade civil é atribuído um papel cada vez mais preponderante, o Governo do MPLA apoiará o fortalecimento do aparelho institucional, assegurando o funcionamento de serviços públicos de qualidade e de um sistema judicial dotado de independência e eficiência. Do mesmo modo, uma atenção muito especial será dada à melhoria da qualidade e ao funcionamento eficiente e transparente da gestão pública. O MPLA considera que no âmbito da preservação da Unidade e da Coesão Nacioanal os órgãos de defesa, segurança e ordem interna desempenham um papel fundamental, pois os mesmos garantem a satisfação da aspiração mais importante do povo angolano - a Paz e a Segurança em Angola. Forças armadas estáveis, organizadas e bem equipadas garantem não só a soberania nacional e a paz, mas são também um veículo importante de desenvolvimento, seja através da acção directa na reabilitação de infraestruturas seja no apoio às populações nas acções ligadas à saúde, à educação e à atividadade produtiva AUMENTAR A CREDIBILIDADE DO ESTADO E DO SISTEMA POLÍTICO O MPLA considera ser de importância crucial para o desenvolvimento do País prosseguir os esforços no sentido da consolidação das reformas do sistema de Justiça, do sistema Tributário, da Administração Pública, da Saúde, da Educação, do Poder Local, da Defesa e da Segurança Nacional, convertendo-os em verdadeiros instrumentos ao serviço de uma plena cidadania. Programa de Governo

22 NO DOMÍNIO DA JUSTIÇA O MPLA considera que neste domínio serão prosseguidas e aprofundadas as amplas reformas que têm sido levadas a cabo pelo Executivo, com base em estratégias perfeitamente delineadas e estruturadas. Os objectivos estratégicos do MPLA para o Sector da Justiça residem na necessidade de se dar continuidade à política de modernização e de informatização assente nos princípios da desburocratização e simplificação de procedimentos, bem como na proximidade dos serviços junto das comunidades, com base nos seguintes objectivos: a) Estabelecimento de uma política criminal e de reforma da justiça penal, que contemple: I) Respostas à grande, média e pequena criminalidade; II) Combate à corrupção, criminalidade organizada e económico-financeira; III) Justiça tutelar; IV) Combate às drogas. b) Reorganização judiciária e do mapa judiciário; c) Um sistema integrado de acesso ao direito e à justiça; d) Um novo paradigma do processo; e) O sistema de justiça como factor de desenvolvimento económico e social; f) Um sistema de justiça ao serviço dos direitos humanos; g) A universalização do registo civil de nascimento. O ESTABELECIMENTO DE UMA POLÍTICA CRIMINAL E DE REFORMA DA JUSTIÇA PENAL O MPLA defende que uma melhoria na eficácia do combate ao crime passa pela adopção de políticas orientadas para os factores da criminalidade, privilegiando-se a reintegração à exclusão, sendo fundamental garantir os meios de investigação e repressão adequados. Por outro lado, considera que o aumento da eficácia criminal não pode prejudicar as garantias de defesa consagradas constitucionalmente e próprias do Estado de Direito Democrático. O MPLA privilegiará a vocação humanista da sua política, tutelando os interesses das vítimas de crimes, a eficácia do combate ao crime, a salvaguarda dos direitos dos arguidos, a humanização do sistema prisional e a eficiência do sistema de reinserção social. Os aspectos ligados às medidas preventivas merecerão um especial cuidado do MPLA, devendo ser postos em prática os mecanismos que permitam a separação da população prisional de diferente perigosidade, com especial preocupação para os reclusos mais jovens que, excepcionalmente, devam ser objecto de medidas preventivas de privação de liberdade em Centros de Internamento próprios. 22 Programa de Governo

23 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR As políticas a definir neste domínio deverão dar resposta às seguintes questões: GRANDE, MÉDIA E PEQUENA CRIMINALIDADE Para o MPLA o combate à grande criminalidade, ao crime económico organizado, às associações criminosas, às redes de tráfico de crianças, de pessoas e de órgãos e às drogas deve constituir uma questão central da política criminal. A este respeito o MPLA considera que se devem adoptar as seguintes medidas de política: a) Consagração do princípio da legalidade mitigada ou oportunidade mitigada; b) Criação de mecanismos legais e/ou organizacionais que permitam uma maior coordenação entre o Ministério Público e as forças policiais e de investigação criminal envolvidas no combate à grande criminalidade; c) Melhoria da formação dos agentes da polícia de investigação criminal; d) Criação de um sistema de monitorização das medidas de combate à grande criminalidade com a apresentação de relatórios anuais; e) Despenalização de toda a área das contravenções e transgressões, que deverão passar a contra-ordenações; f) Descriminalização das condutas correspondentes aos crimes de condução sob o efeito do álcool e de condução sem habilitação legal; g) Introdução das medidas preventivas alternativas à privação provisória de liberdade; h) Desenvolvimento do regime prisional domiciliário e hospitalar, o qual deverá ser estruturado de acordo com as boas práticas; i) Combate aos vários problemas na execução da pena de prisão, dando concretização prática ao princípio da ressocialização; j) Desenvolvimento do processo de reforma do sistema prisional; k) Criação das salas de execução de penas, junto dos Tribunais Provinciais existentes; l) Revisão do regime jurídico de execução de penas; m) Estudar a possibilidade de alargamento da aplicação do processo sumário a todas as situações de detenção em flagrante delito, de modo a integrar aquelas em que a detenção não é realizada por uma autoridade de investigação criminal ou policial, mas a quem os detidos são entregues de imediato (situação que ocorre, com alguma frequência, no caso de furtos simples); n) Estudar a possibilidade de medidas potenciadoras de uma maior utilização dos mecanismos de celeridade e consenso entre o Ministério Público e o arguido e, no caso de crime dependente de acusação particular, entre aqueles e o assistente; o) Estudar a possibilidade de permitir ao arguido propor a suspensão provisória do processo, apresentando um plano de medidas ou obrigações a cumprir que seria sindicado pelo Ministério Público; Programa de Governo

24 p) Criação de um programa de articulação integrada e adequada dos serviços administrativos dos assuntos prisionais com os tribunais. COMBATE À CORRUPÇÃO, À CRIMINALIDADE ORGANIZADA E ECONÓMICO-FINANCEIRA Tendo em conta os seus aspectos nefastos nos níveis de eficiência da economia e no desenvolvimento do País, o MPLA prosseguirá o combate à corrupção que exige, antes de tudo, uma distinção entre factores de política penal, de investigação criminal e de prevenção. Impõe-se, assim, reforçar a eficácia nos três domínios, designadamente os meios legais e institucionais de combate à corrupção, dando uma clara prevalência aos instrumentos de prevenção, uma vez que só desse modo será possível criar instrumentos de detecção de riscos e de redução de perigos. Nessa linha, para além do reforço dos meios afectos ao combate à corrupção, importa criar nos serviços públicos, nos diversos níveis da Administração central e local e nas empresas públicas, códigos de conduta e medidas de prevenção de riscos, de modo a reduzir as circunstâncias propiciadoras da corrupção. JUSTIÇA TUTELAR Existe um conjunto de problemas e bloqueios de carácter normativo, cultural ou organizacional determinante para as disjunções existentes entre os princípios orientadores e os objectivos que enformam a reforma do direito dos menores e a sua concretização prática. Neste domínio, o Governo do MPLA prosseguirá os seguintes objectivos: a) Avaliação da aplicação da Lei do Julgado de Menores (as crianças e jovens que entram no sistema tutelar educativo estão ou estiveram, na sua grande maioria, sujeitas a factores de risco que justificariam a intervenção mais cedo do sistema de protecção e promoção dos direitos das crianças ou uma intervenção mais eficaz); b) Criação de Salas do Julgado de Menores e de Centros de Observação, de Semi- -Internamento e de Internamento em todas as Províncias do País; c) Criação de um registo informático nacional que permita a consulta da situação processual do jovem em todos os tribunais do País; d) Formação dos operadores judiciários para trabalhar nesta jurisdição; e) Regulamentação e implementação da execução das medidas não institucionais; f) Criação e uniformização de boas práticas (benchmarking) de aplicação de medidas tutelares educativas; g) Reforço das estruturas sociais de acolhimento dos jovens com comportamentos desviantes; h) Criação de um sistema de follow-up que siga durante algum tempo os jovens que já cumpriram a medida tutelar educativa; i) Criação de respostas eficazes de acompanhamento e, quando necessário, de aco- 24 Programa de Governo

25 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR lhimento, para jovens que ainda não entraram no sistema tutelar educativo, mas que se dedicam já a comportamentos desviantes ou mesmo para-delinquentes. COMBATE ÀS DROGAS O MPLA promoverá a implementação de uma política integrada e ambiciosa de luta contra a droga, tendo em atenção, de modo especial, as acções preventivas, incluindo as dirigidas aos novos consumidores. As medidas de política a adoptar são as seguintes: a) Relançar a política de prevenção do consumo de droga; b) Associar a prevenção, tratamento em Centro específico, redução de riscos e minimização de danos e reinserção social, num modelo que se baseie na articulação do sistema de prevenção primária no meio familiar, escolar, recreativo e de lazer, em articulação com a sociedade civil; c) Desenvolver o sistema de prevenção em meio escolar que garanta o acesso diferenciado e específico à informação sobre tipos de substâncias e promova as resistências ao consumo de drogas; d) Criar uma rede pública de tratamento às novas necessidades e tendências de consumo e implementar uma política de redução de riscos que garanta o decréscimo das doenças infecto-contagiosas associadas ao consumo; e) Reforçar a prevenção, tratamento e redução de riscos e minimização de danos em meio prisional; f) Promover o combate integrado ao tráfico de drogas, implementando medidas alternativas ao cumprimento de penas de prisão, revendo e ajustando multas, articulando os agentes do sistema, clarificando a distinção entre indícios de consumo e de tráfico. REORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA O MPLA considera que a estrutura da organização judiciária deve ser repensada, devido a: (i) necessidade de um sistema integrado face às variáveis demográficas, sociais e económicas das regiões, assente em princípios como o respeito pela soberania do poder judicial e (ii) pela necessidade de se garantir uma maior proximidade dos Tribunais aos cidadãos, com a existência de Tribunais Municipais, o crescimento de uma maior litigação urbana e a necessidade de melhorar o acesso à justiça, tornando-a mais célere e eficaz. As medidas de política a adoptar neste domínio são as seguintes. a) Aumento dos Tribunais Municipais e sua implantação na maior parte dos Municípios do País; b) Articulação da rede de tribunais com a política de justiça pública, aprofundando o sistema integrado de resolução de conflitos, não só com a implementação dos serviços de conciliação e de mediação (conflitos laborais, familiares, ou mesmo, penais) e de arbitragem (consumo, ambiente, conflitos civis e comerciais), mas Programa de Governo

26 também com o reconhecimento e implementação dos mecanismos de resolução de conflitos não-oficiais; c) Densificação, a nível nacional, de uma justiça de base municipal, não judicial, assente em estruturas tais como os julgados de paz, centros de protecção de crianças e jovens em perigo, centros de arbitragem de conflitos ou tribunais comunitários ; d) Recentramento da justiça nas suas funções essenciais de promoção e garantia dos direitos com o desvio da litigação de rotina e de certificação, para procedimentos administrativos, bem como para meios alternativos de resolução de litígios; e) Garantir um efectivo duplo grau de jurisdição em matéria de facto, através da implementação de Tribunais da Relação distribuídos por diversas regiões do País; f) Implementação de um programa de redefinição e requalificação do mapa judiciário, visando adequar as circunscrições judiciais ao volume da chamada «procura judicial»; g) Aumento e requalificação do parque judicial existente; h) Criação de mecanismos que libertem os juízes da prática de actos meramente burocráticos e reforço dos poderes procedimentais dos secretários judiciais; i) Definição de critérios que permitam diferenciar tribunais de elevada complexidade de outros tribunais; j) Instalação de assessorias jurídicas e secretariados de apoio aos juízes, com criação de gabinetes de apoio aos juízes dos tribunais provinciais, para apoio técnico, administrativo e de secretariado, bem como de assessoria jurídica dos juízes (composto prioritariamente por juízes estagiários); k) Informatização dos tribunais e a sua ligação em rede, entre si e aos restantes sistemas do sector da Justiça; l) Desenvolvimento dos meios informáticos, no âmbito do processo de reorganização dos cartórios judiciais, de modo a facilitar, não só o trabalho relacionado com a tramitação dos processos, mas também a sua consulta; m) Criação de gabinetes próprios ( quiosque de atendimento ), destinados ao atendimento ao público nos tribunais, por via pessoal e telefónica, fisicamente isolados da área de trabalho dos cartórios; n) Aprovação de medidas legais e materiais de resposta à litigação de massa; o) Adopção de medidas de emergência destinadas a reduzir o número de pendências, através da criação de equipas de juízes destinadas a intervir pontualmente. SISTEMA INTEGRADO DE ACESSO AO DIREITO E À JUSTIÇA O MPLA pugna pelo desenvolvimento de um sistema integrado de acesso dos cidadãos ao direito e à justiça através da existência de Defensores Públicos e de Advogados no âmbito do patrocínio e assistência judiciária, mas igualmente de entidades, públicas e privadas que actuam fora do sistema judicial, enquanto facilitadores da informação jurídica, da consulta jurídica e até da prevenção e resolução de litígios. 26 Programa de Governo

27 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR As medidas de política a adoptar são as seguintes: a) Criação de um regime de acesso ao direito e à justiça que não deixe de considerar a rede de entidades prestadoras de serviços jurídicos de prevenção ou resolução de litígios; b) Instituição de um novo figurino institucional e jurídico, consubstanciado na definição de uma entidade pública ou de fins e controle público para a gestão da defesa pública e apoio judiciário; c) Recrutamento dos advogados por concursos públicos curriculares para as funções do regime de defesa pública, salvaguardando-se o respeito pela independência constitucional da profissão dos advogados; d) Tomar medidas com vista a diminuir a distância entre o sistema formal de justiça e as outras instâncias de resolução de conflitos que existem na sociedade, tendo em conta que em Angola a maior parte da população recorre ao sistema informal de justiça para resolver os litígios nos municípios, bairros, comunidades, de modo que algumas destas formas de regulação possam ser reconhecidas e incentivadas; e) Criação de uma estrutura de coordenação e de planeamento de políticas de administração dos recursos humanos e materiais afectos ao sistema de justiça com a participação dos Presidentes do Tribunal Supremo, Procurador Geral da República, Ministério do Interior e Ministério da Justiça, como ministério coordenador. INSTITUCIONALIZAÇÃO DE UM NOVO PARADIGMA PROCESSUAL CIVIL, ADMINISTRATIVO E PENAL O MPLA reconhece a necessidade de reformulação da actual arquitectura processual em matéria cível, administrativa e penal, que deve ser estruturada de forma simplificada e desburocratizada, para ultrapassar a complexidade dos normativos vigentes e a burocracia, indutoras de morosidade e desadequadas às actuais expectativas dos cidadãos e empresas. Para o efeito deverão ser adoptadas as seguintes medidas de política: a) Reforma do Código de Processo Civil, com especial ênfase para a acção executiva, submetendo-a a uma constante avaliação dos seus resultados; b) Reforma do processo contencioso administrativo, acompanhada de uma avaliação do seu impacto; c) Abertura de salas do contencioso administrativo, dotadas de meios humanos e logísticos indispensáveis ao seu cabal e regular funcionamento; d) Reforma do Código de Processo Penal, devendo ser precisadas as competências dos sujeitos e participantes processuais (Magistrados Judiciais e do Ministério Público, Advogados e órgãos de polícia criminal) na investigação e garantia dos direitos de vítimas e arguidos e clarificados, designadamente, os regimes do segredo de justiça, das escutas telefónicas, dos novos meios probatórios e da prisão preventiva, Programa de Governo

28 de modo a torná-los inequivocamente congruentes com os princípios e normas constitucionais; e) Aperfeiçoamento e ajustamento do processo penal à diferente natureza e complexidade da criminalidade; f) Consagração do princípio da oportunidade ou da legalidade mitigada, de modo a que se definam as prioridades de política criminal em função dos meios existentes; g) Desenvolvimento da intervenção dos mecanismos de consenso e do princípio da justiça restaurativa na solução e na sanção da pequena e média criminalidade. O SISTEMA DE JUSTIÇA COMO FACTOR DE DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO E SOCIAL A este respeito, o MPLA considera que se devem desenvolver acções com vista à eliminação da burocracia e práticas perniciosas estimuladoras de situações de abuso de poder, tráfico de influência e corrupção e a aprovação de legislação específica, no sentido de promover a competitividade das empresas e o funcionamento da economia. Para o efeito serão adoptadas as seguintes medidas de política: a) Continuar o processo de desburocratização, simplificação de procedimentos, de diminuição dos custos de constituição de empresas e de outros actos da vida das empresas; b) Elaboração de um regime jurídico relativo ao processo de falência e recuperação das sociedades comerciais, que assegure a rapidez da tramitação, a protecção das expectativas dos credores e dos interesses dos trabalhadores e consumidores; c) Desenvolvimento e qualificação das experiências iniciadas com a Loja dos Registos, Guiché do Imóvel e Guiché da Empresa, a nível nacional; d) Prosseguimento do processo de informatização e microfilmagem dos registos actualmente existentes nos livros no sector de registos e notariado público; e) Aprovação de um novo regime de responsabilidade do Estado por actos praticados pelos seus órgãos, serviços ou agentes; f) Avaliação da possibilidade de realização de parcerias público-privadas na Justiça, desde que isso signifique um acréscimo na melhoria dos serviços ao cidadão e às empresas ou uma melhor gestão e financiamento do sector da justiça; g) Consagrar uma particular atenção ao reforço da cooperação com outros serviços da justiça, no quadro do espaço da SADC e com os Estados membros dos PALOP e CPLP. UMA JUSTIÇA AO SERVIÇO DOS DIREITOS HUMANOS O MPLA compromete-se a implementar, em permanente parceria com a sociedade civil, acções e medidas de promoção dos direitos humanos, criando ou apoiando e aprimorando o funcionamento dos organismos indispensáveis à promoção dos direitos humanos. 28 Programa de Governo

29 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR Para o efeito, serão adoptadas as seguintes medidas de política: a) Promoção da interacção democrática entre o Estado e a sociedade civil, como instrumento de fortalecimento da democracia participativa; b) Desenvolvimento de programas de educação para o respeito dos direitos humanos e observância dos deveres de cidadania, dirigidos às organizações estatais, organizações da sociedade civil e escolas; c) Promoção de campanhas de sensibilização e formação sobre os direitos humanos nos órgãos de comunicação social, públicos e privados; d) Celebração condigna dos dias mundiais e internacionais relativos aos direitos humanos; e) Realização de encontros, reflexões, seminários e palestras sobre direitos humanos e direito internacional humanitário; f) Garantia da participação e do controlo social das políticas públicas em direitos humanos, em diálogo plural e transversal entre os vários actores sociais, através da dotação de recursos humanos, materiais e orçamentais para o pleno funcionamento da Comissão Nacional dos Direitos Humanos; g) Ampliação da divulgação dos serviços públicos voltados para a efectivação dos direitos humanos; h) Fortalecimento dos direitos humanos como instrumento transversal das políticas públicas e de interacção democrática; i) Promoção dos direitos humanos como princípios orientadores das políticas públicas e das relações internacionais, e articulando o reconhecimento do status constitucional de instrumentos internacionais de Direitos Humanos novos ou já existentes ainda não ratificados; j) Fortalecimento dos instrumentos de interacção democrática para a promoção dos direitos humanos, que passa pela possibilidade de criação de um Observatório Nacional dos Direitos Humanos; k) Estímulo e reconhecimento das pessoas e entidades com destaque na luta pelos direitos humanos na sociedade angolana; l) Integração e ampliação dos sistemas de informação em direitos humanos e construção de mecanismos de avaliação e monitoramento da sua efectivação; m) Instituição e manutenção de um sistema nacional de indicadores em direitos humanos, de forma articulada com os órgãos públicos e a sociedade civil, para mediar conflitos, monitorar, avaliar, reformular e propor acções efectivas; n) Monitorização dos compromissos internacionais assumidos pelo Estado Angolano em matéria de direitos humanos, através da elaboração de um relatório anual sobre a situação dos direitos humanos em Angola. UNIVERSALIZAÇÃO DO REGISTO CIVIL DE NASCIMENTO O MPLA irá assegurar a cidadania plena, mediante a universalização do registo civil Programa de Governo

30 de nascimento e ampliação do acesso à documentação básica, como o bilhete de identidade. As medidas de política a adoptar serão as seguintes: a) Ampliação e reestruturação da rede de atendimento para a emissão do registo civil de nascimento visando a sua universalização; b) Interligação das maternidades e unidades de saúde às Conservatórias dos registos, por meio de sistema manual ou informatizado, para emissão de registo civil de nascimento logo após o parto; c) Implementação de campanhas de educação e sensibilização sobre a importância do registo civil de nascimento, por meio da rede de atendimento (saúde, educação e assistência social) e pelo sistema de justiça e de segurança pública; d) Aperfeiçoamento das normas jurídicas e do serviço público notarial e de registo civil para garantia da gratuidade e da cobertura do serviço de registo civil ao nível nacional; e) Promoção da mobilização nacional com intuito de reduzir o número de pessoas sem registo civil de nascimento e documentação básica; f) Instituição de comités de coordenação ao nível nacional, provincial e municipal com o objectivo de articular as instituições públicas e as entidades da sociedade civil para a implantação de acções que visem a ampliação do acesso à documentação básica; g) Realização de campanhas para orientação e consciencialização da população e dos agentes responsáveis pela articulação e pela garantia do acesso aos serviços de emissão de registo civil de nascimento e de documentação básica; h) Organizar campanhas através de brigadas móveis para a emissão do registo civil de nascimento e documentação básica, com foco nas regiões de difícil acesso e no atendimento às populações específicas situadas em zonas rurais; i) Desenvolver estudos e revisão da legislação para garantir o acesso do cidadão ao registo civil de nascimento em todo o território nacional; j) Garantir o registo civil e a emissão gratuita de assentos de registo de nascimento até aos 18 anos e aos adultos comprovadamente pobres; k) Inclusão no questionário do censo demográfico (populacional) de perguntas para identificar a ausência de documentos civis na população NO DOMÍNIO DA REFORMA TRIBUTÁRIA O Programa de Governo do MPLA, neste domínio, prosseguirá os seguintes objectivos: a) Diversificação das fontes de receita e o aumento da estabilidade financeira da República de Angola via implementação de medidas que aumentem a receita tributária não petrolífera; 30 Programa de Governo

31 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR b) Promoção da sustentabilidade financeira e do desenvolvimento das Províncias, com a revisão das competências da Administração Tributária, a nível central e local; c) Criação de um sistema tributário mais eficiente na arrecadação, mais simples e justo para o contribuinte, e ajustado ao actual desenvolvimento económico e social; d) Introdução de mecanismos eficazes na cobrança, que salvaguardem os direitos da República de Angola e dos Contribuintes; e) Implementação de um serviço de excelência ao contribuinte, através do investimento nas tecnologias de informação e comunicação, e da modernização das práticas, metodologias e processos; f) Melhoria da qualidade e eficiência da Administração Tributária, através do recrutamento e selecção de pessoal qualificado e realização de acções de formação contínua, a nível nacional e local, devendo ser criado o Instituto de Formação Tributária; g) Harmonização do sistema angolano com outras práticas internacionais, a nível regional e global, celebração progressiva de acordos de dupla tributação e realização de acordos de cooperação com instituições e organismos internacionais. As medidas de política a serem seguidas são as seguintes: NO CAMPO DA REFORMA DO SISTEMA TRIBUTÁRIO a) Rever e aperfeiçoar os sistemas simplificados de tributação (incluindo aduaneira) para as actividades económicas de natureza familiar, bem como para as micro, pequenas e médias empresas; b) Racionalizar e consolidar a legislação do Imposto Predial; c) Elaborar um estudo sobre opções políticas de fundo, para a introdução de um novo modelo de tributação do rendimento das pessoas singulares e colectivas e implementar os respectivos diplomas resultantes. NO CAMPO DA REFORMA DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA a) Criar os procedimentos administrativos e informáticos necessários à execução das alterações legislativas em curso; b) Recrutar e formar novos técnicos para a administração tributária e aduaneira em todo o País; c) Criar mecanismos institucionais de coordenação entre a Direcção Nacional de Impostos (DNI) e Serviço Nacional das Alfandegas (SNA) e compatibilizar a legislação dos dois organismos; d) Apoiar a finalização do programa em curso de expansão e modernização das Alfândegas de Angola; e) Definir e implementar o Instituto de Formação Tributária e elaborar um plano de formação com apoio das novas tecnologias, para responsáveis, técnicos da DNI e do SNA; Programa de Governo

32 f) Implementar novos sistemas de informação tributária; g) Definir e implementar a futura estrutura da Administração Tributária. NO CAMPO DA REFORMA DA JUSTIÇA TRIBUTÁRIA a) Rever o regime das execuções fiscais com a adopção de um Código Específico; b) Criar um Tribunal Fiscal especializado para decisão das questões tributárias que não tenham natureza criminal; c) Promover a unificação dos órgãos de Justiça administrativa tributária sob gestão da DNI e/ ou do SNA. NO CAMPO DA REFORMA DA TRIBUTAÇÃO INTERNACIONAL a) Celebrar acordos de cooperação com instituições e organizações, visando o intercâmbio de informações para uma luta mais eficaz contra a fraude e a criminalidade organizada fiscal e aduaneira (OMC); b) Harmonizar a legislação angolana com as mais modernas práticas internacionais, estabelecendo progressivamente acordos de dupla tributação com os Países com os quais Angola tenha especiais relações socioeconómicas ou políticas (CPLP, SADC). NO CAMPO DA REFORMA DA PARAFISCALIDADE a) Rever as taxas e outros encargos parafiscais que oneram gravosamente a actividade dos particulares e empresas; b) Aprovar diplomas que regulamentem a criação e publicação de taxas e outras receitas parafiscais, pelos órgãos centrais e locais do Estado, mesmo que descentralizados NO DOMÍNIO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA O MPLA considera que neste domínio deve assegurar-se a implementação de planos e projectos que garantam a elevação contínua da qualidade dos órgãos e serviços da Administração Pública no que toca à prestação de serviço público ao cidadão e em prol da economia. A este respeito devem ser prosseguidos os seguintes objectivos: a) Promover uma nova imagem da Administração Pública, estimulando a cultura da qualidade, eficiência e de simplificação de processos, que considere os cidadãos, as empresas e a sociedade civil mais utentes/clientes e menos beneficiários de um serviço; b) Construir uma Administração Pública baseada em estruturas flexíveis e simplificadas, diversificada quanto a soluções organizacionais, de acordo com a natureza do serviço a prestar; c) Aperfeiçoamento das políticas públicas em matéria de educação, formação, emprego e remuneração dos Recursos Humanos para a Administração Pública e para a economia; d) Reforço do sentido de missão e comprometimento do servidor público para 32 Programa de Governo

33 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR com a prestação de serviços de melhor qualidade para o cliente, utente e consumidor; e) Aperfeiçoamento dos procedimentos, bem como simplificação e aligeiramento dos circuitos e mecanismos da Administração Pública, em especial dos órgãos e serviços ligados à esfera económica e social; f) Implementar gradualmente as tecnologias de informação e comunicação nas diversas áreas da Administração Pública; g) Elevação dos modelos de organização administrativa e dos sistemas de gestão dos recursos humanos de acordo com os princípios, valores e normas fundamentais vigentes no ordenamento jurídico, bem como com os imperativos ditados pela evolução da sociedade, da economia e da cultura angolana e universal. O MPLA propõe-se, assim, continuar o processo de reforma administrativa em curso assente na defesa da soberania do Estado de modo a preservar a independência, e o fortalecimento da economia nacional através da melhoria da relação entre a administração e os agentes económicos e ainda na consolidação do exercício dos direitos e deveres de cidadania consagrados na Constituição e demais legislação. Para o efeito, devem ser adoptadas as seguintes medidas de política: a) Organização e estruturação dos serviços, quer a nível da Administração Central como da Administração Local do Estado, tendo como base o princípio da racionalidade e da eficácia; b) O investimento no capital humano como o principal recurso da administração com vista à procura da excelência dos serviços; c) A revisão dos processos e procedimentos dos circuitos administrativos de modo a promover a celeridade e excelência dos serviços públicos; d) Reforma do processo de recrutamento de pessoal, de provimento de cargos de direcção e chefia e de gestão de carreira na função pública; e) Reforma do sistema de remunerações e subsídios dos funcionários públicos, visando adequá-lo aos critérios de produtividade, territorialidade e de desenvolvimento contínuo das capacidades técnicas e humanas do pessoal; f) Reforma do sistema de avaliação do desempenho dos funcionários públicos, visando a sua modernização à luz dos paradigmas mais recentes da gestão do desenvolviemto dos recursos humanos CONSOLIDAR A DESCONCENTRAÇÃO ADMINISTRATIVA E A DESCENTRALIZAÇÃO POLÍTICO ADMINISTRATIVA (AUTARQUIAS) O MPLA considera que se devem desenvolver políticas e acções para que os órgaõs de decisão estejam cada vez mais perto das populações e das situações a atender, dotando-as de mais capacidade institucional para exercerem com eficiência e eficácia um serviço público de maior qualidade e oportunidade (autarquias locais). Programa de Governo

34 NO DOMÍNIO DA DESCONCENTRAÇÃO ADMINISTRATIVA Nos termos da Constituição da República, no seu art. 8º, a República de Angola é um Estado unitário que respeita, na sua organização, os princípios da autonomia dos órgãos do poder local e da desconcentração e descentralização administrativas. No domínio da desconcentração administrativa, devem ser desenvolvidas tarefas que permitam garantir a eficácia governativa, principalmente o reforço da capacidade de iniciativa local. Neste domínio, devem ser reforçadas as condições jurídico-institucionais, humanas, materiais e financeiras que tendam para o reforço dos órgãos da administração local do Estado. Neste sentido, deve-se dotar os órgãos locais do Estado com recursos financeiros adequados a uma rápida e eficaz intervenção na resolução dos problemas urgentes que contribuam para uma melhoria do bem-estar das populações nos domínios da educação, saúde e saneamento básico, energia, água, planeamento urbano e rural, ordenamento do território e a gestão dos solos, o licenciamento e construção de obras, gestão de investimentos públicos locais e cobranças e retenção de determinadas taxas, multas e outras receitas locais, uma vez que se encontram mais próximos das populações e mais facilmente conseguem solucionar os problemas e carências vividas por elas. NO DOMÍNIO DA DESCENTRALIZAÇÃO POLÍTICO ADMINISTRATIVA O modelo de organização política e democrática consagrada na Constituição da República de Angola, artigo 213º, determina que a organização democrática do Estado a nível local estrutura-se com base no princípio da descentralização político-administrativa, que compreende a existência de formas organizativas do poder local. A principal forma de organização do poder local consiste nas autarquias locais, que se organizam fundamentalmente nos municípios. Neste domínio, muitas das actuais funções dos Municípios passarão necessariamente para as autarquias locais. Neste sentido, devem ser desenvolvidas tarefas que permitam a institucionalização efectiva de um poder local autónomo e autárquico, adequado às especificidades do nosso País, no domínio histórico e cultural, geográfico, económico e social. A institucionalização das autarquias locais deverá obedecer ao princípio da transitoriedade funcional que envolve a transferência gradual das atribuições e competências dos órgãos desconcentrados (Governos Provinciais e Administrações Municipais) para as autarquias locais, eleitas pelas respectivas populações. Os órgãos competentes do Estado, nomeadamente a Assembleia Nacional, através da iniciativa política e legislativa do Executivo, devem desenvolver o processo de discussão e aprovação dos diplomas legais conducentes à implementação das autarquias locais, para que sejam feitas as primeiras eleições autárquicas no decurso da próxima legislatura. A legislação a aprovar deve comportar um diploma básico do regime das autarquias locais, que funcionaria como esqueleto fundamental de sustentação do quadro legislativo autárquico a criar. Paralelamente, deve ser consagrado o alargamento gradual das atribuições e o doseamento da tutela administrativa. 34 Programa de Governo

35 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR 1.2. FOMENTAR A EDUCAÇÃO PATRIÓTICA DOS CIDADÃOS, VALORIZAR A FAMÍLIA, PROMOVER A IGUALDADE DE GÉNERO E O RESPEITO PELOS VALORES MORAIS DA CIDADANIA O MPLA considera a educação patriótica dos cidadãos, a valorização da família e a igualdade do género, bem como o respeito pelos valores morais da cidadania, como pressupostos fundamentais para a consolidação da unidade e coesão nacionais e do Estado democrático e de direito. O amor à pátria e o respeito pelos símbolos nacionais devem constituir factor de união dos cidadãos angolanos independentemente da sua filiação partidária, a sua raça, crença religiosa ou etnia. Para o MPLA a educação patriótica dos cidadãos e o respeito pelos valores morais da cidadania deve ser feito, essencialmente, através do apoio do Estado às acções das Famílias, Instituições de Ensino, das Igrejas, das Formações Políticas e demais formas de Organização da Sociedade Civil. Assim, o MPLA considera que neste domínio devem ser adoptadas as seguintes medidas de política: NO DOMÍNIO DA EDUCAÇÃO PATRIÓTICA a) Implementar projectos e programas que promovam a valorização dos símbolos nacionais no seio da família, escola e comunidade; b) Promover acções de valorização de figuras históricas da luta de resistência anti- -colonial e da luta de libertação nacional e do processo de democratização e consolidação do Estado democrático de direito; c) Promover e apoiar o surgimento de organizações sócio-comunitárias e de jovens que tenham como fins a educação patriótica NO DOMÍNIO DA FAMÍLIA a) Assegurar a formulação e implementação de políticas e programas integrados visando a protecção e a assistência à família, bem como a melhoria das suas condições de vida; b) Refroçar a capacidade institucional das estruturas ligadas à família e melhorar os mecanismos de implementação das políticas, programas e projectos que visam a melhoria das condições de vida das famílias; c) Criar um sistema de recolha, análise, difusão e armazenamento de dados concernentes ao domínio da família, de modo a possibilitar um melhor monitoramento dos aspectos essenciais ligados a vida das famílias; d) Assegurar a sobrevivêncvia, o desenvolvimento, a protecção e a participação dos grupos vulneráveis, tais como as crianças, os jovens, as mulheres, os idosos, os portadores de deficiências e as famílias vivendo em situações difíceis; e) Assegurar a redução da mortalidade e da morbilidade à maternidade com programas específicos que visem o aumento do papel das famílias neste domínio; Programa de Governo

36 f) Desencorajar as práticas tradicionais que atentem contra os direitos humanos, os direitos da mulher e da rapariga NO DOMÍNIO DA PROMOÇÃO DA IGUALDADE DE GÉNERO a) Desenvolver campanhas de educação e sensiblização que tratem das questões relativas ao género, aos direitos humanos e ao respeito pelos direitos da mulher; b) Promover a autonomia económica e financeira das mulheres, através do apoio ao empreendedorismo, ao associativismo, ao cooperativismo e ao comércio; c) Promover a participação das mulheres rurais nos órgãos de decisão e nas associações do meio rural; d) Assegurar o crescimento gradual da participação das mulheres em cargos de decisão a todos os níveis, respeitando as metas fixadas pelos compromissos internacionais e regionais NO DOMÍNIO DA EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA a) Elaborar políticas e programas, nos domínios da convivência social, da cultura democrática, obrigações tributárias, gozo e apropriação colectiva dos espaços urbanos; b) Criar formas de reconhecimento e incentivo para o cumprimento das normas de convivência social, pelos cidadãos, como etapas que antecedem a repressão ou punição dos actos contrários à lei; c) Apoiar a criação de associações de cidadãos que possam funcionar como escolas de educação cívica nas comunidades e promover acções com as associações existentes e organizações não governamentais; d) Reforçar o conteúdo dos programas de educação especial e cívica nas escolas e a abordagem da história da cidadania; e) Apresentar formas para a promoção de actividades culturais recreativas, desporto, segurança e ordem pública; f) Criar programas que visem melhorar a convivência social, a adequação dos espaços urbanos, a cultura democrática, a tributação, a massificação das manifestações artísticas, desportivas e de lazer; g) Realizar seminários a nível dos dirigentes e funcionários dos locais onde se abordem os conceitos de Nova cidadania e cultura do cidadão e a sua capacitação para a cabal implementação dos projectos e programas ligados a esta matéria; h) Criar a nível de cada município ou comuna animadores ou agentes cívicos; i) Fomentar a criação de empresas privadas de gestão de espaços públicos, o estabelecimento de parcerias público-privadas para a conservação, manutenção e assistência técnicas de bens e equipamentos e infraestruturas. 36 Programa de Governo

37 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR NO DOMÍNIO DOS VALORES MORAIS E CULTURAIS a) Resgatar e promover os valores culturais que não atentem contra os direitos humanos, a igualdade do género e os direitos da mulher; b) Desencorajar as práticas culturais nefastas, tais como o casamento precoce, a mutilação genital feminina, a acusação de crianças de feiticeiras entre outras; c) Promover a sã convivência entre os valores culturais e os valores da modernidade; d) Formar agentes de educação moral e cívica; e) Estabelecer parcerias com as instituições moralizadoras, mormente igrejas e associações cívicas; f) Criar o Programa Angola Solidária, junto da sociedade com uso dos meios de comunicação social; g) Consolidar os programas já existentes e conceber novos programas em matéria de resgate de valores morais cívicos e culturais e disseminá-los através dos meios de comunicação social; h) Produzir desdobráveis, bandas desenhadas e folhetos informativos relativos às acções no âmbito do resgate dos valores morais; i) Realizar diagnósticos e estudos nas diferentes regiões do País para determinação das causas da degradação dos valores; j) Realizar debates nos meios de comunicação social públicos e privados; k) Realizar palestras, peças de teatro e campanhas de divulgação dos valores morais nas comunidades; l) Envolver a participação dos mais velhos quer em debates nos meios de comunicação quer nas comunidades GARANTIR O ACESSO DOS CIDADÃOS A UMA INFORMAÇÃO CADA VEZ MAIS OBJECTIVA, RIGOROSA E ISENTA Neste domínio, o objectivo geral do Programa de Governo do MPLA será a materialização de uma política que amplie as conquistas alcançadas no que concerne aos direitos e garantias no capítulo das liberdades de expressão, assumindo o compromisso de fortalecer e modernizar o sector da comunicação, posicionando-o como um agente catalisador do desenvolvimento económico, social e político de Angola NO DOMÍNIO DA COMUNICAÇÃO SOCIAL A NÍVEL INSTITUCIONAL a) Reforçar a capacidade institucional e do papel reitor do sector de forma a levar os órgãos de comunicação social a exprimir o esforço colectivo da nação para a estabilidade sócio-política e económica e a vontade de afirmação internacional de Programa de Governo

38 Angola, potenciando as parcerias estratégicas com países e organismos regionais e internacionais, com realce para os PALOP, SADC e CPLP; b) Edificar um sistema nacional de comunicação social aberto, plural, competitivo, isento e que contribua para o fortalecimento da democracia, alargando, para o efeito, a cobertura mediática do território nacional; c) Continuar a criar as condições para que a imprensa seja cada vez mais forte, plural, isenta, independente e responsável, espelhando a realidade multicultural do País e concorra para a unidade nacional e para o desenvolvimento económico e sócio-cultural; d) Garantir a existência de legislação e regulamentação adequada e actualizada, baseada na defesa dos direitos e garantias dos cidadãos e no fomento da economia de mercado, em coerência com a missão e objectivos do serviço público e com os imperativos constitucionais; e) Divulgar as obras e grandes realizações de impacto social no quadro da intensificação da publicidade institucional A NÍVEL DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL a) Prosseguir o processo de reestruturação, modernização e adequação legal das estruturas organizacionais e funcionais das empresas públicas do sector; b) Modernizar e apetrechar técnica, material e tecnologicamente o sector da comunicação social, prosseguindo com o processo de extensão dos sinais de rádio e de televisão a todo o território nacional para garantir o acesso à informação a todos os cidadãos; c) Materializar um sistema dual na rádio e na televisão, fundado na complementaridade e leal concorrência entre o serviço público de qualidade e de referência e os operadores privados; d) Afirmar um sector nacional de televisão e vídeo competitivo e valorizador das diversidades culturais e linguísticas nacionais, aberto à iniciativa privada, designadamente ao nível da TV por cabo e outros dispositivos, abrangendo todo o território nacional; e) Implementar a migração do sistema analógico de televisão para o sistema de transmissão digital, que permitirá garantir um serviço público de informação com maior qualidade; f) Promover o desenvolvimento de um sector nacional de radiodifusão de qualidade, competitivo e responsável que cubra a totalidade do território nacional, assegurando também a difusão a nível internacional; g) Desenvolver e apetrechar a agência noticiosa nacional, atribuindo-lhe o papel essencial na captação, tratamento e difusão de informação, nas suas diferentes formas e dispositivos; 38 Programa de Governo

39 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR h) Dinamizar a circulação dos jornais criando-se, para o efeito, pólos regionais de distribuição; i) Fomentar uma comunicação ao serviço da cidadania participativa, incentivando espaços que permitam a participação directa dos cidadãos e reflictam o confronto das diversas correntes de opinião, bem como os princípios de qualidade, pluralidade, isenção e responsabilidade inerentes à nobre missão de prestação de serviço público de informação; j) Melhorar a prestação do serviço público de informação, assim como promover espaços e conteúdos em línguas nacionais e programas direccionados às populações rurais e públicos vulneráveis como crianças, mulheres e velhos; k) Terciarizar os serviços e inserção de conteúdos de produtoras nacionais na grelha de programação, como factor de potenciação e desenvolvimento da paisagem audiovisual angolana; l) Realizar concursos públicos para o licenciamento de novos operadores de rádio e televisão, com grande realce para a radiodifusão de carácter comunitário A NÍVEL DOS ÓRGÃOS PRIVADOS E PARCEIROS SOCIAIS a) Continuar a política de apoio e incentivo ao surgimento e desenvolvimento da iniciativa privada no domínio da comunicação social com o concurso de outros actores, impulsionando o estabelecimento de parcerias estratégicas entre o sector público e o sector privado, promovendo um sector audiovisual competitivo e aberto às iniciativas da sociedade civil; b) Reforçar a cooperação com as associações sócio-profissionais e sindicais da classe, organismos de regulação e outros parceiros sociais, impulsionando o estabelecimento de parcerias estratégicas entre o sector público e a iniciativa privada; c) Estimular a interacção entre a isenção, o pluralismo e a responsabilidade, em simultâneo com a promoção da qualidade no exercício da actividade jornalística A NÍVEL DA FORMAÇÃO DE QUADROS a) Promover acções de formação, superação técnico-profissional e actualização dos quadros, com o necessário acompanhamento da tendência global do jornalismo e os avanços registados no capítulo das novas tecnologias de informação; b) Realizar seminários académicos e outras actividades de superação técnico-profissional para reflexão e estudo dos assuntos ligados à comunicação social, promovendo o intercâmbio de informação e de experiência entre os jornalistas e os demais parceiros sociais; c) Assegurar a formação académica de nível superior, pós-graduação, mestrado e doutoramento no domínio da comunicação social; d) Criação de um Instituto Superior de Comunicação Social. Programa de Governo

40 A NÍVEL DA IMPRENSA COMUNITÁRIA a) Criar condições para o surgimento e dinamização das rádios comunitárias e programas académicos; b) Incentivar a iniciativa das associações, cooperativas, fundações e instituições académicas na execução de projectos mediáticos visando o exercício da cidadania participativa no domínio da comunicação, reforçando a capacidade local; A NÍVEL DA PROMOÇÃO NO PAÍS E EXTERIOR a) Melhorar o desempenho das assessorias de imprensa dos diferentes órgãos centrais e locais do Estado e principais empresas públicas com a finalidade de aperfeiçoar o canal de comunicação entre o Executivo e os cidadãos; b) Intensificar a divulgação do papel de Angola nos fóruns internacionais de carácter político, económico e sócio-cultural, com realce para a SADC, PALOP, CPLP e Nações Unidas; c) Aumentar a utilização das possibilidades dos avanços tecnológicos na divulgação da realidade angolana no exterior, mantendo as diásporas informadas e reforçando a sua ligação com o País MELHORAR E MODERNIZAR O SISTEMA DE DEFESA E SEGURANÇA NACIONAL Com vista a assegurar os pressupostos fundamentais da defesa e da segurança nacional interna e externa, como condição fundamental para o sucesso da estratégia de reforço da democracia e da promoção do desenvolvimento nacional, bem como da inserção regional e mundial de Angola, o Programa de Governo do MPLA preconiza o seguinte: DEFESA NACIONAL DEFESA E FORÇAS ARMADAS a) Proceder a revisão da Lei de Defesa Nacional e das Forças Armadas, Lei de Bases Gerais da Organização e Funcionamento das Forças Armadas, Lei das Carreiras Militares, Lei Geral do Serviço Militar, Lei dos Postos Distintivos das FAA, Lei da Heráldica das Forças Armadas, Lei Penal Militar, Lei Quadro da Programação Militar, Estatuto Orgânico do Ministério da Defesa Nacional, Estatuto Orgânico do Estado Maior General das FAA e outros; b) Executar programas e planos de edificação de capacidades militares múltiplas, particularmente a modernização da técnica militar e de asseguramento operacional; c) Executar programas e planos de edificação de capacidades no domínio das infraestruturas de defesa, administrativas e sociais, para satisfação das necessidades dos efectivos nos domínios habitacional, dormitórios, desporto, lazer, etc.); d) Proceder ao levantamento do registo geral dos efectivos e recursos humanos a 40 Programa de Governo

41 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR nível da Defesa e das Forças Armadas, através de um sistema informático e automatizado de gestão; e) Conceber e executar programas de formação técnico-profissional, através de ciclos longos, médios e curtos de estudos, em estabelecimentos militares e de outras especialidades convergentes com a actividade de defesa e segurança, de modo a corresponderem com as missões internas e de manutenção de paz a nível da União Africana e das Nações Unidas; f) Melhorar as condições de vida dos efectivos, com a edificação de infra-estruturas hospitalares, residenciais e de lazer; garantir a assistência médica e medicamentosa aos efectivos e seus familiares, bem como proporcionar meios de transporte colectivos e individuais; g) Criar uma indústria militar que concorra para o aumento da capacidade militar das FAA, bem como a sua autosuficiência em víveres, vestuário, calçado e outros bens essenciais para o seu funcionamento; h) Criar centros de investigação científica orientadas para o aumento da capacidade da indústria militar nacional INTERIOR Neste domínio, o Governo do MPLA prosseguirá as seguintes acções: a) Aprovar diplomas legais que concorram para uma adequada organização dos Órgãos de Segurança e Ordem Interna, com destaque para a política migratória e a segurança nos diferentes domínios; b) Optimizar o funcionamento interno do órgão, através da implementação do plano de modernização e desenvolvimento em curso; c) Aumentar o nível de formação técnico-profissional dos efectivos aperfeiçoando a formação, criando indicadores internos de avaliação de desempenho e desenvolvendo uma política de gestão de recursos humanos que dê respostas às necessidades da corporação; d) Garantir a segurança pública através da ampliação da rede policial e de um sistema de policiamento de proximidade mais efectivo, com vista à contenção do ritmo de crescimento do crime e da sinistralidade rodoviária; e) Aprimorar as condições humanas e técnico-materiais que permitam garantir a integridade e controlo das fronteiras nacionais, sua inviolabilidade e segurança; f) Adequar o sistema prisional às exigências constitucionais e o melhoramento da sua gestão; g) Construir e recuperar os estabelecimentos prisionais, de modo a garantir melhores condições de habitabilidade e de assistência médica aos reclusos e a observância dos direitos humanos; h) Conceber e executar programas de assistência, reabilitação e reintegração social do recluso, consentâneos e de acordo a com a realidade nacional; Programa de Governo

42 i) Aumentar a capacidade para a produção de bens que visem a ressocialização dos reclusos, e garantam a auto-suficiência alimentar, com recurso à parceria público privada; j) Conceber programas de curto e médio prazo com vista a consolidar a estrutura organizacional do sistema de Protecção Civil e Bombeiros, segundo o princípio territorial de administração do Estado; k) Incrementar o trabalho pré-operativo e profilático junto dos objectivos económicos e sociais prioritários e das comunidades; l) Mobilizar e reforçar as capacidades científicas e tecnológicas para melhor enfrentar eventuais calamidades; m) Criar destacamentos para o socorro rápido às vítimas dos acidentes registados nas vias de maior sinistralidade. 42 Programa de Governo

43 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR Programa de Governo

44 44 Programa de Governo

45 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR 2. GARANTIR OS PRESSUPOSTOS BÁSICOS NECESSÁRIOS AO DESENVOLVIMENTO A opção do MPLA por um modelo de desenvolvimento sustentável do ponto de vista territorial, económico e social mantém-se actual. Trata-se do modelo que garante mais equilíbrio no desenvolvimento económico, mais equidade, mais crescimento do emprego e maior poupança interna, mais respeito pela natureza e pelas liberdades individuais, maior partilha e maior participação, numa sociedade do conhecimento, moderna, aberta ao exterior, com presença de investimento directo nacional e estrangeiro e com maior intervenção do mercado, da inciativa privada e da concorrência. Com este modelo, o MPLA tem dado passos seguros com vista a criar uma sociedade justa, equitativa e culturalmente desenvolvida e em que seja erradicada a fome e a miséria. Uma sociedade assente na igualdade de oportunidades para todos os cidadãos e com realce para o desenvolvimento humano e justiça na distribuição do rendimento nacional, de modo a assegurar a estabilidade política e social. Enfim, uma sociedade que garanta o acesso generalizado das famílias à habitação condigna, à agua potável e à energia eléctrica, aos serviços da educação e saúde e a outros bens públicos que contribuam para o seu bem estar social. Com vista a continuar a implementar este modelo no período , o MPLA considera que deve focar-se nos seguintes aspectos fundamentais para o investimento produtivo que constitui a base do crescimento económico, sendo este, por sua vez, a condição sine qua non do desenvolvimento sustentado: (I) a garantia da estabilidade macroeconómica, (II) a promoção do crescimento económico sustentado, (III) a promoção do desenvolvimento equilibrado do território, (IV) a promoção de uma política populacional em linha com a estratégia de desenvolvimento do País e (V) a promoção do conhecimento científico e do avanço tecnológico PRESERVAR A ESTABILIDADE MACROECONÓMICA A estabilidade macroeconómica tem como substracto a estabilidade dos preços e o asseguramento das condições para um crescimento económico constante e tem como factores determinantes a sustentabilidade das contas públicas e das contas externas. Relativamente à estabilidade dos preços, em 2001, ano anterior ao do fim da guerra, a inflação acumulada anual, medida pelo Índice de Preços no Consumidor (IPC) da cidade de Luanda foi de 116,1%, passando para 105,6%, em Entre 2003 e 2007 este indicador baixou de modo significativo de 76,6%, para 11,8% mercê da Paz e da estabilidade política que se passou a viver e que propiciou a melhoria do desempenho da política macroeconómica do Governo. Devido fundamentalmente à crise económica e financeira, no período de 2008 a 2010 verificou-se uma ligeira reversão da tendência da queda da inflação, tendo esta Programa de Governo

46 taxa variado neste intervalo de tempo de 13.2% para 15.3%. Em 2011, a taxa de inflação acumulada foi de 11.38%. Para 2012 prevê-se uma taxa de inflação de 10%, o que assinala a retoma da tendência decrescente deste indicador. Actuando sobre os factores fiscais, monetários e de custos, no período , a actividade governativa será desenvolvida de modo a que a inflação acumulada anual se situe abaixo de dois dígitos. Para o efeito, perseguir-se-á uma política monetária que assegure a estabilidade dos preços, sem perder de vista a estabilidade e desenvolvimento do sistema financeiro, em consonância com os objectivos de política económica e social relativos ao crescimento económico. Dever-se-á preservar o valor do Kwanza, de modo que a moeda nacional se converta no único meio de pagamento de aceitação geral no mercado interno. Neste sentido, deverão ser implementadas medidas para a diminuição gradual do peso que a moeda estrangeira ainda tem nas transacções internas, possibilitando, também, um melhor controlo e gestão da massa monetária. Nos próximos 5 anos, o Governo do MPLA tratará de reformular o posicionamento dos bancos de capitais públicos, visando maximizar os seus activos e adequar o seu funcionamento aos objectivos das políticas públicas de fomento do empresariado nacional, de captação de poupança nacional, de financiamento dos investimentos públicos e de criação de empregos na economia. Do mesmo modo, serão reforçadas as medidas no sentido do sistema financeiro angolano aderir às melhores práticas no que concerne ao Anti Branqueamento de Capitais (AML) e ao Combate do Financiamento ao Terrorismo (CFT). A consolidação da Unidade de Informação Financeira, a adesão e alinhamento com as principais instituições regionais e internacionais orientadas para a promoção do AML/CFT constituirão uma prioridade do governo do MPLA. No que se refere às contas públicas, o Saldo Global do OGE em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) evoluiu de um deficit de 8,1%, em 2002, para um excedente de 11,3%, em Como consequência da crise económica e financeira mundial iniciada em 2008, o excedente das contas públicas caiu nesse ano para 8,8% e em 2009, ano do impacto total da crise, registou-se um deficit de 4,4%. Em 2010 verificou-se um excedente de 7,7%, enquanto em 2011 este excedente voltou a conhecer um incremento, tendo-se situado em 8.7% do PIB. A prossecução da sustentabilidade das contas públicas ditará que a governação privilegie uma actuação que evite um comportamento pro-cíclico da despesa pública, com garantias do financiamento da despesa pública com recurso a fontes próprias de receitas ou por meio de endividamento a níveis que não comprometam a capacidade solvente do Estado, além de ancorar-se o comportamento da despesa pública à redução tendencial do deficit primário não petrolífero. Relativamente às Contas Externas, em 2002 a Conta Corrente da Balança de Pagamentos registou um deficit de US$150 milhões, tendo-se agravado em 2003 para US$719,4 milhões. No ano de 2004 o saldo da Conta Corrente reverteu-se para um excedente de US$686 milhões, tendo tal excedente aumentado sucessivamente para US$5.138 milhões e US$10.668,9 milhões, respectivamente em 2005 e 2006; em 46 Programa de Governo

47 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR 2007 registou-se uma redução do excedente para US$9.402,1 milhões e em 2008, já como consequência da crise económica e financeira internacional, o excedente diminuiu substancialmente para US$6.407,7 milhões, enquanto que em 2009 acabou por se registar um deficit de US$7.828,9 milhões. As contas externas do País começaram a melhorar no ano de 2010 onde se registou um superavit de USD 6 milhões e em 2011 um superavit de USD 8,1 milhões. As Reservas Internacionais Líquidas (RIL) atingiram o valor de USD 17.5 mil milhões em 2008, USD mil milhões em 2009 e USD milões em Em 2011 as RIL situaram-se em USD mil milhões. No período a governação do MPLA será desenvolvida no sentido de assegurar o crescimento contínuo das Reservas Internacionais Líquidas, procurando garantir a solvabilidade externa do País e a protecção da economia nacional contra eventuais choques externos. Neste domínio, o Governo do MPLA, no período , compromete-se a desenvolver as seguintes acções: a) Controlo da oferta monetária em níveis compatíveis com os objectivos de inflação e o crescimento económico, fundamentalmente do sector não petrolífero; b) Promoção e fomento do aumento da oferta dos principais bens de consumo para a população com base na produção interna e complemento pela importação a preços acessíveis; c) Redução tendencial do deficit orçamental não petrolífero, ancorando a despesa pública ao saldo corrente primário não petrolífero; d) Limitação do crescimento da dívida pública a taxas sustentáveis, i.e. a uma taxa de crescimento como percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) menor ou igual à taxa de crescimento real do produto da economia; e) Alargamento dos prazos de resgate através da sua distribuição temporal equilibrada, a redução do custo financeiro, a garantia de protecção contra riscos de volatilidade da taxa de câmbio e a observância dos limites para o crescimento da dívida líquida estabelecida na Lei Anual do OGE. As metas quantitativas para cada tipo de endividamento serão definidas anualmente no Plano Anual da Dívida Pública, numa perspectiva que releve as formas de financiamento menos inflacionistas, tais como as linhas de crédito à importação que promovem o aumento da oferta de bens e serviços sem impactar a oferta monetária; f) Estabelecimento e consolidação de um mercado de capitais, com vista a prover o empresariado nacional com uma fonte de financiamento alternativa ao tradicional crédito bancário, viabilizando, portanto, a sua capitalização e capacidade de investimento. A abertura do mercado de capitais terá também um papel determinante para a política monetária, disponibilizando aos aforradores um instrumento para aplicação do seu rendimento disponível; g) Controlo do comportamento da taxa de juro e dos agregados monetários em linha com o objectivo anual da inflação; h) Melhoria da coordenação das acções no âmbito da política orçamental com as acções do âmbito da política monetária e cambial; Programa de Governo

48 i) Implementação das medidas da reforma tributária assegurando-se a redução do hiato entre a receita efectiva e a receita potencial; j) Limitação do recurso ao endividamento para a cobertura de despesas de capital e operações financeiras; k) Asseguramento de uma oferta de divisas no mercado cambial primário de modo a que a taxa de câmbio primária reflicta os fundamentos do mercado; l) Intervenção no mercado cambial, gradualmente, apenas para alinhar a taxa de câmbio com os objectivos de política macroeconómica; m) Incentivo ao aumento da produção interna de bens e serviços pela via da simplificação do licenciamento da actividade económica, da criação e melhoramento das infraestruturas básicas e de apoio à produção, distribuição e da concessão de incentivos financeiros e fiscais; n) Condução de uma política orçamental que assegure: (I) A provisão de bens e serviços públicos e semi-públicos, nomeadamente a educação, a saúde, o saneamento básico, a ordem e tranquilidade públicas, a segurança nacional e as infraestruturas básicas e de apoio à actividade económica; (II) A regulação dos monopólios e actuação sobre outras imperfeições de mercado; (III) O apoio à política monetária para o controlo da inflação, a promoção do crescimento e desenvolvimento económico e a geração de empregos; (IV) A promoção da convergência macroeconómica no âmbito dos objectivos de integração económica regional; (V) A publicação, no website do MINFIN, de relatórios trimestrais sobre a execução orçamental que mostrem, de entre outros indicadores universais sobre a boa gestão das finanças públicas, os principais indicadores sobre a evolução dos impostos arrecadados ao sector privado e os subsídios concedidos ao fomento das actividades produtivas nacionais. O Governo do MPLA no período compromete-se a atingir as seguintes metas no domínio macroeconómico: a) Uma taxa média anual de crescimento do PIB de até 7%, com taxas médias anuais de crescimento real do PIB não petrolífero não inferiores a 8% e taxas médias anuais de crescimento real do PIB petrolífero não inferior a 3%; b) Uma taxa de desemprego inferior a 20%; c) Uma taxa de ocupação laboral da força de trabalho activa superior a 90%; d) Alcance de um nível de inflação acumulada anual não superior a 9%; e) Redução média anual do saldo primário não petrolífero em cerca de 1,5 pontos percentuais do PIB; f) Manutenção do stock da dívida pública abaixo dos 50% do PIB; e g) Manutenção de um stock mínimo de Reservas Internacionais Líquidas equivalentes a pelo menos 9 meses de importação de bens e serviços não factoriais do sector não petrolífero. 48 Programa de Governo

49 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR 2.2. PROMOVER UMA POLÍTICA NACIONAL DE POPULAÇÃO A razão de ser de toda a ciência económica é o homem. Por isso, as relações entre o crescimento demográfico e o desenvolvimento económico estão na origem da teoria económica. A avaliação da pressão demográfica sobre os recursos e a determinação dos pontos de equilíbrio entre o crescimento da população e o crescimento da riqueza influenciaram o pensamento dos clássicos da ciência económica e continuam a constituir nos dias de hoje uma varável fundamental do processo do planeamento estratégico do desenvolvimento. Em países como Angola, onde o equilíbrio demográfico ainda está longe de se verificar, as questões demográficas adquirem uma importância estratégica. O último censo populacional em Angola realizou-se em Não se tendo realizado desde então qualquer outro censo populacional não se conhecem com objectividade e exactidão os principais indicadores demográficos do País. O quadro a seguir apresenta, no entanto, alguns indicadores demográficos de Angola segundo o Inquérido sobre o Bem Estar da População (IBEP) realizado no período e do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) de Indicadores IBEP FNUAP 2010 Feminino Masculino Total Expectativa de Vida ao Nascer (anos) ,2 (F)/55,6 (M) Incidência da Pobreza (%) População em risco de pobreza multidimensional (%) Taxa de Analfabetismo - (População com 15 ou mais anos de idade que não sabe ler e escrever) Taxa de Fecundidade Total Taxa de Fertilidade na Adolescência (Nº de nascimentos por 1000 com anos) Taxa de Mortalidade Materna (Óbitos maternos em cada 100 mil nascidos vivos) Taxa de Mortalidades Materna IDH Taxa de Mortalidade Infantil por mil nascidos vivos (crianças 0-4 anos) Taxa de Prevalência da HIV/SIDA , , ,6 10,7 34,4 6,4 123,7 400/ , ,7/27,5 50,1 (F)/32,8 (M) , (F) / 138(M) Programa de Governo

50 Além das assimetrias quanto ao género observadas na maioria dos indicadores compósitos da população e nos indicadores de acesso a serviços de educação e saúde, existem também diferenças nos indicadores quanto ao local de residência das pessoas, nomeadamente em relação às zonas rurais e urbanas. Tendo em conta a importância do factor população em todo o processo de desenvolvimento de Angola, o MPLA considera que, no período , deverão ser levadas a cabo as seguintes acções: a) Realização em 2013 do primeiro censo populacional em Angola após a Independência do País; b) Definição de uma Política Nacional de População (PNP); c) Criação de uma unidade orgânica específica sobre população no Departamento ministerial encarregue do planeamento estratégico do País, a quem competirá, em articulação com os Ministérios sectoriais e a sociedade civil, a formulação, acompanhamento e a avaliação da implementação da PNP; d) Criação de um Concelho Nacional de População, que assegure a ligação e participação da sociedade civil e dos diversos departamentos públicos na formulação, acompanhamento e avaliação da PNP. Assiste-se em Angola a um aumento da imigração clandestina em números crescentes e cada vez mais significativos, provenientes de várias partes do mundo, com particular realce para as fronteiras norte e noroeste do País. Trata-de de uma manifestação de pressão sobre as nossas fronteiras que carece de uma resposta global. Por esta razão, o MPLA considera que a Política Nacional de População referida acima deve incluir uma Política Integrada de Imigração que tenha em conta os seguintes pressupostos: a) A Política de Imigração deve estar integrada na Estratégia e política de desenvolvimento do País; b) A Política de Imigração deverá envolver aspectos como a imigração de quadros qualificados, o apoio directo aos regressados da diáspora e a imigração temporária para responder à necessidades específicas do mercado do trabalho; c) Respeitando os direitos humanos e os tratados e convenções subscritos por Angola, deve contemplar os mecanismos de prevenção, controlo e repressão da imigração clandestina PROMOVER UMA POLÍTICA ACTIVA DE EMPREGO E VALORIZAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS NACIONAIS Uma das consequências do processo de globalização é a grande mobilidade internacional da força de trabalho provocando, em consequência, um aumento da concorrência nos mercados de trabalho nacionais. Para um País novo como Angola, que vive neste momento uma situação de desemprego relativamente elevado, o MPLA considera que se devem tomar medidas e ac- 50 Programa de Governo

51 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR cionar mecanismos que evitem que a força de trabalho estrangeira se apresente com privilégios em detrimento da nacional quando se estiver perante o mesmo de nível de qualificações. Por outro lado, o MPLA considera que os quadros nacionais devem ser constantemente valorizados, pelo que devem ser tomadas medidas para remover situações em que quadros nacionais e estrangeiros com as mesmas qualificações, categorais e funções auferem salários significativamente diferentes. O MPLA considera, assim, que neste domínio devem ser alcançados os seguintes objectivos: a) Aperfeiçoar as medidas de política para que no curto/médio prazo os trabalhadores angolanos possam ocupar a maior parte dos postos de trabalho que exijam altas qualificações; b) Promover e intensificar a formação de quadros altamente qualificados que satisfaçam as necessidades nacionais; c) Implementar mecanismos de verificação e controlo da aplicação do princípio de equidade e igualdade de tratamento entre trabalhadores nacionais e expatriados; d) Controlar os postos de trabalho criados (em particular através do investimento estrangeiro), no País e dar preferência à sua ocupação por trabalhadores nacionais; e) Promover o preenchimento com cidadãos nacionais de vagas em posições de alta direcção, em empresas de grande dimensão com capital estrangeiro; f) Adoptar uma política coordenada de formação da mão-de-obra e de quadros nacionais entre os diferentes subsistemas de ensino (superior, ensino técnico-profissional e de formação profissional) que corresponda aos objectivos e prioridades do crescimento e desenvolvimento do País. Para o alcance destes objectivos, serão tomadas as seguintes medidas: a) Aprovação da estratégia e do Plano Nacional de formação de quadros, envolvendo os seguintes domínios: (I) Administração Pública central e local; (II) Empreendedorismo e desenvolvimento empresarial; (III) Desenvolvimento tecnológico e científico; (IV) Desenvolvimento económico; (V) Desenvolvimento social, cultural e institucional. b) Criar o sistema integrado de formação para a administração pública central e local; c) Criar o sistema nacional de incentivos à utilização e capacitação dos recursos humanos nacionais; d) Estabelecer o sistema de registo nacional de quadros; e) Estabelecer o sistema integrado de capacitação e apoio ao empreendedorismo e empresários; Programa de Governo

52 f) Incrementar as acções de formação no âmbito do Sistema Nacional de Formação Profissional, adequadas às necessidades do mercado de trabalho nos distintos sectores da economia e nas áreas peri-urbana e rural; g) Aperfeiçoar os mecanismos de registo da força de trabalho estrangeira; h) Avaliar permanentemente a empregabilidade dos cursos ministrados no sistema de ensino nacional e os pedidos de emprego registados nos centros de emprego, melhorando substancialmente a qualidade dos mesmos; i) Tornar obrigatória a realização de concursos no País, antes de se optar pelo mercado externo, para o preenchimento com cidadãos nacionais de vagas em posições de alta direcção em empresas de grande dimensão com capital estrangeiro; j) Elaborar legislação ou aperfeiçoar a existente de modo a regular as normas gerais de contratação de mão de obra estrangeira, definindo o seu grau de qualificação, o âmbito e os prazos de vigência dos contratos, bem como a obrigatoriedade de treinamento on job da mão de obra nacional que a deverá substituir findo o prazo do contrato. Os instrumentos a utilizar serão os seguintes: a) Efectiva aplicação de mecanismos de coordenação entre os sistemas do ensino superior, do ensino técnico profissional e de formação profissional; b) Prosseguimento da operacionalização da estratégia contida na Lei de Bases do 1º Emprego, através da implementação de projectos; c) Aplicação efectiva do artigo 164º. da Lei Geral do Trabalho; d) Alargamento do âmbito de intervenção dos Centros Integrados de Formação tecnológica, bem como dos serviços de capacitação profissional sectoriais, designadamente nos domínios da energia, águas, mecanização agrícolas, industria mineira e alimentar; e) Inclusão Digital dos beneficiários dos Serviços de Formação Profissional; f) Aplicação rigorosa dos Qualificadores Profissionais nas empresas; g) Intensificar a acção da Inspecção Geral do Trabalho nas empresas; h) Intensificar a coordenação do trabalho com os serviços de licenciamento do investimento estrangeiro e com os Serviços de Migração e Estrangeiros TRANSFORMAR, DIVERSIFICAR E MODERNIZAR A ESTRUTURA ECONÓMICA DO PAÍS Angola situa-se entre os países que mais têm crescido no mundo nos últimos anos. Na verdade, de 2003 até ao ano de 2008 foi possível manter um crescimento médio do Produto Interno Bruto acima de 17% ao ano. Este crescimento tem sido puxado em grande parte pelos investimentos públicos que criam, por seu lado, as externalidades necessárias para que o investimento privado seja lucrativo. 52 Programa de Governo

53 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR Em 2009 e 2010, o País continuou a crescer, porém a taxas mais baixas. O Produto Interno Bruto teve um crescimento em termos reais de 2.41% em 2009 e de 3.41% em 2010, taxas próximas do crescimento natural da população angolana que é de 3%. Tal significa que em termos reais per capita médios não terá havido reduções significativas dos níveis de riqueza. Em 2011 a taxa de crescimento real do PIB foi de 3.4% e para o ano de 2012 prevê-se uma taxa de 9.8%. Embora desde 2006 o Produto Interno Bruto do sector não petrolífero esteja a crescer mais que o do sector petrolífero, ainda é grande o peso do sector petrolífero, que representa mais de 90% das exportações e das receitas cambiais do País, o que o torna muito vulnerável a choques externos. Por outro lado, o sector perolifero não é intensivo em mão de obra e por isso cria muito poucos empregos. Por esta razão, o MPLA considera que no período devem ser intensificados os esforços no sentido da diversificação da economia nacional, tendo em conta os altos índices de desemprego prevalecentes no País e a necessidade de eliminar a fome e a pobreza extrema. O MPLA considera, por isso, que a estratégia de desenvolviemto de Angola deve basear-se no emprego, isto é, ter o emprego como a alavanca do crescimento económico, com grande prioridade para a produção agrícola. Fruto de uma melhor coordenação entre as políticas fiscal, monetária e cambial, o ambinete macroeconómico é particularmente favorável ao investimento privado no sector não petrolífero. A este respeito há a realçar o equilíbrio financeiro, a flutuação adequada da taxa de câmbio e a redução, a mais da metade, das taxas de juro no mercado primário de títulos públicos, cujo efeito deverá estender-se doravante às taxas de juro do crédito bancário ao sector privado nacional. Este ambiente é reforçado pela constituição de uma sólida reserva financeira no Tesouro para actuar como um fundo de estabilização cambial e monetária, evitando-se que a volatilidade dos preços do petróleo contamine a taxa de câmbio e cause instabilidade nas receitas fiscais, nos agregados monetários e nos preços da economia em geral. Com vista à implementação da estratégia de diversificação da economia nacional, estabelecem-se os seguintes objectivos relativos ao desenvolvimento dos vários sectores da economia nacional: AGRICULTURA, PECUÁRIA E SILVICULTURA A agricultura é um sector básico no País e é um potencial estimulador do desenvolvimento de outros sectores económicos através da geração de excedentes que poderão ser transformados e comercializados. Assim, o sector agrícola e agro-industrial no seu conjunto apresenta um elevado potencial para a geração de novos empregos para a população jovem. Programa de Governo

54 O desenvolvimento da produção agro-pecuária, pesqueira e florestal, deverá ser o suporte para a continuação do processo de combate à fome e à pobreza, através do aumento da produção e, por consequência, da garantia da segurança alimentar e nutricional, da criação de empregos e geração de renda, concorrendo para a estabilização das populações no meio rural e para a criação de melhores condições de vida no campo. O sector agro-pecuário e florestal nacional tem beneficiado nos últimos anos de um apoio significativo do Estado, através da aquisição e distribuição de sementes e fertilizantes diversos, estacas de mandioca, unidades de instrumentos de trabalho e equipamentos diversos, incluindo equipamentos de mecanização da actividade, tendo em vista o aumento da produtividade. O MPLA considera que, para o período , deverão ser alcançados neste domínio os seguintes objectivos: a) Promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável do sector agrícola, com ênfase na diversificação da produção, aumento da produtividade e da produção, nomeadamente de alimentos para o consumo interno, de modo a contribuir para a geração de empregos e para os objectivos nacionais de combate à pobreza e à fome e para a implementação da Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional; b) Promover o desenvolvimento integrado e sustentável do sector agrário tomando como referência o pleno aproveitamento do potencial dos recursos naturais produtivos e a competitividade do sector, visando garantir a segurança alimentar e o abastecimento interno, bem como realizar o aproveitamento das oportunidades relacionadas aos mercados regional e internacional. Para atingir estes objectivos serão tomadas as seguintes medidas: a) Promoção de uma adequada implementação da linha de crédito agrícola para apoio às associações, cooperativas, pequenos e médios produtores; b) Apoio ao relançamento da actividade económica ligada ao sector agrário através da reabilitação de infraestruturas de apoio à actividade produtiva; c) Colaboração com outras estruturas governamentais na promoção do comércio no meio rural; d) Fomento do aumento da produção agrícola, através da promoção de parcerias público-privadas em projectos já identificados e a identificar, com particular realce para aqueles relacionados com a implantação dos pólos agro-industriais; e) Concepção de mecanismos de acesso a financiamento por parte dos produtores, através da criação de sinergias com o Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) e outros bancos; f) Fomento do aumento da produção agrícola, através da promoção de parcerias público-privadas em projectos como os da Implantação dos Pólo Agro-industriais de Capanda, Cubal e Quizenga, o Plano de Desenvolvimento de Camabatela, a Implantação das Fazendas Cacanda na Luanda Norte, Cangandala em Malange e 54 Programa de Governo

55 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR Pedras Negras, o Empreendimento Agropecuário de Produção de Cereais no Vale do Longa, a 2ª. fase do Relançamento do Algodão e a Construção do Matadouro Industrial em Camabatela; g) Promover a agricultura familiar-camponesa e a produção de bens alimentares, com base nos princípios da sustentabilidade e verticalização, atribuindo uma importância essencial à extensão rural como modelo de reforço da capacidade produtiva dos camponeses; h) Aplicação da Orientação Estratégica Fundamental relacionada ao Desenvolvimento Florestal de Angola. O MPLA considera que no período neste sector deverão ser atingidas as seguintes metas: a) Produzir até 2.5 milhões de toneladas de cereais anualmente; b) Produzir até 1 milhão de toneladas grãos (feijão, amendoim e soja) anualmente; c) Produzir até 20 milhões de toneladas de mandioca anualmente; d) Produzir até 1.5 milhões de toneladas/ano de batata rena; e) Cobrir em até 60% as necessidades domésticas em frango e até 50% as necessidades em carne bovina, caprina e ovina; f) Reduzir em até 15% a importação de leite e expandir o seu consumo, com recurso à produção interna, para um maior número de pessoas; g) Cobrir em até 60% as necessidades domésticas em açúcar PESCA E AQUICULTURA Nos últimos anos, a produção pesqueira foi negativamente afectada por um acentuado decréscimo das biomassas dos principais recursos, tendo a captura média anual atingido a cifra de 300 mil toneladas. O sector das pescas é de grande importância no âmbito da diversificação da economia angolana. É intensivo em mão de obra, cria muitos empregos e contribui de modo directo para a melhoria da qualidade de vida da população na perspectiva do combate à fome e à pobreza. O Progama de Governo do MPLA para o período considera que o objectivo principal a alcançar neste domínio é a recuperação dos recursos, melhorar as infraestruturas de apoio às pescas e desenvolver a indústria de processamento e transformação do pescado e do sal. Igualmente deverá desenvolver-se a aquicultura e a formação de quadros especializados com vista a tornar a actividade pesqueira cada vez mais efectiva em termos de resultados. Para atingir este objectivo serão consideradas as seguintes medidas: a) Garantir o acesso aos recursos biológicos aquáticos; b) Promover a introdução de novas técnicas e tecnologias adaptáveis ao processo produtivo pesqueiro; Programa de Governo

56 c) Fortalecer o sistema de investigação científica; d) Fortalecer o sistema de gestão das pescas; e) Fortalecer o sistema de controlo e fiscalização das actividades de pesca e da aquicultura; f) Melhorar a manutenção e reparação naval; g) Organizar um sistema de apoio às cooperativas; h) Aumentar a rede de frio; i) Relançar a Indústria Conserveira; j) Aumentar a produção do peixe salgado seco e meia-cura; k) Organizar a rede de comercialização do pescado; l) Aumentar a produção de sal; m) Fomentar a actividade da aquicultura comunal; n) Promover o surgimento de iniciativas empresariais para a produção em larga escala de camarão e bivalves principalmente para exportação; o) Formação técnica e científica especializada de quadros e gestores de nível básico, médio e superior. Os instrumentos a utilizar serão os seguintes: a) Investigação dirigida ao estudo dos principais recursos, devendo-se igualmente fazer a prospecção de novos recursos com interesse comercial; b) Sistema de recolha de informação sobre a biomassa; c) Programa de amostragem da pesca comercial; d) Controlo do esforço de pesca de acordo com a situação dos recursos; e) Construção de portos e terminais pesqueiros para a pesca semi-industrial e industrial nas províncias de Luanda, Namibe e Kwanza-Sul; f) Operacionalizar os estaleiros do Estado; g) Serviço de extensão e de formação em técnicas básicas de gestão; h) Formação a nível das comunidades piscatórias; i) Rede de lotas para a primeira venda; j) Incentivos para o fomento da produção; k) Academia das Pescas e Ciências do mar do Namibe; l) Sistema de extensão pesqueira; m) Assistência técnica especializada. O MPLA considera que as metas a atingir neste domínio deverão ser as seguintes: a) Produzir até 400 mil toneladas/ ano de pescado e crustáceos (camarão e gambas); 56 Programa de Governo

57 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR b) Produzir em média, anualmente, até 95 mil toneladas de sal; c) Produzir peixe salgado seco até 20% da captura total anual INDÚSTRIA TRANSFORMADORA A Indústria Transformadora tem mostrado uma tendência de crescimento constante nos últimos anos. O peso relativo deste sector na estrutura económica nacional melhorou significativamente, ao passar de 4.9% do PIB em 2008 para 6.5% do PIB em O sector continua ainda a ser afectado por debilidades estruturais ligadas fundamentalmente aos baixos índices de competitividade, fraco apoio infraestrutural e também por debilidades da estrutura empresarial do País. O Programa de Governo do MPLA para o período considera que neste sector se devem atingir os seguintes objectivos: a) Promover o desenvolvimento do Sector da Indústria da Transformação, em bases sustentáveis, contribuindo para a geração de empregos, o aproveitamento de matérias-primas agrícolas e minerais, a distribuição territorial das actividades, o equilíbrio da balança comercial e a economia de divisas; b) Contribuir para o rápido, consistente e organizado desenvolvimento do sector, de forma a incrementar o valor acrescentado nacional, no contexto de um cluster da alimentação e da diversificação da economia nacional e contribuir para o desenvolvimento sustentável de Angola. Para o efeito, deverão ser tomadas as seguintes medidas: a) Contribuir para a coordenação de estratégias económicas empresariais visando o incremento da produtividade, da competitividade e do emprego; b) Proceder à reestruturação, regulamentação jurídica e organização de processos de privatização de empresas industriais detidas pelo Estado; c) Conceber e fazer aprovar normas visando o aumento da qualidade da produção nacional; d) Fomentar a produção industrial, através da promoção de parcerias público-privadas em projectos como a Construção do Pólo Industrial de Lucala, a Construção da Fábrica de Descaroçamento e Fiação do Algodão e a Reabilitação e Modernização da TEXTANG II; e) Formar, em parceria com o MAPESS, operários, técnicos e gestores das empresas industriais existentes e a serem criadas. Os instrumentos a utilizar serão os seguintes: a) Definição de uma política de inovação industrial, incluindo o apoio à criação dos Centros de Inovação e Competências considerados prioritários; b) Estabelecimento de um sistema nacional de qualidade e segurança industriais, tendo em vista acelerar a normalização e fortalecer o poder concorrencial; Programa de Governo

58 c) Reforço dos órgãos de suporte da actividade industrial, nomeadamente, o Instituto de Desenvolvimento Industrial de Angola (IDIA), o Instituto Angolano de Normalização e Qualidade (IANORQ) e o Instituto Angolano de Propriedade Industrial (IAPI). As metas a atingir são as seguintes: Um crescimento médio anual do sector de 10%, com a seguinte decomposição por subsectores: a) Indústria alimentar, 13%; b) Bebidas, 11%; c) Papel e Embalagem de Papel, 8%; d) Minerais não Metélicos, 11%; e) Produtos de Metal, 7%; f) Indústrias Texteis e de Confecções, 12%; g) Química, 2%; h) Equipamento de Transporte, 6% INDÚSTRIA EXTRACTIVA NÃO PETROLÍFERA A aprovação e implementação do Plano Nacional de Geologia e Minas permitiu desenvolver um conjunto de acções concorrentes para a diversificação da produção mineira do País e consequentemente para o aumento da participação relativa do sector no PIB. O contributo do sector mineral na estrutura económica do País ainda é modesto. Para além de alguma produção verificada no domínio dos materiais de construção, o grosso das actividades extractivas está concentrada na área diamantífera. O MPLA considera que neste domínio devem ser perseguidos os seguintes objectivos: a) Aumento da participação dos sectores da geologia e minas no PIB; b) Aumento sustentado do emprego nos sectores da geologia e minas. Para o efeito, serão adoptadas as seguintes medidas: a) Aumentar o conhecimento do potencial geológico-mineiro do País de modo a contribuir para a sustentabilidade do desenvolvimento de Angola; b) Elaborar a cartografia temática de cunho geológico, geotécnico e metalogénico; c) Implementação da estratégia de diversificação da produção mineira no sector para o asseguramento do lançamento de novos projectos mineiros e o aproveitamento de matéria-prima de origem mineira para o apoio à indústria transformadora nacional e à construção civil; d) Contribuição para o crescimento económico e social das comunidades residentes nas zonas mineiras, através da implementação de projectos de apoio comuni- 58 Programa de Governo

59 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR tário para a melhoria das condições de vida das populações, designadamente nas áreas de habitação, saúde, água potável, educação, agro-pecuária, infra-estruturas básicas, vias de comunicação e apoio à cultura, tomando como base as prioridades traçadas pelo Governo para o desenvolvimento das regiões; e) Melhoramento dos mecanismos de gestão ambiental, através do acompanhamento e fiscalização das actividades empresariais e realização de projectos de estudo de impacto ambiental; f) Criar condições para novas actividades minerais, ou delas derivadas, que valorizem os recursos naturais, ampliem o valor agregado do sector e a oferta de empregos; g) Implementar a actividade da produção artesanal de diamantes; h) Intensificar a actividade de prospecção e exploração de ferro, cobre, manganês, ouro, calcário, gesso, mármores e granitos e quartzo. Os instrumentos a utilizar serão os seguintes: a) Plano Nacional de Geologia; b) Estratégia Integrada para o Relançamento do Sub-Sector do Ferro e Manganês e da Indústria Siderúrgica em Angola; c) Intervenção da ENDIAMA EP e suas associadas, nas actividades geológico- -mineiras, por forma a aumentar os volumes e capacidades de produção; d) Criação de uma Bolsa de Diamantes, tendo em vista a valorização do diamante nacional, o combate ao tráfico ilegal e a organização dos respectivos mercados; e) Implementação do Programa de Diversificação da Indústria Mineira; f) Implementação do Programa de Produção Artesanal de Diamantes. As metas a atingir são as seguintes: a) Aumentar em média/ano a produção de diamantes até 5%; b) Aumentar em média/ano a produção de granito até m3; c) Aumentar em média/ano a produção de mármore até m3; d) Aumentar em média/ano a produção de quartzo até m INDÚSTRIA PETROLÍFERA O petróleo e mais recentemente o gás natural continuarão a ser as principais fontes de receitas de exportação e orçamentais do País assumindo, assim, uma importância estratégica no processo de desenvolvimemto económico e social de Angola, em particular no que respeita ao financiamento dos investimentos públicos. O Governo do MPLA, para este domínio estabelece os seguintes objectivos: a) Intensificar as actividades de prospecção, pesquisa de petróleo bruto e gás natural; Programa de Governo

60 b) Licitar novas concessões petrolíferas; c) Aumentar progresivamente o papel da Sonangol como empresa operadora; d) Aumentar a capacidade de refinação de petróleo bruto com vista à satisfação da procura interna de produtos petrolíferos e contribuir para o aumento da oferta de derivados do petróleo na região e no mundo; e) Desenvolver a indústria do gás natural e da petroquímica; f) Promover investimentos em biocombustíveis a partir de culturas agrícolas, seleccionadas sem afectar a oferta nacional de alimentos e a segurança alimentar estratégica do País; g) Apoiar a diversificação do sector através do desenvolvimento da fileira do petróleo; h) Fomentar a dinamização da cadeia de fornecimento de bens e serviços no Sector Petrolífero, visando o aumento da participação do conteúdo nacional da indústria; i) Fomentar o viveiro de quadros do sector de petróleos através da formação no Instituto Nacional de Petróleos e na UTEC Universidade de Tecnologias e Ciências e também da aplicação contínua do decreto 17/09. Para o alcance desses objectivos serão adoptadas as seguintes medidas: a) Definir um ritmo de exploração de petróleo e gás natural que considere a evolução das reservas técnicas (provadas e prováveis), as alterações e as transformações da matriz energética mundial e os respectivos preços a médio e longo prazos; b) Promover a identificação e caracterização de novas reservas de petróleo e de gás natural economicamente exploráveis; c) Implementar as bases gerais estratégicas para a exploração do pré-sal; d) Iniciar a produção do gás natural e desenvolver projectos associados; e) Assegurar a implementação progressiva do Plano Director de Armazenagem; f) Dar continuidade ao Projecto de Melhoramento da Rede de Distribuição na sua componente de construção de postos de abastecimento com o objectivo de expandir e melhorar a rede de distribuição em todo o território nacional; g) Garantir a auto-suficiência nacional em termos de produção de refinados, com a implementação dos projectos de construção das refinarias do Lobito e do Soyo; h) Implementar uma política de redução da economia de enclave, com base na identificação de oportunidades de parcerias entre empresas angolanas e estrangeiras, bem como na identificação de oportunidades de melhorias para o mercado angolano em geral, visando aumentar a participação de conteúdo nacional na indústria; i) Monitorizar um instrumento legal e impulsionador de recrutamento, integração, formação e desenvolvimento de pessoal angolano na indústria petrolífera com o propósito de intensificar o grau de angolinazação dos técnicos e dirigentes das empresas petrolíferas. 60 Programa de Governo

61 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR Os instrumentos a utilizar são os seguintes: a) Garantir um nível adequado de investimento nas actividades de exploração, desenvolvimento e produção, de forma a assegurar um nível sustentável de reservas de hidrocarbonetos; b) Gerir o risco dos contratos de parceria fixando e garantindo níveis aceitáveis de acordo com o retorno calculado; c) Manter o modelo contratual de PSA (Production Sharing Agreement), para as actuais concessões e revisão do mesmo, quando necessário, para futuras concessões de petróleo e gás; d) Quadro legal sobre exploração e produção do gás natural; e) Reajustamento dos regulamentos sobre a distribuição, armazenagem, transporte e comercialização dos produtos petrolíferos e refinação do petróleo bruto; f) Quadro legal e regulamentos sobre o conteúdo nacional no sector petrolífero, garantindo deste modo as formas e os espaços de intervenção dos cidadãos e empresários nacionais nos diversos segmentos da indústria petrolífera ENERGIA E ÁGUAS ENERGIA O deficit de energia em Angola é grande. Por altura da independência estava instalada uma capacidade de geração de energia de MW. No final da guerra 35% desta capacidade estava inoperacional. Tem sido grande o esforço que se tem feito no sentido da reabilitação das infraestruturas básicas do sector, com destaque para o sistema de produção, transporte e distribuição de energia eléctrica, com vista a fazer face às necessidades das famílias e do crescimento económico do País. Neste domínio, o Governo tem estado a executar um programa de médio prazo, assente na exploração dos recursos energéticos primários endógenos, com uma forte componente hídrica, privilegiando os grandes aproveitamentos e a criação de um sistema nacional de transporte, mas igualmente fomentando a criação de pequenos sistemas isolados, atendidos por mini e micro centrais hídricas e sistemas foto voltaicos. Recentemente, foi aprovada a Estratégia e Política Energética Nacional, que estabelece os grandes eixos de desenvolvimento das capacidades de produção, transporte e distribuição de energia eléctrica, bem como da reforma do sector eléctrico, destacando-se o programa Nacional de Electrificação Rural. O Programa de Governo do MPLA para o período de considera que neste domínio devem ser alcançados os seguintes objectivos: a) Satisfazer, dentro de uma visão de longo prazo, os requisitos de energia do desenvolvimento nacional, com sustentabilidade, favorecendo a universalização do acesso à electricidade pelas famílias e à oferta de energia necessária à expansão dos sectores produtivos do País; Programa de Governo

62 b) Servir de forma regular e contínua, a maior percentagem possível da população, com progressiva elevação da qualidade do serviço, a um preço comportável e no âmbito de uma perspectiva ambiental sustentável. Para o efeito, o MPLA considera que se devem adoptar as seguintes medidas: a) Reabilitar, modernizar e expandir as capacidades de produção de energia eléctrica; b) Adoptar mecanismos de regulação económica para garantir a sustentabilidade do serviço público de abastecimento de energia eléctrica, mediante a introdução de um sistema de tarifas adequadas que simultaneamente permita a cobertura dos custos de exploração e proteja os extractos populacionais mais vulneráveis; c) Aumentar e diversificar a produção de electricidade com uso de fontes hídricas, solar, eólica e biomassa; d) Promover o desenvolvimento da rede nacional de transporte, incluindo a interligação dos sistemas Norte/Centro e Centro/Sul e a criação do Sistema Leste; e) Desenvolver trocas de energia com os países vizinhos; f) Prosseguir com a reorganização institucional do sector eléctrico. Os instrumentos a utilizar serão os seguintes: a) Programa de execução de projectos Estruturantes, que prevê o desenvolvimento da capacidade de geração e transporte, com base na exploração dos recursos hídricos nacionais; b) A Estratégia e Política Energética Nacional, que estabelece a matriz energética nacional e a contribuição das diferentes fontes energéticas, bem como os modelos de financiamento a adoptar para execução dos projectos; c) O Programa de Desenvolvimento das Pequenas Centrais Hídricas (PRODE- PHA), que estabelece os moldes de concessão e financiamento dos pequenos aproveitamentos hidroeléctricos; d) O programa Nacional de Electrificação Rural, que visa ampliar o acesso da população rural ao serviço público de electricidade, com base nos três subprogramas de exploração da capacidade local (Hídrico, Solar e Térmico). O MPLA compromete-se a atingir neste sector as seguintes metas: a) Operacionalização, até ao final do ano 2014, de uma capacidade de geração de até MW, de um total de até MW a instalar até ano de 2016; b) Estabelecimento de sistemas públicos de abastecimento em até 82 sedes municipais (de um total de 166) e de até 271 sedes comunais (de um total de 531), até ao final de 2014; c) Operacionalização de até 30 MW de capacidade gerada a partir de pequenas centrais hídricas, de um total de 130 MW a atingir no final da década; d) Reabilitação e modernização de todas as redes de distribuição das cidades capitais de província; 62 Programa de Governo

63 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR e) Interligação dos sistema Norte e Centro e operacionalização do Sistema Leste (Lundas e Moxico) ÁGUAS No domínio da gestão dos recursos hídricos, durante o período compreendido entre 2009 e 2011, foram desenvolvidas acções conducentes à elaboração de planos gerais de aproveitamento de duas bacias hidrográficas e foi criado o Instituto Nacional dos Recursos Hídricos, bem como a actualização dos planos directores de abastecimento de água e saneamento de águas residuais de várias sedes municipais. Complementarmente, procedeu-se à expansão e melhoria dos sistemas de abastecimento de água de várias localidades e teve início a implementação do programa de desenvolvimento institucional do sector das águas no sentido de obviar a regulação e regulamentação do sector, assim como a criação de empresas. Através do Programa Água para Todos tem aumentado de modo significativo o grau de cobertura do abastecimento de água potável ao meio rural que passou de 22% em 2009 para 44% em No meio urbano o grau de cobertura passou de 33% para 56%, no mesmo período. Tendo em conta a importância de que se reveste a melhoria do abastecimento de água à população, quer a dos centros urbanos como a do meio rural, esta continuará a constituir uma das grandes prioridades do Governo do MPLA, tendo em conta os benefícios de natureza económica e social que este serviço proporciona. Neste domínio o Programa de Governo do MPLA para o período considera que se devem perseguir os seguintes objectivos: a) Servir de forma regular e contínua, a maior percentagem de população possível, com a progressiva elevação da qualidade do serviço, a um preço comportável e no âmbito de uma perspectiva ambientalmente sustentável; b) Assegurar a gestão integrada dos recursos hídricos, visando a protecção dos ecossistemas e da biodiversidade, bem assim como a salvaguarda da satisfação da sua procura para os diferentes usos. Para o efeito, as medidas de política a serem adoptadas são as seguintes: a) Aprovar o Plano Nacional de Águas; b) Actualizar os planos directores de abastecimento de água e saneamento de águas residuais das Cidades Capitais de Província e das Sedes Municipais; c) Prosseguir a construção de pequenos sistemas e pontos de abastecimento de água e saneamento comunitário, nas áreas suburbanas e rurais; d) Implementar um Programa Nacional de Monitorização da Qualidade da Água para Consumo Humano; e) Assegurar uma eficiente gestão na exploração dos sistemas através da criação de entidades vocacionadas para o efeito e mediante o desenvolvimento institucional do sector; Programa de Governo

64 f) Adoptar mecanismos de regulação económica para garantir a sustentabilidade do serviço público de abastecimento de água, mediante a introdução de um sistema de tarifas adequadas que simultaneamente permita a cobertura dos custos de exploração e proteja os extractos populacionais mais vulneráveis; g) Garantir a gestão integrada dos recursos hídricos prosseguindo a criação de entidades de gestão das bacias prioritárias e a elaboração de planos directores gerais de bacia hidrográfica; h) Dotar o território nacional de uma rede hidrométrica, visando a inventariação e a permanente monitorização dos recursos hídricos; i) Implementar um Plano Nacional de Desenvolvimento dos Recursos Humanos para o Sector das Águas. O MPLA compromete-se a atingir as seguintes metas neste domínio: a) Assegurar níveis de cobertura de até 100 % nas zonas urbanas e até 80% nas zonas rurais; b) Assegurar a monitorização efectiva da qualidade da água para consumo humano, com elevado padrão, com níveis de atendimento de 70% nas zonas urbanas e 40% nas zonas rurais; c) Efectuar a reforma institucional do sector, assegurando a criação da entidade gestora de sistema de abastecimento de água para cada uma das Províncias e das entidades de gestão para as bacias hidrográficas prioritárias CONSTRUÇÃO E HABITAÇÃO A melhoria das condições de vida da população passa pela disponibilidade de habitação condigna e do ordenamento das áreas urbanas, peri-urbanas e rurais. Daí a importância do sector da construção e habitação. A garantia do direito a uma habitação condigna para todos os cidadãos angolanos constitui um dos principais objectivos por que se tem batido o MPLA. O lançamento do Programa de Urbanismo e Habitação tem estado a contribuir para a consecução deste grande objectivo. Com vista a dar continuidade ao esforço tendente à solução dos grandes problemas habitacionais do País, o MPLA considera que no período devem perseguir-se os seguintes objectivos: a) Promover a realização coordenada de investimentos públicos em infraestruturas urbanas, harmonizando com as intervenções dos sectores de energia e água, saúde, educação, cultura, desporto e lazer e da administração do território; b) Institucionalização dos sistemas nacionais do Ordenamento do Território e do Urbanismo e da Habitação, visando, respectivamente, a garantia da qualificação do desenvolvimento urbano e rural integrado e o asseguramento da universalização do bem estar das populações; 64 Programa de Governo

65 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR c) Constituir e desenvolver o sistema urbano nacional que organize as aglomerações urbanas em rede de serviços regionais e locais policentricos, valorizando os seus atributos específicos; d) Articulação das políticas de Ordenamento do Território e da Habitação com as políticas de desenvolvimento económico e social, bem como as políticas sectoriais com incidência na organização e desenvolvimento territorial urbano e habitacional; e) Promover a qualificação do Território preservando ou potenciando o património natural, numa base de evolução sustentada das ocupações humanas; f) Reforçar e clarificar o papel institucional do Estado como entidade gestora do território e como promotor e regulador da actividade do sector; g) Mobilização da participação da sociedade civil na solução dos problemas habitacionais; h) Garantir a articulação entre a política de habitação e outras nomeadamente as políticas sociais e as políticas de desenvolvimento económico; i) Garantir a oferta de habitações em condições especiais de preços e financiamento para as camadas de menor poder aquisitivo; j) Implantar programas de aumento da eficiência da mão de obra e dos processos utilizados pela indústria da construção civil em Angola; k) Consolidar o quadro-legal e institucional do sector de construção. Para o efeito serão adoptadas as seguintes medidas: a) Prosseguir a política habitacional de abrangência nacional garantindo assim o acesso à habitação condigna para cada família, compatível com o seu rendimento; b) Disponibilizar terrenos infra-estruturados e legalizados para o atendimento das necessidades das famílias que pretendam construir casa própria em regime de auto- -construção dirigida; c) Promover o desenvolvimento sustentável, do sistema urbano e do parque habitacional, com o fim de garantir a elevação do bem-estar social e económico da população mais carenciada; d) Estabilizar o sistema de comercialização das construções de habitação social no quadro da recuperação do investimento e auto-sustentabilidade financeira e económica do Programa; e) Revisão do Decreto nº 77/91, de 13 de Dezembro (que define o Estatuto das Estradas Nacionais), do Decreto nº 21/92, de 22 de Maio ( que estabelece o Plano Rodoviário de Angola) e do Decreto nº 89/03, de 7 de Outubro (que define o Regime de Portagens de Angola); f) Revisão e actualização do Regulamento da Actividade de Empreiteiros de Obras Públicas, Indústria de Construção Civil e Fornecedores de Obras, aprovado pelo Decreto nº 9/91, de 23 de Março; Programa de Governo

66 g) Revisão e actualização do Regulamento da Comissão Nacional de Inscrição e Classificação dos Empreiteiros de Obras Públicas, Industriais de Construção Civil e Fornecedores de Obras; h) Exploração da cadeia de fornecimentos da construção, integrada por um conjunto de actividades que podem beneficiar, claramente, do aprofundamento e consolidação da SADC; i) Promover o aumento do parque habitacional do País numa combinação de acções do Estado, do sector privado e de Público-privadas. Neste domínio o MPLA compromente-se a atingir as seguintes metas: a) Concluir até ao ano de 2014 o Programa Nacional de Urbanismo e Habitação; b) Dar continuidade aos seguintes programas: I) Desenvolvimento de novas centralidades; II) Requalificação das cidades; II) Repovoamento das localidades com o desenvolvimento de aldeias rurais COMÉRCIO E OUTROS SERVIÇOS MERCANTIS COMÉRCIO A actividade comercial em Angola é ainda sustentada basicamente pelas importações e o circuito de distribuição é caracterizado por situações de oligopólio com consequências negativas para os consumidores quer em termos das quantidades comercializadas quer em termos dos preços praticados. A rede comercial é ainda bastante incipiente, emergindo assim o comércio informal com todas as características negativas que lhe são associadas. É necessário, por isso, proceder a transição progressiva desta actividade informal para o sector formal. Por esta razão deve-se proceder à reestruturação da rede comercial do País de modo a responder com eficácia e eficiência às demandas do mercado, procedendo ao enquadramento legal das empresas presentemente no sector informal, tornando-as modernas e capazes de prestar serviços de qualidade aos seus clientes. Uma atenção especial continuará a ser dada ao comércio rural de modo a torná-lo capaz de acompanhar a dinâmica que se verifica na produção agrícola. O objectivo geral do Programa do MPLA neste domínio é o de assegurar o alargamento da rede formal, comercial, logística e de distribuição a todo o território nacional, a preços estáveis e a um nível tal que satisfaça as necessidades das populações e da actividade produtiva, bem como promova o seu desenvolvimento. A par disso, o Programa de Governo do MPLA para o período prosseguirá os seguintes objectivos específicos: a) Promover a realização de investimentos em infraestruturas que assegurem a recepção, o armazenamento e a conservação dos produtos nas zonas de maior produção e que garantam a distribuição dos mesmos por todo o País; 66 Programa de Governo

67 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR b) Reforçar a actividade reguladora do Estado, devendo para o efeito desenvolver um sistema de informação comercial sólido e fiável; c) Criar estímulos com vista ao estabelecimento de uma rede grossista assente em empresários nacionais, capaz de contribuir de forma decisiva para a normalização da oferta de produtos e assegurar a estabilização dos preços; d) Consolidar a existência de uma rede comercial retalhista que seja capaz de converter de modo progressivo e gradual a rede comercial informal numa rede formal convenientemente estruturada; e) Aplicar, nos limites permitidos pelos convénios internacionais, medidas de protecção à produção nacional com capacidade de competir no mercado internacional, combinadas com acções que visem o fomento à exportação. Para o efeito, serão adoptadas as seguintes medidas: a) Promoção do restabelecimento de uma rede de comércio rural nacional, com grossistas e retalhistas, capaz de assegurar os consumos dos camponeses e das suas produções, assim como o escoamento dos seus excedentes; b) Promover, inicialmente nas zonas de maior concentração de actividade rural e agro-industrial, e posteriormente em todo o meio rural, a entrada em exploração de centros de recolha da produção interna, capazes de a recepcionar, tratar, armazenar e conservar, assim como de a distribuir, localmente ou para os principais centros urbanos; c) Envolver as grandes empresas do sector no esforço de formação dos recursos humanos do sector, quer por acções de formação das próprias empresas, quer pelo seu engajamento no processo formativo da Escola Nacional de Comércio; d) Incentivo ao urbanismo comercial, nomeadamente promovendo a construção de centros comerciais de bairro, onde se possa concentrar o comércio e serviço mercantil de proximidade (por exemplo: o talho, o minimercado ou mercearia, a peixaria, a padaria, a papelaria, a farmácia, os bancos e a repartição fiscal); e) Alargar a prática de plafond global da importação a todos os produtos com produção interna, como incentivo a esta, numa perspectiva de substituição de importações; f) Criar o Instituto de Fomento às Exportações, numa lógica empresarial e numa perspectiva de aumento da base mercantil das exportações. Os instrumentos a utilizar serão os seguintes: a) Alargar o Programa de Promoção do Comércio Rural a todo o País; b) Estabelecer parcerias público privadas, como modelo para a promoção da instalação e exploração das infraestruturas logísticas que garantam a recepção, o armazenamento, a conservação e a distribuição da produção interna (agrícola e industrial) nas zonas da sua maior concentração; c) Desenvolver um processo específico de licenciamento e regulação das redes de grande e média distribuição no sentido de garantir os direitos do consumidor e Programa de Governo

68 fomentar a cobertura nacional gradual, por parte das grandes e médias superfícies; d) Consolidar o sistema de Regulamentação Progressiva que possa funcionar como um mecanismo de incentivo à passagem gradual do comércio informal a formal, sem perda de ocupação ou prejuízos à concorrência; e) Construção de mercados de perímetro urbano e suburbano que permitam albergar o vendedor de rua; f) Estabelecer parcerias público privadas para a conclusão e criação de novos mercados abastecedores e entrepostos logísticos nos principais centros urbanos, como espaços privilegiados de transacção entre os operadores provenientes dos centros de recolha e as redes de distribuição; g) Dispor de uma estrutura de quotas máximas e quotas mínimas por importador. As quotas máximas são numa perspectiva de defesa da produção interna e de restrição à prática monopolista. As quotas mínimas são na defesa da eficiência do processo, permitindo a continuidade apenas aos importadores mais eficientes; h) Restringir progressivamente a importação de produtos pré-embalados, em particular da pequena embalagem, em benefício da importação de produtos a granel (garantir um maior Valor Acrescentado Bruto -VAB no circuito comercial interno) TURISMO Neste domínio, com vista a dar continuidade a dinâmica que o sector tem experimentado nos últimos anos, o Programa de Governo do MPLA para o período perseguirá os seguintes objectivos: a) Obter dos recursos turísticos, numa base sustentável, o máximo de benefícios sociais e económicos para os angolanos, tendo em consideração que a necessidade de arranque e transformação qualitativa do turismo é condicionada pela situação económica e financeira do País e que ao turismo deve ser dado um papel de factor estratégico para a reanimação da economia; b) Reestruturar de maneira eficiente os recursos existentes, assim como garantir o desenvolvimento sustentável e harmonioso do sector de Hotelaria e Turismo, por forma a valorizar o património turístico nacional, gerando emprego e renda. Para o efeito serão adoptadas as seguintes medidas: a) Implementar o Plano Director para o Desenvolvimento do Turismo no País; b) Definir os planos territoriais e de ordenamento turístico das Províncias; c) Reorganizar os sectores da administração e informática; d) Criar um Sistema Nacional de Formação Profissional para o sector do turismo; e) Construir, reabilitar e apetrechar de Escolas Técnico-Profissionais do sector; f) Implantar um sistema de certificação mediante atribuição de carteiras profissionais para os profissionais do sector; 68 Programa de Governo

69 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR g) Desenvolver um sistema de normas e certificação da qualidade, específico para os estabelecimentos hoteleiros, incluindo certificação da infra-estrutura e dos métodos de gestão; h) Criar Plano Estratégico de Marketing e Promoção para o sector; i) Actualizar o Inventário e Cadastro dos Recursos Turísticos; j) Implantar uma central de informações de apoio aos visitantes e turistas; k) Actualizar e modernizar a legislação vigente e criar legislação complementar; l) Desenvolver os pólos de desenvolvimento turístico de Kalandula, Cabo Ledo e da Bacia do Okavango; m) Reforçar as competências técnicas nacionais com vista ao desenvolvimento do Projecto Okavango Zambeze KAZA/TFCA na componente angolana. Serão utilizados os seguintes instrumentos: a) Implementação de Plano Director para o Desenvolvimento do Turismo; b) Utilização do Sistema Nacional de Formação Profissional para a definição de acções de reforço de quadros institucionais e de mão de obra para os empreendimentos privados; c) Fomento à demanda através do Plano Estratégico de Marketing e Promoção; d) Prospecção de novas oportunidades e eficiência na exploração das já existentes, tendo como base o Inventário e Cadastro dos Recursos Turísticos TRANSPORTES O sector dos transportes desempenha um papel fundamental na reconstrução e desenvolvimento de Angola, não só em termos de serviços a fornecer aos outros sectores da economia nacional, mas também como motor para a expansão de toda a actividade produtiva do País. Neste domínio, o Programa de Governação do MPLA para o período perseguirá os seguintes objectivos: a) Dotar o País de uma rede de transportes adequada aos objectivos do crescimento do mercado nacional e regional, que seja facilitador do processo de desenvolvimento económico e potenciador das políticas de base territorial e populacional; b) Consolidar uma rede estruturada de transportes públicos de passageiros aos níveis municipal, provincial, interprovincial e das cidades do País que garanta maior mobilidade das pessoas e assegure a intermobilidade de transportes. Para o efeito, serão adoptadas as seguintes medidas: a) Desenvolver e melhorar de modo significativo o transporte público de passageiros em todo o território nacional; b) Concluir a recuperação e o lançamento da rede de transportes ferroviários; Programa de Governo

70 c) Construir o novo aeroporto de Luanda e proceder a reabilitação dos restantes aeroportos e aeródromos; d) Alargar o transporte marítimo de cabotagem a toda a costa angolana; e) Concluir o programa de recuperação, modernização e alargamento dos portos existentes e iniciar a construção dos novos portos de Luanda (Dande) e Cabinda; f) Repor o transporte marítimo internacional de bandeira angolana; g) Expandir a rede de táxis no País; h) Implantar os centros de inspecção de viaturas TELECOMUNICAÇÕES Num mundo cada vez mais globalizado e competitivo, as telecomunicações desempenham um papel essencial no que respeita ao aumento da eficiência da vida produtiva e de serviços do País e, por conseguinte, da sua produtividade. Neste domínio, o Governo do MPLA compromete-se a alcançar os seguintes objectivos: a) Garantir a conectividade e acesso aos cidadãos, à administração pública e empresas, através de uma infraestrutura presente em todo o território nacional, para os vários segmentos de mercado, com largura de banda, qualidade de serviço e custos adequados; b) Desenvolver a sociedade da informação e do conhecimento no Novo Milénio garantindo que as TIC sejam uma alavanca indutora da modernização da sociedade angolana, do desenvolvimento da economia e do progresso social. Para o efeito, serão adoptadas as seguintes medidas: a) Assegurar as comunicações nacionais, bem como as ligações internacionais necessárias à inserção de Angola no mundo global e o suporte aos serviços de emergência; b) Assegurar as condições tecnológicas na administração pública que suportem o desenvolvimento da governação electrónica; c) Democratizar o acesso à internet; d) Levar a banda larga até aos cidadãos e empresas, criando novos conteúdos nacionais e desenvolvendo aplicações de valor acrescentado que contribuam para a melhoria da qualidade da vida das populações mediante serviços com tarifários comportáveis pelos diversos segmentos da população; e) Promover o acesso às TIC aos estudantes e alunos mais jovens. As metas a atingir neste domínio são as seguintes: a) Instalar até linhas da rede fixa; b) Atingir um número de utentes da rede móvel até ; 70 Programa de Governo

71 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR c) Atingir um número de subscritores de internet (fixo e móvel) até ; d) Atingir um nível de cobertura de até 100% das comunicações nas sedes municipais; e) Garantir um nível de acesso à televisão digital nas capitais provinciais de até 72%; f) Garantir um nível de acesso à televisão digital nas sedes municipais de até 78%; g) Garantir um nível de acesso à televisão digital nas sedes comunais de até 30% O DESENVOLVIMENTO DOS CLUSTERS Um cluster é um sistema dinâmico constituído por um conjunto de actividades interdependentes que tendem a interagir entre si em função de um foco ou actividade central. Um cluster é constituído por actividades de suporte, actividades complementares e actividades de inputs básicos. O MPLA considera que a diversificação progressiva da base económica do País e das exportações, bem como a sua especialização produtiva não devem ser feitas de modo expontâneo e difuso, mas sim na base de uma coordenação perfeita entre os investimentos públicos e os investimentos privados, com os primeiros a criarem as condições necessárias para o aumento de eficiência dos segundos. Com base no planeamento estratégico, o País deve crescer em rede, através de clusters que criarão as vantagens comparativas dinâmicas capazes de sustentar o posicionamento de Angola nos segmentos das cadeias produtivas de maior valor acrescentado. O MPLA está consciente que, com este modelo, o crescimento económico será mais rápido e sustentado, evitam-se desperdícios de factores de produção, haverá ganhos em economias de escala e o Estado, através do desenvolvimento de acções e projectos interrelacionados, complementares e sinérgicos relativamente ao sector privado, focados em empreendimentos capazes de alavancar os clustes e as cadeias produtivas, contribui significativamente para elevar a produtividade nacional e para a expansão do rendimento nacional e do emprego. No período , o MPLA considera que se deve iniciar a estruturação dos seguintes clusters: a) Água; b) Alimentação e Agro-Industria; c) Habitação; d) Transportes e Logística. Para o efeito, deverão adoptar-se as seguintes medidas de política: a) Criação e consolidação de dinâmicas de cooperação entre empresas e entre estas e o sistema de ensino e formação, os centros de saber, as infraestruturas tecnológicas, Programa de Governo

72 as instituições financeiras, criando o ecosistema de desenvolvimento dos clusters; b) Identificação de áreas geográficas de confluência e caminhos críticos para a consolidação de redes e parcerias que permitam a extensão das cadeias de valor e a geração de maior valor acrescentado; c) Estimular a coperação entre empresas a montante e a juzante das cadeias de valor: aprovisionamento, difusão de tecnologias, certificação, concepção do produto e design, distribuição e e-business; d) Desenvolvimento da pesquisa aplicada e desenvolvimento em consórcio; e) Captação mais focalizada de Investimento Directo Estrangeiro (IDE); f) Desenvolvimento da formação de recursos humanos para perfis-chave; g) Criação, no âmbito do Departamento do Executivo encarregue do Planeamento Estratégico de um órgão que envolva estruturas representativas do empresariado nacional, os governos provinciais e os departamentos ministeriais relevantes para apoiar o processo de formulação de políticas e para acompanhar a execução do plano de criação das premissas para o desenvolvimento dos clusters e networks regionais PROMOVER O AVANÇO CIÊNTIFICO E TECNOLÓGICO O que separa os países em desenvolvimento dos países desenvolvidos não é simplesmente um desnível de recursos, mas também e sobretudo um grande desnível de conhecimentos. O desafio que se coloca a países em desenvolvimento como Angola é o de tirar o máximo rendimento da sociedade do conhecimento, para que possamos integrar a equipa de vencedores do processo de globalização em que estamos todos inseridos. Não há dúvidas de que os países que não fizerem um esforço para se aproximarem dos níveis de fronteira do conhecimento universal, ficarão irremediavelmente para trás. O conhecimento científico e tecnológico é o único factor de produção capaz de proporcionar às economias um crescimento perene, pois o mesmo conduz os países a obter ganhos de produtividade e competitividade sistemáticos levando, por conseguinte, à inovação quanto à produção e distribuição dos produtos e serviços produzidos. Tendo em conta sua importância estratégica, o MPLA considera que neste domínio, no período , devem perseguir-se os seguintes objectivos: a) Promover o avanço científico e tecnológico do País; b) Criar uma base nacional de inovação de produtos e processos; c) Adaptar, criativamente, os conhecimentos científicos e tecnológicos disponíveis no mundo. Para o efeito, deverão ser adoptadas as seguintes medidas: a) Promover a formação de quadros superiores com elevadas qualificações cientificas e tecnológicas; 72 Programa de Governo

73 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR b) Seleccionar quadros angolanos com elevado potencial analítico para estudarem em instituições universitárias mundiais líderes do conhecimento ciêntifico e tecnológico, num processo continuado, fazendo com que o País passe a possuir quadros que, nos mais diversos domínios do saber, se apresentem na fronteira do conhecimento; c) Apoiar a organização e estruturação pelas universidades nacionais, em parceria com as melhores instituições universitárias mundiais líderes do conhecimento científico e tecnológico, de programas de especialização e de diferenciação académica (mestrados, doutoramentos e pos-doutoramentos); d) Apoiar e criar incentivos materiais para o fomento da pesquisa e investigação a todos os níveis dos sistemas de educação e formação; e) Promover contactos internacionais e a efectivação de alianças estratégicas com empresas multinacionais líderes na pesquisa aplicada e centros de investigação tecnológica; f) Garantir e impulsionar o debate nacional sobre a pesquisa e desenvolvimento, promovendo a criação de agências de estudos e análises e de outras organizações não governamentais dedicadas à pesquisa e ao debate técnico-científico; g) Valorizar socialmente a investigação pela atribuição de prémios incentivadores; h) Aumentar as verbas orçamentais destinadas à investigação. Para o efeito, serão utilizados os seguintes instrumentos: a) Desenvolver o sistema de bolsas de estudo do País de modo a financiar, prioritariamente, os estudantes com elevados níveis de aproveitamento escolar; b) Criação de um sistema de subsídios à pesquisa e investigação, individual e de grupo; c) Criação de bibliotecas, mediatecas e centros de documentação especializados em obras de pesquisa e desenvolvimento; d) Criação de parques de desenvolvimento tecnológico e científico, virados para a pesquisa; e) Criação de redes sociais na Internet viradas para a pesquisa e desenvolvimento PROMOVER O DESENVOLVIMENTO EQUILIBRADO DO TERRITÓRIO A longa guerrra a que o País esteve submentido conduziu a sérios desequilíbrios territoriais, porque provocou grandes migrações internas e acelerou o processo de urbanização particularmente das províncias costeiras. Como consequência, as zonas urbanas concentram 58% do contingente populacional do País, particularmente nas grandes cidades das províncias de Luanda, Benguela, Huíla, Huambo e Kwanza Sul. Cada uma dessas 5 províncias tem mais de 1 milhão de habitantes e, no conjunto, Programa de Governo

74 representam 63% da população total do País (IBEP ). Este processo de concentração populacional vem sendo acompanhado da concentração das actividades económicas e da oferta de serviços públicos, o que se reflecte nas grandes assimetrias verificadas nos indicadores socioeconómicos do País. O MPLA considera que o combate aos desequilíbrios territoriais requer a implantação de pólos/eixos de desenvolvimento e de pólos de equilíbrio. Os primeiros correspondem a espaços que já possuam potencial e dinâmicas onde as intervenções públicas serão essencialmente catalizadoras e a rentabilidade social destes investimentos poderá colocar-se numa perspectivca de médio/longo prazo. Os segundos correspondem à necessidade de criar potencial e oportunidades onde não existem. Neste caso os resultados dos investimentos só serão verificados muito mais tarde. O Programa de Governo do MPLA para o período , neste domínio, deverá perseguir os seguintes objectivos: a) Desenvolver o potencial de cada território para o reforço da economia e o desenvolvimento nacional; b) Adequar o quadro de incentivos fiscais e parafiscais com a estratégia de desenvolvimento regional equilibrado do País; c) Transformar as capitais de província, e em particular a cidade capital do País, em cidades modernas, eficientes, criativas e solidárias; d) Diversificar os espaços de modernidade e de inserção internacional da economia, em particular no quadro da SADC; e) Estruturar o povoamento e criar uma rede de cidades que suportem e dinamizem o desenvolvimento dos territórios mais frágeis; f) Construir uma rede de transportes e comunicações que articule eficazmente o território e valorize a posição geo-estratégica de Angola; g) Implantar pólos de desenvolvimento económico nas regiões com menor nível de desenvolvimento económico e social; h) Valorizar os espaços da agricultura empresarial, através da criação das cadeias produtivas viradas para a satisfação da procura interna e a competitividade internacional; i) Capacitar do ponto de vista institucional as regiões menos desenvolvidas do País e promover as pré-condições do seu desenvolvimento endógeno. 74 Programa de Governo

75 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR Programa de Governo

76 76 Programa de Governo

77 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR 3. MELHORAR À QUALIDADE DE VIDA DOS ANGOLANOS Para o MPLA as políticas económicas só fazem sentido se contribuírem para o aumento do bem estar das populações. A melhoria da qualidade de vida do povo angolano de Cabinda ao Cunene e do mar ao leste deve estar estreitamente ligada a todo o processo de crescimento económico do país. Noutras palavras, para o MPLA o fim último do crescimento económico é a melhoria da qualidade de vida do povo. O modelo de desenvolvimento sustentável que o MPLA adoptou assenta essencialmente no desenvolvimento humano e num sistema justo de distribuição do rendimento nacional que permita o progresso material e espiritual de toda a sociedade de uma forma continuada e duradoira. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), divulgado pela ONU, tem-se apresentado universalmente como um indicador sintético de medição da qualidade de vida prevalecente num determinado país. Trata-se de uma medida comparativa do desempenho de um país em 3 dimensões: uma vida longa e saudável, o acesso ao conhecimento e um padrão de vida digno. O MPLA trabalhará para que o IDH de Angola actualmente situado em se eleve para o patamar de 0.531, colocando Angola próximo dos países de rendimento médio quanto a qualidade de vida. Para que tais objectivos sejam alcançados, o MPLA define os seguintes vectores de actuação: 3.1. CONTINUAR A DESENVOLVER E CONSOLIDAR AS ACÇÕES QUE VISAM UMA MELHOR REPARTIÇÃO DO RENDIMENTO NACIONAL A melhoria da repartição do rendimento nacional é um desígnio nacional para a realização do qual a política económica do Estado deve estar dimensionada. O MPLA considera que uma justa repartição da riqueza e do rendimento nacional é necessária não só do ponto de vista económico como também do ponto de vista político e ético. Para o MPLA, o aumento da qualidade de vida de toda a sociedade por intermédio de uma melhor distribuição do rendimento nacional constitui a sua principal prioridade de governação no período APOIAR OS PROGRAMAS MUNICIPAIS DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO E COMBATE À POBREZA Programa de Governo

78 Não obstante os progressos obtidos nos últimos anos, em 2008/2009 ainda existiam no país mais de 6 milhões de pessoas pobres, o equivalente a 36.6% da população (IBEP 2008/2009). Isto significa que cerca de 37 em cada 100 pessoas em Angola têm um nível de consumo abaixo de Kz ,00 mensais, valor que corresponde à linha de pobreza. Esta incidência é muito maior na zona rural, que tem mais de 4,3 milhões de pobres, o que representa 58,3% da população rural e 72% do total de pobres do país. Na zona urbana, a incidência da pobreza é menor, abrangendo quase 1,8 milhão de pessoas, o que corresponde a 18,7% da população urbana e 28% do total de pessoas pobres de Angola. A este respeito, o Programa de Governo do MPLA para o período tem como objectivo principal a redução da pobreza, em particular no meio rural, promovendo o acesso a uma alimentação de qualidade e a bens públicos essenciais à vida (água potável, saúde, educação, energia, saneamento e habitação). Mais especificamente, neste domínio o MPLA perseguirá os seguintes objectivos: a) Aumentar e diversificar a produção agro-pecuária e pesqueira, de forma sustentável, para melhorar os níveis de abastecimento alimentar da população e promover a implantação de projectos de desenvolvimento económico local; b) Reduzir o analfabetismo, ampliar o acesso ao ensino primário e oferecer oportunidades de formação para o trabalho agrícola e serviços técnicos, com ênfase nas populações do meio rural; c) Ampliar o acesso à água, à energia, ao saneamento e à habitação, particularmente na zona rural e sedes municipais; d) Combinar os esforços sectoriais e dos diversos níveis de subordinação (Central, Provincial e Municipal) para a implementação de políticas voltadas à melhoria das condições básicas de vida; e) Difundir a cultura do empreendedorismo, organizar os produtores e assistir as suas cooperativas e associações no acesso ao crédito e aos métodos modernos de produção e gestão de negócios. Para o efeito, serão adoptadas as seguintes medidas: a) Identificação e adopção imediata de medidas relacionadas com as infraestruturas que interferem diretamente com as condições básicas de vida e o combate à pobreza; b) Identificação e adopção imediata de medidas relacionadas com o amortecimento das tensões sociais, sobretudo para as populações em situação de risco, com ênfase nas condições básicas de vida e no combate à pobreza; c) Identificação e adopção imediata de medidas relacionadas com o nível de actividade económica capazes de gerar emprego e rendimentos para a população mais carente, que possam aumentar o suporte das condições básicas de vida e o combate à pobreza; 78 Programa de Governo

79 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR Os instrumentos a utilizar serão os seguintes: a) Programas municipais de desenvolvimento integrado e combate à pobreza; b) Programas de rendimento mínimo e outras formas de protecção social; c) Fomento habitacional numa perspectiva de integração económica e social MELHORAR A IMPLEMENTAÇÃO DE FORMA INTEGRADA DOS PROGRAMAS DE RENDIMENTO MÍNIMO E OUTRAS FORMAS DE PROTECÇÃO SOCIAL É necessária a protecção social aos grupos mais vulneráveis da população, ou seja, daqueles segmentos da população que se encontram em situação de risco face ao desemprego, à fome e à pobreza. Tratam-se de intervenções do Estado com vista a preservar o equilíbrio social. O MPLA considera que, a este respeito, deverão ser perseguidos os seguintes objectivos: a) Assegurar que a acção social contribua activamente para a redução da pobreza, através da promoção de um conjunto de intervenções articuladas, integradas e direccionadas para a prevenção e gestão do risco social; b) Garantir às populações mais vulneráveis condições básicas de vida em momentos de especial dificuldade da economia nacional ou de condições desfavoráveis no cenário internacional. As medidas a adoptar serão as seguintes: a) Implementação de um programa de rendimento mínimo (transferência directa de recursos) para pessoas em situação de risco e de extrema pobreza, associado ao cumprimento de acções de contra-partida que contribuam para a transformação da vida dos beneficiários e dos seus familiares; b) Definição de incentivos específicos para apoiar a agricultura familiar; c) Implementação de projectos de desenvolvimento rural integrados para a produção de alimentos e matérias-primas nos segmentos da agricultura, pecuária e pesca, com a construção e/ou reabilitação de infraestrutura básica, assistência técnica, fornecimento de sementes, inputs, instrumentos de trabalho e equipamentos necessários à execução dos planos de produção; d) Criação de um subsídio de assistência social especialmente orientado para o idoso em lares, incluindo uma rede com cobertura nas capitais provinciais; e) Protecção social das pessoas vulneráveis de acordo com o estabelecido na lei de bases da protecção social; f) Promoção de programas de formação profissional e reinserção de pessoas com necessidades especiais; g) Promover uma mobilização das organizações e entidades sociais para con- Programa de Governo

80 tribuir nos programas de sustentação de rendimento mínimo nas situações de contingência; h) Melhorar o sistema de protecção social, reforçar a sua eficácia e garantir a sua sustentabilidade; i) Procurar a convergência das respostas sociais para os diferentes grupos vulneráveis com vista à protecção das pessoas e comunidades; j) Mobilização de instituições da sociedade civil, organizações não governamentais e organizações comunitárias para participar do esforço de concepção, execução e acompanhamento das acções direccionadas à melhoria da qualidade de vida. Os instrumentos a utilizar serão os seguintes: a) Regulamentação e aplicação integral da Lei de Bases da Protecção Social b) Estratégia Nacional de Prevenção e Combate à Violência contra a Criança; c) Política de Assistência Social, como instrumento orientador das intervenções da assistência social; d) Política de protecção e desenvolvimento integral de crianças como instrumento dos princípios e compromissos da família, sociedade e do Estado perante as crianças, prevendo mecanismos concretos que assegurem a materialização dos 11 compromissos; e) Políticas de protecção de pessoas com deficiência; f) Programas específicos de assistência social AMPLIAR E MELHORAR SIGNIFICATIVAMENTE A QUALIDADE DOS SERVIÇOS DE SAÚDE Os indicadores da componente de saúde do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) reflectem os desafios que o Serviço Nacional de Saúde e o sector em geral enfrentam. A ampliação da cobertura, o reforço da capacidade institucional do sector e a melhoria na utilização eficiente dos recursos existentes são necessidades já identificadas com vista ao incremento do desempenho deste importante domínio da vida nacional. O Governo do MPLA, no período de 2012 a 2017, compromete-se a garantir, manter e aprofundar os ganhos em saúde já conseguidos, preservando o Serviço Nacional de Saúde e promovendo a sua reorganização e requalificação, desenvolvendo a saúde pública e reforçando a promoção da saúde e a participação dos indivíduos, das famílias e comunidades. Em consonância com a Política Nacional de Saúde, a governação do MPLA neste domínio assentará nos seguintes vectores estratégicos: a) Consolidação do processo de reforma do sector e de reforço da sua capacidade, nomeadamente a nível do município; 80 Programa de Governo

81 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR b) Ampliação das infraestruturas sanitárias e das iniciativas visando o reforço da capacidade de desempenho das mesmas; c) Redução da mortalidade materna, infantil e infanto-juvenil bem como da morbi-mortalidade por doenças do quadro nosológico nacional, devendo-se prestar uma atenção especial às doenças crónicas não transmissíveis; d) Capacitação dos quadros da saúde, dos indivíduos, das famílias e das comunidades para promoção e protecção da saúde. CONSOLIDAÇÃO DA REFORMA DO SECTOR Foram dados passos importantes no que se refere ao Sistema Nacional de Saúde (SNS) que foi reforçado com a adopção da Política Nacional de Saúde, a Política Farmacêutica, o Exercício da Carreira Farmacêutica, o regime jurídico de Gestão Hospitalar e a Carreira de Enfermagem. Procedeu-se à descentralização da gestão dos serviços de saúde a nível municipal que tem permitido o aumento do papel das administrações e equipas de saúde municipais na melhoria da gestão da saúde e do funcionamento dos serviços, tendo como resultado o incremento do acesso universal a cuidados integrados de saúde no nível primário da atenção. O MPLA considera que, no domínio da saúde, os principais objectivos a atingir são os seguintes: a) Aprofundar a reforma do Sistema Nacional de Saúde, assente na Política Nacional de Saúde, na elaboração do Plano de Desenvolvimento Sanitário, na definição do modelo de gestão e de financiamento dos serviços de saúde, na actualização constante da regulamentação do sector, na ampliação e melhoria das infra-estruturas, na garantia de um financiamento adequado e no desempenho optimizado do serviço nacional de saúde; b) Garantir o acesso universal e a utilização dos serviços de saúde baseados nos cuidados primários de saúde; c) Fortalecer o sistema e o Serviço Nacional de Saúde tendo o município como centro das actividades; d) Preservar o Serviço Nacional de Saúde como garante da saúde das populações, com o sector privado actuando de forma complementar e de acordo com a política nacional de saúde; e) Promover iniciativas visando a elevação da ética e do profissionalismo dos quadros. Os instrumentos a serem utilizados são os seguintes: A) Aprimorar as politicas, planos e orçamentos de Desenvolvimento Sanitário Nacional, provinciais e municipais de acordo com as prioridades do sector; b) Velar pela aplicação da legislação e das normas sanitárias nacionais e internacionais; Programa de Governo

82 c) Reforçar o Sistema Municipal de Saúde e a sua liderança local, garantindo o acesso universal, a qualidade e a continuidade dos serviços de saúde, assim como a sua utilização, tendo por base a legislação sobre a organização e o funcionamento dos órgãos de administração local do Estado; d) Assegurar a formação contínua e permanente dos técnicos de saúde realçando os aspectos técnicos, éticos, deontológicos e patrióticos; e) Promover a produção nacional de medicamentos, nomeadamente dos genéricos, e o uso da farmacopeia tradicional devidamente comprovada; f) Desenvolver a assistência farmaceutica de modo a garantir a provisão de medicamentos seguros, eficazes e de qualidade que deverão ser disponibilizados gratuitamente ou de forma comparticipada; g) Melhorar os sistemas de aquisição, armazenamento e distribuição de medicamentos e dispositivos médicos, com vista a melhorar a sua utilização e diminuir os desperdícios; h) Aprimorar o sistema de informação sanitária, promovendo o uso de novas tecnologias de informação e introduzindo o cartão do utente para facilitar o seguimento do doente; i) Estudar a institucionalização de novos mecanismos de financiamento complementar da saúde, nomeadamente através de sistemas de seguro social e outras modalidades de pré-pagamento. PROMOÇÃO DE SERVIÇOS HOSPITALARES PROVINCIAIS E CENTROS REGIONAIS Tem-se verificado um aumento significativo de consultas externas, internamentos, partos institucionais e procedimentos médicos de alta complexidade oferecidos a nível dos hospitais de referência. Este aumento significativo da procura por serviços de saúde a nível local justifica a implantação de novos serviços especializados a nível provincial e regional, com vista a diminuir as evacuações médicas e cuidar dos casos referidos das unidades periféricas. Neste domínio, os principais objectivos a alcançar são os seguintes: a) Promoção de serviços e centros hospitalares de excelência e de referência, a nível nacional, regional e provincial, equipados com novas tecnologias de diagnóstico, tratamento e reabilitação e com técnicos e gestores devidamente habilitados; b) Reduzir significativamente as evacuações de doentes para diagnóstico e tratamento fora do País; c) Aumentar e melhorar a capacidade de diagnóstico e tratamento, relativamente às doenças genéticas e às patologias não transmissíveis; d) Aumentar o número de camas de 8 até 16 por habitantes. Os instrumentos a utilizar são os seguintes: a) Reabilitação, construção e apetrechamento de serviços especializados de exce- 82 Programa de Governo

83 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR lência, com destaque para Luanda, Cabinda, Huambo, Malange, Benguela e Huíla; b) Implementação de parcerias público privadas com hospitais privados e empresas dedicadas à gestão hospitalar de reconhecida capacidade e de renome internacional; c) Formação de especialistas em ciências médicas e sistemas de saúde, para desenvolver e melhorar a prestação de serviços e pesquisa; d) Fortalecer o papel das unidades sanitárias na formação pré e pós-graduada dos técnicos de saúde a todos os níveis; e) Melhorar a eficiência e a qualidade da gestão hospitalar através da formação de gestores a todos os níveis e utilização de ferramentas de gestão baseadas na obtenção de resultados. REDUÇÃO DA MORTALIDADE MATERNA, INFANTIL E INFANTO- JUVENIL BEM COMO DA MORBI-MORTALIDADE POR DOENÇAS DO QUADRO NOSOLÓGICO NACIONAL Progressos notáveis têm sido registados na diminuição da mortalidade materna, infantil, infanto-juvenil e adulta, devido à efectividade dos programas de saúde pública, nomeadamente da vacinação e controlo das grandes endemias. Porém, o MPLA considera que uma atenção especial deve ser prestada às doenças crónicas não transmissíveis e às vítimas de acidentes e de violência. Neste domínio, o MPLA considera os seguintes objectivos e metas: a) Reduzir o rácio de mortalidade materna até 415 por cem mil nados vivos (415/100000nv); b) Diminuir a mortalidade infantil até 70 por mil nados vivos (70/1000nv); c) Reduzir a mortalidade nos menores de 5 anos até 127 por mil nados vivos (127/1000nv); d) Alcançar uma cobertura de vacinação (Pentavalente 3 e Sarampo) de 90 % nos menores de um ano, em todos os municípios; e) Manter a seroprevalência do vírus VIH abaixo de 1% nos jovens de anos, e abaixo de 2% nos adultos de anos de idade. Reduzir a transmissão vertical do VIH do binómio mãe-criança; f) Interromper definitivamente a circulação do vírus da poliomielite; g) Reduzir a taxa de mortalidade nos adultos de anos até 250 por mil. Os instrumentos a utilizar são os seguintes: a) Oferecer e implementar o pacote completo dos serviços essenciais de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação em todas as unidades sanitárias de atenção primária; b) Aumentar a cobertura e a qualidade dos programas de saúde pública, com particular atenção à vacinação, saúde reprodutiva, atenção integrada às doenças da Programa de Governo

84 infância, nutrição, VIH e SIDA, Malária, Tuberculose, Lepra, Doença do Sono e doenças crónicas não transmissíveis; c) Aumentar até 70% o acesso ao parto assistido por profissionais de saúde qualificados; d) Criar Comités (Nacional, Provincial, Municipal e institucionais) de prevenção e auditoria das mortes maternas e perinatais; e) Assegurar a formação contínua das equipas municipais de saúde, tanto na planificação e prestação de serviços e cuidados, como na gestão financeira, adopção de novas tecnologias, gestão de recursos humanos e sistema de informação; f) Garantir o abastecimento regular a todas as unidades sanitárias em medicamentos essenciais (genéricos), vacinas, material gastável e reagentes e equipamento básico; g) Promover as parcerias nacionais e internacionais em prol da redução da mortalidade materna e infantil e dos programas de combate às grandes endemias. CAPACITAÇÃO DOS QUADROS DA SAÚDE, DOS INDIVÍDUOS, DAS FAMÍLIAS E DAS COMUNIDADES PARA PROMOÇÃO E PROTECÇÃO DA SAÚDE Têm-se registado avanços importantes no desenvolvimento das políticas de formação e gestão dos recursos humanos do sector, incluindo políticas que visam assegurar a melhoria das condições de trabalho, a fixação de quadros a nível local, o acesso a pós- -graduação, especialização e o desenvolvimento da carreira de medicina. A este respeito, há a registar o relançamento das Escolas Técnicas de Formação com cursos de enfermagem e tecnologias de saúde. Actualmente o sector conta com médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e terapeutas, técnicos de apoio hospitalar e técnicos do regime geral, números ainda insuficientes para satisfazer as reais necessidades do país. Os objectivos e metas a atingir neste domínio são os seguintes: a) Acelerar a implementação dos programas de formação técnico profissional e de especialização, particularmente a nível Regional e Provincial, de forma a responder às necessidades crescentes do sector; b) Promover estilos de vida saudáveis, capacitando os indivíduos, as famílias e as comunidades com conhecimentos e habilidades para a prevenção de doenças e promoção da saúde; c) Melhorar as condições de trabalho e a fixação dos profissionais do sector, particularmente nas áreas rurais, peri-urbanas e de difícil acesso. As medidas de política e os intrumentos a utilizar são os seguintes: a) Actualizar o Plano Nacional de Desenvolvimento e Gestão de Recursos Humanos de saúde; 84 Programa de Governo

85 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR b) Aumentar a taxa de médicos de 2/ em 2011 para 5/ habitantes em 2017; c) Formar Enfermeiros e técnicos de saúde; d) Melhorar as condições de ensino e a qualidade dos currículos e programas de formação nas Escolas Técnicas Provinciais, Institutos Médios (IMS) e Escolas Técnicas e Profissionais de Saúde (ETPS); e) Orientar o Sistema Nacional de Saúde em prol da promoção de estilos de vida mais saudáveis, no âmbito dos cuidados primários de saúde; f) Combater os factores de risco que concorrem para a degradação da saúde das populações, tais como o álcool, tabaco, sedentarismo e alimentação desequilibrada; g) Prevenir e dar resposta aos traumatismos causados pela violência e os acidentes rodoviários, promovendo medidas de prevenção, tratamento e reabilitação; h) Desenvolver programas educativos de prevenção e promoção da saúde dirigidos à Juventude; i) Formar agentes comunitários capazes de realizar a ligação entre as unidades sanitárias e as famílias, dando prioridade às acções de prevenção de doenças e de promoção da saúde; j) Promover a participação dos indivíduos, comunidades, organizações sócio- -profissionais e da sociedade civil no processo decisório da saúde, nomeadamente através dos Conselhos Provinciais, Municipais e Comunais de Auscultação e Concertação social PROMOVER ACÇÕES QUE VISEM À GESTÃO SUSTENTADA DOS RECURSOS NATURAIS E DO AMBIENTE O equilíbrio entre o processo de crescimento económico e a preservação ambiental é uma questão central do mundo moderno. O MPLA considera que para vencer os desafios que se colocam neste domínio deve ser adoptado um conjunto de instrumentos de gestão ambiental tendentes a proporcionar a integração e a conciliação dos aspectos ambientais em todos os programs e planos gerais e sectoriais de desenvolvimento económico e social, como premissa para o alcance do desenvolvimento sustentável. No domínio do ambiente, os objectivos a alcançar pelo MPLA são os seguintes: a) Criar um conjunto de mecanismos capazes de garantir a preservação do ambiente sem que estes representem obstáculos ao processo de desenvolvimento; b) Contribuir para a sustentabilidade da produção petrolífera e demais produções que exploram os recursos naturais do país; c) Promover a gestão, remoção e eliminação dos desperdícios petrolíferos gerados no mar e em terra; Programa de Governo

86 d) Desenvolver um plano de monitorização ambiental para o sector petrolífero, de gás e da indústria petroquímica; e) Desenvolver um Sistema Nacional de Controlo de Indicadores Ambientais e inseri-los no Plano de Desenvolvimento Sustentável; f) Assegurar a gestão integrada de recursos hídricos, visando a protecção dos ecossistemas e da biodiversidade, bem como a salvaguarda de satisfação da procura para os diferentes usos. As medidas a adoptar são as seguintes: a) Fortalecer a Comissão Multisectorial do Ambiente de forma descentralizada e com foco na integração sustentável do território, no combate à seca, na gestão do solo e no combate ao desmatamento; b) Integrar as entidades executoras da política ambiental, através de intervenções locais, zoneamento ecológico, económico, industrial e urbano; c) Promover as tecnologias ambientais limpas, da legislação contra a poluição e da gestão ambiental de resíduos sólidos, do ar e da água; d) Controlar o ritmo de exploração dos recursos naturais, em particular de petróleo e gás natural que considere a evolução das reservas técnicas economicamente viáveis; e) Diversificar a oferta de combustível com recurso aos biocombustíveis no âmbito da redução de emissões de gases de efeito estufa; f) Desenvolver uma Estratégia Nacional de Resíduos; g) Elaborar uma Estratégia de gestão dos parques Nacionais e as reservas Naturais e Integrais e áreas de Conservação; h) Criar entidades de gestão das bacias prioritárias e a elaboração dos planos directores gerais das bacias hidrográficas; i) Aumentar a contribuição das novas e renováveis fontes de energia (eólica + solar) em toda a matriz energética; j) Sensibilizar, educar e formar das populações, inclusive multiplicadores, nos diferentes domínios que concorrem para a preservação a partir das iniciativas da própria sociedade; k) Optimizar os recursos financeiros de compensação ambiental e fortalecimento do fundo ambiental; l) Criar unidades de conservação terrestres e marítimo/costeiras para favorecer a investigação científica e aplicada a biodiversidade; m) Desenvolver acções para a gestão ambiental do sector produtivo, através de programas de incentivo à eficiência energética e à captação de créditos de carbono. Os instrumentos a utilizar são os seguintes: a) Programa de Gestão Ambiental Compartilhada/Participativa; 86 Programa de Governo

87 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR b) Programa de Educação e Capacitação para a Gestão Ambiental; c) Programa de Qualidade Ambiental; d) Programa de Conservação da Biodiversidade e Áreas de Conservação; e) Programa de Produção Sustentável; f) Planos Directores Gerais de Bacias Hidrográficas; g) Programa de Suporte Económico à Gestão Ambiental; h) Programa de Desenvolvimento do Sector Eléctrico; i) Lei de Bases do ambiente Lei 5/89; j) Lei das actividades petrolíferas Lei 10/04; k) Decreto Executivo 08/05 sobre gestão e remoção e tratamento de desperdícios petrolíferos; l) Decreto 51/04 sobre avaliação do impacto ambiental CONTINUAR A EXPANDIR E MELHORAR SIGNIFICATIVAMENTE A QUALIDADE DO SISTEMA DE EDUCAÇÃO Com o advento da Paz, o número de alunos nos vários níveis de ensino que precedem o ensino universitário aumentou de modo considerável. Em 2002, o efectivo escolar não universitário era de , em 2008 de e em 2010 de Em 2011, este número passou para 6.7 milhões, isto é, em menos de 10 anos o efectivo escolar não universitário mais do que triplicou. A maior revolução registou-se no ensino primário que passou de efectivos em 2002 para em 2008 e para em Em 2011 o número de alunos no ensino primário ascendeu para 4.9 milhões de efectivos. O corpo docente também registou uma evolução assinalável, tendo passado de efectivos em 2002 para em 2008 e para efectivos em Em 2011, o efectivo docente não universitário foi de 218 mil. O número de salas de aula no ensino não universitário era de em 2002, passando para em 2008 e para salas de aula em Em 2011 este número ascendeu para salas de aula. O número de estudantes do ensino superior passou de em 2002 para em 2008 e para em Em 2011, este número ascendia a 150 mil estudantes. O número de bolsas internas no ensino superior evoluiu de em 2008, para em 2011 e para em Foram construídas novas infraestruturas de instituições de ensino superior no Cunene, Kwando Kubango, Cabinda, Moxico, Huambo, Zaire e Kwanza Norte. Programa de Governo

88 Em termos de instituições autónomas às Universidades, estão em fase de construção o Instituto Superior de tecnologias de Informação e Comunicação em Luanda, o Instituto Superior de Petróleos no Kwanza Sul, a Escola Superior de Tecnologia Agro- -Alimentar em Malange e o Instituto Superior de Pescas no Namibe. O MPLA considera que, sendo assinalável à evolução quantitativa do sector, torna-se agora necessário prestar uma atenção muito especial à qualidade do ensino ministrado, removendo os constrangimentos existentes sobretudo em matéria de recursos humanos e de gestão do sistema. O MPLA considera que, neste domínio, devem alcançar-se os seguintes objectivos: a) Aumentar consideravelmente a qualidade de ensino a todos os níves do sistema de educação, dando uma atenção especial à qualidade do corpo docente e do sistema de avaliação das aprendizagens; b) Para o efeito devem ser definidos mecanismos permanentes de avaliação e controlo da qualidade de ensino nos diversos subsistemas; c) Continuar o processo de expansão da infraestrutura escolar do país a todos os níveis do sistema de educação e ensino; d) Prosseguir com a consolidação do sistema de educação e com as reformas em curso nos diferentes subsistemas e monitorar permanentemente a sua evolução através de dispositivos tais como a formação de professores, a gestão de currículos, o sistema de avaliação das aprendizagens e o modelo de financiamento; e) Ampliar a capacidade de produção científica e de transmissão de conhecimentos do corpo docente nacional; f) Realizar esforços específicos no sentido de melhorar o desempenho do país no que tange a componente de educação do IDH, melhorando o Acesso ao Conhecimento ; g) Reorientar o ensino superior e o ensino técnico profissional para que os mesmos estejam sempre em linha com as necessidades e prioridades do desenvolvimento económico e social do país; h) Assegurar o ingresso de 200 mil novos estudantes no subsistema de ensino superior; i) Continuar com a atribuição de bolsas internas, estendendo-as à pós-graduação com prioridade para o incentivo à docência e investigação científica; j) Continuar com o envio de estudantes para o exterior do País, privilegiando as áreas relacionadas com a reconstrução, desenvolvimento e modernização do País; k) Assegurar o envio de novos estudantes para o exterior do País, com primazia para a pós-graduação; l) Evoluir a formação em Angola dos actuais 100 médicos anuais para 500 a partir de Programa de Governo

89 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR As medidas a adoptar são as seguintes: a) Atracção para o corpo docente, a todos os níveis do sistema de educação, de pessoas com o perfil científico, técnico e pedagógico adequado; b) Ampliação da taxa de escolarização no ensino primário, secundário e ensino superior, com a construção e apetrechamento de novas unidades e expansão de escolas e instituições existentes; c) Construção e apetrechamento de centros ou de instalações apropriadas para assegurar a oferta de ensino a crianças com 5 anos de idade, d) Elaboração de programas de combate ao abandono escolar e correcção do fluxo escolar; e) Asseguramento do Apoio Pedagógico Acrescido para alunos com necessidades educativas especiais; f) Universalização da merenda escolar nas escolas públicas do ensino primário; g) Implantação do transporte escolar para crianças matriculadas em escolas distantes do local de residência, com particular realce para as zonas rurais; h) Dar continuidade e reforçar o programa de alfabetização de adultos; i) Promoção do acesso gratuito ao livro no ensino primário; j) Elaboração de programas para a valorização do professor (formação e melhoria salarial); k) Ampliação do ensino técnico e de preparação para o trabalho, através de centros de formação geridos em cooperação com entidades das organizações empresariais; l) Avaliação do desempenho de todas as instituições de ensino e de formação profissional; m) Concepção e implementação de um sólido mecanismo de capacitação e qualificação do corpo docente e de formadores do sistema de educação e de formação profissional; n) Concepção e implementação de um mecanismo eficaz de gestão das instituições de ensino e de formação profissional; o) Reestruturação da inspecção da educação, de modo a colocá-la mais próxima da escola; p) Institucionalização das Zonas de Influência Pedagógica, enquanto agrupamento de escolas (Clusters) que juntam sinergias e partilham meios e recursos com vista ao aperfeiçoamento académico, pedagógico e de gestão escolar. Para o efeito, serão utilizados os seguintes instrumentos: a) Obrigatoriedade e gratuitidade do Ensino até ao 1º ciclo do Ensino Secundário (9 anos de escolaridade); b) Regulamentação de todo o tipo de cobrança nos diferentes níveis do Sistema de Programa de Governo

90 Educação, com o combate acérrimo à especulação e à prática ilícita de cobranças pelos diferentes actores do sistema de educação; c) Institucionalização generalizada dos Conselhos de Pais nas Escolas Públicas; d) Implantação de um sistema de avaliação sistemática do desempenho escolar; e) Regulamentação da autonomia financeira de todas as instituições de ensino a todos os níveis do sistema de educação; f) Implantação do Plano de formação de Quadros e de Formação Profissional AMPLIAR E MELHORAR OS SERVIÇOS DE CULTURA Os serviços prestados no domínio da cultura, apesar dos esforços que têm sido desenvolvidos, apresentam como principal constrangimento a inexistência de infraestruturas específicas para o bom desempenho da actividade cultural, isto é, as instalações actuais, quer as herdadas do período colonial, como as que foram erguidas após a independência nacional, são insuficientes para atender a demanda por estes serviços. Neste domínio, o Governo do MPLA, terá como objectivo geral a promoção do acesso de todos os cidadãos aos benefícios da cultura sem qualquer tipo de discriminação, tomando em linha de conta as aspirações dos diferentes segmentos da população, promovendo deste modo a liberdade de expressão e a mais ampla participação dos cidadãos na vida cultural do país, o fortalecimento livre e harmonioso da sua personalidade e o respeito dos usos e costumes favoráveis ao desenvolvimento, o que contribuirá para a consolidação da nossa identidade nacional, caracterizada pela diversidade cultural. PROMOÇÃO DO ACESSO AO ENSINO E USO DAS LÍNGUAS NACIONAIS DE ANGOLA EM TODOS OS DOMÍNIOS, ASSIM COMO AS PRINCIPAIS LÍNGUAS DE COMUNICAÇÃO INTERNACIONAL As línguas constituem um importante repositório e veículo de transmissão da cultura em qualquer comunidade. Elas transmitem todas as expressões que envolvem um povo quer sejam culturais, científicas, técnicas, simbólicas, espirituais e históricas. Com efeito, o MPLA defende a promoção do estudo, ensino e uso das línguas nacionais em todas as esferas da vida nacional e, em particular, no sistema de ensino e da comunicação social. Para o efeito, o Governo do MPLA neste domínio deverá alcançar os seguintes objectivos: a) Garantir o uso, estudo e ensino das línguas nacionais de Angola, por fases, de acordo com o número dos seus falantes; b) Garantir a formação de especialistas (linguistas e professores), a todos os níveis, em línguas nacionais e internacionais; c) Garantir a execução de projectos de investigação na área das linguas nacionais; d) Introduzir as línguas internacionais (inglês e francês) no ensino como línguas obrigatórias até ao 12º ano. 90 Programa de Governo

91 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR As medidas a serem adoptadas são as seguintes: a) Constituição do corpo docente para línguas nacionais em todos os estabelecimentos de ensino até ao ensino Médio; b) Introdução das línguas nacionais, por opção, em alguns cursos universitários (Direito, Medicina, Comunicação Social, Administração); c) Garantir a existência de um número razoável de quadros angolanos que se expressem fluentemente em línguas nacionais; d) Garantir a existência de um número razoável de quadros angolanos que se expressem fluentemente em línguas internacionais (inglês e francês); e) Garantir a construção do edifício para o ILN- Instituto de Línguas Nacionais; Os instrumentos a utilizar são os seguintes: a) Estatuto das Línguas Nacionais; b) Protocolos com as Instituições do Ensino Superior. IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA NACIONAL DE MUSEUS Visando garantir a preservação do vasto acervo de valor museológico à guarda dos Museus do país, e na perspectiva de proceder à valorização de factos e artefactos da história antiga ou contemporânea para a criação de novos Museus, impõe-se o estabelecimento de uma rede coerente de Museus que cumpra a função de divulgação da história e da cultura de Angola nos mais variados períodos. O MPLA considera que, neste domínio, devem alcançar-se os seguintes objectivos: a) Promover a valorização, a preservação e a fruição do património cultural angolano, considerado como um dos dispositivos de inclusão social e cidadania, por meio do desenvolvimento e da revitalização das instituições museológicas existentes; b) Fomentar a criatividade para o surgimento de novos processos de produção e de conservação de memórias de diversidade social, étnica e cultural do país. As medidas a adoptar são as seguintes: a) Gestão e configuração do campo museológico; b) Democratização e acesso aos bens culturais; c) Formação e capacitação de recursos humanos; d) Informatização de museus; e) Modernização de infra-estruturas museológicas; f) Financiamento e fomento dos museus; g) Aquisição e gestão de acervos museológicos. Os instrumentos a utilizar são os seguintes: a) Estatuto Geral dos Museus; b) Lei Quadro dos Museus. Programa de Governo

92 IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA NACIONAL DE ARQUIVOS HISTÓRICOS O Sistema Nacional de Arquivos Históricos é a forma integrada de funcionamento dos arquivos da administração pública, empresas públicas e privadas e organizações, dirigidas pelo órgão reitor da política arquivística. É dever do Poder Público tratar da gestão documental e da protecção especial de arquivos, como instrumento de apoio à administração, à cultura, ao desenvolvimento científico e como elementos de prova e informação. Neste domínio devem ser alcançados os seguintes objectivos: a) Implementar a construção do edifício do Arquivo Nacional; b) Garantir a orientação metodológica dos diversos níveis hierárquicos dos arquivos que compõem o Sistema Nacional; c) Zelar pelo cumprimento efectivo das normas e regras arquivísticas emanadas pelo órgão reitor do sistema; d) Garantir a criação dos arquivos a nível central. As medidas a adoptar são as seguintes: a) Aprovação da Lei Geral dos Arquivos Históricos; b) Construção do Arquivo Nacional Histórico como entidade guardiã da Memória Nacional; c) Construção dos arquivos provinciais, enquanto estruturas integrantes da rede do Sistema Nacional de Arquivos; d) Inspecção dos arquivos públicos e privados. IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE CENTROS CULTURAIS Os Centros culturais são espaços destinados ao desenvolvimento da actividade cultural na sua diversidade, pelo que implica garantir à população serviços que permitam o fruir da sua cultura. Neste domínio os objectivos a atingir pelo Governo do MPLA são os seguintes: a) Incentivar as Comunidades no sentido da criação de centros culturais; b) Garantir a criação de infraestruturas vocacionadas para espectáculos (teatro, dança, música, cinema); c) Criação de Casas de Cultura nos diversos municípios; d) Garantir o resgate das diferentes manifestações culturais. As medidas a serem adoptadas são as seguintes: a) Construção de infraestruturas vocacionadas para os espectáculos (teatro, dança, música) e realização de exposições de artes; b) Construção das Casas de Cultura nos diversos municípios. 92 Programa de Governo

93 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR A lei do Mecenato e as parcerias público privadas serão os principais instrumentos de financiamento a utilizar neste domínio. IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA NACIONAL DE BIBLIOTECAS Visando a disponibilização de informação nos mais variados suportes, para o desenvolvimento da investigação, da educação, recreação, as bibliotecas cumprem um papel fundamental no desenvolvimento cultural do indivíduo. Reconhecendo a insuficiência de bibliotecas públicas e a necessidade da sua expansão por todo o país com vista a uma melhor prestação de serviços, o MPLA considera que o principal objectivo neste domínio deve ser a garantia do funcionamento regular das bibliotecas em todo o país. Para o efeito, as medidas a adoptar são as seguintes: a) Construção da Biblioteca Nacional; b) Criação do Sistema de Bibliotecas Públicas; c) Construção de Bibliotecas Públicas em todo o País; d) Gestão do acervo bibliográfico através das novas tecnologias, garantindo a modernização dos seus equipamentos. O principal instrumento a utilizar é a Política Nacional do Livro e de Promoção da Leitura Pública. IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA NACIONAL DE PROGRAMAS CULTURAIS MUNICIPAIS Os programas culturais municipais deverão atender as necessidades das comunidades para o desenvolvimento da cultura local, através da realização de manifestações culturais, como expressão máxima da diversidade cultural do povo angolano; Neste sentido, os objectivos a atingir são os seguintes: a) Estabelecer e implementar políticas culturais, em consonância com as necessidades e aspirações da comunidade; b) Consolidar um sistema público municipal de gestão cultural. As medidas a adoptar são as seguintes: a) Realização regular de manifestações culturais locais; b) Realização destas Manifestações através da implementação de um sistema nacional de actividades culturais locais; c) Divulgação das manifestações culturais dos municípios; d) Desenvolvimento do turismo científico e cultural nos municípios; e) Recolha de dados sobre a realidade cultural do município, com vista à identificação, registo e mapeamento dos diversos artistas, produtores, técnicos, utentes, profissionais, bem como grupos, entidades e equipamentos culturais existentes; Programa de Governo

94 f) Realização de cursos de gestão e produção cultural, técnica e artística nas suas diversas áreas. O principal instrumento a utilizar é a Legislação da Actividade Cultural das Municipalidades. INVESTIGAÇÃO ETNOGRÁFICA A promoção da pesquisa, estudo e divulgação da cultura angolana constitui uma condição importante para se conhecerem as linhas de continuidade e para se estabelecerem as interligações culturais. O conhecimento das práticas culturais e sociais das comunidades constitui igualmente um factor de grande relevância para a melhoria da acção governativa, em particular no que respeita às questões relativas ao planeamento estratégico. Visando garantir o aprofundamento dos estudos científicos sobre a realidade sociocultural do país, o MPLA considera que se devem prosseguir os seguintes objectivos: a) Garantir o desenvolvimento da investigação científica no domínio cultural; b) Garantir o financiamento de projectos de investigação científica no domínio da cultura e das artes. As medidas a adoptar são as seguintes: a) Produção de estudos sobre a problemática linguística do país; b) Desenvolvimento do projecto de investigação e edição da História Geral de Angola; c) Realização de estudos sobre a problemática do fenómeno religioso em Angola; d) Realização de investigação dos conteúdos antropológicos e etnográficos dos Museus do país; e) Recolha das técnicas e saberes endógenos para a sua divulgação à sociedade em geral e às novas gerações em particular; f) Realização de estudos sobre a Literatura nacional; g) Estudos sobre o património tangível e intangível; h) Estudos sobre o património arqueológico (Estações arqueológicas e Estações de Arte Rupestre); i) Estudos sobre o Património Histórico, Cultural e Natural tendo em vista a sua valorização e inscrição na Lista do Património Mundial. Os instrumentos a utilizar são os seguintes: a) Legislação de suporte à área de investigação científica; b) Estabelecimento de convénios com instituições científicas nacionais e internacionais. 94 Programa de Governo

95 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR CONTINUAR A PRESTAR UMA ATENÇÃO ESPECIAL AOS ANTIGOS COMBATENTES E VETERANOS DA PÁTRIA, BEM COMO A REINSERÇÃO SOCIAL DOS EX- MILITARES. O Governo do MPLA continuará a promover acções de natureza política, económica, social e cultural visando a dignificação dos antigos combatentes, veteranos da Pátria e ex-militares, em reconhecimento à sua participação na Luta de Libertação Nacional e na defesa da Pátria. No que diz respeito aos direitos deste importante segmento da população previstos por Lei, essencialmente nos domínios do emprego, formação sócio profissional, saúde, ensino, habitação e apoio no caso de morte, o MPLA considera que o Estado deverá adoptar mecanismos que permitam a sua efectiva implementação. De modo mais específico, o MPLA considera que, neste domínio devem ser alcançados os seguintes objectivos: a) Resgatar a dívida social para com os Antigos Combatentes, Veteranos da Pátria e ex-militares, através do reconhecimento da sua importância e da geração de oportunidades para a sua reinserção na actividade produtiva do país; b) Promover acções de reintegração dos ex-militares de forma específica e diferenciada através da qualificação profissional; c) Criação de mecanismos adicionais de apoio às famílias dos antigos combatentes, Veteranos da Pátria e ex-militares, de modo a garantir-lhes os meios necessários à manutenção das condições básicas de vida, proporcionando-lhes uma vida digna, principalmente no que respeita à assistência médica e medicamentosa e à habitação. As medidas a serem adoptadas são as seguintes: a) Incentivos para o aumento e diversificação dos rendimentos dos Antigos Combatentes, Veteranos da Pátria e ex-militares; b) Prestação de serviços de assistência jurídica aos Antigos Combatentes, Veteranos de Guerra e ex-militares no âmbito da materialização dos direitos que a Lei lhes confere; c) Dinamização dos circuitos de comercialização local através do aproveitamento da mão de obra de ex-militares e Veteranos da Pátria; d) Melhoria do acesso à reabilitação integral de ex-militares com deficiência. Serão utilizados os seguintes instumentos: e) Programas de reintegração sócio-económica dos ex-militares, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria; b) Programas de alfabetização, de ensino especial e de inclusão profissional; c) Programa de Reabilitação com ajuda da comunidade para ex-militares e Veteranos da Pátria com deficiências físicas; d) Programa de atribuição de assistência técnica e dispositivos de compensação a ex-militares com deficiência. Programa de Governo

96 96 Programa de Governo

97 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR 4. ELEVAR A INSERÇÃO DA JUVENTUDE NA VIDA ACTIVA A juventude angolana constitui o maior potencial de desenvolvimento do país, mas ainda enfrenta dificuldades de grande dimensão, tais como altas taxas de desemprego, difícil inserção no mercado de trabalho, difícil acesso à educação e à habitação condigna, prevalência de doenças sexualmente transmissíveis, entre outros constrangimentos. O MPLA considera que investir nos jovens é a melhor garantia para a construção de um país próspero, moderno e desenvolvido. Por esta razão, tem dedicado uma atenção especial à solução dos problemas da juventude. O Programa Angola Jovem lançado em 2005 tem apresentado resultados encorajadores. Com vista à promoção do auto-emprego foram desenvolvidas acções de formação e capacitação de jovens que se organizaram em cooperatrivas de moto-taxi, fabrico de artefactos de construção civil, lavagem de carros, corte e costura, pesca fluvial, soldadura, etc. No âmbito deste programa tem sido desenvolvido o crédito financeiro a jovens com vista a desenvolverem os seus planos de negócios, bem como tem sido promovida a construção de habitação social - foram distribuídos kits de material de construção e construídas cerca de casas económicas e 500 casas de renda média. No sentido de fortalecer o associativismo juvenil e a ocupação dos tempos livres da juventude, foram construídos e apetrechados 21 centros comunitários da juventude e 6 casas da juventude. O MPLA tem consciência de que muito ainda há a fazer para a solução sustentada dos principais problemas da juventude, devendo a solução destes problemas obedecer aos seguintes vectores NO DOMÍNIO DA JUVENTUDE PROMOÇÃO DE SOLUÇÕES PARA OS PRINCIPAIS PROBLEMAS DA JUVENTUDE E EFECTIVAÇÃO DOS GRANDES OBJECTIVOS DE DEMOCRACIA PARTICIPATIVA E DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL O Programa de Governo do MPLA considera que, neste domínio, devem-se perseguir os seguintes objectivos específicos: a) Assegurar a reinserção socioprofissional de jovens desmobilizados e outros com necessidades especiais, concedendo-lhes oportunidades de desenvolvimento social com vista à melhoria das suas condições de vida; Programa de Governo

98 b) Desenvolver projectos de saúde reprodutiva que visem a prevenção das infecções de transmissão sexual, incluindo o VIH/SIDA, a gravidez precoce e a influência de hábitos e constumes que traduzem diferentes formas de manifestação de delinquência infanto-juvenil, visando atingir um universo de 5 milhões de jovens; c) Garantir que os jovens infectados com VIH/SIDA tenham acesso ao tratamento, incluindo os serviços de prevenção da transmissão vertical, a profilaxia, os serviços de acompanhamento pós-infecção e a terapia antiretroviral; d) Promover o desenvolvimento do associativismo juvenil e estudantil e dinamizar a formação dos líderes juvenis, dotando-os de capacidade de liderança e gestão associativa; e) Mobilizar a juventude para a sua aderência aos programas de formação profisional e criar fundos destinados ao incentivo e apoio aos jovens empreendedores, promovendo a criação de 50 incubadoras de negócios; f) Assegurar o acesso de jovens ao crédito bonificado, visando a melhoria das condições de vida da juventude (habitação, pequenos negócios, estudo, etc.); g) Estimular a educação patriótica e promover os valores morais, éticos, cívicos, o respeito pelos símbolos nacionais, os direitos e liberdades fundamentais incentivando os jovens a uma vida responsável e contribuindo para a paz, entendimento, tolerância, diálogo e respeito mútuo e desencorajando a participação em actos de violência, xenofobia, discriminação racial e terrorismo; h) Consciencializar a juventude sobre os efeitos nefastos do consumo de bebidas alcoólicas, tabaco e outras substâncias psicotrópicas; i) Criar e implementar o Estatuto do Dirigente Associativo, para tornar mais pró- -activas as associações juvenis e estudantis; j) Promover acções com carácter formativo e de ocupação dos tempos livres da juventude; k) Programar e realizar 2 festivais nacionais, 4 acampamentos nacionais, 12 excursões e colónias de férias com vista a promover o intercâmbio inter-provincial e a reforçar a unidade nacional, a identidade cultural e o conhecimento da realidade cultural e sócio económica do país; l) Promover no seio dos jovens com baixo índice de escolarização, programas de qualificação que os habilitem a desenvolver os seus próprios negócios e projectos profissionais; m) Fortalecer o movimento associativo e estudantil angolano; n) Implementar programas de formação contínua dos líderes juvenis; o) Despertar e mobilizar os jovens para a auto-construção dirigida, proporcionando o acesso a terrenos infraestruturados, a assistência técnica na implementação das obras e o correspondente crédito bonificado; p) Fomentar o intercâmbio sócio-cultural, turístico, desportivo e recreativo com jovens de outros países, sobretudo com os países da região austral do continente; 98 Programa de Governo

99 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR q) Continuar a implementar o projecto de construção de casas da juventude em cada capital de província e de centros comunitários da juventude em cada município, promovendo neles o acesso às tecnologias de informação, o aconselhamento psicológico, a orientação académica e profissional e o incentivo à leitura, ao debate e à expressão artístico-cultural, etc FORMAÇÃO DAS NOVAS GERAÇÕES, TRANSFORMANDO-AS EM ENTIDADES AUTÓNOMAS, PROFISSIONALMENTE COMPETENTES, EMPREENDEDORAS E CAPAZES DE CONSTRIBUIR PARA O PROGRESSO SOCIAL Em relação a este vector, que corporiza a matriz estratégica de desenvolvimento da juventude, o MPLA considera que se devem alcançar os seguintes objectivos específicos: a) Incentivar e apoiar projectos de desenvolvimento social e comunitário dirigido aos jovens e conducentes ao reforço da capacidade organizativa e de intervenção política e social das associações juvenis e estudantis; b) Promover e prirozar a contratação de mão de obra juvenil nos programas de construção e de relançamento da economia nacional; c) Promover cursos de formação profissional tecnológica, virados para a aprendizagem de matérias que facilitem a rápida integração dos jovens no mercado de emprego; d) Criar um banco de dados de jovens talentosos e de mérito com vista ao seu acompanhamento, proporcionando-lhes oportunidades de apoio e assistência que lhes permitam evoluir e participar com sucesso nos processos de desenvolvimento; e) Promover a participação massiva de jovens no domínio das tecnologias de informação e comunicação, habilitando-os para uma melhor integração cultural e sócio profissional, de modo a valorizar as iniciativas e inovações efectuadas por eles, enquanto empresários, cientistas, investigadores, inventores e artistas; f) Promover a realização de feiras de emprego, com a participação das universidades, centros de formação profissional, centros de emprego e empresas, visando impulsionar as oportunidades de inserção dos jovens no mercado de trabalho; g) Criar condições para a implementação gradual do cartão jovem, proporcionando aos jovens estudantes e carenciados, um conjunto de vantagens e benefícios na aquisição de bens e serviços públicos; h) Promover iniciativas públicas e privadas que visem a obtenção do primeiro emprego, a inserção dos jovens no mercado de trabalho e a realização de estágios profissionais; IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS DE ESTADO PARA A JUVENTUDE INTEGRADAS NOS PLANOS DE Programa de Governo

100 DESENVOLVIMENTO GLOBAL A FIM DE FACILITAR A PARTICIPAÇÃO ACTIVA DOS JOVENS O MPLA considera que a política para a juventude deve assentar nos seguintes pressupostos: a) Promover o fomento do cooperativismo juvenil, do voluntariado e da participação social dos jovens e a criação de círculos inter-provinciais de intercâmbio de experiências e de boas práticas; b) Dotar o Instituto da Juventude de competências adequadas para que cumpra cabalmente a sua função como instância de operacionalização de políticas juvenis públicas; c) Desenvolver o Observatório Nacional da Juventude com meios técnicos e humanos para a realização de estudos regulares sobre o perfil, atitudes, comportamentos e necessidades dos jovens, objectivando que tal conhecimento subsidie o processo de tomada de decisões e a adequação das políticas públicas para a juventude; d) Implementar programas específicos de atracção de jovens às províncias do interior; e) Implementar mecanismos que viabilizem uma maior interacção e prestação de atenção aos jovens angolanos na diáspora; f) Promover, acompanhar e enquadrar nas políticas nacionais do Estado, as perspectivas internacionais de participação e desenvolvimento da juventude, nomeadamente a implementação da Carta Africana da Juventude, da Década Africana da Juventude, do Programa Africano do Voluntariado Jovem, dos Objectivos do Desenvolvimento do Milénio e do Programa Mundial de Acção para a Juventude NO DOMÍNIO DO DESPORTO FOMENTAR A PRÁTICA DOS DESPORTOS NAS ESCOLAS E COMUNIDADES GARANTINDO AS CONDIÇÕES NECESSÁRIAS (MATERIAIS, INFRAESTRUTURAIS E HUMANAS) PARA O ACESSO DOS CIDADÃOS A UMA VIDA SAUDÁVEL O MPLA considera que o desporto deve ser visto como um instrumento de socialização e de inclusão social, devendo-se, neste domínio, perseguir os seguintes objectivos: a) Estruturar uma estratégia de desenvolvimento do desporto, que conduza à redução das assimetrias territoriais sobre os índices de prática, infraestruturas e formação; b) Promover a realização de estudos que conduzam à definição dos parâmetros da condição desportiva da população angolana, como pressuposto principal da oferta de actividades desportivas que coincidam com as características morfológicas e os interesses daquela; 100 Programa de Governo

101 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR c) Definir, em colaboração com as estruturas afins, áreas de reserva para a implementação de equipamentos desportivos de carácter nacional e estratégico nos planos de ordenamento do território; d) Elaborar estratégias sectoriais de desenvolvimento desportivo, assentes nas características e no interesse das populações e integrando os desportos tradicionais; e) Considerar o associativismo como forma privelegiada de participação dos cidadãos na definição das grandes linhas orientadoras do desporto nacional; f) Aprovar a Lei do Mecenato e promover acções com vista à captação de financiamento através do patrocínio e da publicidade como forma de apoiar a actividade desportiva e diminuir o ónus do Estado para o desporto; g) Dinamizar a actividade desportiva para pessoas da terceira idade, com vista a melhorar o seu estado de saúde, qualidade de vida e diminuir os efeitos das doenças oportunistas (stress, solidão e cardiovasculares) contribuindo para a qualidade de vida e desenvolvimento humano; h) Definir áreas de reserva obrigatória para a prática do desporto e actividades de recreação comunitárias. GENERALIZAÇÃO DESPORTIVA (DESPORTO DE RECREAÇÃO) O Governo do MPLA prestará uma atenção especial à generalização desportiva, com vista a dinamizar e criar hábitos de prática desportiva na população em geral, contribuindo para a sua qualidade de vida, ocupação dos tempos livres e coesão social dos diferentes segmentos da população. Será dado prosseguimento ao programa denominado Despontar que visa a formação e especialização de atletas nas mais distintas modalidades desportivas e a promoção do equilíbrio desportivo ao nível do país. As acções neste domínio serão direccionadas de modo a alcançar os seguintes objectivos: a) Incentivar, criar condições e promover o desporto entre as pessoas com necessidades especiais, garantindo a sua integração no sistema desportivo nacional em igualdade de circunstâncias; b) Adoptar medidas adequadas à redução das assimetrias regionais no que respeita ao desenvolvimento desportivo em geral; c) Promover a criação de áreas de intervenção prioritárias para o desporto adaptado e jogos intermunicipais visando a realização de eventos, directamente ou em articulação com clubes e outros organismos, que se dedicam à prática de actividades desportivo-recreativas; d) Incluir nos programas de celebração de efemérides nacionais, o desporto de recreação com a realização de festivais e maratonas desportivas em que se deve mobilizar crianças, adolescentes e jovens em representação das diversas modalidades praticadas no país. Programa de Governo

102 DESPORTO ESCOLAR O desporto escolar tem como finalidade a promoção da saúde e da condição física, a aquisição de hábitos e condutas psico-motoras e parte do reconhecimento do desporto como factor de cultura que estimula sentimentos patrióticos, de solidariedade, de autonomia e de criatividade, constituindo pois um instrumento relevante no combate ao insucesso escolar e para a melhoria do ensino e da aprendizagem. As acções do Governo do MPLA vão centrar-se em: a) Generalizar o desporto nas escolas e comunidades, garantindo as condições necessárias (materiais, infraestruturais e humanas) para o acesso dos cidadãos a uma prática desportiva salutar, assente nos princípios da democratização; b) Dotar as instituições escolares públicas e privadas de infraestruturas desportivas com dimensões regulamentares; c) Contribuir para a redefinição do ensino de educação física e das práticas das modalidades desportivas na escola e melhorar o seu quadro organizativo, em colaboração com o Ministério da Educação; d) Integrar o Projecto de Desporto Escolar de forma articulada e continuada, no conjunto dos objectivos gerais e específicos do Plano de Actividade das Escolas. DESPORTO UNIVERSITÁRIO Neste domínio os objectivos a alcançar são os seguintes: a) Promover a criação de infra-estruturas, como sejam Pavilhões Gimnodesportivos, espaços desportivos ao ar livre nas Universidades que permitirão o exercício de modalidades individuais, ou colectivas; b) Estabelecer princípios reguladores da prática desportiva das respectivas comunidades, devendo ainda apoiar o associativismo estudantil DESPORTO ADAPTADO Neste domínio o principal objectivo a alcançar continuará a ser a prestação de apoio aos atletas Para olímpicos de modo a que os mesmos se posicionem à altura das expectativas e dos investimentos realizados, arrecadando medalhas nas competições em que participem. JOGOS MILITARES A este respeito, o principal objectivo será o estabelecimento de uma maior frequência na realização de jogos desportivos militares que, para além de fazer bem à saúde física, moral e psicológica, possibilita a troca de ideias e experiência entre os três ramos das Forças Armadas. MULHER E O DESPORTO O objectivo principal será o estabelecimento de uma maior equidade do género no desporto, destacando acções com vista a aumentar, de forma significativa, os níveis de participação da mulher no desporto. 102 Programa de Governo

103 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR DESPORTO DE ALTO RENDIMENTO O Governo do MPLA perseguirá, a este respeito, os seguintes objectivos: a) Adoptar o princípio da priorização das modalidades desportivas que garantam melhores resultados desportivos relativamente aos investimentos realizados, bem como desenvolver as modalidades do desporto individual; b) Adoptar medidas de combate à dopagem no desporto, como forma de salvaguardar a saúde dos praticantes e de preservar a ética e a verdade no desporto; c) Dotar o Instituto de Medicina do Desporto, a Comissão Nacional de Justiça Desportiva e o Comité Nacional Anti-Dopping, de meios técnicos, materiais e humanos necessários para promover o desenvolvimento do desporto de forma mais sustentável; d) Revitalizar o Fundo de Apoio à Juventude e ao Desporto e implementar efectivamente as suas fontes de financiamento; e) Estabelecer mudanças nos modelos organizacionais das associações desportivas na perspectiva de assumirem a gestão do fenómeno desportivo com maior profissionalismo e sustentação; f) Assegurar os meios necessários para o aperfeiçoamento permanente do desporto de alto rendimento, através da melhoria do subsistema do desporto na escola; g) Prosseguir os esforços tendentes a manter os elevados níveis de competitividade nas modalidades de basquetebol masculino, andebol feminino e no desporto para- -olímpico e promover acções tendentes a melhorar ou relançar outras modalidades, com particular destaque para o futebol; h) Criar e implementar o Perfil do Dirigente Desportivo, por forma a estabelecer regras deontológicas e técnicas do desempenho do dirigismo desportivo. INFRAESTRUTURAS JUVENIS E DESPORTISTAS Neste domínio, os objectivos a alcançar pelo Governo do MPLA são os seguintes: a) Zelar pela criação de Institutos Médios do Desporto e da Escola Superior de Educação Física em coordenação com o Ministério do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia; b) Construir Parques Regionais de Campismo Juvenis, Casas e Centros Comunitários da Juventude e em todas as sedes provinciais do país; c) Construir campos relvados (natural ou sintética) em todas as capitais de província e estádios de futebol com capacidade de até lugares, equipados de pistas de atletismo, prioritariamente nas províncias onde não existam; d) Construir quadras polidesportivas cobertas com capacidade de até lugares em todas as capitais de província e, gradualmente nalguns municípios; e) Construir Centros Especializados de Treinamento e de Alto Rendimento e a Vila Olímpica (como espaço para actividade desportiva especializada, reunindo características como polivalência na utilização conjugada para acomodação, investigação, educação e actividades desportivas). Programa de Governo

104 104 Programa de Governo

105 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR 5. APOIAR O EMPRESARIADO NACIONAL 5.1. CARACTERIZAÇÃO GERAL DO ESTADO ACTUAL DO DESENVOLVIMENTO DO SECTOR EMPRESARIAL PRIVADO NACIONAL As políticas macroeconómicas, nos domínios fiscal, monetário e cambial, adoptadas nos últimos dez anos, têm-se mostrado eficazes para os objectivos de estabilização financeira, cambial e para a redução da inflação, que são condições necessárias para o desenvolvimento de um sector privado dinâmico e com um nível de crescimento robusto e sustentado. Todavia, e de um modo geral, tais medidas não têm sido suficientes para gerar um processo dinâmico e sustentado de desenvolvimento do sector privado nacional. Embora desde 2006 o sector não petrolífero esteja, em termos reais, a crescer mais do que o sector petrolífero, o peso da indústria extractiva na economia nacional ainda é muito significativo. A indústria mineira representa ainda cerca de 66% do PIB, seguida do sector dos serviços com 17%, da agricultura com 10% e da indústria transformadora com 7%. Com mais de 95% das exportações do país asseguradas pelo sector petrolífero, fica muito mais claro o estado ainda fraco de diversificação da economia nacional. Diagnósticos feitos ao estádio de desenvolvimeto do sector empresarial privado nacional revelam que o mesmo enfrenta fortes constrangimentos, sendo de destacar os elevados custos indirectos (fundamentalmente devido à escassez dos serviços de água e energia eléctrica), o difícil acesso ao financiamento, o pouco eficiente processo de licenciamento e o inadequado ambiente regulatório da actividade produtiva. Embora nos últimos 10 anos se tenha verificado um crescimento do crédito ao sector privado, verifica-se que tal crescimento ainda não beneficia os principais sectores produtivos do país. Os principais beneficiários deste crescimento tem sido fundamentalmente o segmento do crédito a particulares, que representam mais de 43% do total do crédito, em constraste com sectores como a agricultura, a insdústria transformadora, transportes, construção civil, etc. O modelo de desenvolvimento defendido pelo MPLA implica o estabelecimento em Angola de uma economia forte, diversificada, estável em que os principais centros de decisão económica sejam detidos por angolanos. Para tal, o MPLA defende que o Estado deve apoiar e promover a criação de uma base económica e empresarial efectivamente controlada por angolanos. Dada a desvantagem dos empresários angolanos face aos seus pares estrangeiros, a emergência de grupos económicos nacionais fortes e competitivos deve merecer o Programa de Governo

106 apoio do Estado, designadamente através do acesso prioritário aos clusters e às cadeias produtivas, às importações e aos contratos para fornecimento de materiais, equipamentos e matérias primas, bem como através da concessão de facilidades financeiras A REFORMA DO CLIMA GERAL DO INVESTIMENTO PRIVADO EM ANGOLA OS PRESSUPOSTOS DA REFORMA A estratégia de desenvolvimento sustentável de Angola apenas terá efeitos efectivos na redução dos níveis de pobreza e no aumento do bem estar das populações se partir do princípio de que o mercado doméstico só se torna robusto com o crescimento da procura efectiva dirigida aos bens e serviços de produção nacional. Não se pode desenvolver o país apenas com base nas importações, com níveis muito baixos de produção interna. As importações são uma forma do nosso país financiar a criação de novos empregos noutras partes do mundo e não em Angola. Só incrementando a produção nacional se criam novos empregos, se aumentam os rendimentos dos cidadãos, e por esta via, se aumenta o poder de compra das pessoas, levando a um aumento da procura efectiva nacional e a um verdadeiro círculo virtuoso do crescimento (em oposição ao círculo vicioso da pobreza ). Neste sentido, o MPLA considera que se torna necessário estimular, não apenas a substituição selectiva das importações (sob o critério das maiores vantagens relativas), como a promoção das exportações de sectores com vantagens comparativas de custos nos mercados internacionais, tendo como base as seguintes orientações estratégicas: a) Ampliação do mercado interno para os produtos de produção nacional, com gradual substituição selectiva de importações; b) Diversificação das exportações não petrolíferas; c) Diversificação da estrutura da economia, com verticalização das cadeias produtivas, mas sempre tendo em atenção as vantagens competitivas de preços (na substituição das importações) e comparativas de custos (na promoção das exportações). d) A selecção dos sectores a incluir deve ter como critério a criação de empregos, a maior e melhor satisfação das necessidades básicas da população e a contribuição relativa para a diversificação da economia; e) Neste sentido há a considerar as indústirias alimentares, têxtil, vestuário e calçado (substituem importações, são essenciais ao consumo e têm efeitos dinamizadores na agricultura), a construção civil e a indústria de materiais de construção (satisfação das necessidades básicas da habitação, criam emprego e são competitivos); f) No que respeita à promoção das exportações, há que priorizar os produtos agrícolas tropicais, com vantagens comparativas de custos, os produtos minerais (para além do petróleo e gás), os produtos das indústrias florestais e sectores seleccionados das indústrias transformadoras intensivas de mão de obra. 106 Programa de Governo

107 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR O MPLA considera que a satisfação destes pressupostos implica a condução de uma política macroeconómica que tenha em conta o seguinte: POLÍTICA FISCAL a) Os encargos fiscais em geral devem ser reduzidos de forma significativa, tanto os que incidem sobre os preços e custos dos produtos dos sectores prioritários, como os que incidem sobre os investimentos nesses sectores; b) As isenções fiscais são, na verdade, uma forma de compensar os custos elevados que resultam das deficiências das infra-estruturas internas, nomeadamente de energia, transporte e armazenagem. Uma prioridade absoluta deve ser dada aos produtos da cesta básica da população, assim como a outros produtos de consumo essencial; c) Há que se considerar também a criação de um regime fiscal especial para estimular a inclusão da economia informal. Assim, devem ser adoptadas as seguintes medidas: (I) Isenção de impostos de consumo sobre os bens finais de produção interna (nos sectores prioritários), e para os impostos alfandegários e de consumo sobre as matérias-primas importadas; (II) Redução do ónus excessivo dos custos portuários; (III) Do lado dos investimentos, para além dessas isenções, há que se isentar também do pagamento do Imposto Industrial, ao menos no período de maturação dos investimentos. Nesse caso valem também os critérios já estabelecidos pela Agência Nacional do Investimento Privado (ANIP) para os incentivos aos investimentos prioritários. d) Intervir de forma mais incisiva na estrutura da distribuição de rendimentos, pois só dessa forma pode ser ampliada a procura efectiva pelos bens e serviços de consumo básico da população. O peso do consumo na estrutura do PIB, que se situa hoje ao redor dos 25%, ainda é relativamente baixo para garantir um circulo virtuoso de crescimento POLÍTICA MONETÁRIA A este respeito, o MPLA considera que devem ser adoptadas as seguintes medidas: a) Aumentar a oferta de crédito a juros compatíveis com a capacidade de pagamento das empresas nos sectores prioritários; b) Aplicar de modo extensivo e rigoroso o fundo de bonificação de juros para as micro, pequenas e médias empresas, o fundo de garantias ao crédito e o fundo de capital de risco. Este último dirigido a projectos competitivos em early stage (estágio inicial); c) Maior utilização das instituições financeiras de capitais públicos, tanto para financiamento a capital circulante, como para financiamento a investimentos; Programa de Governo

108 d) Estas instituições devem operar de forma articulada, com metas de concessão de crédito estabelecidas na programação monetária e financeira do Executivo, e com taxas de juros que não deverão ultrapassar os 10% ao ano; e) Constituição e operacionalização de linhas de crédito dedicadas a projectos dos sectores produtivos prioritários; f) Oferecer soluções de leasing, factoring e renting, como forma de financiamento das empresas; g) Institucionalização de uma Agência Seguradora de Crédito orientada para a gestão e controlo do risco de crédito no mercado interno e externo; h) Institucionalização da Bolsa de Valores Mobiliários e Derivativos; i) O Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) deverá desempenhar de modo mais alargado e intensivo as suas funções de Banco de Desenvolvimento, com especial destaque para as seguintes: (I) Funding e expertise para financiar projectos em operações de crédito de longo prazo, o que as instituições de crédito comercial não estão em condições de fazer; (II) Função alavancadora dos créditos dos Bancos de Desenvolvimento, pois os seus financiamentos qualificam os gestores de projectos a tomar créditos noutras fontes; (III) Formular e administrar programas de desenvolvimento sectoriais; cadeias produtivas especialmente voltadas para a exportação; arranjos produtivos locais envolvendo PME s; arranjos produtivos com tecnologia inovadora e; financiar empreendimentos pioneiros em segmentos produtivos antes vazios; j) Continuar a expandir e fortalecer o micro crédito. A este respeito, a banca privada deverá actuar em rede com os bancos de capitais públicos, em particular o BPC e o BDA POLÍTICA CAMBIAL A este respeito o MPLA considera que uma política virada para o fomento da produção nacional pressupõe a existência de uma taxa de câmbio estável que se movimente em função dos fundamentos da economia, devendo evitar-se que a mesma siga uma trajectória volátil com implicações negativas nos níveis de confiança dos agentes económicos ELIMINAR PRÁTICAS COMERCIAIS NÃO EQUITATIVAS A este respeito o MPLA considera que devem adoptar-se as seguintes medidas: a) Promover o combate a todas as formas de concorrência desleal, branqueamento de capitais, de corrupção e todas os demais actos lesivos às normas de ética e decoro da convivência social e do são funcionamento dos mercados; b) Reforçar os requisitos de elaboração e publicação de relatórios de auditoria patrimonial e financeira em toda a administração directa e indirecta do Estado; 108 Programa de Governo

109 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR c) Criar sistemas informáticos, cujos registos sejam de acesso público, para todos os procedimentos da administração pública, em particular aqueles relacionados com actos de contratação pública; d) Reforçar o orçamento dos órgãos de fiscalização e controlo do património do Estado e do Tribunal de Contas PROTECÇÃO AO DESENVOLVIMENTO E FORTALECIMENTO DA COMPETITIVIDADE DO SECTOR PRIVADO NACIONAL O MPLA considera que, no sentido de incentivar as empresas de capitais maioritariamente angolanos a ultrapassar o desnível competitivo que as separa das empresas de referência internacionais, será necessário adoptar transitoriamente uma política económica estratégica parcialmente proteccionsita que, ao mesmo tempo, estimule a competitividade destas mesmas empresas. Neste sentido, devem ser desenvolvidas as seguintes acções: a) Formação da classe empresarial do país, através de programas específicos voltados para a capacitação e formação de empresários e gestores de empresas de pequeno porte, ao mesmo tempo que se deve estimular a criação de estruturas que se dediquem a promover a continuidade desse processo de capacitação numa dimensão mais aprofundada; b) As acções de formação mais profundas e tecnicamente mais exigentes, devem ser conduzidas por Escolas de Negócios (Business Schools), constituídas através da iniciativa Público-Privada e em parceria com as melhores escolas mundiais neste domínio; c) Privilegiar as empresas detidas maioritariamente por angolanos no processo de privatização das empresas públicas; d) Fundear e operacionalizar o Fundo de Fomento Empresarial; e) Implementar a Lei das Micro, Pequenas e Médias Empresas, dando continuidade, em particular, ao Programa Angola Investe, com vista à facilitação do acesso ao crédito por parte das MPME s, ao desenvolvimento de programas de capacitação às MPME s, à desburocratização do processo de constituição e licenciamento das MPME, concessão de apoios institucionais e fiscais às mesmas, bem como programas que promovam o apoio à produção e consumo da produção nacional; f) Continuar a desenvolver o Programa Feito em Angola, promovendo a contratação pública de produtos nacionais; monitorando a qualidade dos produtos nacionais nas empresas que tenham aderido ao Programa; promovendo a comunicação da monitorização da qualidade dos produtos nacionais e respectiva promoção da imagem de Angola no exterior; g) Continuar a desenvolver e prestar uma atenção especial ao Programa de Apoio ao Pequeno Negócio (PROAPEN), com vista a facilitar o acesso das micro empresas e micro empreendedores ao crédito para financiamento dos seus custos de Programa de Governo

110 exploração e de investimentos; contribuir para o alargamento do mercado nacional de bens e serviços; promover o fortalecimento dos micro negócios, criando novas oportunidades de emprego e de redução da pobreza; apoiar o acesso da população a serviços financeiros básicos; reduzir os níveis de informalização da economia, facilitando o processo constitutivo de sociedades comerciais e estimular a frequência de acções formativas de carácter profissional; h) No âmbito dos Programas Meu Negócio, Minha vida e Angola Investe, identificar e captar jovens angolanos que à partida possuam um potencial elevado ao nível das competências de empreendedorismo; avaliá-los no sentido de mapear essas mesmas competências, promover o desenvolvimento dessas competências; e desenhar para eles, ou suas equipas, programas específicos de desenvolvimento empresarial com a intervenção de incubadoras de empresas e instituições de micro- -finanças; i) Desenvolver um Programa de criação e desenvolvimento de Grupos Empresariais Nacionais Médios e Grandes distribuídos por todas as regiões do país; j) Promover a criação de uma Sociedade Gestora de Capital de Risco que deverá ser financiada com fundos do Estado e com fundos captados no sector privado nacional ou estrangeiro, para executar as estratégias de criação ou de fortalecimento de médias e grandes empresas detidas por nacionais; k) A Sociedade Gestora de Capital de Risco deverá complementar tecnicamente o papel do Estado em: I) Assessorar a definição e estruturação dos planos estratégicos e operacionais de negócios das médias e grandes empresas, com destaque para o planeamento do seu crescimento sustentável nas cadeias produtivas em que Angola apresente vantagens comparativas no comércio internacional; II) Assegurar a adopção de práticas de profissionalismo de nível mundial nas áreas chave de gestão das médias e grandes empresas, em particular nas áreas de contabilidade, controlo financeiro, controlo de gestão, e gestão de operações e marketing, assegurando a criação de vantagens competitivas. l) Neste modelo há que considerar que o capital de risco a aplicar nestas iniciativas funcionará num ambiente de uma matriz de parceria público privada. Em concreto, os fundos públicos e o capital humano serão utilizados como capital semente (seed capital) que, após o alcance da fase de maturidade do investimento, cedem o seu lugar à participação privada, num processo de retorno do capital para o domínio público, sem a perda do valor inicial aplicado. 110 Programa de Governo

111 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR Programa de Governo

112 112 Programa de Governo

113 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR 6. REFORÇAR A INSERÇÃO COMPETITIVA DE ANGOLA NO CONTEXTO INTERNACIONAL Angola define-se e tem-se assumido como um Estado Progressista em todo o processo de transformações que ocorrem nas relações internacionais e a sua política externa tem-se baseado nos princípios do respeito e igualdade jurídica entre os Estados, de resolução pacífica dos conflitos, de cooperação entre os povos, de progresso e de justiça social. A estratégia seguida tem sido a de promover não só uma inserção competitiva de Angola no contexto internacional como também a de tirar os maiores benefícios da cooperação internacional de modo a elevar sempre e cada vez mais a qualidade de vida do povo angolano. A obtenção da Paz, os êxitos conseguidos no processo de reconciliação nacional e de consolidação da democracia, o crescimento económico impetuoso que o País tem estado a viver nos últimos 10 anos, os passos importantes que têm sido dados na solução dos problemas mais importantes das populações, fazem com que Angola seja vista como um País forte, um País sério e respeitado pela comunidade internacional. Para o Governo do MPLA, a política externa deve continuar a prosseguir o interesse nacional, sendo este definido como o conjunto dos interesses políticos e económicos estratégicos de Angola no plano externo, devendo este ser a base de actuação do Governo, das empresas e demais instituições públicas e privadas que operam transnacionalmente. O MPLA considera, assim, que no domínio da política externa as prioridades da acção governativa devem ser as seguintes: a) A garantia da segurança nacional e a preservação da soberania e integridade territorial; b) A criação de condições favoráveis para a modernização do País e para a melhoria da competitividade de Angola num mundo cada vez mais incerto e globalizado; c) A participação e influência no processo regional de criação de uma ordem justa e democrática em África e no mundo através da busca de soluções colectivas para os problemas do continente e dos problemas internacionais na base do direito internacional e reconhecendo neste sentido um papel central à União Africana e à ONU; d) A contribuição para a eliminação de focos de tensão e conflitos bem como para a prevenção dos mesmos, sobretudo nas regiões circunvizinhas de Angola; Programa de Governo

114 e) A protecção dos interesses de Angola no exterior e a promoção de uma imagem do País como um Estado democrático e de direito, de economia social de mercado e com uma política externa independente ESTRATÉGIA JUNTO DAS ORGANIZAÇÕES FINANCEIRAS INTERNACIONAIS (BANCO MUNDIAL, FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL, BANCO AFRICANO DE DESENVOLVIMENTO) E ORGANIZAÇÕES MULTILATERAIS O Governo do MPLA trabalhará no sentido de consolidar as relações com as Organizações Financeiras Internacionais. A implementação com sucesso do Acordo de Stand-By celebrado entre Angola e o FMI, em Setembro de 2009, bem como o início da atribuição regular de ratings à dívida soberana angolana por parte das principais agências internacionais especializadas na matéria, sinalizam não só o reconhecimento internacional da correcção, oportunidade e eficácia das medidas de politica económica do Executivo, mas também a confiança quanto ao futuro do País e da economia angolana. A estratégia junto das Organizações Financeiras Internacionais implicará um papel proactivo de Angola no incremento das relações com as diferentes instituições. Com efeito, o Governo do MPLA prosseguirá os seguintes objectivos: a) Estabelecimento de protocolos com o Fundo Monetário Internacional e com o Banco Mundial no sentido de desenvolver (i) programas de formação/estágios para graduados universitários angolanos e (ii) programas de assistência técnica aos técnicos dos órgãos de gestão macroeconómica do País; b) Promover a candidatura de quadros qualificados angolanos a posições de relevo nestas organizações; c) No caso do Banco Mundial, procurar aumentar a quantidade e volume de financiamentos a projectos estruturantes para a nossa economia (infra-estruturas rodoviárias, projectos agrícolas, etc); d) Realizar encontros períodicos junto das organizações internacionais pertinentes, tais como o FMI, BM, BAD e G20, com o objectivo de apresentar a evolução da economia angolana e os seus principais desafios REFORÇO DO POSICIONAMENTO DE ANGOLA NO CONTEXTO INTERNACIONAL E REGIONAL O Governo do MPLA vai continuar a acompanhar e participar activamente nas organizações internacionais, em particular naquelas actividades que tenham a ver com: a) Alcance dos objectivos do desenvolvimento sustentável; b) Direitos humanos, democracia e boa governação; 114 Programa de Governo

115 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR c) Reforço das instituições da União Africana e no processo de transformação em curso nesta organização; d) Promoção da candidatura de quadros qualificados angolanos para ocuparem posições de relevo nas organizações internacionais e regionais REFORÇO E ALARGAMENTO DAS RELAÇÕES BILATERAIS No âmbito bilateral Angola continuará a respeitar e a aplicar os princípios plasmados na Carta da ONU e na Carta da UA desenvolvendo relações de amizade e de cooperação com todos os países do mundo. Assim, o Governo do MPLA estabelecerá e aprofundará as relações bilaterais com os Estados baseado no respeito mútuo e na reciprocidade de vantagens: RELAÇÕES BILATERAIS ÁFRICA AUSTRAL (PAÍSES MEMBROS DA SADC) O MPLA considera que as relações com os países membros da SADC são de primordial importância e que a observância dos acordos, protocolos e metas fixadas constituem um imperativo nacional; No início do período da próxima legislatura, Angola terminará o seu mandato na presidência da SADC, mandato que será marcado por acções incisivas que contribuirão para o alcance dos objectivos desta organização e para o reforço do prestígio da mesma junto de organizações congéneres existentes no mundo. O programa de reconstrução nacional e desenvolvimento de Angola deverá beneficiar das potencialidades existentes na região, sendo de incentivar o investimento privado de Angola em países vizinhos. A República Democrática do Congo deve ser vista como um parceiro incontornável de Angola, não só pela extensão das fronteiras comuns, pela sua densidade populacional, pela similaridade de recursos naturais, mas também pelas potencialidades de cooperação bilateral entre os dois países. As comunidades angolanas residentes na RDC, na República do Congo, na Namíbia e na Zâmbia devem constituir um foco de atenção permanente por parte do Governo do MPLA, tendo em vista a sua protecção e o seu eventual repatriamento voluntário. Como membro da SADC deve desenvolver-se com a RDC projectos conjuntos nos mais diversos domínios da vida política, económica, social e cultural. As Repúblicas da Zâmbia e da Namíbia são países fronteiriços que devem continuar a merecer toda a atenção do Governo do MPLA no quadro das relações bilaterais de Angola. A República de Angola tem com estes países excelentes relações políticas e diplomáticas, e tem procurado desenvolver com os mesmos uma cooperação económica com reciprocidade de vantagens. Pela repartição dos recursos hídricos, Angola desenvolve com a Namíbia projectos no Programa de Governo

116 âmbito da defesa dos recursos marinhos e da produção de energia hidroeléctrica, que deverão ser continuados e estendidos a outros domínios, como o transporte ferroviário e aéreo. A República da África do Sul é um país de economia emergente no contexto das nações e participa regularmente nas reuniões do G20, ao lado de países como a China, Rússia, Brasil e a Índia. O Governo do MPLA trabalhará para que, em conjunto com a África do Sul, Angola assuma uma posição de proeminência no seio da SADC, contribuindo activamente para a integração económica da subregião. Para tal deverão ser desenvolvidas acções de cooperação que sejam vantajosas para os dois países e que contribuam para colmatar as discrepâncias existentes nas vantagens comparativas entre os países da subregião, garantindo a plena realização das potencialidades dos países membros e salvaguardando os interesses nacionais de Angola relativamente ao desenvolvimento económico e social sustentado e a preservação da nossa soberania e independência nacional. ÁFRICA CENTRAL E GOLFO DA GUINÉ Pela sua localização geopolítica, Angola é membro e participa na SADC, pela África Austral e na CEEAC pela África Central. Este privilégio acarreta consigo também maiores responsabilidades para Angola, no âmbito do desenvolvimento das duas subregiões; Angola desenvolverá com os Estados membros destas duas organizações relações privilegiadas de forma a garantir o cumprimento dos objectivos e metas estabelecidas por cada uma delas; O Governo do MPLA promoverá e encorajará a participação de empresas angolanas públicas e privadas em projectos de desenvolvimento e de infraestruturas destas regiões, bem como uma maior interacção entre as organizações da sociedade civil dos países membros. Angola participará activamente em acções de cooperação e combate à pobreza, de controlo de doenças, de crime organizado, de tráfico de seres humanos e de drogas e armas ligeiras bem como de protecção ao meio ambiente, florestas, recursos marítimos e da biodiversidade. O Golfo da Guiné poderá tornar-se a curto ou médio prazo uma região importante e atractiva em termos energéticos e poderá converter-se em foco de potenciais conflitos. Angola é um País importante neste contexto e deve participar activamente no desenvolvimento desta região e manter as relações adequadas com cada um dos Estados membros ou integrantes da mesma. ÁFRICA DO NORTE A África do Norte viveu momentos de instabilidade política pelas mais diversas razões, quer sejam políticas, sócio-economicas, culturais ou religiosas. No período de , a região deverá passar por um período de estabilização e reconstrução que deve merecer o melhor acompanhamento do Governo do MPLA. 116 Programa de Governo

117 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR Esta região tem grandes potencialidades para a cooperação com Angola que devem ser sempre aproveitadas do melhor modo. A região tem ainda um aspecto pendente na agenda internacional que é a resolução da importante questão da autodeterminação do povo Sarahui, que deverá merecer o melhor apoio bilateral e acompanhamento no âmbito da União Africana e das Nações Unidas. MÉDIO ORIENTE Todos os Acordos e entendimentos que foram alcançados até recentemente sobre a questão da Palestina ou eram dúbios, e por isso não cumpridos, ou não satisfaziam plenamente a parte Palestina. Actualmente parece haver uma maior clarificação da situação, particularmente quanto ao reconhecimento do Estado Palestino e a definição das suas fronteiras. O Governo do MPLA continuará empenhado no apoio ao processo de Paz nesta região, na crença de que apenas através da negociação será possível encontrar uma solução justa e duradoira. O Governo do MPLA continuará também a acompanhar a situação no Iraque, no Irão e noutros países da região e desenvolverá com os mesmos as melhores relações político diplomáticas e de cooperação, de acordo com as capacidades e potencialidades de cada um deles no intuito da obtenção de vantagens mútuas. ÁSIA Esta região tem conseguido, com sucesso, superar atrasos estruturais e económicos para competir, com êxito reconhecido, no cenário internacional. A Ásia inclui as economias com mais rápido crescimento e os países mais populosos do mundo. Prevê-se que, no ano 2025, 50% de todo o poder de compra do mundo esteja localizado no leste asiático. A China, a Índia e a Indonésia vão-se impondo e afirmando cada vez mais nos mercados mundiais. Esta região apresenta muitas oportunidades para Angola nos mais diversos domínios do desenvolvimento sócio-económico, dos recursos humanos, do sector de serviços, de transferências de tecnologia e de know-how, bem como no turismo, no comércio e nos investimentos produtivos. Do ponto de vista político, a região oferece inúmeras oportunidades de cooperação bilateral e multilateral quer no âmbito da cooperação sul-sul como no âmbito dos países não alinhados e das Nações Unidas. Neste contexto, o Governo do MPLA desenvolverá relações político diplomáticas e de cooperação com todos os países da região, com particular atenção para a China, Japão, Índia, Paquistão, Coreia do Sul, Singapura, Malásia, Vietname, Indonésia e Tailândia. EUROPA A União Europeia atravessa actualmente uma crise económico-financeira de grandes proporções e de consequências ainda imprevisíveis. No período estará Programa de Governo

118 ainda a viver um período de recuperação e estabilização dos efeitos da crise mundial que ameaça a solidez da própria moeda única, o Euro. No entanto, as relações de Angola com a União Europeia, quer na área económica como na área política, são significativas. As relações económicas de Angola com este continente representam mais de metade das relações económicas internacionais de Angola. O Governo do MPLA trabalhará, por isso, no sentido de intensificar e aprofundar as relações com a União Europeia, não deixando de estabelecer as melhores relações com os países europeus não membros da Organização. AMÉRICA DO NORTE A dimensão da economia dos Estados Unidos da América, em comparação com as de outros países, é um factor que não pode ser ignorado quanto à formulação das políticas e objectivos. A crise económico-financeira despoletada neste país, com consequências em todo o mundo, mostrou a importância e influência da economia americana sobre as demais economias do mundo. Com os EUA, o Governo do MPLA desenvolverá acções com vista à promoção de relações privilegiadas entre os dois países, buscando maiores benefícios resultantes da exportação de petróleo para este país, bem como prosseguirá outras relações no sentido do aprofundamento das relações económicas entre os mesmos no âmbito da comissão bilateral já existente e da diversificação do investimento americano em áreas do sector não petrolífero. A negociação de um acordo bilateral sobre investimentos e a cooperação em matéria de direitos de propriedade intelectual devem receber atenção prioritária. O Canada é um dos países membros do G8 com excelentes relações com a República de Angola. Estas relações devem continuar a ser reforçadas de forma a obter-se o máximo de vantagens e de Ajuda Pública ao desenvolvimento prestada por este país. AMÉRICA LATINA É de destacar o facto de que na América latina têm estado a subir ao poder governos de esquerda, particularmente com a promoção de mulheres aos cargos de Chefes de Estado, como o são os casos do Brasil, Chile e Argentina. O MPLA considera que Angola deve manter e alargar as suas relações político diplomáticas e de cooperação com todos os países da região, dando ao nível bilateral atenção particular à Argentina, Brasil, Cuba, México, Uruguai, Venezuela e Panamá, ao mesmo tempo que se incrementa o relacionamento, principalmente cultural, com os países das Caraíbas. Como membro da SADC, Angola deve incentivar as relações entre esta e o Mercosul, contribuindo para o alargamento dos mercados de ambas as regiões e os objectivos de desenvolvimento dos países membros. 118 Programa de Governo

119 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR 6.4. REFORÇO DO PAPEL DE ANGOLA NAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS UNIÃO AFRICANA (UA) E NOVA PARCERIA ECONÓMI- CA PARA O DESENVOLVIMENTO DE ÁFRICA (NEPAD) O Governo do MPLA continuará a pautar pelo desenvolvimento gradual e firme da União Africana, através de um processo evolutivo de integração económica, como organização continental principal de concertação política de Estados soberanos e independentes, visando a adopção de posicionamentos comuns, capazes de salvaguardar de forma colectiva os interesses dos Estados africanos no concerto das nações e o desenvolvimento sustentável do continente. O MPLA considera a NEPAD como um instrumento importante nos esforços para o desenvolvimento económico e social do continente africano, para a promoção da boa governação e da democracia e, nesta óptica, actuará a favor da consecução dos seus objectivos, mormente na materialização dos projectos que forem consignados aos processos de integração sub-regional e regional COMISSÃO DO GOLFO DA GUINÉ (CGG) Angola assume neste momento a Presidência e alberga a sede desta Organização, tendo desempenhado um papel crucial para a sua dinamização e revitalização em O Governo do MPLA prestará uma atenção especial a esta Organização, impulsionando acções político diplomáticas com os demais países que a integram de forma a assegurar a adesão à mesma de outros países da região e de garantir a estabilidade e segurança na região CPLP COMUNIDADE DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA No período , Angola ocupará ainda a Presidência desta Organização. Neste contexto, o Governo do MPLA prestará uma atenção especial à mobilização dos demais países membros para o cumprimento dos objectivos, programas e planos de acção da Comunidade. A este respeito, uma atenção especial será dada ao processso de estabilização e reconstrução da Guiné Bissau. A expansão e utilização da língua portuguesa nos fóruns internacionais, a ratificação do acordo ortográfico por todos os seus subscritores merecerá também a melhor atenção do Governo do MPLA A COMUNIDADE ECONÓMICA DOS ESTADOS DA ÁFRICA OCIDENTAL (CEDEAO) Não sendo Angola membro desta organização, e pretendendo contribuir para a rápida normalização da situação na Guiné Bissau e Côte d Ivoire, o Governo do MPLA coordenará esforços e harmonizará interesses de forma a acompanhar o desenvolvi- Programa de Governo

120 mento desta região no seu todo e, em particular, contribuirá sempre que possível para a prevenção e resolução de conflitos nesta região. Igualmente, mobilizará os seus parceiros da SADC e CEEAC para que estas organizações tenham o melhor relacionamento possível no âmbito da União Africana com a CEDEAO; IGAD INTERGOVERNAMENTAL AUTHORITY ON DEVELOPMENT O Governo do MPLA desenvolverá com todos os Estados da África Oriental relações de amizade, político diplomáticas e de cooperação. Em particular com o IGAD, o Governo procurará mobilizar os restantes Estados Membros da SADC para o relacionamento das duas organizações subregionais e harmonização dos interesses de cada um no âmbito da COMESA. Uma atenção particular será igualmente dada à prevenção e resolução de conflitos nesta região, de modo a contribuir para a paz e estabilidade na mesma ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU) A Organização das Nações Unidas é a organização de concertação multilateral responsável pela manutenção da paz mundial. Não obstante o seu carácter e estatuto, esta não é imune às mudanças e alterações da conjuntura internacional, cada vez mais condicionada pela combinação de vários factores políticos, sócio-económicos, culturais e militares. É notório o aumento do desejo dos Estados Membros para que se acelere a reforma do sistema das Nações Unidas, particularmente do seu Conselho de Segurança. O Governo do MPLA participará activamente nestes debates no âmbito da Assembleia Geral e deles procurará tirar os melhores benefícios, particularmente naqueles relativos à manutenção da Paz internacional, ao combate à pobreza, ao terrorismo internacional, ao crime organizado, ao tráfico de drogas e de seres humanos, ao desarmamento nuclear, às alterações climáticas e meio ambiente, aos direitos humanos e à implementação dos objectivos do Milénio. O Governo do MPLA desenvolverá ainda um plano de acção que possibilite candidatar-se a posições de relevo no maior número possível de órgãos do sistema das Nações Unidas, bem como promoverá a integração no sistema das Nações Unidas de quadros nacionais residentes ou na diáspora UNCTAD E OMC Diante da globalização e das aceleradas mudanças tecnológicas, os mecanismos tradicionais de regulação da economia mundial perdem capacidade de controle e de organização dos fluxos comerciais e financeiros. De forma irregular e lenta, avançam as negociações para a construção de um novo sistema de regulação para organizar as relações económicas e comerciais entre os paí- 120 Programa de Governo

121 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR ses, que terão de dar resposta aos desafios políticos e aos conflitos gerados pela forma desigual como se distribuem os benefícios da globalização. O Governo do MPLA participará activamente nos debates e negociações da UNC- TAD e OMC para a criação desta nova regulação do comércio e para o estabelecimento de relações mais equitativas entre os países do mundo, particularmente entre o Norte e o Sul ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS (OEA) E MERCOSUL Angola tem o estatuto de observador na Organização dos Estados Americanos (OEA). Assim, o Governo do MPLA continuará a acompanhar a actividade desta organização procurando aprofundar as relações de amizade e de cooperação com cada um dos Estados membros de forma a retirar dela as melhores vantagens político diplomáticas e sócio-economicas. Angola desenvolve excelentes relações político-diplomáticas e de cooperação com os vários Estados Membros do Mercosul. Esta organização apresenta-se como bem sucedida e com bons resultados de integração e protecção dos interesses económicos dos seus Estados membros. Não sendo um objectivo o relacionamento bilateral entre o Mercosul e Angola, no Governo do MPLA o nosso País encorajará os Estados Membros a estreitarem relações através da SADC trocando e beneficiando das boas experiências e melhores práticas no âmbito da integração e desenvolvimento económico. Programa de Governo

122 122 Programa de Governo

123 PARA ANGOLA CRESCER MAIS E DISTRIBUIR MELHOR Programa de Governo

124 PARA Angola ANGOLA a crescer CRESCER mais MAIS e a E distribuir DISTRIBUIR melhor MELHOR Manifesto eleitoral Nº José Eduardo dos Santos MPLA MPLA O povo merece a paz, a estabilidade e o desenvolvimento. 124 Programa de Governo

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