António Rosado. piano. 5 junho Prelúdios. Pequeno Auditório / 17h / M/6 LIVRO 2, L Les tierces alternées.

Transcrição

1 António Rosado

2 fotografia capa Pedro Sadio 5 junho 2016 Pequeno Auditório / 17h / M/6 Produção Centro Cultural de Belém. Duração aproximada 80 minutos António Rosado piano Programa 24 Prelúdios LIVRO 1, L Danseuses de Delphes 2 Voiles 3 Le vent dans la plaine 4 Les sons et les parfums tournent dans l air du soir 5 Les collines d Anacapri 6 Des pas sur la neige 7 Ce qu a vu le vent d ouest 8 La fille aux cheveux de lin 9 La sérénade interrompue 10 La cathédrale engloutie 11 La danse de Puck 12 Minstrels LIVRO 2, L Brouillards 2 Feuilles mortes 3 La Puerta del Vino 4 Les Fées sont d exquises danseuses 5 Bruyères 6 Général Lavine - excentrique 7 La terrasse des audiences du clair de lune 8 Ondine 9 Hommage à S. Pickwick Esq. P.P.M.P.C. 10 Canope 11 Les tierces alternées 12 Feux d artifice (intervalo entre os dois livros)

3 textos gentilmente cedidos por Calanda Ediciones Musicales 2015 Produção de Teresa Cascudo e Eugenia Gallego para Calanda / António Rosado, piano Préludes; livre I & 2 de Claude Debussy Os Prelúdios para piano de Claude Debussy TERESA CASCUDO Debussy escreveu os sete primeiros prelúdios entre 7 de Dezembro de 1909 e 1 de Janeiro de Concluiu o volume do qual fazem parte estas peças semanas mais tarde, no dia 4 de Fevereiro de O segundo livro foi sendo completado ao longo de três anos, entre 1910 e 1912, período durante o qual, também avançou em mais duas obras de grande fôlego: o drama sacro Le martyre de Saint Sébastien (1911) e Jeux, a sua derradeira composição orquestral, escrita no Verão de Submergeu-se neste trabalho num momento complicado. Gozava ainda do amplo reconhecimento obtido após a estreia, em 1902, do drama lírico Pelléas et Mélisande,mas a sua música e a sua influência eram objecto de controvérsias jornalísticas, bem ilustradas na série de artigos publicada, em 1909 sob o título «O caso Debussy». A liberdade criativa que defendeu radical e provocativamente ao afirmar que só o seu próprio prazer o guiava confrontou-lhe com o sector mais tradicionalista e académico da música francesa. A subtileza e a bizarria do seu universo estético, do qual fazem parte os vínculos que estabeleceu com as artes plásticas e a literatura, não se coadunavam com uma avaliação simplista, cujo ponto de referência eram as regras transmitidas na educação musical oficial. O próprio Debussy afirmou que, embora não pensasse sempre em termos exclusivamente musicais, para ele, a música era «o melhor meio de expressão». Outra afirmação, neste caso do pintor Claude Monet, pode esclarecer este ponto. É a seguinte: «Gostaria de ser considerado pela posteridade como um contemporâneo de Stephan Mallarmé e de Claude Debussy. Como eles, e como Baudelaire, acho que há pontos onde as Artes se encontram.» Foram estes pontos de encontro, efémeros e mudáveis, os que Debussy tentou mostrar através da sua música. Esta procura de correspondências, na mais pura estirpe baudeleriana, foi um dos fundamentos do simbolismo, o movimento artístico surgido na década de 80 do século XIX no qual, Debussy poderia ser enquadrado. Após cada prelúdio, Debussy adicionou frases que nos remetem para novas referências. A imaginação contida em cada um destas peças é de uma riqueza impressionante. Por exemplo, no primeiro volume, o estatismo pétreo e gelado das«danseuses de Delphes» e de «Les pas sur la neige» contrasta com o vertiginoso eviolento impulso de «Les sons et les parfums tournent dans l air du soir» (um verso de Baudelaire, retirado de Les fleurs du mal) ou de «Ce qu a vu le vent d Ouest», cujo virtuosismo é de óbvia ascendência lisztiana. Esta fértil imaginação plasma-se igualmente nas numerosas paisagens sonoras com as quais nos deparamos nestas páginas, focadas no vento sobre a planície, nas colinas de Anacapri, no nevoeiro, nas folhas caídas ou em pegadas deixadas na neve. Levam-nos à granadina «Puerta del Vino», a um terraço oriental sob o luar ou à celebração, com fogos de artifício, do 14 de Julho em París. A propósito de «Voiles» (que pode significar, tanto «véus» como «velas»), Debussy exclamou que não era «nem uma foto tirada na praia, nem um postal de Verão!». Ouseja, não estamos perante uma acumulação de cenas pitorescas, mas perante a sucessão de imagens interiores, resultado de variadas impressões e exprimidas mediante sons. Manuel de Falla, quando regressou de Paris, divulgou em Espanha essa maneira de entender a música moderna, da qual Debussy era o modelo. A aspiração mais alta desta geração, segundo Falla, era «a de produzir a mais intensa emoção mediante novas formas melódicas e modais; mediante novas combinações sonoras harmónicas e contrapontísticas, de ritmos obsessivos que obedecem ao espírito primitivo da música, que não foi outro que o actual e que sempre deveria ter sido conservado; uma arte mágica de evocação de sentimentos, de seres e de lugares mediante o ritmo e a sonoridade.» Quase que parece que Falla, no fragmento transcrito, estava a pensar nos Prelúdios, alguns dos quais, especialmente nos inspirados em Espanha, comentou em outros artigos. Musicalmente, mostram os rasgos de renovação sintetizados pelo compositor gaditano: novas formas melódicas (o famoso arabesco que, por exemplo, escutamos em «La fille aux cheveux de line») e harmónicos (o recurso a harmonias modais, cromáticas, diatónicas e não tradicionais expande-se em todas estas peças); o piano concebido como uma orquestra, com planos claramente diferenciados pela textura e pela cor; e, finalmente, as figurações rítmicas entendidas, não apenas como elementos motrices, mas também como elementos temáticos e estructurais.

4 António Rosado, piano Dele disse a revista francesa Diapason que é um intérprete que domina o que faz. Tem tanto de emoção e de poesia, como de cor e de bom gosto. António Rosado tem uma carreira reconhecida nacional e internacionalmente, corolário do seu talento e do gosto pela diversidade, expressos num extenso repertório pianístico que integra obras de compositores tão diferentes como Georges Gershwin, Aaron Copland, Albéniz ou Liszt. Esta versatilidade permitiu-lhe apresentar, pela primeira vez em Portugal, destacadas obras como as Sonatas de Enescu ou paráfrases de Liszt, sendo o primeiro pianista português a realizar as integrais dos Prelúdios e também dos Estudos de Claude Debussy. No registo dos recitais pode incluir-se também a interpretação da integral das sonatas de Mozart. Atuou em palco, pela primeira vez, aos quatro anos de idade. Os estudos musicais iniciados com o pai tiveram continuidade no Conservatório Nacional de Música de Lisboa, onde terminou o curso Superior de Piano, com vinte valores. Aos dezasseis anos parte para Paris, e aí vem a ser discípulo de Aldo Ciccolini no Conservatório Superior de Música e nos cursos de aperfeiçoamento em Siena e Biella (Itália). Em 1980, estreou-se em concerto com a Orchestre National de Toulouse, sob a direção de Michel Plasson e desde essa data tem tocado com inúmeras orquestras internacionais e notáveis maestros como: Georg Alexander Albrecht, Moshe Atzmon, Franco Caracciolo, Pierre Dervaux, Arthur Fagen, Léon Fleischer, Silva Pereira, Claudio Scimone, David Stahl, Marc Tardue e Ronald Zollman. Também na música de câmara tem actuado com prestigiados músicos como Aldo Ciccolini, Maurice Gendron, Margarita Zimermann, Gerardo Ribeiro ou Paulo Gaio Lima, com o qual apresentou a integral da obra de Beethoven para violoncelo e piano. Laureado pela Academia Internacional Maurice Ravel e pela Academia Internacional Perosi, António Rosado foi distinguido pelo Concurso Internacional Vianna da Motta e pelo Concurso Internacional Alfredo Casella de Nápoles. Estes prémios constituem o reconhecimento internacional do seu virtuosismo e o impulso para uma brilhante carreira, com a realização de recitais e concertos por todo o Mundo, e a participação em diversos festivais. Na década de 90, foi o pianista escolhido pela TF1 para a gravação e transmissão de três programas - música espanhola e portuguesa, Liszt e, por fim, um recital preenchido com Beethoven, Prokofiev, Wagner, Liszt. Desde a década de 80, participou inúmeras vezes no Festival de Macau, nomeadamente com a Orq.Gulbenkian, Orq.M.L., Orq.N. da China - no concerto inaugural do Centro Cultural de Macau - Orq. Xangai, Orq. de Câmara de Macau e ainda com o clarinetista António Saiote. Em 2007 foi distinguido pelo Governo Francês com o grau de Chevalier des Arts et des Lettres. De algumas integrais, destacam-se a apresentação das sonatas de Mozart e, já em 2012, das 32 sonatas de Beethoven. O seu primeiro disco gravado na década de 80, em Paris, é dedicado a Enescu. Outros discos se seguiram, nomeadamente: as obras para piano de Vianna da Motta; um cd comemorativo dos 150 anos da passagem de Liszt por Lisboa; a Fantasia de Schumann e a Sonata de Liszt. Com o violinista Gerardo Ribeiro gravou as Sonatas para piano e violino de Brahms e com o pianista Artur Pizarro, um disco intitulado Mozart in Norway. Com a NDR Sinfonieorchestra de Hamburgo, gravou o Concerto no 2 e Rapsódia sobre um tema de Paganini de Rachmaninov. Recentemente, gravou os dois Concertos de Brahms com a Orquestra Nacional do Porto. Em 2004 gravou a integral das Sonatas para piano de Fernando Lopes-Graça, em 2006 as oito suites In Memoriam Bela Bartók do mesmo compositor, mais recentemente os Prelúdios de Armando José Fernandes e Luís de Freitas Branco e, em 2012, a integral das Músicas Festivas de Fernando Lopes-Graça.

5 CCB CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO ELÍSIO SUMMAVIELLE presidente ISABEL CORDEIRO VOGAL MIGUEL LEAL COELHO VOGAL joão caré luísa inês fernandes ricardo cerqueira secretariado DIREÇÃO DE ESPETÁCULOS PROGRAMAÇÃO ANDRÉ CUNHA LEAL FERNANDO LUÍS SAMPAIO DEPARTAMENTO DE OPERAÇÕES COODENADORA PAULA FONSECA PRODUÇÃO INÊS CORREIA PATRÍCIA SILVA HUGO CORTEZ JOÃO LEMOS SOFIA SANTOS DIREÇÃO DE CENA PEDRO RODRIGUES PATRÍCIA COSTA JOSÉ VALÉRIO TÂNIA AFONSO CATARINA SILVA estagiária SECRETARIADO SOFIA MATOS CHEFE TÉCNICO DE PALCO RUI MARCELINO CHEFE DE EQUIPA DE PALCO PEDRO CAMPOS TÉCNICOS PRINCIPAIS LUÍS SANTOS RAUL SEGURO TÉCNICOS EXECUTIVOS F. CÂNDIDO SANTOS CÉSAR NUNES JOSÉ CARLOS ALVEs HUGO CAMPOS MÁRIO SILVA RICARDO MELO RUI CROCA HUGO COCHAT DANIEL ROSA CHEFE TÉCNICO DE AUDIOVISUAIS NUNO GRÁCIo CHEFE DE EQUIPA DE AUDIOVISUAIS NUNO BIZARRO TÉCNICOS DE AUDIOVISUAIS EDUARDO NASCIMENTO PAULO CACHEIRO NUNO RAMOS MIGUEL NUNES TÉCNICOS DE AUDIOVISUAIS / EVENTOS CARLOS MESTRINHO RUI MARTINS TÉCNICOS DE MANUTENCÃO JOÃO SANTANA LUÍS TEIXEIRA VÍTOR HORTA SECRETARIADO DE DIREÇÃO TÉCNICA yolanda seara DEPARTAMENTO TÉCNICO COORDENADOR SIAMANTO ISMAILY parceiro institucional parceiro media temporada 2016 apoio à programação apoio à divulgação bilheteira online Tel 1820 informações e reservas A SEGUIR 30 jun 2016 Pequeno Auditório / 21h / M/6 Produção CCB Jazz Big Band Júnior Fly Me To The Moon Fly Me To The Moon, uma das mais célebres canções cantadas por Frank Sinatra, foi a primeira música ouvida na lua, tocada num leitor de cassetes pelo astronauta Buzz Aldrin da Apollo 11. O facto de Frank Sinatra, cujo centenário do nascimento se comemorou recentemente, ter começado a cantar profissionalmente aos 17 anos sensivelmente a idade dos jovens músicos que compõem esta orquestra inspirou-nos a fazer esta pequena homenagem. Por fim, o título desta canção constitui também uma mensagem que queremos transmitir aos alunos da BBJ neste último concerto do ano letivo. Fazer parte desta orquestra-escola e poder atuar no CCB representa para estes músicos uma enorme responsabilidade, no entanto desejamos que estes sigam pela vida fora com os pés bem assentes na lua. João Godinho e Alexandra Ávila Trindade Beneficie dos descontos para os concertos CCB 25% de desconto até aos 30 anos e depois dos 65 anos Desconto até 30% com o Cartão Amigo CCB (e lugar gratuito no estacionamento) Não se esqueça do bilhete a 5 para músicos e estudantes de música (quota limitada) Lembre-se que no 1º Domingo de cada mês os concertos CCB têm 30% de desconto use o seu cartão fnac. tem 10% de desconto. Consulte a programação em e siga-nos no Facebook e no Instagram